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• Anatomia e fisiologia do rim • Fisiopatologia Definição e etiologia Seqüela renal tardia da infecção por cepas específicas de estreptococos beta-hemolíticos do grupo A, sendo o período de incubação entre 7 a 28 dias. A glomerulonefrite aguda pós-estreptocócica (GNPE) é uma doença renal aguda que surge 7 a 12 dias após uma infecção por bactéria estreptocócica (faringite, impetigo, escarlatina). Acomete preferencialmente meninos, entre 2-6 anos, mas pode acometer qualquer faixa etária. Os pacientes geralmente apresentam hematúria (urina escura), oligúria (pouca urina), edema, geralmente palpebral e pré-tibial, hipertensão arterial e insuficiência renal aguda. A remissão ocorre geralmente após 2 a 3 semanas do início dos sintomas. Ocorre uma inflamação glomerular e dessa gera uma oligúria (menos 400ml de urina por dia) e por isso o paciente fica com uma congestão volêmica e com essa congestão ocasiona o Edema e a hipertensão arterial sistêmica. Por haver lesão do mesangeo glomerular e ele é quem sustenta os capilares glomerulares e se essa lesão ocorre, desencadeia uma hematúria devido a perda da arquitetura e sustentação desses capilares, e essa hematuria tem características peculiares que é a hematuria dismófica (má formadas, hipocorada). Pode ocorrer de ter presença de leucocitos degradados (piócitos), proteinúria (150mg- 3,5 g/dia) e cilindruria ( na alça de henle existe a produção de uma proteína e essa proteína quando se descama ela liga as hemacias formando cilindrico hemáticos. Faringoamidalite: cerca de 1 semana para levar ao quadro renal Piodermite: cerca de 2-3 semanas O que acontece é devido a semelhança entre os antíngenos produzidos pela bactéria com as fendas glomerulares, com isso os anticorpos poderão atacar essas fendas de filtração glomerular e apartir desse ataque ocorre a inflamação e com isso vai ocorrer todo processo dito anteriormente. • Diagnóstico Qualquer paciente com síndrome nefrítica deve ser suspeitado para a GNPE. O médico deve, de imediato, procurar manifestações extra-renais. Requer evidências claras de infecção estreptocócica recente e dentro do período de incubação. Deve-se confirmar com um título elevado de anticorpos contra antígenos estreptocócicos. ASLO ou ASO tem sensibilidade de 80-90% dos casos pós-amigdalite e 50% pós-impetigo. Anti-DNAse B tem sensibilidade 75% dos casos pós-amigdalite e 60-70% pós impetigo. Quada do complemento C3 e CH50 é típico! Algoritmo diagnóstico da GNPE 1) Questionar paciente sobre faringite ou piodermite 2) Verificar se período de incubação é compatível 3) Documentar infecção estreptocócica através de exames laboratoriais 4) Demonstrar queda transitória de complemento. Indicações de biópsia na GNPE 1) Oligúria > 1 semana 2) Hipocomplementenemia que não melhora em até 8 semanas 3) Proteinúria nefrótica 4) Evidências de doença sistêmica 5) Evidências de GNPE. • Diagnóstico diferencial 1) Outras glomerulonefrites pós-infecciosas 2) Glomerulonefrite lúpica 3) Glomerulonefrite membrano proliferativa • Tratamento Apenas suporte e repouso. Restrição hidrossalina é essencial. Diuréticos de alça, vasodilatadores e diálise (se necessário). IMPORTANTE: a) A antibioticoterapia frente ao quadro de faringite ou amigdalite não previne o aparecimento da GNPE b) Não há benefícios para a GNPE de antibioticoterapia c) A antibioticoterapia está indicada para pacientes com GNPE no intuito de erradicar as cepas estreptocócicas d) Não há necessidade de antibioticoterapia profilática, pois a GNPE não deixa sequelas nem aumenta o risco de um segundo quadro. • Plano de cuidado • • Manifestações clínicas Início abrupto de hematúria macroscópica, oligúria, edema e HAS, acompanhados de mal-estar e sintomas intestinais. . • Prognóstico 90% dos pacientes recuperam a função renal em sete dias. Sintomas congestivos cedem em uma a duas semanas. Hipocomplementenemia pode manter-se até 8 semanas, a hematúria microscópica por até 12 meses e proteinúria subnefrótica até 5 anos. 1-5% evoluem de forma desfavorável, pode complciar com GNRP, proteinúria crônica, glomeruloesclerose e insuficiência renal crônica. Joao de 9 anos vive em aldeia e pertence a etnia potiguara. Procurou junto a mãe o atendimento com a equipe de saúde indígena queixando-se de edema de membro inferiores, oligúria, astenia e abaulamento abdominal, além de ter relatado que o filho apresenta-se cansado durante as danças sintomas estes apresentados cerca de 2 dias antes desta consulta. Em seus antecedentes relata o uso do antibiotico amoxicilina há 6 dias por ter apresentado um quadro de febre e tosse produtiva há cerca de 3 semanas. Durante o exame físico ele estava em um bom estado geral, com edema palpebral bilateral, orofaringe com hipertofria de amígdalas, ausência de placas purulentas, abdome distendido e sinal de piparote positivo. Joao apresentava pressão de 140/90mmhg e ao coletarem sua urina foi observado escurecimento desta. Devido a idade pediatrica do paciente, junto aos antecedentes da faringite e ao tempo das primeiras manifestações, faringite, as manifestações relacionadas ao sistema urinário a clínica indica uma glomerulonefrite difusa pós estreptocócica (GNPE) . A GNPE é uma doença que acomete pacientes pediatricos e se manifesta após 1 - 3 semanas por infecção estreptococos beta-hemolíticos do grupo A. Sua patogenia decorre após a exposição a bactéria e essa libera antígenos semelhantes aos que existem na membrana da fenda glomerular(podócitos). com isso os anticorpos vão lesar estes podócitos o que poderá gerar um processo inflamatório que a partir disso darão inicio aos primeiros sintomas do paciente que será a oligúria. Com a oligúria não haverá eliminação de excesso de líquidos e este se acumulará no corpo, promovendo uma congestão volêmica e disso formação de edema e a hipertensão arterial sistêmica. Além disso o processo inflamatório poderá lesar as células do mesangeo, elas que sustentam os vasos glomerulares, sendo lesadas ocorrerá a hematúria, com isso, fechando os sintomas e a fisiopatologia da GNPE. O diagnóstico é feito a partir da clínica e de toda história, principalmente dos antecedentes patológicos, se houve faringoamidalite ou piodermite, e confirmação estreptocócica(ASLO ou ASO), confirmação o perído de incubação, e a demonstração da redução da proteina C3 do sistema complemento. possui como diagnóstico diferencial outras glomerulonefrites pos-infecciosa, glomerulonefrite lúpica e glomerulonefrite membrano proliferativa. o Tratamento Apenas suporte e repouso, com restrição hidrossalina e uso de Diuréticos de alça, vasodilatadores e diálise. O prognóstico é bom para 90% dos pacientes, possuem recuperação renal em 7 dias, sendo de 1-5% com prognóstico desfavorável podendo haver complicações proteinúria crônica, glomeruloesclerose e insuficiência renal crônica.
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