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CARROCEIRO DE PINHEIRO

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Carroceiro morto pela PM na Zona Oeste de SP tinha transtorno mental, diz amigo
Colega afirma que homem não tinha histórico de agressões. Testemunhas contam que ele estava alterado e segurava pedaço de madeira quando foi baleado por policial. 
OS FATOS:
O carroceiro morto por um PM na Rua Mourato Coelho, em Pinheiros, na noite desta quarta-feira (12), sofria de transtorno mental, de acordo com um amigo ouvido pela reportagem do Bom Dia São Paulo. Na manhã desta quinta (13), o colega foi até o local onde o homem foi baleado e recolheu a carroça de materiais recicláveis que pertencia a ele e ficou para trás. 
De acordo com o amigo do carroceiro, apesar dos episódios de confusão mental, o homem, identificado apenas como Ricardo, nunca agrediu ou fez mal a alguém. Testemunhas ouvidas pelo G1 disseram que ele estava alterado e segurava um pedaço de madeira quando foi baleado. "Baixa o pau", teria dito o policial antes de atirar, segundo Maria do Socorro, que presenciou a cena. 
A cuidadora de idosos Aparecida Virgínia diz que a polícia foi chamada ao local por funcionários de uma pizzaria. Segundo ela, Ricardo havia se aproximado do estabelecimento para pedir um pedaço de pizza. "E ele estava com um pedaço de pau, mas ele não ia bater em ninguém porque eu conheço ele há seis meses já", disse. 
Ricardo foi atingido por ao menos dois disparos na região do peito, conforme os relatos. Uma outra testemunha, Clayton Silva, diz que filmou a ação do agente, mas teve o celular retirado por outros policiais, que apagaram as imagens. De acordo com o rapaz, os PMs chegaram a apontar uma arma para ele ao exigir o aparelho. 
Cerca de 15 minutos após os tiros, os policiais colocaram a vítima dentro de uma viatura sob gritos de "assassinos” e “fascistas”. À reportagem, os agentes disseram que a socorreram para um hospital, mas não souberam informar qual. Eles tampouco deram mais detalhes sobre o ocorrido. Mais de 15 equipes da PM estavam no local e até um helicóptero sobrevoava a área. 
O ouvidor da polícia, Julio Cesar Fernandes, também esteve por lá para levantar informações sobre o caso. Ele já adiantou que vai pedir que o Ministério Público entre na investigação. "Foi uma atitude que não tinha necessidade. Não [pode] atirar desnecessariamente. Esse policial não praticou o que tinha que praticar. Atirar é só em último caso", disse. 
A opinião é compartilhada por Álvaro Faleiro, outro a acompanhar a confusão na noite de quarta. "Era um louco com um pedaço de pau, não precisava ter feito isso, atirado dessa forma. Foi um assassinato brutal, ele poderia ter desarmado ele", afirmou. 
Ricardo tinha aproximadamente 38 anos e atuava como carroceiro nas ruas havia mais de 10 anos. Os tiros foram em frente a uma unidade do supermercado Pão de Açúcar e muitos clientes que estavam acostumados com a presença do homem se revoltaram com a polícia. 
Em nota, a Polícia Civil disse que o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) vai investigar o caso. A Corregedoria da PM também apura o caso. A carrocinha usada pela vítima para recolher papelão e outros materias recicláveis seguia no mesmo local na manhã desta quinta-feira (13). 
CÓDIGO PENAL – EXCLUDENTE DE ILICITUDE:
Art. 23 - Exclusão da ilicitude 
Art. 23 - Não há crime quando o agente pratica o fato: 
I - em estado de necessidade;
II - em legítima defesa;
III - em estrito cumprimento de dever legal ou no exercício regular de direito.
Excesso punível
Parágrafo único - O agente, em qualquer das hipóteses deste artigo, responderá pelo excesso doloso ou culposo.
I - ESTADO DE NECESSIDADE:
Art. 24 – Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se.
§ 1º – Não pode alegar estado de necessidade quem tinha o dever legal de enfrentar o perigo. 
§ 2º – Embora seja razoável exigir-se o sacrifício do direito ameaçado, a pena poderá ser reduzida de um a dois terços
II - LEGITIMA DEFESA
Repulsa a injusta agressão atual ou iminente, com o fim de proteger direito seu ou de outrem mediante a utilização dos meios necessários.
Requisitos:
1. Agressão injusta: Se a agressão é lícita, a defesa não pode ser legítima.
2. Atual ou iminente: Atual é a presente, a que está ocorrendo. A iminente é a que está prestes a ocorrer.
3. Direito seu ou de outrem: Essa pessoa protegida pelo agente tanto pode ser pessoa física como pessoa jurídica. Todos os bens jurídicos podem ser protegidos através da legítima defesa.
4. Utilização moderada: A medida da repulsa deve ser encontrada pela natureza da agressão em face do valor do bem atacado ou ameaçado. Não pode existir por parte do agente que age em legítima defesa excesso na conduta. Caso contrário, desaparecerá a legítima defesa.
5. Conhecimento da situação de fato justificante: É preciso que o sujeito tenha conhecimento da agressão injusta e da necessidade da repulsa. Assim, a repulsa legítima deve ser objetivamente necessária e subjetivamente conduzida pela vontade de se defender. A falta desse requisito de ordem subjetiva leva à exclusão da legítima defesa.
III – EM ESTRITO CUMPRIMENTO DE DEVER LEGAL OU NO EXERCICIO REGULAR DE DIREITO.
Trata-se da ação praticada em cumprimento de um dever imposto por lei, penal ou extrapenal, mesmo que cause lesão a um bem juridicamente protegido de terceiros. Ocorre o estrito cumprimento do dever legal quando a lei, em determinados casos, impõe ao agente um comportamento. Nessas hipóteses, amparadas pelo artigo 23, III, do Código Penal, embora típica a conduta, não é ilícita.
Exemplos de estrito cumprimento de dever legal, largamente difundidos na doutrina:
Policial que viola domicílio onde está sendo praticado um delito;
Emprego de força indispensável no caso de “resistência ou tentativa de fuga”;
Soldado de mata um inimigo no campo de batalha;
Oficial de justiça que viola domicílio para cumprir ordem de despejo, dentre outros.

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