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A arte da narrativa histórica

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
CURSO DE HISTÓRIA
HISTORIOGRAFIA 
PROFESSORA: REGINA BEATRIZ GUIMARÃES NETO
ALUNO: MATHEUS PHELIPE MAMEDE LOPES DA LUZ
A ARTE DA NARRATIVA HISTÓRICA 
Recife
2014
Matheus Phelipe Mamede Lopes da Luz
A ARTE DA NARRATIVA HISTÓRICA 
 Trabalho apresentado como atividade complementar
 para a disciplina de Historiografia, pelo Curso 
 de História da Universidade Federal de Pernambuco, 
 ministrada pela professora doutora Regina Beatriz.
 
 
Recife
2014
A ARTE DA NARRATIVA HISTÓRICA 
“Narrativa entre outras, a história singulariza-se, no entanto, pela relação específica que mantém com a verdade, pois ela tem, de fato, a pretensão de remeter a um passado que realmente existiu. O que pode então, a partir daí, diferenciar o enredo histórico e o enredo romanesco?” A explanação do historiador francês começa com esta proposição, de introdução o autor acaba por mostrar suas intenções, de criar modos para com que o historiador possa remeter uma história a seu espectador, antes de tudo o historiador necessita traduzir bem suas palavras e intenções, pois, é a precisão e a criatividade na arte da escrita que fará o historiador prender a atenção do leitor para com os fatos apresentados. 
Como cita o historiador inglês Peter Burke “os historiadores têm se referido ao seus documentos como “fontes”, como se eles estivessem enchendo baldes no riacho da Verdade, suas histórias tornando-se cada vez mais puras, à medida que se aproximam das origens. A metáfora é vívida, mas também ilusória no sentido de que implica a possibilidade de um relato do passado que não seja contaminado por intermediários.” ao mesmo tempo em que o autor foca na veiculação da “verdade” vinda dos escritos do historiador, o mesmo, também visa mostrar toda a importância em que a linguagem utilizada se insere nessa questão. 
O texto do francês François Hartog continua a sua explanação focando no tempo histórico, e em seus consequentes vieses, chegando até a Geschichte (muito bem detalhada pelo historiador alemão Reinhart Koselleck). Pode-se citar como fundamental para o texto de Hartog, uma obra surgida em meados da década de 1970, onde um dos excertos da obra, seria fundamental para que os historiadores conseguissem explanar e de maneira consistente, defender seu posto, e consequentemente rebater a acusação de que a história era apenas um relato e que não era possível que ela fosse ciência já que seu objeto o homem não se explica. 
O livro A escrita da história de Michel de Certeau vem não só afirmar a cientificidade da história, mas também busca refletir sobre o ofício do historiador e sua relação com a sociedade. A pergunta formulada por Certeau: o que é que faz o historiador quando se torna escritor, incitou debates no interior da disciplina e fora dela que tentaram responder à pergunta. Afinal, escrever a história e fazer a história seriam coincidentes?
É preciso retomar a noção de operação historiográfica formulada por Certeau ao definir o que é um trabalho historiográfico: “Encarar a história como uma operação será tentar, de maneira necessariamente limitada, compreendê-la como a relação entre um lugar (um recrutamento, um meio, uma profissão, etc.), procedimentos de análise (uma disciplina) e a construção de um texto (uma literatura). É admitir que ela faz parte da "realidade" da qual trata, e que essa realidade pode ser apropriada "enquanto atividade humana", "enquanto prática". Nesta perspectiva, gostaria de mostrar que a operação histórica se refere à combinação de um lugar social, de práticas "científicas" e de uma escrita.”
A definição do que faz o historiador para Certeau combina três componentes: o lugar social, a prática e a escrita. A união dos três componentes atestaria a produção de um texto propriamente historiográfico.
Ora, tal afirmativa já indica uma ruptura com o posicionamento daqueles que consideravam que a narrativa não deveria ser objeto de reflexão dos historiadores e que sua preocupação deveria se concentrar na execução de um método que garantisse a cientificidade da história.
A partir da noção de operação historiográfica é possível pensar no ofício do historiador como relação íntima com a sociedade da qual ele pertence uma vez que depende das condições e regras do meio, respeita as especificidades mesma do saber historiográfico e necessita da elaboração de um texto como forma de apresentar os resultados da pesquisa à sociedade ou ao público alvo a que se destina. Como componente importante, a operação historiográfica de Michel de Certeau propõe articular duas dimensões que há representou um problema na tarefa dos historiadores, a saber a relação entre pesquisa e escrita, representada em muitos pontos como uma relação confusa entre cientificidade e arte historiográfica.
E é com essa mesma noção que François Hartog traz seus escritos, com uma responsabilidade de demonstrar ao historiador toda a importância de seu papel perante a sociedade, e com isso, mostrar a importância que sua escrita exerce como influencia para com seus leitores.

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