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CAIO Planilha Constitucional

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Tribunal
	Inform/Súm
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	Jurisprudência
	
	
	
	 
	 
	 
	 
	
	
	
	
	
	
	PRINCÍPIOS
	
	
	
	STF
	Emagis
	Princípio da Igualdade
	Algumas posições do STF sobre o p. da igualdade:
o foro especial para a mulher nas ações de separação judicial e de conversão da separação judicial em divórcio não ofende o princípio da isonomia entre homens e mulheres ou da igualdade entre os cônjuges.
- a adoção de critérios diferenciados para o licenciamento dos militares temporários, em razão do sexo, não viola o princípio da isonomia.
- não afronta o princípio da isonomia a adoção de critérios distintos para a promoção de integrantes do corpo feminino e masculino da Aeronáutica.
- viola o princípio da isonomia legislação estadual que prevê a concessão de pensão por morte à esposa do servidor público falecido e restringe o benefício ao marido inválido, em caso de óbito de servidora pública.
- A igualdade na lei – que opera numa fase de generalidade puramente abstrata – constitui exigência destinada ao legislador, que, no processo de formação do ato legislativo, nele não poderá incluir fatores de discriminação responsáveis pela ruptura da ordem isonômica. (...) A igualdade perante a lei, de outro lado, pressupondo lei já elaborada, traduz imposição destinada aos demais poderes estatais, que, na aplicação da norma legal, não poderão subordiná-la a critérios que ensejem tratamento seletivo ou discriminatório.
	
	
	
	
	Oral TRF1
	
	5) O senhor saberia me explicar até onde vai a princípio da proibição do retrocesso?
Resposta:
O princípio da vedação do retrocesso, em linhas gerais, dispõe que é vedado ao Legislador a supressão ou alteração de normas infraconstitucionais que densificam direitos fundamentais sociais, de molde a violar sua eficácia. Para J. J. Gomes Canotilho, o princípio do não retrocesso social leciona que “os direitos sociais, uma vez obtido determinado grau de realização, passam a constituir tanto uma garantia institucional quanto um direito subjetivo, limitando a reversibilidade dos “direitos adquiridos”, o que, para ele, violaria o princípio da proteção da confiança e da segurança dos cidadãos no âmbito econômico, social e cultural”. Não obstante, a vedação ao retrocesso social não importa em uma proibição absoluta ao movimento retrocessivo. Sua aplicação dependerá sempre de uma ponderação com outros princípios e regras no caso concreto. Assim, alguns princípios estarão em constante tensão com a vedação de retrocesso, como sói ser o princípio democrático, que dá liberdade de conformação ao legislador, ou mesmo a reserva do possível, que atua juntamente com o princípio da proporcionalidade, assegurando, contudo, o que o Min. Celso de Mello denominou de núcleo intangível consubstanciador de um mínimo existencial.
	
	
	
	
	Oral TRF1
	
	6) Há a possibilidade de um choque entre uma regra e um princípio constitucional? Uma regra que venha a ser incorporada no texto constitucional pode violar um corpo principiológico da CF no que tange, por exemplo, às cláusulas pétreas?
Resposta:
É conhecida a já tradicional distinção entre regras e princípios na doutrina contemporânea nacional e estrangeira, não obstante a ausência de uniformidade conceitual. Paulo Bonavides reconhece que os princípios constitucionais são normas jurídicas e que as normas compreendem as regras e os princípios. Segundo o mestre, "violar um princípio é muito mais grave que transgredir uma norma qualquer. A desatenção ao princípio implica ofensa não apenas a um específico mandamento obrigatório, mas a todo o sistema de comandos". Para Virgílio Afonso da Silva, “princípios seriam as normas mais fundamentais do sistema, enquanto as regras costumam ser definidas como uma concretização desses princípios e teriam, por isso, caráter mais instrumental e menos fundamental.
Dessarte, eventualmente, uma regra instituída pelo poder constituinte reformador pode entrar em rota de colisão com um princípio, explícito ou implícito, de sorte que será insofismavelmente inconstitucional se violar uma cláusula pétrea. Se a colisão for entre princípios, a técnica a ser utilizada será a ponderação, de sorte que o intérprete escolhe a o bem ou direito que irá prevalecer no caso concreto.
	
	
	
	
	ORAL TRF2
	
	10) Diferencie normas constitucionais de princípio e normas constitucionais de preceito.
Resposta:
(acredito que o examinador tenha utilizado ao termo “preceito” como sinônimo de “regras”, como o fazem muitos doutrinadores)
Existem vários critérios tradicionais para a distinção entre regras e princípios. O mais comum é o critério da generalidade (Robert Alexy apud Bonavides). Segundo este critério, os princípios são normas com um grau de generalidade relativamente alto e as regras, normas com um nível relativamente baixo de generalidade. Há também o conhecido critério da abstração, segundo o qual os princípios são normas com um grau de abstração relativamente alto e as regras, normas com um nível relativamente baixo de abstração. Outros critérios, tais como o do valor expressado e o da aplicabilidade, são também comumente utilizados com o intuito de fazer a distinção entre as regras e os princípios.
Afirma Alexy, ainda, que entre regras e princípios existe não somente uma diferença de grau, mas uma diferença qualitativa.
As “normas constitucionais de princípios” seriam os mandamentos nucleares do sistema constitucional (Virgílio Afonso da Silva), haja vista consagrarem os principais valores do ordenamento. Seriam, ainda, mandamentos de otimização, caracterizados pelo fato de que podem ser cumpridos em diferentes graus, na li8ção de Alexy. Os critérios de distinção em relação às regras são variados, como também aponta Canotilho (Grau de abstração, grau de determinabilidade, carácter de fundamentalidade, natureza normogenética), para quem a tarefa, longe de afigurar-se simples, é demais complexa. As “normas constitucionais de preceito” apresentam-se sob a forma de um conteúdo determinado que é ou não realizado em sua plenitude, isto é, a regra é ou não é cumprida na inteira medida de seu enunciado normativo.
	
	
	
	
	ORAL TRF2
	
	11) Discorra sobre a aplicabilidade de normas de princípios e de normas de preceitos.
Resposta:
As regras (preceitos) têm caráter categórico, “ou isto ou aquilo (Dworkin)”, tendo aplicação imediata aos casos concretos, através de simples subsunção, por via de um raciocínio silogístico. Já os princípios, diferentemente das regras, não obedecem à lógica do “tudo ou nada”, não desencadeando a eliminação de um em face daquele que prevalecer, aplicando-se a técnica da ponderação. Os princípios podem envolver problemas de validade e de peso, as regras só enfrentam questão de validade.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	CONSTITUCIONALISMO E PODER CONSTITUINTE 
	
	
	
	 
	 
	 
	 
	
	
	
	 
	Questão TRF1
	Elementos da constituição
	A) As normas que versam sobre a intervenção federal nos estados e no DF, bem como dos estados nos municípios, incluem-se entre os chamados elementos de estabilização constitucional.
(C) – GABARITO PRELIMINAR
C) Consideram-se elementos socioideológicos da CF as normas que disciplinam a organização dos poderes da República e o sistema de governo.
(E) – GABARITO PRELIMINAR
-elementos orgânicos
	
	
	
	 
	Questão TRF1
	Poder Constituinte - Recepção
	B) O poder constituinte originário dá início a nova ordem jurídica, e, nesse sentido, todos os diplomas infraconstitucionais perdem vigor com o advento da nova constituição.
(E) – GABARITO PRELIMINAR
-diplomas infraconstitucionais compatíveis com nova ordem constitucional são recepcionados.
	
	
	
	 
	Questão TRF1
	Pode Constituinte Derivado Decorrente - Municipios
	E) Segundo disposição literal da CF, os estados e municípios dispõem do chamado poder constituinte derivado decorrente, que deve ser exercido de acordo com os princípios e regras dessa Carta.
(E) – GABARITO PRELIMINAR
-há discussão quanto à existência, ou não, de poderconstituinte derivado decorrente aos municípios, inexistindo previsão expressa no texto constitucional.
	
	
	
	 
	Questão TRF1
	ADCT
	D) O ADCT não tem natureza de norma constitucional, na medida em que dispõe sobre situações excepcionais e temporárias. 
(E) – GABARITO PRELIMINAR
-ADCT tem natureza de norma constitucional.
	
	
	
	
	Oral TRF1
	
	1) Qual a diferença entre Poder Constituinte e Poder Constituído?
Resposta:
O Poder Constituído sempre será um poder jurídico, portanto, limitado e condicionado. Trata-se de um poder de direito. Por sua vez, uma das espécies do Poder Constituinte, o originário, consiste em poder político, poder de fato, apresentando as seguintes características: inicial (funda o ordenamento jurídico); incondicionado; e autônomo. As demais espécies de poder constituinte são poderes instituído (reformador e decorrente).
	
	
	
	
	Oral TRF2
	Poder Constituinte - Características
	1) Quais as características de poder constituinte originário e derivado?
Resposta:
Características essenciais do poder constituinte originário: (a) Inicial: ele dá início ao ordenamento jurídico (não existe outro poder antes ou acima dele); (b) Autônomo: tem autonomia para decidir qual ideia de direito irá prevalecer, qual será o conteúdo da Constituição; (c) Incondicionado: não se submete a qualquer tipo de condição (a assembleia constituinte decidirá qual será o procedimento a ser adotado); (d) Latente: atemporal, contínuo, pois está pronto para ser acionado a qualquer momento.; (e) Ilimitado: é ilimitado juridicamente (autônomo + incondicionado), é soberano, é independente. Características do poder constituinte derivado: (a) Secundariedade: não existe por si só, pois é necessário que exista uma constituição para prevê-lo; (b) Subordinação: haure sua força na obra do poder constituinte originário; (c) Condicionado e limitado: deve observar os limites previstos, explícita e implicitamente, na constituição.
	
	
	
	
	Oral TRF1
	Contitucionalismo
	1) O que significa a expressão “realizar a Constituição”?
Resposta:
Nas palavras de Canotilho, “realizar a Constituição significa tornar juridicamente eficazes as normas constitucionais. Qualquer constituição só é juridicamente eficaz (pretensão de eficácia) através da sua realização. Esta realização é uma tarefa de todo os órgãos constitucionais que, na atividade legiferante, administrativa e judicial, aplicam as normas da constituição, inclusive dos cidadãos”.
A despeito da existência de normas constitucionais cuja eficácia esteja sujeita ao plácito de uma normatividade ulterior, a “não realização” dos ideais de uma Constituição, notadamente aqueles que pressupõem prestações positivas por parte do Estado, pode ter origem em diversos fatores, sejam políticos, econômicos, jurídicos ou sociais. Destaco entre estes, e sem a intenção de esgotar o tema, a hipertrofia de preceitos sociais de difícil alcance no plano concreto, lançados pelo constituinte sem o menor critério, com o simples objetivo de conformação política, o que faz nascer uma insuficiente concretização jurídica das disciplinas constitucionais, esvaziando sua efetividade, o que Marcelo Neves denominou de “Constituição Simbólica”.
“Realizar a Constituição”, assim, nada mais é do que retirar a Constituição de um estado de inércia.
	
	
	
	
	Oral TRF1
	Ativismo Judicial
	2) Até aonde vai a força da chamada constituição social na linha do ofício judicante? O juiz a pretexto de conferir força normativa poderia reescrever a legislação? A pretexto de realizar a Constituição, os tribunais e os juízos podem reescrever a legislação?
Resposta:
(um pouco alongada em razão da relevância do tema, e por tratar-se de uma questão certa de ser abordada)
A questão traz à tona um dos debates mais atuais e instigantes acerca do papel do Poder Judiciário na República: o “ativismo judicial”. Em muitas situações, ao invés de se limitar a aplicar a lei já existente, o juiz se vê na necessidade de agir em substituição ao legislador, e não ser apenas “a boca que pronuncia as palavras da lei”, na expressão de Montesquieu. Todavia, tais decisões ativistas devem representar antes a exceção do que a regra, de sorte que não é dado ao magistrado usurpar a competência do legislador. O ativismo é a deliberada expansão do papel do Judiciário, mediante o uso da interpretação constitucional para suprir lacunas, sanar omissões legislativas ou determinar políticas públicas quando ausentes ou ineficientes. É um fenômeno que assenta raízes na experiência constitucional norte-americana, mas que, atualmente, ganhou fôlego sob os influxos do neoconstitucionalismo (e seu papel criativo do aplicador da lei). “Ativismo judicial”, para as vozes mais críticas, seria uma espécie de intromissão indevida do Judiciário na função legislativa. Todavia, o tema não pode ser visto de maneira tão simplista, e faz parte de uma tessitura mais complexa. O professor Luís Roberto Barroso chegou a afirmar que essa postura do Judiciário, entre outras causas, tem origem na crise de funcionalidade do Poder Legislativo, que estimula tanto a edição de Medidas Provisórias pelo Executivo como o ativismo judicial do Judiciário. Uma das principais causas desse ativismo, afirma o mestre, é a “constitucionalização do Direito”, que resulta numa “aplicabilidade direta e imediata da Constituição a diversas situações” que passaram a ser regulamentadas diretamente pela Lei Maior, fazendo com que surja uma “expressiva “judicialização” de questões políticas e sociais”. Sobre “judicialização”, afirma “que atores políticos, muitas vezes, para evitar o desgaste, preferem que o Judiciário decida questões controvertidas”. E é nesse contexto que o Judiciário tem tido uma maior participação política. Assim, não se pode descuidar do papel de protagonismo que vem exercendo o Poder Judiciário nos últimos anos, notadamente o STF, que em matéria de políticas públicas e sociais (para garantir o mínimo existencial – ADPF/45), persistindo a inércia dos Poderes constituídos na sua implementação, vem adotando uma postura ativa, como se viu nos casos do direito de greve dos servidores públicos, interrupção da gestação de fetos anencefálicos, cotas raciais, uniões homoafetivas, nepotismo, demarcação contínua da reserva indígena Raposa Serra do Sol (19 medidas sugeridas pelo Min. Menezes Direito), fidelidade partidária, poderes investigatórios do MP, apenas para citar as principais.
	
	
	
	
	Oral TRF1
	
	7) Até onde vai o papel do juiz na realização da Constituição? 
Resposta:
Uma das instigantes novidades do Brasil dos últimos anos foi a virtuosa ascensão institucional do Poder Judiciário, circunstância essa motivada por uma constitucionalização do direito, que acabo refletindo num aumento da demanda por justiça. Contudo, ao realizar a Constituição, o magistrado não pode substituir o Legislativo na sua função típica legiferante. Apesar de em muitas situações, ao invés de se limitar a aplicar a lei já existente, o juiz se ver na necessidade de agir em substituição ao legislador, e não ser apenas “a boca que pronuncia as palavras da lei”, na expressão de Montesquieu, tais decisões ativistas devem representar antes a exceção do que a regra, de sorte que não é dado ao magistrado usurpar a competência do legislador, devendo agir apenas para suprir omissões legislativas, em matéria de políticas públicas, quando estas se revelarem ausentes ou ineficientes, esvaziando, assim, preceitos sociais contidos na Constituição.
	
	
	
	
	Oral TRF1
	
	4) Faça uma distinção entre a teoria de Lassale e a teoria de Hesse sobre a Constituição?
Resposta:
Para Ferdinand Lassalle, que conceituava Constituição em seu sentido sociológico, “a Constituição de um Estado seria, em essência, a soma dos fatores reais de poder que o regem. A Constituição real e efetiva apenas reflete a realidade social determinada pelos fatores reais de poder – poder político, econômico, cultural, religioso etc. – que dominam uma sociedade, não passando a Constituição escritade mera ‘folha de papel’. Havendo um conflito entre a Constituição real e efetiva e a Constituição escrita, prevalecerá a vontade da primeira.
O jurista alemão Konrad Hesse construiu a teoria da força normativa da Constituição, contrapondo-se à concepção sociológica de Lassalle. Para esta teoria, “a Constituição não era mera ‘folha de papel’ ou simples reflexo dos ‘fatores reais de poder’. Ao contrário, e como toda norma jurídica, a Constituição teria força ativa para mudar a realidade. Havendo conflito entre esses fatores reais de poder e a Constituição escrita, nem sempre haverá predominância da primeiro, pois a constituição possui força suficiente para mudar a realidade.
Em conclusão, “é inquestionável a conexão existente entre a Constituição e a realidade social, sendo a Carta Política a expressão das relações de poder de uma comunidade. Porém, não se de desconsiderar – como o fez Lassalle – que a Constituição também desempenha uma função diretora e uma função preceptiva, decorrentes de sua força normativa.”
	
	
	
	
	Oral TRF2
	
	2) Em que consiste o fenômeno da constitucionalização do direito?
Resposta:
Locução de uso relativamente recente, aduz a doutrina que o fenômeno surgiu, de certa forma, na Constituição portuguesa de 1976, foi continuado na Constituição espanhola de 1978, e levado ao extremo pela Constituição brasileira de 1988. Em rápida lição, significa que a Constituição contemporânea não mais se limita, como no passado, a dispor sobre princípios fundamentais, definir competências, prever o modo de sua revisão. Ela vem reger praticamente todos os aspectos da vida jurídica. É dizer, tudo (ou quase) pode ser objeto de normas constitucionais. Já não é facilmente identificável um conteúdo material das Constituições como outrora.
Sua principal consequência pode ser apontada como uma “expressiva judicialização de questões políticas e sociais”, o que força um ativismo judicial como forma de dar concreção às normas constitucionais.
	
	
	
	
	Oral TRF2
	
	3) Quantas EC foram promulgadas até hoje? Qual ou quais em 2010?
Resposta:
(Na resposta, sem modificar o texto original da questão, considerei o ano de 2012)
Até hoje foram promulgadas 76 Emendas Constitucionais, sendo 6 de Revisão, estas últimas, todas no ano de 1994.
Em 2012 foram editadas duas, as de ns. 69 e 70.
	
	
	
	
	Oral TRF2
	
	1) Importância do Direito Constitucional e sua ligação com os demais ramos.
Resposta:
A classificação dicotômica de Direito em público e privado, modernamente, é mantida apenas para efeitos didáticos e mera conveniência acadêmica, haja vista ser o Direito uno e indivisível. Desta feita, percebe-se cada vez mais uma forte influência do Direito Constitucional sobre o que se denominava de Direito Privado.
Desta forma, vários ramos do Direito encontram sua norma-matriz na Constituição, através do que vem se denominando de constitucionalização do direito. A Norma Fundamental sai da sua posição de mero organizador da estrutura do Estado e sua função política, para prever diretamente institutos antes reservados ao Direito Privado.
É dizer, parece adequado não mais falarmos em ramos do direito, e sim em um verdadeiro escalonamento verticalizado e hierárquico das normas, apresentando-se a Constituição como norma de validade de todo o sistema, sendo necessária uma inevitável releitura dos institutos, notadamente os de Direito Civil, sob a ótica constitucional.
	
	
	
	
	ORAL TRF2
	
	15) Há direito adquirido contra a CR?
Resposta:
É firme a jurisprudência do STF no sentido de que inexiste direito adquirido contra a Constituição Federal, a despeito de todas as Constituições Brasileiras, com exceção da Carta Constitucional de 37, garantirem o direito adquirido e vedarem a retroatividade da lei prejudicial. Anote-se que, também, é assente a jurisprudência da Corte Suprema no sentido de que os dispositivos constitucionais têm vigência imediata, alcançando os efeitos futuros de fatos passados (retroatividade mínima). Salvo disposição em contrário - e a Constituição pode fazê-lo - eles não alcançam os fatos consumados no passado nem as prestações anteriormente vencidas e não pagas (retroatividade máxima e média, respectivamente).
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	PODER CONSTITUINTE ORIGINÁRIO
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Oral TRF1
	
	2) Depois da realização, da criação da CF, o Poder Constituinte Originário se esgota ou ele permanece? O que impede o Poder Constituinte Derivado de não poder violar as cláusulas pétreas?
Resposta:
Segundo Gilmar Medes, “o poder constituinte originário não se esgota quando edita uma Constituição. Ele subsiste fora da Constituição e está apto para se manifestar a qualquer momento. Trata-se, por isso mesmo de um poder permanente, e, como também é incondicionado, não se sujeita a formas prefixadas para operar. O poder constituinte originário, entretanto, não costuma fazer-se ouvir a todo momento, até porque não haveria segurança das relações se assim fosse”. Segundo Uadi Lâmmego Bulos, uma das características do poder constituinte originário é a latência: “é um poder latente, atemporal, contínuo, pois está pronto para ser acionado a qualquer momento”. Por ser um poder jurídico, instituído, o poder constituinte derivado é condicionado, limitado e subordinado às disposições estabelecidas pelo Poder Constituinte Originário.
	
	
	
	
	Oral TRF1
	Poder Constituinte Originário - Transição
	4) Dê um exemplo de um processo consensual de transição fora da hipótese de revolução, um processo não traumático?
Resposta:
Uma exemplo de processo consensual de transição fora das hipóteses de revolução ocorre por meio de uma assembleia ou convenção constituinte. Nessa hipótese, os representantes eleitos pelo povo elaboram a constituição. Exemplos: constituições brasileiras de 1891, 1934, 1946 e 1988 advieram de assembleias constituintes; já a constituição norte-americana de 1787 foi elaborada por uma convenção constituinte. Na revolução, um conjunto de pessoas, descontentes com o sistema, conclui que as vias normais de elaboração e reforma das constituições não funcionam; daí se rebelam contra a ideia de Direito prevalecente, e, pela força, exercitam o poder constituinte originário, implantando uma nova ordem jurídica.
5) O que seria o processo de descolonização, dentro do processo consensual de transição?
Resposta:
Descolonização é o nome genérico dado ao processo pelo qual uma ou várias colônias adquirem ou recuperam a sua independência. Dentro do processo consensual de transição, seria o reconhecimento, geralmente por meio de acordo, por parte da metrópole, da independência e soberania da colônia, que passaria a dispor do poder constituinte originário para fundação do seu próprio ordenamento jurídico.
	
	
	
	
	Oral TRF2
	Poder Constituinte Originário - Limites
	2) A Declaração Universal dos Direitos do Homem seria uma forma de limitação?
Resposta:
Com relação ao poder constituinte originário, segundo a doutrina, embora seja um poder ilimitado juridicamente, é certo que encontra, do ângulo filosófico, sociológico, econômico, religioso e político, limites ao seu exercício. A doutrina classifica esses limites em: ideológicos, institucionais e substanciais. Os limites substanciais, por sua vez, são subdivididos em imanentes, transcendentes e heterônomos. Limites transcendentes prendem-se aos direitos fundamentais, intrinsecamente ligados à dignidade humana, haja vista provirem de imperativos éticos superiores. Já os limites heterônomos condicionam o exercício do poder constituinte às normas de Direito Internacional, eis que representam responsabilidades e obrigações assumidas pelo Estado no plano externo. Portanto, a DUDH, seja por elencar direitos fundamentais, seja por declarar regras costumeiras de Direito Internacional de natureza imperativa (jus cogens), representa uma forma de limitação extrajurídica ao poder constituinte. Quanto ao poder constituinte derivado, além das limitações jurídicas impostas pelopoder originário, também se submete às barreiras extrajurídicas acima referidas.
4) Admite-se limitação implícita?
Resposta:
Sim. Limites implícitos, tácitos, indiretos ou inerentes são aqueles que não vêm prescritos pela linguagem do constitu8inte, embora sejam tão contundentes quanto os expressos. Proíbem a reforma de normas que estatuem limites, suja observância é obrigatória para se emendar ou revisar as constituições. O que foi prescrito pelo constituinte para uma reforma constitucional não pode ser atenuado, suprimido ou mudado. Exemplo: o constituinte reformador não pode suprimir o art. 60, § 4º, da CF (vedação da dupla revisão).
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	PODER CONSTITUINTE DERIVADO
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Oral TRF3
	Poder Constituinte Derivado
	3) Fale sobre o Poder Constituinte Derivado.
Resposta:
O poder constituinte derivado consiste em um poder jurídico, constituído. Pode ser de três espécies: decorrente, reformador e revisor. O poder decorrente é incumbido da elaboração das constituições estaduais. Seus limites são os princípios constantes do texto constitucional (sensíveis, extensíveis e estabelecidos). O poder revisor tem a função de proceder à uma revisão geral do texto constitucional. Apresenta limites formais (quórum de maioria absoluta dos membros do Congresso em sessão unicameral) e temporal (exercício no prazo de 5 anos a contar da promulgação da CF/88). O poder reformador é encarregado da elaboração das emedas constitucionais. São características do poder constituinte derivado: (a) Secundariedade: não existe por si só, pois é necessário que exista uma constituição para prevê-lo; (b) Subordinação: haure sua força na obra do poder constituinte originário; (c) Condicionado e limitado: deve observar os limites previstos, explícita e implicitamente, na constituição.
	
	
	
	
	ORAL TRF2
	
	5) Poder Constituinte Derivado é originário?
Resposta:
Poder Constituinte Originário é aquele que instaura uma nova ordem jurídica, rompendo por completo com a ordem jurídica precedente. Possui como características o fato de ser inicial, autônomo, ilimitado juridicamente (lembrando que a corrente Jusnaturalista enxerga, ao menos, uma limitação, qual seja, o respeito às normas de Direito Natural. Porém, o Brasil adotou a corrente Positivista, para a qual nem mesmo o Direito Natural limitaria a atuação do Poder Constituinte Originário. Modernamente – Canotilho –, fala-se, ainda, em observância de princípios de justiça e de Direito Internacional), incondicionado, soberano.
Poder Constituinte Derivado é criado e instituído pelo Originário, sendo, portanto, limitado e condicionado. Poder ser reformador (capacidade de modificar a Constituição Federal), decorrente (estruturar as Constituições dos Estados-membros e DF) ou revisor (revisar a Constituição Federal uma única vez).
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	PODER CONSTITUINTE DERIVADO - REFORMA E REVISÃO
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Oral TRF2
	Poder Constituinte Derivado - Reforma - Emenda x Revisão
	3) Qual seria a diferença básica entre emenda e revisão?
Resposta:
Emenda e revisão são espécies do gênero reforma constitucional. A emenda é recurso utilizado para realizar modificações em pontos específicos e localizados do texto maior. Emenda é reforma de menor extensão. A revisão constitucional é recurso que objetiva mudar a constituição amplamente. Revisão equivale a reforma de maior amplitude. Na CF/88, há diferenças quanto ao exercício do poder de reforme e do poder de revisão. A emenda será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros (art. 60, § 2º, da CF). A revisão constitucional será realizada após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do Congresso Nacional, em sessão unicameral (art. 3º do ADCT).
	
	
	
	
	Oral TRF2
	Poder Constituinte Derivado 
	8) Quais os veículos materiais do Poder Constituinte, como ele se materializa?
Resposta:
(embora minha resposta seja óbvia, a minha interpretação não permitiu imaginar outra coisa). O poder constituinte se materializa em normas formalmente constitucionais, seja elas originárias ou fruto de emendas constitucionais. No Brasil, é possível a materialização do poder constituinte por meio de tratados internacionais sobre direitos humanos aprovados, em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros.
	
	
	
	
	Oral TRF2 / TRF3 / TRF4
	Poder Constituinte Derivado - Limites
	3) Quais os tipos de limitação na CF? Quais as limitações ao Poder Constituinte Derivado?
Resposta:
As limitações ao poder constituinte derivado reformador são: (a) formais: ligam-se ao procedimento e legitimidade; (b) materiais: são as cláusulas pétreas; (c) circunstanciais: a CF não pode ser emendada em estado de defesa, em estado de sítio e durante intervenção federal; (d) temporais: a constituição não pode ser emendada durante certo prazo (não existe no Brasil); (e) implícitas: as normas que fixam o procedimento e estabelecem quais são as cláusulas pétreas não podem ser reformadas (vedação da dupla revisão). 
Classificam-se as limitações do poder constituinte decorrente em três princípios: (a) princípios constitucionais sensíveis: art. 34, VII, da CF; (b) princípios constitucionais extensíveis: tratam-se de normas de organização da União que se estendem aos Estados (ex.: arts. 28, 75 e 93, V); (c) princípios constitucionais estabelecidos: funcionam como balizas reguladoras da capacidade de auto-organização dos Estados.
	
	
	
	
	Oral TRF3
	Poder Constituinte Derivado - Limites
	1) “Não será objeto de emenda constitucional tendente a abolir...”. No parágrafo 2º deste artigo havia uma previsão de isenção aos aposentados que foi posteriormente suprimida por uma emenda constitucional, pergunta-se, sem levar em conta o efeito prático, esta emenda feriu cláusula pétrea?
Resposta:
(o dispositivo constitucional referido foi o art. 153, § 2º, II, da CF). “Mostra-se impertinente a alegação de que a norma do art. 153, § 2º, II, da CF não poderia ter sido revogada pela EC nº 20/98 por se tratar de cláusula pétrea. Essa norma não consagrava direito ou garantia fundamental, apenas previa a imunidade do imposto sobre a renda a um determinado grupo social. Sua supressão do texto constitucional, portanto, não representou a cassação ou o acolhimento de um direito fundamental e, tampouco, um rompimento da ordem constitucional vigente” (RE 372600-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, 2ª Turma, DJ 23/4/2004). Ressalte-se também que, segundo o STF, não à direito adquirido à não incidência tributária, bem como não há direito adquirido no aposentamento.
	
	
	
	
	Oral TRF2
	Poder Constituinte Derivado - EC
	7) Qual o trâmite das emendas constitucionais?
Resposta:
As EC pode ser propostas por um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou do Senado Federal; pelo Presidente da República; ou por mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de seus membros. A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros. A EC será promulgada pelas Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de ordem. A matéria constante de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada não pode ser objeto de nova proposta na mesma sessão legislativa.
	
	
	
	
	Oral TRF2
	Poder Constituinte Derivado - EC
	8) Quais são os temas vedados às emendas?
Resposta:
Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir: (a) a forma federativa de Estado; (b) o voto direto, secreto, universal e periódico; (c) a separação dos Poderes; (d) os direitos e garantias individuais. Segundo oSTF, as cláusulas pétreas não significam a intangibilidade literal da respectiva disciplina, mas sim a proteção ao núcleo essencial de determinados direitos, princípios e instituições.
	
	
	
	
	Oral TRF2
	Poder Constituinte Derivado - EC
	9) A vedação ao anonimato é possível ou é clausula pétrea?
Resposta:
(acho que a pergunta era se seria possível a supressão da vedação ao anonimato) A vedação ao anonimato é um limite à liberdade de expressão que consta do art. 5º, IV, da CF. Embora não consista no núcleo essencial da referida liberdade, temos que não pode ser suprimida, haja vista que possui natureza de cláusula pétrea. A vedação do anonimato é essencial para que seja possível o controle da liberdade de manifestação do pensamento, isto é, para que os limites a esse direito fundamental sejam observados. Em outras palavras, essa vedação garante a proteção não da liberdade de expressão em si, mas de outros direitos individuais, tais como a dignidade humana, o direto à honra e o direito à verdade.
	
	
	
	
	Oral TRF2
	Poder Constituinte Derivado - Tratados de DH
	5) Há algum tratado de direitos humanos que já foi incorporado após a EC nº 45 pelo quórum de emenda?
Resposta:
A Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York, em 30 de março de 2007, foi incorporada ao Direito brasileiro com status de norma constitucional nos termos do art. 5º, § 3º, da CF, haja vista sua aprovação em cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros. Essa convenção compõe o chamado bloco de constitucionalidade.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	PODER CONSTITUINTE DERIVADO - DECORRENTE
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	PODER CONSTITUINTE DIFUSO
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Oral TRF1
	Poder Constituinte difuso
	6) O que seria um Poder Constituinte Difuso?
Resposta:
O poder constituinte difuso é um poder de fato responsável pelas mutações constitucionais. Doutrinariamente, a Constituição poderá ser modificada por meio de processo formal ou informal. São tipos de modificação formal a emenda e a revisão constitucional. Já o processo informal evidencia-se na mutação constitucional. Mutação Constitucional não é a mudança do texto constitucional, mas a mudança da interpretação de um dispositivo constitucional.
	
	
	
	
	Oral TRF1
	Poder Constituinte Difuso
	7) Até aonde pode ir este poder difuso de mutação constitucional?
Resposta:
Como a mutação constitucional ocorre com a mudança da interpretação da constituição, o poder constituinte difuso encontra-se limitado pelo próprio texto constitucional. Destarte, não pode o intérprete conferir significado à norma constitucional que não seja abrangida pelo seu texto. Exemplo: defendendo a abstrativização do controle concreto de constitucionalidade, Gilmar Mendes propôs a mutação constitucional do art. 52, X, da CF. Para o Ministro, a função do Senado seria apenas a de dar publicidade à decisão do STF. Ocorre que o texto da CF/88 é claro ao atribuir ao Senado a função de suspender a execução de lei declarada inconstitucional pelo STF no controle concreto.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	TEORIA GERAL DAS CONSTITUIÇÕES
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Oral TRF1
	REpristinação
	2) Existe no Brasil o fenômeno da repristinação constitucional?
Resposta:
Consiste a repristinação em um revigoramento da vigência de uma norma pela revogação da norma que a tinha revogado. Exemplo do fenômeno poder ser mais esclarecedor (exemplo do Lenza). Norma produzida na égide da CF/46 não é recepcionada pela CF/67, pois incompatível com a mesma. Promulgada a CF/88, verifica-se que aquela Lei, produzida no período da CF/46 (que fora revogada – não recepcionada pela de 67), em tese poderia ser recepcionada pela CF/88, visto que totalmente compatível com ela. Daí, pergunta-se, pode a lei produzida durante a CF/46 voltar a produzir efeitos? Como regra, a CF/88 não admite a repristinação! Porém, há uma exceção. Se a nova ordem jurídica trouxer a permissão expressa possibilitando a repristinação, é possível a verificação deste instituto. Importante afirmar que efeito repristinatório em ADI não é a mesma coisa que repristinação. O primeiro é previsto na Lei 9.868/99, art.11, parágrafo 2º. 
	
	
	
	
	ORAL TRF2
	Repristinação
	4) Repristinação é automática?
Resposta:
A repristinação ocorre quando uma lei é revogada por outra e posteriormente a própria norma revogadora é revogada por uma terceira lei, que irá fazer com que a primeira tenha sua vigência restabelecida. Todavia, o artigo 2º, § 3º da LINDB (Decreto-Lei nº 4657, de 4/09/1942) aduz que a repristinação só é admitida se for expressa.
Contudo, a despeito da diferença dos institutos, solução diversa dar-se-á na hipótese de declaração de inconstitucionalidade da lei pelo STF, eis que a jurisprudência da Excelsa Corte entende que a lei revogada pela norma dita inconstitucional tem sua eficácia restabelecida, haja vista que o STF adota a teoria da nulidade em relação aos atos inconstitucionais. Sendo nula, não poderia gerar qualquer efeito jurídico, inclusive, o ab-rogante. É o chamado “efeito repristinatório.”
	
	
	
	
	Oral TRF2
	Recepção
	6) Na superveniência de uma nova constituição, fale sobre a recepção de normas.
Resposta:
Na superveniência de uma nova constituição, as normas anteriores, que são com ela compatíveis no seu conteúdo, continuam em vigor. Diz-se que, nesse caso, opera o fenômeno da recepção, que corresponde a uma revalidação das normas que não desafiam, materialmente, a nova constituição. Às vezes a recepção é expressa (ex.: Constituição de 1937). Todavia, o mais frequente é a recepção tácita. Deve-se a Kelsen a teorização do fenômeno da recepção, pelo qual se busca conciliar a ação do poder constituinte originário com a necessidade de se obviar vácuos legislativos. As normas que apresentam incompatibilidade meramente formal com a nova constituição, ainda assim serão recepcionadas com o status normativo prescrito pelo novo texto constitucional. Se a norma anterior à constituição não guarda compatibilidade de conteúdo com esta, não continuará a vigorar, havendo, aqui, quem considere ocorrer caso de revogação e quem veja na hipótese uma inconstitucionalidade superveniente. A matéria provocou debate no STF, que adotou a tese da revogação (não recepção). Prevalece na doutrina que as normas da constituição anterior, mesmo que compatíveis com a nova constituição, não podem ser recepcionadas, havendo sua revogação global.
	
	
	
	
	ORAL TRF2
	
	6) Como as Constituições são positivadas?
Resposta:
Promulgada: aquela em que o processo de positivação decorre de convenção, são votadas, originam de um órgão constituinte composto de representantes do povo, eleitos para o fim de elaborá-las. Ex.: Constituição de 1891, 1934, 1946, 1988.
Outorgada: aquela em que o processo de positivação decorre de ato de força, são impostas, decorrem do sistema autoritário. São as elaboradas sem a participação do povo. Ex.: Constituição de 1824, 1937, 1967, 1969.
Encontramos também a chamada Constituição Cesarista ou mistificada: não é propriamente outorgada, mas tampouco promulgada, ainda que criada com a participação popular.
Pactuadas: são aquelas em que os poderosos pactuavam um texto constitucional, o que aconteceu com a Magna Carta de 1215.
A expressão Carta Constitucional é usada hoje pelo STF para caracterizar as constituições outorgadas.
	
	
	
	 
	 Oral TRF2
	 
	 7) O que é promulgação?
Resposta:
Como manifestação do Poder Constituinte, Constituição promulgada seria aquela fruto da vontade popular, materializada através de uma Assembléia Nacional Constituinte instalada com essa finalidade, como sói ser a CF 1988.
	
	
	
	
	Oral TRF2
	
	8) Atos preparatórios à promulgação de uma Carta Política são atos constituintes? Qual a natureza?
Resposta:
Segundo José Afonso da Silva, os atos preparatórios possuemnatureza política. Como exemplo, teríamos a EC n. 26 de 27.11.85 que convocou a Assembléia Nacional Constituinte para elaborar a CF de 1988, instalada em 1.02.87, sob a presidência do Ministro do STF José Carlos Moreira Alves, pai do Des. Carlos Eduardo Moreira Alves, membro da Comissão.
	
	
	
	
	Oral TRF2
	
	9) Quantas constituições já tivemos no Brasil?
Resposta:
Foram oito. As de 1824, 1891, 1934, 1937, 1946, 1967 e EC-69, e a atual de 1988. Tecnicamente seriam sete, haja vista que a de 1969 foi uma Emenda Constitucional à Carta de 1967. Todavia, diante de seu caráter revolucionário, bem como a extensão da sua reforma no ordenamento, a doutrina constitucionalista a considera como uma Constituição autônoma.
	
	
	
	
	ORAL TRF2
	
	12) Todas as normas constitucionais são regulamentáveis?
Resposta:
Não. Celso Ribeiro Bastos e Carlos Ayres Britto classificam as normas constitucionais em normas de aplicação (regulamentáveis ou irregulamentáveis) e normas de integração (completáveis ou restringíveis). As de aplicação já estão aptas a produzir todos os seus efeitos, sendo que as irregulamentáveis incidem diretamente sobre os fatos regulados e rejeitam regramentos infraconstitucionais, sendo sua matéria tratada exclusivamente pelo texto constitucional. Já as regulamentáveis, embora plenas e consistentes, aceitam regulamentação infraconstitucional, sendo vedada, contudo, a alteração do seu conteúdo, sentido e alcance.
Por fim, as normas de integração são as que necessitam da atividade integradora do legislador ordinário para apresentarem aplicabilidade, pois necessitam de complementação.
	
	
	
	
	ORAL TRF2
	
	13) Exemplo de norma de eficácia plena.
Resposta:
São aquelas “aptas a produzir todos os seus efeitos, independentemente de norma integrativa infraconstitucional.” Um exemplo seria o art. 2º da CF/88. Outro bastante cobrado é o art. 230, §2º (gratuidade de transporte coletivo urbano para maiores de 65 anos – ADI 3768)
	
	
	
	
	ORAL TRF2
	
	14) Normas regulamentáveis constitucionais, o legislador tem competência absoluta ou está limitado? Na CR/1988 não há limites para a regulamentação, mas e a doutrina e a jurisprudência?
Resposta:
Está limitado. Nas normas regulamentáveis, é vedada a restrição ou alteração do seu conteúdo, sentido e alcance, consoante o escólio de Celso Ribeiro Bastos e Carlos Ayres Britto, que classificam as normas constitucionais em normas de aplicação (regulamentáveis ou irregulamentáveis) e normas de integração (completáveis ou restringíveis).
	
	
	
	
	Oral TRF1
	Desconstitucionalização
	5) O que é desconstitucionalização? É possível no Brasil?
Resposta:
“Trata-se do fenômeno pelo qual as normas da Constituição anterior, desde que compatíveis com a nova ordem, permanecem em vigor, mas com status de lei infraconstitucional. Ou seja, as normas da Constituição anterior são recepcionadas com o status de norma infraconstitucional pela nova ordem”(Lenza). Como regra geral, não é possível a aplicação do instituto no Brasil. Porém, se houver menção expressa na nova Constituição , é possível a aplicação do instituto.
	
	
	
	
	Oral TRF1
	Vacatio Constituitionis
	3) O que é vacatio constitutionis? Qual Constituição brasileira já teve esse período?
Resposta:
Quando uma cláusula expressa diferencie a entrada em vigor de todo texto constitucional, estabelecendo um interregno entre a publicação do ato de sua promulgação e a data de entrada em vigor de seus dispositivos , está aí a vacatio constitutionis. Impende ressaltar que a regra geral é a imediata vigência de uma ordem constitucional , considerando-se a vacatio constitutionis uma exceção. Apenas a CF de 1967/1969 utilizou o Vacatio Constitutionis.
	
	
	
	
	Oral TRF1
	Eficácia
	4) José Afonso da Silva e a eficácia das normas, fale sobre a classificação deste autor.
Resposta:
Segundo o professor JAS, as normas constitucionais podem ser de eficácia plena, contida e limitada. As primeiras são aquelas que ``receberam do constituinte normatividade suficiente à sua incidência imediata. Situam-se predominantemente entre os elementos orgânicos da constituição. Não necessitam de providência normativa ulterior para sua aplicação. Criam situações subjetivas de vantagem ou de vínculo, desde logo exigíveis``. Exemplos são o art. 2º art. 14, parágrafo 2º. As de eficácia contida têm aplicabilidade imediata e direta, mas possivelmente não integral, tendo em vista que pode haver uma restrição de sua aplicabilidade por intermédio do legislador infraconstitucional e, ainda, por obra do próprio texto constitucional. Exemplo sempre citado desta espécie é o art. 5º, VII, da Constituição Federal. Já as normas de eficácia limitada são aquelas que de imediato, no momento da entrada em vigor da Constituição, não têm o condão de produzir todos os seus efeitos, precisando de integração por obra do legislador infraconstitucional. As normas de eficácia limitada de dividem em normas de princípio institutivo (ou organizativo) e normas de princípio programático. As primeiras são esquemas gerais de organização e de estruturação dos órgãos e entidades. Como exemplo pode-se mencionar o art. 18, parágrafo 2º. Já as normas de eficácia limitada de cunho programático, veiculam programas a serem implementados pelo Estado, visando fins sociais. Como exemplo pode-se citar o art. 196 da CF, que trata da saúde. 
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	HERMENÊUTICA CONSTITUCIONAL
	
	
	
	 
	 
	 
	 
	
	
	
	STF 
	A CF e o STF
	Hermenêutica Constitucional - Mutação constitucional
	"A força normativa da Constituição da República e o monopólio da última palavra, pelo STF, em matéria de interpretação constitucional. O exercício da jurisdição constitucional – que tem por objetivo preservar a supremacia da Constituição – põe em evidência a dimensão essencialmente política em que se projeta a atividade institucional do STF, pois, no processo de indagação constitucional, assenta-se a magna prerrogativa de decidir, em última análise, sobre a própria substância do poder. No poder de interpretar a Lei Fundamental, reside a prerrogativa extraordinária de (re)formulá-la, eis que a interpretação judicial acha-se compreendida entre os processos informais de mutação constitucional, a significar, portanto, que ‘A Constituição está em elaboração permanente nos Tribunais incumbidos de aplicá-la’. Doutrina. Precedentes. A interpretação constitucional derivada das decisões proferidas pelo STF – a quem se atribuiu a função eminente de ‘guarda da Constituição’ (CF, art. 102, caput) – assume papel de essencial importância na organização institucional do Estado brasileiro, a justificar o reconhecimento de que o modelo político-jurídico vigente em nosso País confere, à Suprema Corte, a singular prerrogativa de dispor do monopólio da última palavra em tema de exegese das normas inscritas no texto da Lei Fundamental." 
	
	
	
	 
	 
	 
	 
	
	
	
	
	
	
	DIREITOS FUNDAMENTAIS
	
	
	
	 
	 
	 
	 
	
	
	
	STF Pleno
	631
	Direitos e Garantias - Reunião - Livre manifestação do pensamento - "Marcha da Maconha"
	Por entender que o exercício dos direitos fundamentais de reunião e de livre manifestação do pensamento devem ser garantidos a todas as pessoas, o Plenário julgou procedente pedido formulado em ADPF para dar, ao art. 287 do CP, com efeito vinculante, interpretação conforme a Constituição, de forma a excluir qualquer exegese que possa ensejar a criminalização da defesa da legalização das drogas, ou de qualquer substância entorpecente específica, inclusive através de manifestações e eventos públicos. Apontou-se, ademais, que as minorias também titularizariam o direito de reunião. Reputou-se que a mera proposta de descriminalização de determinado ilícito penal não se confundiria com ato de incitação à prática do crime, nem com o de apologia de fato criminoso.
	
	
	
	STF Pleno
	529
	Direitos e Garantias - Inviolabilidade do Domicílio - Escritório de Advocacia
	Não obstantea equiparação legal da oficina de trabalho com o domicílio, julgou-se ser preciso recompor a ratio constitucional. Considerou-se ser, no mínimo, duvidosa, a equiparação entre escritório vazio com domicílio stricto sensu, que pressupõe a presença de pessoas que o habitem. (Caso em que se colocou, mediante autorização judicial, aparelhos de escuta durante à noite em escritório de advocacia - STF aceitou, afastando a inviolabilidade de domicílio e refutou alegação de prova ilícita)
	
	
	
	STF Pleno
	551
	Direitos e Garantias - Livre exercício do trabalho - Qualificações exigidas por lei
	A doutrina constitucional considera que as qualificações profissionais a que se refere o art. 5º, XIII, da CF somente poderiam ser exigidas, pela lei, daquelas profissões que, de alguma forma, poderiam trazer perigo de dano à coletividade ou prejuízos diretos a direitos de terceiros, sem culpa das vítimas, como a medicina e as demais profissões ligadas à área da saúde, a engenharia, a advocacia e a magistratura, dentre outras. Dessa forma, a profissão de jornalista, por não implicar tais riscos, não poderia ser objeto de exigências quanto às condições de capacidade técnica para o seu exercício.
	
	
	
	STF Pleno
	634
	Exercício profissional. Registro - Músico
	Nem todos os ofícios ou profissões podem ser condicionadas ao cumprimento de condições legais para o seu exercício. A regra é a liberdade. Apenas quando houver potencial lesivo na atividade é que pode ser exigida inscrição em conselho de fiscalização profissional. A atividade de músico prescinde de controle. Constitui, ademais, manifestação artística protegida pela garantia da liberdade de expressão. (princípio da mínima intervenção, como vetor para se averiguar a adequabilidade das restrições ao exercício profissional)
	
	
	
	STF
	HC 70814
	Direitos e Garantias - Sigilo de correspondência
	A administração penitenciária com fundamento em razões de segurança pública pode, excepcionalmente, proceder à interceptação de correspondência remetida pelos presos, eis que a cláusula da inviolabilidade de sigilo epistolar não pode constituir instrumento de salvaguarda para práticas ilícitas. (pano de fundo: não há qualquer direito ou garantia absoluta)
	
	
	
	STF - Pleno
	613
	Direitos e Garantias - Sigilo Bancário - Quebra - Receita Federal 
	STF reconheceu a impossibilidade de quebra de sigilo bancário pela RFB. Argumentos: 1) supremacia da Constituição, tendo em conta que ato normativo abstrato autônomo haveria de respeitar o que nela se contém - figurar no rol das garantias constitucionais a inviolabilidade do sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas (art. 5º, XII), bem como o acesso ao Poder Judiciário visando a afastar lesão ou ameaça de lesão a direito (art. 5º, XXXV). A regra seria assegurar a privacidade das correspondências, das comunicações telegráficas, de dados e telefônicas, sendo possível a mitigação por ordem judicial, para fins de investigação criminal ou de instrução processual penal; 2) primado do Judiciário, porquanto não se poderia transferir a sua atuação, reservada com exclusividade por cláusula constitucional, a outros órgãos, sejam da Administração federal, estadual ou municipal; e 3) prerrogativa de foro, haja vista que seu detentor somente poderia ter o sigilo afastado ante a atuação fundamentada do órgão judiciário competente.
	
	
	
	STF 2aT
	662
	Direitos e Garantias - Sigilo Bancário - Quebra - TCU
	O TCU não detém legitimidade para requisitar diretamente informações que importem quebra de sigilo bancário. (não está contemplado na LC 105 - já teve posicionamento do Pleno nesse sentido tb)
	
	
	
	STF 1aT
	HC 106225
	
	o sigilo das comunicações entre o advogado e seu cliente também não é de caráter absoluto. Assim, observados os requisitos da Lei 9.296/96, nada impede que se decrete, para fins de investigação criminal, a quebra do sigilo de comunicações telefônicas, ainda que algumas delas digam respeito à relação advogado-cliente
	
	
	
	STF - Pleno
	567
	Direitos e Garantias - Ato jurídico perfeito
	O ato jurídico perfeito revela garantia que deve ser preservada até mesmo diante da atuação do poder constituinte reformador.
	
	
	
	STJ 3aT
	420
	Direitos e Garantias - Direito de Resposta - Inconstitucionalidade da Lei de Imprensa - Analogia art. 14 Pacto San José da Costa Rica - art. 58 Lei 9.504/97 - Impossibilidade da publicação da sentença
	Como consabido, o STF, ao julgar a ADPF 130-DF, declarou que a Lei de Imprensa (Lei n. 5.250/1967) não foi recepcionada pela CF/1988. Contudo, permanece passível de proteção jurídica o direito constitucional de resposta, mas não mais nos termos em que previsto nos arts. 29 a 36 da Lei de Imprensa. Para dar amparo a tal direito, o Judiciário deverá valer-se da analogia (como discutido pelo STF quando do julgamento da citada ADPF), ao invocar o art. 14 do Pacto de San Jose da Costa Rica e o art. 58 da Lei n. 9.504/1997 (Eleições). O princípio da reparação integral do dano (art. 159 do CC/1916 e arts. 186, 187 e 927 a 943 do CC/2002) não tem alcance suficiente para abranger o direito à publicação de sentença, providência de fundamento único na Lei de Imprensa não recepcionada. Até que aprovada uma nova Lei de Imprensa, está assegurado aos cidadãos apenas o exercício do direito de resposta, mas não a faculdade de requerer publicação da sentença no veículo de comunicação ofensor.
	
	
	
	STF 
	A CF e o STF
	Direitos e Garantias - Liberdade de imprensa - Figura pública
	É importante acentuar, bem por isso, que não caracterizará hipótese de responsabilidade civil a publicação de matéria jornalística cujo conteúdo divulgar observações em caráter mordaz ou irônico ou, então, veicular opiniões em tom de crítica severa, dura ou, até, impiedosa, ainda mais se a pessoa a quem tais observações forem dirigidas ostentar a condição de figura pública, investida, ou não, de autoridade governamental, pois, em tal contexto, a liberdade de crítica qualifica-se como verdadeira excludente anímica, apta a afastar o intuito doloso de ofender (crime de tendência intensificada). Com efeito, a exposição de fatos e a veiculação de conceitos, utilizadas como elementos materializadores da prática concreta do direito de crítica, descaracterizam o animus injuriandi vel diffamandi, legitimando, assim, em plenitude, o exercício dessa particular expressão da liberdade de imprensa. (...) É preciso advertir, bem por isso, notadamente quando se busca promover, como no caso, a repressão à crítica jornalística, mediante condenação judicial ao pagamento de indenização civil, que o Estado – inclusive o Judiciário – não dispõe de poder algum sobre a palavra, sobre as idéias e sobre as convicções manifestadas pelos profissionais dos meios de comunicação social.” (AI 505.595, Rel. Min. Celso de Mello, decisão monocrática, julgamento em 11-11-2009, DJE de 23-11-2009.)
	
	
	
	STF - Pleno
	598
	Direitos e Garantias - Direito de Crítica - Humor no período eleitoral
	É possível, no curso do processo eleitoral, o exercício do direito de crítica, de opinião, mesmo que contundente, pelos meios de comunicação social por radiodifusão, estando vedado o patrocínio de candidatura. Entendeu-se, em sede liminar e por maioria, que são inconstitucionais os dispositivos da Lei 9.504/97 que restringiam a prática de humor no período eleitoral. O humor poderia ser considerado imprensa, sendo aplicáveis, à espécie, as diretrizes firmadas no julgamento da ADPF 130/DF. Consignou-se que a dignidade da pessoa humana já estaria tutelada pelo Código Penal, que criminaliza as ofensas à honra caracterizadoras de calúnia, de injúria e de difamação, e pelo Código Eleitoral. Por fim, aduziu-se que, durante o período eleitoral, a liberdade de imprensa deveria ser maior, haja vista ser o momento em que o cidadão mais precisa de plenitude de informação.
	
	
	
	STF - Pleno
	584
	Direitos e Garantias - Lei de Anistia
	A Lei 6.683/79(Lei da Anistia) é compatível com a CRFB de 1988, e a anistia por ela concedida foi ampla e geral, alcançando os crimes de qualquer natureza praticados pelos agentes da repressão no período compreendido entre 2.9.61 e 15.8.79 (conceito e definição de “crime político” pela Lei n. 6.683/79, onde são crimes conexos aos crimes políticos “os crimes de qualquer natureza relacionados com os crimes políticos ou praticados por motivação política”; podem ser de “qualquer natureza”, mas [i] hão de terem estado relacionados com os crimes políticos ou [ii] hão de terem sido praticados por motivação política). A lei da anistia teve caráter bilateral. Há necessidade de, no caso de lei-medida, interpretar-se, em conjunto com o seu texto, a realidade no e do momento histórico no qual editada (no caso, a realidade histórico-social da migração da ditadura para a democracia política, da transição conciliada de 1979), e não a realidade atual. Consignou-se que a Constituição não recebe leis em sentido material, abstratas e gerais, mas não afeta, por outro lado, leis-medida que a tenham precedido. A anistia da Lei 6.683/79 teria sido reafirmada, no texto da EC 26/85, pelo Poder Constituinte da Constituição de 1988. A emenda constitucional produzida pelo Poder Constituinte originário teria constitucionalizado a anistia. Assim, afirmada a integração da anistia de 1979 na nova ordem constitucional, ter-se-ia que sua adequação à CRFB de 1988. Revisão de lei de anistia, se mudanças do tempo e da sociedade a impuserem, haverá — ou não — de ser feita pelo Poder Legislativo, não pelo Poder Judiciário.
	
	
	
	STF - Pleno
	Jurisp Dom 8
	Direitos e Garantias - Sociais - Salário Mínimo
	A garantia do salário mínimo, a que se referem os artigos 7º, IV, e 39, § 3º, da CF, corresponde ao total da remuneração percebida pelo servidor e não ao seu salário-base. 
	
	
	
	STF 
	Súm Vinc 4
	Direitos e Garantias - Sociais - Salário Mínimo 
	Salvo nos casos previstos na constituição, o salário mínimo não pode ser usado como indexador de base de cálculo de vantagem de servidor público ou de empregado, nem ser substituído por decisão judicial.
	
	
	
	STF
	611
	Vinculação do salário-mínimo
	Citou, em seguida, o julgamento do RE 565714/SP (DJe de 8.8.2008), no qual a Corte expressamente teria consignado a possibilidade extraordinária de manutenção do salário mínimo como base de cálculo do adicional de insalubridade com o objetivo de preservar a irredutibilidade de salários - ponderação, no caso, da aplicação da SV 4.
	
	
	
	STF - Pleno
	614
	Direitos e Garantias - Sociais - Vinculação ao salário mínimo - Ponderação - Afastamento da SV 4
	reputou-se, em princípio, que o art. 16 da Lei 7.394/85 (fixação do salário dos técnicos em radiologia em 2 SMs) seria incompatível com art. 7º, IV, da CF, mas, a fim de evitar uma anomia, resolveu-se continuar aplicando os critérios estabelecidos pela lei em questão, até que sobrevenha norma que fixe nova base de cálculo, seja lei federal, editada pelo Congresso Nacional, sejam convenções ou acordos coletivos de trabalho, ou, ainda, lei estadual, editada conforme delegação prevista na Lei Complementar 103/2000. Determinou-se, ainda, o congelamento da base de cálculo em questão, para que seja calculada de acordo com o valor de 2 salários mínimos vigente na data do trânsito em julgado desta decisão, de modo a desindexar o salário mínimo, valor este que deverá ser corrigido com base nos índices de reajustes de salários. Trata-se de verdadeira ponderação entre a vedação da vinculação ao salário mínimo e o princípio da irredutibilidade dos vencimentos, princípio esse que serviu para afastar a aplicação da Súmula Vinc n 4, e permitir que fosse, para esse caso específico, estabelecida uma vinculação ao salário mínimo, enquanto a situação não viesse a ser regulamentada por lei posterior.
	
	
	
	STF - Pleno
	Rep Geral 23
	Direitos e Garantias - Sociais - Adicional de insalubridade - Impossibilidade de o Poder Judiciário alterar o critério legal de cálculo
	Em que pese o reconhecimento da não-recepção dos dispositivos legais que vinculam o adicional de insalubridade ao salário mínimo, por afronta ao inc. IV do art. 7o CF, o Tribunal assevera que a alteração da base de cálculo do adicional de insalubridade e do correspondente critério de reajuste dependerá de lei de iniciativa do Poder Executivo, e que não cabe ao Poder Judiciário atuar como legislador positivo, para substituir os critérios legais de cálculo.
	
	
	
	STF - Pleno
	630
	Divulgação de salários/subsídios de servidores
	Decisão de ente Federado que resolve publicar os salários brutos de seus servidores, juntamente com o nome e matrícula destes, não é inconstitucional, porque a transparência orçamentária (gasto público) pode ir ao ponto de afetar a intimidade do funcionário público. Julgado:
Reputou-se que o princípio da publicidade administrativa, encampado no art. 37, caput, da CF, significaria o dever estatal de divulgação de atos públicos. Destacou-se, no ponto, que a gestão da coisa pública deveria ser realizada com o máximo de transparência, excetuadas hipóteses constitucionalmente previstas, cujo sigilo fosse imprescindível à segurança do Estado e da sociedade (CF, art. 5º, XXXIII). Frisou-se que todos teriam direito a receber, dos órgãos públicos, informações de interesse particular ou geral, tendo em vista a efetivação da cidadania, no que lhes competiria acompanhar criticamente os atos de poder. Aduziu-se que a divulgação dos vencimentos brutos de servidores, a ser realizada oficialmente, constituiria interesse coletivo, sem implicar violação à intimidade e à segurança deles, uma vez que esses dados diriam respeito a agentes públicos em exercício nessa qualidade. Afirmou-se, ademais, que não seria permitida a divulgação do endereço residencial, CPF e RG de cada um, mas apenas de seu nome e matrícula funcional. Destacou-se, por fim, que o modo público de gerir a máquina estatal seria elemento conceitual da República
	
	
	
	STF - Pleno
	ADPF 54
	Interrupção de gravidez de feto anencéfalo é atípica
	É inconstitucional a interpretação segundo a qual a interrupção da gravidez de feto anencéfalo seria conduta tipificada nos arts. 124, 126 e 128, I e II, do CP. 
A interrupção da gravidez de feto anencéfalo é atípica. 
Não se exige autorização judicial para que o médico realize a interrupção de gravidez de feto anencéfalo. 
Principais argumentos:
- não se trata de aborto, pois não há possibilidade de vida extra-uterina;
- não se trata de aborto eugênico (ref. às práticas nazistas), pois não há possibilidade de vida extra-uterina. Para tanto, pressupõe-se vida, que seria ceifada por padrões imoralmente eleitos;
- a tipificação penal da interrupção da gravidez de feto anencéfalo não se coaduna com a CF, notadamente com os preceitos que garantem o Estado laico, a dignidade da pessoa humana, o direito à vida e a proteção da autonomia, da liberdade, da privacidade e da saúde. Laicidade (não tem religião oficial) é diferente de laicismo (é avesso a religiões). Para serem aceitáveis os argumentos de entidades religiosas, haveria a necessidade de serem traduzidos em "razões públicas", ou seja, expostos de maneira que a adesão a eles independesse de qualquer crença.
- Não há conflito entre o direito à vida dos anencéfalos e o direito da mulher à dignidade (conflito aparente). Isso porque, segundo o Min. Relator, direito à vida de anencéfalo seria um termo antitético considerando que o anencéfalo, por ser absolutamente inviável, não seria titular do direito à vida. É juridicamente morto de acordo com o conceito de morte cerebral posto na Lei 9.434/97
	
	
	
	
	Oral TRF3
	Propriedade - Função Social
	1) Qual a função social da propriedade?
Resposta:
	
	
	
	
	Oral TRF3
	Propriedade - Meio Ambiente
	2) Há colisão entre propriedade e meio ambiente? Em que caso prevalece o primeiro, e em q caso prevalece o último?
Resposta:
	
	
	
	
	Oral TRF3
	Intimidade / Privacidade x Direitoà informação
	6) Como se define o impasse entre violação à privacidade e direito de informação quando a privacidade é de uma pessoa pública, famosa?
Resposta:
	
	
	
	
	Oral TRF1
	Direito de Greve
	1) Qual a posição mais recente do STF acerca do direito de greve dos servidores públicos da União?
Resposta:
	
	
	
	
	Oral TRF1
	Duração razoável do processo
	2) Qual a mais valia da duração razoável do processo?
Resposta:
9) Princípio da Duração Razoável do processo se confunde com celeridade?
Resposta:
	
	
	
	
	Oral TRF2
	
	1) Diferença entre direitos humanos e direitos individuais.
Resposta:
	
	
	
	
	Oral TRF2
	Segurança pública
	2) Segurança pública (art. 144, CR/1988), seria também um direito fundamental?
Resposta:
	
	
	
	
	Oral TRF2
	Vedação da proteção deficiente
	3) No que consiste o princípio da proibição da proteção deficiente?
Resposta:
4) Art. 5º, XLIII, CR/1988 (XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a prática da tortura , o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo evitá-los, se omitirem), é uma cláusula pétrea?
Resposta:
	
	
	
	
	Oral TRF2
	Direito ao Lazer
	5) Direito ao lazer se insere em uma das figuras da 1a., 2a. ou 3ª. dimensão? (Para Poul, melhor seria ir da 3ª. ou 4ª. geração, porque o Estado não pode ser obrigado a atuar, por isso não é de 2ª. geração)
Resposta:
	
	
	
	
	Oral TRF2
	Sindicabilidade dos direitos sociais
	6) Efetividade: discorra sobre cada um dos direitos individuais coletivos exemplificando-os. Quais os instrumentos que existem para que se tornem efetivos?
Resposta:
7) A sindicabilidade dos direitos sociais: o que vem a ser isso, como está se dando, porque está ocorrendo e quais são as visões – umas contra, outras a favor – que podemos encontrar no Supremo a respeito.
Resposta:
8) Em uma situação (em que por um lado entende-se) que um tipo efetividade dada pelo Poder Judiciário a esses direitos individuais, fundamentais estaria a se criar uma “política de Estado parelela” (pois em razão da ausência desta se estaria recorrendo ao Judiciário, que talvez não tenha essa ponderação quanto ao conteúdo), e outra corrente que acha que os direitos individuais e fundamentais não poderiam ser fraudados ao cidadão na medida em que há a omissão do Poder Público em torná-los efetivos; Entre esses dois extremos, o sr. como magistrado, veria espaço para uma terceira possibilidade ou se filiaria a uma delas?
Resposta:
	
	
	
	
	Oral TRF2
	Assistência espiritual
	11) Há direito à assistência espiritual? É de que geração? Tem artigo na CR/1988?
Resposta:
	
	
	
	
	Oral TRF2
	Garantias
	12) Garantias institucionais e garantias constitucionais são diferentes?
Resposta:
18) Separação dos Poderes é uma garantia constitucional ou garantia da constituição (institucional)?
Resposta:
19) A estabilidade do servidor público é garantia constitucional?
Resposta:
20) E o princípio da ampla defesa?
Resposta:
	
	
	
	
	Oral TRF1
	Art. 6o - Eficácia
	1) Art. 6º da CF/88 – qual a eficácia desta norma? E a norma relacionada à participação dos lucros da empresa, como se classificaria?
Resposta:
A primeira observação que deve ser feita com relação a esse ponto é com relação à natureza dos direitos sociais. Ou seja, são estes direitos “direitos fundamentais”? A imensa maioria da doutrina afirma que sim, mesmo o STF em alguns de seus julgados não afirmar expressamente que direitos sociais são fundamentais.
Superado este ponto, há, em destaque, três correntes acerca da aplicabilidade dos direitos fundamentais (aqui, conforme a maioria da doutrina, considerar-se-á que direitos sociais são fundamentais). Para Manoel Gonçalves Ferreira Filho, sob pena de inverter-se a natureza das coisas, só têm aplicabilidade imediata aqueles direitos que as normas definidoras são completas em sua estrutura e dispositivo. Já uma segunda corrente (por todos, Eros Grau), afirma que os direitos fundamentais são de aplicabilidade imediata mesmo se as normas que os definem sejam de cunho programático. Por fim, Ingo Sarlet e Gilmar Mendes declaram que, em certas ocasiões, não há como dispensar um tratamento legislativo para concretizar um direito fundamental. Em outras ocasiões, independentemente de tratamento legislativo, podem os direitos fundamentais atingirem eficácia imediata. Ademais, há que se destacar que há, ínsito a qualquer direito fundamental, uma carga defensiva, um efeito paralisante contra qualquer ingerência tendente a obstar o exercício de um direito fundamental. 
Quanto à participação dos empregados nos lucros, trata-se de norma de eficácia limitada, na já clássica classificação de José Afonso da Silva. 
	
	
	
	 
	 
	 
	 
	
	
	
	
	
	
	REMÉDIOS CONSTITUCIONAIS
	
	
	
	 
	 
	 
	 
	
	
	
	
	
	
	MANDADO DE SEGURANÇA
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Oral TRF2
	MS - Ato normativo
	17) Mandado de Segurança contra ato normativo do Presidente do STF, é possível? Seria um ato normativo em tese?
Resposta:
	
	
	
	STF - Pleno
	MI 20 594
	MI Coletivo
	A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de admitir a utilização de Mandado de Injunção Coletivo pelos organismos sindicais e pelas entidades de classe, com a finalidade de viabilizar, em favor dos membros ou associados dessas instituições, o exercício de direitos assegurados pela Constituição.
	
	
	
	STF 1aT
	638
	Legitimidade - Sindicato - Registro no Ministério do Trabalho
	Sindicato registrado em cartório de pessoas jurídicas possui personalidade jurídica, independentemente de registro no Ministério do Trabalho, motivo por que é parte legítima para atuar na defesa dos integrantes da categoria.
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	HABEAS DATA
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Oral TRF2
	Habeas Data
	16) O habeas data é instrumento adequado para ter vistas do processo administrativo?
Resposta:
22) Qual o instrumento mais adequado para recusa de vista em processo administrativo? Habeas Corpus pode?
Resposta:
14) Recusa estatal de fornecer certidões. Quais instrumentos são adequados? Seria possível ACP?
Resposta:
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	AÇÃO POPULAR
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Oral TRF2
	Ação popular
	21) As ações populares podem ser julgadas no STF originariamente?
Resposta:
	
	
	
	 
	 
	 
	 
	
	
	
	
	
	
	ORDEM SOCIAL
	
	
	
	 
	 
	 
	 
	
	
	
	
	
	
	SAÚDE
	
	
	
	 
	 
	 
	 
	
	
	
	
	Oral TRF2
	Saúde - LC 141
	8) A recente lei complementar 141/2012 prevê a aplicação mínima de recursos para a saúde. Existe vinculação do PIB do país para a aplicação mínima de recursos para a saúde? Pode haver essa vinculação? A Constituição autorizaria ou de alguma maneira isto estaria comprometendo o desenvolvimento do país?
Resposta:
Sim, a vinculação existe (Art. 5º A União aplicará, anualmente, em ações e serviços públicos de saúde, o montante correspondente ao valor empenhado no exercício financeiro anterior, apurado nos termos desta Lei Complementar, acrescido de, no mínimo, o percentual correspondente à variação nominal do Produto Interno Bruto (PIB) ocorrida no ano anterior ao da lei orçamentária anual). Considerando o § 2º deste preceito, segundo o qual “em caso de variação negativa do PIB, o valor de que trata o caput não poderá ser reduzido, em termos nominais, de um exercício financeiro para o outro”, pode-se concluir que a fórmula adotada pelo legislador pode comprometer o desenvolvimento do país, pois a manutenção do valor orçamentário nominal implica, diante da inflação, na redução dos investimentos públicos na saúde sob uma perspectiva substancial.
	
	
	
	
	Oral TRF2
	Saúde - SUS - Ressarcimento - Planos Privados
	5) Já ouviu falar da figura do ressarcimentoao SUS? Do que cuida essa temática?
 Dentro da definição de que a saúde atende a todos indistintamente, essa cobrança seria legítima ou não? Haveria quebra da isonomia no sentido de quem tem um plano de saúde vai ter que arcar com aquele determinado valor? Haveria uma quebra dessa “coluna vertebral” da Constituição que independe dessa contrapartida?
Resposta:
O instituto do ressarcimento ao SUS é previsto no artigo 32 da Lei nº 9.656/98, o qual prevê, em síntese, que as operadoras de planos privados de saúde devem ressarcir o SUS quando a pessoa, ao invés de realizar o procedimento na rede privada, procura o serviço público de saúde. Quem sustenta a legitimidade do instituto afirma que o mesmo se fundamenta da vedação de enriquecimento sem causa das operadoras de planos de saúde, já remuneradas pelo particular para arcar com o procedimento realizado pelo SUS. Fato é, porém, que se verifica uma hipótese de remuneração pelo serviço público de saúde, ainda que mediada pela operadora, o que, em princípio, vai de encontro à diretriz constitucional da gratuidade.
6) Tendo em vista que essa cobrança é feita do prestador (plano de saúde), não implicaria - uma vez o empresário sabedor de que lá na frente vai haver esse ressarcimento - em um repasse nos valores do plano de saúde, onerando mais ainda quem tem o plano de saúde ou não? Não ocorreria esse efeito perverso?
Resposta:
Em tese, é possível que as operadoras de planos de saúde, antevendo o ressarcimento ao SUS, repassem o valor do ressarcimento ao consumidor, que, além de onerado ainda mais, estaria indiretamente pagamento pelo serviço público de saúde. Tal fato pode, no jogo dos argumentos, ser ponderado em prol da ilegitimidade do instituto do ressarcimento ao SUS.
	
	
	
	STF - Pleno
	579
	Ordem Social - Saúde - Responsabilidade - Entes Federativos
	Registrou-se estar em trâmite na Corte a Proposta de Súmula Vinculante 4, que propõe tornar vinculante o entendimento jurisprudencial a respeito da responsabilidade solidária dos entes da Federação no atendimento das ações de saúde (apesar do tema suscitar questões delicadas no tocante a responsabilidade de cada ente frente às prestações de saúde, ao se determinar a responsabilidade da União no fornecimento do tratamento, estar-se-ia seguindo as normas constitucionais que fixaram a competência comum (CF, art. 23, II), a Lei federal 8.080/90 (art. 7º, XI) e a jurisprudência do Supremo). 
	
	
	
	STJ 1aT
	433
	Ordem Social - Saúde
	Concessão de segurança, por maioria, para que o Estado forneça gratuitamente medicamentos de alto custo, quando não atende requisitos previstos no Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas do Ministério da Saúde (no caso, ainda havia dúvida com relação à eficácia do medicamento no tratamento da doença manifestada. Privilegiou-se os laudos médicos públicos e privados que recomendaram o uso).
	
	
	
	STF e TRFs
	Emagis
	Fornecimento de medicamentos - Solidariedade - Legitimidade passiva disjuntiva
	A jurisprudência e a doutrina vem concluindo que a responsabilidade pelo fornecimento de medicamento não disponibilizado ordinariamente pelo SUS para quem dele necessite é solidária de todos os entes políticos integrantes da Federação, observada apenas a pertinência geográfica das entidades menores em relação ao domicílio do doente. Deste modo, todos eles possuem legitimidade passiva disjuntiva para figurarem como réu nas referidas ações judiciais, o que significa dizer que ao autor cabe, como exclusividade, decidir se ingressa contra apenas um daqueles entes, contra dois deles ou contra todos. Nesse sentido: “O recebimento de medicamentos pelo Estado é direito fundamental, podendo o requerente pleiteá-los de qualquer um dos entes federativos, desde que demonstrada sua necessidade e a impossibilidade de custeá-los com recursos próprios. Isto por que, uma vez satisfeitos tais requisitos, o ente federativo deve se pautar no espírito de solidariedade para conferir efetividade ao direito garantido pela Constituição, e não criar entraves jurídicos para postergar a devida prestação jurisdicional”. (STF, RE 607381); “Inadmissível condicionar a fruição de direito fundamental e inadiável à discussão acerca da parcela de responsabilidade de cada ente da Federação em arcar com os custos de tratamento médico cujo fornecimento fora determinado por meio de decisão judicial” (TRF1). “O cumprimento do dever político-constitucional de proteção à saúde, consagrado no art. 196 do Texto Básico, obriga o Estado (gênero) em regime de responsabilidade solidária entre as pessoas políticas que o compõem, dada a unicidade do Sistema (art. 198, CF/88)” (TRF2)
	
	
	
	
	Emagis
	Fornecimento de medicamentos - Requisitos ao reconhecimento do direito 
	Segundo vem entendendo a jurisprudência, são os seguintes os requisitos para o reconhecimento do direito ao fornecimento, na via judicial, de medicamento não disponibilizado ordinariamente pelo SUS, os quais são fruto justamente da ponderação prática concreta dos valores constitucionais colidentes (de um lado, direitos fundamentais sociais de cunho prestacional para cuja satisfação demanda-se a realização de gastos públicos – entre os quais se inclui o direito á saúde –; de outro, a contingência financeira, a limitação orçamentária do Estado, que impede, ao menos a princípio, seja plenamente satisfeita a totalidade das pretensões relacionadas àqueles direitos):
1 – insuficiência de recursos financeiros do requerente;
2 – comprovada eficácia terapêutica do medicamento pleiteado, somada à sua essencialidade para o tratamento;
3 – inexistência de tratamento eficaz fornecido pelo SUS que substitua aquele pretendido.
	
	
	
	 
	Questão TRF1
	 
	D) Em todas as opções que versem sobe ação de fornecimento de medicamento, a União deverá ser chamada ao processo.
(E) – GABARITO PRELIMINAR 
-STJ e STF não admitem chamamento ao processo da União no caso de ação de fornecimento de medicamento. 
- AgRg no AREsp 28718 / SC – STJ 1aT – 
2. (...) No caso dos autos, não se discute, propriamente, a existência de solidariedade entre os entes federativos para o fornecimento de medicamento, mas o suposto direito de o Estado chamar ao processo a União. (...) 3. É pacífico entendimento jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça, no sentido de que o chamamento ao processo não é adequado às ações que tratam de fornecimento de medicamentos. (...) 4. Entendimento esse que também é compartilhado pelo Supremo Tribunal Federal, a exemplo do que fora decidido por ocasião do julgamento do RE 607381, no qual se concluiu que o chamamento ao processo da União Federal, nas ações movidas contra Estados e que visam o fornecimento de medicamentos, é medida inútil e protelatória, porquanto "o objetivo do chamamento ao processo é garantir ao devedor solidário o direito de regresso caso seja perdedor da demanda; configura atalho processual para se exigir dos demais co-devedores o pagamento de suas respectivas cotas da dívida. 
	
	
	
	STF e STJ
	Emagis
	Forncecimento de medicamentos - Solidariedade passiva - Chamamento ao processo - Impossiblidade
	Para o STF: “In casu, o chamamento ao processo da União pelo Estado de Santa Catarina revela-se medida meramente protelatória que não traz nenhuma utilidade ao processo, além de atrasar a resolução do feito, revelando-se meio inconstitucional para evitar o acesso aos remédios necessários para o restabelecimento da saúde da recorrida” (RE 607381). No mesmo sentido o STJ: “Conforme o entendimento jurisprudencial do STJ, nas ações que versem sobre fornecimento de medicamentos, o chamamento ao processo não é cabível. Isso porque se trata de instituto típico de obrigações solidárias de pagar quantia, não sendo possível sua interpretação extensiva para abranger obrigações de entregar coisa certa” (AgRg no AREsp 121002). “A hipótese de chamamento ao processo prevista no art. 77, III, do CPC é típica de obrigações solidárias de pagar quantia” (REsp 1150283).
	
	
	
	STF, STJ e TRFs
	Emagis
	Fornecimento

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