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Profª Thaís Aires A desnutrição protéico-energética (DPE) constitui a doença intra-hospitalar mais prevalente, acometendo 50- 90% dos pacientes de hospitais do 1º ao 3º mundo, dificultando a resposta aos tratamentos nutricional e clínico e aumentando a morbidade e mortalidade dos pacientes. A resposta metabólica ao trauma, estresse, queimaduras e outras doenças hipermetabólicas está associada frequentemente ao aumento na concentração de hormônios catabólicos (catecolaminas, cortisol, glucagon) que exacerbam a gliconeogênese dos aminoácidos (aa) precursores, causando um aumento da degradação proteica, e, consequentemente, aumento da proteólise muscular com Balanço Nitrogenado (BN) negativo e alterações do metabolismo de gordura e hidrato de carbono (como hiperglicemia, resistência periférica à insulina, inibição da lipólise). O estado hipermetabólico no paciente gravemente enfermo tem as seguintes características: Aumento da oxidação dos substratos energéticos; O grau de hipermetabolismo é proporcional a gravidade da lesão; Aumento do gasto energético é generalizado e envolve todos os tecidos. Evento agudo que altera a homeostase do organismo, desencadeando uma complexa resposta neuroendócrina e imunobiológica, com efeitos metabólicos e cardiorrespiratórios, que visam preservar algumas funções fundamentais, tais como: Volemia; Débito cardíaco; Oxigenação tecidual; Oferta e utilização de substratos Diferentes naturezas e etiologias: Poli trauma; Intervenções cirúrgicas; Sepse; Queimadura; Hemorragia; Pancreatite aguda. Perda da barreira da mucosa: Alteração da permeabilidade da mucosa; Diminuição das defesas do organismo; Aumento do número de bactérias no lúmen intestinal. Glutamina passa a ser utilizada como principal substrato energético dos enterócitos. Ferida: acidental ou cirúrgica; Dor: fator limitante para atividade física; Febre: a partir de 38ºC, a cada 1ºC, ocorre o aumento de 10% na TMB; Infecção: ocasionada pela doença de base ou por complicação de medidas terapêuticas; Imobilização ao leito; Jejum. Avaliação nutricional; Avaliação de parâmetros metabólicos para prescrição de terapia nutricional e classificação do nível de estresse; Aumento das necessidades energéticas: 10 a 20% - nas lesões ósseas; 20 a 60% nos traumas com infecção; 40 a 100% - queimaduras extensas. Calorias: Calorimetria indireta – método ideal; Prática clínica: Harris-Benedcit (FA, FL, FT); Método prático: 25 a 35 kcal/kg/dia Proteínas: 1,2 a 2 g/kg/dia Carboidratos: 50 a 60% Lipídios: 25 a 30% Glutamina: 0,3 a 0,5 g/kg/dia Lesão tecidual decorrente de um trauma de origem térmica, elétrico, químico, radioativo e biológico. As lesões são classificadas de acordo com a extensão e profundidade. Aumento da TMB de 2 a 2,5 vezes o seu valor normal. Calorias: Calorimetria indireta – mais preciso; Estimativa: Harris-Benedict: pode ser utilizado; Fórmula mais utilizada: Curreri Idade (anos) % SCQ Calorias/dia 0 a 1 < 50 TMB + 15 kcal x SCQ 1 a 3 < 50 TMB + 25 x SCQ 4 a 15 < 50 TMB + 40 x SCQ > 16 Qualquer 25 kcal x peso (kg) + 40 kcal x SCQ Carboidratos: 55 a 60% Lipídios: 15 a 20% Proteínas: Curreri: 3g/kg/dia Alexander: 2 a 2,5 g/kg/dia – adultos e 1,5 g/kg/dia – crianças. Vitaminas e Minerais: Devem ser suplementados a vitamina A e C e o zinco. Vitamina A: 5.000 UI/1.000 kcal Vitamina C: 500 mg/ duas vezes ao dia Zinco: 220 mg/dia A via fisiológica é a ideal – utilizar o trato gastrintestinal; Nutrição enteral: instituída nas primeiras 36 horas após o insulto. Pode ser passada a sonda em posição nasogástrica ou nasojejunal e ostomias; Nutrição parenteral: instituída de 24 a 48 horas e de progressão lenta.
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