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4 15 INFLAMAÇÃO 1. INTRODUÇÃO GERAL CONCEITO – Conjunto de fenômenos bioquímicos, morfológicos e fisiológicos, sucessivos, ativos e complexos, pelos quais se exterioriza a reação vascular e tissular dos tecidos vivos a qualquer agressão. SINÔNIMO – Flogose NOMENCLATURA – Local (órgão, tecido, cavidade) afetado + ITE Miocárdio: miocardite Estômago: gastrite Cavidade oral: estomatite Cavidade nasal: rinite Rim: nefrite Pele: dermatite Pulmão: pneumonia Encéfalo: encefalite Brônquio: bronquite Meninges: meningite Cavidade torácica: pleurite Útero: metrite HISTÓRICO Antigo Egito (2000 a.C.) – Seref, napahu; Grécia antiga – Phlegmoné, erisipela, oidema; Roma antiga (30 a.C.)– Cornelius Celsus descreve os 4 sinais cardeais da inflamação (principalmente a aguda): CALOR (há aumento de temperatura), RUBOR (mais sangue chegando ao tecido inflamado, hiperemia, órgão fica vermelho), TUMOR (órgão edemaciado) e DOR (atinge terminações nervosas) John Hunter (1793) – Doença e Reação inespecífica e benéfica; Rudolph Virchow (1858) – Descreve o 5º sinal cardeal da inflamação: perda da função (depende do grau de inflamação, ALGUNS órgãos podem perder sua função); Julius Conhein (1882) – Microscópio óptico e mesentério/língua de rã, descreve os eventos vasculares e celulares; Elie Metchinikoff (1882)– Descreveu a fagocitose; Pfeffer (1884) – Descreveu a quimiotaxia. Sir Thomas Lewis (1927) – Agentes químicos (histamina) induzem mudanças vasculares OBJETIVO O OBJETIVO DA INFLAMAÇÃO tenta localizar, destruir, minimizar, neutralizar o agente agressor da inflamação. CAUSAS Tudo que causa necrose causa inflamação. Agentes físicos Calor excessivo, choque elétrico, radiação UV, radiação gama Talco da luva: pode irritar o animal e inflamar durante a cirurgia (se não calçar a luva corretamente) Categute: fio de sutura que é absorvível e vai causar uma inflamação. Agentes químicos Inorgânicos – Cáusticos, metais pesados, ácidos fortes; Orgânicos – Exo/endotoxinas bacterianas, micotoxinas de origem fúngica, venenos animais Agentes biológicos (efeito direto ou indireto) Infecciosos: vírus, bactérias, fungos Parasitários: endoparasitas e exoparasitas 2. INFLAMAÇÃO AGUDA 2.1 RESPOSTA INFLAMATÓRIA DEPENDE Natureza do agente causal; Intensidade da ação nociva; Persistência do agente; Ação reiterada; Condição física individual. 2.2 COMPONENTES DA REAÇÃO INFLAMATÓRIA Alterações no fluxo e calibre vasculares 1º Vasodilatação 2º Alentecimento da circulação 3º Marginação leucocitária: as células migram da corrente axial para a marginal Aumento da permeabilidade vascular Exsudação de células e líquidos → vênulas e capilares Vasos → Dilatação e da permeabilidade vascular → hiperemia/congestão → liberação do exsudato Órgão fica mais viscoso: Viscosidade → Agregação eritrocitária e da PH Alteração no padrão do fluxo laminar do sangue, lesões endoteliais → Coagulação Mediadores bioquímicos da inflamação Várias moléculas atuam isoladamente ou em conjunto Controlam e influenciam a resposta vascular, posteriormente a resposta celular. Forma inativa → ativa (inflamação) Vasos → Atração de leucócitos Atuam sob a junção entre células endoteliais e membrana basal Proteínas que saem primeiramente nesse processo: Albumina, Fibrinogênio Tabela HISTAMINA Origem: formada por mastócitos Mastócitos possuem grânulos citoplasmáticos sempre azuis. Ricos em histaminas. Ação: curta duração mas muito rápida Principal função da histamina: Dilatação das arteríolas e permeabilidade capilares e vênulas: por isso que há muitos edemas nos processos alérgicos. No inicio da inflamação tem a ação das Anafilatoxinas (efetores): vão estimular os mastocitos a liberar seus grânulos ricos em histaminas SEROTONINA Origem: mastocitos, plaquetas, epitélio intestinal e encéfalo. Pode atuar contraindo a musculatura lisa dos pulmões e do intestino. E nos vasos tem efeito contrario: efeito vasodilatador. SISTEMA DAS CININAS: varias ptns presentes na corrente sanguínea Função: Vasodilatação c/ permeabilidade vascular Ação: duradoura e lenta Estimula a Migração leucocitária para o local da inflamação *Calicreínas estimula a liberação de cininas Cininas → Calicreínas (Neutrófilos) BRADICININA Dor Estimula a vasodilatação de arteríolas e leucotaxia (migração leucocitária) Ação: rápida CALICREÍNA: enzimas liberadas por neutrófilos Função: causar quimiotaxia p/ polimorfonucleares (linfocitos e monocitos) e mononucleares (neutrófilos, basófilos, eosinofilos) Local: urina e saliva LIPÍDEOS ÁCIDOS PROSTAGLANDINAS Função: permeabilidade vascular e liberação de histamina pelos mastócitos Ação tardia Dor TROMBOXANOS Fazem Vasoconstricção e estimulam a migração de Plaquetas LEUCOTRIENOS Função: permeabilidade vascular e causam Quimiotaxia SISTEMA DO COMPLEMENTO 20 proteínas, permeabilidade vascular, quimiotaxia. C5a – estimula a migração de PMN e MN C567 – estimula a migração de PMN C3b – Facilita a fagocitose de bactérias por neutr/macr. SISTEMA DE COAGULAÇÃO Dois mediadores: PRODUTOS DE DEGRADAÇÃO DA FIBRINA FIBRINOPEPTÍDEOS Fibrinogênio → Fibrina Função: permeabilidade vascular e quimiotaxia p/ leucócitos PRODUTOS DOS LINFÓCITOS (Linfocinas) LINFOTOXINA (TNF-) – são produzidas por Linfócitos T. Possuem efeitos autócrino, parácrino e endócrino Funções: - Endotélio. Aumenta a permeabilidade vascular - Reações na fase aguda (estimulando a febre, sono. Diminuindo apetite, Estimula a migração de neutrófilos) - Efeitos nos fibroblastos: estimula sua proliferação. - Efeitos nos leucócitos (estimulando a liberação de outras citocinas) FATORES QUIMIOTÁTICOS (Quimiocinas) Recrutamento e ativação dos leucócitos COMPONENTES LISOSSÔMICOS Neutrófilos e monócitos → grânulos PROTEASES NEUTRAS (Elastase, catepsina G, proteinase 3): Função de degradar colágeno. Atuam sob a Membrana basal; estimula a formação de Fibrina; Elastina → lise tecidual. São muito importantes nas inflamações que causam deformação tecidual. Ex: miíase, pneumonia crônica. PROTEASES ÁCIDAS Atuam sob proteínas em pH ácido. Causam destruição de Bactérias e formam restos celulares. OUTROS AMP cíclico Estimulação adrenérgica () e colinérgica () (inibe) → liberação de mediadores Quimiotaxia p/ PMN SUBSTÂNCIA P Atua sob Fibras nervosas permeabilidade vascular 2.3 RESPOSTA CELULAR Migração → vênulas → alterações vasculares → Neutrófilos (primeira célula que chega ao local da inflamação), heterófilo (neutrófilo dos peixes, aves e répteis) Pus: riquíssimo em neutrofilos e piocitos (é um neutrófilo que sofreu ação de um neutrófilo vizinho) *Os heterófilos não tem enzimas lisossômicas, portanto não produz pus. Ou seja, peixes, aves e repteis não produzem pus. Neutrófilos (primeira célula que chega ao local da inflamação), depois vai predominar aquele leucócito associado com a causa. Etapas: a) Marginação, rolagem e aderência b) Transmigração através do endotélio c) Migração p/ o interstício Selectinas, imunoglobulinas (ICAM-1, VCAM-1), Integrinas, PECAM-1 Estímulo p/ leucócitos d) Quimiotaxia e) Fagocitose SÉRIE GRANULOCÍTICA NEUTRÓFILOS Exsudato Nº vai variar de acordo com o agente causador Pus: liquido viscoso, cheiro desagradável, Agentes piogênicos: bactérias que normalmente produzem pus. Ex: Corynebacterium pyogenes, Streptococcus, Staphylococcus, Rhodococcus equi *Normalmente, as espécies possuem mais quantidade de neutrófilos que linfócitos. Mas o bovino é uma exceção, eles têm mais linfócitos que neutrófilos. Meia-vida → 6h Principal função: Fagocitose e liberação de lisosomos (principal função) Quando o organismo não elimina o agente torna-se inflamação crônica EOSINÓFILOS Possui grânulos de cor vermelho rosa Duas situações que tem aumento de eosinófilos no tecido e no sangue: Migração parasitária e reações alérgicas Origem:medula óssea Meia-vida curta: 5-6h *Diferença de migração do sangue p/ o tecido entre neutrofilos e eosinófilos: neutrófilos são interendoteliais (entre uma cel endotelial e outra) e os eosinófilos são intraendoteliais (entram dentro da cel) BASÓFILOS Nº Muito raro encontrar em tecidos Semelhante aos mastócitos Associação específica: não tem Duração: maior que os outros. Até 12 dias. Origem: medula óssea 2.4 RESULTADOS DA INFLAMAÇÃO AGUDA Resolução Lesão limitada ou breve Neutralização de mediadores, permeabilidade, leucócitos, morte de neutrófilos, líquido, remoção. Formação de abscessos: inflamação localizada cheia de pus Cura por fibrose Lise tecidual, fibrina Progressão p/ inflamação crônica 3. INFLAMAÇÃO CRÔNICA 3.1 DEFINIÇÃO E CAUSAS É um processo inflamatório que tem um período que dura de semanas a meses e muitas vezes ocorre ao mesmo tempo uma inflamação ativa, destruição tecidual e tentativa de reparação. Em necrose o organismo tenta recuperar o tecido morto. Causas a) Infecções persistentes: agentes infecciosos como, por exemplo, Mycobacterium que causa a tuberculose, que sempre causa uma inflamação crônica; há vírus que causam inflamação crônica, mas a maioria causa inflamação aguda, então fungos e bactérias são os grandes exemplos. b) Exposição prolongada a tóxicos: silicose, berilose e asbestose, por exemplo, são pigmentações que causam nódulos fibrosos no pulmão. c) Auto-imunidade: o próprio organismo reage contra o que acha estranho no corpo como por exemplo o lúpus onde organismo começa e destruir suas próprias células e a lesão pode ser em vários órgãos do organismos (menos comum em animais). 3.2 CARACTERÍSTICAS HISTOLÓGICAS (comuns a todo o processo de inflamação crônica) a) Células mononucleares: a principal célula são os macrófagos, mas também há linfócitos e plasmócitos. b) Destruição tecidual: é um processo muito comum; como a necrose. c) Tentativas de cicatrização 3.3 INFILTRAÇÃO MONONUCLEAR: CÉLULAS E MECANISMOS Macrófagos Origem: é originado dos monócitos que vem da medula óssea, o monócito fica no sangue e o macrófago fica no tecido (monócito do tecido). Alguns tecidos possuem macrófagos regionais para fazer a defesa do local e outras são recrutadas do sangue, se transformando em macrófagos; meia-vida: a do monócito no sangue dura cerca de 24 horas e o macrófago (seja regional ou diferenciado de monócito sanguíneo) pode durar meses no tecido. Chegada ao foco: o macrófago demora cerca de 48 horas para chegar ao local de infecção, por isso a infecção só pode ser chamada de crônica depois de 2/3 dias. Na aguda não se espera encontrar macrófagos a não ser que seja o do próprio tecido. Persistência na inflamação: chega à inflamação e persiste por semanas ou meses Funções: 1) Fagocitose: come o tecido necrosado, tudo que morreu, fagocita tudo; é a função principal 2) Ativação: ativa outros macrófagos e principalmente linfócitos 3) Apresentação de Ag(s): ele apresenta antígenos principalmente nos órgãos linfoides (principalmente ao baço para que façam a imunidade celular) Existem órgãos que são naturalmente ricos em macrófagos como, por exemplo, o pulmão com os macrófagos alveolares (fica no alvéolo), o fígado com as células de Kupffer, o encéfalo com as micróglias e o baço (seus macrófagos não tem nome específico). Esses órgãos possuem macrófagos que já estão lá para fazer o primeiro combate contra o antígeno. Há duas células que são originadas a partir do macrófago. Em uma inflamação ele pode sofrer mitose e dar origem a outro macrófago, pode originar células epitelioides ou as células gigantes. Macrófago → Macrófago → Célula epitelióide → Célula gigante Linfócitos Resposta imunitária: responsável pela resposta imunitária. Não faz fagocitose, diferente do macrófago e neutrófilo. Localização nos tecidos (MALT: tecido linfoide associado à mucosa, fica no trato digestório; e BALT: tecido linfoide associado ao brônquio ou bronquíolo); eles são agrupamentos de linfócitos. Passagem pelo epitélio para chegar ao local de infecção: diferente dos neutrófilos ele tem uma passagem intraepitelial. Histologia: o linfócito T e B são idênticos histologicamente e assim não dá para diferencia-los em H.E. Produção: são produzidas nos órgãos linfóides primários (timo que produz os linfócitos T; medula óssea e bursa de Fabricius em aves que produzem linfócitos B). Manguito: quando se tem encefalite o espaço perivascular/espaço de Virchow-Robin (espaço ao redor dos vasos do tecido nervoso) fica distendido e cheio de leucócitos; isso serve para encefalite e meningite; quando o espaço fica distendido cheio de leucócitos se chama manguito. O linfócito e o macrófago trabalham muito juntos no processo inflamatório crônico liberando determinadas moléculas e assim um estimula o outro. Linfócito Macrófago Linfócito; O linfócito libera INF- gama que estimula o macrófago e ele libera IL-1 que estimula o linfócito. Plasmócitos Formação (tempo): para a formação deles é necessário que se tenha tempo para que ocorra a diferenciação do linfócito B em plasmócito. Função: produzem anticorpos para a imunidade humoral. A presença dele no tecido indica necessariamente passagem de antígeno. Plasmócitos X Linfócitos: é comum se ter os dois juntos, é raro se ter inflamação apenas com plasmócito. Não há no sangue circulante porque ele é uma célula do tecido. Se as feridas são limpas, sem antígeno (parasitário, bacteriano, viral...) não possuem plasmócitos. Células epitelioides Aparência: é um macrófago diferenciado; recebem esse nome porque são macrófagos que ficam um do lado do outro semelhante a um epitélio da pele (camada espinhosa). O limite entre uma célula e outra não é fácil de se identificar. Ex.: tuberculose que causa uma inflamação granulomatosa onde é muito comum se ter esse tipo de macrófago Algumas delas são Binucleadas Faz a destruição do agente agressor liberando enzimas no interstício diferente do macrófago convencional que fagocita o antígeno. Formação de macrófagos: ela pode sofrer mitose e dar origem a outro macrófago convencional Células gigantes multinucleadas Também são originadas do macrófago, tem cerca de 3/4x o tamanho de um macrófago convencional ou até mais, são multinucleadas, seu formato é extremamente irregular. Existe a célula gigante tipo Langhans que tem os núcleos sempre periféricos ou tipo corpo estranho onde os núcleos então em qualquer local da célula. Núcleos: ela é formada pela fusão de macrófagos; se tem cinco núcleos foi porque cinco macrófagos se fusionaram. Por que ocorre fusão de macrófagos? Por anormalidades cromossômicas levando a fusão das células Englobamento simultâneo: onde eles simultaneamente fagocitam o corpo estranho e nesse processo eles se fusionam Apesar de ser originada do macrófago ela tem uma capacidade muito pequena de fagocitose. 4. EFEITOS SISTÊMICOS DA INFLAMAÇÃO (ocorre em vários tipos de inflamação independente da causa) 4.1 FEBRE Há o aumento da temperatura corporal ficando superior de 1-4 oC da temperatura do individuo. O hipotálamo é o órgão que regula a temperatura corporal. Se há uma desregulação do hipotálamo há uma constrição dos vasos periféricos (os próximos a pele) e isso vai fluxo sanguineo, e a troca de calor com o meio externo. E assim eleva a temperatura corporal. Pirógenos: são as substancias que tem a capacidade de alterar o hipotálamo, desregula-lo causando a febre; a grande maioria são exógenos, mas também há os endógenos onde alguns líquidos e tecidos aderidos podem liberar substancias que contribuem, por ex em necrose em câncer. EXÓGENOS – geralmente são agentes infecciosos (vírus e bactérias são os principais exemplos). ENDÓGENOS – Líquidos e tecidos agredidos como em necrose, Neoplasias, Citocinas (TNF-α, IL-1, IL-6), PGEs; são substancias que podem funcionar como pirógenos endógenos 4.2 LEUCOCITOSE Aumento de leucócitoscirculantes no sangue; se tem muito leucócito é porque houve uma necessidade. Afecções bacterianas, reações leucemóides NEUTRÓFILOS: leucocitose por neutrofilia; em doenças bacterianas espera-se encontrar muito neutrófilo no sangue e no tecido inflamado; em inflamação aguda não aumenta tanto assim. LINFÓCITOS/PLASMÓCITOS: quando se tem o aumento deles principalmente em infecções virais, por protozoários também. EOSINÓFILOS: indica processo parasitário (endo ou exoparasitose) ou alérgico. 4.3 SISTEMA LINFÁTICO Linfangite: inflamação do vaso linfático; Linfadenite: inflamação do linfonodo; Linfoadenomegalia: é o aumento do linfonodo; isso é comum em vários tipos de inflamações; se do lado de um linfonodo há um órgão inflamado. O mormo é causado pela Burkholderia mallei causa tanto linfadenite quanto linfangite. É uma zoonose. 4.4 DEGENERAÇÃO PARENQUIMATOSA Ocorre em inflamações agudas e crônicas; geralmente essa degeneração que ocorre secundaria a inflamação é tipo gordurosa ou hidrópica. Os principais orgãos que podem sofrer esses efeitos secundários são o fígado, rim e coração (miocardite, hepatite, nefrite) O que geralmente causa essa degeneração é a liberação de TNF-α, anemia por hipóxia, hipertermia (vai cozinhar o tecido). 5. CLASSIFICAÇÃO DAS INFLAMAÇÕES TEMPO SUPERAGUDA: imediata (segundos) após o contato com o agente agressor AGUDA: eventos vasculares e celulares que duram pouco tempo (minutos a horas) após o contato com o agente agressor; nela e na etapa anterior se tem muito hiperemia, muito edema. SUBAGUDA: tem poucos dias a poucas semanas, fica entre a aguda e a crônica. CRÔNICA: dura muito mais tempo, demora no mínimo 2 dias para começar a aparecer e pode durar muito tempo (semanas, meses, anos) tem pouca alteração circulatória, pouca hiperemia, edema, hemorragia. Tem muita necrose, muita tentativa de cicatrização. INTENSIDADE Uma coisa e inflamar um pedaço do pulmão e outra é inflamar o pulmão inteiro LEVE: bem discreta MODERADA ACENTUADA EXSUDATO Depende do agente causador da lesão e do tecido inflamado. SEROSA → Exsudato; é comum no trato respiratório, digestivo e reprodutivo; típico de rinite; indica uma lesão branda de um desses epitélios; geralmente causada por agentes; é basicamente plasma, lesa o epitélio e sai plasma; é um liquido transparente bem aquoso (é um tipo de transudato). CATARRAL (MUCOSA): indica uma lesão um pouco mais séria que a serosa; a coriza ganha consistência e coloração; ganha células e assim ganha consistência e cor. Localização: apresenta os mesmos locais da serosa PURULENTA (SUPURATIVA): presença de pus Exsudato (macro): muito mais agressivo e grave, sempre contem bactérias que podem causar lesões graves; ele é mais consistente, cremoso que o catarral (como leite condensado), possui coloração de acordo com a bactéria causadora, possui um cheiro nauseabundo, se não feder não é pus. Localização: pode estar presente em mucosas, serosas, órgãos parenquimatosos desde que se tenha a bactéria causadora. Pode-se ter uma apresentação macroscópica diferente de acordo com o local, mas todas tem pus. Seguem a seguir: Pústula: é uma inflamação purulenta, circunscrita, muito comum afetando a pele, de poucos milímetros (2/3 centímetros), possui pus com uma cápsula fininha o recobrindo e por isso rompe fácil; sempre é causada por bactérias, mas pode-se ter um vírus predispondo a ação das bactérias. Furúnculo (geralmente causada pelo Staphylococcus aureus): inflamação purulenta, circunscrita que afeta o folículo piloso; comum em animal doméstico e também no homem. Abscesso: inflamação circunscrita, tem centímetros de diâmetro (até 10 cm de diâmetro), possui uma capsula fibrosa o envolvendo e no centro possui pus; comum em rebanho de gado que é vacinado com a mesma agulha; pode afetar qualquer local do corpo. Empiema: coleção de pus em uma cavidade natural do corpo (cavidade abdominal, cavidade pericárdica, bolsa gutural em cavalos, por exemplo) Flegmão (fleimão) (geralmente causado por Streptococcus β-hemolíticos): não é circunscrita e sim infiltrativa e difusa pelo subcultâneo; afeta qualquer tecido conjuntivo, mas é muito comum no subcultâneo. Febre catarral maligna é uma doença causada por vírus, pode afetar bovino onde ele tem uma rinite purulenta ou catarral, ou as duas juntas. O animal pode ter várias lesões. O garrotilho crônico é causado pelo Streptococcus equi, pode causar rinite, linfonodo aumentado, e o pus pode ir para a bolsa gutural. FIBRINOSA: tem muita fibrina por conta de lesão que é vascular. Lesa o vaso, sai fibrinogênio que vira fibrina; Exsudato (macro – “Pão c/ manteiga” por conta das projeções); tem uma cor amarelado, é friável, filamentoso por conta da fibrina; pode afetar vários tecidos mas é comum em mucosas e serosas; existe um tipo de pericardite e pleurite que tem esse aspecto pão com manteiga Organização: quando é de longa duração (semanas, meses) a fibrina pode se misturar com tecido conjuntivo (fibroblasto) ficando mais compacta e se tornando mais difícil soltar o material. Localização: serosas, mucosas e órgãos parenquimatosos. Lesão difteróide: quando se tem uma lesão ulcerativa com fibrina a recobrindo; lesão vascular um pouco mais grave. HEMORRÁGICA: possui uma lesão vascular de maior gravidade, por sangrar muito. Exsudato: vermelho, rico em sangue que pode coagular. A rinite pode ser infecciosa ou traumática. Por exemplo quando o cavalo pasteja e entra um prego. Quando for unilateral o sangramento pode ser localizado, se for bilateral pode se localizado, na nasofaringe, no pulmão. GRANULOMATOSA Ocorre a formação de granulomas que é especifico de inflamação crônica, é circunscrito, geralmente tem um agente causador no centro, é riquíssimo em macrófagos e em tecido conjuntivo fibroso proliferado. Células constituintes: macrófagos, linfócitos, plasmocitos e eventualmente neutrófilo dependendo da causa, por exemplo, se for bactéria. Agentes: algumas bactérias causam como, por exemplo, as bactérias do mormo e da tuberculose que causam granuloma no pulmão, fungos causam, protozoários, corpo estranho, vírus raramente causam. Provavelmente depois de anos do granuloma formado ainda haverá macrófagos. Dois tipos distintos que se pensa em um agente ou um grupo de agentes: a) Granuloma Tuberculóide: sempre tem uma área central de necrose caseosa (com ou sem calcificação) que é envolta por macrófagos, cél. Epitelióides, cél. gigantes multinucleadas de Langhans e/ou corpo estranho (se for tuberculose geralmente é a de Langhans), linfócitos/plasmócitos e tudo isso é envolvido por uma cápsula de tecido conjuntivo fibroso; é comum a tuberculose ou algumas infecções causadas por Mycobacterium que não seja tuberculose. b) Granuloma Actinomicóide: no centro possui umas “Rosetas” (clavas) eosinofílicas que é envolvido por neutrófilos, macrófagos, linfócitos/plasmócitos e por fora uma fibroplasia (capsula fibrosa). Há quatro agente que podem causar esse tipo de granuloma: Actinomyces, Actinobacillus, Nocardia e Staphylococcus aureus. Glossite é a inflamação da língua e pode causar granulomas actinomicoides no lugar do músculos da língua. DISTRIBUIÇÃO, a inflamação pode ser: FOCAL: apenas um foco MULTIFOCAL: vários focos FOCALMENTE EXTENSA: uma região razoavelmente afetada DIFUSA: todo o órgão inflamado 6. INFLAMAÇÃO: RESOLUÇÃO E REPARO FUNÇÃO: repor ou substituir o tecido perdido, mas isso também depende do tipo de tecido que foi perdido. Epitélio: quando apenas o epitélio de revestimento é perdido, rompe a epiderme mas não atingiu a derme, ocorre reepitelização sendo um processo mais rápido e simples. Parênquima: quando se perde o parênquima do órgão se tem regeneração do tecido, há a proliferação de células para repor as perdidas. Estroma: quando atinge o estroma o que é muito comum ocorre proliferação do tecido conjuntivo (fibrose). A cura de umaferida é uma cascata complexa de eventos bioquímicos e celulares em resposta à lesão tecidual. Isso é feito por um controle do organismo onde o fibroblasto vai andando um pouco a cada dia para ir fechando a ferida. Há fatores de crescimento, citocinas que estimulam o fibroblasto a se proliferar um pouco ou muito. Quando isso foge do controle e eles se proliferam demais a cicatriz se torna exuberante (quelóide: proliferação desregulada, em excesso e assim eles produzem muito colágeno). Fibrócitos e fibroblastos Lesões grandes; quando estão maduros se proliferam quando a lesão no estroma; quanto maior a lesão, maior a fibrose e a proliferação para ocupar o parênquima. Divisão dos eventos do reparo dos tecidos: 1. Fase de inflamação: é rápida 2. Fase fibroblástica 3. Fase de maturação e remodelagem: é a que dura mais tempo 1. Fase de inflamação Tem a perda da integridade vascular ocorrendo uma lesão das células epiteliais. Depois começa a reparação, as plaqueta saem da corrente axial e vão para a marginal, encostam no endotélio, tem toda a cascata de coagulação, os PMN chegam, atravessam o vaso para irem ao foco de inflamação e depois os macrófagos chegam. Tudo isso é feito por fatores de crescimento e citocinas; algumas vezes se resolve o problema nessa etapa, mas muitas vezes evolui para as próximas. 2. Fase fibroblástica Há a ativação de várias células, entre eles os macrófagos (isso já é inflamação crônica) e ele estimula a migração de fibroblastos que vão fazer fibrose (se tem fibrose a infecção é crônica) e as células endoteliais que vão fazer angiogênese (formação de novos vasos que servem para trazer novas células, sangue, oxigênio ao local lesado e ele ser fechado). Todas as células se proliferam pela matriz extracelular (MEC). Margens da ferida: ela é sempre fechada da margem para o centro; o tecido normal da margem vai sofrer mitose para a ferida ir fechando. Os fibroblastos vão migrando e produzindo colágeno para dar uma resistência à ferida e ela não se rompa novamente. Quanto mais colágeno, mais difícil dela romper novamente. Neovascularização (angiogenese) que dura de 3 a 8 dias de inflamação crônica. Os vasos atuam e depois vão diminuindo de quantidade; Fibroplasia (fibrose) dura até 30 dias. Miofibroblastos tem capacidade de contrair o tecido para que haja a contração da ferida para que facilite a reepitelização. TGF-β: fator de crescimento transformativo beta é importante estimulando os fibroblastos. Tecido de granulação: NÃO CONFUNDIR COM GRANULOMA; é comum na pele, ele faz parte do processo cicatricial; também ocorre na inflamação crônica no processo de cicatrização e é riquíssimo em vasos neoformados (neovascularização) e tecido conjuntivo proliferado fibroso. Os vasos que se formam são sempre paralelos e perpendiculares à superfície. Isso é uma característica do tecido. Há muita mitose para em poucos dias fechar a ferida. Macro – “grânulos”; se cortar esse tecido, que é rosinha por ter muito vaso, vão ter vários brotinhos de sangue saindo dos capilares dando o aspecto de grânulos; o cavalo possui um tecido de granulação exagerada (característica da espécie). Não é normal, mas é comum. Reepitelização Após lesão forma-se o EGF (fator de crescimento epidermal) que estimula a células epiteliais a proliferar de uma margem até a outra; esse processo geralmente ocorre antes do fechamento total da ferida. O epitélio fecha primeiro e abaixo dele esta ocorrendo a formação dos vasos etc para fechar completamente; EGF também estimula essas células epiteliais a terem uma função fagocitária e colagenolítica (coisas que não fazem normalmente mas assumem essa função para fechar mais rápido). Fechamento da ferida: sempre da borda para o centro. Crosta: é resto de plasma, célula epitelial morta, leucócito que depois fica sequinha; é importantíssima porque protege a célula epitelial para que elas se proliferem abaixo dela. Por isso não se deve arrancar, se não o processo vai demorar mais ainda. Angiogênese Fibroblastos X Vasos: ocorre simultáneamente à proliferação dos fibroblastos. As células endoteliais migram ultrapassando a membrana basal, e migram pela MEC por intermédio do FGF (fator de crescimento do fibroblasto). A cicatrização por primeira intenção é a ideal, mais rápida, que caso se junte as bodas do epitélio o processo se torna mais rápido. A cicatrização segunda intenção não tem como fazer isso como, por exemplo, em caso de rasgar a pele não tendo como juntar as bordas do epitélio, e assim tem que esperar cicatrizar naturalmente. MEC Ma MEC há dois componentes principais que auxiliam ou retardam a função do fibroblasto. Fibronectina: atua como uma cola fixando fibroblastos ao tecido em reparo. Ácido hialurônico: quebra espaço no tecido para a proliferação do fibroblasto; então é mais recomendado que se tenha mais AC. Hialuronico do que fibronectina. Quando a ferida se fecha não há mais a necessidade de AC. Hialuronico então ele diminui a quantidade e aumenta a de fibronectina. Outros fatores que influenciam a cura das feridas Macrófago: faz o desbridamento onde come tudo que é tecido morto e libera fatores de crescimento que estimulam principalmente fibroblastos. Plaquetas: quando se tem hemorragia ela libera fatores que estimulam as células musculares lisas Soro: tem fator mitogênico que também estimula fibroblasto Cicatriz Cicatrização por 1a intenção Cicatrização por 2a intenção 3. Fase de maturação e remodelagem do colágeno Resistência: quanto maior o tempo de ferida, mais resistente ela é porque o colágeno é muito mais maduro, já sofreu varias alterações durante esse tempo; quanto menor o tempo de ferida, mais frágil ela é. Colágeno: com o tempo vai sendo remodelado, sofre a ação da enzima colagenase que é lançada na ferida quebrando o colágeno existente e é formando um novo colágeno (esse colágeno é reorientado, são feitas novas ligações covalentes entre eles e isso o deixa mais coeso sendo mais difícil de romper). Para que tudo isso aconteça é necessário que se tenha oxigenação do tecido 7. REGENERAÇÃO DO TECIDO Quanto mais especializado for um tecido, mais limitada será a sua capacidade de regeneração; por ex.: neurônios que tem capacidade mínima de regeneração. Por isso deve-se sempre fazer coisas novas para que eles não morram. As células são classificadas de três formas com relação à regeneração: Lábeis: são as que estão se multiplicando a vida inteira. Ex: células epiteliais de revestimento e células sanguíneas. Estáveis: se houver uma necessidade podem sofrer regeneração; por ex: hepatócitos, epitélio tubular renal, epitélio do pâncreas. Perenes (permanentes): tem uma pequena capacidade de regeneração onde o principal exemplo é o neurônio. Tecidos com grande capacidade de regeneração: tecidos epiteliais de todos os órgãos revestidos por epitélio, medula óssea. Tecidos com pequena capacidade de regeneração: tecido conjuntivo, tendão, ligamento, aponeurose, músculo cardíaco. Tecidos com pequena capacidade de regeneração, entretanto tem uma capacidade compensatória grande: rim (se arrancar um rim de um animal o outro vai tentar compensar essa perda), pulmão, pâncreas.
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