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Prof. Lucinéia Cestari Disciplina de Análise Sensorial de Alimentos 14/11/2013 1 Análise Sensorial Aula 6 RECRUTAMENTO, SELEÇÃO E TREINAMENTO DA EQUIPE Msc. Lucinéia Ap. Cestari Mgá, 2013 Introdução • Análise sensorial como ferramenta de trabalho • Objetivo concreto da pesquisa sensorial Passos para execução de um programa de Análise Sensorial 1) Definição do objetivo do teste sensorial; 2) Elaboração de fichas para registro das respostas dos julgadores; 3) Elaboração de fichas para registro das respostas dos julgadores; 4) Aspectos de interesse na apresentação das amostras que serão avaliadas: informações sobre a variedade e tratamento, temperatura, uniformidade, número máximo, tamanho e quantidade, codificação etc. 5) Seleção do tipo de teste; 6) Condução do teste; 7) Análise de dados. Seleção e treinamento da equipe 3 Definição dos objetivos do teste sensorial • A principal pergunta é: que informação se deseja conseguir através do painel? • Estando definido o objetivo do projeto o analista sensorial determina o tipo de teste: – diferença total; – diferença de atributos; – preferência; – aceitação. Seleção e treinamento da equipe 4 Procedimento preliminar para a seleção • Recrutamento / Entrevista – Imprescindível para a confiabilidade dos resultados • Teste de reconhecimento de odores • Teste de identificação dos gostos básicos • Testes de diferença aplicada ao produto Seleção e treinamento da equipe 5 Seleção e treinamento da equipe 6 Elaboração de fichas para registro das respostas dos julgadores Questionário de Recrutamento deve incluir • Informações sobre o teste e convite • Nome do recrutado, forma de contato • Sexo, Idade • Se o indivíduo tem aversão ao produto, e/ou possíveis doenças (alergias) ou limitações (hipertensão, diabetes...) Procedimento para a Seleção Prof. Lucinéia Cestari Disciplina de Análise Sensorial de Alimentos 14/11/2013 2 Seleção e treinamento da equipe 7 Procedimento para a Seleção Candidato deve apresentar • Boa saúde, não apresentando infecções bucais, dentaduras, aparelhos... • Boa memória sensorial • Boa habilidade descritiva • Bom poder discriminativo • Reprodutibilidade de julgamentos • Disponibilidade e interesse em participar do teste • Não pode ter aversão ao produto, não ser alcoólatra. • Tranquilidade mental para realizar os testes (não incluir gerentes, diretores, …) Seleção e treinamento da equipe 8 Procedimento para a Seleção Avaliando a sensibilidade aos gostos básicos: Teste de Gosto – Intensidade. Composto Conc. (%) Gosto NaCl NaCl Sacarose Sacarose Água potável Ácido Cítrico 0,08 0,15 0,08 0,40 - 0,02 Salgado Salgado Doce Doce Insípido Ácido Seleção e treinamento da equipe 9 Procedimento para a Seleção Avaliando percepção e memória sensorial para odores • Solicitar que o indivíduo cheire uma primeira série de odores servidas em copos opacos, codificados com números de três dígitos e tampados com papel alumínio perfurado, • Solicitar que o mesmo indivíduo cheire uma segundas série de odores, idênticas à primeira, porém com diferentes código e: 1) Agrupe os pares de odores iguais, 2) Identifique, descreva cada par de odor. Seleção e treinamento da equipe 10 Procedimento para a Seleção Avaliando percepção e memória sensorial para odores Composto Descritor Eugenol Vanilina Acetaldeído Limoneno Diacetil Cravo Baunilha Fruta/maça Floral cítrico manteiga • Selecionar provadores com >80% acertos Seleção e treinamento da equipe 11 Procedimento para a Seleção Avaliando poder discriminativo do candidatos: Teste de diferença aplicada ao produto • Selecionar pelo menos 3 formulações/marcas do produto de interesse (A, B, C) apresentando moderadas diferenças em aroma e/ou sabor • Realizar de 8 a 12 testes triangulares para cada candidato e selecionar indivíduos com % de acerto >75%. • Deve-se aplicar também testes com escalas, pois estes provadores, além de perceber a diferença entre os produtos, também devem ser capazes de expressá-las em escalas. Seleção e treinamento da equipe 12 Procedimento para a Seleção • Candidatos selecionados levantam terminologia descritiva através do MÉTODO DE REDE • Princípio do método: as amostras são apresentadas aos pares aos provadores, que são solicitados a avaliá-las quanto ao aroma, sabor, textura e cor e descrever as diferenças e semelhanças entre as amostras, • Em seguidas, reuni-se o grupo, e sob a supervisão do líder da equipe elaboram: - lista de definição acurada de cada termo/atributo para o qual o provador será treinado; - Ficha de avaliação descritiva, - definições consensuais de cada termo e - referências consensuais, que exemplifiquem os extremos de intensidade de cada atributo avaliado; • Exemplo, ADQ de cachaças mineiras com diferentes tempos de envelhecimento Prof. Lucinéia Cestari Disciplina de Análise Sensorial de Alimentos 14/11/2013 3 Tipo de atributo Termo Definição Extremos da escala Referências Atributo de aparência Cor envelhecida Cor castanha amarelada (ou acastanhado) De “nenhum” a “forte” Água (fraca), solução de aguardente composta com carvalho (10 ml) em água (30 ml) (intensa). Atributo de aroma Aroma alcoólico Aroma característico de etanol De “intenso” a “muito intenso” Solução de álcool de cereais em água (35% - intenso e 50% - muito intenso) Atributo de aroma Aroma amadeirado Aroma característico da madeira de carvalho com notas de baunilha De “nenhum” a “intenso” Para “nenhum”, solução de álcool de cereais em água (20%). Para “intenso”, caninha + envelhecida. Atributo de sabor Sabor de álcool Sabor característico de etanol De “intenso” a “muito intenso” Solução de álcool de cereais em água (20% e 45%) Atributo de sabor Sabor de madeira Sabor característico produzido pelo envelhecimento da cachaça em carvalho De “nenhum” a “intenso” Para “nenhum”, solução de álcool de cereais (20%) em água. Para “intenso”uma cachaça + envelhecida. Atributo de sabor Pungência Sensação percebida como picante (queimação, agressividade). De “intensa” a “muito intensa” Solução de álcool de cereais em água (duas diferentes concentrações) (primeira tentativa: 25% e 50%). Atributo de sabor Adstringência Sensação de secura na boca, semelhante à causada por certas frutas verdes e tanino. De “nenhuma” a “intensa” Solução de álcool de cereais em água (“nenhuma”) e solução de álcool de cereais em água com ácido tânico “intensa” (0,10% de ácido tânico). Atributo de sabor Amargor residual Gosto amargo percebido após ingestão da amostra De “nenhum” a “intenso” Solução de álcool de cereais (20%) em água (“nenhum”) e de álcool de cereais em água (ou da amostra com mais gosto residual) com cafeína (“intenso”) (0,15%). Atributo de sabor Acidez Residual Gosto ácido percebido após ingestão da amostra De “nenhum” a “intenso” Solução de álcool de cereais em água (“nenhum”) e de álcool de cereais em água com ácido cítrico – 0,10% (“intenso”) Seleção e treinamento da equipe 14 Referências utilizadas para treinar os provadores Referência: Maria Ap. A. P. da Silva, Lucinéia Ap. Cestari, Marina V. Copetti, Rogéria A. dos Santos, Maria F. Faigle, Thony A. Saavedra, 2006. Referências de Qualidade dos Aromas • Referências são elaboradas para ilustrar cada nota aromática utilizando-se uma pequena quantidade de produto, ingrediente ou composto químico em: – Meio neutro: água ou ar; • Cada referência é apresentada ao provador em copo tipo tulipa tampadocom vidro de relógio; • Exemplo: Seleção e treinamento da equipe 15 Termo Primário Termo Secundário Termo Terciário Base Composição Floral Floral Cítrico Vinho Branco 1 gota linalol / 100 mL V.B Rosa Vinho Branco / Vinho Tinto 1 mg 2-feniletanol / 150 mg V.B. Violeta Vinho Tinto 10 violetas picadas / 100 mL V.T. Seleção e treinamento da equipe 16 Treinamento consiste Provador chega ao laboratório e: • Lê as definições dos termos • Olha, cheira, degusta as referências • Avalia em prova aberta pelo menos 3 amostras contendo diferentes notas aromáticas do produto • Objetivo principal: familiarizar o julgador com os procedimentos dos testes; aperfeiçoar sua habilidade em reconhecer e identificar atributos sensoriais nos alimentos; obter julgamentos precisos e consistentes por meio de uma “padronização”das medidas sensoriais, a fim de que os resultados possam ser reproduzidos. • Os resultados de cada provador são discutidos com a equipe. Seleção e treinamento da equipe 17 O treinamento termina quando: O líder e a equipe acharem que os provadores apresentam: • Bom poder discriminativo ao julgar os atributos testados • Consenso com os demais membros da equipe. Seleção e treinamento da equipe 18 Seleção Terminada a etapa de treinamento, um teste deve ser realizado para verificar: • Poder discriminativo dos provadores com relação a todos os atributos avaliados, • Reprodutibilidade dos provadores e, • Grau de consenso com a equipe sensorial. Prof. Lucinéia Cestari Disciplina de Análise Sensorial de Alimentos 14/11/2013 4 Seleção e treinamento da equipe 19 Seleção: Todos os provadores provam pelo menos 3 amostras em 3 repetições utilizando a ficha de avaliação descritiva • Uma ANOVA é feita para: cada provador em cada atributo • Capacidade discriminatório (pF amostra < 0,30) • Reprodutibilidade (pF repetição >0,05) • No Excel: ANOVA fator duplo com repetição Seleção e treinamento da equipe 20 Seleção: • Pode-se fazer gráficos de interação entre amostra x provador para os descritores para verificar se há uma uniformidade entre os mesmos • Recomenda-se para os testes descritivos equipes de 8 a 15 provadores. Seleção e treinamento da equipe 21 Gráficos de interação Seleção e treinamento da equipe 22 REFERÊNCAIS BIBLIOGRÁFICAS • Silva, M. Ap. et al. SBCTA, 2006. • MEILGAARD, M., CIVILLE, G. V., CARR, B. T. Sensory evaluation techniques. 1988, 2ª Ed.,281p. • STONE, H., SIDEL, J. Sensory evaluating practices. New York: Academic Press, 1993, 2ª Ed.,338p.
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