Aula 01 - Processo Civil II - 18-02-14

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18/02/2014
DIREITO PROCESSUAL CIVIL 02
AULA 01
 - CONTEÚDO PROGRAMÁTICO:
Resposta do réu;
Revelia;
Providencias preliminares;
Julgamento conforme o Estado do processo;
Provas;
Audiência de Instrução em Julgamento;
Sentença;
Coisa Julgada;
Ação rescisória;
Homologação da sentença estrangeira, uniformização de jurisprudência e declaração de inconstitucionalidade.
Bibliografia sugerida:
Curso de Direito Processual Civil Volume I (Humberto Theodoro Júnior; Editora Forense);
Curso Avançado de Processo Civil Volume I (Luiz Rodrigues Wambier e outros; Editora Revista dos Tribunais);
Lições de Direito Processual Civil Volume I (Alexandre Freitas Câmara; Editora Atlas);
Processo de Conhecimento (Luiz Guilherme Marioni e outro; Editora: Revista dos Tribunais);
Avaliação:
AV1 – 9,0 + 1,0 (do caso concreto). Serão 6 questões objetiva valendo 0,5 ponto e 3 discursivas valendo 2,0 pontos ;
AV2 e AV3 – 10,0 (Provas Integradas. 2 questões retiradas dos casos concretos, valendo cada uma 2,0 pontos).
OBS: Os casos concretos podem ser postados até o último dia antes da AV1. Teremos de postar até a aula que for falada em sala de aula (pra AV2 não precisa postar nada). O professor disse que, provavelmente, até a AV1, iremos até a aula 7 (deve ser mais ou menos isso nas outras matérias também). No mais, no dia da AV1 o professor escolherá uma dos casos que postamos para ser trazido, juntamente com seu comprovante de envio, visto que será levado com a prova e valerá ponto.
 - RECAPITULANDO PROCESSO CIVIL 01:
Comportamentos que o réu pode tomar ao ser citado:
Defesa;
Reconhecimento de procedência do pedido – o que gera extinção do processo com resolução do mérito [art. 269, II do CPC]);
Silêncio.
OBS: Não confundir citação com intimação.
OBS: O prazo para o réu contestar começa a contar a partir da juntada do comprovante de citação aos autos (seja feito por correio ou por OJA) e é de 15 dias, isso no rito comum ordinário (art. 297 do CPC).
OBS²: E a citada contagem do prazo para se defender, começa a correr a partir do 1º dia útil subsequente da juntada do comprovante de citação positiva aos autos (independentemente do rito que a ação siga).
OBS: No rito comum sumário, o réu é citado e ao mesmo tempo intimado a comparecer, num dia marcado, à audiência (cujo nome é audiência preliminar) e, neste dia, deve apresentar sua defesa (e o legislador diz que o ínterim entre a citação e a audiência deve ser de, no mínimo, 10 dias (art’s 277 e 278 do CPC). Agora, se a citação for feita em um intervalo menor que os 10 dias, será concedido prazo para o réu apresentar sua defesa.
Ritos Especiais: a maioria das ações que seguem o rito especial adota o prazo de 15 dias, entrementes, existem alguns que têm prazo diferente, os quais o professor falará no decorrer do nosso curso.
 Juizados Especiais é um dos casos onde o prazo é diferente. Lá a defesa é apresentada em AIJ (art. 31 da Lei 9.099/95); não esquecendo que, pode ocorrer a convolação (em suma, no dia marcado para AC, pode esta ser convolada em AIJ).
MP e Fazenda Pública – Têm prazo em quádruplo para apresentar defesa (art. 188 do CPC). Ou seja, 4xo padrão, em suma: 4x15=60 dias.
Defensoria Pública – Tem prazo em dobro para se defender (2x15=30 dias); está na Lei 1.060/50.
Havendo, entre os réus, no mínimo um advogado distinto; é a única hipótese em que o prazo é contado em dobro para se defender (para réus comuns). Está no art. 191 do CPC.
OBS: 20 dias é o intervalo mínimo entre a citação e a data da audiência, que prevê o legislador, no rito sumário, quando o réu é a Fazenda Pública.
OBS: Somente quando o último (havendo mais de um réu) for positivamente citado é que começa a correr o prazo para apresentar defesa, de todos.
EXEMPLO: Numa lide existem 3 réus, tendo sidos 2 deles, positivamente citados e o terceiro ainda não; posso desistir da ação em face deste último? Sim (a menos que seja um litisconsórcio necessário) e, tendo o autor feito isso, o prazo para os outros 2 se defenderem começa a contar a partir da data da publicação da homologação pelo juiz da desistência do autor em face do réu descrito (art. 298 do CPC).
NOTA: Daqui pra baixo começa a matéria deste período:
RESPOSTAS DO RÉU
Modalidades:
Contestação - é onde o réu, propriamente se defende; é a defesa propriamente dita do réu. É uma peça de discordância acerca daquilo que é alegado pelo autor.
Exceções – são defesas técnicas. Atacam os seguintes temas:
INCOMPETÊNCIA TERRITORIAL;
IMPEDIMENTO;
SUSPEIÇÃO.
Reconvenção – aqui o réu aproveita a ação proposta pelo autor para contra-atacá-lo e transformá-lo em réu
OBS: No rito ordinário existe a reconvenção, já no rito sumário, o que existe é o pedido contraposto (art. 278, §1º do CPC).
Reconvenção é uma petição a parte; já o pedido contraposto vai dentro do corpo do texto da contestação do réu.
OBS: Uma vez que o réu tenha protocolizado (ou entregue em mesa, depende do rito) a contestação, não pode mais fazer nenhum tipo de ajuste nela, visto que ocorreu a preclusão consumativa (= uma vez praticado o ato, não mais posso praticar o mesmo ato).
OBS: Preclusão lógica – uma vez praticado determinado ato, não pode a parte praticar, após aquele, outro ato que seja ao primeiro (pois seriam logicamente contrários).
Contestação pode ser:
Processual – é uma defesa técnica, que diz respeito, obviamente, a parte de direito processual (aqui o réu impugnará acerca da parte processual da peça do autor);
Mérito – aqui o réu impugnará acerca dos pedidos feitos pelo autor.
OBS: Uma contestação, obviamente, pode atacar ou somente a parte processual ou somente a parte de mérito do petição do autor (pois a petição feita pelo autor pode conter apenas irregularidade na parte processual, ou na do mérito, ou em ambas)
OBS²: A parte da contestação que suscita questões da parte processual, deve vir antes da que suscita a parte meritória, ou seja, deve vir de maneira preliminar (mas ambas vêm dentro da mesma peça, apenas a parte que suscita quesitos processuais deve vir na frente) – isto está no art. 301 do CPC; por isso ela é chamada de preliminar processual.
OBS: Ao alegar que existem erros no que tange a direito processual na petição inicial do autor, o juiz, então, avaliará para ver se, de fato, existem tais erros, inobstante, verifica o magistrado se tais erros são ou não sanáveis, sendo, abrirá prazo para que se corrija, não sendo, extinguirá o processo sem resolução de mérito (obviamente, pois, neste situação, nem se avaliou o mérito, eis que eu se avalia primeiramente a parte processual e nela foi encontrado problema insanável).
OBS²: Se o juiz analisou os quesitos levantados pelo réu acerca da parte processual da petição inicial do autor, mas chegou a conclusão de que está tudo OK, então, diz-se que é uma relação processual válida e regular.
Existem dois tipos de preliminares processuais:
Dilatórias – são sanáveis;
Peremptórias – são insanáveis. Estas, se acolhidas pelo juiz, o processo será extinto sem resolução do mérito.
OBS: PEREMPÇÃO (art. 268 do CPC) – quando autor propõe ação e abandona a causa (ou seja, é intimado fazer determinadas coisas e não faz) por 3 vezes seguidas. Então, na 4ª ele não mais poderá propor aquela ação.
OBS: CONEXÃO – 2 ou + ações são conexas quando têm o mesmo pedido ou causa de pedir.
Comentado os incisos do art. 301 do CPC:
Inciso I – é preliminar dilatória;
Inciso II – é preliminar dilatória;
Inciso III – é preliminar dilatória;
Inciso IV – é preliminar peremptória;
Inciso V – é preliminar peremptória;
Inciso VI – é preliminar peremptória;
Inciso VII – é preliminar dilatória;
Inciso VIII - é preliminar dilatória (todos os 3 itens elencados neste inciso são preliminares dilatórias);
Inciso Ix - é preliminar peremptória;
Inciso X – é preliminar peremptória (o professor disse que, a princípio são preliminares peremptórias, isso porque hácoisas que atualmente são impossíveis [ex: união estável homoafetiva], mas amanhã se tornam possíveis [dentro em breve a união estável homoafetiva será legalmente possível]).
Inciso XI – é preliminar dilatória
OBS: às preliminares dilatórias é dado prazo para ratificação do erro; já as preliminares peremptórias geram extinção do processo sem resolução do mérito (pois elas não questionam mérito, somente pressupostos processuais e condições da ação.
São condições da ação:
Possibilidade jurídica do pedido (ou como diz o professor: pedido juridicamente possível);
Interesse de agir;
Legitimidade ad causam (ou legitimidade de agir; ou ainda legitimidade da parte. São todos sinônimos).
Defesa Material (é a parte da contestação que questiona o mérito da petição inicial do autor) – a doutrina a divide em DIRETA e INDIRETA:
Direta – nega a existência do direito do autor. Usando desta defesa, o ônus da prova fica com o autor (ou seja, cabe ao autor provar que tem aquele direito alegado);
Indireta – ó réu reconhece a existência do direito do autor, entretanto apresenta extintivo, impeditivo ou modificativo do direito do autor. Usando esta defesa, o ônus da prova é do réu.
Exemplo de fato extintivo: O réu diz que, por exemplo, a dívida alegada pelo autor existe, mas que ela já pagou-a.
Exemplo de fato impeditivo: O réu diz que, por exemplo, a dívida alegada pelo autor existe, mas que ela é de 1930;
Exemplo de fato modificativo: O réu diz que, por exemplo, tinha obrigação de entregar 15 cadeiras ao autor, mas já entregou 7.
OBS: Prescrição e Decadência não são preliminares de processo; visto que questionam parte de mérito, entrando, pois, na parte de defesa de mérito da contestação.
OBS: Fatos contestados – são controvertidos;
 Fatos não contestados – são incontroversos.
OBS: Na defesa de mérito vigora o ônus da impugnação específica dos fatos (ou seja, o réu tem de impugnar cada um dos fatos alegados pelo autor. O que não for impugnado pelo réu, tem-se como incontroverso, presumindo-se como verdadeiro).
OBS²: O CPC elenca, no art. 302 os casos em que não se aplica o ônus da impugnação específica dos fatos (ou seja, situações em que o réu não precisa impugnar, pois não serão incontroversos).
Comentando os incisos do art. 302 do CPC:
Inciso I – trata de direitos indisponíveis. Ex: pai propõe ação de alimentos, mas a mãe, em defesa, alega que o menor não precisa da contribuição do pai; bom, como alimentos são direitos indisponíveis do menor, independe a alegação da representante do menor, o juiz avaliará o caso para ver se a criança precisa ou não.
Inciso II – Aqui é falado acerca de documentos que são a essência do ato (eis alguns: RGI, certidão de nascimento, atestado de óbito, escritura pública etc). Ex: Se já há nos atos a certidão de óbito, não adiante o réu questionar a morte desta pessoa.
Inciso III – A defesa (havendo mais de um réu) é considerada um bloco, um todo único, então se o autor, por exemplo, alega que o fato ocorreu às 10:00, em Campo Grande e a dívida é de 10 mil e um dos réus diz que foi às 18:00 em Bangu e o outro réu diz que foi às 18:00h, em Bangu e a dívida é de 2 mil; logo, o valor não será considerado incontroverso, visto que como a defesa é considerada uma única coisa, o réu que não impugnou o valor se beneficiará porque o outro impugnou.
OBS: Mas se um réu alega que foi em Campo Grande e o outro em Bangu (tomando o exemplo acima) – PERGUNTAR AO PROFESSOR.
OBS: Nos casos do art. 302 do CPC, donde não se aplica o ônus da impugnação específica dos fatos, cabe ao autor provar os fatos.