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Manual Tecnico de Olericultura

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Manual Técnico de Olericultura
Curitiba-PR
2013
Iniberto Hamerschmidt1
Antonio Leonardecz2
Jorge Alberto Gheller3
José Américo Righetto4
1 Engenheiro Agrônomo, Especialista em Olericultura pela UFV, Coordenador Estadual de Olericultura, Instituto Emater, Curitiba-PR.
2 Técnico Agrícola, Bacharel em Ciências Contábeis pela FESP, Coordenador Macrorregional Sul de Olericultura e Fruticultura, Instituto Emater, Curitiba-PR
3 Engenheiro Agrônomo, Mestre em Fitotecnia-Fitossanidade pela UFRGS, Coordenador Macrorregional Oeste/Sudoeste de Olericultura, Instituto Emater, Cascavel-PR
4 Engenheiro Agrônomo, Coordenador Regional de Olericultura, Instituto Emater, Curitiba-PR
5 Engenheiro Agrônomo, Especialista em Olericultura pela UFV, Instituto Emater, Cascavel-PR
6 Engenheiro Agrônomo, Mestre em Biotecnologia Aplicada a Agricultura pela UNIPAR, Instituto Emater, Maria Helena-PR
7 Engenheiro Agrônomo, Doutor em Agronomia pela UEL, Coordenador Estadual de Grãos, Instituto Emater, Apucarana-PR
8 Engenheiro Agrônomo, Especialista em Olericultura pela UFV, Coordenador Macrorregional Norte de Olericultura, Instituto Emater, Londrina-PR
José Luiz Bortolossi5
Maurício José Franco6
Nelson Harger7
Nilson Roberto Ladeia Carvalho8
Copyright© 2013, by Instituto Emater
GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ
Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATER
Vinculado à Secretaria da Agricultura e Abastecimento
Série Produtor n° 143, 2013
Elaboração Técnica:
Engenheiro Agrônomo,Iniberto Hamerschmidt, Especialista em Olericultura pela UFV, Coordenador Estadual de Olericultura, Instituto Emater, Curitiba-PR
Técnico Agrícola, Antonio Leonardecz, Bacharel em Ciências Contábeis pela FESP, Coordenador Macrorregional Sul de Olericultura e Fruticultura, Instituto Emater, 
Curitiba-PR
Engenheiro Agrônomo, Jorge Alberto Gheller, Mestre em Fitotecnia-Fitossanidade pela UFRGS, Coordenador Macrorregional Oeste/Sudoeste de Olericultura, Instituto 
Emater, Cascavel-PR
Engenheiro Agrônomo, José Américo Righetto, Coordenador Regional de Olericultura, Instituto Emater, Curitiba-PR
Engenheiro Agrônomo, José Luiz Bortolossi, Especialista em Olericultura pela UFV, Instituto Emater, Cascavel-PR
Engenheiro Agrônomo, Maurício José Franco, Mestre em Biotecnologia Aplicada a Agricultura pela UNIPAR, Instituto Emater, Maria Helena-PR
Engenheiro Agrônomo, Nelson Harger, Doutor em Agronomia pela UEL,
Coordenador Estadual de Grãos, Instituto Emater, Apucarana-PR
 H214 HAMERSCHMIDT, Iniberto
 Manual Técnico de Olericultura. / Iniberto Hamerschmidt, 
 Antonio Leonardecz, Jorge Gheller, José Riguetto, José 
 Bortolussi, Maurício Franco, Nelson Harger, Nilson Carva- 
 lho. -- Curitiba: Instituto Emater, 2013.
 266 p.: il. color.; (Série Produtor, n. 143)
 ISBN 978-85-63667-30-4 
 1. Hortaliças. 2. Classifi cação Botânica. 3. Clima. 4. 
 Conservação do Solo. 5 Semeadura. 6. Adubação. 7. Colhei- 
 ta. I. Hamerschmidt, Iniberto. II. Leonardecz, Antonio. III. 
 Gheller, Jorge. IV. Riguetto, José. V. Bortolossi, José. VI. 
 Franco, Maurício. VII. Harger, Nelson. VIII. Carvalho, 
 Nilson. XI. Título. 
 CDU 635
Maria Sueli da Silva Rodrigues - 9/1464
Engenheiro Agrônomo, Nilson Roberto Ladeia Carvalho, Especialista em
Olericultura pela UFV, Coord. Macrorregional Norte de Olericultura,
Instituto Emater, Londrina-PR
Revisão Instituto Emater:
Licenciado em Letras-Português José Renato Rodrigues de Carvalho
Capa/Diagramação:
Marlene Suely Ribeiro Chaves/Roseli Rozalim Silva
1a Edição
1a Tiragem: 5.000 exemplares
Trabalho publicado com recursos do
Programa de Gestão do Solo e da Água em Microbacias
Exemplares desta publicação podem ser adquiridos junto ao:
Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural – EMATER
SAC – Serviço de Atendimento ao Cliente – Fone 41 3250-2166
Rua da Bandeira, 500, CEP 80035-270, Cabral – Curitiba-PR
http://www.pr.gov.br/emater e-mail: sac@emater.pr.gov.br
3
APRESENTAÇÃO
Este Manual Técnico de Olericultura, edição 2013, foi 
editado com o intuito de orientar os profissionais da Assistência 
Técnica e Extensão Rural do Estado do Paraná. Sua elaboração 
foi possível graças à participação efetiva de técnicos da Extensão 
Rural Oficial do Estado, especializados em Olericultura e que 
não mediram esforços na consecução deste trabalho.
Face ao crescimento intenso da produção de hortaliças 
no Paraná, que no período compreendido entre os anos 2000 
a 2012 passou de 1,7 milhão para 3,0 milhões de toneladas, 
devido especialmente à demanda crescente dos programas 
institucionais e ao aumento do consumo pela população em 
geral, é que este trabalho está sendo publicado. O Manual traz 
informações sobre produção, colheita, classificação, embalagem 
rotulagem, acondicionamento e comercialização, além dos custos 
de produção das principais hortaliças, visando a obtenção de 
alimentos seguros e nutritivos para os consumidores.
Sua leitura é recomendada para os extensionistas em espe-
cial, professores, pesquisadores, estudantes e outros técnicos de 
entidades públicas e privadas ligados ao setor.
Sugestões de todos os usuários são aceitas, para melhoria 
das próximas edições, sugerindo-se o uso adequado às condições 
climáticas e de solo peculiares de cada região ou município.
 Rubens Niederheitmann
 Diretor-Presidente do Instituto EMATER
04
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .........................................................................................03 
SUMÁRIO .....................................................................................................05
1. INTRODUÇÃO E RIQUEZA ALIMENTAR DAS HORTALIÇAS .................07 
2. CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA DAS HORTALIÇAS ..................................08
 Tabela 1. Classificação botânica das hortaliças ..........................................08
3. CLIMA E SUA INFLUÊNCIA NA OLERICULTURA ...................................13
 a) Temperatura .........................................................................................13
 b) Fotoperíodo ..........................................................................................13
 c) Umidade ..............................................................................................14
4. PREPARO DO SOLO ................................................................................14
 a) Terrenos com vegetação (capoeira e/ou mata) ......................................15
 b) Terrenos já cultivados ...........................................................................15
 c) Levantamentos de canteiros .................................................................15
5. SEMEADURA DE HORTALIÇAS ..............................................................15
 a) Semeadura direta .................................................................................15
 b) Semeadura indireta ..............................................................................15
 b.1) Sementeira tradicional .......................................................................16
 b.2) Recipientes ........................................................................................16
 b.3) Produção em bandejas ......................................................................16
 Tabela 2. Preparo do substrato ...................................................................17
 c) Desinfestação e desinfecção do solo e substratos ..................................19
 c.1) Solarização ........................................................................................19
 c.2) Tratamento químico...........................................................................20
6. O SOLO E A ÁGUA ..................................................................................20
6.1 Solo.........................................................................................................206.2 Água .......................................................................................................21
7. CONSERVAÇÃO DO SOLO......................................................................21
8. IRRIGAÇÃO DE OLERÍCOLAS .................................................................22
8.1 Conceitos ................................................................................................23
 Quadro 1. Classificação de água para irrigação segundo seu pH ...............24
 Quadro 2. Textura do solo vs. Retenção de água .......................................24
 Quadro 3. Indicadores de disponibilidade de água para plantas ................24
 Quadro 4. Água no solo está retida com uma tensão .................................24
8.2 Métodos/Tipos de irrigação......................................................................26
 Quadro 5. Características de aspersores ....................................................26
 Quadro 6. Dados técnicos de aspersores médios 
 02 Bocais – Eco A232 ...............................................................................27
 Quadro 7. Eficiência de irrigação e consumo de energia de diferentes
 métodos de irrigação .................................................................................27
 Quadro 8. Comparação de métodos de irrigação ......................................28
 Quadro 9. Períodos críticos de irrigação em olerícolas ...............................29
9. FERTIRRIGAÇÃO EM OLERÍCOLAS .......................................................30
9.1 Equipamentos mais utilizados para fertirrigação ......................................30
9.2. Fertilizantes para fertirrigação .................................................................31
9.3. Manejo da fertirrigação ..........................................................................32
 Quadro 10. Fertilizantes simples usados em fertirrigação ...........................33
 Quadro 11. Fertilizantes formulados usados em fertirrigação ....................33
10. CORREÇÃO DOS SOLOS E A ADUBAÇÃO DE OLERÍCOLAS .............35
10.1. Introdução ............................................................................................35
10.2. Amostragem dos solos ..........................................................................35
10.3. Correção dos solos ...............................................................................35
 a) Correção da acidez ................................................................................35
 b) Correções de fósforo e potássio ............................................................38
10.4. Nutrição mineral e adubação de olerícolas ...........................................38
10.4.1 Nutrição mineral de olerícolas ............................................................38
 Tabela 3. Quantidade de macronutrientes (kg) e de micronutrientes (g)
 necessários para a produção de uma tonelada das principais olerícolas .....39
 Tabela 4. Sintomas visuais de deficiência de macronutrientes ....................40 
 Tabela 5. Sintomas visuais de deficiência de macronutrientes 
 secundários ................................................................................................42 
 Tabela 6. Sintomas visuais de deficiência de micronutrientes .....................44
10.4.2. Adubação em olerícolas ....................................................................47 
 Tabela 7. Sugestões de adubação com N-P-K para as principais 
 olerícolas do Paraná ..................................................................................47
 Tabela 8. Sugestões de adubação com micronutrientes e correção 
 da deficiência de Cálcio-Ca e Magnésio Mg ...............................................53
5
 b) Controle de ervas daninhas ...................................................................72
 b.1) Herbicidas recomendados em Olericultura - Ministério da 
 Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Coordenação-Geral de 
 Agrotóxicos e Afins/DFIA/DAS ...................................................................74 
 Tabela 20. Herbicidas Recomendados .......................................................74
 Tabela 21. Nome Comercial e Técnico dos Herbicidas 
 Recomendados e Registrados para Olericultura no Ministério 
 da Agricultura, Pecuária e Abastecimento - Coordenação-Geral
 de Agrotóxicos e Afins/DFIA/SDA ..............................................................85
 c) Amontoa ................................................................................................85
 d) Tutoramento e amarração .....................................................................85
 e) Desbrota ................................................................................................86
 f) Proteção da inflorescência ......................................................................86
 g) Controle fitossanitário ............................................................................86
14. PRINCIPAIS PRAGAS E SEU CONTROLE .............................................88
 Tabela 22. Principais pragas e seu controle ................................................88
 Tabela 23. Caracterização dos inseticidas a serem utilizados ................... 135
15. PRINCIPAIS DOENÇAS E SEU CONTROLE ....................................... 166
 Tabela 24. Principais doenças e seu controle........................................... 166
 Tabela 25. Caracterização dos fungicidas a serem utilizados.................... 214
16. COLHEITA ........................................................................................... 232
16.1. Colheita manual ................................................................................ 233
16.2. Colheita auxiliada ............................................................................. 233
16.3. Colheita mecanizada ......................................................................... 233
16.4. Ponto de colheita ............................................................................... 234
16.5. Classificação quanto à maturação pós-colheita .................................. 242
16.6. Beneficiamento e classificação de hortaliças ...................................... 242
17. CUSTO DE PRODUÇÃO DAS PRINCIPAIS OLERÍCOLAS ................. 248
 Tabela 26. Custos de produção das principais olerícolas no 
 Estado Paraná ........................................................................................ 249
18. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 263
Tabela de Composição Nutricional das Hortaliças ...................................... 265
10.4.2.1. Adubação orgânica ........................................................................55
 Tabela 9. Concentrações médias de nutrientes e teor de matéria 
 seca de alguns materiais orgânicos.............................................................55
 Tabela 10. Concentrações médias índices de eficiência dos 
 nutrientes no solo de diferentes tipos de esterco e resíduos 
 orgânicos em cultivos sucessivos ................................................................56
 a) Compostagem .......................................................................................57
 b) Húmus de minhoca ...............................................................................58
 Tabela 11. Composição de elementos químicos no húmus 
 da minhoca ...............................................................................................58
 c) Adubação verde - Manejo para cobertura do solo e adubação ..............59
 Tabela 12. Principais plantas de inverno e verão recomendadas 
 como adubação verde para as diferentes regiões do Paraná ......................59
 Tabela 13. Fixação biológica de nitrogênio por leguminosas 
 recomendadas como adubos verdes ..........................................................61
 Tabela 14. Composição química de adubos verdesrecomendados 
 para o Estado do Paraná ...........................................................................61
10.4.2.2. Adubação mineral ..........................................................................62
10.4.2.2.1. Fertilizantes nitrogenados ............................................................62
 Tabela 15. Garantia mínima dos principais fertilizantes que 
 contém nitrogênio ......................................................................................62
10.4.2.2.2. Fertilizantes fosfatados .................................................................63
 Tabela 16. Garantia mínima dos principais fertilizantes que 
 contém fósforo ...........................................................................................63
10.4.2.2.3. Fertilizantes potássicos .................................................................64
 Tabela 17. Garantia mínima dos principais fertilizantes que 
 contém potássio .........................................................................................64
11. CULTIVARES RECOMENDADAS PARA O PARANÁ ..............................65
 Tabela 18. Cultivares recomendadas para o Paraná ...................................65
12. ÉPOCAS DE PLANTIO, DENSIDADE E CICLO DAS CULTURAS .........70
 Tabela 19. Época de plantio, densidade e ciclo das culturas .......................70
13. TRATOS CULTURAIS .............................................................................72
 a) Desbaste ................................................................................................72
6
1. INTRODUÇÃO E RIQUEZA ALIMENTAR DAS HORTALIÇAS
A Horticultura divide-se em:
- OLERICULTURA
- FRUTICULTURA
- FLORICULTURA
- JARDINOCULTURA
- VIVEIRICULTURA
- PLANTAS MEDICINAIS, AROMÁTICAS E CONDIMENTARES
- CULTURA DE COGUMELOS COMESTÍVEIS.
Os termos Olericultura e Horticultura não são sinônimos, sendo o segundo, um termo muito abrangente, que não deve 
substituir o primeiro como ocorre popularmente.
OLERICULTURA: é o ramo da Horticultura que abrange o estudo da produção das culturas Oleráceas.
OLERÍCOLAS: São as espécies cultivadas, geralmente conhecidas por hortaliças.
Os termos mais utilizados em olericultura são:
Hortaliças: Qualquer parte de certas espécies vegetais (raízes, bulbos, tubérculos, hastes, flores e folhas), utilizadas quando 
ainda tenras, como alimento complementar, cruas, cozidas ou industrializadas.
Os termos Verduras, Legumes, Hortifrutigranjeiros e Hortifrutícolas são populares, mas inadequados e incorretos.
As hortaliças, de maneira geral, apresentam em sua composição elevado teor de vitaminas e sais minerais que são de impor-
tância fundamental para a saúde humana. 
A Tabela de Composição Nutricional das Hortaliças está representada na página 265.
Eng. Agr. Iniberto Hamerschmidt, Especialista em Olericultura pela UFV, 
Coordenador Estadual de Olericultura, Instituto Emater - Unidade Central
7
2. CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA DAS HORTALIÇAS
Biólogo Sandro Menezes Silva, Pós-graduado em Botânica
Prof. de Morfologia e Sistemática de Magnoliophyta UFPR/SCB/Departamento de Botânica
Atualizado em 2012 por Eng. Agr. Iniberto Hamerschmidt, Especialista em Olericultura pela UFV, 
Coordenador Estadual de Olericultura, Instituto Emater - Unidade Central
Tabela 1. Classificação botânica das hortaliças
FAMÍLIA NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO PARTE UTILIZADA ORIGEM
Agaricaceae Champignon, cogumelo Agaricus bisporus (Lange) Imbach Corpo de frutifi cação Europa
 Shitaki, funghi Pleurotus ostreatus (Jacq. ex Fr.) Kummer Corpo de frutifi cação Ásia(?)
Aizoaceae Espinafre-da-Nova-Zelândia Tetragonia expansa Murr. Folhas Ásia e Oceania
Apiaceae Batata-salsa, mandioquinha Arracacia xanthorhyza Bancr. Raiz América Central
(=Umbelliferae) (Jamaica)
 Cenoura Daucus carota L. Raiz, folhas Europa e Ásia ocidental
 Salsa-comum, salsinha Petroselinum sativum Hoffm. Folhas Europa 
 Salsa-crespa Petroselinum crispum Nym. Folhas Europa 
 Salsão, aipo Apium graveolens Benth. Folhas Europa 
Araceae Taro (ex-Inhame), Taioba, Taiá Colocasia esculenta Schott Tubérculo Índia
 Taioba, Mangarito Xanthosoma violaceum Schott Tubérculo, folhas América tropical
Asparagaceae Aspargo Asparagus offi cinalis L. Brotos de caule Ásia, Europa e África
 setentrional 
continua
8
FAMÍLIA NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO PARTE UTILIZADA ORIGEM
Asteraceae
(=Compositae) Alcachofra Cynara scolymus L. Folhas Europa
 Alface-comum Lactuca satuva var. sativa L. Folhas Europa
 Alface-crespa Lactuca sativa var. crispa L. Folhas Europa
 Alface-americana Lactuca sativa var. capitata L. Folhas Europa
 Alface-romana Lactuca sativa var. romana Hort. Folhas Europa
 Almeirão, escarola, chicória, endívia Cichorium endivia L. Folhas Ìndia
 Bardana Arctium Iappa Kalm. Raiz Europa e Ásia
 Chicória-amarga, almeirão, radiche Cichorim intybus L. Folhas Europa
Brassicaceae Agrião-da-água Nasturtium offi cinale R. Br. Folhas Europa
(=Cruciferae) Agrião-da-terra (do seco) Lepidium sativum L. Folhas Oriente Médio
 Brócolis Brassica oleracea var. botrys-asparagoídes DC. Infl orescências Europa
 Colza Brassica campestris var. oleifera DC. Semente China
 Couve-chinesa Brassica campestris var. chinensis L. Folhas China
 Couve-de-Bruxelas Brassica oleracea var. gemmifera DC. Folhas Europa
 Couve-fl or Brassica oleracea var. botrys-caulifl ora DC. Infl orescências Europa
 Couve-maneiga, couve-crespa Bassica oleacea var. acephala DC. Folhas Europa
 Nabo-redondo, Nabo-comprido Brassica napus var. napo-brassica DC. Raiz China
 Couve-rábano Brassica oleracea var. gongylodes L. Folhas e caule Europa
 Couve-repolhuda (Repolho-crespo) Brassica oleracea var. bullata DC. Folhas Europa
 Crem, raiz-forte Armoracia rusticana Gaertn., Mey. & Scherb. Raiz Europa
 Mostarda-amarela Brassica Juncea (L.) Czern. & Coss. Folhas, sementes Ásia oriental
 Mostarda-branca Bassica hirta Moench. Folhas Europa
 Mostarda-preta Brassica nigra (L.) Koch Sementes Região mediterrânea
 Repolho Brassica oleracea var. capitata L. Folhas Europa
 Rabanete Raphanus sativus L. Raiz Europa e Ásia
 Rúcula Eruca sativa Mill Folhas Região mediterrânea
 e Ásia ocidental
 continua
9
FAMÍLIA NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO PARTE UTILIZADA ORIGEM
Capparidaceae Alcaparra Capparis spinosa L. Botões fl orais Região mediterrânea
Chenopodiaceae Acelga, acelga-branca Beta vulgaris L. var. cyda L. Folhas Europa meridional
 Beterraba Beta vulgaris L. var. rapacea C. Xoch. Raiz Europa meridional
 Espinafre Spinacia oleracea L. Folhas Ásia central
Convolvulacea Batata-doce Ipomoea batatas Poir. Raiz América central e
 América do Sul
Cururbitaceae Abóbora Cururbita moschata Duch. ex Poir. Fruto Ásia tropical
 Moranga, Moranga híbrida Cururbita maxima Wall. Fruto, fl ores Ásia tropical
 Abobrinha italiana Cururbita pepo Lourt. Fruto América tropical
 Bucha-comum Luffa cylindrica Roem. Fruto Ásia tropical
 Cabaça, cuia, porongo Lagenaria siceraria (Mol.) Standl. Fruto Ásia e África tropical
 Chuchu Sechium edule (Jacq.) Sw. Fruto Índias ocidentrais
 Maxixe Cucumis anguria Forsk. Fruto América tropical
 Melancia Citrullus lanatus (Thumb.) Mansf. Fruto África do Sul
 Melão Cucumis melo Blanco Fruto Ásia meridional e
 África tropical
 Pepino Cucumis sativus L. Fruto Índia
Dennstaedtiaceae Broto-de-samambaia Pteridium aquilimum (L.) Kuhn Brotos de folhas Cosmopolita
Dioscoreaceae Cará, cará-de-rama Dioscorea batatas Decne Tubérculos Ásia e África tropical
 Cará-do-ar Dioscorea bulbifera L. Tubérculos Ásia e África tropical
Euphorbiaceae Aipim, mandioca-mansa, Manihot utilíssima Pohl Raiz, folhas Amécia do Sul
 mandioca-doce
 continua
10
continua
FAMÍLIA NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO PARTE UTILIZADA ORIGEM
Fabaceae
(=Leguminosea- Broto-de-alfafa Medicago sativa L. Plântulas Europa
(Faboideae) Ervilha-de-cheiro Lathyrus odoratusL. Frutos, sementes Itália
 Ervilha-torta Pisum sativum L. var. macrocarpa Frutos, sementes Ásia
 Fava Vicia faba L. Sementes África e Ásia
 Feijão Vagem, Broto-de-feijão Phaseolus vulgaris L. Frutos,sementes,plântulas Américas
 Feijão-de-lima Phaseolus lunatus Haber. Frutos, sementes Américas
 Feijão-de-metro, corda Vigna sinensis Endl.var.sesquipedalis Frutos, sementes Américas
 Savi ex Hassk 
 Feijão-fradinho Vina sinensis var. monochalis Endl. Sementes Américas
 Grão-de-bico Cicer arietinum L. Sementes Região mediterrânea
 Lentilha Lens esculenta Moench. Sementes Europa meridional
 Tremoço Lupinus albus L. Sementes Europa
Aliaceae
(amarilidaceae) Alho-comum Allium sativum L. Bulbo Oriente Médio
 Alho-porró Allium ampeloprasum L. Bulbo Europa
 Cebola-comum Allium cepa Falk. Bulbo Oriente Médio
 Cebolinha Allium schoenoprasum L. Folhas Sibéria
Malvaceae Quiabo Hibiscus esculentus L. Frutos Ásia tropical
 Vinagreira Hibiscus sabdariffa L. Folhas África oriental
Pedaliaceae Gergelim, sésamo Sesamum indicum DC. Sementes África(?)
Piperaceae Pimenta-branca, pimenta-do-reino Piper nigrum L. Frutos Paleotropical
 
11
FAMÍLIA NOME VULGAR NOME CIENTÍFICO PARTE UTILIZADA ORIGEM
Polygonaceae Ruibarbo Rheum palmatum L. Folhas Ásia(?)
 Rheum raponthicum Gmel. ex Ledeb
 Rheum hydridum Murr.
Poaceae Broto-de-bambu Bambusa vulgaris Ness Brotos do caule Ásia
(=Gramineae) Phyllostachys aurea A. & C. Riv. China
 Milho, milho-verde, milho-doce Zea mays L. Frutos América do Sul
Rosaceae Morango, moranguinho Fragaria vesca Benth. Frutos América do Sul
 Fragaria chiloensis Georgi
Solanaceae Batata, batatinha Solanum tuberosum Poepp. ex Walp. Tubérculos América do Sul
 Berinjela Solanum melongena Wall. Frutos Trópicos Velho Mundo
 Jiló Solanum gilo Requien ex Dun. Frutos América meridional
 Pimenta-malagueta Capsicum frutescens Rodsch. Frutos, sementes América do Sul
 Pimenta-vermelha Capsicum anuum L. var. longum (DC.) Sendtn. Frutos América do Sul
 Pimentão Capsicum anuum L. var. angulosum Mill. Frutos América do Sul
 Tomate Lycopersicon esculentum Mill. Frutos América do Sul
Zingiberaceae Gengibre Zingiber offi cinale Roscoe Rizoma Ásia Tropical
 (?) Origem provável.
12
3. CLIMA E SUA INFLUÊNCIA NA OLERICULTURA
Eng. Agr. José Américo Righetto, Coordenador Regional de Olericultura, Instituto Emater - Unidade Regional Curitiba
As hortaliças apresentam uma grande condição de adapta-
bilidade às diferentes alterações climáticas.
Nesta condição estão principalmente aquelas hortaliças 
de ciclo mais curto que, mesmo sem estarem no lugar ideal, se 
desenvolvem de maneira bem parecida com as condições do 
local de origem.
Os três fatores climáticos que maior importância têm para 
as hortaliças são:
a) Temperatura
b) Fotoperíodo
c) Umidade Relativa do Ar
a) Temperatura
A temperatura em qualquer ponto da superfície da Terra 
depende das coordenadas geográficas de latitude e longitude, 
da estação climática e da hora do dia, além da influência pre-
ponderante do microclima.
A temperatura decresce à medida que a altitude vai cres-
cendo numa correspondência de 2 graus para cada 300 metros 
de elevação, ou seja, aproximadamente 1000 vezes a taxa de 
alteração da temperatura em função da latitude.
O crescimento vegetativo, o florescimento, a frutificação 
e a produção de sementes são diretamente influenciados pela 
temperatura.
Temperaturas abaixo do ótimo podem provocar o floresci-
mento prematuro de certas hortaliças, prejudicando ou impe-
dindo a produção das partes utilizadas na alimentação. 
Por outro lado, temperaturas acima do ótimo também po-
dem acelerar o florescimento de certas hortaliças, como ocorre 
com as variedades européias de alface, adaptadas a temperaturas 
amenas, que não produzem bem em nosso verão.
A temperatura afeta diretamente no aparecimento de 
doenças e pragas, além de influenciar a fisiologia das plantas 
olerícolas.
b) Fotoperíodo
Pela importância fundamental da fotossíntese, deduz-se 
que a luz é um fator climático essencial para o desenvolvimento 
das plantas.
Quanto maior for a intensidade luminosa, maior será a 
fotossíntese e consequentemente eleva-se o teor de matéria 
seca da planta.
Quanto menos luz disponível, haverá crescimento em altura 
e extensão, mas não um aumento na matéria seca.
O fotoperíodo influi diretamente no crescimento e na flo-
ração das olerícolas. Para as nossas condições, o fotoperíodo 
afeta mais substancialmente a produção de algumas hortaliças 
como a cebola e o alho, que somente formam bulbos quando 
13
Eng. Agr. José Américo Righetto, Coordenador Regional de Olericultura, Instituto Emater - Unidade Regional Curitiba
os dias são de duração acima de certo mínimo, que varia com 
o cultivar. Isto define o que é um cultivar precoce e um cultivar 
tardio.
O florescimento também depende do fotoperíodo, assim 
os cultivares europeus e americanos de alface pendoam pre-
cocemente, quando submetidos às condições de dias longos 
e quentes.
O pepino produz maior número de flores femininas em con-
dições de dias curtos. Entretanto, do ponto de vista da produção 
comercial de hortaliças, o fotoperíodo somente se apresenta 
como fator limitante, nos casos de cebola e alho.
c) Umidade
Considerando o fato das hortaliças, na sua maioria, terem 
na sua constituição, mais de 90% de água, pode-se entender a 
importância deste fator climático.
A umidade do ar influi na transpiração, enquanto que, a 
umidade do solo determina a absorção de água e de nutrientes, 
afetando o crescimento da planta.
A umidade do solo é mais facilmente corrigida, através da 
irrigação, porém a umidade do ar somente pode ser controlada 
em estufas. 
A alta umidade relativa do ar facilita o desenvolvimento 
de doenças e pragas, portanto este fator deve ser olhado com 
muito cuidado.
Deve-se evitar microclimas de alta umidade relativa, bem 
como obedecer aos espaçamentos recomendados para as cul-
turas a serem plantadas.
4. PREPARO DO SOLO
Um dos fatores mais importantes para um bom preparo de 
solo é o ponto de umidade.
Quando o preparo é efetuado com o solo muito úmido, 
ocorrem problemas em relação à estrutura (compactação no 
lugar onde trafegam as rodas do trator) e gruda com maior força 
nos implementos (principalmente em solos argilosos) até o ponto 
de inviabilizar a operação desejada. Deve-se tomar o cuidado 
de nunca preparar o solo com umidade excessiva.
Quando o solo é preparado estando muito seco, não 
ocorrem danos físicos na estrutura, mas um maior número de 
passagens será necessário para alcançar o destorroamento que 
permita efetuar a operação de semeadura ou transplante.
Por outro lado, estando o solo abaixo da umidade ideal, 
teremos maiores gastos com combustível, torrões muito grandes 
e difíceis de serem quebrados sendo trazidos à superfície, além 
do serviço levar muito mais tempo.
14
Eng. Agr. José Américo Righetto, Coordenador Regional de Olericultura, Instituto Emater - Unidade Regional Curitiba
a) Terrenos com vegetação (capoeira e/ou mata)
Em primeiro lugar faz-se necessário uma destoca para a 
limpeza da área. Depois, proceder o enleiramento em nível do 
material retirado.
De preferência, cultivar a área inicialmente com culturas, 
tipo arroz, feijão, milho, etc, pelo período de um ano. 
O preparo inicial do solo deve ser feito através de duas 
arações e tantas gradagens quantas forem necessárias para 
realizar um perfeito destorroamento do solo, através de tração 
animal ou mecanizada.
b) Terrenos já cultivados
Fazer aração e gradagem convencionais. Anualmente 
recomenda-se uma aração profunda ou escarificação, para 
quebrar as camadas compactadas.
O uso intensivo de enxada rotativa deve ser evitado, 
pois, além de pulverizar o solo, causa a compactação das ca-madas inferiores.
c) Levantamentos de canteiros
A altura dos canteiros é determinada em função da umi-
dade do solo e também do sistema radicular da hortaliça que 
ali será semeada.
Nos solos mais úmidos a altura deverá ser maior para pro-
piciar uma drenagem da água em excesso, recomendando-se 
15 a 20 cm.
Nos solos mais secos esta altura deve ser diminuída para 
se fazer um efeito contrário ao da drenagem, recomendando-se 
10 a 15 cm.
A largura deve ficar entre 1,0 e 1,20 m para facilitar os 
tratos culturais. 
O comprimento pode variar em função das condições do 
terreno, mas não se recomenda canteiros muito compridos.
Fazer o encanteiramento seguindo o nível do terreno.
5. SEMEADURA DE HORTALIÇAS
a) Semeadura direta 
É feita diretamente no local definitivo para a cultura.
Pode ser feita em sulcos ou em covas.
Utilizada preferencialmente para a semeadura de abobrinha, 
cenoura, ervilha, feijão vagem, melancia, melão, nabo, 
pepino, quiabo, rabanete, rúcula, salsa, alface, almeirão, etc.
b) Semeadura indireta
Realizada em local não definitivo para um posterior trans-
plante.
15
É utilizada preferencialmente para acelga, alface, brócolis, 
couve-flor, jiló, pimenta, pimentão, repolho, tomate e outros.
b.1) Sementeira tradicional
E o método ainda utilizado por produtores resistentes às 
inovações tecnológicas ou por aqueles que acham que é o 
método mais barato para produção de mudas.
Se este método for utilizado, pelo menos se recomenda que 
o olericultor utilize 0,5 kg de calcário/m2 em solos não corrigidos, 
mais 3 a 5 kg de esterco de galinha por m2 de canteiro.
Utilizar também 250 g/m2 de Superfosfato Simples e 50 g/
m2 de Cloreto de Potássio ou então, usar 300 g/m2 de adubo 
fórmula 4-14-8.
Fazer a semeadura de forma organizada, observando um 
espaçamento de 10 cm entre as linhas de sementes e procurar 
não fazer semeadura a lanço.
b.2) Recipientes
É uma evolução para dinamizar a produção de mudas e 
fazer com que a qualidade e precocidade das mesmas aumentem.
Pode-se utilizar para este fim, sacos de polietileno.
De forma mais barata, porém, mais trabalhosa, pode-se 
utilizar copinhos de jornal, os quais são feitos da seguinte forma: 
corta-se uma página de jornal no sentido transversal, em tiras 
com cerca de 10 cm de largura cada uma; enrola-se as tiras 
numa garrafa lisa ou lata de refrigerante com cerca de 6 cm de 
diâmetro, deixando-se 4 cm na parte de baixo para fechar o 
copinho; coloca-se o substrato no copinho e depois se faz a 
semeadura.
b.3) Produção em bandejas
Devido ao elevado custo das sementes de hortaliças, existe 
a necessidade de se conseguir um aproveitamento máximo 
do seu poder germinativo, de forma a reduzir-se a quantidade 
total de sementes a ser utilizada. Também é interessante que 
cada semente germinada se transforme numa planta adulta e 
altamente produtiva, para tanto, é imprescindível que as mudas 
sejam produzidas de forma a minimizar o choque do transplante, 
além de não apresentarem danos no sistema radicular, o que 
seria uma possibilidade maior de entrada de doenças.
As bandejas são confeccionadas em poliestireno expandido 
(EPS). 
Existem diversos tipos e tamanhos de bandejas, porém as 
que mais se aplicam às hortaliças são as seguintes: bandejas 
com 288 células e 47 mm de profundidade são recomen-
dadas para a produção de mudas de acelga, alface, almeirão, 
beterraba, brócolis, chicória, couve, couve-chinesa, couve-flor, 
mostarda, repolho, etc. Porém, atualmente as bandejas com 
128 células e 60 mm de profundidade são as mais utiliza-
das, principalmente para abóbora, abobrinha, aipo, berinjela, 
ervilha, espinafre, feijão vagem, jiló, melancia, melão, moranga, 
morango, pepino, pimenta, pimentão, quiabo, tomate, etc.
As bandejas são bastante leves e resistentes à umidade, 
são, entretanto, frágeis e devem ser manuseadas com bastante 
cuidado. O isopor não é afetado pelo álcool ou água-raz, mas é 
16
dissolvido pela gasolina, querosene e thinner. A luz solar também 
afeta o isopor e com o tempo, nota-se a formação de um pó 
branco na superfície da bandeja. Quando houver necessidade 
de armazenamento das bandejas por longo tempo, estas devem 
ser depositadas ao abrigo do sol, dentro de um local fechado.
Quando se trabalha com sementes tratadas e substrato sadio, 
a limpeza das bandejas é feita batendo-se levemente a bandeja 
invertida sobre uma superfície qualquer, para a saída de sobras 
de substrato de células onde eventualmente não ocorreu a ger-
minação, para seu reaproveitamento, fazendo-se em seguida a 
lavagem com jato de água.
Quando se constatar a ocorrência de doenças, as bandejas 
devem ser tratadas antes de sua reutilização. Além da lavagem 
com água e detergente, elas devem ser imersas em uma solução 
com hipoclorito de sódio (água sanitária) a 2%.
Substrato
Um bom substrato deve apresentar adequada aeração, 
boa retenção de água, boa retenção de nutrientes, sanidade e 
ausência de ervas daninhas.
Deve ter as características de facilidade no arranquio e bom 
enraizamento das mudas, além da baixa densidade, para que 
as bandejas prontas, não pesem muito. O substrato pode ser 
adquirido pronto ou ser feito em nível de propriedade.
As quantidades dos elementos que compõem este substrato 
são apresentadas através da Tabela 2:
Tabela 2. Preparo do substrato
 PREPARO DE 100 litros de SUBSTRATO
50 litros Esterco Peneirado ou Fibra Compostada ou Composto
40 litros Vermiculita Expandida
10 litros Húmus de Minhoca
Fonte: Embrapa Hortaliças - Brasilia - 2007
Enchimento das células
O substrato nunca deve ser comprimido fortemente, princi-
palmente se estiver com a umidade acima de 30%.
A compressão provoca a destruição de partículas e reduz a 
aeração e drenagem do substrato. Deve ser feita numa bancada 
de trabalho, onde a superfície fique a uma altura de 80 a 85 
cm do solo.
As bandejas vazias serão colocadas sobre a bancada e 
umedecidas, de modo que fique uma fina lâmina de água nas 
paredes.
O substrato será colocado sobre as bandejas e com o auxílio 
de uma régua ou pedaço de madeira com 30 a 35 cm de com-
primento e 5 a 6 cm de largura, esparrama-se sobre um grupo 
de bandejas, complementando o seu volume. A seguir com leves 
pancadas, com as palmas das mãos sobre as bandejas, faz-se 
o adensamento do substrato. A seguir, completa-se novamente 
o volume das bandejas com a colocação de mais substrato e o 
uso da régua ou pedaço de madeira.
A redistribuição do substrato nas bandejas com a régua, 
17
pode provocar, no final do enchimento, uma segregação de 
partículas do substrato. As partículas maiores e leves ficam na 
superfície. Neste caso deve-se tomar cuidado para que as par-
tículas grandes não caiam em uma única cavidade. É preferível 
que sejam jogadas ao lado da mesa. Durante esta fase do en-
chimento, as bandejas não deverão ser levantadas da bancada 
até que o seu substrato seja umedecido.
Umedecimento do Substrato
Cada tipo de substrato apresenta uma capacidade de re-
tenção de água diferente, e um determinado ponto ideal, que 
proporciona umidade e aeração adequadas para a germinação 
da semente. A quantidade média de água para este umede-
cimento é 1 litro por bandeja.
A semente não deve ser colocada a uma profundidade 
maior que 5 mm, sendo esta, portanto, a camada de substrato 
que irá recobrir a semente,
A colocação de uma camada grossa dificulta a germinação, 
chegando às vezes, até a impedi-la. Uma camada muito fina não 
prejudica a germinação, porém, pode fazer com que, através 
do desenvolvimento da radícula, a semente seja levantada do 
substrato, ficando completamente a descoberto, dificultando a 
penetração da raiz no substrato. A muda que assim se forma, 
deita com facilidade. O enraizamento fica prejudicado, arreben-tando facilmente no arranquio das mudas das bandejas.
A marcação dos orifícios no substrato das bandejas para a 
semeadura é muito importante, pois além de definir uma pro-
fundidade de semeadura, centraliza a semente na célula da ban-
deja e evita que a água da irrigação descubra as sementes.
A cobertura das sementes não deve ser feita com material 
muito pesado, para não formar crosta na superfície, com a 
irrigação.
Ambiente de germinação
As bandejas foram concebidas para proporcionar a “poda 
aérea das raízes”, ou seja, as raízes encontrando um espaço livre, 
com luz e aeração, têm o seu crescimento inibido, forçando a 
emissão de maior número de raízes secundárias, dando maior 
proporcionalidade entre a parte aérea e a radicular evitando o 
enovelamento. As mudas devem ser produzidas preferencial-
mente dentro de estufas para que a temperatura e a umidade 
relativa possam ser melhor controladas.
Irrigação
A irrigação ideal para a produção de mudas é aquela que 
produz gotas bem pequenas, quase uma nebulização, que mes-
mo tendo uma baixa vasão, oferece uma distribuição uniforme. 
A microaspersão se encaixa, também dentro deste critério. Até 
a emergência das plântulas deve-se irrigar com frequência e 
pouca intensidade, de modo que o substrato junto à semente 
se mantenha sempre levemente úmido.
Desbaste
O desbaste das mudas é a operação de eliminação das 
plantinhas excedentes em cada célula. Deve ser feito entre o 8° 
e 10° dia após a semeadura. 
18
Eng. Agr. José Luiz Bortolossi, Especialista em Olericultura pela UFV, Exten-
sionista Municipal, Instituto Emater - Cascavel
Inicia-se com uma irrigação, de modo que o substrato fique 
umedecido, para facilitar o arranquio das mudas excedentes, 
sem prejudicar as remanescentes. 
A operação deve ser feita com ambas as mãos. Com os 
dedos de uma mão, apoia-se o substrato junto à muda que 
permanecerá, e com a outra se arranca as demais. 
Este desbaste também pode ser feito com uma tesoura, 
cortando-se a parte aérea das mudas excedentes, junto à super-
fície do substrato. Com o uso de sementes peletizadas (apenas 
uma bolinha, contendo uma só semente) esta operação não é 
necessária.
Mudas prontas
As mudas produzidas na bandeja deverão estar bem enrai-
zadas, com torrão firme, podendo ser arrancadas da bandeja, 
sem a necessidade do forçamento do torrão, pelo orifício de 
drenagem do fundo da bandeja.
Antes de se iniciar o arranquio das mudas das bandejas, há 
necessidade das mudas serem irrigadas. O número de dias que as 
mudas levam para ficarem prontas, é claro, depende da espécie 
e do cultivar semeado, porém, em média demoram 30 dias.
Atualmente, uma prática comum é o produtor adquirir 
mudas prontas de viveiristas especializados. Isto garante a qua-
lidade da muda e, além disso, reduz a mão de obra. Os custos 
de produção apresentados no final deste manual, consideraram 
a aquisição de mudas destes viveiristas.
c) Desinfestação e desinfecção do solo e Substratos
Vários são os microorganismos que habitam o solo e podem 
causar doenças para a maioria das culturas, principalmente 
fungos de diversas espécies, bactérias e nematóides. Como 
consequência há uma queda na quantidade e qualidade da 
produção. Métodos de controle são empregados para diminuir 
tais infestações. São eles:
c.1) Solarização
A solarização consiste na cobertura do solo com plástico 
transparente, com solo úmido, no período mais quente do ano, 
que pode variar de setembro a março, conforme a região, para 
que a energia solar aqueça o solo ou substrato e as temperaturas 
ali alcançadas durante o processo seja letal para as sementes de 
invasoras e para muitos fitopatógenos.
A técnica é indicada para desinfestação de substratos e de 
áreas cultivadas de forma intensiva e sucessivamente, no caso, 
áreas destinadas à produção de hortaliças e ornamentais.
Há alguns procedimentos que deverão ser observados para 
o sucesso da solarização:
- O terreno deve estar preparado como se fosse para o plantio, 
com a adubação química, orgânica e corrigido, caso ne-
cessário, o mais plano possível, livre de torrões para não se 
formarem bolsões de ar entre o nível do solo e o plástico;
19
Eng. Agr. José Américo Righetto, Coordenador Regional de Olericultura, Instituto Emater - Unidade Regional Curitiba 
- O solo deverá estar úmido, ou logo após uma chuva ou ume-
decido por irrigação. A umidade estimula a germinação de 
sementes e de propágulos de patógenos, tornando-os mais 
sensíveis à temperatura elevada.
- Estender bem o plástico transparente sobre a área a ser so-
larizada, inclusive com um metro além da bordadura como 
margem de segurança, pois próximo às bordas do plástico a 
temperatura não se eleva muito. Quanto mais fino o plástico 
maior é o aquecimento. Os mais indicados são os utilizados 
para coberturas de casas de vegetação, que variam de 50 a 
150 micras de espessura.
- Deixar o plástico sobre o solo por um período de 30 a 60 
dias, sendo 60 mais seguro, principalmente quando se tem 
planta daninha cujas sementes são mais resistentes ao calor. 
Como indicativo de que o solo foi adequadamente aquecido 
é quando há controle da beldroega (Portulaca oleracea).
- Remova o plástico sem revolver o solo e imediatamente plan
 te a cultura. Evite pisar sobre os canteiros ou jogar terra não 
solarizada sobre os mesmos, para não infectá-los novamente.
c.2) Tratamento químico
Recomendado para solo em canteiros de formação de 
mudas ou plantio definitivo e para o tratamento de terra desti-
nada ao enchimento de saquinhos para a produção de mudas 
e vasos para o cultivo.
 Utiliza-se o princípio ativo Dazomete na dosagem de 
50 g/m². Nesta dosagem trata-se o solo até uma profundidade de 
20 cm, dependendo do patógeno a ser controlado. Se necessário 
tratar mais profundamente, aumentar em 10 gramas para cada 
5 cm de profundidade a mais. A liberação da área para plantio 
está relacionada à temperatura do solo. Quanto mais baixa for 
a temperatura do solo, mais tempo demora a voltar a plantar 
no local. Para maiores informações consulte a bula do produto 
seguindo as recomendações ali contidas.
6.O SOLO E A ÁGUA
6.1 Solo
É a base de sustentação das plantas, é nele que se agregam 
nutrientes, água e oxigênio, indispensáveis para que haja um 
bom desenvolvimento das raízes e com isso uma boa produção. 
A estrutura e sua textura têm efeito direto sobre sua capacidade 
de retenção de água e arejamento. Isto influencia na transfor-
mação química e na vida microbiana do solo, fator importante 
no equilíbrio orgânico e químico.
É necessário que o técnico conheça as limitações do solo 
20
Eng. Agr. José Américo Righetto, Coordenador Regional de Olericultura, Instituto Emater - Unidade Regional Curitiba
para adequar o seu uso principalmente quanto à conservação.
pH do solo: A maioria das hortaliças desenvolve-se melhor 
na faixa de 5,5 a 6,5, excetuando-se o melão (5,8 a 7,2).
Para batata, recomenda-se solos com pH 5,0 a 5,5 devido 
a aspectos de sanidade (sarna e murcha bacteriana).
6.2 Água
A água para lavagem das hortaliças e irrigação deve ser de 
preferência de fontes próprias ou poços artesianos. É necessário 
ter a “outorga da água” junto à Águas do Paraná, para consumo 
acima de 1,8 m3/hora. Para consumo igual ou inferior a 1,8 m3/
hora, há necessidade apenas do preenchimento de um cadastro, 
junto ao referido orgão.
Evitar o uso de água de córregos (rios) e da rede de água 
tratada.
No caso de utilização de água de córregos próximos de cida-
des ou que contenham resíduos de produtos químicos, industriais 
ou contaminação biológica, sugere-se o desvio e represamento, 
para fazer a decantação destes utilizando vegetais (por exemplo, 
aguapé), para posterior uso.
Para evitar a poluição de córregos sugere-se a construção 
de abastecedouroscomunitários para lavagem e abastecimento 
de pulverizadores.
A análise da água a ser usada, na medida do possível, deve 
ser feita envolvendo instituições ligadas ao meio ambiente, in-
clusive observando as normas e instruções destes órgãos para 
o uso da água.
Quando não houver água com as características descritas 
anteriormente, adequar o sistema de irrigação. Por exemplo, 
em vez de aspersão, usar infiltração ou irrigação em sulcos, 
observando as peculiaridades de cada cultura e solo.
7. CONSERVAÇÃO DO SOLO
O plantio em nível tem que ser adotado para solos acima 
de 3% de declividade, abaixo disso, fazer canteiros cortando 
as águas.
Cultivo em faixas: cultivando espécies de porte alto e por-
te baixo, de forma alternada, exemplo; tomate/rabanete, abobri-
nha/cenoura, feijão vagem e alface.
O cultivo em faixas também apresenta uma série de van-
tagens, como:
- Diminuição da erosão;
- Controle de pragas e doenças; controle de ervas daninhas.
21
8. IRRIGAÇÃO EM OLERÍCOLAS
Eng. Agr. Nilson Roberto Ladeia Carvalho, Especialista em Olericultura pela UFV, 
Instituto Emater - Unidade Regional Londrina
Se o solo ainda não estiver bem estruturado e o olericultor 
não dispõe de matéria orgânica para melhorar a área toda, a 
prática ideal seria a adubação verde em forma de coquetel, 
isto é, duas ou mais variedades juntas e de espécies diferentes, 
que poderão ser incorporadas ao solo, ou servir de cobertura 
morta para plantio direto de algumas variedades, como tomate, 
repolho, couve-flor, brócolis, feijão vagem e outras.
Outras práticas, como consorciação de culturas a qual apre-
senta uma série de vantagens, como, aproveitamento melhor do 
solo, controle de pragas e doenças, controle de ervas daninhas, 
controle da erosão, diminuição do uso da irrigação, maior pro-
dução e menor mortalidade de mudas principalmente no verão 
e lucratividade por área para o olericultor.
Alternativas viáveis e recomendadas são o uso contínuo 
de adubação orgânica, rotação de culturas, plantio de faixas de 
vegetação (exemplo: batata-doce, capim limão); confecção de 
taipas utilizando as pedras da própria área. Em caso de terrenos 
declivosos pode-se também usar patamares ou tabuleiros.
Curvas de nível vegetadas com falaris híbrida, cana de 
açúcar ou capim limão que são espécies que não concorrem 
tanto com as hortaliças implantadas.
Observação: A falaris não compete tanto com as hortali-
ças, cobre bem a curva, não se espalha tanto, cresce no inverno e 
não sementeia, já o capim limão, compete, mas não sementeia e 
é excelente repelente de pragas. A cana de açúcar compete mais 
que o capim limão, mas é excelente como retorno financeiro, 
pois além de cobrir e proteger a curva, com ela pode-se fabricar 
caldo de cana, melado, rapadura e outros.
Sabemos que 90% ou mais do peso fresco das olerícolas é 
constituído de água. Assim, devido ao ciclo curto do plantio a 
colheita, a irrigação torna-se prática indispensável para estas 
lavouras.
Por outro lado, a grande maioria das olerícolas não produz 
adequadamente se não houver água de boa qualidade disponível 
para irrigação. Também, temos visto na prática que o aumento 
da produtividade das culturas irrigadas chega até 50%, 
22
fazendo com que o custo de implantação da irrigação seja 
amortizado em curto espaço de tempo.
8.1 Conceitos
- A taxa de irrigação é uma quantidade de água fornecida em 
certa área (área molhada) e em certo tempo (irrigação).
- Quando a irrigação é aplicada com cobertura de 100% (As-
persão radial), a taxa de chuva é igual à taxa de irrigação.
- Aplicando via irrigação localizada, em uma área limitada, a 
taxa de irrigação pode ser significativamente mais alta do que 
a taxa de chuva por uma pequena área.
Chuvas cobrem 100% da área e frequentemente são medi-
das na profundidade em mm:
Chuvas – Preciptação em mm – significado:
5mm de chuva = 5 litro/m2 ou 50m3/ha = 50.000 litros de água 
Efetividade de Chuva
Uma chuva é considerada efetiva quando o suprimento de 
água é maior do que 5mm (50 m3/ha), portanto, mesmo com 
uma distribuição uniforme da infiltração, a penetração da lâmina 
em solo seco pode ser insignificante.
Em muitos casos, o conteúdo de umidade no solo inicia-se 
no Ponto de Murcha Permanente (PMP) estendendo-se até a 
Capacidade de Campo (CC) podendo ser ao redor de 40% do 
volume, o que significa que 10 mm de chuva podem penetrar 
25 mm i.e. 2,5 cm.
Chuva é igual irrigação?
O alvo da irrigação – fornece quantidades exatas de água, 
isto é, se o requerimento de água da cultura é 5mm/dia, a 
quantidade de irrigação diária compensa as perdas por evapo-
transpiração.
Culturas irrigadas tendem a desenvolver raízes limitadas em 
um volume e área definidos.
- Microaspersão - 40%, gotejos 20%.
A contribuição das chuvas, distribuídas sobre 100% da 
área, deve ser ajustada adequadamente, e apenas uma fração 
molhada da área de raízes deve ser considerada. Uma chuva de 
10 mm sobre cultura irrigada por gotejo fornece apenas 2 mm 
no alvo da irrigação (10mm x 20%).
Água
Qualidade da água de irrigação permite:
- Fornecimento adequado de nutrientes.
- Conservar as características do solo.
- Manter o equipamento de irrigação.
Má qualidade da água:
- Entupimento dos bicos.
- Deposição de sais nas tubulações.
- Redução da vida útil do equipamento.
23
Avaliação da qualidade da água
Quadro 1. Classificação de água para irrigação segundo
 seu pH
 Classifi cação pH Problemas
 Levemente ácida 6 Solo com cultivos sensíveis
 Neutra 7 Não tem problemas
 Levemente alcalina Problemas menores de precipitação
 Muito alcalina > ou = 8 Severos problemas de precipitação de
 sais e imobilização de nutrientes. 
 A água deve ser tratada com ácidos
Solos e Água - Irrigação de acordo com o tipo de solo
Quadro 2. Textura do solo vs. Retenção de água
 m3 de água armazenada Taxa de rega
 Texteura do solo por metro de profundi- máxima mm/h
 dade de solo
 Arenoso 417 - 584 19,05
 Areno-argiloso 584 - 751 15,24
 Areno-franco 751 - 917 12,70
 Franco argilo-arenoso 667 - 1.001 10,16
 Franco arenoso 1.001 - 1.168 10,16
 Franco 834 - 1.501 8,89
 Franco limoso 1.001 - 1.5001 7,62
 Franco argiloso 1.084 - 1.751 6,35
 Agilo-limoso 1.168 - 2.085 5,08
 Argiloso 1.168 - 2.002 3,81
As plantas consomem em média entre 2,5 a 7,5 mm de lâmina de 
água de irrigação por dia (25-75m3/ha/dia)
Fonte: Gurovich, 1999
A textura do solo indica o turno de rega e volume de 
água:
– Solos mais argilosos: Maior turno de rega e pouca água.
– Solos mais arenosos: Menor turno de rega e mais água.
Disponibilidade de água no solo para as plantas: 
– A água disponível para as plantas = Capacidade de campo 
– ponto de murcha permanente (% de umidade)
Capacidade de campo:
– É o teor de umidade que existe num solo após eliminada a 
água gravitacional.
Quadro 3. Indicadores de disponibilidade de água
para plantas
 100g de solo 40g de água Solo Saturado
 100g de solo 20g água 20g de ar Solo na Capacidade de Campo
 100g de solo 10g água 30g de ar Ponto de Murcha Permanente
Quadro 04. Água no solo está retida com uma tensão
 Solo Saturado 0,1 Atmosfera Solo encharcado
 Solo Capacidade de Campo 0,3 atmosfera Umidade aproveitável
 Ponto de Murcha permanente 15 Atmosfera Planta não absorve
A necessidade hídrica das plantas está diretamente 
ligada a:
– Transpiração das plantas (perda de água das plantas).
– Evaporação da água dos solos (perda de água dos solos).
24
Figura 1 - Elementos da altura manométrica
– Umidade relativa do ar
– Ventos
– Chuvas
Sistemas de Irrigação 
Informações básicas para cálculo do sistema de irrigação.
– Área a ser irrigada.
– Culturas a serem irrigadas – para definir o melhor tipo de 
irrigação.
– Vazão de água disponível para ser utilizada na irrigação.– Distância do ponto de captação até o ponto mais alto a ser 
irrigado.
– Altura manométrica: 
 Altura manométrica total é a energia por unidade de peso que 
o sistema solicita para transportar a água do reservatório de 
sucção para o reservatório de descarga, com uma determinada 
vazão. 
 Esta informação será o parâmetro fundamental para escolha 
do conjunto de moto-bomba, que fornecerá a energia para 
o sistema. É importante notar que em um sistema de bom-
beamento, a condição requerida é a vazão, enquanto que a 
altura manométrica total é uma consequência da instalação. 
 Altura manométrica de uma bomba é a carga total de elevação 
que a bomba trabalha.
 É dada pela expressão:
 H = hs + hfs + hr + hfr + (vr2/2g) 
 
 onde: 
 H = altura manométrica total; 
hs= altura estática de sucção;
hfs= perda de carga na sucção (inclusive NPSHr); 
hr = altura estática de recalque; 
hfr = perda de carga na linha do recalque; 
vr
2/2g = parcela de energia cinética no recalque (normal-
mente desprezível em virtude das aproximações feitas no 
cálculo da potência dos conjuntos elevatórios.
25
8.2. Métodos / Tipos de irrigação
Gotejamento
Gotejadores
- Vazão varia de 0,5 a 10 litros/hora, com uma pressão de 
02 a 30 metros de coluna de água (M.C.A.).
- Inserção dos gotejadores deve ser para cima.
Irrigação por Gotejamento
- Permite controles
- Estabilidade do ambiente para o crescimento das plantas
- Aumenta a eficiência
- Frequência (algumas horas por dia)
- Tempo de irrigação relativamente curto
- Volume limitado de água
- Forma sistemas radiculares intensos
- Mantém baixa capacidade de armazenamento de água 
dando oportunidade de manejar os nutrientes
Desvantagem do sistema de irrigação localizado:
Acúmulo de sais da água e fertilizantes no solo.
Aspersão
Quadro 5. Características de aspersores
 Vazão Pressão
 Tamanho Nº de Bocais (m3/hora) Metros de Coluna
 de Água (M.C.A.)
 Pequeno 01 1,20 – 2,70 20 – 30
 Médio 02 2,30 – 8,70 25 – 40
 Grande 01 12,0 – 40,0 30 - 50
26
Quadro 6. Dados técnicos de aspersores médios
 02 Bocais – Eco A232
 Pressão Vazão por Diâmetro EspaçoMáximo
 Bocais na Base Aspersor Irrigado Recomendado
 Preci-
 (mmxmm) (M.C.A.) (m3 / (m) A x L pitação
 hora) (mm /h)
 6,4 X 3,2 25 3,02 31 18 x 24 7,0
 30 3,30 33 18 x 24 7,6
 35 3,55 35 24 x 24 6,2
 40 3,80 37 24 x 24 6,6
 6,6 X 4,0 25 3,50 32 18 x 24 6,1
 30 3,83 33 24 x 24 6,6
 35 4,13 35 24 x 24 7,2
 40 4,43 38 24 x 24 7,7
 6,8 X 4,4 25 3,79 33 24 x 24 6,6
 30 4,18 33 24 x 24 7,3
 35 4,49 36 24 x 24 7,8
 40 4,83 38 24 x 24 8,4
Microaspersão 
Os Microaspersores têm vazão de 20 a 150 litros/hora e para 
seu funcionamento necessitam de uma pressão de serviço de 5 
a 30 metros de coluna de água (M.C.A.) 
Tripa de Irrigação ou Tripão
São mangueiras microperfuradas (furos espaçados) de 15 
cm em geral, cujo diâmetro é de 1.1/2 e funcionam com baixa 
pressão.
Quadro 7. Eficiência de irrigação e consumo de energia de
 diferentes métodos de irrigação
 Método de Efi ciência de Uso de Energia
 Irrigação Irrigação (%) (kWh/m3)
 Por superfície 40 a 75 0,03 a 0,3
 Por aspersão 60 a 85 0,2 a 0,6
 Localizada 80 a 95 0,1 a 0,4
Fonte: Marouelli, W.A. e Silva, W.L.C., 1998.
27
 Efi ciência Investimento Uso de Mão de obra
Método Sistema de Irrigação incial energia (h/ha irrig)
 (%) (R$/ha) (kWh/mm/ha)
Superfi cial Sulcos 40-70 1.200 - 3.000 0,3-3,0 1,0-3,0
 Faixas 50-75 1.400 - 3.000 0,3-3,0 0,5-2,5
 Inundação 50-70 1.400 - 2.500 0,3-3,0 0,3-1,2
Aspersão Convencional semiportátil 60-80 2.500 - 5.000 3,0-6,0 0,7-2,5
 Convencional fi xo 70-85 4.500 - 10.000 3,0-6,0 0,2-0,5
 Autopropelido 65-80 3.500 - 5.500 6,0-9,0 0,5-1,0
 Deslocamento Linear 75-90 4.000 - 6.000 2,0-6,0 0,3-1,0
 Pivô central 75-90 4.000 - 7.500 2,0-6,0 0,1-0,7
Localizada Gotejamento 85-95 8.000 - 10.000 1,0-4,0 0,1-0,3
 Microaspersão 80-90 8.000 - 10.000 1,5-4,0 0,1-0,4
 Borbulhador 75-90 4.000 - 8.000 0,5-3,0 0,1-0,4
ha=hectare mm=milímeros kWh=kilowatts hora h=homem Fonte: Revista - Campo&Negócios/junho/2012 p37
 
 
 Quadro 8. Comparação de métodos de irrigação
A irrigação deve ser manejada de acordo com:
- Umidade do solo
- Condições climáticas
- Culturas sensíveis ao estresse hídrico
Monitoramento - Métodos para medir a 
necessidade de irrigar
Evapo-transpiração:
- Quantidade de água perdida do solo + da planta.
- Quantidade diária de água a ser aplicada na irrigação ou seja:
Irrigação de 1 dia = Evapo-transpiração do dia anterior
Tanque Classe A:
- Equipamento utilizado para medir a evapo-transpiração
Tensiometro:
- Equipamento utilizado para medir a umidade do solo. Vai 
indicar o momento de iniciar a irrigação.
TDR ou Reflectometria no Domínio do Tempo:
- Uma nova ferramenta utilizada para medir a umidade do solo. 
É usado como um método para medida da constante dielétrica 
e condutividade elétrica do solo pela determinação do tempo 
de trânsito e dissipação, respectivamente, de um pulso eletro-
28
Outras dicas para Irrigação
Irrigação em Estufas: o ideal é logo pela manhã, pois evita-
se que o plástico da estufa amanheça molhado devido à 
transpiração das plantas e evaporação da água no solo. 
Assim haverá menor condição de umidade no interior das 
estufas, não favorecendo o aparecimento ou proliferação 
de doenças.
Irrigação no campo: ideal no período da tarde.
 magnético lançado ao longo de sondas metálicas paralelas 
inseridas no solo. Esses dois parâmetros físicos fundamentais 
estão diretamente correlacionados com a umidade e salinidade 
da água dos poros no solo.
Condutivimetro:
- Para checagens rápidas no campo
Coeficiente de uniformidade:
- Para checar a distribuição de água e fertilizantes 
 BOM SENSO e “mão na terra”.
Uso de filtros
Filtração é um processo mecânico em que as partículas são 
inicialmente separadas e então removidas da água de irrigação
A filtração deve ser ajustada para:
– Tipos de emissores
– Tipos de contaminantes
– Vazão
– Concentração
– Quantidade (acumulação)
– Capacidade local de limpeza e manutenção
 Manutenção do sistema - Lavagem
- Apesar da filtração, algumas partículas podem escapar, devido 
ao seu tamanho, mal funcionamento do sistema de filtragem 
ou introduzidas através da linha de irrigação.
- Checar de tempo em tempo o final das laterais, para verificar 
a necessidade de limpeza de seu sistema
- Se quantidade anormal de sujeira for encontrada, lave-o até 
limpar e verifique:
- Seu sistema de filtragem está funcionando bem e é apro-
priado?
- Seu sistema de irrigação é seguro?
- A água fornecida é de qualidade para irrigar?
Quadro 9. Períodos críticos de irrigação em olerícolas
 Cultura Período Crítico
 Alface Formação da cabeça e período anterior à colheita
 Batata Após a formação da batata e da fl oração à colheita
 Cebola Formação do bulbo
 Couve-Flor Todo o ciclo
 Ervilha Início da fl oração e crescimento das vagens 
 Rabanete Formação e crescimento da raiz
 Repolho Formação e crescimento dos frutos
 Tomate Formação das fl ores e crescimento dos frutos.
 Cenoura Início muita água (leves e frequentes) – sementes têm 
 que fi car encharcadas direto. Aos 40 dias estresse hídrico. 
 Após 60 dias reduzir água para a cenoura crescer e “não 
 engordar”. 
29
Eng. Agr. Nilson Roberto Ladeia Carvalho, Especialista em Olericultura pela UFV, 
Instituto Emater - Unidade Regional Londrina
Injetor tipo “Venturi”
9. FERTIRRIGAÇÃO EM OLERÍCOLAS
Dados necessários para montar um plano de fertirrigação:
– Necessidades de nutrientes a serem aplicados em cobertura;
– E.C (Condutividade Elétrica).Medir a salinidade da água de 
irrigação com uso do condutivímetro;
– Curva de extração e Marcha de Absorção de cada cultura;
– Necessidade de água total da cultura;
– Kc (Coeficiente de Cultivo) da cultura por fase: Determina 
como será distribuída a água total da cultura pelo seu ciclo;
– Eficiência do sistema de irrigação;
– Eficiência do nutriente no sistema de irrigação.
9.1 Equipamentos mais utilizados para fertirrigação
Injetor tipo “Venturi”
Vantagens
– Simples construção
– Fácil de instalar
– Facilidade de operação
– Custo relativo baixo
– Amplas faixas de taxas de fluxo
– Proporcional ou Quantitativo
– Há possibilidade de Automação
Desvantagens
– Elevada perda de pressão
– Elevada sensibilidade a flutuações de pressão
– Cada modelo tem uma faixa de fluxo de injeção
30
9.2. Fertilizantes para fertirrigação
Recomenda-se o uso de fertilizantes de alta solubilidade 
em água, já que estes serão aplicados via irrigação, em geral 
através de gotejadores, evitando-se assim o entupimento dos 
equipamentos.
Entre as principais fontes destacam-se o Monoamônio 
fosfato (MAP purificado), Nitrato de Cálcio, Nitrato de Potássio, 
Nitrato de Amônio e o Fosfato Monopotássico (MPK).
Base de Cálculo para definir quantidade de adubos a 
serem utilizados na Fertirrigação
 A partir da análise de solo, utilizando-se tabelas de reco-
mendações ou planilhas eletrônicas, as quais são baseadas nas 
necessidades de nutrientes das plantas e ainda na produtividade 
esperada para a cultura, recomenda-se a quantidade de adubos 
a serem aplicados no solo antes do plantio de cada olerícola, 
bem como a necessidade da adubação em cobertura, que neste 
caso será realizada através da fertirrigação. 
O parcelamento dos fertilizantes a serem aplicados em co-
bertura deve levar em consideração a marcha de absorção de 
nutrientes da cultura. Para as olerícolas em geral considera-se que 
10% dos nutrientes são aplicados no primeiro quarto do ciclo da 
cultura (início do crescimento); 20% dos nutrientes são aplicados 
na segunda fase de desenvolvimento; 40% dos nutrientes são 
aplicados na terceira fase do ciclo (período de maior forma-
ção de massa fresca de folhas e frutos) e 30% na quarta
fase do ciclo das culturas. Dependendo da espécie e do grupo 
de olerícolas (folhas, raízes e frutos), nutrientes como o potássio 
tem sua aplicação concentrada na etapa da máxima produção 
dos frutos.
Cálculo de fertirrigação com a mistura de fertilizantes 
simples de acordo com TRANI, 2007:
Exemplo: Cultura do Pimentão
Considerando-se a necessidade dos nutrientes por área 
plantada (Kg/ha) independente do volume de água aplicado, e 
a recomendação no período de 40 a 50 dias após o plantio, as 
seguintes quantidades de nutrientes: 1,70 Kg/ha/dia de N; 0,58 
kg/ha/dia de P205 e 3,0 Kg/ha/dia de K20.
Dispomos dos seguintes fertilizantes:
MPK: fosfato monopotássico (52% de P205 34% de K20)
KNO3: nitrato de potássio ( 13% de N e 46% de K20)
NH4N03: nitrato de amônio (33% de N)
1. Adubação Fosfatada – fonte: MKP
Necessidade de 0,58 kg/ha/dia de P205
Cálculo:
100 kg de MPK - 52 kg de P205 
 X - 0,58 kg de P205 
X=1,11 kg/ha de MKP/dia
31
2. Adubação Potássica – fontes: MKP e KNO3.
Cálculo:
 100 kg de MPK - 34 kg de K20 
 1,11 kg/ha de MKP - X X= 0,38 kg de K20 
Necessidade de 3,0 kg/ha/dia de K20.
K20 contido no MKP= 0,38 kg
Quantidade K20 que falta = 3,00 – 0,38 = 2,62 kg/ha de K20/dia
 100 kg de KNO3 - 46 kg de K20 
 Y - 2,62 kg de K20 Y= 5,69 kg de KNO3 
3. Adubação Nitrogenada – fontes: KNO3 e NH4N03
 São necessários 1,70 kg/ha de N/dia
Cálculo:
N do KNO3
 100 kg de KNO3 - 13 kg de N
 5,69 kg de KNO3 - X X= 0,74 kg de N
Quantidade N que falta = 1,70 kg – 0,74 = 0,96 kg/ha de N/dia
 100 kg de NH4N03 - 33 Kg de N
 Z - 0,96 Kg de N= 2,91 kg/ha NH4N03/dia
Conclusão:
 Para atender a necessidade da cultura do pimentão neste 
período serão necessários os seguintes fertilizantes: 
- 1,11 Kg/ha de MKP/dia; 
- 5,69 Kg de KNO3 e
- 2,91 Kg/ha de NH4N03 / dia.
9.3. Manejo da fertirrigação
Ideal diluir as aplicações da fertirrigação todos os dias ou três 
vezes por semana:
- Irrigar durante 20 minutos
- Fertirrigação por 20 minutos 
- Irrigar novamente por mais 10 minutos
Cuidados:
- Cuidado com o tamanho do tambor no qual vai ser feita a 
mistura dos adubos;
- O ideal é que durante a aplicação uma pessoa fique mexendo 
a mistura do tambor;
- Quanto mais parcelar a adubação melhor para plantas;
- Não misturar Nitrato de Cálcio com Sulfato de Magnésio, pois 
a mistura causa entupimento dos bicos;
- Não misturar Nitrato de Cálcio com MPK ou MAP, pois a 
mistura causa entupimento dos bicos;
- Uma vez por semana abrir as pontas dos gotejadores para 
limpar o sistema de irrigação.
Sugestão de Misturas:
- Aplicação 01: Nitrato de Potássio + Nitrato de Amônia + 
Sulfato de Magnésio.
- Aplicação 02: Nitrato de Cálcio + Ácido Bórico
Pode-se usar também:
- Superfosfato triplo; Uréia; Cloreto de Potássio
32
Quadro 10. Fertilizantes simples usados em fertirrigação 
(Exemplos)
FOSFÓRICOS N P2O5 K2O S Ca Mg R$/t
Ácido Fosf.H3PO4 0 55 0 - 
DAP (NH4)2HPO4 17 44 0 - 
Fosfato de Ureia 18 44 0 - 
Fosfatobip. K (MKP) 0 40 53 5.996,00 
MAP NH4H2PO4 10 52 0 5.270,00 
MAP pur.NH4H2PO4 11 60 0 5.270,00 
Superfosfato triplo 0 43 0 12 14 730,00 
POTÁSSICOS N P2O5 K2O S Ca Mg R$/t
Cloreto de Potássio 0 0 60 1.195,00 
Fosf. Bip. K2HPO4 0 40 53 5.996,00 
FosfatomonoK -MKP 0 40 53 5.996,00 
Salitre Pot. NaNO3 KNO3 15 0 14 1.760,00 
Sulfato de potássio 0 0 50 18 1,2 - 
Sulfato duplo K e Mg 0 0 22 22 10 - 
NITROGENADOS N P2O5 K2O S Ca Mg R$/t
DAP (NH4)2HPO4 17 44 0 - 
Magnitra - L 7 0 0 10 - 
MAP NH4H2PO4 10 52 0 5.270,00 
MAPpurifi cado 11 60 0 5.270,00 
Nitrato de amônio 32 0 0 2.500,00 
Nitrato de cálcio 15,5 0 0 20 1.998,00 
Nitrato de potássio 13 0 44 5.240,00 
Nitrato se sódio 16 0 0 3.000,00 
Nitromag 26 0 0 8 5 1.450,00 
Sulfato de amônio 20 0 0 24 760,00 
URAN 32 0 0 - 
Ureia 44 0 0 1.183,00
Fonte: Paulo C. Hidalgo e Eduardo T. Sanches (Organizadores) – 
Instituto Emater, 2012.
Quadro 11. Fertilizantes formulados usados em fertirrigação 
(Exemplos)
FERTILIZANTES N P2O5 K2O Ca MG S
07 00 30 9Ca 0,1B (NKALCIO 9) 7 0 30 9 - 6,8
09 00 20 11Ca 6,8S 0,18B
(NKALCIO 11S) 9 0 20 11 - - 
09 00 24 10Ca 0,15B (NKALCIO 10) 9 0 24 10 - - 
10 00 18 12Ca 0,2B (NKALCIO 12) 10 0 18 12 - - 
12 00 12 14Ca 0,2B (NKALCIO 14) 12 0 12 14 - - 
12 05 11 13Ca 0,2B (NKALCIO) 12 5 11 13 - -
13 00 09 15Ca 0,25B (NKALCIO 15) 13 0 19 15 - - 
14 18 00 12Ca 0,19B (NKALCIO) 14 18 0 12 - - 
15 00 00 Dipcal 25kg 15 0 0 - - - 
12 11 18 8S 0,2Fe 1,6Mg
YaraMila Complex - - - - - - 
15 09 20 1,2Mg 4S YaraMila 1000kg 15 9 20 1,2 0 4
15 09 20 1,2Mg 4S YaraMila 50kg 15 9 20 - 1,2 0
21 07 14 YaraMila 21 7 14 - - - 
06 28 09 6 28 9 - - - 
15,5 00 00 19 Ca YaraLiva Calcinit 25kg 15,5 0 0 19 - -
Fonte: Paulo C. Hidalgo e Eduardo T. Sanches (Organizadores) - 
Instituto Emater, 2012.
33
Figura 2. Solubilidade de misturas de fertilizantes líquidos (algumas formulações são incompatíveis em concentrações na solução estoque, 
devendo ser evitadas).
(Fonte: LANDIS et al. 1989).
Compatibilidade dos fertilizantes
34
10. CORREÇÃO DOS SOLOS E A ADUBAÇÃO DE OLERÍCOLAS
Eng. Agr. José Carlos Caldasso da Silva, Especialista em Química e Fertilidade dos Solos,Manejo de Solos de Baixa Aptidão Agrícola 
Eng. Agr. Nelson Harger, Doutor em Agronomia pela UEL, Coordenador Estadual de Grãos,
Instituto Emater - Unidade Regional Apucarana
10.1. Introdução
Para o seu desenvolvimento e produção, as plantas neces-
sitam de 17 elementos, dos quais 13 são nutrientes minerais. 
De acordo com as quantidades requeridas, esses minerais são 
classificados em macronutrientes sendo eles o nitrogênio (N), 
fósforo (P), potássio (K), cálcio (Ca), magnésio (Mg) e enxofre 
(S); e micronutrientes que são o boro (B), cloro (Cl), cobre 
(Cu), ferro (Fe), manganês (Mn), molibdênio (Mo) zinco (Zn) e 
silício (Si). Além dos macro e micronutrientes minerais, a planta 
necessita do carbono (C), do hidrogênio (H) e do oxigênio (O).
A maioria das hortaliças necessitam de quantidades 
grandes de nutrientes em tempos de cultivos menores, sendo 
consideradas plantas exigentes e mesmo esgotantes para o solo, 
especialmente quando colhida toda a planta. Assim, destaca-se 
a importância do manejo racional da calagem e adubação para 
essas culturas.
10.2. Amostragem dos solos
A amostragem do solo é a primeira etapa e a mais crítica do 
processo de análise e recomendações, e é fundamental na to-
mada de decisão do uso e manejo de fertilizantes e corretivos. 
A representatividade da amostra é fundamental para a indica-
ção correta de fertilizantes e de corretivos da acidez do solo. As 
amostras devem ser coletadas em áreas homogêneas quanto 
às características de solo e histórico de utilização. Para maior 
representatividade devem ser coletadas de 10 a 20 amostras 
simples em pontos distribuídos aleatoriamente na área a ser 
manejada, que devem ser homogeneizadas e, destas, constituir 
uma amostra composta de aproximadamente 500g.
10.3. Correção dos solos
a) Correção da acidez
A avaliação da necessidade de calagem é realizada a partir 
da interpretação dos resultados da análise de solo. A correção da 
acidez e a neutralização do efeito de elementos tóxicos através 
da calagem é uma prática fundamental para o uso eficiente dos 
fertilizantes pelas plantas. Ainda, o uso de calcário estimula a 
atividade microbiana, melhora a fixação biológica de nitrogê-
nio, aumenta o crescimento das raízes e a disponibilidade de 
nutrientes (Ca e Mg).
35
NC =
T(V2 - V1)f
100
Solos com maiores teores de alumínio, matéria orgânica 
e argila requerem maiores quantidades de calcário, pois estes 
representam as principais fontes de acidez do solo e tampona-
mento do pH. Para o cálculo das necessidades de calcário o 
Paraná adota desde 1985 o método da elevação da saturação 
por bases, utilizando a fórmula:
onde:
NC: necessidade de calagem em t ha
T: capacidade de troca de cátions ou S + (H + Al),
em cmolc/dm3 
S: soma de bases trocáveis (Ca+Mg+K), em cmolc/dm3
V2: porcentagem da saturação de bases desejada (70%*)
V1: porcentagem da saturação da análise de solos (100 x S/T)
f: fator de correção do PRNT do calcário (f = 100/PRNT)
* recomenda-se para todas as olerícolas elevar a saturação para 
70%, com excessão do aipim (50%)
Qualidade do corretivo
A qualidade dos corretivos é afetada por seus atributos 
químicos, representados pelo PN (Poder de Neutralização) em 
relação ao carbonato de cálcio, e por suas características físicas, 
consequência do grau de moagem e representadas pela RE 
(reatividade). A legislação vigente é a da Instrução normativa 
35/2006 segundo a qual o Ministério da Agricultura estabelece 
quatro faixas de PRNT:
Faixa A - calcário com PRNT entre 45,0 a 60%;
Faixa B - calcário com PRNT entre 60,1 a 75%;
Faixa C - calcário com PRNT entre 75,1 a 90%;
Faixa D - calcário com PRNT superior a 90%.
Segundo a legislação, os produtos deverão ser em partículas 
nas quais 100% devem passar em peneira de 2 mm, no mínimo 
70% em peneira 0,84 mm e no mínimo 50% em peneira 0,3 
mm. Para serem considerados produtos ultrafinos ou “filler”, 
deverão passar 100% na peneira 0,3 mm. Na tomada de deci-
são da aquisição do calcário, deve-se considerar o menor custo 
por unidade de PRNT do produto entregue na propriedade, 
corrigindo os preços para 100% do PRNT.
Preço Efetivo = (preço do calcário x 100) + Frete
Escolha do corretivo
A escolha do corretivo deverá levar em consideração, 
além dos teores de cálcio e magnésio, a relação Ca/Mg do solo, 
devendo-se dar preferência aos calcários magnesianos (5 a 12% 
de MgO) ou dolomíticos (maior que 12% de MgO) para solos
que apresentem teores abaixo de 0,8 cmolc/dm
3 de Mg ou quan-
do se deseja manter a relação Ca/Mg entre 3:1 a 4:1. Em condi-
36
ções de relação baixa e com teores de Mg superior a 1,5 cmolc/
dm3, ao contrário, deve-se escolher o calcário calcítico (menor 
que 5% de MgO).
Distribuição e incorporação
A aplicação do calcário deve ser feita com pelo menos 30 a 
40 dias de antecedência ao plantio, utilizando-se de preferência 
o calcário finamente moído (“filler”) com PRNT de 80 a 90% 
ou parcialmente calcinado (PRNT de 90 a 100%). Caso seja 
encontrado apenas o calcário comum (PRNT de 60 a 70%) 
este deve ser incorporado ao menos 60 dias antes do plantio 
das hortaliças.
A incorporação do calcário deve ser feita até 20 a 30 cm de 
profundidade, pois diversas hortaliças têm o sistema radicular 
tão profundo como culturas extensivas. Dentre as hortaliças de 
sistema radicular profundo pode-se citar o tomate. Com o sistema 
radicular moderadamente profundo destacam-se pimentão, pepi-
no, berinjela, melão, salsa e cebolinha. Entre aquelas de sistema 
radicular pouco profundo citam-se a alface, chicória e almeirão.
As máquinas de preparo do solo convencionais, como os 
arados de discos, promovem uma incorporação satisfatória. Gra-
des de discos também são utilizadas no processo de incorporação 
e o fazem mais superficialmente que os arados. Os escarificadores 
e subsoladores incorporam o calcário de maneira irregular, não 
sendo recomendados para esse fim.
Para doses de até 5 t/ha é recomendável a gradagem-aração-
gradagem após o corretivo ser distribuído na superfície do solo. 
Doses de corretivos maiores que 5 t/ha recomenda-se dividir a 
operação, aplicando-se metade antes da aração e após esta, o 
restante do corretivo, gradeando a área. 
O efeito residual da calagem nas doses recomendadas é de 
cerca de cinco anos. Na olericultura em que se utilizam maio-
res quantidades de resíduos animais e adubos nitrogenados, 
recomenda-se realizar nova amostragem a cada dois anos, 
para monitorar o nível de acidez do solo e de possíveis novas 
necessidades de corretivos. 
Uso do gesso agrícola
O gesso possui na sua composição em torno de 24 a 26% 
de cálcio e 15% de enxofre e tem sido empregado em solos 
com baixos teores de enxofre e cálcio e em condições de altos 
teores de alumínio. A aplicação do gesso diminui a saturação de 
alumínio nas camadas profundas e cria condições para o sistema 
radicular se aprofundar no solo. Porém, o gesso não neutraliza 
a acidez do solo. Deve ser utilizado em áreas onde a análise 
de solo, na profundidade de 20 a 40 cm, indicar saturação por 
alumínio superior a 20% ou quando o nível de cálcio for inferior 
a 0,5 cmolc/dm
3. (Embrapa Soja, 2011). 
A dose máxima de gesso sugerida é de 700, 1200, 2200 e 
3200 kg ha-1 para solos de textura arenosa (< 20% de argila), 
média (20 a 40m% de argila), argilosa (40 a 60% de argila) e 
muito argilosa (> 60% de argila), respectivamente. O efeito 
residual mínimo dessas doses é de cinco anos. 
Observar que no uso de calcário, gesso ou adubações 
nitrogenadas existe uma interação antagônica entre a forma 
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como no valor comercial. Podem existir restrições dos solos quan-
to à disponibilidade adequada dos nutrientes para as culturas, 
já que são bastante exigentes em nutrientes como observado 
na Tabela 3.
Sintomas visuais de

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