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Resumo do Capítulo 2 do Livro Didático Estácio Uniseb - TEP I

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Resumo do Capítulo 2 do livro didático disponibilizado pela Estácio 
2. Métodos para coleta de informações 
2.1 Os instrumentos utilizados na avaliação psicológica 
 Diante das diversas técnicas de coleta de informações para a 
realização da avaliação psicológica, podemos citar a testagem, inquirição e 
observação (Erthal, 2003). 
 
 Os testes psicológicos nos dão muitas informações a respeito da 
personalidade e comportamento de uma pessoa, porém, não podemos nos 
ater somente a eles. A observação direta do comportamento é uma técnica 
que habitualmente também se emprega. 
2.1.1 A observação 
 A observação é uma técnica utilizada para a coleta de informações e os 
instrumentos mais conhecidos são o registro de comportamento e escalas de 
classificação. O primeiro é composto por anotações do comportamento 
observado e devem ser realizados sem a opinião ou o julgamento do 
observador. Na segunda, trata-se de instrumentos que visam a objetivam 
ordenar eventos, mantendo-se intervalos fixos entre eles e são muito 
utilizados em situações organizacionais e educacionais, apesar de também 
serem utilizados em ambiente clínico. O sistema gráfico é prático e muito 
utilizado. Para criá-lo, torna-se necessária a definição das características a 
serem observadas. A linha representa o grau de magnitude do traço 
avaliado. 
 
2.1.2 A inquirição 
 A inquirição é considerada uma das mais importantes técnicas para a 
coleta de informações e as que mais se destacam são o questionário e a 
entrevista. 
 No questionário é uma série de perguntas que tem por finalidade a 
busca por respostas do sujeito que está sendo avaliado. 
 Os inventários geralmente são utilizados como instrumentos de 
autoavaliação e geralmente são criados na forma de questionário, dispostos 
em afirmações sobre um tema onde o respondente deve concordar ou não. 
Existem dois tipos que são o de interesse (profissional ou vocacional) e o de 
personalidade. 
 Em uma escala de atitude, o respondente recebe uma série de 
afirmações, geralmente polêmicas, devendo responder qual seria sua atitude 
em relação a elas. Erthal (2003) afirma que existem dois tipo de escala de 
atitude, a do tipo Thurstone, que são escalas diferenciais e seguem uma 
avaliação ou ordenação feita previamente por juízes e a do tipo Likert, que 
são somatórias e o sujeito deve manifestar seu grau de acordo ou desacordo 
segundo a escala. Nas escalas de Likert, não são necessários juízes para a 
classificação das informações, já que a consistência interna é o critério para 
a seleção dos itens. 
 O levantamento de opinião é um tipo de questionário que visa o 
questionamento de um único item específico. A título de exemplo, o 
referendo é um tipo de levantamento de opinião. 
 O instrumento que é unicamente prerrogativa do psicólogo são os 
testes psicológicos. Erthal (2003) esclarece que a entrevista é mais um 
processo de obtenção de informação do que um instrumento propriamente 
dito. 
 A entrevista não é um bate-papo ou uma conversação, ela é uma 
técnica científica para se obter informações e por essa razão deve ser muito 
bem planejada e sistematizada, para que seja realmente eficaz. Segundo 
Erthal (2003), existem três tipos de entrevista, a estruturada, a 
semiestruturada e a não estruturada. 
 O entrevistador, para desenvolver um bom trabalho, deve estar em um 
grau de dissociação que lhe permita graduar o impacto emocional e a 
desorganização ansiosa, para que a entrevista tenha validade. Todo 
entrevistador deve ter domínio das técnicas que serão empregadas, para ter 
segurança na aplicação do instrumento e conseguir desempenhar de 
maneira satisfatória o seu trabalho. 
 Toda entrevista psicológica é uma relação interpessoal e o ambiente 
onde será realizada influencia de maneira muito expressiva, portanto, é 
necessária muita atenção com relação a esse assunto. 
 Na entrevista o objeto estudado está diretamente ligado à relação 
mantida entre entrevistador e entrevistado e todos os fenômenos que 
aparecem estão condicionados a essa relação. 
 As etapas da investigação são nítidas e sucessivas: Observação, 
Hipótese e verificação, porém, segundo Cunha (2000), “Muitas vezes o 
aspecto avaliativo de uma entrevista inicial confunde-se com a psicoterapia 
que se inicia, devido ao aspecto terapêutico intrínseco a um processo de 
avaliação e ao aspecto avaliativo intrínseco à psicoterapia. O entrevistador 
deve estar atento aos processos no outro, e a sua intervenção deve orientar o 
sujeito a aprofundar o contato com sua própria experiência. (p.46)”. 
2.1.3 A testagem 
 Apenas relembrando, a avaliação é um processo mais amplo que a 
testagem. O teste é um procedimento sistemático para avaliar e descrever 
um comportamento segundo escalas numéricas ou de categorias fixas. 
 A padronização do teste é de suma importância, para gerar 
uniformidade no procedimento de sua aplicação e na pontuação, portanto, 
as condições na aplicação devem ser iguais para todos. 
 Todo psicólogo, ao aplicar um teste, deve estar muito atento a fatores, 
mesmo que sutis, que possam influenciar os resultados dos avaliados. Como 
sugestão, após as explicações, é recomendado sempre perguntar se ficou 
alguma dúvida, para diminuir a possibilidade de se instaurar um ambiente 
ansiogênico e prejudicar a aplicação do teste. 
 Para se padronizar o teste, uma população amostral é submetida à 
aplicação, para se obter a referência e suas normas de acordo com cada 
indivíduo que posteriormente será avaliado. 
 Pasquali (2001) nos ensina que “a normatização diz respeito a padrões 
de como se deve interpretar um escore que o sujeito recebeu num teste. Isto 
porque um escore bruto produzido por um teste precisa ser interpretado”. 
2.2 Os cuidados na utilização dos testes 
2.2.1 A comercialização 
 Conforme já foi falado, apenas o psicólogo inscrito no CRP pode 
comprar e aplicar os testes psicológicos, portanto, sua utilização deve 
ocorrer com absoluto rigor e cuidado, para que os testes não sejam 
banalizados e percam sua comprovada eficácia. É importante se dar valor em 
todo o trabalho, tempo e dificuldades experimentadas por seus 
desenvolvedores. Para tanto, o Conselho investe pesado na conscientização 
dos profissionais e estudantes que se deparam com esses testes. 
 Desde 2008 o Conselho tem combatido firmemente a divulgação 
indevida dos testes pela internet e alertado sobre o fato dessa divulgação se 
enquadrar em contravenção penal e exercício ilegal da profissão, razão pela 
qual, ser de suma importância esse assunto ser exaustivamente discutido 
nas aulas de Técnicas de Exame Psicológico I. 
 Para se adquirir um teste, o interessado deve procurar as editoras 
e/ou os seus representantes e distribuidores. 
2.2.2 Preocupação com a aplicação dos testes 
 Os testes devem ser utilizados de maneira cautelosa, e, por serem 
instrumentos técnicos, é necessário que sua utilização ocorra por 
profissional habilitado, devidamente treinado e com conhecimento 
aprofundado do material. Todo teste possui manual de instruções, contendo 
a forma como deve ser aplicado, a quem se destina, como fazer a apuração 
dos resultados e sua interpretação. 
 A primeira preocupação consiste em escolher o teste a ser aplicado, de 
acordo com o objetivo, caso contrário, sua eficácia para aquele determinado 
fim não surtirá o efeito desejado. 
 Outra preocupação que deve ser considerada é quanto às condições de 
aplicação, tanto o ambiente físico, quanto o psicológico. O local deve ser 
confortável, bem iluminado, com boa ventilação, mobiliário adequado e livre 
de barulho. 
 Ainda com relação ao local de aplicação, é necessário antever e retirar 
possíveisfatores de distração, e, para evitar interrupções, avisos de que o 
teste está sendo aplicado devem ser colocados nas portas. Apenas o 
aplicador e o examinado devem permanecer no local, sob pena de se 
influenciar o ambiente da testagem, aliás, todo e qualquer fato ocorrido que 
possa influenciar no resultado deve ser mencionado no relatório. 
 O ambiente psicológico nada mais é do que a reunião das condições de 
saúde física e psicológica do testando. Todas as instruções devem ser 
passadas e compreendidas e o rapport deve ser bom, para que o avaliando 
sinta-se bem para realizar o teste. Segundo Urbina (2007), o rapport se refere 
a uma relação harmônica entre testandos e examinadores, que deve ocorrer 
desde o início da sessão da testagem. 
 Ainda com relação a aplicação dos testes, a recomendação é que sejam 
utilizados apenas os materiais originais, ficando vedada a indicação de 
reprodução de cópias. 
 Os materiais para a aplicação do teste devem ser previamente 
disponibilizados de modo que o avaliando não tenha que solicitá-los ao 
aplicador. Outra preocupação deve ser quando a apresentação do aplicador, 
que deve utilizar vestuário apropriado e livre de utensílios que possam 
roubar a atenção daquele que está sendo avaliado. Além disso, é necessário 
o uso de linguagem clara por parte do examinador, bem como, recomenda-se 
evitar o uso de perfumes e mudanças repentinas e abruptas de 
comportamento, como gritos, celulares e quaisquer outras coisas que 
possam interferir no ambiente de testagem. 
 No início, juntamente com a leitura das instruções e o questionar se 
restou alguma dúvida, o avaliador deve explicar os motivos da testagem, e, 
ao final, agradecer a presença de todos e explicar como será divulgado o 
resultado. 
 É necessário que o examinador tenha em mente que ele deve diminuir 
o grau de ansiedade pela qual o examinado está passando, já que este 
último na maioria das vezes precisa apresentar bons resultados, por isso o 
examinador deverá mantê-lo (s) calmo (s). Ao final da aplicação, o 
examinador deve se certificar que todo o material foi devolvido. 
 Agora é chegada a hora de se apurar os resultados. O psicólogo deve 
seguir fielmente as instruções do manual. O escore (resultado da soma total 
da pontuação) ajudará a predizer o desempenho ou como se sente ou se 
comporta o examinando diante de uma determinada situação ou função. 
Todas as influências que guardem relação com a situação de teste 
constituem variância de erro e reduzem sua validade, logo, é importante a 
compreensão da extensão dessas influências nos escores. 
 Atividades anteriores a utilização do teste podem influenciar os 
resultados, como uma noite mal dormida, ausência de alimentação 
adequada, ou algum episódio que possa ter influenciado emocionalmente o 
avaliando. 
2.2.2.1 A interpretação dos resultados 
 Os teses avaliados objetivamente dão repostas a serem contadas e 
depois transformadas em escores padrão. Tal procedimento é conhecido por 
apuração de resultados e deve ser feito de maneira cautelosa, seguindo todas 
as orientações do manual do teste. As boas práticas de testagem sugerem 
uma dupla verificação dos cálculos obtidos. 
 O teste, quando seguidas com rigor as instruções dos manuais, 
fornecem elementos muito precisos e capazes de cumprir com o que é 
prometido, porém, é importante deixar claro que o teste é apenas um 
instrumento e não possui um caráter decisivo sobre a avaliação feita. O 
profissional que pode concluir algo sobre o sujeito avaliado é o psicólogo, que 
pode ou não se valer de testes. Além disso, é importante deixar claro que 
apenas um instrumento não é indicado para fins de avaliação. O processo é 
mais complexo e se dá pela utilização das diversas técnicas e instrumentos 
existentes, bem como, a conclusão será feita pelo psicólogo! 
 Almeida (1999) nos ensina que “os instrumentos são meios, não fins”. 
 Apenas um homem pode pesar valores e decidir os riscos que deve 
assumir, apesar de computadores conseguirem ponderar sobre números de 
fatos, porém, é impossível para as máquinas processarem informações que 
não estão previstas nas regras. Hoje é possível e prático armazenar bancos 
de itens e montar testes, já que um número infinito de testes equivalentes 
pode ser criado selecionando-se conjuntos de itens de acordo com o mesmo 
planejamento. 
 Existem, atualmente, diversos testes e inventários computadorizados. 
Uma vantagem é a utilização com crianças e doentes mentais, tendo em 
vista que a paciência das máquinas é inesgotável. Mesmo restando claro que 
apenas o psicólogo é quem tem o poder decisório final, não podemos 
desprezar os avanços tecnológicos e os benefícios trazidos em razão disso. 
2.2.2.2 Será que ele disse a verdade? 
 Um grande problema, principalmente nos testes de personalidade, é 
que muitas vezes fica a dúvida se o examinando respondeu com sinceridade 
ou apenas tentou passar na avaliação, já que os respondentes podem dar 
respostas para demonstrar boa/má impressão, demonstrando, por exemplo, 
uma perturbação maior do que a realidade são. 
 Para responder tal dúvida, alguns cuidados são tomados na 
construção de inventários, para dirimir as fraudes e tendências, como a 
construção de itens sutis, o estabelecimento de um bom rapport e a criação 
de escalas que verificam se as respostas são válidas ou não, para encontrar 
inverdades com finalidade de tendenciosidade ou desejabilidade social. 
2.3 O informe psicológico 
 O laudo psicológico possui grande importância na apresentação da 
conclusão sobre a avaliação realizada e terão grande relevância na tomada 
de eventual intervenção apropriada. Eles devem estar contextualizados no 
momento histórico e social e redigidos na forma escrita, para evitar 
interpretações equivocadas. 
 Existe um Manual de Elaboração de Documentos decorrentes de 
Avaliações Psicológicas e foi instituído pela Resolução n.º 30/2001 pelo CFP. 
 É de suma importância que um laudo siga todas as determinações 
legais e possua, dentre outras coisas, uma linguagem acessível a quem o 
receberá, conteúdo que permita identificar o que nele se encontra previsto, 
os instrumentos empregados e o objetivo da avaliação. 
2.3.1 Críticas atuais aos instrumentos de avaliação psicológica 
 Hultze Bandeira (in Primi, 2005), quando de seu levantamento sobre o 
uso dos testes psicológicos, em 1993, questionou a discrepância entre a 
quantidade de instrumentos nacionais e internacionais, bem como, pontuou 
a necessidade de uma atualização do instrumental brasileiro. 
 Para diversos autores, que adotam enfoque metodológicos diferentes, 
existe convergência para a necessidade de se repensar a formação 
profissional, para que exista uma adaptação frente às necessidades da 
pratica profissional. 
 Apenas um maior envolvimento dos profissionais no desenvolvimento 
de pesquisas, na divulgação de trabalhos voltados para a atuação por 
intermédio de técnicas eficazes, na preocupação com o ensino das praticas 
utilizadas na avaliação e na construção de novos instrumentos adequados é 
que serão capazes de ajudar na superação das dificuldades encontradas 
pelos profissionais atuais. 
Carlos Figueiredo – Graduando em Psicologia (Estácio/Uniseb)

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