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O que é um vírus? Essencialmente um programa genético, formado por um conjunto químico de ácido nucléico e proteína, que carrega de uma célula a outra a mensagem: “Replique-me”. Os vírus podem ter seu genoma em 6 tipo de apresentações, de acordo com a classificação de Baltimore: (I) DNAds Precisam da DNA polimerase da célula Proteínas de fase α (estimula transcrição de proteínas β) , β (estimula transcrição de proteínas γ e replicação do DNA circular) e γ (proteínas estruturais do vírus) (II) DNAss Ver em Parvovirus (III) RNAds Ver em Rotavirus (IV) RNA + Monocistrônico, traduz apenas uma poliproteína que é processa em todas as outras, incluindo a RNA-polimerase RNA-dependente viral (V) RNA – Policistrônico, não é reconhecido diretamente pelo ribossomo e tem de passar para a fita de orientação + (através da ação de uma RNA-polimerase que o vírion já traz consigo) para então traduzir as diversas proteínas Qual a principal diferença entre virus de RNA+ e RNA-? Os vírus de RNA- tem que trazer uma RNA-polimerase ativa em sua constituição. Os de RNA+ não têm essa necessidade. (VI) RETROVIRUS. Há 2 cópias não-pareadas do genoma (diplóide) Traz consigo polimerases reversas, que faz a transcrição reversa de 1 das fitas de RNA em 2 de DNA (fita dupla), que então é integrado ao DNA humano pela integrase A unidade infecciosa, conjunto de proteínas e material genético, é chamada de viríon. São inertes no meio extracelular e tem seu genoma estabilizado e protegido por um capsídeo, que também auxilia na invasão das células-hospedeiras. O capsídeo pode ter uma simetria icosaédrica ou helicoidal (ou um terceiro tipo, de estrutura complexa, apenas presente nos poxvirus). Podem apresentar ou não envelopes lipoprotéicos, os quais são adquiridos da membrana plasmática da célula infectada durante a saída do vírus. Vírus envelopados são mais susceptíveis à degradação enzimática, uma vez que os envelopes são frágeis e não resistem a esse tipo de ataque do meio externo. O vírus pode ter desde efeito baixo ou nenhum na célula hospedada, quanto causar dano ou morte celular. Os que são altamente letais geralmente não são próprios dos seres humanos, mas sim de outros animais que não tem problemas com a infecção, ou seja, já estão em equilíbrio evolutivo com o vírus. A variedade dos vírus é imensa, diferindo extensamente na estrutura, organização e expressão do genoma e estratégias de replicação e transmissão. Um dado vírus pode infectar um espectro grande de hospedeiros distintos, ou ser específico de determinado tipo de célula. Vírus podem infectar de seres unicelulares como protozoários, bactérias a grandes organismos como animais e plantas, ou até mesmo outros vírus! Tem grande importância nos ecossistemas, por exemplo, agindo no fitoplâncton marinho. Há cerca de 1030 vírus no oceano, mais de 50 milhões de vírus por ml de água. Também se sabe que vírus tiveram sua importância no desenvolvimento evolutivo de proteínas essenciais para o homem, como, por exemplo, proteínas sinciciais necessárias a placentação (de origem retroviral). A origem dos vírus ainda é discutida. Dada a imensa variedade entre os vírus de DNA e de RNA, é possível que haja origens distintas para diferentes tipos. Duas hipóteses são as mais aceitas: 1. Vírus seriam derivados de DNA ou RNA de células hospedeiras que conseguiram desenvolver uma capacidade de se autorreplicar e evoluir independentemente, ao adquirerem genes que permitem a existência fora de uma célula. 2. Vírus seriam formas degeneradas de parasitas intracelulares, como a origem de rickettsias e clamídias a partir de bactérias, por exemplo. Não há evidências que confirme essa hipótese, mas cogita-se que o Poxvírus dado seu tamanho e complexidade tenha se originado de um ancestral celular. A capacidade de evolução dos vírus é um dado marcante e pode ser estudado pelos mecanismos genéticos do seu desenvolvimento. Evidências do processo são o surgimento de novas doenças, a partir de vírus novos (ao menos sob conhecimento da ciência), como HIV, SARS e influenza aviária. Os vírus evoluem geneticamente a partir de mutações ou recombinações. Por exemplo, na troca de uma base nitrogenada, erros podem ser cometidos pela polimerase, e corrigidos por exonuclease intrínseca, porém a polimerase viral não possui essa capacidade de reparação, gerando mutações que se propagam constantemente. Isso introduz em alguns vírus um conceito distinto das espécies convencionais, descrito por Eigen a partir de conhecimentos bioquímicos da variablidade de moléculas autoreplicantes: a teoria das quasispecies (descrita abaixo). Os vírus, em análise bem generalista, têm cerca de 1 milhão de vezes mais mutações que uma célula eucariótica. A importância disso está no fato de que vírus com antígenos estáveis na superfície (p. ex. poliovirus, sarampo) podem ser controlados por vacinação com mais facilidade. Enquanto isso, outros vírus podem ter vários tipos de antígenos (p.ex. rhinovirus) ou mudá-los frequentemente (p.ex influenza A), tornando difícil o controle por vacinação. Em geral, os vírus são bastante adaptados, dotados de extrema plasticidade e constituem “pool” genético de troca, o que gera diversidade, aumentando a chance de sobrevida frente às barreiras ambientais que os vírus devem vencer para se reproduzir. A evolução viral deve ser encarada do ponto de vista populacional e não individual. Algumas forças seletivas que atuam sobre as mutações virais são: fatores intracelulares, o sistema imune do hospedeiro, o genoma pequeno, a densidade populacional e comportamentos humanos. É importante dizer que a tendência da evolução viral é para uma patologia amena, ou ausência dessa, resultando em uma relação harmônica com o hospedeiro e garantindo a replicação viral sem causar danos à célula da qual é dependente para seu ciclo replicativo. Os vírus que causam patologias graves provavelmente tem relações recentes na história evolutiva com seres humanos e ainda não conseguiram se equilibrar com as células hospedeiras. : Capsídeo: O envoltório protéico que envolve e isola os ácidos núcleicos do genoma Capsomêros: Unidades morfológicas constituídas por grupamentos de polipeptídeos, vistas à microscopia eletrônica na superfície de vírus com simetria icosaédrica. Envelope: Uma membrana contendo lipídeos que envolve as partículas virais, adquirida durante a maturação viral, pelo brotamento da vesícula da célula do hospedeiro. Glicoproteínas virais são expostas no envelope. Unidades estruturais: São as peças protéicas necessárias para a formação do capsídeo Vírion: A partícula viral completa e infectiva Provírus: É o genoma viral integrado ao DNA do hospedeiro, pode ser um estágio da replicação ou representar um período de inatividade (latência) Corpos de inclusão: No curso de multiplicação dos vírus, estruturas específicas, de tamanho bem maior que as partículas virais e frequentemente eosinofílicas, podem ser produzidas, os chamados corpos de inclusão. Podem se situar no núcleo (CMV – olhos de coruja), no citoplasma (RHABDO – negri bodies; SARAMPO), ou em ambos. Em muitas infecções virais, os corpos de inclusão são os sítios de desenvolvimento do vírus, “fábricas virais”. O modelo de quase-espécies introduzido por Manfred Eigen e Peter Schuster fornece uma descrição do processo de evolução de macro-moléculas auto-replicantes no âmbito da físico-química. Neste contexto, uma quase-espécie é uma "nuvem" de entidades auto-replicantes se reproduzindo sob uma certa taxa de mutação, de forma que é esperado que uma fração da progênie contenha mutações em relação à entidade parental. O modelo de quase-espécies foi proposto inicialmentepara descrever processos evolutivos de macro-moléculas auto-replicantes, tais como RNA. Mais recentemente, o conceito de quase-espécies tem sido aplicado a populações de um vírus dentro de um hospedeiro. Esta abordagem é considerada relevante para vírus de RNA porque este têm altas taxas de mutação e populações virais extremamente grandes. De fato, um grande número de vírus clinicamente importantes, incluindo o HIV, o vírus da hepatite C, e o vírus da gripe, têm genoma de RNA. Esses vírus replicam com taxas de mutação extremamente elevados e apresentam significativa diversidade genética. Tal diversidade permite que uma população viral se adapte rapidamente a ambientes dinâmicos e que ela desenvolva resistência a vacinas e medicamentos antivirais. (Créditos para Renata Leite!) http://www.koronispharma.com/pdf/Eigen%20Sci%20Amer.pdf Os membros dessa família são: - NEUROTRÓPICOS: Herpes simples 1 e 2 e varicella-zoster vírus (VZV) - LINFOTRÓPICOS: Epstein-Barr vírus (EBV), Citomegalovirus (CMV) e herpes vírus 6,7 e 8 Características: Seu genoma é formado por uma dupla fita de DNA linear; capsídeo possui estrutura icosaédrica; o capsídeo é envolto por um envelope glicoprotéico derivado da membrana nuclear da célula infectada (permite ‘camuflagem’, protegendo-se do SI); entre o envelope e o capsídeo há um tegumento, o qual contem uma série de proteínas responsáveis pela infecção viral; sua replicação ocorre no núcleo. HERPES É PARA SEMPRE! – tem a capacidade de se manter em LATÊNCIA; tem a habilidade de estabelecer longos períodos de infecção persistente nos hospedeiros, vendo também reativações de infecção. Alguns estabelecem latência em neurônios (neurotrópicos), outros em linfócitos (linfotrópicos). Por latência entende-se um período de pouca ou nenhuma expressão de genes virais de replicação produtiva; nesse período as células não são vistas pelo SI e o genoma que persiste deve ser completo para que haja replicação posterior, e recidiva da doença. Para o estabelecimento de latência, há a formação de DNA circular, o epissoma, o qual permanece no núcleo da célula. Epidemiologia: Mais de 90% dos adultos maiores de 50 anos em todo mundo já foram infectados com HSV-1. No Brasil ~ 95%. Ciclo replicativo: O vírus fusiona com a membrana plasmática, através da ligação com heparana- sulfato; sendo o capsídeo com o material genético liberados no citoplasma; na região dos poros nucleares, o DNA é liberado do capsídeo e entra não núcleo, onde se circulariza; alguns genes de transcrição imediata são transcritos, seu RNA vai para o citoplasma, onde é traduzido em proteínas alfa; essas voltam ao núcleo e permitem a transcrição de genes da proteína b, a qual é traduzida no citoplasma; essa volta para o núcleo e permite a transcrição de genes da proteína gama, as quais consistem nas proteínas estruturais do vírus. O DNA viral é transcrito ao longo do ciclo replicativo pela RNA polimerase II com a participação de fatores virais; o DNA é então empacotado no capsídeo. Proteínas do envelope se acumulam no RE, englobam o capsídeo, e são liberadas por exocitose. O vírus infecta células epiteliais da pele; caso seja reconhecido pelo sistema imune - células T CD8+ - é destruídos; no entanto alguns deles penetram em neurônios próximos e por migração retrógrada chegam até o corpo celular, nos gânglios; por circularização do DNA, formando epissomos, eles permanecem em latência no núcleo localizado no corpo celular; o neurônio é pseudo-unipolar. Por razoes ainda não conhecidas, o vírus pode sair de latência, volta pelo axônio e provoca patogênese sintomática do mesmo local anterior. O vírus estando dentro do neurônio, o qual não expressa MHC I, não é reconhecido pelo SI, mas quando sai dele, e infecta novamente o tecido epitelial por onde entrou, pode ser destruído pelo mecanismo corporal de defesa. Ao infectar a pele, pode atingir vasos sanguíneos, onde chega a neurônios do SNA, podendo estabelecer latência ai. Imunossupressão causa recidiva? Ainda não se tem a resposta a essa pergunta; sabe-se que mesmo não reconhecendo o vírus dentro do neurônio, as células satélites sabem que ‘tem algo de estranho’ naquela célula; ficam assim vigiando-a para impedir sua propagação quando sai de latência. Como os herpes-virus ficam em latência neurotrópica? Devido aos LATs (RNA associado a latência; esses são RNAi e degradam o RNA mensageiro da proteína alfa, indispensável para a continuação do ciclo celular – ‘freio de mão do vírus, puxado pelo próprio vírus’. HSV 1- transmissão por contato, usualmente envolvendo saliva contaminada. HSV 2- transmissão sexual ou congênita. Patogênese: infecções citolíticas, causando necrose de células infectadas, com resposta inflamatória local, causando lesões na pele e mucosa infectadas. Características histopatológicas incluem balonização de células infectadas, produção de corpúsculo de inclusão (Cowdry), marginalização de cromatina e formação de células gigantes e multinucleadas. A infecção por HSV 1 é geralmente na orofaringe levando a infecção latente no gânglio trigeminal; e a de HSV no trato genital, sendo a infecção latente no gânglio sacral. Manifestações clínicas: HSV1: infecção primária geralmente assintomática; a patologia sintomática inclui lesões na mucosa bucal e da gengiva, pode ainda haver febre, lesões vesiculares e ulcerativas, gengivoestomatite, inflamação na garganta e indisposição. A infecção pode tbm ocorrer no olho, levando à queratoconjuntivite. HSV2: geralmente associado ao herpes genital; caracterizado por lesões vesiculoulcerativas do pênis, cérvix, vagina e períneo, lesões doloridas acompanhadas de febre, indisposição e linfadenopatia inguinal Os dois tipos podem levar a encefalite, sendo o HSV1 mais comum. Ocorre quando o vírus segue pelo outro ramo do neurônio pseudo-unipolar, atingindo o cérebro; a encefalite tbm pode estar associada à disseminação do vírus pela corrente sanguínea. Herpes neonatal: a principal rota de infecção é passagem do bebe pelo canal vaginal durante o parto; geralmente causa infecção severa, uma vez que o SI do recém- nascido ainda não é completamente desenvolvido. Os sintomas são: lesões da pele, olho e boca; encefalite, disseminação da doença, envolvendo múltiplos órgãos, como o SNC. Em imunossuprimidos, o vírus pode invadir o pulmão e causar graves pneumonias. Essas pessoas tbm costumam ter a forma disseminada da doença, na qual o vírus acomete pele, mucosa e muitos órgãos, incluindo o SNC. Tratamento Aciclovir: análogo estrutural da desoxiguanosina; normalmente essa é fosfatada pela timidina quinase do vírus e recebe mais dois grupos fosfato de enzimas celulares; trifosfatada, é usada pela DNA polimerase para a síntese do DNA. O aciclovir, sendo um análogo estrutural dessa, tbm é trifosfatado, mas quando incorporado ao DNA em síntese leva ao fim da replicação do DNA. Não há efeito colateral uma vez que o aciclovir tem 100x mais afinidade pela timidina quinase de células virais q de células normais, fazendo com q só as células infectadas sejam afetadas. Em casos de resistência ao aciclovir usa-se o forcarnet, esse é um análogo estrutural do fosfato inorgânico, o qual se liga à DNA polimerase, impedindo que ela se ligue ao fosfato da base nitrogenada, levando a parada de síntese de DNA. Esse tratemento, porem, é muito tóxico. Patogênese e patogenia: a infecção por varicela inicia-se pela mucosa do trato respiratório superior (transmissão por gotículas encontradas no ar) e infecta linfonodos regionais, a viremia primaria se espalha e o virus se replica no fígado e baço; viremia secundária envolve infecção de células mononucleares, as quais transportam o virus para a pele, onde aparecem as lesões típicas. Podem tbmentrar em neurônios e por via retrógada chegar aos seus corpos celulares nos gânglios, onde estabelecem latência. Quando o vírus sai de latência, leva a um quadro diferente do original da varicela, e é chamado de herpes zoster. Nesse caso há uma inflamação aguda dos nervos sensitivos e do gânglio; normalmente só um gânglio é acometido, e os sintomas são restritos apenas ao dermátomo por ele inervado através da migração para o local da pele inervado. Manifestações clínicas Varicela: indisposição, febre, aparecimento de vesículas maculo-papulares eritematosas e pruriginosas. Zoster: ocorre normalmente em imunossuprimidos por doença, terapias ou idade. Inicia-se com uma dor severa na pele ou mucosa inervada pelo gânglio acometido e em poucos dias manifesta-se na forma de vesículas; o ramo oftálmico do trigêmeo é o mais comumente afetado. Diagnóstico laboratorial •Em geral desnecessário quando o caso é típico •PCR – é o mais sensível •IF direta em raspado de lesão •Cultura de VZV: crescimento lento Tratamento •Acyclovir oral: início o mais precocemente possível! –Para varicela e herpes zoster –Uso parenteral em casos muito graves de varicela hemorrágica em imunocomprometidos •Tratamentos que aliviem prurido e evitem infecção bacteriana secundária Vacina Vacina formada por virus atenuados; muito eficaz (80-85% de crianças imunizadas e 70% de adultos; 95% eficaz em proteger contra doença severa). Não é recomendada para imunossuprimidos, idosos, gestantes, e outros grupos de risco. Mononucleose infecciosa: doença sistêmica caracterizada por elevado número de linfócitos TCD8 perifericamente; essas células têm formato irregular e regiões com grande acúmulo de grânulos. As causas mais comuns são: EBV, CMV, dengue, HIV e enterovírus (nessa ordem) A via de entrada do vírus é ORAL (saliva, principalmente); replica-se no epitélio da garganta e atinge linfonodos, onde infecta preferencialmente os linfócitos B, ligando- se a ele através do receptor de C3d (complemento) do linfócito. Quando se liga a célula, essa é estimulada a entrar no ciclo celular, replicando-se indefinidamente; o virus leva a imortalização da célula; as células imortalizadas passam a secretar grande qtd de imunoglobulina. Permanecem latente por formação de epissomo, e qnd saem de latência podem se replicar no epitélio da orofaringe, parótida, e cervix uterina. Os linfócitos infectados e que produzem grande qtd de anticorfos formam uma linhagem linfoblastóide. Alem da alta produção de anticorpos, essas células possuem uma série de marcadores de latência dos virus, como LATs e EBNA1, 2, 3A-3C (os quais são necessários para que o DNA se mantenha na forma epissomal). Quando saem de latência passam a expressar proteínas da fase lítica, levando aos sintomas da mononucleose. Por que o elevado número de TCD8? Células se proliferam para tentar conter os linfócitos B| anormais; os TCD8, como estão em elevado metabolismo, tem uma forma atípica (ATIPIA). Patogênese e patologia Transmissão por saliva infectada-> replicação no epitélio ou glândulas salivares -> linfonodos-> células B infectadas se espalham-> algumas são mortas, outras permanecem em latencia. - Transmissão através de secreções orofaríngeas - Detectável em secreções vaginais: possibilidade de aquisição via sexual - Disseminação sistêmica, com gamopatia policlonal, profunda ativação de células T CD8+ - Infectam células epiteliais da faringe (ciclo lítico) e linfócitos B (latência). - Expressam em linfócitos B os genes de latência que resultam em proteínas EBNA1-6 e transcritos LAT. Manifestações clínicas MONONUCLEOSE INFECCIOSA: dor de cabeça, febre, indisposição, fadiga, dor de garganta, linfonodos e baço edemaciados. CÂNCER: associada a linfoma de Burkitt, carcinoma nasofaringeo entre outros: leva a imortalização das células, permitindo sua replicação indefinida e levando assim, ao aumento da probabilidade de desenvolvimento do câncer. No caso do linfoma de Burkitt, essa multiplicação indefinida pode ser explicada pelo fato de que o linfoma induz translocação recíproca entre um locus c-myc no cromossomo 8 e um locus de Ig dos cromossomos 2, 14 ou 22. O c-myc é um oncogene, uma vez que estimula a transcrição de uma série de genes relacionados à entrada do ciclo celular; normalmente é modulado negativamente de forma a controlar a mitose celular; nesses casos, no entanto ele é super-expresso. DIAGNÓSTICO •ANTICORPOS HETERÓFILOS (Monotest) •ELISA para Ag de capsídeo (Anti-VCA) •PCR pode ser usada para medir carga viral em pacientes com doença linfo- proliferativa pós-transplante TRATAMENTO •Acyclovir e imunoglobulina hiperimune anti-EBV podem ser tentados em transplantados e imunossuprimidos. - Icosaédrico, 150-200 nm de diâmetro, 162 capsômeros hexagonais, envelopado, com DNA de fita dupla com cerca de 230 kb e 200 ORFs - gB é a mais importante glicoproteína do envelope - Um único sorotipo com quatro variantes genotípicas: genotipos gB-1 a gB-4 - O genótipo gB 1 é o de maior significado clínico. Essa proteína gB atua como um receptor de Fc que pode se ligar de forma inespecífica a porção Fc de imunoglobulinas; isso auxilia na evasão do SI. Epidemiologia •Distribuição universal •Soropositividade em adultos jovens é >90% em países em desenvolvimento, e 40%- 80% em países desenvolvidos •A vasta maioria das infecções é sub-clínica A maioria das infecções é assintomática; no entanto indivíduos imunocomprometidos, idosos e no feto pode ser severa. Indivíduos transplantados, em tratamento quimioterápico ou com AIDS tbm desenvolvem a forma severa. Infecção primária ocorre geralmente na infância (60% nos primeiros 6 m de vida), provavelmente pelo leite materno; 80% em creche vs. 20% em domicílios Patogenia e patologia A transmissão ocorre por contato, de pessoa a pessoa CMV infecta linfócitos (B e T), monócitos e leucócitos polimorfonucleares, além de vários epitélios, fibroblastos e endotélio; estabelece latência em células CD34+ progenitoras da M.O. e em células da linhagem macrofágica. Infecção congênita: a infecção em fetos e recém-nascidos é severa; a transmissão pode ocorrer intra-útero, ou na passagem do feto pelo canal vaginal e pelo leite materno (nessas ultimas, como o bebe recebe anticorpos maternos junto, a infecção é mais branda. Pode resultar em morte intra-uterina; em nascidos vivos leva ao comprometimento do SNC e do sistema reticuloendotelial; manifestações clinicas incluem crescimento retardado, hepatoesplenomegalia, trombocitopenia, microcefalia, corio-retinite, surdez neural, anemia hemolítica, calcificações intracranianas. Esses são os sintomas da DOENÇA DE INCLUSÃO CITOMEGÁLICA. Há a excreção, na urina, de células infectadas, as quais tem o aspecto de ‘olho de coruja’, sendo esse formado por um corpúsculo de inclusão (conjunto de capsídeos virais em formação). Principais formas da infecção por citomegalovírus: -Infecção primária via salivar: Mononucleose infecciosa com anticorpo heterófilo negativo -Perinatal: via secreções vaginais ou leite materno = em geral assintomática. -Transfusional = Mononucleose infecciosa, com “rash” e febre -Oportunista = reativação de CMV latente: febre, pneumonia, retinite, hepatite, artrite, encefalite, colite ulcerativa. Na pneumonia causada por infecções oportunistas, pode- se observar infiltrado linfomonocitários (ao contrário de infecções bacterianas, onde predomina a presença de neutrófilos), proliferação de fibroblastos e inclusões nucleares gigantes. O mecanismo pelo qual esse vírus permanece em latência, em células linfóides é a circularização de seu DNA e a expressão de LATs. Diagnóstico: –PCR –Isolamento em cultura de células –Antigenemiapor imuno-histoquímica Tratamento –Ganciclovir (1a escolha) : possui o mesmo mecanismo de ação do acyclovir, no entanto tem muito mais afinidade pela timidina quinase do CMV. –Foscarnet (2a escolha): muito tóxico e tem como efeito colateral: anemia, e inflamação de tecidos mucosos e epiteliais, os quais tem alta tx de replicação) Prevenção: –Ganciclovir preventivamente para pacientes transplantados ou outros imunossuprimidos, com antigenemia positiva –Uso de equipos transfusionais equipados com filtros de leucócitos Englobam uma série de vírus, de diferentes famílias, mas que tem em comum o fato de causarem infecções no mesmo local, as vias aéreas, e terem patogenese semelhante. Possuem grande impacto epidemiológico: -Morbidade no mundo inteiro -Mortalidade em regiões mais pobres (desnutrição e associação com outras doenças infecciosas) Infecções que acometem as vias acima da epiglote - infecções respiratórias altas: Tem como manifestações clínicas: rinite, faringite e laringite. Infecções que acometem as vias abaixo da epiglote – infecções respiratórias baixas Tem como manisfestações clínicas: traqueíte, bronquite, bronquiolite e broncopneumonia. O primeiro contato com esses virus se dá através d o epitélio respiratório, a partir de onde se disseminam; os virus podem restringir sua ocupação ao trato respiratório (ou seja, permanecer na porção apical celular). São esses: Rinovirus, RSV, MPV Influenza e Parainfluenza. Podem ainda atravessar a porção basal do epitélio respiratório, levando à infecção do parênquima,como: Adenovirus, RSV (?), Coronavirus OC43 (?),SARS CoV e Influenza H5N1 A associação á vesículas de transporte determina o local de ação. Os vírus que conseguem chegar ao parênquima podem atingir a circulação, podendo assim se disseminar. TOSSE: as células ciliadas infectadas têm seu movimento ciliar comprometido; com isso, o muco que movimentariam fica aglomerado, o que desencadeia o reflexo de tosse -> permite-se assim, a transmissão do vírus que estava no muco. Pertence a família do Picornavirus, e assim como os outros membros, consiste em um capsídeo contendo 4 tipos de proteínas antigênicas (VP1-VP4), envolvendo um genoma de RNA fita simples positivo; não possuem envelope e a replicação ocorre no citoplasma. Ciclo replicativo dos picornavírus Ocorre no citoplasma; Primeiramente o virus se liga a célula, libereando seu geno,a no citoplasma. Ribossomos se ligam a esse e inicia-se a tradução de uma poli-proteína, a qual contem proteínas estruturais do vírus, e proteínas necessárias a sua replicação; essa é rapidamente clivada em fragmentos por proteíses codificadas na própria proteína. Uma das proteínas produzidas dessa forma é uma RNA-polimerase dependente de RNA. O RNA viral é copiado, em fitas negativas, as quais servem de molde para a síntese de novas fitas de RNA +. O fragmento P1 da poli-proteína é clivado em VP0, VP1 E VP3 e engloba o RNA copiado, formando o provirion; a clivagem de VP0 em VP2 e VP4 torna o vírus maduro e ele sai da célula, lesando-a. O rinhovírus, como outros virus respiratórios, tem um padrão sazonal de epidemia e sua transmissão é de forma MANUAL (contato); saliva e ar não são bons transmissores desse vírus. É a causa mais comum de doença respiratória aguda, senso responsável pelo ‘resfriado’. Pode-se dividir os rhinovirus em dois grupos: o maior deles utiliza o receptor I-CAM, e o menor se liga ao receptor LDLR. O vírus entra pelo trato respiratório superior e se replica na superfície de células ciliadas do nariz, e nas células não ciliadas da nasofaringe, sendo esse tropismo devido a disponibilidade de receptores. O vírus também infecta as células da adenóide. Alí, a interação com células da ordem linfóide leva a um aumento da expressão de NF-Kβ, levando assim a produção de uma série de citocinas, quimiocinas e mediadores inflamatórios, e formando uma verdadeira ‘sopa inflamatória’. Em associação com a estimulação do parassimpático, os sintomas do resfriado começam a aparece. Cininas, prostaglandinas, citocinas e quimiocinas levam a vasodilalatação e aumento da permeabilidade vascular e ao influxo de células inflamatórias. Alem diso tais moléculas aumentam a expressão de ICAM, nas células epitelias da mucosa, permitindo que o virus infecte outras células. Essa condição leva a: obstrução nasal, rinorréia, espirros, tosse e dor de garganta. Febre e indisposição: incomuns. A maioria dos pacientes tem obstrução e anormalidades na mucosa dos seios nasais, tubos de Eustáquio e ouvido médio, o que predispõe infecções bactericidas secundárias, como sinusites e otite média. Estão associados com exacerbações de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e ataques de asma. Asma: hiperreatividade brônquica contínua; o rhinovírus aumenta a expressão de ICAM no brônquio -> há um aumento do recrutamento de células inflamatórias -> infalmação -> crise respiratória Sinusites: inflamação dos seios por vírus, permite que a flora bacteriana local se prolifere, gerando sinusite. Otite média aguda (OMA): comunicação entre cavidade nasal e ouvido, pela tuba de Eustáquio; inflamação obstrui essa tuba e fazem como que bactérias da flora local se proliferem. Diagnóstico clínico mais comum no mundo - > US $ 5 bilhões gastos por ano com tratamento - > 25% de todas as prescrições de antibióticos - ncidência de 250% nos últimos 15 anos QUAIS AS BACTÉRIAS DA FLORA: penumococus, hemofilus influenza, monozella catarralis Grande variabilidade: a RNA-polimerase dependente de RNA não tem atividade de exonuclease, ou seja, não possua atividade de reparo de erros eficiente; isso explica a grande variabilidade de sorotipo de Rhinovírus. Diagnóstico: isolamento de células em cultura. Tratamento: apenas os sintomas são tratados com: descongestionantes, anti- histamínicos e anti-inflamatórios. O grande número de sorotipos como quase nenhum antígeno em comum dificulta o desenvolvimento de vacinas. Pertence à família Paramyxoviridae, gênero Pneumovirus. Capsídeo de forma helicoidal, envolvendo um genoma que consiste em RNA- de fita simples. Possuem um envelope lipoproteico a gilcoproteína G, a qual se liga nos receptores das células alvo, glicoprotéina F (responsável pela fusão das membranas); o virus tbm uma RNA- polimerase dependente de RNA. Ciclo replicativo HRSV se liga a glicosaminoglicanos da superfície da célula-alvo por meio da glicoproteína G; funde-se a ela por meio da ligação da glicoproteína F à GTPase RhoA. Expressão de proteína viral F na membrana plasmática da célula infectada promove fusão entre células adjacentes, levando à formação de sincícios, a marca principal das infecções por HRSV. O genoma é liberado no citoplasma, e uma série de RNAm são transcritos usando o viral como molde; esses são então traduzidos em proteínas específicas, algumas das quais são glicosiladas no Golgi. A RNA-polimerase dependente de RNA replica as fitas do genoma (RNA -) formando antigenomas (RNA+) os quais servem de molde para a geração de novas fitas de RNA negativas. O envelope glicoprotéico direciona o ponto onde os virios são formados; os genomas produzidos por replicação são incorporados às partículas virais estruturais, e os virus saem da célula por exocitose. Epidemiologia Causa ~ 200.000 óbitos anuais em crianças < 5 anos. È a cuasa mais freqüente de infecção respiratória baixa. Ocorrem surtos anuais de HRSV durante o inverno e o começo da primavera em regiões temperadas, e durante a estação chuvosa em regiões tropicais. Mias de um genoma dos grupos A e B de HRSV cocirculam no mesmo surto, porem um dos grupos é predominante, e eles trocam esa predominância de ano a ano: MUTAÇÕES DO TIPO ‘FLIP-FLOP’ NAS GLICOPROTEÍNAS G REFLEXO: BRONQUIOLITE ->10% das crianças terão bronqueolite no primeiro ano de vida, e 60-90% delas são causadas por HRSV. Patogenese e Manifestações clínicas: A replicação ocorre do epitélio respiratório e o espalhamento de célula a célula faz com que todo o trato respiratório seja envolvido. Ocorre necrose de célualas ciliadas, formação de sinsícios e inflamação peribronquiolar como muitos linfócitos e macrófagos resultando em obstrução de vias respiratórias e hiperinflação dos pulmões, quadro típico de bronquiolite. Pode causar pneumonia com infiltrado intersticial mononuclear, inclusões citoplasmáticas eosinofílicas nas células epiteliais, e formação de células gigantes, multinucleadas. É severa em bebes, cuja via respiratória é muito fina. A resposta imune é muito importante para o desenvolvimento da doença: predomínio de resposta celular do tipo TH2 é associado com maior severidade da doença; enquanto predomínio de TH1 é associada ao combate e possível erradicação Diagnóstico (feito em aula prática!) Tratamento: a única droga aprovada para o tratamento de HRSV é o Ribavirin; antibióticos só devem ser administrados se houver complicações bacterianas, como otite média. Imunoprofilaxia Anticorpo monoclonal humanizado (95% human) – MAb IgG (Palivizumab), mensalmente - IM 55% de redução nas hospitalizações por RSV Recomendações: -Lactentes e crianças (<24m) com doença pulonar crônica -Lactentes nascidos com menos de 35 semanas de gestação Adicionalmente: -Disfunção grave de células T -Fibrose cística -Asma Pertence à família dos Orthomyxovirus. Há 3 tipos: A, B e C -Influenza B e C: infectam somente humanos, com doença leve; possuem menos variabilidade genética - Influenza A: infectam aves aquáticas (migratórias) e domésticas, cavalos, porcos e seres humanos, podendo causar doença grave; altas modificações antigênicas devido a mutabilidade,dificultam o estabelecimento de controle e prevenção. Estrutura e composição: Contem 9 proteínas, dentre as quais 8 são estruturais (formando o capsídeo de forma helicoidal) e uma não estrutura; o genoma é caracteizado por RNA – de fita simples. O capsídeo é envolto por um envelope derivado de células ao redor do vírus; nesse envelope há duas proteínas importantes: a hemaglutinina (HA) e a neuroaminidase (NA), importantes antígenos q determinam variação antigênica nos hospedeiro. Genetic reassortment: quando uma célula é infectada por dois tipos de virus de uma mesma família e há misturas de segmentos genomicos, resultando em nova linhagem, com diferentes antígenos de superfície -> problema no desenvolvimento de vacinas. HA: proteína que liga as partículas virais às células suceptíveis, é o principal antígenos para o qual anticorpos neutralizadores estão direcionados. NA: sua função é no fim do ciclo celular, qnd remove o ácido siálico dos glicoconjugados permitindo a liberação viral das células infectadas. Drift antigênico: deve-se ao acumulo de mutações pontuais no genoma do virus, resultando em mudanças de aminoácidos nas proteínas Shift antigênico: reflete um mudança drástica na sequencia de uma de superfície viral, extrema demias para ser reflexo apenas de mutações pontuais; ocorre por ‘genetic reassortment’ entre genes humanos e de outros animais. Ciclo replicativo O vírus se liga às moléculas de ácido siálico das células, por meio de um receptor localizado no topo da HA; o virus entra na célula por endocitose; há a fusão do envelope viral com a membrana do endossomo; o pH baixo dessa região, garantido pela H+ATP-ase é necessário para essa fusão, q resulta na liberação do virus no citossol. O RNA- entra no nucleo; a polimerase viral, um complexo de 3 proteinas P é necessário para a transcrição; essa retiram a porção cap (cap snatch) de transcritos recém sintetizados pela RNA polimerase celular e colocam-na no RNA viral. No citoplasma proteínas estruturais do virus são traduzidas, outros 2 segmentos do genoma sofrem splicing, sintetizando NS OU NP. Para que o genoma seja replicado, a fita de RNA- é primeiro replicada em um antigenoma, q serve de molde para a síntese de RNA-. O material sintetizado é levado para o citoplama, onde é encapsulado pelo capsídeo e pelo envelope, e sai da célula. Patogênese e patologia Transmissão: secreções encontradas no ar, contato com mãos e superfícies contaminadas. A NA viral torna o muco menos espesso e facilita a dispersão do vírus. 1 dia antes do inicio dos sintomas pode-se detectar a presença de interferon (febre!). A infecção causa destruição celular, descamação da mucosa, não afeta a membrana basal; pode haver infecções bacterianas secundárias. Infiltração mononuclear e edema são responsáveis pela morte celular e descamação. Manifestações clínicas Febre >38°C, calafrios -Comprometimento sistêmico: adinamia, mal-estar, mialgias, artralgias -Sintomas respiratórios: tosse, dor de garganta, dispnéia, dor torácica, chiado -Complicação principal: Pneumonia Influenza Sazonal -“Drift” antigênico = picos anuais no outono/inverno em regiões temperadas e em períodos de chuva em regiões tropicais -Documentado excesso de morbi-mortalidade -200.000 casos com ~20.000 óbitos anuais nos EUA (!) ->100.000 hospitalizações/ano no Brasil principalmente em idosos Porque tomar vacina para a gripe todo ano? Todo ano o virus causador do surto epidêmico difere do ano anterior, devido ao drift antigênico (RNA-polimerase RNA dependente não tem função exonucleica, o que leva a ocorrência de grande qtd de mutações). Influenza pandêmica: Vírus com grande infectividade -Altas taxas de ataque -Gravidade: Grande número de infectados com doença leve e/ou Pequeno número de infectados com doença grave O vírus aviário tem predileção por receptor de ácido siálico 2,3 O vírus humano tem predileção por receptor de ácido siálico 2,6 O vírus suíno: pelos dois. Triptase clara: facilita a fusão da membrana virus com a celular, uma vez que degraga AA dos omponentes responsáveis por essa fusão; o virus de 1918 tinha essa proteína clivada por qualquer protease; o atual só pela triptase clara. Vírus H1N1 de 1918 Razões de maior patogenicidade: Sítio de AA básicos com mutações = HA mais suscetível a clivagem por proteases diversas, e não somente pela triptase clara do trato respiratório. Tratamento: Amantadina: inibe a H+ ATP-ase, impedindo a aacidificação do endossomo e a fusão das membranas virais e endossomais. Inibidores da NA: impede q saída do virus da célula; esse fica ‘grudado’ e não pode se disseminar-> TAMIFLU TEM ESSE MECANISMO DE AÇÃO. PREVENÇÃO Transmissão nosocomial - Precauções respiratórias e de contato - E.P.I.: Luvas, avental, proteção ocular, máscaras, N95 para colher amostras nasofaríngeas e realizar procedimentos geradores de aerosóis - Internação em quarto isolado, se possível pressão negativa para procedimentos geradores de aerosóis - Lavagem frequente de mãos Vacina: trivalente (3 tipos de influenza); casos q aconteceram são isolados, e há avaliação da HA; assim pode-se saber quais os virus mais comuns no período e desenvolver uma vacina que englobe os mais freqüentes EXANTEMA Lesões cutâneas difusas, eritematosas, papulares, vesiculares, pustulares ou petequiais; consequências de infecções (usualmente virais) ou exposição a toxinas, alérgenos ou fármacos. Obs: lesões correspondentes em mucosas são: ‘enantema’. Principais exantemas Vesículo-bolhosos: 1- VZV (Herpesviridae) – varicela-zoster 2- HSV (Herpesviridae) – herpes simplex 3- Varíola 4- Monkeypox Eritêmato-papulares: 1- Vírus do Sarampo (Paramyxoviridae) 2- Vírus da Rubéola (Togaviridae) 3- Parvovírus B19 (Parvoviridae): eritema infeccioso 4- HHV-6 e -7 (Herpesviridae): roséola OUTROS VÍRUS QUEPODEM CAUSAR EXANTEMA MÁCULO-PAPULAR 1- DENGUE 2- OROPOUCHE 3- HIV 4- EBV 5- CMV 6- Enterovírus Pertence à família dos paramyxovirus. Seu genoma consiste em uma fit a simples e linear de RNA negativo. Contem 6 proteínas estruturias, sendo 3 delas complexadas com o DNA, formando o capsídeo, e as outras # fazendo parte do envelope lipídico, o qual contem 2 proteínas: G e F. Ciclo replicativo: O vírus se liga, por suas glicoproteínas aos seguintes receptores celulares: CD46 = proteína reguladora do sistema complemento: principalmente para a cepa vacinal atenuada CD150 = molécula co-estimuladora de linfócitos (signaling limphocyte activation molecule-SLAM): em linfócitos T e B ativos e células apresentadoras de antígenos: DC, LC, Mø. O RNA é liberado no citoplasma e a RNA-polimerase transcreve as proteínas. O complexo protéico de polimerase cria, a partir de um molde de RNA-, um antigenoma positivo, o qual será utilizado para a produção de novors virus As proteínas estruturais são glicoliladas no golgi, e preparam uma forma de exocitose para a célula vítima; a neuroaminidade permite a liberação dos virus da célula. Receptores: Receptores: CD46 = proteína reguladora do sistema complemento: principalmente para a cepa vacinal atenuada CD150 = molécula co-estimuladora de linfócitos (signaling limphocyte activation molecule-SLAM): em linfócitos T e B ativos e células apresentadoras de antígenos: DC, LC, Mø O vírus do sanrampo NÃO É UMA QUASE ESPÉCIE: anticorpos são permanentes ; a RNA polimerase é mais ‘cuidadora’; a síntese é DNA é mais lenta e as proteínas do nucleocapsídeo funcionam como chaperonas, impedindo muitas mutações. PATOGENESE 1- Transmissão respiratória por gotículas e aerosóis 2- Infecta DCs (e céls. epiteliais respiratórias?) -> tecidos linfóides regionais -> viremia - > infecção de endotélio 3- Incubação + pródromos = 10 a 14 dias 4- Infecta MΦ e células dendríticas em linfonodos e dá hiperplasia linfóide difusa 5- Infecta epitélio do timo e causa apoptose parácrina de timócitos 6- Infecta conjuntiva, trato respiratório 7- Maior letalidade por pneumonia de células gigantes 8- Infecta endotélio de capilares vasculites difusas linfo-histiocíticas (CD8+), inclusive em pele (EXANTEMA), mucosas (ENANTEMA; Enantema patognomônico: manchas de Koplik: área exantemática na mucosa com pequenas bolhas amarelas de secreção) e no sistema nervoso central. Complicações Pneumonia de células gigantes ou bacteriana secundária: causa 60% dos óbitos Encefalite aguda fatal: 15% dos óbitos Infecção persistente de neurônios e glia: pan-encefalite esclerosante sub-aguda (pees) – 1:10.000 -sequela tardia (6-8 anos após infecção) = disfunção cortical, alterações de personalidade, convulsões, cegueira, igm+ no líquor, óbito 5-15 anos após sarampo O vírus, se replicando no timo e nos órgãos linfáticos é uma doença IMUNOSSUPRESSORA - Queda da imunidade celular (Hipersensibilidade retardada, tipo IV) - Queda da produção de anticorpos e CMI para novos antígenos A saída do vírus da submucosa para as vias aéreas envolve a Nectina-1 (proteína de adesão celular). Diagnóstico: O isolamento viral é muito difícil, sendo assim empregadas técnicas de imonocitoquímica para encontrar IgMs ou IgGs (esse tem q ser 4x maior q a taxa de IgM); o PCR é extremamente sensível e específico. Prevenção 1- Vacina de vírus vivo atenuado (MMR) até 15 meses de vida 2- Contraindicações: alergia a ovo, gravidez, e baixa imunidade 3- Reduziu incidência de 300:100.000 para 1,3:100.000 (EUA) 4- Surtos esporádicos devidos a pequena cobertura vacinal 5-Vacina de vírus morto disponível p/ imunossuprimidos VITAMINA A (200.000 U) PROTEGE CONTRA DANO EPITELIAL E É USADA NO TRATAMENTO Infecção febril aguda caracterizada por exantema a linfadenopatia; é branda na infância e idade adulta, ma é teratogênica para o feto. Pertence à família dos Togavirus; seu genoma é formado por RNA fita simples +; é envolta por envelope contendo 2 glicoproteínas Ciclo replicativo O Vírus se liga às células através de seus receptores, e é endocitotado para o interior do citoplasma, ficando contido num endossomo; a membrana viral se fundo com a endossomal, liberando o genoma no citoplasma; ocorre assim a tradução e o processamento de proteínas necessárias à replicação; o RNA+ é copiado em seu antigenoma, o qual serve de molde para a replicação de várias RNA+. Os vírus se acumulam no interior de uma vesícula intracelular, onde ocorre a maturação glicoprotéica desses; as vesículas se fundem e eles são liberados. O vírus é não-citolítico em cultura de células; humanos são os únicos hospedeiros. - Ocorrência mundial - Infectividade: ~ 90% dos susceptíveis - Cerca de 50% dos casos são assintomáticos Patogênese Contágio por inalação -> replicação inicial nos linfonodos adjacentes leva à viremia -> disseminação para o baço, fígado, pele e para o feto através da placenta -> doença leve, com febre, exantema, artralgia, artrite, trombocitopenia, encefalite (raro) Manifestações clínicas Inicia-se com indisposição, febre e exantema; esse começa na pele segue pelo tronco e extremidades; pode leva a altralgia, artrite e encefalite (raramente) O período em que ainda é infectante é de 4 semanas após o início da infecção. Teratogênese por rubéola Leva às seguintes conseqüências: (principais estão sublinhadas) - cataratas ou glaucoma congênito -defeitos cardíacos -perda de audição –neuropatia pigmentar da retina -trombocitopenia -hepatosplenomegalia -icterícia - microcefalia - meningoencefalite - ossos radiolucentes - manisfestações tardias: retardo mental, diabetes mellitus, panencefalite progressiva Em populações susceptíveis ~20% das mulheres escapam da infecção na infância e permanecem susceptíveis quando adultas 4- Em populações vacinadas a incidência de rubéola congênita é ~ 1:100.000 gestações Imunidade Anticorpos iga são protetores Imunidade celular se associa com recuperação Anticorpos igg no sangue da mãe protegem o feto DIAGNÓSTICO Sorologia: IgM+ ou 4 x IgG Isolamento não é prático PCR é sensível e espeífico Vacina Vacina de vírus vivo atenuado, desde 1969; propósito é a proteção contra a rubéola congênita. No entanto não deve ser administrada em imunossuprimidos, gestantes e idosos, uma vez que, sendo a vacina formada pelo próprio virus, esse pode levar a manifestações clínicas. Menores vírus; genoma é formado por uma fita simples de DNA; capsídeo icosaédrico e não possuem envelope externo; possui duas proteínas importantes VP1 e vp2. A replicação viral ocorre apenas em células que estão se dividindo, ou q já estão infectadas por outro vírus; assim tem tropismo por células lábeis, como a linhagem eritrocitária. Causa eritrema infeccioso, artritr, crise aplastica e feto hidrópico; mais frequentemente causam eritema infeccioso (crianças em idade escolar, com febre, exantema, face parece ter sido ‘estapeada) Ciclo replicativo O receptor para o vírus é o grupo sanguíneo P, expresso em eritrócitos maduros, progenitores de eritrócitos, megacariócitos, células endoteliais, placenta e rim e coração fetal. Depende do mecanismo de replicação celular pra se multiplicar. Sua replicação ocorre no núcleo, e é necessário que a célula esteja na fase S. Assim, o virus de liga ao antígeno P e entra na célula; o DNA viral é translocado para o núcleo; há transcrição de RNA não estrutural e posteriormente, de RNA do capsídeo; proteinas não estruturais agem no DNA viral; o capsíedeo formado é levado para o núcleo, o DNA se replica e é inserido dentro do capsídeo; vírus é liberado da célula. Patogênese Tropismo por precursoreseritroblásticos, medula óssea, células sanguíneas e fígado fetal. A replicação viral vcausa morte celular e interrompe a replicação dos eritrócitos, causando anemia, a qual é severa em imunocomprometidose e nos fetos (pode levar à morte). Anticorpos IgM e IgG são produzidos e controlam a infecção; como isso não ocorre em imunossuprimidos, há anemia; o eritrema é pelo menos parcialemnte associado à resposta imune. A transmissão viral se dá por rota respiratótia, mas tbm pode ser transmitido por transfusões sanguíneas Manifestações clínicas Eritema infeccioso: crianças em idade escolar, com febre, exantema, face, parece ter sido ‘estapeada’; pode levar ainda a artrite e artopatia; leva tbm a sintomas q mimetizam a gripe: febre, indisposição, mialgia, calafrios. Crise aplástica: queda abrupta da síntese de hemácias na medula óssea; queda na taxa de precursores eritróides e anemia severa. Pode causar, em imunossuprimidos, depressão crônica da medula óssea e anemia crônica. Transmissão congênita: infecção materna é um sério risco ao feto, levando a feto hidrópico e anemia severa, os quais causam morte fetal DIAGNÓSTICO - Imunohistoquímica na medula óssea - PCR no sangue - SOROLOGIA: IgM ou 4 x título de IgG TRATAMENTO - Não há tratamento específico - Ig é benéfico para pacientes com crise aplástica transitória Não há vacina - Capsídio icosaédrico de 55-60 nm, sem envoltório - 72 capsômeros pentaméricos formados por 2 proteínas (cinco cópias de L1 fora, 1 L2 dentro) - Família Papillomaviridae, gênero Papillomavirus - Genoma de DNA de fita dupla, circular, 8000 bp - Difíceis de crescer em culturas de células - Resistente a éter, ácido e calor de 50°C por 1 h (100°C 1 h para inativar) - Sensível a álcool a 70% e autoclave - Classificados em 91 genotipos (não sorotipos) - Genotipo: <90% de homologia na sequência de DNA da ORF L1 que codifica a proteína principal do capsídio - Mais de 220 genotipos em caracterização Pode-se dividir os sorotipos em grupos, sendo que cada um deles apresenta preferência por um tipo de infecção: - Super grupo A: mucosa e genitais - Super grupo B: verruga vulvar - Super grupo C: epidermodisplasia verruciforme Têm tropismo por epitélios escamosos estratificados, causando: - Verrugas vulgares - Condiloma acuminado (verrugas anogenitais) - Papilomatose laríngea recorrente - Epidermodisplasia verruciforme - Lesões malignas da cérvix uterina - Displasia - Neoplasia intraepitelial - Neoplasia escamosa intraepitelial - Carcinoma invasivo - Carcinoma epidermóide do ânus, vulva, vagina, pênis e de cabeça e pescoço. Ciclo replicativo O vírus se liga a receptores, e é internalizado, o material genético chega ao núcleo, e genes de proteínas ‘early’ são transcritas e posteriormente traduzidos, ainda no início da infecção; há tbm produção de poucas cópias do DNA viral; em células epiteliais infectadas diferenciadas, as proteínas ‘late’ são sintetizadas, forma-se o capsídeo e o vírus é liberado. Assim a replicação do vírus ocorre em associação com a diferenciação do ep 8 ORFs - Early ORFs: E1, E2, E4, E5, E6, E7 = Ptns não estruturais - Late ORFs: L1 e L2 = Ptns do capsídeo - Transcrição resulta em abundantes mRNAs, devido a múltiplos tipos de ‘splicing’, gerando mais ptns do que ORFs A transmissão ocorre por conato direto; partículas virais são liberadas da superfície das lesões papulomatosas. Os múltiplos tipos de HPV estão associados a diferentes lesões. HPV genital é sexualmente transmissível, a mais comum DST nos EUA. Cancer de colo do utero está associado ao HPV, bem como outros tipos de câncer; HPV 16 e 18 são os que parecem ser mais cancerígenos. O comportamento do HPV está associado a resposta imune, sendo q a resposta imune celular é muito importante para a sua erradicação Manifestações clínicas Verrugas cutâneas: mais frequentemente causadas pelos genótipos HPV 1-4, em geral na infância, com incubação de até quatro meses. (ex: verruga plantar) Verrugas planas difusas Condiloma: verrugas que atingem os órgãos genitais Condiloma acuminado - Papilas com cerne vascularizado, com poiquilocitose evidente. - Mais frequentemente causado por HPV-6 e HPV-11. Condiloma gigante de Buschke-Lowenstein Papilomatose laríngea recorrente - Mais comumente associado com HPV-6 e HPV-11 - Frequentes na junção escamocolunar da laringe - Rouquidão, estridor laríngeo, mais severo em crianças, que podem requerer traqueotomia - 20% dos pacientes requerem inúmeras cirurgias (>40) - Transformação maligna pode ocorrer para CEC Epidermodisplasia verruciforme - Mais de 20 tipos de HPV se associam com EV - As causadas por HPV-5, HPV-8 e HPV-47 têm maior potencial de transformação maligna Além de produzir replicação ativa, HPV pode causar latência e transformação maligna. - Os genotipos mais associados com carcinoma anogenital são: 50% HPV-16 14% HPV-18 8% HPV-45 5% HPV-31 ~1% HPV-39 Mais frequentes na América Latina ~1% HPV-59 Os dois últimos são os mai freqüentes na América Latina Como o HPV leva ao câncer? - Para causar malignidade HPV fica epissomal - As principais proteínas com atividade oncogênica são E6 e E7 - p53 é proteína anti-oncogênica que detém o ciclo celular em G1 em resposta a dano a DNA (‘check-point’) - E6 se liga a E6AP (celular ‘E6 associated ptn’), resultando em ubiquitinação de p53 - Degradação de p53 leva a descontrole do ciclo celular,com proliferação e tumor - E7 complexa-se com a forma hipofosforilada de pRB, que é anti-oncogênica e detém o ciclo celular em G1 Epidemiologia - HPV é endêmico, com transmissibilidade moderada, período de incubação variável e sem sazonalidade aparente - A frequência de infecção por HPV diminui com a idade e até 45% das mulheres adultas normais podem ter algum HPV - Neoplasia cervical intraepitelial grau 3 tem pico na terceira década de vida DIAGNÓSTICO: - Colposcopia, com obtenção de material para citologia e histologia - Citologia pelo método de Papanicolaou, com presença de atipias; Achados citológicos de carcinoma escamoso invasivo num exame de Papanicolaou: células com núcleos pleomórficos, hipercromáticos, com aumento da proporção núcleo/citoplasma e um ‘background’ de células inflamatórias Achados citológicos de displasia num teste de Papanicolaou. Algumas células no centro têm proporção núcleo/citoplasma aumentada, com núcleos escuros e mais irregulares do que o de células escamosas normais, com citoplasma abundante e núcleo pequeno. - PCR é no mínimo 10 vezes mais sensível do que o teste citológico, e tem a vantagem adicional de permitir tipagem VACINA: -Pseudovirus (partícula ‘virus-like’) de L1 -Tetravalente para HPV 16, 18 (carcinoma), 6 e 11 (condiloma acuminado) -Intra-muscular, 3 doses 90% das diarréias são causadas por infecções virais. A transmissão é oral e o vírus precisa atingir o intestino para causar doenças; para isso, porém, tem que passar pelo estomago, um ambiente extremamente inóspito; assim, esses vírus NÃO TEM ENVELOPE LIPOPROTEICO, uma vez que esse é muito frágil, facilitando a degradação enzimática. Replicação entérics causa lesão de células do epitélio intestinal causa perda de água e eletrólitos. Epidemiologia -Mais frequente causa de diarréia principalmente em crianças < 5 anos -Sobrevive por dias no ambiente -111 milhões de episódios anuais - 25 milhões de consultas - 2 milhões de hospitalizações - ~ 500 mil óbitos (80%-90% em países pobres) - 100% das crianças se infectam ~ 1 vez antes de 5 anos de idade Família: Reoviridae Genoma: RNA dupla fita, 11 segmentos (codifica 6 proteínas estruturais, 6 não- estruturais) *Vírus não envelopado*Possui capsídeo duplo Ciclo replicativo:Os vírions se ancoram em receptores específicos da superfície celular, a partir de uma proteína do capsídeo, a hemaglutinina viral, desencadeando mudanças conformacionais que permitem a entrada no citoplasma por endocitose. Em vesículas acidificadas, ocorre a perda da porção externa do capsídeo (rolhas dos poros do capsídeo) e uma transcriptase é ativada, desencadeando a transcrição de RNAm + a partir da fita – de RNA. A maioria dos segmentos codifica apenas uma proteína (outros até duas), mas os reovirus contém no seu genoma todas as enzimas necessárias para transcrever, capear e enviar os RNAm para a tradução e, a partir dos transcritos, formar novas peças virais que se juntam aos segmentos de RNA ds, formados por ação de uma replicase viral. Os novos vírions se formam, maturam e são liberados com a lise celular. Patogênese:O rotavírus se replica em enterócitos maduros, predominantemente no intestino delgado, causando uma inflamação leve, sem lesões visíveis. A infecção altera a função do epitélio intestinal resultando em diarreia, de relação multifatorial, com causas como má absorção e destruição dos enterócitos. Descobriu-se, ainda, uma proteína viral não-estrutural NSP4, com atividade de toxina capaz de induzir a diarreia. A má absorção está relacionada com a quebra da homeostase do cálcio, elevando sua concentração intracelular no enterócito, a partir da infeccção viral primária, que desencadeia sinalizações mediadas por uma cascata PLC-IP3, culminando na lise celular. NSP4 também eleva o Ca++ intracelular. Também há desbalanço das concentrações de Na+ e K+, atrapalhando a absorção de eletrólitos. O transporte de glicose pela SGLT1 é prejudicado pela NSP4, sendo essa proteína um inibidor não- competitivo desse transportador. A infecção também reduz a expressão de enzimas digestivas como lactase, sucrase, maltase, resultando em um trânsito de indigestos mono e dissacarídeos, carboidratos, gorduras e proteínas em direção ao colón, o que causa uma diarréia osmótica. O vírus em si ou a NSP4 também podem alterar a permeabildade das tight junctions entre os enterócitos. Além disso, a diarreia pode estar relacionada com a isquemia das vilosidades, por causa de desconhecidos fatores vasoativos virais, provocando mais morte de enterócitos. Outra relação está com o sistema nervoso autônomo entérico, provavelmente alterado pelo rotavírus, causando mudanças de motilidade instestinal. Há infecções assintomáticas, o que sugere que a gravidade da doença depende tanto do vírus, quanto do hospedeiro. Fatores do hospedeiro podem atenuar ou agravar a patologia, como desnutrição e idade (crianças são muito mais suscetíveis). Sistemicamente, o rotavirus pode causar infecções extra- intestinais como de fígado, vias biliares, pulmões, baço, rins, miocárdio e sistema nervoso central, porvia hematogênica. Tratamento: De suporte, corrigindo a perda de água e eletrólitos que podem levar à desidratação, acidose, choque e morte, repondo intravenosamente os fluidos e eletrólitos, ou oralmente quando possível. Prevenção:Vacinas licenciadas para rotavirus Rotarix (Glaxo Smith Kline), RotaTeq (Merck): não previnem infecção, mas sim doença grave, hospitalização e óbitos Família: Caliciviridae Genoma: RNA + *Vírus não envelopado *Vírus não cultivável em cultura Patologia: Período de incubação: 10-51 horas, média 24 horas Duração da doença: 24 – 48 horas Ocorrência maior no inverno Responsável por 96% dos surtos de gastroenterite não-bacteriana Sintomas: náusea, vômito, diarreia, febre, cólica, dor de cabeça Dose infecciosa baixa Excreção assintomática prolongada Estabilidade no ambiente Grande diversidade genética Ausência de imunidade duradoura Transmissão: hospitais, restaurantes, escolas, creches, locais de férias, consumo de ostras Prevenção: cuidado com a higiene, manipulação de alimentos, não há vacina Hepatite viral é uma doença sistêmica que envolve o fígado primariamente, causadas na grande maioria dos casos por um dos cinco vírus a seguir: Hepatits A Virus (HAV), Hepatitis B Virus (HBV), Hepatits C Virus (HCV), Hepatitis D Virus (HDV) e Hepatitis E Virus (HEV). A seguir uma tabela de diferenciação entre os principais vírus causadores de hepatites: HAV HBV HCV HDV HEV FAMÍLIA Picorna Hepadna Flavi - Hepe GENOMA RNA + DNA RNA + RNA - RNA + Patogênese: Tais vírus causam inflamação (aguda e, em alguns tipos, crônica) do fígado caracterizada por sintomas como febre, sintomas gastrintestinais, como náuseas e vômitos, icterícia, colúria, acolia, e em estágios mais avançados evoluindo para fibrose do fígado e cirrose. Indepentemente do tipo de vírus, são observadas idênticas lesões histopatológicas na doença aguda. Observa-se o corpúsculo de councilman-rocha-lima, que representa hepatócito apoptótico, além de necroses em ponte e infiltrados leucocitários. O principal componente da patogênese é a ação do sistema imune, predominantemente de linfócitos T citotóxicos. Família: Picornaviridae Genoma: RNA+ Ciclo Replicativo: Ocorre no citoplasma da célula-hospedeira. Primeiro há a ligação do virion a um receptor específico da membrana plasmática, uma glicoproteína mucina- like com domínio terminal rico em cisteína, que promove uma mudança conformacional no virion e subsquente liberação do RNA viral para o citosol da célula-alvo. Em seguida, a VPg (proteína associada à região 5’ da fita simples de RNA+) é removida e o RNA se associa a ribossomos para a tradução em uma poliproteína, que é clivada em proteases encontradas em sua própria estrutura, além de proteínas estruturais do vírus e da RNA polimerase-RNA dependente, que copia a fita + em uma complementar de RNA -, o qual é usado para sintetizar mais RNA +. Então essa fita + pode ser usada para a produção de mais complementares -, para a tradução de mais poliproteínas, ou ainda para formar os novos vírions junto com as proteínas estruturais. A saída do vírus formado se dá sem lise do hepatócito ENVELOPE Não Sim (HbSAg) Sim Sim Não TRANSMISSÃO Fecal-oral Parenteral Parenteral Parenteral Fecal-oral PREVALÊNCIA Alta Alta Moderada Baixa Regional DOENÇA FULMINANTE? Rara Rara Rara Frequente Na gravidez DOENÇA CRÔNICA? Nunca Frequente Frequente Frequente Nunca ONCOGÊNICA? Não Sim Sim ? Não Patologia: Transmissão fecal-oral Período de incubação: 10-50 dias Principalmente, crianças e jovens Não há cronicidade Sem maiores complicações, tecido hepático se recupera em 8-12 semanas Mortalidade baixa < 0,5% Não há manifestações extra-hepáticas Em crianças, muitas vezes é assintomática (até 95%), em adultos, em cerca de 25% A viremia desaparece após 2 semanas, junto com o aparecimento da icterícia O HAV pode ser detectado no sangue, fezes, bile e no fígado ELISA de IgM anti-HAV é o método de diagnóstico para Hepatite A em fase aguda; IgG se traduz em doença do passado Vacina efetiva, segura e recomendada para pessoas a partir de 1 ano de idade, com vírus inativado em 2 doses de 6 meses de intervalo Família: Hepeviridae, relacionada com Caliciviridae Genoma: RNA + Ciclo replicativo: Não se sabe muito sobre o ciclo replicativo. O genoma é capeado no 5’ e há três ORFs (Open Reading Frame). ORF1 está relacionada com tradução de enzimas de atividade proteolítica, capeadora e de RNA-polimerase RNA-dependente; ORF2, com proteínas estruturais; ORF3, uma fosfoproteína de ação desconhecida. Patologia: Doença semelhante à Hepatite A, exceto pelo fato de ter uma alta letalidade em grávidas, especialmente no terceiro trimestre de gestação. Menor prevalência em mulheres. Não há vacina, porém estáem desenvolvimento uma vacina recombinante. Família: Hepadnaviridae Genoma: DNA fita dupla circular Antígenos: HBsAg (superfície), HBcAg (core), HBeAg Ciclo Replicativo: O vírion começa se ligando à célula e perdendo seu envelope. O capsídeo vai até o núcleo, no qual entra apenas a dupla-fita incompleta de DNA, o qual é completado pelo aparato de reparo da célula, formando um cccDNA (circular de fita- dupla), o qual serve para a transcrição viral, incluindo de RNA pregenômica. Esse RNA se junta ao HbcAg dentro do capsídeo. Então, por transcrição reversa é formada uma fita de DNA -, o qual serve de molde para a polimerização da fita de DNA+, porém o processo é interrompido provavelmente pela falta de substratos nucleotídeos. O capsídeo então ganha o envelope celular contendo o HbsAg e pode sair da célula. Patologia: Transmissão parenteral, principalmente sexual e por uso de drogas injetáveis Período de incubação: 50-180 dias Cronicidade de 5 a 10% (95% em neonatos) Mortalidade < 2% A viremia pode ser detectada de meses a anos, não há vírus nas fezes Pode levar a uma hipersensibilidade do tipo III, com poliartrite, glomerulonefrite, vasculites Em adultos, 65-80% das vezes é assintomática com 90-95% de recuperação total. Em contraste, para crianças, de 80-95% a doença se torna crônica Prevenção: Vacinação com antígeno HBsAg (Recombivax e Engerix) 0, 1 e 6 meses Tratamento: Interferon-alfa Antivirais específicos: Lamivudine (3-TC): 2’3’dideoxinucleosídeo (análogo) que interfere com a RT. Mutantes (M p/Val ou Isoleucina) são resistentes. Adefovir (e a pro-droga adefovir dipivoxil): análogo de adenosina monofosfato, inibe RT Família: É um viroide, não classificado em família, genêro Deltavirus Genoma: RNA - Ciclo Replicativo: Necessita do envelope contendo HBsAg para ser transmitido. Só traduz uma proteína: HDAg Patologia: Só ocorre na presença de uma infecção precedente por HBV, acentuando sua gravidade, como nas taxas de ser uma doença fulminante ou de sua cronicidade. Família: Flaviviridae Genoma: RNA+ Ciclo Replicativo: O vírion se liga e é endocitado, formando um vacúolo no qual perde o envelope, liberando o RNA ao citosol, onde vai completar a tradução de uma proteína do capsídeo, duas glicoproteínas do envelope, além de proteínas não-estruturais. Além disso, há a formação de fitas de RNA-, que servem de molde para mais fitas de RNA+ que voltam a ser traduzidas, ou então se agregam com as proteínas estruturais para formar novos vírions que, após maturação glicoprotéica, abandona a célula por fusão de vesícula. Patologia: Transmissão parenteral, fatores de risco: uso de drogas injetáveis, sexualmente e transfusão sanguínea Período de incubação: 15-160 dias Cronicidade de 70 a 90% Mortalidade <1% A viremia pode ser detectada de meses a anos, não há vírus nas fezes Normalmente uma doença moderada, e leva à icterícia em cerca de ¼ dos pacientes, porém sua alta cronicidade é o maior problema podendo evoluir para cirrose (20-50%), além de poder ser oncogênica (5-25%) A maioria das infecções é assintomática Tratamento: interferon-alfa e Ribavarin Vias de infecção: -endotélio. A maior ou menos facilidade de passagem depende da estrutura do endotélio: SNC, músculos, pulmões, pele e tecido conjuntivo -> difícil passagem Plexo coróide, vilo intestinal, glomérulo, pâncreas e glândulas endócrinas (dificuldade mediana) Sinusóides com macrófagos, do fígado, baço, medula, adrenal (fácil passagem; muitos poros) -vasos que irrigam a meninge: causando meningites -vasos cerebrais: causam encefalite -plexo coróide: via fácil de infecção -nervo olfatório da lamina crivóide -migração através dos nervos pseudounipolares. Vírus x SNC -Neurônios virtualmente não expressam MHC-I -Infecções virais de neurônios recrutam pouca inflamação -Neurônios são muito sensíveis a alterações metabólicas, inclusive as induzidas por vírus que causam “shut off” (‘CAP snatch’, por exemplo) de síntese protéica. -Apoptose é frequente causa de morte neuronal por vírus -Tecido nervoso tem pouca ou nenhuma regeneração -Glia e células de Schwann infectadas produzem reação imune Tipos de infecção neural por vírus -Meningites -Encefalites -Meningo-encefalites -Mielites Algumas infecções virais do SNC -Herpes simplex: meningo-encefalite -Enterovirus: meningo-encefalite -Raiva: encefalite -Paramyxoviridae (caxumba e sarampo): meningite/encefalite -HIV: encefalite Faz parte da família dos picornavirus, assim como o Rhinovírus (ver características estruturais e replicação acimaa!) A transmissão do vírus é oral-fecal; sofre uma primeira multiplicação nas tonsilas, linfonodos do pescoço, placas de Peyer e intestino. O sistema nervoso pode ser invadido, assim, pela circulação. Pode ainda se disseminar ao longo dos axônios dos nervos periféricos até o SNC, onde continua a progredir, atingindo as fibras de neuronios motores inferiores, envolvendo tbm as fibras do cérebro q se dirigem à medula. Durante se processo de multiplicação intracelular, danifica e destroi essas células. Não se multiplica não músculo, sendo q os efeitos nesses, são secundários à destruição neural; há tbm inflamação, secundária à infecção. Manifestações clínicas: -pode levar a sintomatologia branda, com febre, indisposição, dor de cabeça, náusea, vomito -Poliomielite não paralítica: alem dos sintomas acima há dor nas costss e pescoço. -Poliomielite paralítica: resulta em paralisia flácida devido ao dano nos neurônios motores inferiors; pode levar à atrofia muscular. Imnunização: Há dois tipos de vacinas; uma produzida com vírus vivo atenuado (Sabin), sendo essa não indicada para gestantes, imunossuprimidos, etc; a outra é produzida com o vírus morto, chamada Salk. Família Picornaviridae –Gênero Enterovírus •Pequenos, não-envelopados, RNA (+) •Transmissão fecal-oral •Patologias principais –Miocardites –Meningoencefalites –Pancreatites –Diabetes tipo 1 Ciclo replicativo= rhinovirus Uma particularidade que não foi citada: a tradução do RNA+ no citossol ocorre por um mecanismo independente de cap, uma vez que há uma porção do RNA, conhecida como IRES, a qual é reconhecida pelo ribossomo celular; o vírus destrói o cap dos RNAm celulares, mas continua a ter os seus traduzidos pela presença de IRES. Patogenese: O vírus entra por via oral -> invade e replica-se nos tecidos linfóides (linfonodos, tonsilas, placas de Peyer) -> dissemina-se (SNC, fígado, trato respiratório, miocárdio, pele e mucosas) -> viremia (sintomas) -> entra na corrente sanguíneae pode então seguir dois caminhos: voltar a se disseminar ou ser controlada pelo SI, havendo aumento de anticorpos, diminuição de viremia e diminuição de sítios infectados. Meningite viral - dor de cabeça (aumento da pressão intra-craniana) -nauseas e vômitos -febre -rigidez nucal (Inflamação meningea, dor por estiramento) -mialgia, fraqueza muscular A infecção tendo a ser autolimitada Em punção: inflitrado linfomononuclear (ao contrario de meningites bacterianas, onde há muito infiltrado neutrofílico); qtd de glicose permanece normal; liquido claro. Família: Rhabdoviridae *Formato de bastão (bullet-shaped) *Envelopado Genoma: RNA -, vírions contém a RNA-polimerase RNA-dependente Ciclo Replicativo: O vírus da raiva se liga à célula por meio de seus spikes glicoprotéicos a receptores específicos da membrana celular (receptores nicotínicos colinérgicos podem servir para essa ligação). O RNA viral é então transcrito pela RNA- Pol RNA-dependente associadaao vírion em 5 RNAm, que são traduzidos nas proteínas virais. Também são replicadas novas fitas de RNA-, passando por um molde de fita positiva de RNA. São agregadas as proteínas virais ao RNA- formado e saem por exocitose, formando o envelope envolta do capsídeo, contendo glicoproteínas. Patogênese:Afeta todos os animais de sangue-quente, e, em 100% dos casos,é letal (com raríssimas exceções de cura na história). O vírus entra com o rompimento da pele e se replica inicialmente nos miócitos do fuso muscular esquelético, usando, entre outros, receptores colinérgicos para a entrada. Nos miócitos, ocorre o período de incubação da doença, que pode levar de 1 semana até 19 anos, porém a maioria dos casos se encontra em um período de 1 a 3 meses. Em seguida, ocorre o evento patogenético inicial, antes do qual pode-se evitar a evolução para doença e morte: a invasão do nervo que inerva o fuso muscular, por meio do qual, o vírus ascende rapidamente até o gânglio sensitivo dorsal, usando provavelmente uma interação entre as cadeias leves de dineína e fosfoproteínas virais (usando o mesmo mecanismo de transporte retrógrado que o Herpes simplex e a toxina tetânica). Nesse estágio, já não mais pode ser reconhecido e eliminado pelo sistema imune. Uma vez na medula espinhal, o vírus se propaga pelas junções sinápticas, e virtualmente todos os neurônios são infectados. Os mecanismos de lesão neuronal são ainda pouco compreendidos, porém se considera que a raiva interfere com a neurotransmissão e com sistemas opioides endógenos, além da produção aumentada de óxido nítrico, causador de neurotoxicidade. Também induz apoptose, de células T, bloqueando a resposta imune contra sua ação. Após propagação no SNC, o vírus é distribuído para outros tecidos por nervos periféricos, como para as glândulas salivares. O sinal patognomônico para doença é a presença de corpos de inclusão no corpo neuronal, os corpos de Negri eosinofílicos, principalmente no hipocampo piramidal, ou em menor quantidade no cerebelo, cortéx e até mesmo no coração. A doença possui um estágio de pródromo, após a incubação, com sintomas leves como mal-estar, febre, parestesia no local da infecção, anorexia, nausea e vomitos, que dura por volta de 2 a 10 dias. Após o pródromo, a doença se desenvolve agudamente, que pode ser de duas principais formas: raiva furiosa (80% dos casos), associada à hidrofobia, alucinações, comportamento bizarro (mordendo), asiedade, agitação; ou a raiva paralítica (20% dos casos) com uma paralisia flácida ascendente, podendo gerar uma tetraparesia simétrica. Esse estágio agudo dura até 1 semana, quando começa o coma, a partir do qual a morte vem em até 2 semanas. Diagnóstico: Identificação histológica dos corpúsculos de Negri, PCR para partes do genoma viral, Imunoflorescência a partir de biópsias Tratamento:Não há Faz-se tratamento suportivo contra os sintomas: hidratação, oxigenação, anticonvulsivantes, antiespasmódicos. Prevenção:Principal ação é erradicar raiva canina e felina. Profilaxia pré-exposição é uma vacina com vírus crescido em células diploides humanas, em 4 doses intramusculares. Após a exposição, administra-se soro anti-rábico, intramuscular, parte ao redor da ferida e parte distribuído em outras regiões; além de limpeza rigorosa da ferida. A infecção pelo retrovírus HIV leva a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS). Essa é talvez o maior problema da saúde pública mundial, com cerca de 25 milhoes de mortos, e cerca de 30 a 40 milhoes de pessoas infectadas no mundo. Dados epidemiológicos: -Mais 33 milhões de pessoas vivendo com HIV, sendo 2,5 milhões crianças -2,6 milhões de novos casos/ano -Mais de 1000 casos/dia em crianças -Mais de 25 milhões de óbitos acumulados -1,8 milhões de óbitos por ano -25% desses óbitos devidos a tuberculose (80% deles na África) A epidemiologia é mais grave na África sub-saariana, sendo agravada ainda mais pela falta de informação sobre as formas de transmissão, pelas precárias condições de vida que facilitam a ocorrência de infecções oportunistas e pela falta de investimento na distribuição do coquetel antiviral. Transmissão e ciclo celular As rotas de transmissão são: transmissão sexual (mucosa genital ou colonica), exposição a fluidos infectados, como sangue, ou produtos sanguíneos, transmissão de mães para filhos, e transmissão acidental principalmente em profissionais de saúde. O ciclo de vida pode ser dividido em duas partes: PRIMEIRA FASE: adesão celular, entrada no citoplasma, transcrição reversa, entrada no núcleo e integração com o DNA. SEGUNDA FASE: produção de proteínas virais e novos vírus infecciosos. A infecção se inicia quando a proteína viral gp120 se liga ao receptor CD4 de células T, macrófagos e células microgliais. Essa interação muda a conformação de gp120 e permite q essa se ligue a outro receptor, que pode ser CCR5 ou CXCR4; essa segunda ligação expõe o domínio de fusão da proteína gp41 viral, fazendo com que essas duas membranas se unam e permitindo a entrada do vírus na célula. No citoplasma, a ação da transcriptase reversa se inicia; essa transcreve o RNA viral DNA de fita dupla, o qual ira se integrar ao organismo. Essa tem atividade DNA polimerase dependente de RNA, levando à transcrição reversa; essa enzima no entanto é propensa a erros, os quais se acumulam durante os vários ciclos celulares, levando a alta variabilidade do HIV, o que pode ser considerado um fator de virulência. Após formar a fita simples de DNA, a mesma TR inicia a transcrição da outra fita, tendo tbm a função de DNA-polimerase dependente de DNA. A TR ainda tem uma função de ribonuclease, degradando o RNA viral que serviu anteriormente de molde; duas porções desse RNA não são degradadas, e ela servem de primers para a síntese da fita positiva de DNA pela atividade DNA-polimerase dependente de DNA. A fita dupla de DNA sintetizada vai para o núcleo, onde é incorporada ao DNA celular pela enzima integrase; assim o DNA viral fica estável no genoma celular, e a replicação do ciclo ocorre pela replicação da célula; havendo dependência de fatores virais e celulares para a ativação do ciclo. Os RNAm virais transcritos sofrem splicing, CAP E poli-A são adicionados, e eles vão para o citoplasma, sendo transformados em proteínas virais; após a transcrição de proteínas tardias, o material genético viral replicado é incorporado ao capsídeo, sendo esse processo dependente de Gag; os vírus saem da células causando lise celular. Estrutura viral O vírus é formado por um envelope lipoproteico , o qual contem duas proteínas importantes, a gp120 (domínio de ligação) e a gp41 (dominio de fusão). O capsídeo tem forma de um cone, e recobre duas fitas de RNA+ de fita simples, naco sobrepostas; o RNA é rodeado por p17 (liga as duas fitas) e p24 (maior componente do capsídeo; dentro do capsídeo há ainda as enzima TR e integrase (IN) Recombinação: caso haja uma pausa em uma das fitas de RNA, a TR pode ‘pular’ para a outra fita, sendo essa uma forma de recombinação (‘copy choice’) Proteínas virais importantes: VIF: Os mamíferos possuem uma proteína, a APOBEC3G; essa se liga ao RNA viral e induz mutações nesse, sendo letal para o vírus; é uma defesa natural contra retrovirus; o vírus porem, possue a VIF, a qual se liga a APOBEC3G, ubiquitinando-a para que seja degradado pelo proteassoma. NEF (negative factor) Diminui a expressão de CD4 e MHC e ativa a expressão de NF-Kβ. Impede que novos vírus infectem a célula, depreda o SI, e o reconhecimento dessas células infectadas por outros leucócitos TAT O DNA integrado ao genoma celular necessita da DNA polimerase celular para se multiplicar; a TAT funciona como um ativados na transcrição do provirus em RNAm, mesmo quando a célula
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