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Bacteriologia + Virologia - MedResumos

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O que é um vírus? Essencialmente um programa genético, formado por um conjunto 
químico de ácido nucléico e proteína, que carrega de uma célula a outra a mensagem: 
“Replique-me”. Os vírus podem ter seu genoma em 6 tipo de apresentações, de 
acordo com a classificação de Baltimore: 
 
(I) DNAds 
 Precisam da DNA polimerase da célula 
 Proteínas de fase α (estimula transcrição de proteínas β) , β (estimula 
transcrição de proteínas γ e replicação do DNA circular) e γ (proteínas 
estruturais do vírus) 
 
(II) DNAss 
 Ver em Parvovirus 
 
(III) RNAds 
 Ver em Rotavirus 
 
(IV) RNA + 
 Monocistrônico, traduz apenas uma poliproteína que é processa em todas as 
outras, incluindo a RNA-polimerase RNA-dependente viral 
 
(V) RNA – 
 Policistrônico, não é reconhecido diretamente pelo ribossomo e tem de passar 
para a fita de orientação + (através da ação de uma RNA-polimerase que o 
vírion já traz consigo) para então traduzir as diversas proteínas 
 
Qual a principal diferença entre virus de RNA+ e RNA-? 
Os vírus de RNA- tem que trazer uma RNA-polimerase ativa em sua 
constituição. Os de RNA+ não têm essa necessidade. 
(VI) RETROVIRUS. 
 Há 2 cópias não-pareadas do genoma (diplóide) 
 Traz consigo polimerases reversas, que faz a transcrição reversa de 1 das fitas 
de RNA em 2 de DNA (fita dupla), que então é integrado ao DNA humano pela 
integrase 
 
 
 
A unidade infecciosa, conjunto de proteínas e material genético, é chamada de viríon. 
São inertes no meio extracelular e tem seu genoma estabilizado e protegido por um 
capsídeo, que também auxilia na invasão das células-hospedeiras. O capsídeo pode ter 
uma simetria icosaédrica ou helicoidal (ou um terceiro tipo, de estrutura complexa, 
apenas presente nos poxvirus). Podem apresentar ou não envelopes lipoprotéicos, os 
quais são adquiridos da membrana plasmática da célula infectada durante a saída do 
vírus. Vírus envelopados são mais susceptíveis à degradação enzimática, uma vez que 
os envelopes são frágeis e não resistem a esse tipo de ataque do meio externo. O vírus 
pode ter desde efeito baixo ou nenhum na célula hospedada, quanto causar dano ou 
morte celular. Os que são altamente letais geralmente não são próprios dos seres 
humanos, mas sim de outros animais que não tem problemas com a infecção, ou seja, 
já estão em equilíbrio evolutivo com o vírus. 
 
A variedade dos vírus é imensa, diferindo extensamente na estrutura, organização e 
expressão do genoma e estratégias de replicação e transmissão. Um dado vírus pode 
infectar um espectro grande de hospedeiros distintos, ou ser específico de 
determinado tipo de célula. Vírus podem infectar de seres unicelulares como 
protozoários, bactérias a grandes organismos como animais e plantas, ou até mesmo 
outros vírus! Tem grande importância nos ecossistemas, por exemplo, agindo no 
fitoplâncton marinho. Há cerca de 1030 vírus no oceano, mais de 50 milhões de vírus 
por ml de água. Também se sabe que vírus tiveram sua importância no 
desenvolvimento evolutivo de proteínas essenciais para o homem, como, por 
exemplo, proteínas sinciciais necessárias a placentação (de origem retroviral). 
 
 
A origem dos vírus ainda é discutida. Dada a imensa variedade entre os vírus de DNA e 
de RNA, é possível que haja origens distintas para diferentes tipos. Duas hipóteses são 
as mais aceitas: 
 
1. Vírus seriam derivados de DNA ou RNA de células hospedeiras que 
conseguiram desenvolver uma capacidade de se autorreplicar e evoluir 
independentemente, ao adquirerem genes que permitem a existência fora de 
uma célula. 
2. Vírus seriam formas degeneradas de parasitas intracelulares, como a origem de 
rickettsias e clamídias a partir de bactérias, por exemplo. Não há evidências 
que confirme essa hipótese, mas cogita-se que o Poxvírus dado seu tamanho e 
complexidade tenha se originado de um ancestral celular. 
 
A capacidade de evolução dos vírus é um dado marcante e pode ser estudado pelos 
mecanismos genéticos do seu desenvolvimento. Evidências do processo são o 
surgimento de novas doenças, a partir de vírus novos (ao menos sob conhecimento da 
ciência), como HIV, SARS e influenza aviária. Os vírus evoluem geneticamente a partir 
de mutações ou recombinações. Por exemplo, na troca de uma base nitrogenada, 
erros podem ser cometidos pela polimerase, e corrigidos por exonuclease intrínseca, 
porém a polimerase viral não possui essa capacidade de reparação, gerando mutações 
que se propagam constantemente. Isso introduz em alguns vírus um conceito distinto 
 
das espécies convencionais, descrito por Eigen a partir de conhecimentos bioquímicos 
da variablidade de moléculas autoreplicantes: a teoria das quasispecies (descrita 
abaixo). Os vírus, em análise bem generalista, têm cerca de 1 milhão de vezes mais 
mutações que uma célula eucariótica. A importância disso está no fato de que vírus 
com antígenos estáveis na superfície (p. ex. poliovirus, sarampo) podem ser 
controlados por vacinação com mais facilidade. Enquanto isso, outros vírus podem ter 
vários tipos de antígenos (p.ex. rhinovirus) ou mudá-los frequentemente (p.ex 
influenza A), tornando difícil o controle por vacinação. Em geral, os vírus são bastante 
adaptados, dotados de extrema plasticidade e constituem “pool” genético de troca, o 
que gera diversidade, aumentando a chance de sobrevida frente às barreiras 
ambientais que os vírus devem vencer para se reproduzir. A evolução viral deve ser 
encarada do ponto de vista populacional e não individual. Algumas forças seletivas que 
atuam sobre as mutações virais são: fatores intracelulares, o sistema imune do 
hospedeiro, o genoma pequeno, a densidade populacional e comportamentos 
humanos. É importante dizer que a tendência da evolução viral é para uma patologia 
amena, ou ausência dessa, resultando em uma relação harmônica com o hospedeiro e 
garantindo a replicação viral sem causar danos à célula da qual é dependente para seu 
ciclo replicativo. Os vírus que causam patologias graves provavelmente tem relações 
recentes na história evolutiva com seres humanos e ainda não conseguiram se 
equilibrar com as células hospedeiras. 
: 
Capsídeo: O envoltório protéico que envolve e isola os ácidos núcleicos do 
genoma 
Capsomêros: Unidades morfológicas constituídas por grupamentos de 
polipeptídeos, vistas à microscopia eletrônica na superfície de vírus com simetria 
icosaédrica. 
Envelope: Uma membrana contendo lipídeos que envolve as partículas virais, 
adquirida durante a maturação viral, pelo brotamento da vesícula da célula do 
hospedeiro. Glicoproteínas virais são expostas no envelope. 
Unidades estruturais: São as peças protéicas necessárias para a formação do 
capsídeo 
Vírion: A partícula viral completa e infectiva 
Provírus: É o genoma viral integrado ao DNA do hospedeiro, pode ser um estágio 
da replicação ou representar um período de inatividade (latência) 
Corpos de inclusão: No curso de multiplicação dos vírus, estruturas específicas, de 
tamanho bem maior que as partículas virais e frequentemente eosinofílicas, 
podem ser produzidas, os chamados corpos de inclusão. Podem se situar no 
núcleo (CMV – olhos de coruja), no citoplasma (RHABDO – negri bodies; 
SARAMPO), ou em ambos. Em muitas infecções virais, os corpos de inclusão são os 
sítios de desenvolvimento do vírus, “fábricas virais”. 
 
 
O modelo de quase-espécies introduzido por Manfred Eigen e Peter Schuster fornece 
uma descrição do processo de evolução de macro-moléculas auto-replicantes no 
âmbito da físico-química. Neste contexto, uma quase-espécie é uma "nuvem" de 
entidades auto-replicantes se reproduzindo sob uma certa taxa de mutação, de forma 
que é esperado que uma fração da progênie contenha mutações em relação à 
entidade parental. O modelo de quase-espécies foi proposto inicialmentepara 
descrever processos evolutivos de macro-moléculas auto-replicantes, tais como RNA. 
Mais recentemente, o conceito de quase-espécies tem sido aplicado a populações de 
um vírus dentro de um hospedeiro. Esta abordagem é considerada relevante para vírus 
de RNA porque este têm altas taxas de mutação e populações virais extremamente 
grandes. De fato, um grande número de vírus clinicamente importantes, incluindo o 
HIV, o vírus da hepatite C, e o vírus da gripe, têm genoma de RNA. Esses vírus replicam 
com taxas de mutação extremamente elevados e apresentam significativa diversidade 
genética. Tal diversidade permite que uma população viral se adapte rapidamente a 
ambientes dinâmicos e que ela desenvolva resistência a vacinas e medicamentos 
antivirais. 
 
(Créditos para Renata Leite!) 
http://www.koronispharma.com/pdf/Eigen%20Sci%20Amer.pdf 
 
Os membros dessa família são: 
- NEUROTRÓPICOS: Herpes simples 1 e 2 e varicella-zoster vírus (VZV) 
- LINFOTRÓPICOS: Epstein-Barr vírus (EBV), Citomegalovirus (CMV) e herpes vírus 6,7 e 
8 
 
Características: Seu genoma é formado por uma dupla fita de DNA linear; capsídeo 
possui estrutura icosaédrica; o capsídeo é envolto por um envelope glicoprotéico 
derivado da membrana nuclear da célula infectada (permite ‘camuflagem’, 
protegendo-se do SI); entre o envelope e o capsídeo há um tegumento, o qual contem 
uma série de proteínas responsáveis pela infecção viral; sua replicação ocorre no 
núcleo. 
HERPES É PARA SEMPRE! – tem a capacidade de se manter em LATÊNCIA; tem a 
habilidade de estabelecer longos períodos de infecção persistente nos hospedeiros, 
vendo também reativações de infecção. Alguns estabelecem latência em neurônios 
(neurotrópicos), outros em linfócitos (linfotrópicos). 
Por latência entende-se um período de pouca ou nenhuma expressão de genes virais 
de replicação produtiva; nesse período as células não são vistas pelo SI e o genoma 
que persiste deve ser completo para que haja replicação posterior, e recidiva da 
doença. 
Para o estabelecimento de latência, há a formação de DNA circular, o epissoma, o qual 
permanece no núcleo da célula. 
 
Epidemiologia: 
Mais de 90% dos adultos maiores de 50 anos em todo mundo já foram infectados com 
HSV-1. No Brasil ~ 95%. 
 
Ciclo replicativo: 
O vírus fusiona com a membrana plasmática, através da ligação com heparana- sulfato; 
sendo o capsídeo com o material genético liberados no citoplasma; na região dos 
poros nucleares, o DNA é liberado do capsídeo e entra não núcleo, onde se circulariza; 
alguns genes de transcrição imediata são transcritos, seu RNA vai para o citoplasma, 
onde é traduzido em proteínas alfa; essas voltam ao núcleo e permitem a transcrição 
de genes da proteína b, a qual é traduzida no citoplasma; essa volta para o núcleo e 
permite a transcrição de genes da proteína gama, as quais consistem nas proteínas 
estruturais do vírus. O DNA viral é transcrito ao longo do ciclo replicativo pela RNA 
polimerase II com a participação de fatores virais; o DNA é então empacotado no 
capsídeo. Proteínas do envelope se acumulam no RE, englobam o capsídeo, e são 
liberadas por exocitose. 
 
 
 
 
O vírus infecta células epiteliais da pele; caso seja reconhecido pelo sistema imune - 
células T CD8+ - é destruídos; no entanto alguns deles penetram em neurônios 
próximos e por migração retrógrada chegam até o corpo celular, nos gânglios; por 
circularização do DNA, formando epissomos, eles permanecem em latência no núcleo 
localizado no corpo celular; o neurônio é pseudo-unipolar. Por razoes ainda não 
conhecidas, o vírus pode sair de latência, volta pelo axônio e provoca patogênese 
sintomática do mesmo local anterior. O vírus estando dentro do neurônio, o qual não 
expressa MHC I, não é reconhecido pelo SI, mas quando sai dele, e infecta novamente 
o tecido epitelial por onde entrou, pode ser destruído pelo mecanismo corporal de 
defesa. 
Ao infectar a pele, pode atingir vasos sanguíneos, onde chega a neurônios do SNA, 
podendo estabelecer latência ai. 
Imunossupressão causa recidiva? Ainda não se tem a resposta a essa pergunta; sabe-se 
que mesmo não reconhecendo o vírus dentro do neurônio, as células satélites sabem 
que ‘tem algo de estranho’ naquela célula; ficam assim vigiando-a para impedir sua 
propagação quando sai de latência. 
 
Como os herpes-virus ficam em latência neurotrópica? Devido aos LATs (RNA 
associado a latência; esses são RNAi e degradam o RNA mensageiro da proteína alfa, 
indispensável para a continuação do ciclo celular – ‘freio de mão do vírus, puxado pelo 
próprio vírus’. 
 
 
HSV 1- transmissão por contato, usualmente envolvendo saliva contaminada. 
HSV 2- transmissão sexual ou congênita. 
 
Patogênese: infecções citolíticas, causando necrose de células infectadas, com 
resposta inflamatória local, causando lesões na pele e mucosa infectadas. 
Características histopatológicas incluem balonização de células infectadas, produção 
de corpúsculo de inclusão (Cowdry), marginalização de cromatina e formação de 
células gigantes e multinucleadas. 
A infecção por HSV 1 é geralmente na orofaringe levando a infecção latente no gânglio 
trigeminal; e a de HSV no trato genital, sendo a infecção latente no gânglio sacral. 
 
Manifestações clínicas: 
HSV1: infecção primária geralmente assintomática; a patologia sintomática inclui 
lesões na mucosa bucal e da gengiva, pode ainda haver febre, lesões vesiculares e 
ulcerativas, gengivoestomatite, inflamação na garganta e indisposição. A infecção pode 
tbm ocorrer no olho, levando à queratoconjuntivite. 
HSV2: geralmente associado ao herpes genital; caracterizado por lesões 
vesiculoulcerativas do pênis, cérvix, vagina e períneo, lesões doloridas acompanhadas 
de febre, indisposição e linfadenopatia inguinal 
 
 
Os dois tipos podem levar a encefalite, sendo o HSV1 mais comum. Ocorre quando o 
vírus segue pelo outro ramo do neurônio pseudo-unipolar, atingindo o cérebro; a 
encefalite tbm pode estar associada à disseminação do vírus pela corrente sanguínea. 
 
Herpes neonatal: a principal rota de infecção é passagem do bebe pelo canal vaginal 
durante o parto; geralmente causa infecção severa, uma vez que o SI do recém-
nascido ainda não é completamente desenvolvido. Os sintomas são: lesões da pele, 
olho e boca; encefalite, disseminação da doença, envolvendo múltiplos órgãos, como o 
SNC. 
 
Em imunossuprimidos, o vírus pode invadir o pulmão e causar graves pneumonias. 
Essas pessoas tbm costumam ter a forma disseminada da doença, na qual o vírus 
acomete pele, mucosa e muitos órgãos, incluindo o SNC. 
 
Tratamento 
 
Aciclovir: análogo estrutural da desoxiguanosina; normalmente essa é fosfatada pela 
timidina quinase do vírus e recebe mais dois grupos fosfato de enzimas celulares; 
trifosfatada, é usada pela DNA polimerase para a síntese do DNA. O aciclovir, sendo 
um análogo estrutural dessa, tbm é trifosfatado, mas quando incorporado ao DNA em 
síntese leva ao fim da replicação do DNA. Não há efeito colateral uma vez que o 
aciclovir tem 100x mais afinidade pela timidina quinase de células virais q de células 
normais, fazendo com q só as células infectadas sejam afetadas. 
Em casos de resistência ao aciclovir usa-se o forcarnet, esse é um análogo estrutural 
do fosfato inorgânico, o qual se liga à DNA polimerase, impedindo que ela se ligue ao 
fosfato da base nitrogenada, levando a parada de síntese de DNA. Esse tratemento, 
porem, é muito tóxico. 
 
 
Patogênese e patogenia: a infecção por varicela inicia-se pela mucosa do trato 
respiratório superior (transmissão por gotículas encontradas no ar) e infecta 
linfonodos regionais, a viremia primaria se espalha e o virus se replica no fígado e 
baço; viremia secundária envolve infecção de células mononucleares, as quais 
transportam o virus para a pele, onde aparecem as lesões típicas. Podem tbmentrar 
em neurônios e por via retrógada chegar aos seus corpos celulares nos gânglios, onde 
estabelecem latência. Quando o vírus sai de latência, leva a um quadro diferente do 
original da varicela, e é chamado de herpes zoster. Nesse caso há uma inflamação 
aguda dos nervos sensitivos e do gânglio; normalmente só um gânglio é acometido, e 
os sintomas são restritos apenas ao dermátomo por ele inervado através da migração 
para o local da pele inervado. 
 
Manifestações clínicas 
 
Varicela: indisposição, febre, aparecimento de vesículas maculo-papulares 
eritematosas e pruriginosas. 
 
Zoster: ocorre normalmente em imunossuprimidos por doença, terapias ou idade. 
Inicia-se com uma dor severa na pele ou mucosa inervada pelo gânglio acometido e 
em poucos dias manifesta-se na forma de vesículas; o ramo oftálmico do trigêmeo é o 
mais comumente afetado. 
 
 
Diagnóstico laboratorial 
•Em geral desnecessário quando o caso é típico 
•PCR – é o mais sensível 
•IF direta em raspado de lesão 
•Cultura de VZV: crescimento lento 
 
 
Tratamento 
•Acyclovir oral: início o mais precocemente possível! 
–Para varicela e herpes zoster 
–Uso parenteral em casos muito graves de varicela hemorrágica em 
imunocomprometidos 
•Tratamentos que aliviem prurido e evitem infecção bacteriana secundária 
 
Vacina 
Vacina formada por virus atenuados; muito eficaz (80-85% de crianças imunizadas e 
70% de adultos; 95% eficaz em proteger contra doença severa). Não é recomendada 
para imunossuprimidos, idosos, gestantes, e outros grupos de risco. 
 
 
 
Mononucleose infecciosa: doença sistêmica caracterizada por elevado número de 
linfócitos TCD8 perifericamente; essas células têm formato irregular e regiões com 
grande acúmulo de grânulos. As causas mais comuns são: EBV, CMV, dengue, HIV e 
enterovírus (nessa ordem) 
 
 
A via de entrada do vírus é ORAL (saliva, principalmente); replica-se no epitélio da 
garganta e atinge linfonodos, onde infecta preferencialmente os linfócitos B, ligando-
se a ele através do receptor de C3d (complemento) do linfócito. Quando se liga a 
célula, essa é estimulada a entrar no ciclo celular, replicando-se indefinidamente; o 
virus leva a imortalização da célula; as células imortalizadas passam a secretar grande 
qtd de imunoglobulina. Permanecem latente por formação de epissomo, e qnd saem 
de latência podem se replicar no epitélio da orofaringe, parótida, e cervix uterina. 
Os linfócitos infectados e que produzem grande qtd de anticorfos formam uma 
linhagem linfoblastóide. Alem da alta produção de anticorpos, essas células possuem 
uma série de marcadores de latência dos virus, como LATs e EBNA1, 2, 3A-3C (os quais 
são necessários para que o DNA se mantenha na forma epissomal). Quando saem de 
 
latência passam a expressar proteínas da fase lítica, levando aos sintomas da 
mononucleose. 
Por que o elevado número de TCD8? Células se proliferam para tentar conter os 
linfócitos B| anormais; os TCD8, como estão em elevado metabolismo, tem uma forma 
atípica (ATIPIA). 
 
Patogênese e patologia 
Transmissão por saliva infectada-> replicação no epitélio ou glândulas salivares -> 
linfonodos-> células B infectadas se espalham-> algumas são mortas, outras 
permanecem em latencia. 
- Transmissão através de secreções orofaríngeas 
- Detectável em secreções vaginais: possibilidade de aquisição via sexual 
- Disseminação sistêmica, com gamopatia policlonal, profunda ativação de células T 
CD8+ 
- Infectam células epiteliais da faringe (ciclo lítico) e linfócitos B (latência). 
- Expressam em linfócitos B os genes de latência que resultam em proteínas EBNA1-6 
e transcritos LAT. 
 
Manifestações clínicas 
 
MONONUCLEOSE INFECCIOSA: dor de cabeça, febre, indisposição, fadiga, dor de 
garganta, linfonodos e baço edemaciados. 
CÂNCER: associada a linfoma de Burkitt, carcinoma nasofaringeo entre outros: leva a 
imortalização das células, permitindo sua replicação indefinida e levando assim, ao 
aumento da probabilidade de desenvolvimento do câncer. No caso do linfoma de 
Burkitt, essa multiplicação indefinida pode ser explicada pelo fato de que o linfoma 
induz translocação recíproca entre um locus c-myc no cromossomo 8 e um locus de Ig 
dos cromossomos 2, 14 ou 22. O c-myc é um oncogene, uma vez que estimula a 
transcrição de uma série de genes relacionados à entrada do ciclo celular; 
normalmente é modulado negativamente de forma a controlar a mitose celular; 
nesses casos, no entanto ele é super-expresso. 
 
 
DIAGNÓSTICO 
•ANTICORPOS HETERÓFILOS (Monotest) 
•ELISA para Ag de capsídeo (Anti-VCA) 
•PCR pode ser usada para medir carga viral em pacientes com doença linfo-
proliferativa pós-transplante 
 
 
TRATAMENTO 
•Acyclovir e imunoglobulina hiperimune anti-EBV podem ser tentados em 
transplantados e imunossuprimidos. 
 
 
 
 
- Icosaédrico, 150-200 nm de diâmetro, 162 capsômeros hexagonais, envelopado, com 
DNA de fita dupla com cerca de 230 kb e 200 ORFs 
- gB é a mais importante glicoproteína do envelope 
- Um único sorotipo com quatro variantes genotípicas: genotipos gB-1 a gB-4 
- O genótipo gB 1 é o de maior significado clínico. 
Essa proteína gB atua como um receptor de Fc que pode se ligar de forma inespecífica 
a porção Fc de imunoglobulinas; isso auxilia na evasão do SI. 
 
Epidemiologia 
•Distribuição universal 
•Soropositividade em adultos jovens é >90% em países em desenvolvimento, e 40%-
80% em países desenvolvidos 
•A vasta maioria das infecções é sub-clínica 
A maioria das infecções é assintomática; no entanto indivíduos imunocomprometidos, 
idosos e no feto pode ser severa. Indivíduos transplantados, em tratamento 
quimioterápico ou com AIDS tbm desenvolvem a forma severa. 
Infecção primária ocorre geralmente na infância (60% nos primeiros 6 m de vida), 
provavelmente pelo leite materno; 80% em creche vs. 20% em domicílios 
 
Patogenia e patologia 
A transmissão ocorre por contato, de pessoa a pessoa 
CMV infecta linfócitos (B e T), monócitos e leucócitos polimorfonucleares, além de 
vários epitélios, fibroblastos e endotélio; estabelece latência em células CD34+ 
progenitoras da M.O. e em células da linhagem macrofágica. 
Infecção congênita: a infecção em fetos e recém-nascidos é severa; a transmissão 
pode ocorrer intra-útero, ou na passagem do feto pelo canal vaginal e pelo leite 
materno (nessas ultimas, como o bebe recebe anticorpos maternos junto, a infecção é 
mais branda. Pode resultar em morte intra-uterina; em nascidos vivos leva ao 
comprometimento do SNC e do sistema reticuloendotelial; manifestações clinicas 
incluem crescimento retardado, hepatoesplenomegalia, trombocitopenia, 
microcefalia, corio-retinite, surdez neural, anemia hemolítica, calcificações 
intracranianas. Esses são os sintomas da DOENÇA DE INCLUSÃO CITOMEGÁLICA. 
Há a excreção, na urina, de células infectadas, as quais tem o aspecto de ‘olho de 
coruja’, sendo esse formado por um corpúsculo de inclusão (conjunto de capsídeos 
virais em formação). 
 
Principais formas da infecção por citomegalovírus: 
-Infecção primária via salivar: Mononucleose infecciosa com anticorpo heterófilo 
negativo 
-Perinatal: via secreções vaginais ou leite materno = em geral assintomática. 
-Transfusional = Mononucleose infecciosa, com “rash” e febre 
-Oportunista = reativação de CMV latente: febre, pneumonia, retinite, hepatite, artrite, 
encefalite, colite ulcerativa. Na pneumonia causada por infecções oportunistas, pode-
se observar infiltrado linfomonocitários (ao contrário de infecções bacterianas, onde 
 
predomina a presença de neutrófilos), proliferação de fibroblastos e inclusões 
nucleares gigantes. 
 
O mecanismo pelo qual esse vírus permanece em latência, em células linfóides é a 
circularização de seu DNA e a expressão de LATs. 
 
Diagnóstico: 
–PCR 
–Isolamento em cultura de células 
–Antigenemiapor imuno-histoquímica 
 
Tratamento 
–Ganciclovir (1a escolha) : possui o mesmo mecanismo de ação do acyclovir, no 
entanto tem muito mais afinidade pela timidina quinase do CMV. 
–Foscarnet (2a escolha): muito tóxico e tem como efeito colateral: anemia, e 
inflamação de tecidos mucosos e epiteliais, os quais tem alta tx de replicação) 
 
Prevenção: 
–Ganciclovir preventivamente para pacientes transplantados ou outros 
imunossuprimidos, com antigenemia positiva 
–Uso de equipos transfusionais equipados com filtros de leucócitos 
 
 
 
Englobam uma série de vírus, de diferentes famílias, mas que tem em comum o fato de 
causarem infecções no mesmo local, as vias aéreas, e terem patogenese semelhante. 
Possuem grande impacto epidemiológico: 
-Morbidade no mundo inteiro 
-Mortalidade em regiões mais pobres (desnutrição e associação com outras doenças 
infecciosas) 
 
Infecções que acometem as vias acima da epiglote - infecções respiratórias altas: 
 
Tem como manifestações clínicas: rinite, faringite e laringite. 
 
 
Infecções que acometem as vias abaixo da epiglote – infecções respiratórias baixas 
 
Tem como manisfestações clínicas: traqueíte, bronquite, bronquiolite e 
broncopneumonia. 
 
O primeiro contato com esses virus se dá através d o epitélio respiratório, a partir de 
onde se disseminam; os virus podem restringir sua ocupação ao trato respiratório (ou 
seja, permanecer na porção apical celular). São esses: Rinovirus, RSV, MPV Influenza e 
Parainfluenza. Podem ainda atravessar a porção basal do epitélio respiratório, levando 
à infecção do parênquima,como: Adenovirus, RSV (?), Coronavirus OC43 (?),SARS CoV 
e Influenza H5N1 A associação á vesículas de transporte determina o local de ação. Os 
vírus que conseguem chegar ao parênquima podem atingir a circulação, podendo 
assim se disseminar. 
 TOSSE: as células ciliadas infectadas têm seu movimento ciliar comprometido; com 
isso, o muco que movimentariam fica aglomerado, o que desencadeia o reflexo de 
tosse -> permite-se assim, a transmissão do vírus que estava no muco. 
 
 
Pertence a família do Picornavirus, e assim como os outros membros, consiste em um 
capsídeo contendo 4 tipos de proteínas antigênicas (VP1-VP4), envolvendo um 
genoma de RNA fita simples positivo; não possuem envelope e a replicação ocorre no 
citoplasma. 
 
Ciclo replicativo dos picornavírus 
Ocorre no citoplasma; Primeiramente o virus se liga a célula, libereando seu geno,a no 
citoplasma. Ribossomos se ligam a esse e inicia-se a tradução de uma poli-proteína, a 
qual contem proteínas estruturais do vírus, e proteínas necessárias a sua replicação; 
essa é rapidamente clivada em fragmentos por proteíses codificadas na própria 
proteína. Uma das proteínas produzidas dessa forma é uma RNA-polimerase 
dependente de RNA. O RNA viral é copiado, em fitas negativas, as quais servem de 
molde para a síntese de novas fitas de RNA +. 
O fragmento P1 da poli-proteína é clivado em VP0, VP1 E VP3 e engloba o RNA 
copiado, formando o provirion; a clivagem de VP0 em VP2 e VP4 torna o vírus maduro 
e ele sai da célula, lesando-a. 
 
O rinhovírus, como outros virus respiratórios, tem um padrão sazonal de epidemia e 
sua transmissão é de forma MANUAL (contato); saliva e ar não são bons transmissores 
desse vírus. 
É a causa mais comum de doença respiratória aguda, senso responsável pelo 
‘resfriado’. Pode-se dividir os rhinovirus em dois grupos: o maior deles utiliza o 
receptor I-CAM, e o menor se liga ao receptor LDLR. O vírus entra pelo trato 
respiratório superior e se replica na superfície de células ciliadas do nariz, e nas células 
 
não ciliadas da nasofaringe, sendo esse tropismo devido a disponibilidade de 
receptores. 
O vírus também infecta as células da adenóide. Alí, a interação com células da ordem 
linfóide leva a um aumento da expressão de NF-Kβ, levando assim a produção de uma 
série de citocinas, quimiocinas e mediadores inflamatórios, e formando uma 
verdadeira ‘sopa inflamatória’. Em associação com a estimulação do parassimpático, 
os sintomas do resfriado começam a aparece. Cininas, prostaglandinas, citocinas e 
quimiocinas levam a vasodilalatação e aumento da permeabilidade vascular e ao 
influxo de células inflamatórias. Alem diso tais moléculas aumentam a expressão de 
ICAM, nas células epitelias da mucosa, permitindo que o virus infecte outras células. 
Essa condição leva a: obstrução nasal, rinorréia, espirros, tosse e dor de garganta. 
Febre e indisposição: incomuns. A maioria dos pacientes tem obstrução e 
anormalidades na mucosa dos seios nasais, tubos de Eustáquio e ouvido médio, o que 
predispõe infecções bactericidas secundárias, como sinusites e otite média. Estão 
associados com exacerbações de doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e 
ataques de asma. 
 
Asma: hiperreatividade brônquica contínua; o rhinovírus aumenta a expressão de 
ICAM no brônquio -> há um aumento do recrutamento de células inflamatórias -> 
infalmação -> crise respiratória 
Sinusites: inflamação dos seios por vírus, permite que a flora bacteriana local se 
prolifere, gerando sinusite. 
 
Otite média aguda (OMA): comunicação entre cavidade nasal e ouvido, pela tuba de 
Eustáquio; inflamação obstrui essa tuba e fazem como que bactérias da flora local se 
proliferem. 
Diagnóstico clínico mais comum no mundo 
- > US $ 5 bilhões gastos por ano com tratamento 
- > 25% de todas as prescrições de antibióticos 
- ncidência de 250% nos últimos 15 anos 
 
QUAIS AS BACTÉRIAS DA FLORA: penumococus, hemofilus influenza, monozella 
catarralis 
 
 
Grande variabilidade: a RNA-polimerase dependente de RNA não tem atividade de 
exonuclease, ou seja, não possua atividade de reparo de erros eficiente; isso explica a 
grande variabilidade de sorotipo de Rhinovírus. 
 
Diagnóstico: isolamento de células em cultura. 
Tratamento: apenas os sintomas são tratados com: descongestionantes, anti-
histamínicos e anti-inflamatórios. O grande número de sorotipos como quase nenhum 
antígeno em comum dificulta o desenvolvimento de vacinas. 
 
 
 
Pertence à família Paramyxoviridae, gênero Pneumovirus. Capsídeo de forma 
helicoidal, envolvendo um genoma que consiste em RNA- de fita simples. Possuem um 
envelope lipoproteico a gilcoproteína G, a qual se liga nos receptores das células alvo, 
glicoprotéina F (responsável pela fusão das membranas); o virus tbm uma RNA-
polimerase dependente de RNA. 
 
Ciclo replicativo 
HRSV se liga a glicosaminoglicanos da superfície da célula-alvo por meio da 
glicoproteína G; funde-se a ela por meio da ligação da glicoproteína F à GTPase RhoA. 
Expressão de proteína viral F na membrana plasmática da célula infectada promove 
fusão entre células adjacentes, levando à formação de sincícios, a marca principal 
das infecções por HRSV. 
O genoma é liberado no citoplasma, e uma série de RNAm são transcritos usando o 
viral como molde; esses são então traduzidos em proteínas específicas, algumas das 
quais são glicosiladas no Golgi. A RNA-polimerase dependente de RNA replica as fitas 
do genoma (RNA -) formando antigenomas (RNA+) os quais servem de molde para a 
geração de novas fitas de RNA negativas. O envelope glicoprotéico direciona o ponto 
onde os virios são formados; os genomas produzidos por replicação são incorporados 
às partículas virais estruturais, e os virus saem da célula por exocitose. 
 
Epidemiologia 
Causa ~ 200.000 óbitos anuais em crianças < 5 anos. 
È a cuasa mais freqüente de infecção respiratória baixa. Ocorrem surtos anuais de 
HRSV durante o inverno e o começo da primavera em regiões temperadas, e durante a 
estação chuvosa em regiões tropicais. Mias de um genoma dos grupos A e B de HRSV 
cocirculam no mesmo surto, porem um dos grupos é predominante, e eles trocam esa 
predominância de ano a ano: MUTAÇÕES DO TIPO ‘FLIP-FLOP’ NAS GLICOPROTEÍNAS 
G 
REFLEXO: BRONQUIOLITE ->10% das crianças terão bronqueolite no primeiro ano de 
vida, e 60-90% delas são causadas por HRSV. 
 
Patogenese e Manifestações clínicas: 
A replicação ocorre do epitélio respiratório e o espalhamento de célula a célula faz 
com que todo o trato respiratório seja envolvido. Ocorre necrose de célualas ciliadas, 
formação de sinsícios e inflamação peribronquiolar como muitos linfócitos e 
macrófagos resultando em obstrução de vias respiratórias e hiperinflação dos 
pulmões, quadro típico de bronquiolite. Pode causar pneumonia com infiltrado 
intersticial mononuclear, inclusões citoplasmáticas eosinofílicas nas células epiteliais, e 
formação de células gigantes, multinucleadas. É severa em bebes, cuja via respiratória 
é muito fina. 
A resposta imune é muito importante para o desenvolvimento da doença: predomínio 
de resposta celular do tipo TH2 é associado com maior severidade da doença; 
enquanto predomínio de TH1 é associada ao combate e possível erradicação 
 
Diagnóstico (feito em aula prática!) 
 
 
Tratamento: a única droga aprovada para o tratamento de HRSV é o Ribavirin; 
antibióticos só devem ser administrados se houver complicações bacterianas, como 
otite média. 
 
Imunoprofilaxia 
Anticorpo monoclonal humanizado (95% human) – MAb IgG (Palivizumab), 
mensalmente - IM 55% de redução nas hospitalizações por RSV 
Recomendações: 
-Lactentes e crianças (<24m) com doença pulonar crônica 
-Lactentes nascidos com menos de 35 semanas de gestação 
Adicionalmente: 
-Disfunção grave de células T 
-Fibrose cística 
-Asma 
 
 
Pertence à família dos Orthomyxovirus. Há 3 tipos: A, B e C 
-Influenza B e C: infectam somente humanos, com doença leve; possuem menos 
variabilidade genética 
- Influenza A: infectam aves aquáticas (migratórias) e domésticas, cavalos, porcos e 
seres humanos, podendo causar doença grave; altas modificações antigênicas devido a 
mutabilidade,dificultam o estabelecimento de controle e prevenção. 
 
Estrutura e composição: 
Contem 9 proteínas, dentre as quais 8 são estruturais (formando o capsídeo de forma 
helicoidal) e uma não estrutura; o genoma é caracteizado por RNA – de fita simples. O 
capsídeo é envolto por um envelope derivado de células ao redor do vírus; nesse 
envelope há duas proteínas importantes: a hemaglutinina (HA) e a neuroaminidase 
(NA), importantes antígenos q determinam variação antigênica nos hospedeiro. 
Genetic reassortment: quando uma célula é infectada por dois tipos de virus de uma 
mesma família e há misturas de segmentos genomicos, resultando em nova linhagem, 
com diferentes antígenos de superfície -> problema no desenvolvimento de vacinas. 
HA: proteína que liga as partículas virais às células suceptíveis, é o principal antígenos 
para o qual anticorpos neutralizadores estão direcionados. 
NA: sua função é no fim do ciclo celular, qnd remove o ácido siálico dos 
glicoconjugados permitindo a liberação viral das células infectadas. 
 
Drift antigênico: deve-se ao acumulo de mutações pontuais no genoma do virus, 
resultando em mudanças de aminoácidos nas proteínas 
Shift antigênico: reflete um mudança drástica na sequencia de uma de superfície viral, 
extrema demias para ser reflexo apenas de mutações pontuais; ocorre por ‘genetic 
reassortment’ entre genes humanos e de outros animais. 
 
Ciclo replicativo 
 
O vírus se liga às moléculas de ácido siálico das células, por meio de um receptor 
localizado no topo da HA; o virus entra na célula por endocitose; há a fusão do 
envelope viral com a membrana do endossomo; o pH baixo dessa região, garantido 
pela H+ATP-ase é necessário para essa fusão, q resulta na liberação do virus no citossol. 
O RNA- entra no nucleo; a polimerase viral, um complexo de 3 proteinas P é necessário 
para a transcrição; essa retiram a porção cap (cap snatch) de transcritos recém 
sintetizados pela RNA polimerase celular e colocam-na no RNA viral. No citoplasma 
proteínas estruturais do virus são traduzidas, outros 2 segmentos do genoma sofrem 
splicing, sintetizando NS OU NP. Para que o genoma seja replicado, a fita de RNA- é 
primeiro replicada em um antigenoma, q serve de molde para a síntese de RNA-. O 
material sintetizado é levado para o citoplama, onde é encapsulado pelo capsídeo e 
pelo envelope, e sai da célula. 
 
Patogênese e patologia 
Transmissão: secreções encontradas no ar, contato com mãos e superfícies 
contaminadas. A NA viral torna o muco menos espesso e facilita a dispersão do vírus. 1 
dia antes do inicio dos sintomas pode-se detectar a presença de interferon (febre!). A 
infecção causa destruição celular, descamação da mucosa, não afeta a membrana 
basal; pode haver infecções bacterianas secundárias. Infiltração mononuclear e edema 
são responsáveis pela morte celular e descamação. 
 
Manifestações clínicas 
Febre >38°C, calafrios 
-Comprometimento sistêmico: adinamia, mal-estar, mialgias, artralgias 
-Sintomas respiratórios: tosse, dor de garganta, dispnéia, dor torácica, chiado 
-Complicação principal: Pneumonia 
 
Influenza Sazonal 
-“Drift” antigênico = picos anuais no outono/inverno em regiões temperadas e em 
períodos de chuva em regiões tropicais 
-Documentado excesso de morbi-mortalidade 
-200.000 casos com ~20.000 óbitos anuais nos EUA (!) 
->100.000 hospitalizações/ano no Brasil principalmente em idosos 
Porque tomar vacina para a gripe todo ano? Todo ano o virus causador do surto 
epidêmico difere do ano anterior, devido ao drift antigênico (RNA-polimerase RNA 
dependente não tem função exonucleica, o que leva a ocorrência de grande qtd de 
mutações). 
Influenza pandêmica: 
 
 
Vírus com grande infectividade 
-Altas taxas de ataque 
-Gravidade: Grande número de infectados com doença leve e/ou Pequeno número de 
infectados com doença grave 
O vírus aviário tem predileção por receptor de ácido siálico 2,3 
O vírus humano tem predileção por receptor de ácido siálico 2,6 
O vírus suíno: pelos dois. 
 
 
Triptase clara: facilita a fusão da membrana virus com a celular, uma vez que degraga 
AA dos omponentes responsáveis por essa fusão; o virus de 1918 tinha essa proteína 
clivada por qualquer protease; o atual só pela triptase clara. 
Vírus H1N1 de 1918 Razões de maior patogenicidade: Sítio de AA básicos com 
mutações = HA mais suscetível a clivagem por proteases diversas, e não somente pela 
triptase clara do trato respiratório. 
 
Tratamento: 
Amantadina: inibe a H+ ATP-ase, impedindo a aacidificação do endossomo e a fusão 
das membranas virais e endossomais. 
Inibidores da NA: impede q saída do virus da célula; esse fica ‘grudado’ e não pode se 
disseminar-> TAMIFLU TEM ESSE MECANISMO DE AÇÃO. 
 
 
PREVENÇÃO 
Transmissão nosocomial 
- Precauções respiratórias e de contato 
- E.P.I.: Luvas, avental, proteção ocular, máscaras, N95 para colher amostras 
nasofaríngeas e realizar procedimentos geradores de aerosóis 
- Internação em quarto isolado, se possível pressão negativa para procedimentos 
geradores de aerosóis 
- Lavagem frequente de mãos 
 
Vacina: trivalente (3 tipos de influenza); casos q aconteceram são isolados, e há 
avaliação da HA; assim pode-se saber quais os virus mais comuns no período e 
desenvolver uma vacina que englobe os mais freqüentes 
 
 
 
EXANTEMA Lesões cutâneas difusas, eritematosas, papulares, vesiculares, pustulares 
ou petequiais; consequências de infecções (usualmente virais) ou exposição a toxinas, 
alérgenos ou fármacos. Obs: lesões correspondentes em mucosas são: ‘enantema’. 
 
Principais exantemas 
Vesículo-bolhosos: 
1- VZV (Herpesviridae) – varicela-zoster 
2- HSV (Herpesviridae) – herpes simplex 
3- Varíola 
4- Monkeypox 
Eritêmato-papulares: 
1- Vírus do Sarampo (Paramyxoviridae) 
2- Vírus da Rubéola (Togaviridae) 
3- Parvovírus B19 (Parvoviridae): eritema infeccioso 
4- HHV-6 e -7 (Herpesviridae): roséola 
 
 
 
 
OUTROS VÍRUS QUEPODEM CAUSAR EXANTEMA MÁCULO-PAPULAR 
 1- DENGUE 
2- OROPOUCHE 
3- HIV 
4- EBV 
5- CMV 
6- Enterovírus 
 
 
 
 
 
 
Pertence à família dos paramyxovirus. Seu genoma consiste em uma fit a simples e 
linear de RNA negativo. Contem 6 proteínas estruturias, sendo 3 delas complexadas 
com o DNA, formando o capsídeo, e as outras # fazendo parte do envelope lipídico, o 
qual contem 2 proteínas: G e F. 
 
Ciclo replicativo: 
O vírus se liga, por suas glicoproteínas aos seguintes receptores celulares: 
CD46 = proteína reguladora do sistema complemento: principalmente para a cepa 
vacinal atenuada 
CD150 = molécula co-estimuladora de linfócitos (signaling limphocyte activation 
molecule-SLAM): em linfócitos T e B ativos e células apresentadoras de antígenos: 
DC, LC, Mø. 
O RNA é liberado no citoplasma e a RNA-polimerase transcreve as proteínas. O 
complexo protéico de polimerase cria, a partir de um molde de RNA-, um antigenoma 
positivo, o qual será utilizado para a produção de novors virus 
As proteínas estruturais são glicoliladas no golgi, e preparam uma forma de exocitose 
para a célula vítima; a neuroaminidade permite a liberação dos virus da célula. 
Receptores: 
 
Receptores: 
CD46 = proteína reguladora do sistema complemento: principalmente para a cepa 
vacinal atenuada 
CD150 = molécula co-estimuladora de linfócitos (signaling limphocyte activation 
molecule-SLAM): em linfócitos T e B ativos e células apresentadoras de antígenos: DC, 
LC, Mø 
 
O vírus do sanrampo NÃO É UMA QUASE ESPÉCIE: anticorpos são permanentes ; a RNA 
polimerase é mais ‘cuidadora’; a síntese é DNA é mais lenta e as proteínas do 
nucleocapsídeo funcionam como chaperonas, impedindo muitas mutações. 
 
PATOGENESE 
 
1- Transmissão respiratória por gotículas e aerosóis 
2- Infecta DCs (e céls. epiteliais respiratórias?) -> tecidos linfóides regionais -> viremia -
> infecção de endotélio 
3- Incubação + pródromos = 10 a 14 dias 
4- Infecta MΦ e células dendríticas em linfonodos e dá hiperplasia linfóide difusa 
5- Infecta epitélio do timo e causa apoptose parácrina de timócitos 
6- Infecta conjuntiva, trato respiratório 
7- Maior letalidade por pneumonia de células gigantes 
8- Infecta endotélio de capilares vasculites difusas linfo-histiocíticas (CD8+), inclusive 
em pele (EXANTEMA), mucosas (ENANTEMA; Enantema patognomônico: manchas de 
Koplik: área exantemática na mucosa com pequenas bolhas amarelas de secreção) e 
no sistema nervoso central. 
Complicações 
 
Pneumonia de células gigantes ou bacteriana secundária: causa 60% dos óbitos 
Encefalite aguda fatal: 15% dos óbitos 
Infecção persistente de neurônios e glia: pan-encefalite esclerosante sub-aguda (pees) 
– 1:10.000 
-sequela tardia (6-8 anos após infecção) = disfunção cortical, alterações de 
personalidade, convulsões, cegueira, igm+ no líquor, óbito 5-15 anos após sarampo 
 
O vírus, se replicando no timo e nos órgãos linfáticos é uma doença 
IMUNOSSUPRESSORA 
 
- Queda da imunidade celular (Hipersensibilidade retardada, tipo IV) 
- Queda da produção de anticorpos e CMI para novos antígenos 
 
A saída do vírus da submucosa para as vias aéreas envolve a Nectina-1 (proteína de 
adesão celular). 
 
Diagnóstico: 
O isolamento viral é muito difícil, sendo assim empregadas técnicas de 
imonocitoquímica para encontrar IgMs ou IgGs (esse tem q ser 4x maior q a taxa de 
IgM); o PCR é extremamente sensível e específico. 
 
Prevenção 
1- Vacina de vírus vivo atenuado (MMR) até 15 meses de vida 
2- Contraindicações: alergia a ovo, gravidez, e baixa imunidade 
3- Reduziu incidência de 300:100.000 para 1,3:100.000 (EUA) 
4- Surtos esporádicos devidos a pequena cobertura vacinal 
5-Vacina de vírus morto disponível p/ imunossuprimidos 
VITAMINA A (200.000 U) PROTEGE CONTRA DANO EPITELIAL E É USADA NO 
TRATAMENTO 
 
 
 
Infecção febril aguda caracterizada por exantema a linfadenopatia; é branda na 
infância e idade adulta, ma é teratogênica para o feto. 
Pertence à família dos Togavirus; seu genoma é formado por RNA fita simples +; é 
envolta por envelope contendo 2 glicoproteínas 
 
Ciclo replicativo 
O Vírus se liga às células através de seus receptores, e é endocitotado para o interior 
do citoplasma, ficando contido num endossomo; a membrana viral se fundo com a 
endossomal, liberando o genoma no citoplasma; ocorre assim a tradução e o 
processamento de proteínas necessárias à replicação; o RNA+ é copiado em seu 
antigenoma, o qual serve de molde para a replicação de várias RNA+. Os vírus se 
acumulam no interior de uma vesícula intracelular, onde ocorre a maturação 
glicoprotéica desses; as vesículas se fundem e eles são liberados. 
 
O vírus é não-citolítico em cultura de células; humanos são os únicos hospedeiros. 
- Ocorrência mundial 
- Infectividade: ~ 90% dos susceptíveis 
- Cerca de 50% dos casos são assintomáticos 
 
 
 
Patogênese 
Contágio por inalação -> replicação inicial nos linfonodos adjacentes leva à viremia -> 
disseminação para o baço, fígado, pele e para o feto através da placenta -> doença 
leve, com febre, exantema, artralgia, artrite, trombocitopenia, encefalite (raro) 
 
Manifestações clínicas 
Inicia-se com indisposição, febre e exantema; esse começa na pele segue pelo tronco e 
extremidades; pode leva a altralgia, artrite e encefalite (raramente) 
 
O período em que ainda é infectante é de 4 semanas após o início da infecção. 
 
Teratogênese por rubéola 
Leva às seguintes conseqüências: (principais estão sublinhadas) 
 
- cataratas ou glaucoma congênito 
 -defeitos cardíacos 
 -perda de audição 
 –neuropatia pigmentar da retina 
 -trombocitopenia 
 -hepatosplenomegalia 
 -icterícia 
 - microcefalia 
 - meningoencefalite 
 - ossos radiolucentes 
 
 - manisfestações tardias: retardo mental, diabetes mellitus, panencefalite progressiva 
 
 
Em populações susceptíveis ~20% das mulheres escapam da infecção na infância e 
permanecem susceptíveis quando adultas 
4- Em populações vacinadas a incidência de rubéola congênita é ~ 1:100.000 gestações 
 
Imunidade 
Anticorpos iga são protetores 
Imunidade celular se associa com recuperação 
Anticorpos igg no sangue da mãe protegem o feto 
 
 
DIAGNÓSTICO 
 Sorologia: IgM+ ou 4 x IgG 
Isolamento não é prático 
PCR é sensível e espeífico 
 
Vacina 
Vacina de vírus vivo atenuado, desde 1969; propósito é a proteção contra a rubéola 
congênita. No entanto não deve ser administrada em imunossuprimidos, gestantes e 
idosos, uma vez que, sendo a vacina formada pelo próprio virus, esse pode levar a 
manifestações clínicas. 
 
 
 
 
 
Menores vírus; genoma é formado por uma fita simples de DNA; capsídeo icosaédrico 
e não possuem envelope externo; possui duas proteínas importantes VP1 e vp2. 
A replicação viral ocorre apenas em células que estão se dividindo, ou q já estão 
infectadas por outro vírus; assim tem tropismo por células lábeis, como a linhagem 
eritrocitária. Causa eritrema infeccioso, artritr, crise aplastica e feto hidrópico; mais 
frequentemente causam eritema infeccioso (crianças em idade escolar, com febre, 
exantema, face parece ter sido ‘estapeada) 
 
 
Ciclo replicativo 
O receptor para o vírus é o grupo sanguíneo P, expresso em eritrócitos maduros, 
progenitores de eritrócitos, megacariócitos, células endoteliais, placenta e rim e 
coração fetal. Depende do mecanismo de replicação celular pra se multiplicar. Sua 
replicação ocorre no núcleo, e é necessário que a célula esteja na fase S. Assim, o virus 
de liga ao antígeno P e entra na célula; o DNA viral é translocado para o núcleo; há 
transcrição de RNA não estrutural e posteriormente, de RNA do capsídeo; proteinas 
não estruturais agem no DNA viral; o capsíedeo formado é levado para o núcleo, o 
DNA se replica e é inserido dentro do capsídeo; vírus é liberado da célula. 
 
 
Patogênese 
Tropismo por precursoreseritroblásticos, medula óssea, células sanguíneas e fígado 
fetal. A replicação viral vcausa morte celular e interrompe a replicação dos eritrócitos, 
causando anemia, a qual é severa em imunocomprometidose e nos fetos (pode levar à 
morte). 
Anticorpos IgM e IgG são produzidos e controlam a infecção; como isso não ocorre em 
imunossuprimidos, há anemia; o eritrema é pelo menos parcialemnte associado à 
resposta imune. A transmissão viral se dá por rota respiratótia, mas tbm pode ser 
transmitido por transfusões sanguíneas 
 
Manifestações clínicas 
 
Eritema infeccioso: crianças em idade escolar, com febre, exantema, face, parece ter 
sido ‘estapeada’; pode levar ainda a artrite e artopatia; leva tbm a sintomas q 
mimetizam a gripe: febre, indisposição, mialgia, calafrios. 
Crise aplástica: queda abrupta da síntese de hemácias na medula óssea; queda na taxa 
de precursores eritróides e anemia severa. 
Pode causar, em imunossuprimidos, depressão crônica da medula óssea e anemia 
crônica. 
Transmissão congênita: infecção materna é um sério risco ao feto, levando a feto 
hidrópico e anemia severa, os quais causam morte fetal 
 
 
DIAGNÓSTICO 
- Imunohistoquímica na medula óssea 
- PCR no sangue 
- SOROLOGIA: IgM ou 4 x título de IgG 
TRATAMENTO 
- Não há tratamento específico 
- Ig é benéfico para pacientes com crise aplástica transitória 
Não há vacina 
 
 
 
- Capsídio icosaédrico de 55-60 nm, sem envoltório 
- 72 capsômeros pentaméricos formados por 2 proteínas (cinco cópias de L1 fora, 1 L2 
dentro) 
- Família Papillomaviridae, gênero Papillomavirus 
- Genoma de DNA de fita dupla, circular, 8000 bp 
- Difíceis de crescer em culturas de células 
- Resistente a éter, ácido e calor de 50°C por 1 h (100°C 1 h para inativar) 
- Sensível a álcool a 70% e autoclave 
- Classificados em 91 genotipos (não sorotipos) 
- Genotipo: <90% de homologia na sequência de DNA da ORF L1 que codifica a 
proteína principal do capsídio 
 
- Mais de 220 genotipos em caracterização 
 
Pode-se dividir os sorotipos em grupos, sendo que cada um deles apresenta 
preferência por um tipo de infecção: 
- Super grupo A: mucosa e genitais 
- Super grupo B: verruga vulvar 
- Super grupo C: epidermodisplasia verruciforme 
 
 
Têm tropismo por epitélios escamosos estratificados, causando: 
 - Verrugas vulgares 
- Condiloma acuminado (verrugas anogenitais) 
- Papilomatose laríngea recorrente 
- Epidermodisplasia verruciforme 
- Lesões malignas da cérvix uterina 
- Displasia 
- Neoplasia intraepitelial 
- Neoplasia escamosa intraepitelial 
- Carcinoma invasivo 
- Carcinoma epidermóide do ânus, vulva, vagina, pênis e de cabeça e pescoço. 
 
Ciclo replicativo 
O vírus se liga a receptores, e é internalizado, o material genético chega ao núcleo, e 
genes de proteínas ‘early’ são transcritas e posteriormente traduzidos, ainda no início 
da infecção; há tbm produção de poucas cópias do DNA viral; em células epiteliais 
infectadas diferenciadas, as proteínas ‘late’ são sintetizadas, forma-se o capsídeo e o 
vírus é liberado. Assim a replicação do vírus ocorre em associação com a diferenciação 
do ep 
 
8 ORFs 
- Early ORFs: E1, E2, E4, E5, E6, E7 = Ptns não estruturais 
- Late ORFs: L1 e L2 = Ptns do capsídeo 
- Transcrição resulta em abundantes mRNAs, devido a múltiplos tipos de ‘splicing’, 
gerando mais ptns do que ORFs 
 
A transmissão ocorre por conato direto; partículas virais são liberadas da superfície das 
lesões papulomatosas. Os múltiplos tipos de HPV estão associados a diferentes lesões. 
HPV genital é sexualmente transmissível, a mais comum DST nos EUA. Cancer de colo 
do utero está associado ao HPV, bem como outros tipos de câncer; HPV 16 e 18 são os 
que parecem ser mais cancerígenos. 
O comportamento do HPV está associado a resposta imune, sendo q a resposta imune 
celular é muito importante para a sua erradicação 
 
Manifestações clínicas 
 
Verrugas cutâneas: mais frequentemente causadas pelos genótipos HPV 1-4, em geral 
na infância, com incubação de até quatro meses. (ex: verruga plantar) 
 
Verrugas planas difusas 
 
Condiloma: verrugas que atingem os órgãos genitais 
 
Condiloma acuminado - Papilas com cerne vascularizado, com poiquilocitose evidente. 
- Mais frequentemente causado por HPV-6 e HPV-11. 
 
Condiloma gigante de Buschke-Lowenstein 
Papilomatose laríngea recorrente 
- Mais comumente associado com HPV-6 e HPV-11 
- Frequentes na junção escamocolunar da laringe 
- Rouquidão, estridor laríngeo, mais severo em crianças, que podem requerer 
traqueotomia 
- 20% dos pacientes requerem inúmeras cirurgias (>40) 
- Transformação maligna pode ocorrer para CEC 
 
Epidermodisplasia verruciforme 
- Mais de 20 tipos de HPV se associam com EV 
- As causadas por HPV-5, HPV-8 e HPV-47 têm maior potencial de transformação 
maligna 
 
Além de produzir replicação ativa, HPV pode causar latência e transformação maligna. 
- Os genotipos mais associados com carcinoma anogenital são: 
50% HPV-16 
14% HPV-18 
8% HPV-45 
5% HPV-31 
~1% HPV-39 Mais frequentes na América Latina 
~1% HPV-59 
Os dois últimos são os mai freqüentes na América Latina 
 
Como o HPV leva ao câncer? 
- Para causar malignidade HPV fica epissomal 
- As principais proteínas com atividade oncogênica são E6 e E7 
- p53 é proteína anti-oncogênica que detém o ciclo celular em G1 em resposta a dano 
a DNA (‘check-point’) 
- E6 se liga a E6AP (celular ‘E6 associated ptn’), resultando em ubiquitinação de p53 
- Degradação de p53 leva a descontrole do ciclo celular,com proliferação e tumor 
- E7 complexa-se com a forma hipofosforilada de pRB, que é anti-oncogênica e detém 
o ciclo celular em G1 
 
Epidemiologia 
 
- HPV é endêmico, com transmissibilidade moderada, período de incubação variável e 
sem sazonalidade aparente 
 
- A frequência de infecção por HPV diminui com a idade e até 45% das mulheres 
adultas normais podem ter algum HPV 
- Neoplasia cervical intraepitelial grau 3 tem pico na terceira década de vida 
 
 
DIAGNÓSTICO: 
- Colposcopia, com obtenção de material para citologia e histologia 
- Citologia pelo método de Papanicolaou, com presença de atipias; 
Achados citológicos de carcinoma escamoso invasivo num exame de Papanicolaou: 
células com núcleos pleomórficos, hipercromáticos, com aumento da proporção 
núcleo/citoplasma e um ‘background’ de células inflamatórias 
Achados citológicos de displasia num teste de Papanicolaou. Algumas células no centro 
têm proporção núcleo/citoplasma aumentada, com núcleos escuros e mais irregulares 
do que o de células escamosas normais, com citoplasma abundante e núcleo pequeno. 
- PCR é no mínimo 10 vezes mais sensível do que o teste citológico, e tem a vantagem 
adicional de permitir tipagem 
 
 
VACINA: 
 -Pseudovirus (partícula ‘virus-like’) de L1 
-Tetravalente para HPV 16, 18 (carcinoma), 6 e 11 (condiloma acuminado) 
-Intra-muscular, 3 doses 
 
 
 
 
90% das diarréias são causadas por infecções virais. 
A transmissão é oral e o vírus precisa atingir o intestino para causar doenças; para isso, 
porém, tem que passar pelo estomago, um ambiente extremamente inóspito; assim, 
esses vírus NÃO TEM ENVELOPE LIPOPROTEICO, uma vez que esse é muito frágil, 
facilitando a degradação enzimática. 
Replicação entérics causa lesão de células do epitélio intestinal causa perda de água e 
eletrólitos. 
 
 
Epidemiologia 
-Mais frequente causa de diarréia principalmente em crianças < 5 anos 
-Sobrevive por dias no ambiente 
-111 milhões de episódios anuais 
- 25 milhões de consultas 
- 2 milhões de hospitalizações 
- ~ 500 mil óbitos (80%-90% em países pobres) 
- 100% das crianças se infectam ~ 1 vez antes de 5 anos de idade 
 
 
Família: Reoviridae 
Genoma: RNA dupla fita, 11 segmentos (codifica 6 proteínas estruturais, 6 não-
estruturais) 
*Vírus não envelopado*Possui capsídeo duplo 
Ciclo replicativo:Os vírions se ancoram em receptores específicos da superfície celular, 
a partir de uma proteína do capsídeo, a hemaglutinina viral, desencadeando mudanças 
conformacionais que permitem a entrada no citoplasma por endocitose. Em vesículas 
acidificadas, ocorre a perda da porção externa do capsídeo (rolhas dos poros do 
capsídeo) e uma transcriptase é ativada, desencadeando a transcrição de RNAm + a 
partir da fita – de RNA. A maioria dos segmentos codifica apenas uma proteína (outros 
até duas), mas os reovirus contém no seu genoma todas as enzimas necessárias para 
transcrever, capear e enviar os RNAm para a tradução e, a partir dos transcritos, 
formar novas peças virais que se juntam aos segmentos de RNA ds, formados por ação 
de uma replicase viral. Os novos vírions se formam, maturam e são liberados com a lise 
celular. 
Patogênese:O rotavírus se replica em enterócitos maduros, predominantemente no 
intestino delgado, causando uma inflamação leve, sem lesões visíveis. A infecção altera 
a função do epitélio intestinal resultando em diarreia, de relação multifatorial, com 
causas como má absorção e destruição dos enterócitos. Descobriu-se, ainda, uma 
proteína viral não-estrutural NSP4, com atividade de toxina capaz de induzir a diarreia. 
A má absorção está relacionada com a quebra da homeostase do cálcio, elevando sua 
concentração intracelular no enterócito, a partir da infeccção viral primária, que 
desencadeia sinalizações mediadas por uma cascata PLC-IP3, culminando na lise 
celular. NSP4 também eleva o Ca++ intracelular. Também há desbalanço das 
concentrações de Na+ e K+, atrapalhando a absorção de eletrólitos. O transporte de 
glicose pela SGLT1 é prejudicado pela NSP4, sendo essa proteína um inibidor não-
competitivo desse transportador. A infecção também reduz a expressão de enzimas 
digestivas como lactase, sucrase, maltase, resultando em um trânsito de indigestos 
mono e dissacarídeos, carboidratos, gorduras e proteínas em direção ao colón, o que 
causa uma diarréia osmótica. O vírus em si ou a NSP4 também podem alterar a 
permeabildade das tight junctions entre os enterócitos. Além disso, a diarreia pode 
estar relacionada com a isquemia das vilosidades, por causa de desconhecidos fatores 
vasoativos virais, provocando mais morte de enterócitos. Outra relação está com o 
sistema nervoso autônomo entérico, provavelmente alterado pelo rotavírus, causando 
mudanças de motilidade instestinal. Há infecções assintomáticas, o que sugere que a 
gravidade da doença depende tanto do vírus, quanto do hospedeiro. Fatores do 
hospedeiro podem atenuar ou agravar a patologia, como desnutrição e idade (crianças 
são muito mais suscetíveis). Sistemicamente, o rotavirus pode causar infecções extra-
intestinais como de fígado, vias biliares, pulmões, baço, rins, miocárdio e sistema 
nervoso central, porvia hematogênica. 
Tratamento: De suporte, corrigindo a perda de água e eletrólitos que podem levar à 
desidratação, acidose, choque e morte, repondo intravenosamente os fluidos e 
eletrólitos, ou oralmente quando possível. 
Prevenção:Vacinas licenciadas para rotavirus Rotarix (Glaxo Smith Kline), RotaTeq 
(Merck): não previnem infecção, mas sim doença grave, hospitalização e óbitos 
 
 
 
 
Família: Caliciviridae 
 
Genoma: RNA + 
 
*Vírus não envelopado 
*Vírus não cultivável em cultura 
 
Patologia: 
 Período de incubação: 10-51 horas, média 24 horas 
 Duração da doença: 24 – 48 horas 
 Ocorrência maior no inverno 
 Responsável por 96% dos surtos de gastroenterite não-bacteriana 
 Sintomas: náusea, vômito, diarreia, febre, cólica, dor de cabeça 
 Dose infecciosa baixa 
 Excreção assintomática prolongada 
 Estabilidade no ambiente 
 Grande diversidade genética 
 Ausência de imunidade duradoura 
 Transmissão: hospitais, restaurantes, escolas, creches, locais de férias, 
consumo de ostras 
 Prevenção: cuidado com a higiene, manipulação de alimentos, não há vacina 
 
 
Hepatite viral é uma doença sistêmica que envolve o fígado primariamente, causadas 
na grande maioria dos casos por um dos cinco vírus a seguir: Hepatits A Virus (HAV), 
Hepatitis B Virus (HBV), Hepatits C Virus (HCV), Hepatitis D Virus (HDV) e Hepatitis E 
Virus (HEV). A seguir uma tabela de diferenciação entre os principais vírus causadores 
de hepatites: 
 HAV HBV HCV HDV HEV 
FAMÍLIA Picorna Hepadna Flavi - Hepe 
GENOMA RNA + DNA RNA + RNA - RNA + 
 
 
Patogênese: Tais vírus causam inflamação (aguda e, em alguns tipos, crônica) do 
fígado caracterizada por sintomas como febre, sintomas gastrintestinais, como 
náuseas e vômitos, icterícia, colúria, acolia, e em estágios mais avançados evoluindo 
para fibrose do fígado e cirrose. Indepentemente do tipo de vírus, são observadas 
idênticas lesões histopatológicas na doença aguda. Observa-se o corpúsculo de 
councilman-rocha-lima, que representa hepatócito apoptótico, além de necroses em 
ponte e infiltrados leucocitários. O principal componente da patogênese é a ação do 
sistema imune, predominantemente de linfócitos T citotóxicos. 
 
Família: Picornaviridae 
Genoma: RNA+ 
 
Ciclo Replicativo: Ocorre no citoplasma da célula-hospedeira. Primeiro há a ligação do 
virion a um receptor específico da membrana plasmática, uma glicoproteína mucina-
like com domínio terminal rico em cisteína, que promove uma mudança 
conformacional no virion e subsquente 
liberação do RNA viral para o citosol da 
célula-alvo. Em seguida, a VPg (proteína 
associada à região 5’ da fita simples de 
RNA+) é removida e o RNA se associa a 
ribossomos para a tradução em uma 
poliproteína, que é clivada em proteases 
encontradas em sua própria estrutura, 
além de proteínas estruturais do vírus e da 
RNA polimerase-RNA dependente, que 
copia a fita + em uma complementar de 
RNA -, o qual é usado para sintetizar mais 
RNA +. Então essa fita + pode ser usada 
para a produção de mais complementares 
-, para a tradução de mais poliproteínas, 
ou ainda para formar os novos vírions 
junto com as proteínas estruturais. A saída 
do vírus formado se dá sem lise do 
hepatócito 
ENVELOPE Não Sim 
(HbSAg) 
Sim Sim Não 
TRANSMISSÃO Fecal-oral Parenteral Parenteral Parenteral Fecal-oral 
PREVALÊNCIA Alta Alta Moderada Baixa Regional 
DOENÇA 
FULMINANTE? 
Rara Rara Rara Frequente Na gravidez 
DOENÇA 
CRÔNICA? 
Nunca Frequente Frequente Frequente Nunca 
ONCOGÊNICA? Não Sim Sim ? Não 
 
 
Patologia: 
 Transmissão fecal-oral 
 Período de incubação: 10-50 dias 
 Principalmente, crianças e jovens 
 Não há cronicidade 
 Sem maiores complicações, tecido hepático se recupera em 8-12 semanas 
 Mortalidade baixa < 0,5% 
 Não há manifestações extra-hepáticas 
 Em crianças, muitas vezes é assintomática (até 95%), em adultos, em cerca de 
25% 
 A viremia desaparece após 2 semanas, junto com o aparecimento da icterícia 
 O HAV pode ser detectado no sangue, fezes, bile e no fígado 
 ELISA de IgM anti-HAV é o método de diagnóstico para Hepatite A em fase 
aguda; IgG se traduz em doença do passado 
 Vacina efetiva, segura e recomendada para pessoas a partir de 1 ano de idade, 
com vírus inativado em 2 doses de 6 meses de intervalo 
 
 
Família: Hepeviridae, relacionada com Caliciviridae 
Genoma: RNA + 
Ciclo replicativo: Não se sabe muito sobre o ciclo replicativo. O genoma é capeado no 
5’ e há três ORFs (Open Reading Frame). ORF1 está relacionada com tradução de 
enzimas de atividade proteolítica, capeadora e de RNA-polimerase RNA-dependente; 
ORF2, com proteínas estruturais; ORF3, uma fosfoproteína de ação desconhecida. 
Patologia: Doença semelhante à Hepatite A, exceto pelo fato de ter uma alta 
letalidade em grávidas, especialmente no terceiro trimestre de gestação. Menor 
prevalência em mulheres. Não há vacina, porém estáem desenvolvimento uma vacina 
recombinante. 
 
 
Família: Hepadnaviridae 
Genoma: DNA fita dupla circular 
Antígenos: HBsAg (superfície), HBcAg (core), HBeAg 
Ciclo Replicativo: O vírion começa se ligando à célula e perdendo seu envelope. O 
capsídeo vai até o núcleo, no qual entra apenas a dupla-fita incompleta de DNA, o qual 
é completado pelo aparato de reparo da célula, formando um cccDNA (circular de fita-
dupla), o qual serve para a transcrição viral, incluindo de RNA pregenômica. Esse RNA 
se junta ao HbcAg dentro do capsídeo. Então, por transcrição reversa é formada uma 
fita de DNA -, o qual serve de molde para a polimerização da fita de DNA+, porém o 
processo é interrompido provavelmente pela falta de substratos nucleotídeos. O 
capsídeo então ganha o envelope celular contendo o HbsAg e pode sair da célula. 
 
 
Patologia: 
 Transmissão parenteral, principalmente sexual e por uso de drogas injetáveis 
 Período de incubação: 50-180 dias 
 Cronicidade de 5 a 10% (95% em neonatos) 
 Mortalidade < 2% 
 A viremia pode ser detectada de meses a anos, não há vírus nas fezes 
 Pode levar a uma hipersensibilidade do tipo III, com poliartrite, 
glomerulonefrite, vasculites 
 Em adultos, 65-80% das vezes é assintomática com 90-95% de recuperação 
total. Em contraste, para crianças, de 80-95% a doença se torna crônica 
 
Prevenção: Vacinação com 
antígeno HBsAg 
(Recombivax e Engerix) 0, 1 
e 6 meses 
 
 
Tratamento: Interferon-alfa 
Antivirais específicos: 
 Lamivudine (3-TC): 2’3’dideoxinucleosídeo (análogo) que interfere com a RT. 
Mutantes (M p/Val ou Isoleucina) são resistentes. 
 Adefovir (e a pro-droga adefovir dipivoxil): análogo de adenosina monofosfato, 
inibe RT 
 
 
Família: É um viroide, não classificado em família, genêro Deltavirus 
Genoma: RNA - 
Ciclo Replicativo: Necessita do envelope contendo HBsAg para ser transmitido. Só 
traduz uma proteína: HDAg 
Patologia: Só ocorre na presença de uma infecção precedente por HBV, acentuando 
sua gravidade, como nas taxas de ser uma doença fulminante ou de sua cronicidade. 
 
 
Família: Flaviviridae 
Genoma: RNA+ 
Ciclo Replicativo: O vírion se liga e é 
endocitado, formando um vacúolo no qual 
perde o envelope, liberando o RNA ao 
citosol, onde vai completar a tradução de 
uma proteína do capsídeo, duas 
glicoproteínas do envelope, além de 
proteínas não-estruturais. Além disso, há a 
formação de fitas de RNA-, que servem de 
molde para mais fitas de RNA+ que voltam 
a ser traduzidas, ou então se agregam com 
as proteínas estruturais para formar novos 
vírions que, após maturação glicoprotéica, 
abandona a célula por fusão de vesícula. 
Patologia: 
 Transmissão parenteral, fatores de 
risco: uso de drogas injetáveis, 
sexualmente e transfusão 
sanguínea 
 Período de incubação: 15-160 dias 
 Cronicidade de 70 a 90% 
 Mortalidade <1% 
 A viremia pode ser detectada de 
meses a anos, não há vírus nas fezes 
 Normalmente uma doença moderada, e leva à icterícia em cerca de ¼ dos 
pacientes, porém sua alta cronicidade é o maior problema podendo evoluir 
para cirrose (20-50%), além de poder ser oncogênica (5-25%) 
 
 A maioria das infecções é assintomática 
 Tratamento: interferon-alfa e Ribavarin 
 
 
Vias de infecção: 
-endotélio. A maior ou menos facilidade de passagem depende da estrutura do 
endotélio: SNC, músculos, pulmões, pele e tecido conjuntivo -> difícil passagem 
 Plexo coróide, vilo intestinal, glomérulo, pâncreas e glândulas endócrinas 
(dificuldade mediana) 
 Sinusóides com macrófagos, do fígado, baço, medula, adrenal (fácil 
passagem; muitos poros) 
-vasos que irrigam a meninge: causando meningites 
-vasos cerebrais: causam encefalite 
-plexo coróide: via fácil de infecção 
-nervo olfatório da lamina crivóide 
-migração através dos nervos pseudounipolares. 
 
Vírus x SNC 
-Neurônios virtualmente não expressam MHC-I 
-Infecções virais de neurônios recrutam pouca inflamação 
-Neurônios são muito sensíveis a alterações metabólicas, inclusive as induzidas por 
vírus que causam “shut off” (‘CAP snatch’, por exemplo) de síntese protéica. 
 -Apoptose é frequente causa de morte neuronal por vírus 
-Tecido nervoso tem pouca ou nenhuma regeneração 
-Glia e células de Schwann infectadas produzem reação imune 
 
Tipos de infecção neural por vírus 
-Meningites 
-Encefalites 
-Meningo-encefalites 
-Mielites 
 
 
Algumas infecções virais do SNC 
-Herpes simplex: meningo-encefalite 
-Enterovirus: meningo-encefalite 
-Raiva: encefalite 
-Paramyxoviridae (caxumba e sarampo): meningite/encefalite 
-HIV: encefalite 
 
 
 
 
 
 
 
Faz parte da família dos picornavirus, assim como o Rhinovírus (ver características estruturais e 
replicação acimaa!) 
 
A transmissão do vírus é oral-fecal; sofre uma primeira multiplicação nas tonsilas, 
linfonodos do pescoço, placas de Peyer e intestino. O sistema nervoso pode ser 
invadido, assim, pela circulação. Pode ainda se disseminar ao longo dos axônios dos 
nervos periféricos até o SNC, onde continua a progredir, atingindo as fibras de 
neuronios motores inferiores, envolvendo tbm as fibras do cérebro q se dirigem à 
medula. Durante se processo de multiplicação intracelular, danifica e destroi essas 
células. Não se multiplica não músculo, sendo q os efeitos nesses, são secundários à 
destruição neural; há tbm inflamação, secundária à infecção. 
Manifestações clínicas: 
-pode levar a sintomatologia branda, com febre, indisposição, dor de cabeça, náusea, 
vomito 
-Poliomielite não paralítica: alem dos sintomas acima há dor nas costss e pescoço. 
-Poliomielite paralítica: resulta em paralisia flácida devido ao dano nos neurônios 
motores inferiors; pode levar à atrofia muscular. 
Imnunização: 
Há dois tipos de vacinas; uma produzida com vírus vivo atenuado (Sabin), sendo essa 
não indicada para gestantes, imunossuprimidos, etc; a outra é produzida com o vírus 
morto, chamada Salk. 
 
 
Família Picornaviridae 
–Gênero Enterovírus 
•Pequenos, não-envelopados, RNA (+) 
•Transmissão fecal-oral 
•Patologias principais 
–Miocardites 
–Meningoencefalites 
–Pancreatites 
–Diabetes tipo 1 
 
Ciclo replicativo= rhinovirus 
Uma particularidade que não foi citada: a tradução do RNA+ no citossol ocorre por 
um mecanismo independente de cap, uma vez que há uma porção do RNA, 
conhecida como IRES, a qual é reconhecida pelo ribossomo celular; o vírus destrói o 
cap dos RNAm celulares, mas continua a ter os seus traduzidos pela presença de 
IRES. 
 
Patogenese: 
 
O vírus entra por via oral -> invade e replica-se nos tecidos linfóides (linfonodos, 
tonsilas, placas de Peyer) -> dissemina-se (SNC, fígado, trato respiratório, miocárdio, 
pele e mucosas) -> viremia (sintomas) -> entra na corrente sanguíneae pode então 
seguir dois caminhos: voltar a se disseminar ou ser controlada pelo SI, havendo 
aumento de anticorpos, diminuição de viremia e diminuição de sítios infectados. 
 
Meningite viral 
- dor de cabeça (aumento da pressão intra-craniana) 
-nauseas e vômitos 
-febre 
-rigidez nucal (Inflamação meningea, dor por estiramento) 
-mialgia, fraqueza muscular 
A infecção tendo a ser autolimitada 
Em punção: inflitrado linfomononuclear (ao contrario de meningites bacterianas, onde 
há muito infiltrado neutrofílico); qtd de glicose permanece normal; liquido claro. 
 
 
 
Família: Rhabdoviridae 
*Formato de bastão (bullet-shaped) 
*Envelopado 
Genoma: RNA -, vírions contém a RNA-polimerase RNA-dependente 
 
Ciclo Replicativo: O vírus da raiva se liga à célula por meio de seus spikes 
glicoprotéicos a receptores específicos da membrana celular (receptores nicotínicos 
colinérgicos podem servir para essa ligação). O RNA viral é então transcrito pela RNA-
Pol RNA-dependente associadaao vírion em 5 RNAm, que são traduzidos nas proteínas 
virais. Também são replicadas novas fitas de RNA-, passando por um molde de fita 
positiva de RNA. São agregadas as proteínas virais ao RNA- formado e saem por 
exocitose, formando o envelope envolta do capsídeo, contendo glicoproteínas. 
 
Patogênese:Afeta todos os animais de sangue-quente, e, em 100% dos casos,é letal 
(com raríssimas exceções de cura na história). O vírus entra com o rompimento da pele 
e se replica inicialmente nos miócitos do fuso muscular esquelético, usando, entre 
outros, receptores colinérgicos para a entrada. Nos miócitos, ocorre o período de 
incubação da doença, que pode levar de 1 semana até 19 anos, porém a maioria dos 
casos se encontra em um período de 1 a 3 meses. Em seguida, ocorre o evento 
patogenético inicial, antes do qual pode-se evitar a evolução para doença e morte: a 
invasão do nervo que inerva o fuso muscular, por meio do qual, o vírus ascende 
rapidamente até o gânglio sensitivo dorsal, usando provavelmente uma interação 
entre as cadeias leves de dineína e fosfoproteínas virais (usando o mesmo mecanismo 
de transporte retrógrado que o Herpes simplex e a toxina tetânica). Nesse estágio, já 
não mais pode ser reconhecido e eliminado pelo sistema imune. Uma vez na medula 
espinhal, o vírus se propaga pelas junções sinápticas, e virtualmente todos os 
neurônios são infectados. Os mecanismos de 
lesão neuronal são ainda pouco 
compreendidos, porém se considera que a 
raiva interfere com a neurotransmissão e com 
sistemas opioides endógenos, além da 
produção aumentada de óxido nítrico, 
causador de neurotoxicidade. Também induz 
apoptose, de células T, bloqueando a resposta 
imune contra sua ação. Após propagação no 
SNC, o vírus é distribuído para outros tecidos 
por nervos periféricos, como para as glândulas 
salivares. O sinal patognomônico para doença é 
a presença de corpos de inclusão no corpo 
neuronal, os corpos de Negri eosinofílicos, 
principalmente no hipocampo piramidal, ou em 
menor quantidade no cerebelo, cortéx e até mesmo no coração. 
 
 
 
A doença possui um estágio de pródromo, após a incubação, com sintomas leves como 
mal-estar, febre, parestesia no local da infecção, anorexia, nausea e vomitos, que dura 
por volta de 2 a 10 dias. Após o pródromo, a doença se desenvolve agudamente, que 
pode ser de duas principais formas: raiva furiosa (80% dos casos), associada à 
hidrofobia, alucinações, comportamento bizarro (mordendo), asiedade, agitação; ou a 
raiva paralítica (20% dos casos) com uma paralisia flácida ascendente, podendo gerar 
uma tetraparesia simétrica. Esse estágio agudo dura até 1 semana, quando começa o 
coma, a partir do qual a morte vem em até 2 semanas. 
 
 
 
 
 
Diagnóstico: Identificação histológica dos corpúsculos de Negri, PCR para partes do 
genoma viral, Imunoflorescência a partir de biópsias 
Tratamento:Não há  Faz-se tratamento suportivo contra os sintomas: hidratação, 
oxigenação, anticonvulsivantes, antiespasmódicos. 
Prevenção:Principal ação é erradicar raiva canina e felina. Profilaxia pré-exposição é 
uma vacina com vírus crescido em células diploides humanas, em 4 doses 
intramusculares. Após a exposição, administra-se soro anti-rábico, intramuscular, parte 
ao redor da ferida e parte distribuído em outras regiões; além de limpeza rigorosa da 
ferida. 
 
 
 
A infecção pelo retrovírus HIV leva a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida (AIDS). 
Essa é talvez o maior problema da saúde pública mundial, com cerca de 25 milhoes de 
mortos, e cerca de 30 a 40 milhoes de pessoas infectadas no mundo. 
Dados epidemiológicos: 
-Mais 33 milhões de pessoas vivendo com HIV, sendo 2,5 milhões crianças 
-2,6 milhões de novos casos/ano 
-Mais de 1000 casos/dia em crianças 
-Mais de 25 milhões de óbitos acumulados 
 
-1,8 milhões de óbitos por ano 
-25% desses óbitos devidos a tuberculose (80% deles na África) 
A epidemiologia é mais grave na África sub-saariana, sendo agravada ainda mais pela 
falta de informação sobre as formas de transmissão, pelas precárias condições de vida 
que facilitam a ocorrência de infecções oportunistas e pela falta de investimento na 
distribuição do coquetel antiviral. 
 
Transmissão e ciclo celular 
As rotas de transmissão são: transmissão sexual (mucosa genital ou colonica), 
exposição a fluidos infectados, como sangue, ou produtos sanguíneos, transmissão de 
mães para filhos, e transmissão acidental principalmente em profissionais de saúde. 
O ciclo de vida pode ser dividido em duas partes: 
PRIMEIRA FASE: adesão celular, entrada no citoplasma, transcrição reversa, entrada no 
núcleo e integração com o DNA. 
SEGUNDA FASE: produção de proteínas virais e novos vírus infecciosos. 
A infecção se inicia quando a proteína viral gp120 se liga ao receptor CD4 de células T, 
macrófagos e células microgliais. Essa interação muda a conformação de gp120 e 
permite q essa se ligue a outro receptor, que pode ser CCR5 ou CXCR4; essa segunda 
ligação expõe o domínio de fusão da proteína gp41 viral, fazendo com que essas duas 
membranas se unam e permitindo a entrada do vírus na célula. 
No citoplasma, a ação da transcriptase reversa se inicia; essa transcreve o RNA viral 
DNA de fita dupla, o qual ira se integrar ao organismo. Essa tem atividade DNA 
polimerase dependente de RNA, levando à transcrição reversa; essa enzima no 
entanto é propensa a erros, os quais se acumulam durante os vários ciclos celulares, 
levando a alta variabilidade do HIV, o que pode ser considerado um fator de virulência. 
Após formar a fita simples de DNA, a mesma TR inicia a transcrição da outra fita, tendo 
tbm a função de DNA-polimerase dependente de DNA. A TR ainda tem uma função de 
ribonuclease, degradando o RNA viral que serviu anteriormente de molde; duas 
porções desse RNA não são degradadas, e ela servem de primers para a síntese da fita 
positiva de DNA pela atividade DNA-polimerase dependente de DNA. 
A fita dupla de DNA sintetizada vai para o núcleo, onde é incorporada ao DNA celular 
pela enzima integrase; assim o DNA viral fica estável no genoma celular, e a replicação 
do ciclo ocorre pela replicação da célula; havendo dependência de fatores virais e 
celulares para a ativação do ciclo. Os RNAm virais transcritos sofrem splicing, CAP E 
poli-A são adicionados, e eles vão para o citoplasma, sendo transformados em 
proteínas virais; após a transcrição de proteínas tardias, o material genético viral 
replicado é incorporado ao capsídeo, sendo esse processo dependente de Gag; os vírus 
saem da células causando lise celular. 
 
Estrutura viral 
O vírus é formado por um envelope lipoproteico , o qual contem duas proteínas 
importantes, a gp120 (domínio de ligação) e a gp41 (dominio de fusão). 
O capsídeo tem forma de um cone, e recobre duas fitas de RNA+ de fita simples, naco 
sobrepostas; o RNA é rodeado por p17 (liga as duas fitas) e p24 (maior componente do 
capsídeo; dentro do capsídeo há ainda as enzima TR e integrase (IN) 
 
 
 
Recombinação: caso haja uma pausa em uma das fitas de RNA, a TR pode ‘pular’ para 
a outra fita, sendo essa uma forma de recombinação (‘copy choice’) 
 
 
 
Proteínas virais importantes: 
VIF: 
Os mamíferos possuem uma proteína, a APOBEC3G; essa se liga ao RNA viral e induz 
mutações nesse, sendo letal para o vírus; é uma defesa natural contra retrovirus; o 
vírus porem, possue a VIF, a qual se liga a APOBEC3G, ubiquitinando-a para que seja 
degradado pelo proteassoma. 
NEF (negative factor) 
Diminui a expressão de CD4 e MHC e ativa a expressão de NF-Kβ. 
Impede que novos vírus infectem a célula, depreda o SI, e o reconhecimento dessas 
células infectadas por outros leucócitos 
 TAT 
O DNA integrado ao genoma celular necessita da DNA polimerase celular para se 
multiplicar; a TAT funciona como um ativados na transcrição do provirus em RNAm, 
mesmo quando a célula

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