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AO JUÍZO DA VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE... 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANTÔNIA MOREIRA SOARES, portuguesa, casada, médica, 
portadora da cédula de identidade RG n°..., inscrita no CPF sob o n °..., 
endereço eletrônico, residente e domiciliada ..., vem por sua advogada, com 
endereço profissional na..., bairro..., cidade..., Estado..., que indica para os 
fins do artigo 77, inciso V do CPC, com fundamento no artigo 305 e 
seguintes do CPC, propor: 
 
AÇÃO DE DIVÓRCIO LITIGIOSO COM PARTILHA DE 
BENS COM PEDIDO DE TUTELA CAUTELAR DE 
ARROLAMENTO DE BENS. 
 
Pelo rito ESPECIAL (art. 294 CPC), em face Pedro Soares, 
brasileiro, casado, dentista, portador da cédula de identidade RG n°..., 
inscrito no CPF sob o n °..., endereço eletrônico , residente e domiciliado 
..., pela lide e fundamentos a seguir: 
 
 
DA LIDE 
 
A autora é casada com o réu e possuem dois filhos maiores e 
capazes, conforme consta em documentos em anexo. 
Nos últimos tempos o réu vem ostentando uma relação extra 
conjugal e diante deste fato a autora não mais demonstra interesse em 
manter o relacionamento com o réu e o comunicou do fato, porém 
imediatamente após saber do desinteresse da autora de manter o 
relacionamento o réu costumazmente vem dilapidando o patrimônio do 
casal através de saques na conta bancária conjunta, conforme comprovantes 
em anexo, e afirmou ter intenção de doar dois veículos que pertencem ao 
patrimônio comum do casal a uma de suas irmãs. 
O casal divorciando ao longo da vida marital conquistou 
considerável patrimônio, sendo estes os seguintes: (Exemplos) 
Imóvel localizado na Rua (...) da Silva, nº(...), Bairro (...), 
Cidade/Estado. CEP: (...). 
Avaliada na empresa corretora de imóveis em 00/00/0000 no valor 
de R$000.000,00 ( * mil reais) 
Automóvel (...) cor (...), ano e modelo 0000, placa AAA-0000, 
RENAVAM 000000000 
Valor estimado na data 00/00/000 em R$00.000,00 ( * mil reais) 
Uma conta bancária no Banco do Brasil: 
a) Agência: 0000-0, 
Número de Conta: 00.000-0 
Possui aproximadamente R$0.000,00 (* mil reais) em saldo de 
conta corrente 
 
 
DOS FUNDAMENTOS 
 
Na forma do artigo 5º da Lei 6.515/77 c/c artigo 226, §6º da 
Constituição Federal requer a Autora o divórcio e bem como a partilha de 
bens na forma dos artigos 1658 e 1660 ambos do Código Civil. 
É requisito do matrimônio, na forma do artigo 1566 do Código 
Civil a fidelidade recíproca, de forma que o réu não tem cumprido este 
dever em relação à autora o que torna o matrimônio ineficaz neste sentido. 
 
 
DA TUTELA DE URGÊNCIA 
 
Na forma do artigo 300 do CPC, somado ao exposto nos fatos 
conclui-se pelo arrolamento dos bens pertencentes ao casal para que se 
evite dilapidação o patrimônio comum. 
No mesmo sentido, há necessidade de que os órgãos competentes 
sejam oficiados para informar a existência de lide com relação aos bens 
anteriormente listados e dos quais constam relação em anexo. 
Nas varas de família o segredo de justiça torna o processo mais 
“seguro” para a família, mas ao mesmo tempo não permite a própria justiça 
a ter exemplos do que pode ocorrer diante da falta de procedência ou da 
própria procedência. Resta então se valer da jurisprudência cível 
demonstrando que estamos diante de um caso/fato de arrolamento de bens 
necessário através da tutela de urgência, uma vez que esta cumpre os 
requisitos do artigo 300 do Código de Processo Civil. 
“PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. 
AÇÃO DE EXECUÇÃO. MEDIDA LIMINAR. 
INTRANSFERIBILIDADE DE BENS DO DEVEDOR. 
PENHORA ONLINE. PRESENÇA DE FORTES INDÍCIOS 
DE DILAPIDAÇÃO PATRIMONIAL. ALIENAÇÃO DE 
IMÓVEIS APÓS NOTIFICAÇÃO EXTRAJUDICIAL. 
POSSIBILIDADE DE CONCESSÃO DA MEDIDA ANTES DA 
CITAÇÃO. PRECEDENTES. AGRAVO DE INSTRUMENTO 
PARCIALMENTE PROVIDO. 1.- O presente recurso visa a 
reforma da decisão que indeferiu a liminar, vez que não foi 
efetivada a citação dos executados diante de um pedido de 
penhora on-line e intransferibilidade de alguns imóveis como 
forma de assegurar a efetividade da execução do crédito 
pertencente a empresa exequente (fl. 58/61 E-saj). 2- A 
averbação premonitória cautelarmente intentada pela 
agravante, e colacionada aos autos, revela que os agravados 
recentemente alienaram três imóveis de sua propriedade, o que 
certamente pode comprometer o resultado útil do processo 
executivo, conforme documentos colacionados às fls.69-74, 
sobre notas devolutivas datadas de 10/03/2007. Às fl. 77, 79, 
consta escritura de venda de imóvel dos executados/agravados 
à terceiros, datada de 02/12/2016. À fl.82, consta outra 
escritura informando a venda de imóvel a terceiros datada de 
12/01/2017. Ademais, demonstra a agravante outros bens 
imóveis que podem a qualquer momento sofrer alienação 
semelhante, caso não sejam imediatamente tornados 
intransferíveis pelo Poder Judiciário. 3- A presente situação é 
que, mesmo cientes da mora, conforme fazem prova as diversas 
notificações enviadas (fls. 84/85, 94, 103 e-SAJ), os agravados 
alienaram bens imóveis, colocando certamente em risco o 
direito da agravante à satisfação de seu crédito. 4- Estando 
presentes, portanto, o risco concreto 
de dilapidação patrimonial, considerando que um dos 
requisitos para concessão da tutela de urgência é justamente o 
periculum in mora, nos termos do art. 300 do CPC (''A tutela de 
urgência será concedida quando houver elementos que 
evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano...” 
TJ-CE - Agravo de Instrumento AI 
00004180320178060000 CE 0000418-03.2017.8.06.0000 (TJ-
CE) 
 
A doutrina entende o arrolamento de bens não só como 
conservação, mas também na proteção do patrimônio, veja nas palavras de 
Humberto Theodoro Júnior 
“O Código revogado conhecia o arrolamento e 
descrição de bens como medida cautelar acessória das ações 
matrimoniais, com função meramente conservativa de prova a 
ser utilizada na futura partilha dos bens comuns e sem qualquer 
invasão imediata na esfera jurídica do cônjuge que detinha os 
bens. 
 
Para o referido Código, o cônjuge interessado, além 
do arrolamento, podia usar o seqüestro, uma vez que as duas 
medidas tinham objetivos distintos e inconfundíveis. 
 
O Código atual, adotando o sistema português como 
paradigma, alterou profundamente a figura e os objetivos 
do arrolamento cautelar. 
 
Agora, conforme se depreende do art. 858, a medida 
cautelar ‘dirige-se à conservação de bens em perigo de extravio 
ou dilapidação. Por isso, a nomeação de depositário a quem 
cabe o arrolamento propriamente dito é obrigatória, 
configurando mesmo ‘a razão de ser da medida’’. 
 
Enquanto o arrolamento do art. 676, IX, do Código 
anterior é providência meramente probatória, ou, dizendo-se 
melhor, ação cautelar correspondente a pretensão à segurança 
de prova, o arrolamento de bens incluído no novo Código 
corresponde à pretensão de segurança da própria prestação. 
Há mais do que simples arrolamento ‘ad probationem’. 
Arrolam-se os bens para depositarem-se em mão de terceiro, 
nomeado pelo juiz. Há constrição semelhante à do seqüestro. 
 
 
DO DIVÓRCIO 
A Constituição Federal em seu artigo 226, §6º possibilita a 
dissolução do matrimônio através do divórcio, ainda que não haja cumprido 
o requisito da separação uma vez que o mesmo foi suprimido através da 
emenda nº 66 a qual deu nova redação ao referido artigo. 
No mesmo sentido o artigo 1571, IV institui o divórcio como forma 
de término da sociedade conjugal. 
 
 
DA PARTILHA 
 
O artigo 1575 do código civil prevê a partilha de bens do casal 
através de proposta dos mesmos e destarte aautora deseja que todos os 
bens que fazem parte do patrimônio do casal sejam divididos de forma 
igualitária, ou seja, metade para autora e metade para o réu. No caso de 
bens indivisíveis que sejam penhorados e repartido o valor correspondente 
a cada e que da mesma forma os valores depositados em conta bancária 
sejam bloqueados e arrolados para que os mesmos possam ser divididos de 
forma igual. 
Pelo fato de o Requerido e a Requerida serem casados pelo regime 
de comunhão universal de bens preceitua o Art. 1660 do CC: 
Art. 1660 do CC. O regime de comunhão parcial importa a 
comunhão de todos os bens presentes adquiridos de forma onerosa pelos 
cônjuges e suas dívidas passivas, com as exceções dos artigos 1659, 1661 
e 1662. 
Imóvel localizado na Rua (...) da Silva, nº(...), Bairro (...), 
Cidade/Estado. CEP: (...). 
Avaliada na empresa corretora de imóveis em 00/00/0000 no valor 
de R$000.000,00 ( * mil reais) 
Meação relativa ao valor de R$ 0.000,00 ( * mil reais) 
Automóvel (...) cor (...), ano e modelo 0000, placa AAA-0000, 
RENAVAM 000000000 
Valor estimado na data 00/00/000 em R$00.000,00 ( * mil reais) 
Meação relativa ao valor de R$ 0.000,00 ( * mil reais) 
Uma conta bancária no Banco do Brasil: 
a) Agência: 0000-0, 
Número de Conta: 00.000-0 
Possui aproximadamente R$0.000,00 (* mil reais) em saldo de 
conta corrente 
Meação relativa ao valor de R$ 0.000,00 ( * mil reais) 
Desta forma, a Requerente tem direito a 50% do valor dos bens 
(cinquenta por cento) na partilha, na importância de R$ 00.000,00 (* mil 
reais). 
Fundamentos Jurídicos estes os quais a autora pleiteia para que seja 
observado seu direito a meação dos bens. 
 
 
DOS PEDIDOS 
 
Diante do exposto, requer: 
a) Que seja deferida liminarmente a tutela cautelar para o 
arrolamento de todo o patrimônio adquiridos pela autora e réu na 
constância do matrimônio. 
b) Que seja oficiado ao DETRAN e ativado ao RENAJUD para que 
se abstenha de realizar qualquer transferência de propriedade de veículo em 
nome da autora e/ou em nome do réu. 
c) Que seja oficiado RGI para que se abstenha de realizar qualquer 
transferência de propriedade de veículo em nome da autora e/ou em nome 
do réu. 
d) Expedição de ofício as instituições financeiras... para que torne 
indisponíveis saques, transferências ou operação similar das contas 
bancárias em nome da autora e/ou do réu. 
e) Citação do Réu para que apresente contestação sob pena de 
sofrer os efeitos da revelia e sua intimação para que informe ao juízo todos 
os bens adquiridos na constância do matrimônio se abstendo de aliená-los. 
f) Seja decretada a dissolução do casamento pelo divórcio com a 
conseqüente partilha de bens do casal nos moldes já elencados. 
e) Julgar procedente o pedido com o arrolamento dos bens do casal. 
f) Condenação do réu em custas processuais e nos honorários 
advocatícios na porcentagem de 20%. 
 
 
DAS PROVAS 
Requer a produção de provas, conforme artigo 369 do CPC, 
especialmente documental. 
 
DO VALOR DA CAUSA 
 
Dá-se à causa o valor de R$ ... (valor por extenso) 
 
 
 
 
Espera deferimento. 
 
 
 
Local e data. 
 
 
 
 
Advogado (nome completo do advogado e sua assinatura). 
OAB/UF n.º... (sigla do Estado da Federação e número da OAB) 
	TJ-CE - Agravo de Instrumento AI 00004180320178060000 CE 0000418-03.2017.8.06.0000 (TJ-CE)

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