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Direito das Coisas

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GSA 
 
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2017/I | Direito das Coisas 
VI DIREITO DAS COISAS / DIREITOS REAIS 
 
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 Direito das Coisas – relação jurídica entre um sujeito ativo de forma 
direta e imediata sobre a coisa. Não precisa de outra pessoa para que 
exista essa relação, porque o direito das coisas se dá somente entre 
PESSOA e COISA. 
 O sujeito passivo é aquele que viola o direito do sujeito ativo, sempre será réu e 
indeterminado. 
 Características do Direito das Coisas 
Coisa corpórea que se coloca em uma relação imediata e direta com o sujeito ativo 
(titular do direito real). A coletividade deve respeitar o exercício do direito real, é 
dispensável o sujeito passivo. A aderência que existe sobre o direito real se dá em razão 
do “jus persequendi” e do “jus proferendi” ( o credor sempre terá preferência sobre os 
demais). 
 ! Não existe relação de pessoa com pessoa/sujeito com sujeito, apenas pessoa 
com coisa/ sujeito com coisa. 
 ! De que forma o sujeito está investido na posse? Usufruto e Propriedade = 
Direito Real // Contrato de Locação e Contrato de Comodato = Direito Pessoal. 
 Art.73/NCPC: a posse não é um 
direito real. Exigência do cônjuge nas 
Ações Reipersecutórias (trata de ações 
de Direito Real de bens imóveis). 
 Art.73, §2º/NCPC: Ações 
Possessórias, o cônjuge não será 
obrigado na composse e nos atos por 
ambos praticados. 
 Art.73,§3º/NCPC: 
companheiros. 
 Fundamentos da Posse 
1- JUS POSSIDENDI: a posse se origina através de um titulo (contrato de 
transferência de propriedade) – Ação de Direito Real. 
2- JUS POSSESSIONIS: posse autônoma, não se origina através de títulos. O 
sujeito já tem a posse em seu poder (usucapião) – Ação Possessória. 
 
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 Teorias da Posse 
 1 – Teoria Subjetiva de Savigny 
 Para Savigny eram necessários dois elementos conjugados: corpus e animus 
domini, e deveria ser os dois ao mesmo tempo, ou seja, o poder que a pessoa exerce 
sobre a coisa, poder físico sobre a coisa. Quem tem o corpus, tem o bem fisicamente. Bem 
como, para ser possuidor é necessária, também, a intenção de ser dono – animus domini. 
Não basta que o sujeito tenha o corpus, é necessário que tenha os dois elementos ao 
mesmo tempo. 
 A teoria subjetiva se sustenta através do elemento volitivo (elemento voltado 
para a vontade), porém, essa teoria não consegue resolver o problema relacionado à 
posse direta e a posse indireta, porque não há possibilidade de alguém exercer a posse 
sobre a coisa, estando distante da coisa. 
 2 – Teoria Objetiva de Ihering 
 Para Ihering, deve-se analisar se o possuidor exterioriza a propriedade, ou seja, 
se o possuidor age como proprietário. Possuidor é aquele que age como proprietário. Há, 
então, apenas um elemento, o corpus. 
 Art. 1.196/CC: Possuidor é 
aquele que exerce algum (qualquer um) 
dos poderes inerentes à propriedade. 
 Art. 1.228/CC: Poderes 
inerentes à propriedade: usar (servir-
se das utilidades da coisa), gozar 
(perceber os frutos), dispor (vender, 
doar, destruir, abandonar, dar em 
pagamento ou em garantia) e reaver a 
coisa das mãos de quem, injustamente, 
a possua ou a detenha. 
 Exemplos: O usufrutuário tem os poderes de uso e gozo, tem a posse direta 
(situação de fato), sendo assim, ele poderá alugar, pois cede o direito de usar mediante o 
pagamento do aluguel, para que o locatário goze dos frutos. Já o nu-proprietário, tem o 
direito de dispor a coisa, e tem a posse indireta. 
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Posse ≠ Detenção 
 Detenção 
 1 – Fâmulo da Posse = Detentor 
 Art. 1.198/CC: basta que haja SUBORDINAÇÃO 
 O detentor não tem a posse, não pode ajuizar ação possessória. Exerce a posse em 
nome de outra pessoa, cumprindo ordens e seguindo orientações, é subordinado. 
Detentor é o “fâmulo da posse”, ou seja, “servo da posse”. Não são necessários 
remuneração, nem contrato formal, apenas é necessário que exista subordinação, são 
“meros detentores”, tem a “posse desqualificada”. 
 Exemplos: caseiro, motorista particular, doméstica. 
 2 – Atos de Mera Permissão ou Tolerância 
 Art. 1.208/CC: 
 3 – Atos de Violência e Atos de Clandestinidade 
 Art. 1.208/CC: 
 Enquanto não cessa o ato de violência/clandestinidade, estamos diante da 
detenção. O ato de violência cessa quando se desiste da ação judicial (o proprietário está 
presente), e, passa a contar a posse se o proprietário estiver ciente da “invasão”. Caso o 
proprietário não tiver ciência, não terá como usucapir. 
4- Bens de Uso Comum do Povo 
 Não se admite posse, jamais pode ser usucapido. Exceção: minha casa, minha 
vida. 
 Bens dominais: são bens do município, se admite posse. 
 
 Classificação da Posse 
1- Posse Paralela – pode ser direta ou indireta. São posses em concorrência, 
uma só existe em decorrência da outra. Para existir a posse direta, deve existir 
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a posse indireta, e uma não invalida a outra, porque o possuidor indireto pode 
mover ação possessória contra o possuidor direto, e vice-versa. 
 Temporariedade: se não houver, presume-se que 
houve doação ou venda, a posse paralela deve ter 
temporariedade. Art. 1.997/CC 
 
2- Posse Exclusiva e Composse 
 Posse Exclusiva: nada mais é que apenas uma pessoa como 
possuidor (pessoa que mora sozinha) 
 Composse (indivisão): entende-se por mais de uma pessoa 
possuindo a coisa, posses simultâneas, mas é necessário que 
tenha a mesma natureza: dois possuidores diretos ou dois 
possuidores indiretos. (república de estudantes) – Art. 
1.199 
 ! Comunhão Parcial de Bens: o casal que compra um imóvel e os dois 
moram lá existe composse? Sim. Há “condomínio”, é mais de uma pessoa. Diante de um 
“condomínio”, há composse? É regra geral? NÃO, nem sempre que houver condomínio 
existirá composse. Deve-se analisar o caso fático. 
3- Posse Justa e Posse Injusta Art. 1.200 
 Posse Justa: é aquela que não é violenta, clandestina ou 
precária. É isenta de vícios objetivos: violência, 
clandestinidade e precariedade. 
 Posse Injusta: há vícios objetivos: violência, 
clandestinidade e precariedade. 
 
 Violência pode ser física (invasão – se utiliza 
da força para expulsão) ou moral (ameaça ou 
coação). 
 Clandestinidade aquilo que é conquistado às 
escondidas, sem que o possuidor ou o 
proprietário saiba. 
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 Precariedade decorre da inadimplência da 
restituição da coisa – “abuso de confiança” 
 
4- Posse de Boa-Fé e Posse de Má-Fé 
 Posse de Boa-Fé Art. 1201: aquele que desconhece os 
obstáculos para a aquisição da posse. Aquisição “a non 
domino” – o comprador não sabia que o vendedor não era o 
verdadeiro proprietário, quando, na verdade, o vendedor 
era estelionatário. 
 Posse de Má-Fé Art. 1202: tem conhecimento dos 
obstáculos para aquisição da posse. 
 
5- Posse Nova e Posse Velha 
 Posse Nova: menos de 1 ano e 1 dia. Pode ser solicitado 
pedido de liminar. Sempre será justa e de boa-fé se não UNIR 
o tempo da posse antiga com a atual. 
 Posse Velha: mais de 1 ano e 1 dia. 
 
6- Posse “pro indiviso” e Posse “pro diviso” 
 Posse “pro indiviso”: necessário para existir a composse. 
 Posse “pro diviso” 
 
7- Posse “ad interdicta” e Posse “ad usucapionem” 
 Posse “ad interdicta”: Ação Possessória – Interditos 
Possessórios. Ex.: Posse do Locatário. 
 Posse “ad usucapionem”: permite a propriedade em razão 
da usucapião. 
 ÚNICA posse que segue a teoria subjetiva de 
Savigny: Corpus + Animus Domini 
 ÚNICA que precisa comprovar a conduta de 
dono. 
 
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8- Posse “pro labore” 
 Tem função social, posse qualificada e gera benefícios. 
 Aquisição da posse – Art. 1204 
 Quem pode adquirir a posse? Art. 1205 
Obs.:nascituro não adquire posse porque tem expectativa de direitos. 
 
 Modos de Aquisição da Posse 
1- Modo originário 
 Quando não existe relação jurídica com o anterior e com o atual possuidor. 
“apreensão da coisa” 
 RES DERELICTA “coisa abandonada” 
 RES NULLIUS “coisa sem dono” – ocupação// o bem precisa estar 
abandonado. 
2- Modo derivado 
Há relação com o anterior e o atual possuidor. Pode ocorrer devido à 
sucessão, doação, compra e venda. 
 Tradição 
 → Tradição Real/Material - Quando o sujeito consegue “pegar a 
coisa com as mãos”, é a transferência física da coisa. 
 → Tradição Simbólica – recebimento apenas das chaves do carro. 
 → Tradição Ficta 
 → Constituto Possessório necessita de “clausula constituti”. 
Quando o proprietário permanece no bem como locatário, a pessoa 
que comprou o bem se compromete a alugar o imóvel para a pessoa 
que vendeu. 
 → Traditio “brevi manu”: o locatário passa a ser 
proprietário. 
 
 Obstáculos para Aquisição da Posse 
 Verifica-se o estágio final da detenção. Enquanto a violência e a 
clandestinidade não cessam, estamos diante da detenção. O ato de violência cessa 
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quando o proprietário abre mão da posse, e o ato de clandestinidade cessa e 
ocorre a transmudação de detenção para posse. A clandestinidade cessa quando o 
proprietário está ciente da invasão, ou besta que exista possibilidade de tomar 
ciência. É importante saber quando cessa a violência e a clandestinidade. 
 Detenção – esbulhador (invasor) não pode fazer absolutamente 
nada no sentido de mover ação possessória ou usucapião, deve 
simplesmente sair do imóvel. 
 No momento em que se torna possuidor, pode mover ações 
possessórias, pode adquirir propriedade pela usucapião (pode 
defender a posse contra o antigo proprietário – Ação Possessória). 
Essa posse será injusta porque houve violência. 
 Posse Velha: se o esbulhador está há mais de 1 ano e 1 dia, pode ser 
mantido liminarmente em face do proprietário. 
 Melhor Posse (em relação à coletividade): no momento em que o 
esbulhador tem a posse. 
 
 Sucessão na Posse 
1- Sucessão Mortis Causa/Sucessio Possessionis Art. 1207 e 1206/CC 
 Ocorre a titulo universal, com relação a todos os bens do de cujus. SEMPRE 
continuará de direito (compulsoriamente), para não continuar a posse, só renunciando a 
herança. A posse se transmite aos herdeiros. 
2- Acessio, União/ Acessio Possessionis Art. 1207 e 1206/CC 
 Ocorre a titulo singular nos casos de legatário e testamentário, onde os bens a 
receber já estão definidos. 
 Pode ocorrer também em sucessão intervivos através de doação ou compra e 
venda. Há faculdade de unir a posse atual com a posse do antecessor, a posse nova 
sempre será de boa-fé se não unir. 
 ! A usucapião se transmite aos herdeiros, se torna proprietário se comprovar os 
requisitos. 
 
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 Perda da Posse 
 Art. 1223/CC 
1- Abandono – quando há renúncia que leva a perda da posse. Não se pode 
confundir com o “não uso”. Ocorre quando outra pessoa se apropria em 
definitivo. 
2- Tradição – entrega do bem 
3- Perda propriamente dita da coisa – ocorre somente em bens moveis 
4- Destruição da Coisa 
 Acontecimento natural – raio atinge as cabeças de gado; 
 Fato próprio do possuidor – acidente de carro com perda total; 
 Fato de terceiros. 
5- Colocação fora do mercado/comércio – quando a vigilância sanitária 
confisca alimentos 
6- Pela posse de outrem – enquanto não cessa o ato de violência ou a 
clandestinidade. 
 Art. 1224 
 Art. 1209 – presunção relativa “jus tantum” 
 
 Efeitos da Posse 
1- Direito de Invocar Interdito Possessório 
 Ação Possessória = Interdito Possessório. Apenas o possuidor se beneficia. 
 Interditos Possessórios 
A - Ação de Manutenção da Posse = TURBAÇÃO 
 Visa manter/permanecer/continuar na posse quem já está na mesma, mas tem 
um restrição de exercer a posse. 
B - Ação de Reintegração de Posse = ESBULHO 
 Visa restituir/recolocar quem está fora da posse e tem privação de exercer a 
mesma. 
 
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C - Interdito Proibitório = AMEAÇA 
Art. 567/NCPC: O possuidor direto ou 
indireto que tenha justo receio de ser 
molestado na posse poderá requerer ao juiz 
que o segure da turbação ou esbulho 
iminente, mediante mandado proibitório 
em que se comine ao réu determinada pena 
pecuniária caso transgrida o preceito. 
 Ação cabível em casos de ameaça iminente de ocorrer Esbulho ou Turbação. 
 Turbação: ato que dificulta o livre exercício da posse – há uma 
RESTRIÇÃO do exercício da posse. 
 Esbulho: ato que impossibilita o exercício da posse – há uma 
PRIVAÇÃO. Ex. invasão. 
 Ameaça: quando há IMINÊNCIA de ocorrer o esbulho ou a turbação. 
 
 
 Ações Afins aos Interditos Possessórios 
 Ação de Nunciação de Obra Nova: Embargar obras. 
Exemplo: quando o vizinho começa a fazer janela no muro – 
deve ter distância de 1m e 30 cm para ser legal. 
 Ação Demolitória: 
Exemplo: quando o vizinho já fez janela no muro. 
 Ação Caução de Dano Infecto: 
 Exemplo: quando há infiltrações vindas do vizinho. 
 Embargos de Terceiros: Art. 674/NCPC 
 
 
 TURBAÇÃO ESBULHO AMEAÇA 
Característica Restrição Privação 
Iminência de 
Turbação ou 
Esbulho 
Tipo de Ação 
Manutenção da 
Posse 
Reintegração de 
Posse 
Interdito 
Proibitório 
Efeito da 
Tutela 
Mandamental 
Executiva lato 
sensu 
Mandamental 
proibitória 
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2- Direito de utilizar a própria força física para defender a posse 
Permite a autotutela para defender a posse – Art. 1.210, §1º/CC: é 
possível a utilização de arma de fogo. Na clandestinidade, quando tomar ciência, 
é possível a autotutela. 
Requisitos da Autotutela 
 Moderação 
 Imediatidade 
Obs.: se não houver exercício arbitrário das próprias razões – Art. 
345/CP 
Espécies de Autotutela 
 Legítima Defesa: será possível quando estivermos diante de uma 
Turbação 
 Desforço Imediato: será possível quando estivermos diante de um 
Esbulho 
 
3- Outros Efeitos 
a) Percepção dos Frutos Art. 92/CC: a regra é que o dono dos frutos é 
aquele que tem o principal, mas nem sempre acontece (possuidor de boa-
fé). 
 Frutos – aquilo que se origina do bem. São utilidades que uma 
coisa produz periodicamente, são acessórios que se retiram da 
coisa, e que tem capacidade renovatória. 
 Frutos Pendentes: serão percebidos no futuro. 
 Frutos Percebidos: já colhidos. 
Espécies de Frutos 
 Naturais – cereais, crias de animais ... 
 Industriais – feitos pela mão do Homem; 
 Civis – aluguel. 
 
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Possuidor de Boa-Fé (Art. 1214/CC) Possuidor de Má-Fé (Art. 1216/CC) 
Frutos colhidos/percebidos Não faz jus a frutos 
Deve restituir frutos pendentes e frutos 
colhidos com antecipação 
Responde por frutos colhidos e aqueles 
que deixou de perceber (culpa). 
Recebe despesas de produção e custeio Recebe despesas de produção e custeio 
Momento da restituição: ao tempo que 
cessar a boa-fé, depois de receber as 
despesas. 
Momento que responde: desde o 
momento em que se constituiu a má-fé. 
 
b) Responsabilidade pela perda ou deterioração da Coisa 
Art. 1.217/CC o possuidor de boa-fé não restituirá, mas se agir com 
culpa ou dolo sim. 
Art. 1.218/CC o possuidor de má-fé responde, ainda que acidentais. 
Ressalva-se que, a menos que prove que o mesmo aconteceria com o 
reivindicante. 
c) Indenização pelas benfeitorias e Direito de Retenção 
São melhorias em casa já existente. 
Art. 96/CC: As benfeitorias podem ser 
voluptuárias, úteis ou necessárias. 
§ 1º São voluptuárias as de mero deleite ou 
recreio, que não aumentam o uso habitualdo bem, ainda que o tornem mais agradável 
ou sejam de elevado valor. 
§ 2º São úteis as que aumentam ou 
facilitam o uso do bem. 
§ 3º São necessárias as que têm por fim 
conservar o bem ou evitar que se deteriore. 
 
Benfeitorias ≠ Pertenças e Acessão 
 
Pertenças Acessão 
Bens acessórios que não aderem à coisa Construção/plantação 
 
Art. 1.219/CC: o possuidor de boa-fé 
tem direito a indenização por 
benfeitorias necessárias e úteis, em 
relação às voluptuárias, tem direito a 
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levantá-las caso não acarrete dano à 
coisa. 
 Direito de Retenção 
 É exclusivo do possuidor de boa-fé. O possuidor tem a faculdade de reter o bem 
enquanto ele aguarda a indenização de benfeitorias necessárias e úteis. 
 Ações Possessórias na Técnica do Novo CPC 
 
1. Fungibilidade das Ações Possessórias 
Art. 554/NCPC: A propositura de uma 
ação possessória em vez de outra não 
obstará a que o juiz conheça do pedido e 
outorgue a proteção legal correspondente 
àquela cujos pressupostos estejam 
provados. 
§ 1º No caso de ação possessória em que 
figure no polo passivo grande número de 
pessoas, serão feitas a citação pessoal dos 
ocupantes que forem encontrados no local 
e a citação por edital dos demais, 
determinando-se, ainda, a intimação do 
Ministério Público e, se envolver pessoas 
em situação de hipossuficiência econômica, 
da Defensoria Pública. 
§ 2º Para fim da citação pessoal prevista no 
§ 1º, o oficial de justiça procurará os 
ocupantes no local por uma vez, citando-se 
por edital os que não forem encontrados. 
§ 3º O juiz deverá determinar que se dê 
ampla publicidade da existência da ação 
prevista no § 1º e dos respectivos prazos 
processuais, podendo, para tanto, valer-se 
de anúncios em jornal ou rádio locais, da 
publicação de cartazes na região do conflito 
e de outros meios. 
 “O art. 554, caput, preserva a ‘fungibilidade’ entre as ‘ações possessórias’. Os três 
novos parágrafos estabelecem regras a serem observadas na citação ‘no caso de ação 
possessória em que figure no polo passivo grande número de pessoas’, sem prejuízo da 
oitiva do Ministério Público e, se for o caso, da Defensoria Pública.”. (Bueno, Cassio 
Scarpinella – Novo Código de Processo Civil anotado/Cassio Scarpinella Bueno. São 
Paulo: Saraiva, 2015. p. 377). 
 
 13 
 
2. Legitimidade das Partes 
2.1. Legitimidade Ativa 
Art. 560/NCPC: O possuidor tem direito a 
ser mantido na posse em caso de turbação e 
reintegrado em caso de esbulho. 
 
2.2. Legitimidade Passiva 
Art. 1.212/CC: O possuidor pode intentar a 
ação de esbulho, ou a de indenização, 
contra o terceiro, que recebeu a coisa 
esbulhada sabendo que o era. 
 
 
3. Provas 
Art. 561/NCPC: Incumbe ao autor 
provar: 
I – a sua posse; 
II – a turbação ou o esbulho praticado pelo 
réu; 
III – a data da turbação ou do esbulho; 
IV – a continuação da posse, embora 
turbada, na ação de manutenção, ou a 
perda da posse, na ação de reintegração. 
Art. 560/NCPC: O possuidor tem direito a 
ser mantido na posse em caso de turbação e 
reintegrado em caso de esbulho. 
 
4. Procedimentos 
4.1. Ação de Força Nova – Liminar 
Menos de 1 ano e 1 dia. 
 
4.2. Ação de Força Velha – Procedimento Comum 
Mais de 1 ano e 1 dia. 
 
4.3. Conversão de Ação Possessória em Ação Indenizatória 
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Art. 555/NCPC: É lícito ao autor cumular 
ao pedido possessório o de: 
I – condenação em perdas e danos; 
II – indenização dos frutos. 
Parágrafo único. Pode o autor requerer, 
ainda, imposição de medida necessária e 
adequada para: 
I – evitar nova turbação ou esbulho; 
II – cumprir-se a tutela provisória ou final. 
 
4.4. Contestação 
Art. 556/NCPC: É lícito ao réu, na 
contestação, alegando que foi o ofendido 
em sua posse, demandar a proteção 
possessória e a indenização pelos 
prejuízos resultantes da turbação ou do 
esbulho cometido pelo autor. 
 Não existe reconvenção nas Ações Possessórias, deve ser postulada na 
contestação a proteção possessória (tem caráter dúplice). Porém, se o réu não solicitar 
em contestação, não será considerado, tendo em vista que a ação não tem caráter 
dúplice por natureza. 
4.5. Ação Petitória 
Art. 557/NCPC: Na pendência de ação 
possessória é vedado, tanto ao autor 
quanto ao réu, propor ação de 
reconhecimento do domínio, exceto se a 
pretensão for deduzida em face de terceira 
pessoa. 
Parágrafo único. Não obsta à 
manutenção ou à reintegração de posse 
a alegação de propriedade ou de outro 
direito sobre a coisa. (exceptio 
proprietatis) 
 Exceptio Proprietatis 
Art. 1210, §2º/CC: O possuidor tem direito 
a ser mantido na posse em caso de 
turbação, restituído no de esbulho, e 
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segurado de violência iminente, se tiver 
justo receio de ser molestado. 
§ 2º Não obsta à manutenção ou 
reintegração na posse a alegação de 
propriedade, ou de outro direito sobre a 
coisa. 
Art. 557, §ú/NCPC: Não obsta à 
manutenção ou à reintegração de posse a 
alegação de propriedade ou de outro 
direito sobre a coisa. (exceptio proprietatis) 
 
 Direitos Reais: relação jurídica em que o titular do Direito 
Real pode retirar da coisa as suas utilidades. É a utilidade 
que a coisa produz. 
 
 Classificação dos Direitos Reais 
1- Direito Real sobre a coisa própria – “Ius in re propria” 
Ex.: Direito Real de Propriedade. 
2- Direito Real sobre coisa alheia – “Ius in re aliena” 
2.1- Gozo/Fruição 
O titular tem o objetivo de gozar da coisa alheia. 
Ex.: superfície, servidões, usufruto, uso e habitação. 
2.2- À aquisição 
Direito de adquirir coisa alheia. 
“Direito do promitente comprador do imóvel” 
2.3- De garantia 
Penhor, hipoteca e anticrese. 
 
 Características dos Direitos Reais 
1- Limitado 
Tem tipificação em lei. 
 O Art. 1.225/CC é um rol exemplificativo, nele constam os 
direitos reais mais importantes nas tem outros previstos em leis 
esparsas. 
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 Na alienação, se transmite a propriedade para garantir a 
obrigação sem que perca a posse e se resolve no momento da 
quitação. 
Ex.: Lei da Alienação Fiduciária de Bens imóveis – 9154/97 
2- Adere à coisa 
Pode ser transmitido, mas continuará. 
3- “Ius Persequendi” 
Direito de sequela devido a oponibilidade erga omnes. 
4- Provido de Ações Reais/Ações Reipersecutórias 
Solicitar certidão reipersecutória. 
5- Oponibilidade “erga omnes” 
Toda a coletividade deve respeitar. 
6- Estabelece preferência “ius praeferendi” 
Para o credor com garantia real 
 Art. 961/CC: O crédito real prefere ao 
pessoal de qualquer espécie; o crédito 
pessoal privilegiado, ao simples; e o 
privilégio especial, ao geral. 
 
! Exceção: Art. 102/CC – Lei de Falências 
 
 Figuras Híbridas 
 São aquelas obrigações que se situam entre direito obrigacional e 
direito real. 
1- Obrigação “propter rem” “ob rem” “in rem” “ambulatória” 
É a obrigação própria da coisa, quem se obriga a pagar é o sujeito. 
 Art. 1.277/CC: O proprietário ou 
o possuidor de um prédio tem o direito 
de fazer cessar as interferências 
prejudiciais à segurança, ao sossego e à 
saúde dos que o habitam, provocadas 
pela utilização de propriedade vizinha. 
 Parágrafo único. Proíbem-se as 
interferências considerando-se a 
natureza da utilização, a localização do 
prédio, atendidas as normas que 
distribuem as edificações em zonas, e os 
limites ordinários de tolerância dos 
moradores da vizinhança. 
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2- Ônus Reais 
Hipoteca, Penhor. Obriga a coisa. 
 
3- Obrigação com Eficácia Real 
Na obrigação com eficácia real, sem perder seu caráter de direito a 
uma prestação, há a possibilidade de oponibilidade a terceiros, quando 
houver anotação preventiva no registro imobiliário, como, porexemplo, nos casos de locação e compromisso de venda, de acordo com 
o que estabelece o art. 8º da Lei 8.245/91. 
Art. 8º: Se o imóvel for alienado 
durante a locação, o adquirente poderá 
denunciar o contrato, com o prazo de 
noventa dias para a desocupação, salvo 
se a locação for por tempo determinado 
e o contrato contiver cláusula de 
vigência em caso de alienação e estiver 
averbado junto à matrícula do imóvel. 
 §1º Idêntico direito terá o 
promissário comprador e o promissário 
cessionário, em caráter irrevogável, 
com imissão na posse do imóvel e título 
registrado junto à matrícula do mesmo. 
 §2º A denúncia deverá ser 
exercitada no prazo de noventa dias 
contados do registro da venda ou do 
compromisso, presumindo - se, após 
esse prazo, a concordância na 
manutenção da locação. 
Direito Obrigacional Direito Real 
↓ ↓ 
Direito Relativo Direito Absoluto 
↓ ↓ 
Efeito interpartes 
(Sujeito Ativo e Sujeito Passivo) 
Efeito Erga Omnes 
 
 
 
 
 
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 Propriedade 
 Art. 1.228/CC – (poderes inerentes ao proprietário.) 
Art. 1.228: O proprietário tem a 
faculdade de usar, gozar e dispor da 
coisa, e o direito de reavê-la do poder 
de quem quer que injustamente a 
possua ou detenha. 
 Uso – “jus utendi” 
O uso é a faculdade que o proprietário tem de servir-se da coisa sem 
alterar a substância. Ex.: locação 
 Gozo – “jus fruendi” 
Servir-se da coisa e pode alterar a substância. Ex.: locação. 
 Disposição – “jus abutendi” 
 Pode dispor da coisa dentro dos limites legais, há a ideia de venda, 
permuta, doação, troca. “faço o que quiser dentro dos limites legais” 
 * Reivindicação – “rei vindicatio”* 
Direito de reaver, retomar a coisa em razão do direito de sequela – “ius 
persequendi”. É o poder mais importante do direito de propriedade. 
 ! Se todos os poderes estiverem nas mãos de uma pessoa, caracteriza-se a 
propriedade plena, porém, se faltar algum poder, a propriedade é limitada (ex.: 
contrato de locação). 
 Características do Direito de Propriedade 
Art. 1.231/CC: A propriedade 
presume-se plena e exclusiva, até 
prova em contrário. 
1- Plena: o proprietário tem os quatro requisitos. Pode se dar em situações de 
condomínio. (é diferente de propriedade limitada). 
2- Exclusiva: não anula a ideia de condomínio. Se existem duas pessoas 
proprietárias (condomínio), a posse é exclusiva dessas pessoas. 
3- Direito Perpétuo/Irrevogável: a propriedade permanece se o proprietário 
vem a falecer e a propriedade passará aos herdeiros e não se perde a 
propriedade pelo não uso – Ex.: casa de praia que é utilizada somente para 
veraneio. 
 
 19 
 Espécies 
1- Resolúvel: se extingue com a quitação da obrigação, quem está adquirindo se 
torna proprietário – Ex.: propriedade fiduciária. 
2- Restrita/Limitada: o sujeito utiliza o bem para locação por exemplo. 
3- Plena: o proprietário tem os quatro elementos em suas mãos. 
 
 Meios de Defesa da Propriedade – Ações Petitórias 
1- Ação Reivindicatória* (ataque) 
O proprietário ajuíza a ação devido à dificuldade de comprovar a propriedade 
e busca retomar o bem em detrimento à privação do exercício do direito de 
propriedade (esbulho). Há possibilidade de o réu alegar exceção da usucapião. 
 Pressupostos: 
a- Titularidade o bem deve estar registrado, e não se comprovará por meio 
de formal de partilha, nem por sentença. 
b- Individuação da coisa o bem deve estar individualizado na matrícula. 
c- Posse Injusta do Réu é diferente da posse injusta do direito de posse 
porque não há vícios (clandestinidade, violência e precariedade). 
Art. 1.228: O proprietário tem a 
faculdade de usar, gozar e dispor da 
coisa, e o direito de reavê-la do poder 
de quem quer que injustamente a 
possua ou detenha. 
 
2- Ação Negatória (defesa) 
Defensiva da integridade da propriedade, quando está em situação que limita 
aos poderes de propriedade. Visa negar a servidão. (turbação) 
Não há previsão legal para este tipo de ação. 
3- Ação de Imissão na Posse 
Ex.: compra de imóvel em leilão – basta o contrato para ingressar com a ação. 
É o proprietário que deve ajuizar ação, o réu só pode discutir a validade do 
titulo/contrato, não pode ser falado em usucapião. A defesa do réu é bem mais 
restrita que na ação reivindicatória, onde existe a possibilidade de alegar 
exceção da usucapião. 
 
 
 20 
 Descoberta 
Art. 1.223 – 1.237/CC 
 A descoberta é a restituição da coisa para o dono. “Achado não é roubado” não 
existe - Art. 1.237/CC. 
 Recompensa – o descobridor tem direito a recompensa, de no mínimo, 5% do 
valor da coisa. Art. 1.234, caput/CC. 
 Modos de aquisição da propriedade 
Modo Originário Modo Derivado 
 Não tem transmissão do domínio, 
não há relação negocial, não existe 
relação entre o antigo e o atual 
proprietário. 
 Há transmissão do domínio, há 
relação negocial, existe relação 
entre o antigo e o atual 
proprietário. 
Ex.: usucapião, acessão. 
Ex.: registro de título, sucessão “mortis 
causa”. 
 
 Aquisição de Modo Derivado – Propriedade Imóvel (Bem de Raiz) 
1- Direito Hereditário 
Fundamento: 
Art. 1.784/CC: Aberta a sucessão, a 
herança transmite-se, desde logo, aos 
herdeiros legítimos e testamentários. 
(Princípio Saisine). 
 Obs.: a formal de partilha deve estar registrada para comprovar a propriedade. 
2- Registro do Título 
Fundamento 
Art. 1.245/CC: Transfere-se entre vivos 
a propriedade mediante o registro do 
título translativo no Registro de 
Imóveis. 
 ↑Título translativo é aquele que está apto à transmissão do domínio (bens 
imóveis). ↑ 
Para bens móveis, basta a tradição. ↓ 
Fundamento: 
Art. 1.267/CC: A propriedade das 
 21 
coisas não se transfere pelos negócios 
jurídicos antes da tradição. 
Parágrafo único. Subentende-se a 
tradição quando o transmitente 
continua a possuir pelo constituto 
possessório; quando cede ao adquirente 
o direito à restituição da coisa, que se 
encontra em poder de terceiro; ou 
quando o adquirente já está na posse da 
coisa, por ocasião do negócio jurídico. 
 
 Formalidades: 
Art. 108/CC: Não dispondo a lei em 
contrário, a escritura pública é essencial 
à validade dos negócios jurídicos que 
visem à constituição, transferência, 
modificação ou renúncia de direitos 
reais sobre imóveis de valor superior a 
trinta vezes o maior salário mínimo 
vigente no País. 
2.1- Características do Registro 
1- Vinculação do conteúdo do titulo com o registro 
 Se anular um título, o registro também será anulado. 
2- Relatividade da presunção de propriedade 
 Admite prova em contrário – “iuris tantum”. 
 Se há registro de um titulo em meu nome, presume-se que eu sou a 
proprietária – a presunção é relativa. 
Art. 1245, §2º/CC: Enquanto não se 
promover, por meio de ação própria, a 
decretação de invalidade do registro, e 
o respectivo cancelamento, o 
adquirente continua a ser havido como 
dono do imóvel. 
 
2.2- Atributos do Registro 
1- Constitutividade 
 Constitui o direito de propriedade com efeito ex nunc. 
Art. 1.245, §1º/CC: Enquanto não se 
registrar o título translativo, o 
alienante continua a ser havido como 
dono do imóvel. 
 22 
 
2- Prioridade 
 Prenotação → qualificação registral→ nota de devolução→ registro 
Entre a prenotação e o registro, não importa o tempo que passou (ex tunc). 
 
3- Especificidade 
 No registro precisa haver uma descrição precisa do bem. 
Art. 225/LRP 
 
2.3- Princípios do Registro 
1- Princípio da Publicidade 
Art. 17/LRP 
 O registro confere a publicidade das transações imobiliárias. Além de dar 
publicidade, o registro constitui. 
 
2- Princípio da Força ProbanteArt. 1.245/CC – “Fé Pública” 
 Presunção relativa de probidade, veracidade. Tudo o que contém no 
registro é verdadeiro. 
 
3- Princípio da Territorialidade 
Art. 169/LRP 
 O registro deve ser realizado onde o imóvel se localiza. 
- Escritura Pública: é a forma pela qual se formaliza a compra e venda. Se o 
imóvel custa mais de 30 salários mínimos deve ser feita a escritura pública, 
imóvel que custa menos de 30 salários, basta o contrato particular. 
 
4- Princípio da Continuidade 
Art. 212/LRP e Art. 1.247/CC 
 Deve ser transferida na cadeia imobiliária e é possível a retificação do 
registro. 
 
 
 23 
2.4- Conceitos Registrais 
1- Matrícula 
 Contém todo o histórico do bem: alienação, constrição, transformação. 
 
2- Registro 
 Quando há um ato de disposição de propriedade ou constituição de direito 
real. 
3- Averbação 
 Informação secundária que não modifica/altera a existência do registro. 
 
 Usucapião 
 É uma forma de aquisição da propriedade de modo originário de bens 
imóveis. 
 Modo Originário: Quando não existe relação jurídica com o 
anterior e com o atual possuidor. “apreensão da coisa” 
RES DERELICTA “coisa abandonada” 
RES NULLIUS “coisa sem dono” – ocupação// o bem precisa 
estar abandonado. 
 
 Prescrição aquisitiva 
Art. 1.244/CC 
 Deve ter tempo, perdendo certa pretensão com prescrição extintiva. 
! Art. 198/CC – não há prescrição contra absolutamente incapaz. A favor de 
menor incapaz ocorre a prescrição. 
1- Espécies da Usucapião 
a. Usucapião Extraordinária 
Art. 1.238/CC – 15 anos 
 Quanto maior o prazo, menos requisitos. 
 Quanto menor o prazo, mais requisitos. 
 Art. 1.238 §ú/CC – 10 anos 
 
 
 24 
Requisitos: 
 Cumprimento da função social 
 Posse pro labore 
 É indispensável justo título e boa fé 
 
b. Usucapião Ordinária 
Art. 1.242/CC – 10 anos 
Requisitos: 
 
 Justo título e boa fé 
 Justo título é o instrumento que conduz um possuidor a iludir-se 
por acreditar que ele lhe outorga a condição de proprietário. 
Trata-se de um título que, em tese, apresenta-se como 
instrumento formalmente idôneo a transferir a propriedade, 
malgrado apresente algum defeito que impeça a sua aquisição. Em 
outras palavras, é o ato translativo inapto a transferir a 
propriedade por padecer de um vício de natureza formal ou 
substancial. (fonte: http://www.cartaforense.com.br/conteudo/artigos/o-significado-
do-justo-titulo/13953) 
 
Art.1242 § ú/CC – 5 anos 
 b.1- Usucapião Tabular: se dá quando estamos diante de um 
contrato. Pode ser anulado e haverá cancelamento do título em casos de 
problema de registro. 
 
c. Usucapião Especial 
c.1- Usucapião Urbana 
Art. 183/CF e Art. 1.240/CC – 5 anos 
Requisitos: 
 Prazo de 5 anos 
 Até 250 m² - terreno e construção (não é a soma do terreno e da 
construção) 
 Necessidade de moradia – “pessoa jurídica pode? Não, porque 
pessoa jurídica não mora, se estabelece” 
 Não pode ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural 
 25 
 Não é possível falar em acessio possessionis e sucessio possessionis 
porque tem requisitos personalíssimos. 
 Acessio Possessionis: Ocorre a titulo singular nos 
casos de legatário e testamentário, onde os bens a 
receber já estão definidos. 
Pode ocorrer também em sucessão intervivos 
através de doação ou compra e venda. Há 
faculdade de unir a posse atual com a posse do 
antecessor, a posse nova sempre será de boa-fé se 
não unir. 
 ! A usucapião se transmite aos herdeiros, se 
torna proprietário se comprovar os requisitos. 
 Sucessio Possessionis: Ocorre a titulo universal, 
com relação a todos os bens do de cujus. SEMPRE 
continuará de direito (compulsoriamente), para 
não continuar a posse, só renunciando a herança. 
A posse se transmite aos herdeiros. 
 Posse contínua 
 Posse mansa e pacífica 
 Dispensa o justo título e a boa fé, por isso, pode haver invasão 
 Posse ad usucapionem 
 Permite a propriedade em razão da usucapião. É a 
única posse que segue a teoria subjetiva de 
Savigny: Corpus + Animus Domini e que precisa 
comprovar a conduta de dono. 
 
c.1.1 – Usucapião Urbana Individual 
Lei nº 10.257/2001 – Art. 9º e Art. 1.240/CCB 
 Área urbana/edificação urbana = direito real de superfície. 
 
c.1.2 – Usucapião Urbana Coletiva 
Lei nº 10.257/2001 – Art. 10 
 26 
 O objetivo é para que haja regularização fundiária. Ocorre em 
grandes aglomerados dentro da cidade (favelas). Deve ser em terras 
particulares porque não há possibilidade da usucapião em terras que 
sejam do estado, por exemplo. 
c.2- Usucapião Rural 
Art. 191/CFRB e Art. 1.239/CCB 
Requisitos: 
 Prazo de 5 anos 
 Até 50 hectares de extensão 
 Posse contínua 
 Posse mansa/pacífica 
 Usada para moradia E pro labore 
 Tem função social, posse qualificada e gera benefícios. 
 Pro labore: Tem função social, posse qualificada e gera 
benefícios. 
 Não pode ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural 
 Dispensa justo título e boa-fé 
 Não admite acessio possessionis e sucessio possessionis 
c.3- Usucapião Familiar 
! não existe em área rural 
Art. 1.240-A/CCB e Lei nº 12.424/2011 
Requisitos: 
 2 anos – deve ser comprovado abandono do lar do seu cônjuge ou 
de seu companheiro; 
 Deve ser coproprietário (não pode ser apenas possuidor)– almeja 
os outros 50% da propriedade; 
 Não pode ser proprietário de outro imóvel urbano ou rural; 
 Usada para moradia; 
 27 
 Área urbana de até 250m²; 
 Não admite acessio possessionis e sucessio possessionis; 
 
Art. 1.240-A, §ú/CCB 
 Pode postular a usucapião familiar apenas uma vez na vida 
 
Pressupostos Gerais da Usucapião 
1 – Coisa hábil ou suscetível de ser usucapida – imóveis particulares Art. 102/CCB e 
Art. 191 §ú/CFRB; 
2 – Posse “ad usucapionem”; 
3 – Posse contínua ou ininterrupta – a interrupção acarreta na recontagem da posse; 
4 – Posse sem oposição do proprietário – mansa e pacífica; 
5 – Tempo; 
6 – Justo Título e Boa-Fé (somente para a Usucapião Ordinária). 
 
 Pelo NCPC não há mais ação declaratória de usucapião. O art. 1071/CCB incluiu o 
art. 216-A na LRP – Lei nº 6015/73. A ata notarial dá a certeza de que aquilo que está no 
documento é verdadeiro. 
Art. 1.071/CCB - Dependem da 
deliberação dos sócios, além de outras 
matérias indicadas na lei ou no 
contrato: 
I - a aprovação das contas da 
administração; 
II - a designação dos administradores, 
quando feita em ato separado; 
II - a designação dos administradores, 
quando feita em ato separado; 
III - a destituição dos administradores; 
IV - o modo de sua remuneração, 
quando não estabelecido no contrato; 
V - a modificação do contrato social; 
VI - a incorporação, a fusão e a 
dissolução da sociedade, ou a cessação 
do estado de liquidação; 
VII - a nomeação e destituição dos 
liquidantes e o julgamento das suas 
contas; 
VIII - o pedido de concordata. 
 28 
 Acessão 
 É uma forma de aquisição de modo originário de bem imóvel. 
! O acessório segue o principal. 
Requisitos: 
1- Conjunção de duas coisas até então separadas; 
2- Caráter acessório de uma das coisas em relação a outra. 
Tipos de Acessão 
a) Natural 
 Formação de ilhas - Art. 1.249/CCB 
Cada um tem uma parte da proporção da ilha. 
 Acessão por aluvião – Art. 1.250/CCB 
Ocorre devagar. É o desprendimento de terras que ocorre por 
força da natureza e do tempo, não tem direito a indenização 
somente se ocorrer por trabalho humano. 
*Aluvião Imprópria – CCB/16 – quando o rio baixa e i leito 
desce acrescentando terras do outro lado: NÃOHÁ COMO 
ADQUIRIR A PROPRIEDADE – CCB/2002 – hoje tem como 
adquirir a propriedade, porém é interpretativa, não tem 
previsão legal. 
 
 Avulsão – Art. 1.251/CCB 
Desprendimento da propriedade do “a” para a propriedade 
do “b”. Há indenização por prazo decadencial de 1 ano. 
 
 Abandono de álvio – Art. 1.252/CCB 
Quando é verificado uma mudança no curso do rio, há 
possibilidade de indenização. As terras são descobertas por 
força da natureza. 
 
 29 
b) Física 
 Construções ou plantações – Art. 1.254 a Art. 1.257/CCB 
Presunção de que o dono da construção é o dono do 
principal. 
 Invasão do solo alheio por construção 
Art. 1.258 ao Art. 1.259/CCB 
 O construtor de boa-fé indeniza o valor da área perdida e a desvalorização da 
área remanescente. Já o construtor de má-fé se não puder destruir, terá de indenizar o 
valor da área perdida e a desvalorização da área remanescente, multiplicando por 10 o 
valor da perda do solo alheio (Art. 1.258/CCB). 
 Usucapião de bem móvel 
Art. 1.260/CCB – usucapião ordinária 
 Prazo: 3 anos 
 Requisitos: justo título e boa-fé 
Art. 1.261/CCB – usucapião extraordinária 
 Prazo: 5 anos 
 Dispensa o justo título e a boa-fé – moto e carro podem ser usucapidos 
Art. 1.262/CCB – possibilita o acessio e o sucessio 
Art. 1.263/CCB – ocupação 
 Utiliza o bem que não tem dono 
 “RES NULLIUS” – coisa sem dono 
 “RES DERELICTA” – coisa abandonada 
Art. 1.264/CCB 
Perda de propriedade

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