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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL PRÓ-REITORIA ACADÊMICA CURSO DE MATEMÁTICA LICENCIATURA ESTÁGIO EM MATEMÁTICA III EJA - ENSINO FUNDAMENTAL RELATÓRIO LUIZ DANIEL AYMAY ROLIN Canoas, 10 de julho de 2017 2 UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL PRÓ-REITORIA ACADÊMICA CURSO DE MATEMÁTICA LICENCIATURA RELATÓRIO ESTÁGIO EM MATEMÁTICA III ENSINO FUNDAMENTAL LUIZ DANIEL AYMAY ROLIN Profª. Drª Tania Elisa Seibert Canoas, 10 de julho de 2017 3 Dedico este trabalho, primeiramente, a Deus, pois é através dele que buscamos forças para enfrentar os desafios da vida. Dedico, também, aos meus colegas de estudo e, especialmente, à minha esposa e filhos, pois eles são a minha razão de viver. 4 Agradeço à professora Maria José, que em 1987 me ensinou a ler e escrever, me fazendo dar os primeiros passos no caminho do saber. Aos demais professores que fizeram parte da minha trajetória estudantil, em especial, aos professores da ULBRA. Aos meus colegas da Faculdade, especialmente às Gêmeas Danielle e Greyce Rodrigues, e ao meu grande amigo Walter Luís Martins. Vocês foram essenciais na minha formação. Faço aqui também um agradecimento especial para a colega de trabalho Paula Dias, que se dispôs a ler este relatório e sugeriu inúmeras dicas. Você é nota 10! E, para finalizar, agradeço à minha esposa Elisandra e aos meus filhos Davi e Gabriel, que embora não tivessem conhecimento disto, iluminaram de maneira especial os meus pensamentos, me levando а buscar mais conhecimentos. 5 “Na vida, podemos enxergar três verdades máximas: Deus, a morte e a matemática.” (Luciano Pontes) 6 SUMÁRIO INTRODUÇÃO................................................................................................................. 1 COMPETÊNCIAS E HABILIDADES........................................................................ 2 MATEMÁTICA E OS TEMAS TRANSVERSAIS.................................................... 2.1 TEMAS TRANSVERSAIS.......................................................................................... 3 MATEMÁTICA E A CULTURA AFRO-BRASILEIRA E ÍNDIGENA................. 4 ESTÁGIO EM MATEMÁTICA III............................................................................. 4.1 CARACTERÍSTICAS DA COMUNIDADE ESCOLAR............................................ 4.2 CARACTERÍSTICAS DA ESCOLA........................................................................... 4.3 CARACTERÍSTICAS DA TURMA DE ESTÁGIO................................................... 4.4 ENTREVISTAS........................................................................................................... 4.4.1 Entrevista com o Supervisor Escolar..................................................................... 4.4.2 Entrevista com o Orientador Educacional............................................................ 4.4.3 Entrevista com o Professor Titular........................................................................ 4.5 PLANO DE UNIDADE............................................................................................... 4.6 PLANOS DE AULA.................................................................................................... 4.7 CONSIDERAÇÕES SOBRE O ESTÁGIO................................................................. 5 MICROENSINO............................................................................................................ 5.1 ÁBACO......................................................................................................................... 5.2 FRAÇÕES..................................................................................................................... 5.3 GEOMETRIA............................................................................................................... CONCLUSÃO................................................................................................................... REFERÊNCIAS ............................................................................................................... ANEXOS............................................................................................................................ 7 9 12 13 14 18 18 19 19 19 20 23 24 26 26 44 45 45 47 48 50 51 53 7 INTRODUÇÃO O estágio de licenciatura é uma exigência da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional1 (LDB), n° 9394/96 que garante a capacitação profissional, pois solidifica a formação básica e propicia o conhecimento dos fundamentos científicos e sociais associadas às teorias e práticas de ensino. O cumprimento de sua respectiva carga horária é um requisito exigido para a conclusão do curso. O presente trabalho tem por objetivo relatar as atividades desenvolvidas durante o Estágio em Matemática III – ULBRA. Neste documento relato o trajeto do meu estágio, que ocorreu entre o período de 14 de março a 12 de maio de 2017, na Escola Estadual de Ensino Fundamental Rafael Pinto Bandeira, nas turmas 5A e 5B da Educação de Jovens e Adultos (EJA), situada na Cidade de Porto Alegre, estado do Rio Grande do Sul. Em sala de aula constantemente ouvimos de um ou de outro aluno, que “a Matemática é uma matéria muito difícil”; “não entendo isso”; “onde vou utilizar isso” além de outras afirmações. O professor deve buscar a cada dia uma forma de mudar estas concepções, sendo preciso fazer com que os alunos vislumbrem a magia que existe por trás desta ciência. Ela é o fruto do trabalho humano e, como tal, está sujeita a erros e acertos. É preciso reconhecer também que ela evolui e que está presente em tudo o que existe e que é uma matéria divina. A educação é responsável pela transformação e desenvolvimento social, por isso é necessário que o futuro docente tenha a consciência e a vontade de se entregar de corpo e alma à profissão. E, neste contexto, o profissional precisa ter sede de ensinar. Conforme Cury (2003, p.55), “Educar é acreditar na vida, mesmo que derramemos lagrimas. Educar é ter esperança no futuro, mesmo que os jovens nos decepcionem no presente. Educar é semear com sabedoria e colher com paciência. Educar é ser um garimpeiro que procura os tesouros do coração”. O primeiro capitulo do presente documento versa sobre Competências e Habilidades, onde me desafiei a descrever o profissional que a escola precisa neste século. Depois, abordo a Matemática e os Temas Transversais, usando como base para este segundo capitulo os documentos do Ministério da Educação. No terceiro capítulo deste relatório, escrevo sobre a Matemática e Cultura Afro- brasileira e Indígena, fazendo referência às leis que dão base a este direito escolar. O quarto capítulo é destinado ao meu estágio, onde detalho a escola, os alunos, as entrevistas com os 1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9394.htm 8 profissionais da escolae apresento o material e o conteúdo que ministrei durante o estágio. Para finalizar, apresento ponderações sobre o microensino que fiz com o apoio da Colega Adones de Souza. 9 1 COMPETÊNCIAS E HABILIDADES Tecnologia: a palavra que define os tempos atuais. O mundo vive uma revolução e a comunicação faz parte da principal mudança. A evolução é constante e irreversível e neste âmbito representa diferentes concepções de tempo e espaço e possibilitam ao professor desenvolver novas práticas pedagógicas. É indispensável que os professores do século XXI, em primeiro lugar, adquiram fluência tecnológica – vinculada, primeiramente, à reflexão e ao uso de ferramentas digitais para comunicação e interação. A falta de fluência tecnológica cria uma lacuna entre educadores preparados para utilizar mídias digitais, em aulas presenciais e em cursos online, e aqueles que não estão habilitados para fazer uso delas. Para Gilberto Teixeira2, professor da USP, os professores precisam adquirir novas competências e habilidades para que os alunos possam aprender a conhecer, aprender a fazer, aprender a viver juntos e aprender a ser. O papel fundamental da educação no desenvolvimento das pessoas e das sociedades amplia-se ainda mais no despertar do novo milênio e aponta para a necessidade de se construir uma escola voltada para a formação de cidadãos. Vivemos numa era marcada pela competição e pela excelência, onde progressos científicos e avanços tecnológicos definem exigências novas para os jovens que ingressarão no mundo de trabalho. Tal demanda impõe uma revisão dos currículos, que orientam o trabalho cotidianamente realizado pelos professores e especialistas em educação do nosso país. (Brasil, 1998)3 O professor é um mediador do saber e precisa utilizar o que alguns estudiosos chamam de “transferência de conhecimento”. Isso significa que não basta os alunos aprenderem os conceitos, eles precisam conseguir utilizar o que aprendem nas suas vidas. Essa habilidade de transferir o que se sabe, seja em circunstâncias da vida real, seja dividindo conhecimento com outras pessoas, precisa fazer parte da rotina escolar. O maior desafio da educação e do professor na contemporaneidade é, mais do que nunca, articular as experiências e conhecimentos prévios dos alunos e propiciar o desenvolvimento da autonomia discente de forma a constituir uma inteligência coletiva. Para Lévy4 o uso do 2 http://revistapontocom.org.br/artigos/quem-e-o-professor-do-seculo-xxi 3 http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/matematica.pdf 4 http://www.fronteiras.com/conferencistas/pierre-levy 10 computador, em especial da internet, é a forma mais ampla e adequada para a democratização do conhecimento humano. Para ele a cibercultura coloca o ser humano diante de um mar de conhecimento, onde é preciso escolher, selecionar e filtrar as informações, organizá-las em grupos e comunidades onde seja possível trocar ideias, compartilhar interesses e criar um inteligência coletiva. Diante deste contexto, vemos a importância do profissional em educação possuir a competência definida como fluência tecnológica. O dicionário Webster (1981, p. 63) define competência, na língua inglesa, como: “qualidade ou estado de ser funcionalmente adequado ou ter suficiente conhecimento, julgamento, habilidades ou força para uma determinada tarefa”. Esta definição, bastante genérica, menciona dois pontos principais ligados à competência: conhecimento e tarefa. O dicionário de língua portuguesa Aurélio enfatiza, em sua definição, aspectos semelhantes: capacidade para resolver qualquer assunto, aptidão, idoneidade, e introduz outro: capacidade legal para julgar pleito. Na definição de competência de Perrenoud (1997), um dos grandes inspiradores dos criadores do ENEM, observa-se esta distinção, embora o autor não utilize a mesma nomenclatura e nem se baseie nas referências aqui apresentadas. Ele considera que os dois aspectos da competência são: o conhecimento e a capacidade de mobilização do conhecimento. Competência significa, simultaneamente, a erudição e a capacidade de mobilização do conhecimento frente a uma situação problema. Segundo Perrenoud um especialista é competente porque simultaneamente: (a) domina, com muita rapidez e segurança, as situações mais comuns, por ter à sua disposição esquemas complexos que podem entrar imediata e automaticamente em ação, sem vacilação ou reflexão real; (b) é capaz de, com um esforço razoável de reflexão, coordenar e diferenciar rapidamente seus esquemas de ação e seus conhecimentos para enfrentar situações inéditas (1997, p. 27). Já para o INEP5: Competência são as modalidades estruturais da inteligência, ou melhor ações e operações que utilizamos para estabelecer relações com e contra objetos, situações, fenômenos e pessoas que desejamos conhecer. As habilidades aperfeiçoar-se e articulam-se possibilitando nova reorganização das competências (1999, p. 9). 5 http://portal.inep.gov.br/documents/186968/484421/Exame+Nacional+do+Ensino+M%C3%A9dio+- +ENEM++documento+b%C3%A1sico/e2cf61a8-fd80-45b8-a36f-af6940e56113?version=1.1 11 O professor do século XXI deve estar preparado para entender as representações, deve propor desafios e estar apto a ser desafiado. Deve se manter informado, planejando novas avaliações, e precisa criar alternativas contra as distrações. Estas são só algumas das habilidades e competências que o docente da atualidade precisa ter. 12 2 MATEMÁTICA E OS TEMAS TRANSVERSAIS Ensinar matemática é um desafio para o professor, pois o ensino está passando por várias mudanças de caráter curricular e metodológico, haja vista a atual reforma do Ensino Médio6, que muda a estrutura do sistema atual e busca melhorar a educação no País com a proposta de flexibilizar a grade curricular. Este novo modelo visa permitir que o estudante escolha uma área de conhecimento para aprofundar seus estudos. Os objetivos e conteúdos dos Temas Transversais devem estar inseridos nas áreas já existentes e no trabalho educativo ministrado dentro da sala de aula. A transversalidade7 deve tratar os temas ligados a questões de Ética, da Pluralidade Cultural, do Meio Ambiente, da Saúde, da Orientação Sexual e do Trabalho e Consumo. Na matemática o professor deve utilizar os temas transversais contribuindo assim com a formação do cidadão. A busca de metodologias que enfatizem a construção de estratégias, a comprovação e justificativa de resultados, a criatividade, a iniciativa pessoal, o trabalho coletivo e a autonomia advinda da confiança na própria capacidade de enfrentar os desafios diários da complexa vida em sociedade são essenciais. Atualmente, estamos vivenciando um momento histórico na política brasileira e, neste ponto, existe a oportunidade, por exemplo, do professor trabalhar a importância dos valores éticos, buscando para si a responsabilidade de ensinar, educar e formar melhores cidadãos. Essa é a hora do professor resgatar a sua importância na sociedade, seguindo, é claro, as orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s)8. A partir de uma visão social, o professor poderá abordar os temas relacionados à segurança, saúde e orientação sexual, trabalhando gráficos estatísticossobre a violência, gravidez na adolescência, crescimento das doenças sexuais, entre outros. O professor deve apresentar aos alunos os dados sobre a saúde do cidadão, os principais índices da fome, subnutrição nacional e internacional, o número aproximado de brasileiros que vivem na linha da miséria, o investimento anual do Governo com a saúde e a educação. Esses são apenas alguns exemplos de como o docente deverá trabalhar a matemática inserida na transversalidade, demonstrando aos alunos que a matemática é instrumento de conhecimento e pesquisa. 6 http://portal.mec.gov.br/component/content/article?id=40361 7 http://www.educabrasil.com.br/transversalidade/ 8 http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/introducao.pdf 13 2.1 TEMAS TRANSVERSAIS Os temas transversais são constituídos pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN's) e compreendem seis áreas: Ética (Respeito Mútuo, Justiça, Diálogo, Solidariedade), Orientação Sexual (Corpo: Matriz da sexualidade, relações de gênero, prevenções das doenças sexualmente Transmissíveis), Meio Ambiente (Os ciclos da natureza, sociedade e meio ambiente, manejo e conservação ambiental), Saúde (autocuidado, vida coletiva) e Trabalho e Consumo (capacidades necessárias para atuar como cidadãos, nas relações de trabalho e consumo). No documento PCN da Matemática do MEC9 (p. 28), a proposta de trabalhar com questões de urgência social numa perspectiva de transversalidade aponta para o compromisso a ser partilhado pelos professores das áreas, uma vez que é o trabalho dado aos conteúdos de todas as áreas que possibilita ao aluno a compreensão de tais questões, o que inclui a aprendizagem de conceitos, procedimentos e o desenvolvimento de atitudes. 9 http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/matematica.pdf 14 3 MATEMÁTICA E A CULTURA AFRO-BRASILEIRA E ÍNDIGENA A LEI Nº 11.645, DE 10 MARÇO DE 200810 altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. Assim, o art. 26-A da Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar com a seguinte redação: “Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena”. Para nortear o cumprimento da legislação, o Conselho Nacional de Educação aprovou em 2004, e o MEC homologou, as Diretrizes Curriculares Nacionais11 (DCN's) para educação das relações étnico-raciais. Pelas diretrizes, o ensino deve ter três princípios: consciência política e histórica da diversidade; fortalecimento de identidades e de direitos; ações educativas de combate ao racismo e às discriminações. Os princípios se desdobram em diversas ações e posturas a serem tomadas pelos estabelecimentos de ensino. A legislação não especifica se os temas relativos à história e cultura afro-brasileiras, africanas e indígenas devem formar uma disciplina à parte. "Os conteúdos referentes à história e cultura afro-brasileira e dos povos indígenas brasileiros serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de educação artística e de literatura e história brasileiras", diz o parágrafo 2º da lei 11.645. Conforme o MEC12, com relação ao ensino da história e cultura indígena, a Coordenação Geral da Educação Escolar Indígena, ligada à Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD) do MEC, explica que a escolha sobre a forma de abordagem dos temas está atrelada à realidade de cada escola. "Depende do projeto pedagógico da escola. Se for um projeto multidisciplinar, a abordagem não será em disciplinas, mas por temas de estudo. Nos estudos da língua, por exemplo, pode-se discutir a literatura oral dos povos indígenas e mais recentemente a literatura também escrita. Nos estudos da sociedade, discutir as formas de organização social dos povos indígenas que diferem entre si e entre nossa 10 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11645.htm 11 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_docman&view=download&alias=13448-diretrizes- curiculares-nacionais-2013-pdf&Itemid=30192 12 http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/educacaoindigena.pdf 15 sociedade. Nos estudos de matemática, apresentar os diferentes sistemas de contagem dos povos indígenas e em que esses sistemas são empregados. Se o projeto for disciplinar, será melhor trabalhar por temática específica para aprofundar o conhecimento". Para o SECAD, a história e cultura afro-brasileiras, africanas e indígenas são componentes curriculares a serem incluídos em todas as disciplinas, especialmente naquelas destacadas pela legislação: educação artística, literatura e história. Um dos principais desafios do professor de matemática é abordar conteúdos mediante a ideia de inseri-los numa perspectiva que contemple a Cultura Africana, Afro-Brasileira e Indígena. O desafio dar-se-á por causa da dificuldade de se encontrar materiais que fundamentam essas abordagens e devido à especificidade de cada conteúdo. Para a cultura africana, podemos utilizar jogos para explorar os conceitos matemáticos de geometria (raio, diâmetro, círculo, circunferência...), frações, medidas, ângulos, e principalmente o desenvolvimento do raciocínio lógico. Entre os jogos que podem ser explorados, cito o SHISIMA. Figura 1: tabuleiro Shisima Fonte: Site Geledés13 Outro jogo de tabuleiro da cultura afro é o YOTÉ. Esse jogo é muito popular em toda a região oeste da África (particularmente no Senegal), e é considerado umas das melhores escolhas para introdução do educando à cultura africana e, ao mesmo tempo, convida-lo a 13 https://www.geledes.org.br/jogos-africanos-matematica-na-cultura-africana/#gs.RMdi76w 16 desenvolver seu raciocínio e sentido de observação. As regras do podem ser encontradas no Site Geledés14 Figura 2: tabuleiro jogo YOTÉ Fonte: Site Geledés Para a cultura indígena o professor deve buscar uma relação que envolva diretamente a natureza, até porque sabemos que a natureza é uma matemática viva. No Portal do Professor do MEC a professora Eguimara Selma Branco15 (Brasil, 2010) recomenda atividades que podem ser utilizadas no ensino da matemática na arte indígena. A proposta é trabalhar com os alunos a identificação dos elementos geométricos utilizados na arte indígena e aplicar conceitos de planificação, textura e cor a partir da arte indígena. A atividade é prevista para 3 aulas com duração de 50 minutos cada. A problematização consiste em solicitar aos alunos que tragam para a sala de aula diferentes tipos de artesanatos indígenas, tais como: balaios, cestas de diversos tamanhos, chocalhos, arco e flechas, chapéus, entre outros artigos da cultura. Figura 3: arte indígena Fonte: Portal do Professor do MEC 14 https://www.geledes.org.br/jogos-africanos-matematica-na-cultura-africana/#gs.RMdi76w 15 http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=22037 17 Com base neste material a professora sugere que a atividade 1 seja de observaçãoe manuseio dos artesanatos. Os alunos deverão ser organizados em grupos e cada grupo deverá receber um número de artesanatos. A partir daí o professor pede aos alunos que observem e manuseiem os diferentes tipos de artefatos destacando que cada um possui características próprias, não se repetindo em outros trabalhos. Após as observações e manuseios o professor deve passar para a etapa onde irá mostrar para os alunos a geometria existentes no artesanato, destacando, por exemplo: a) Os tipos de retas, paralelas, concorrentes e/ou perpendiculares. b) Identificar figuras que compõe o artesanato, tais como o quadrado, o triangulo, o retângulo, etc. c) Planificar a composição dos desenhos do artesanato. A criação de padrões, formas e cores repetidas regularmente é algo frequente no artesanato indígena. A professora também sugere mais atividades16 com base em elementos existentes na natureza, entre eles as formas dos animais. As culturas afro e indígenas são riquíssimas. Para um bom trabalho em sala de aula, é necessário que o professor busque os recursos, troque conhecimento com outros professores e principalmente que aposte em novas técnicas de ensino. 16 http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=26715 18 4 ESTÁGIO EM MATEMÁTICA III O Estágio em Matemática III é uma das disciplinas obrigatórias do curso de Matemática Licenciatura da Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) e atende às exigências da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), n° 9394/96. O meu estágio foi realizado na Escola Estadual de Ensino Fundamental Rafael Pinto Bandeira, nas turmas 5A e 5B da Educação de Jovens e Adultos (EJA), situada na Cidade de Porto Alegre, estado do Rio Grande do Sul, em um total de 12 horas de observação e 40 horas de docência. Também foi realizado na ULBRA, no dia 06 de maio, um evento em homenagem ao dia Da Matemática (dia de homenagem ao matemático, escritor e educador brasileiro Júlio César de Mello e Souza, mais conhecido como Malba Tahan). Neste evento, realizei a apresentação de um Painel em homenagem aos professores de matemática brasileiros que contribuíram para a evolução e democratização do ensino da matemática no Brasil e no mundo. O Painel foi apresentado em parceria com a colega de estágio Adones de Souza. Durante o semestre, realizei, ainda, a apresentação de um Microensino. O tema desta atividade foi a Construção de Conhecimento Através de Tecnologias não Computacionais. A opção deste tema foi para demonstrar que o profissional da área de educação precisa, necessariamente, possuir a fluência tecnológica digital, mas também precisa conhecer outras formas de tecnologias, pois a construção do conhecimento e a evolução humana também são desenvolvidas com ações de construção manual. 4.1 CARACTERÍSTICAS DA COMUNIDADE ESCOLAR A comunidade ao redor da Unidade Escolar possui um ambiente social diversificado, retratado pela convivência entre moradores com alto poder aquisitivo e, também, famílias com situação menos favorável, estando a diversidade socioeconômica presente no contexto do bairro. A escola fica ao lado de uma Igreja Católica e o entorno possui diversos tipos de comércio, posto médico e uma grande empresa de fabricação de garrafas térmicas, que, consequentemente, gera empregos para os moradores da vizinhança. As ruas e avenidas são asfaltadas e iluminadas, porém nota-se a existência de algumas obras de melhorias que estão paradas. 19 4.2 CARACTERÍSTICAS DA ESCOLA A escola é grande e possui dois pavimentos, laboratório de informática, sala de artes e uma grande biblioteca com inúmeros livros, embora muitos destes ainda estejam nas embalagens plásticas. Este fato curioso é resultado da falta de um bibliotecário. O interior da escola é bem iluminado, as paredes são de tijolos à vista e as salas de aula possuem janelas grandes que ajudam na iluminação do espaço durante o dia. As salas também são equipadas com ventiladores e com o tradicional quadro-negro. No turno da noite são realizadas as aulas do EJA17. O pátio da escola possui uma quadra de esportes para os estudantes e um estacionamento para os professores. 4.3 CARACTERÍSTICAS DA TURMA DE ESTÁGIO Oficialmente realizei o meu estágio na turma 5A, porém como a professora titular se ausentou por problemas de saúde, acabei aceitando a solicitação da Direção e assumi, também, por 4 semanas a turma 5B. Um novo professor foi enviado pela Secretaria de Educação para substituir o professor titular. A turma 5A possui 38 alunos matriculados e a faixa de idade varia entre 15 e 55 anos, sendo que mais da metade dos alunos possui menos de 18 anos. Essa turma é constituída por repetentes e por alunos recém matriculados, muitos deles não estudavam há vários anos. Os alunos menores de idade são beneficiados pelo Bolsa Família, programa de assistência social do Governo Federal, porém nota-se que estes alunos não possuem interesse pelos estudos, haja visto que a grande maioria raramente comparece às aulas. 4.4 ENTREVISTAS18 As entrevistas foram realizadas com a Supervisora Escolar Liane Marchand, com a Orientadora Educacional Priscila Cruz, e com a Professora Vera Nunes. Todas foram altamente prestativas e profissionais e se dispuseram a auxiliar respondendo às perguntas com atenção e presteza. As entrevistas foram realizadas em momentos diferentes, sendo que a primeira 17 http://confinteabrasilmais6.mec.gov.br/images/documentos/legislacao_vigente_EJA.pdf 18 As resposta das perguntas aqui apresentadas refletem fielmente o que foi respondido pelos entrevistados 20 entrevista foi com a Orientadora Educacional, posteriormente com a Supervisora e, por fim, com a professora19. 4.4.1 Entrevista com o Supervisor Escolar NOME: Liane Marchand ESCOLA: E.E.E.F. Rafael Pinto Bandeira MODALIDADE: EJA NÚMERO DE ALUNOS: 375 NÚMERO DE PROFESSORES: 35 1) Qual a filosofia da escola? Educar, visando a construção do saber, através de práticas democráticas, aquisição de ressignificação dos conhecimentos aprendidos, fornecendo ao sujeito do processo educacional recursos que possibilitem sua capacidade de criar, expressar e transformar a realidade onde vive para que possa realizar-se individualmente e socialmente. 2) Qual a tendência pedagógica e sua relação com a prática? Encontra-se, na metodologia, a superação do conhecimento unitário e hierárquico, bem como a análise das relações de poder, nas quais o currículo está envolvido. Permitem- se, assim., a discussão e a ampliação de saberes já construídos, como também a organização e a sistematização de conhecimentos elaborados, oportunizando elementos de superação das diferenças sociais, construindo novos significados e novos universos simbólicos, e também favorecendo a transformação das já existentes. A regra metodológica, segundo L. Soares (2002:122), é descontextualizá-los da idade escolar própria da infância e da adolescência para, apreendendo e mantendo seus significados básicos, recontextualizá-los na EJA. A metodologia proposta para a modalidade de ensino EJA baseia-se no desenvolvimento das subjetividades necessárias à formação, tornando-as aptas a interagir na sociedade de seu tempo, a partir da realidade socioeconômica cultural, levando em conta a complexidade dos conhecimentos. Metodologicamente, a EJA 19 A professora titular seafastou por problemas de saúde, após 4 semanas a escola recebeu uma professora substituta. 21 questiona o que considera conhecimento num viés interdisciplinar. Interdisciplinaridade significa integração de conteúdos, valorização de todas as práticas e conhecimentos. Defende-se a menor compartimentação disciplinar, encaminhando uma ação, na qual as Áreas do Conhecimento produzem-se interdisciplinarmente. A proposta metodológica deve contemplar o ensino presencial e não-presencial, reconhecendo que a construção do conhecimento ocorre de maneira diferenciada para cada educando e somente é significativa, se considerar seus saberes e suas vivências relacionando-as às áreas do conhecimento. É fundamental que a escola/núcleo leve em conta os diferentes tempos necessários ao processamento das aprendizagens, pois, face às diversidade de características e necessidades, se constrói metodologias contextualizadas na Educação de Jovens e Adultos. 3) Como é realizada a avaliação nesta escola? A avaliação do educando segue os objetivos estabelecidos levando em conta a realidade do aluno e como se dá o seu processo de aprendizagem. Na modalidade Educação de Jovens e Adultos, a avaliação do educando é diária, contínua e diagnóstica, considerando a sua participação, comprometimento e desempenho na realização das atividades propostas. Os instrumentos avaliativos serão diversificados (relatórios, provas, pesquisas, testes, auto avaliação, seminários, entre outros) de acordo com o planejamento de cada componente curricular. 4) Quais as atribuições do supervisor escolar? A Supervisão Escolar é constituída pelo Supervisor Escolar, com habilitação específica e pelos professores coordenadores das disciplinas. Na falta de um profissional habilitado, assume, excepcionalmente, um professor com licenciatura plena. Compete a Supervisão Escolar: Acompanhar o desenvolvimento dos Planos de Estudos; Assessorar a elaboração do Plano de Trabalho dos Professores; Realizar estudos da vida escolar do aluno; Participar da elaboração do Plano Global da Escola; 22 Elaborar o Plano de Ação do serviço bem como as normas de funcionamento do serviço; Promover reuniões, sessões de estudo, encontros, palestras, seminários e outros; Propiciar condições favoráveis ao bom desempenho do docente; Assessorar na organização do horário de trabalho, organizar, divulgar e manter atualizado o calendário escolar, atividades referentes a este, reuniões pedagógicas e outros; Programar quando necessário os estudos de adaptação; Dinamizar o currículo da Escola, colaborando no processo de integração do trabalho escolar às necessidades do aluno e exigências do meio; Manter atualizada a documentação do serviço; Orientar o trabalho pedagógico junto aos docentes; Integrar a coordenação do Conselho de Classe; Proceder a avaliação interna do serviço e participar da avaliação da Escola; Manter um trabalho integrado com o serviço de Orientação Escolar, conjugando esforços que visem a melhoria do processo educativo; e Participar do processo de integração Escola-Família-Comunidade. 5) Como é realizado o plano de ação da supervisão? O plano de ação de cada setor é elaborado de forma coletiva com os demais setores de acordo com a filosofia e os pressupostos teóricos da escola, considerando-se todos os elementos significativos para que o trabalho seja desenvolvido com sucesso. 6) Existe uma integração entre o trabalho de orientação e o trabalho de supervisão desta escola. Como se processa esta integração? Sim, uma vez que o trabalho é desenvolvido de forma coletiva através de seminários, reuniões, encontros sempre que se faz necessário. 7) Quais os recursos didáticos na área da Matemática oferecidos pela escola? Os recursos didáticos são livros, jogos, sala multimídia e sala de informática. 8) Esta escola promove algum evento na área da Matemática? A escola promove projetos interdisciplinares e, eventualmente, há à culminância (em que) de exposição dos trabalhos realizados. 23 9) Os professores de matemática tem horário disponível para desenvolver alguma atividade extra-curricular na área da Matemática? Somente quando promovido pela Secretaria Estadual de Educação, tendo em vista que os professores trabalham em outros estabelecimentos de ensino. 4.4.2 Entrevista com o Orientador Educacional NOME: Priscila Oliveira Cruz ESCOLA: E.E.E.F. Rafael Pinto Bandeira MODALIDADE: EJA NÚMERO DE ALUNOS: 375 NÚMERO DE PROFESSORES: 35 1) Quase as atribuições do orientador nesta escola? A Orientação Educacional é exercida pelo Orientador Educacional, devidamente habilitado, assessorando o professor conselheiro de turma. Compete à orientação Educacional: Coordenar a ação que visa integrar o educando aos processo educativo e ao meio ambiente, tendo em vista o sucesso escolar, tratando-o como sujeito de direito; Proporcionar condições que facilitem a integração entre Escola-Família- Comunidade; Participar da elaboração do Plano Global da Escola; Manter trabalho integrado com o serviço de supervisão escolar; Elaborar o Plano de Ação do serviço, bem como as normas internas deste; Colaborar na obtenção de clima favorável ao entrosamento dos alunos, professores e demais pessoas da Escola, com vistas à integração de todos; Preparar, coordenar, acompanhar, e avaliar as atividades dos Conselheiros de turmas; Oportunizar intercâmbio de informações sobre os alunos, com quem de direito, em função de objetivos propostos, quando necessário; Propiciar condições favoráveis necessárias ao bom desempenho docente; Assistir aos alunos que necessitem de tratamento especial, indicando a necessidade de seu encaminhamento, a quem de direito, para diagnóstico e posterior atendimento; Cooperar com os serviços da Escola no que se fizer necessário; Integrar a coordenação do Conselho de Classe; Manter atualizada a documentação do serviço; e Proceder à avaliação interna do setor e participar da avaliação da Escola. 24 Cabe aos professores conselheiros, eleitos pela turma, oportunizar articulação entre alunos-pais-professores, estabelecendo contato com o orientador. 2) Qual o plano de ação do setor de orientação educacional desta escola? O plano de ação do setor da orientação educacional consiste em apresentar às normas de convivência da escola, nas escolha dos alunos representantes de cada turma, nos professores conselheiros. O SOE organiza as festividades da escola, a formatura dos alunos da T6. Estar em contato com os pais e/ou responsáveis dos alunos, conselho tutelar, ministério público e demais órgãos da nossa rede de apoio pedagógico. 3) Como é desenvolvido o trabalho de orientação junto ao grupo de alunos? É desenvolvido de forma coletiva, com os demais setores, de acordo com a filosofia e os pressupostos teóricos da escola, oportunizando a reflexão e transformação social dos alunos. Considerando-se todos os elementos significativos para que o trabalho seja desenvolvido com o sucesso. 4) Como é desenvolvido o trabalho de orientação junto ao grupo de professores? Através de reuniões, seminários, encontros, estudos de casos sempre que necessário. 5) Existe uma integração entre o trabalho de orientação e o trabalho de supervisão desta escola. Como se processa esta integração? Sim, uma vez que realizamos um trabalho integrado. A integração se processa através de reuniões, encontros de equipe e sempre que necessário. 4.4.2 Entrevista com o Professor Titular ESCOLA: E.E.E.F. Rafael Pinto Bandeira NOME: Vera Cardoso Nunes HABILITAÇÃO: LicenciaturaPlena - Matemática ANO: 8° - EJA TURMA: 5A NÚMERO DE ALUNOS: 38 1) Qual o objetivo da disciplina? Obter o conhecimento dos conjuntos numéricos Naturais e Inteiros, trabalhar os conceitos de Álgebra, Monômios, Polinômios e Equação do 1° Grau. 2) Qual a carga horária semanal? 5 horas semanais. 25 3) Qual o horário das aulas? Nas terças-feiras são ministrados 2 turnos e na sextas-feiras 3 turnos. 4) Qual o turno das aulas? As aulas são realizadas no noturno da noite. 5) Quais as técnicas e recursos mais utilizados? São utilizados o quadro, giz, listas e atividades no laboratório de informática. 6) Quais os instrumentos de avaliação utilizados? Os alunos são avaliados com aplicação de trabalhos e testes. 7) Qual a bibliografia utilizada? É utilizado o livro de Educação de Jovens e Adultos que é fornecido pelo Ministério da Educação. 8) É adotado algum livro texto? A professora utiliza uma apostila própria que contém anotações, exercícios e atividades. 9) Será trabalhado conteúdo novo ou revisão de conteúdo? Nesta turma em específico é necessário uma revisão antes de entrar nos conteúdos novos. 10) Qual a unidade e os conteúdos a serem desenvolvidos pelo estagiário? Revisar as operações matemáticas e regras de sinais e os conjuntos dos números naturais e inteiros. Trabalhar a introdução à álgebra, monômios, polinômios e equação do 1° grau. 26 4.5 PLANO DE UNIDADE O Estágio em Matemática III é uma das disciplinas obrigatórias do Curso de Matemática Licenciatura da ULBRA e atende as exigências Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), n° 9394/96. EIXO PRINCIPAL: Introdução à álgebra CONTEÚDOS COMPETÊNCIAS HABILIDADES METODOLOGIA E RECURSOS • Revisão das operações matemáticas e regras de sinais. • Revisão do conjunto numérico N. • Revisão do conjunto numérico Z. • Introdução à Álgebra. • Compreender as operações matemáticas e suas peculiaridades. • Reconhecer os números naturais e definir o conjunto N • Realizar corretamente as operações com sinais. • Desenvolver a capacidade do aluno, ver, analisar, comparar, conceituar, representar, abstrair, e generalizar, pela aquisição de conhecimentos matemáticos básicos favorecendo assim a sua integração social. • Aula expositiva, quadro negro • Aula expositiva, quadro negro, régua e barbante • Aula expositiva e aulas no laboratório de informática com recurso computacionais 4.6 PLANOS DE AULA O planejamento das aulas deve ser feito para cada dia de aula e é parte das responsabilidades do professor. Sem ele, os objetivos de aprendizagem perdem o sentido. Por isso, um plano de aula deve conter, ainda que de maneira resumida, as decisões pedagógicas do professor a respeito do que ensinar, como ensinar e como avaliar o que ensinou. I. Plano de Aula: Data: terça, 21/03/2017 – aula 01 II. Tema: Conhecendo a turma. III. Objetivos: conhecer a turma. Objetivo geral: Conhecer os alunos e entender os anseios individuais Objetivos específicos: Criar empatia com os discentes e então traçar as metas e as formas para conduzir o estágio. 27 IV. Conteúdo: bate-papo descontraído com todos os alunos V. Desenvolvimento do tema: Conduzir uma conversa para conhecer os alunos, perguntando o nome de cada um, o que faz quando não está na escola e quais os objetivos para a vida pós-escola. VI. Recursos didáticos: organização da turma em um semicírculo. VII. Avaliação: A avaliação se dará de forma continua através da participação dos alunos no desenvolver da aula. VIII. Bibliografia: Nesta primeira aula, optei por me apresentar e conduzi uma atividade desvinculada com o ensino da matemática. Não abordei nenhum conteúdo neste dia, apenas me dediquei a tentar conhecer um pouco da vida dos alunos e seus anseios com relação a escola. Nesta aula percebi que a maioria dos alunos vivem em condições de pobreza e muitos possuem uma um modelo familiar que não contribui para a evolução dos estudos. Quanto as perspectivas de futuro, os alunos do sexo masculino menores de idade ainda não vislumbram o que irão fazer quando alcançarem a idade para entrar no mercado de trabalho, já as alunas pretendem fazer cursos técnicos para área de enfermagem e estética. Nenhum dos alunos mostrou interesse em seguir uma vida acadêmica. Os alunos adultos informaram que voltaram a estudar com o intuito de adquirir capacitação para buscarem empregos mais vantajosos. I. Plano de Aula: Data: sexta, 24/03/2017 – 02 II. Tema: - revisão das operações da matemática III. Objetivos: sanar possíveis duvidas para que seja possível trabalhar com a álgebra Objetivo geral: revisar e resolver problemas Objetivos específicos: calcular e resolver problemas IV. Conteúdo: Adição, Subtração, Multiplicação e Divisão. V. Desenvolvimento do tema: revisão de conteúdo VI. Recursos didáticos: quadro-negro e lista de exercícios VII. Avaliação: A avaliação se dará de forma continua através da participação dos alunos no desenvolver da aula. VIII. Bibliografia: Livro texto Os números foram inventados pelos homens a milênios para resolver um problema social. O homem primitivo contava traçando riscos na madeira ou nos ossos, ou ainda, fazendo nós em cordas. Como era difícil contar quantidades grandes e efetuar cálculos com pedras, nós ou riscos simples, a necessidade de efetuar cálculos com maior rapidez levou o homem a criar símbolos, para representar quantidades. Na antiguidade, nem todos os povos usavam os mesmos símbolos, porém com o passar dos tempos e com o homem desbravando fronteiras esses símbolos foram se padronizando. 28 ADIÇÃO A adição é representada pelo símbolo de mais (+) e serve para como o próprio nome diz, adicionar duas ou mais parcelas para se obter um número total. Exemplo A soma apresenta diversas propriedades. É comutativa (a ordem dos fatores não altera o resultado: 4+3 = 7 3+4 = 7), associativa e distributiva (a soma de dois números multiplicado multiplicada por um terceiro é igual à soma de cada um destes números multiplicado pelo terceiro número: (4 + 3) x 2 = 14 (4 x 2 + 3 x 2) = 14). Além do mais, possui elemento neutro (4 + 0 = 4, 0 + 8 = 8) e um elemento oposto20 (para qualquer número existe um oposto cuja soma dá como resultado o zero). SUBTRATAÇÃO A subtração é a operação de subtrair (separar uma parte de um todo, tirar, eliminar, baixar, reduzir ou cortar algo) e é representada pelo símbolo (-). A subtração é uma operação de decomposição, ou seja, é eliminada uma parte da mesma e obtêm-se um resultado (chamado diferença). Também se diz que a subtração é a operação inversa da adição. Exemplo A subtração é fechada, ou seja, a diferença de dois ou mais números reais tem como resultado um número real. Não existe elemento neutro na subtração (4 – 0 = 4 0 – 4 = - 4), ou seja, a diferença não é igual e existe a Anulação, ou seja, quando o minuendo for igual ao subtraendo o resultado da diferença será zero (4 – 4 =0). 20 Para operações dentro do conjunto dos números inteiros Z 29 MULTIPLICAÇÃO A multiplicação é uma forma simples de se adicionar uma quantidade infinita de números iguais e é representada pelos símbolos (x e por um ponto .). O resultado da multiplicação de dois números é chamado produto e os números sendo multiplicados são chamados de coeficientes ouoperandos, e individualmente de multiplicando e multiplicador. Exemplo Na multiplicação as propriedades são: Comutativa (a ordem dos fatores não altera o resultado da operação: 4 x 3 = 12, 3 x 4 = 12), é Associativa (o agrupamento dos fatores não altera o resultado, ou seja, podemos juntar de dois em dois de modo a facilitar o cálculo: (2 x 3) x 4 = 24 4 x (2 x 3) = 24). A multiplicação também aceita a Distributividade (um fator colocado em evidência numa soma dará como produto a soma do produto daquele fator com os demais fatores, sendo: (2 x (3 x 4) = 24 (2 x 3) + (2 x 4) = 24), existe um Elemento Neutro que é o 1: (1 x 3 3 x 1 = 3). A multiplicação também é fechada, ou seja, o produto de dois números reais sempre será um número real. Existe a anulação (o fator zero anula o produto) e permite também o Elemento Oposto (o fator -1 transforma o produto em seu simétrico: (-1 x 3 = -3). TABUADA TURMA T5A - 2017 X 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 1 2 2 3 4 5 6 7 8 9 10 2 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 3 3 6 9 12 15 18 21 24 27 30 4 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 5 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 6 6 12 18 24 30 36 42 48 54 60 7 7 14 21 28 35 42 49 56 63 70 8 8 16 24 32 40 48 56 64 72 80 9 9 18 27 26 45 54 63 72 81 90 10 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Tabela da tabuada de 1 a 10 30 DIVISÃO Por definição, divisão significa “partir ou distinguir em diversas partes”. A divisão é a operação inversa da multiplicação. As propriedades da divisão são herdadas, via inversão da multiplicação, porém não existe a propriedade de Fechamento no conjunto dos números reais, uma vez que a divisão por zero não produz como resultado um número real. EXERCÍCIOS 1) Seu Jacir, pai de Gabriela, comprou uma bicicleta de presente para a filha. Ele vai pagar a bicicleta em quatro parcelas: a primeira de R$ 115,00; a segunda R$ 50,00 a mais que à primeira; a terceira 60,00 a mais que a segunda; e a quarta parcela igual à primeira e à segunda juntas. Quanto custou a bicicleta? 2) Em que pensei? a. Pensei em um número, somei a ele o número 15, depois subtrai 8 e obtive 10; b. Pensei em um número, dele subtraí 18, depois somei 13 e obtive 20. 3) A diferença entre o preço de um modelo de geladeira em duas lojas diferentes é R$286,00. Se na loja onde a geladeira custa mais caro o seu preço é de R$ 1.302,00, quanto custa a geladeira na outra loja? 4) João trabalha num supermercado. Ele deve distribuir igualmente 1.512 garrafas de vinho em 24 prateleiras, mas 4 garrafas caíram de uma delas e quebraram. Com quantas garrafas ficou essa prateleira? 5) Dezesseis caminhões vão levar, cada um, 28 caixas para uma rede de 4 supermercados. Cada caixa contém 96 pés de alface. Quantos pés de alface cada supermercado vai receber, se todos vão receber a mesma quantidade de pés de alface? 31 I. Plano de Aula: Data: terça, 28/03/2017 – aula(s) 03, 04 e 05. II. Tema: - Operações com Números Naturais, envolvendo as operações fundamentais da matemática. - Reta numérica. III. Objetivos: Revisar e entender a representação de quantidades no conjunto dos naturais. Objetivo geral: Estabelecer o conceito de Números Naturais e seus elementos. Objetivos específicos: Resolver os problemas em diversos contextos, principalmente os relacionados ao dia-a-dia do aluno, usando as informações obtidas através do conteúdo estudado em sala de aula. IV. Conteúdo: Sistema de numeração, conjunto dos Números Naturais, reta numérica, sequências, sucessor, antecessor, ordem e subconjuntos. V. Desenvolvimento do tema: Revisão de conteúdo VI. Recursos didáticos: Quadro-negro, trena e lista de exercícios VII. Avaliação: A avaliação se dará de forma continua através da participação dos alunos no desenvolver da aula. VIII. Bibliografia: Livro texto XIX. Observações: - aula 3: conceito dos números naturais - aula 4: laboratório estudo da reta e resolução dos exercícios - aula 5: correção dos exercícios e dúvidas. NÚMEROS NATURAIS O conjunto dos Números Naturais foi o primeiro conjunto a existir. Em algumas civilizações primitivas, as necessidades de contagem eram muito rudimentares bastando a numeração que surgiu de forma gradativa e naturalmente que hoje em dia representamos por 1,2,3,4,5,6,7,... Mais tarde, a ideia de “não existência”, foi representada pelo zero e este número foi então acrescentado ao conjunto dos naturais. Este conjunto é representado pela letra maiúscula N com uma dupla barra . Podemos então dizer que o conjunto dos números naturais são os números de contagem mais o zero, representados então da seguinte forma: O conjunto dos números naturais admite a existência de subconjuntos, tais como: 1) Conjunto dos números naturais não nulos (este conjunto não possui o zero, e a letra N é seguida de um asterisco21) 2) Conjunto dos números naturais pares 3) Conjunto dos números naturais ímpares 4) Conjunto dos números naturais primos 21 A presença do asterisco (*) junto a um conjunto representa a ausência do elemento zero. 32 5) Conjunto dos números quadrados perfeitos Entre outros subconjuntos que podem ser formados no conjunto dos números naturais. Lembrando que RETA NUMERADA O conjunto dos números naturais pode ser representados geometricamente por meio de uma reta que chamaremos de reta numerada. Sobre o ponto desta reta, escolhemos um ponto que servirá de origem e corresponderá ao número zero. Tomaremos também uma unidade de medida e uma orientação. Em sala de aula o uso de uma trena, facilitará a demonstração do conceito de reta, e principalmente possibilitará um laboratório específico para estudo da reta. EXERCÍCIOS 1) Assinale com V ou F cada afirmativa abaixo quando for Verdadeira ou Falsa respectivamente. A seguir, justifique as afirmativas falsas. a. ( ) Todo número natural tem um sucessor. b. ( ) Números naturais diferentes podem ter sucessores iguais. c. ( ) Existe algum número natural que não é sucessor de nenhum outro. d. ( ) Todo número natural tem antecessor natural. e. ( ) Entre um número natural e seu sucessor, sempre existe outro número natural. f. ( ) A soma de dois números naturais é sempre outro número natural. g. ( ) A diferença de dois números naturais é sempre outro número natural. h. ( ) O produto de dois números naturais é sempre outro número natural. i. ( ) Existe um número natural que é maior que todos os números naturais. j. ( ) O conjunto dos números naturais é representado pela letra M em maiúsculo com uma barra dupla. 33 k. ( ) O Conjunto dos números naturais não possui início mas possui fim. l. ( ) Existe um número natural que é menor que todos os outros. m. ( ) Se eu começar a contar agora e não parar de contar pelos próximos 20 anos eu chegarei ao último número do conjunto dos números naturais. 2) Escreva outros subconjuntos de N, conforme solicitado em cada item abaixo utilizando a notação tabular: a. M6: Conjunto dos múltiplos de 6. b. D72: Conjunto dos divisores de 72. c. A = Conjunto dos números primos menores que 100. d. B = Conjunto dos números naturais de dois algarismos. e. C = O conjunto dos números ímpares maiores que 20 e menores que 98. 3) Represente na reta numérica os números pares menores que 20. 4) Represente na reta numérica os números impares entre 20 e 50. 5) Faça uma colagem no caderno utilizando um barbante para representar a reta numérica e defina um subconjunto para esta reta. I. Plano de Aula: Data: sexta, 07/04/2017 - aula 06 II. Tema: - Operações com Números Inteiros, envolvendoas operações fundamentais da matemática. III. Objetivos: Revisar e entender a representação de quantidades no conjunto dos inteiros. Objetivo geral: Estabelecer o conceito de Números Inteiros e seus elementos. Objetivos específicos: Resolver os problemas em diversos contextos, principalmente os relacionados ao dia-a-dia do aluno, usando as informações obtidas através do conteúdo estudado em sala de aula. IV. Conteúdo: Sistema de numeração, conjunto dos Números Inteiros, reta numérica, números negativos e opostos. V. Desenvolvimento do tema: revisão de conteúdo VI. Recursos didáticos: quadro-negro, trena e lista de exercícios VII. Avaliação: A avaliação se dará de forma continua através da participação dos alunos no desenvolver da aula. VIII. Bibliografia: Livro texto. CONJUNTO DOS NÚEMROS INTEIROS Como vimos, a soma é uma operação fechada dentro do conjunto dos números naturais, ou seja, a soma de dois números naturais é sempre um número natural. Porém, o mesmo não ocorre com a subtração. 34 Por exemplo, a operação com números naturais (4) - (7) não é possível em N. Daí a necessidade de ampliar este conjunto incluindo, agora, os números negativos. Não é novidade para você que o resultado da operação acima é -3. O Conjunto dos Números Inteiros é representado por uma letra Z em maiúsculo com uma dupla barra . Os números inteiros são compostos pela união entre o conjunto dos números naturais e os números negativos. Assim, temos: Como vimos, o conjunto dos números inteiros contém todos os números naturais e podemos representar, utilizando o diagrama de Venn, desta forma: Na reta numerada, os números inteiros são representados tal qual fazemos com os naturais. SUBCONJUNTOS DE Z Assim como fizemos no conjunto dos números naturais, vamos destacar alguns subconjuntos notáveis dos inteiros. 1) Conjunto dos números inteiros não nulos: 2) Conjunto dos números inteiros não negativos: 3) Conjunto dos números inteiros positivos: 4) Conjunto dos números inteiros não positivos: 5) Conjunto dos números inteiros negativos: NÚMEROS OPOSTOS No conjunto dos números inteiros, há uma simetria que deve ser considerada. Trata-se da simetria em relação ao zero. 35 Por exemplo, o simétrico do 3 é o -3. Estes números simétricos são também chamados de Opostos. Todo número inteiro possui seu oposto dentro do próprio conjunto Z. MÓDULO O módulo de 3 e o módulo de -3 são iguais a 3. Podemos também, escrever da seguinte forma: | 3 | = 3 |-3 | = 3 Mas o que isso significa? Comumente ouvimos falar que o módulo de um número é o próprio número sem sinal, porém esta não é a definição correta. O conceito correto de módulo é, como foi dito acima, é a distância entre o afixo do ponto e a o origem do sistema. Para ficar mais claro, vamos observar na reta numérica. Tanto a distância do -3 ao zero quanto a distância zero ao 3 possuem precisamente 3 unidades de medidas. Essa é a correta definição do módulo. OPERAÇÕES FECHADAS EM Z Além da soma e multiplicação temos, agora, o fechamento da subtração, ou seja, a diferença entre dois inteiros, é sempre um número inteiro. O mesmo não podemos dizer da divisão. EXERCÍCIOS 1) Assinale com V ou F cada afirmativa abaixo quando for Verdadeira ou Falsa, respectivamente. A seguir justifique as que forem falsas. 36 a. ( ) Todo número inteiro tem um único sucessor. b. ( ) Todo número inteiro tem um único antecessor. c. ( ) Entre dois números inteiros quaisquer há sempre outro número inteiro. d. ( ) A soma de dois números inteiros é sempre outro número inteiro. e. ( ) O simétrico do simétrico de -4 é o -4. 2) Calcule f. | -12 | + | - 5 | = g. | 17 | - | - 2 | = h. | 3 + 11 -12 | = i. | -3 + 8 – 15 | = j. | 3(-2) + 4 | = k. | -2(-5) – 16 | = 3) Preencha as lacunas abaixo com os sinais de ∈ ou ∉. l. 5 _____ N m. -6_____ N n. -12____N* o. 5_____N*+ p. -1____Z- 4) Agora que já revisamos as 4 operações fundamentais da matemática e que já estudamos os conjuntos dos números naturais e inteiros, complete: q. (+) x (+) = ______ r. (+) x (-) = ______ s. (-) x (+) = ______ t. (-) x (-) = ______ I. Plano de Aula: Data: sábado, 08/04/2017 - aula 07 II. Tema: Reforço escolar III. Objetivos: Objetivo geral: Objetivos específicos: Sanar as dúvidas dos alunos com o reforço escolar. IV. Conteúdo: Diversos V. Desenvolvimento do tema: Revisão de conteúdo. VI. Recursos didáticos: Atendimento individual. 37 VII. Avaliação: VIII. Bibliografia: XIX. Observação: - aula de recuperação. A aula número 7, do dia 08/04, foi uma aula ímpar, pois foi programada para que os alunos recuperassem uma aula em atraso que ocorreu devido a paralisações. Neste dia não houve uma agenda específica, por isso optei por trabalhar individualmente com os alunos que compareceram. I. Plano de Aula: Data: terça, 11/04/2017 - aula 08 II. Tema: - Operações com Números Inteiros, envolvendo as operações fundamentais da matemática. III. Objetivos: Revisão. Objetivo geral: Revisão. Objetivos específicos: Resolver os problemas a lista de exercícios da aula 06. IV. Conteúdo: Exercícios sobre o conjunto dos números inteiros. V. Desenvolvimento do tema: Revisão de conteúdo. VI. Recursos didáticos: Lista de exercícios VII. Avaliação: A avaliação se dará de forma continua através da participação dos alunos no desenvolver da aula. VIII. Bibliografia: Livro texto. Na aula 08 que aconteceu no dia 11/04 os alunos se dedicaram a resolver os exercícios da aula 06, também abri espaço para trabalhar individualmente as dificuldades. A metodologia aplicada foi atender os alunos em dupla na classe. Essa ação visou preparar os alunos para a aula 09, Introdução a Álgebra. I. Plano de Aula: Data: terça, 18/04/2017 - aula 09 II. Tema: Introdução à Álgebra e Expressões Numéricas e Cálculo de Perímetro III. Objetivos: Levar o aluno a construir o conceito algébrico a partir de representações da realidade Objetivo geral: Construir representações do mundo real associadas às representações de números e letras. Objetivos específicos: Compreender, trabalhar e resolver problemáticas que envolvam letras e números. IV. Conteúdo: Introdução à Álgebra e cálculo de Perímetros V. Desenvolvimento do tema: Conteúdo novo que será abordado após as aulas de revisão das operações básicas da matemática e dos conjuntos numéricos N e Z. VI. Recursos didáticos: Quadro negro e lista VII. Avaliação: A avaliação se dará de forma continua através da participação dos alunos no desenvolver da aula associado com um trabalho em dupla. VIII. Bibliografia: Livro texto. 38 INTRODUÇÃO À ÁLGEBRA No cotidiano, muitas vezes usamos expressões sem perceber que as mesmas representam expressões algébricas ou numéricas. Numa papelaria, quando calculamos o preço de um caderno somado ao preço de dois lápis, usamos expressões como 1c+2l, onde c representa o preço do caderno e l o preço de cada caneta. No colégio, ao comprar um lanche, somamos o preço de um refrigerante com o preço de um salgado, usando expressões do tipo 1r+1s onde s representa o preço do salgado e r o preço do refrigerante. As letras que colocamos após os números, estão sendo multiplicadas pelos mesmos, e na verdade simbolizam valores, vamos chamá-las de incógnitas ou variáveis. Muitas vezes usamos as letras x e y em expressões. Elas na verdade tem por função “taparem o buraco” de números desconhecidos que deveriam estar naquela posição, enquanto não sabemos o valor daquele númerochamamo-los de x, ou y, ou qualquer letra que nos lembre de uma palavra ligada ao que ela representa (exemplo: c de cabide, A de área, b de banana, etc...). As expressões podem tanto envolver um resultado numérico (exemplo: x = 3, quando 2x + 1 = 7) ou algébrico (exemplo: x = 2y, quando x +2 = 2y +2), ou seja, uma incógnita em função da outra. No caso de haver uma relação entre uma expressão e outro elemento numérico ou expressão algébrica, com a mesma incógnita acharemos um valor numérico para a incógnita. No exemplo da compra feita na cantina, podemos dizer que o valor V é o valor da compra, ou seja, V = 1c+2l. Se o valor da compra foi de três reais podemos dizer que V = 3, e se o caderno custa seis vezes o preço do lápis, escrevemos 1c = 6l, ou seja, o preço de um caderno equivale ao preço de seis lápis. Com isso é possível achar os valores do caderno e do lápis. Exemplo: Ontem fui ao mercado e gastei R$ 10,00 com a compra de um caderno e duas borrachas. Sabendo que o caderno custa R$ 6,00, calcule o valor das borrachas. V = 1c + 2b Sabemos que V = 10 e que c = 6, então podemos substituir 10 = 6 + 2b (para facilitar vamos tirar 6 dos dois lados da igualdade) 10 – 6 = 6 – 6 + 2b 4 = 2b (como estamos com uma igualdade, podemos dizer que 2b = 4) 2b = 4 (podemos simplificar ambos os lados da igualdade por 2) b = 2 (aqui descobrimos que o valor de b = 2) 39 Sabendo que x = 2, então teremos: x + x+7+x+x+7 = ? 2+2+7+2+2+7 = ? 4 + 7 + 4 + 7 = ? 8 + 14 = 22 Então voltando para a equação original, temos: V = 1x6 + 2x2 V = 6 +4 V=10 10 = 10 (encontramos o valor que torna verdade o nosso problema). Na matemática, as expressões algébricas são encontradas muitas vezes em fórmulas, como por exemplo, no cálculo de áreas de retângulos, triângulos e outras figuras planas. Expressão algébrica Objeto matemático Figura A = b x h Área do retângulo A = b x h / 2 Área do triângulo P = 4 a Perímetro do quadrado PERÍMETRO O perímetro é a medida do contorno de um objeto bidimensional, ou seja, a soma de todos os lados de uma figura geométrica. Exemplo Sabendo que x = 2, determine o perímetro do retângulo: I. Plano de Aula: Data: terça, 25/04/2017 - aula 10 II. Tema: Introdução à Álgebra III. Objetivos: Aplicar um teste de conhecimentos da matéria Objetivo geral: Avaliar os conhecimentos da turma x+7 x 40 Objetivos específicos: Certificar o grau de conhecimentos adquiridos pela turma. IV. Conteúdo: os conteúdos estudados até a aula 9 V. Desenvolvimento do tema: VI. Recursos didáticos: Teste VII. Avaliação: Trabalho em dupla VIII. Bibliografia: Livro texto. Escola Estadual de Ensino Fundamental Rafael Pinto Bandeira Nome do(a) aluno(a):________________________________________________ Turma: ___________________ Data: ____/_____/_____ TRABALHO 1 - ÁLGEBRA • Questão 1 – Calcule e assinale a alterativa correta Sabendo que x = 4, determine o perímetro do polígono: a) 81 ( ) b) 79 ( ) c) 78 ( ) d) 86 ( ) • Questão 2 – Calcule e assinale a alternativa correta Se A = – 2x + 4y + 5, B = 2x + 2y - 3 e C = 4x – y + 4, então A – B + C é igual a: a) y + 12 ( ) b) x + 2y + 12 ( ) c) 4x + y + 12 ( ) d) - 4x + 4y + 12 ( ) • Questão 3 Resolva a expressão [3�𝑥𝑥2𝑦𝑦��𝑥𝑥2𝑦𝑦�](𝑥𝑥2𝑦𝑦2) e assinale a alternativa que apresenta a solução correta: a) 3x ( ) b) 3x³ ( ) c) x² ( ) d) 3x² ( ) • Questão 4 Para um campeonato de futebol, o professor de Educação Física formou 15 times, colocando uma quantidade x de alunos para cada time. Após ter feito a divisão dos times, o professor escolheu 6 alunos para serem ajudantes durante o campeonato. Encontre a expressão algébrica que representa a quantidade de alunos que jogarão no 41 campeonato. Depois, considerando o valor de x como sendo 11, calcule a quantidade total de alunos e a quantidade de alunos que participarão como jogadores no campeonato. OBS. Anexe à lista as folhas com os cálculos realizados em cada questão e registre na questão apenas os resultados. Este trabalho foi aplicado em sala de aula e foi realizado em duplas, o exercício número 3, foi um teste para avaliar o conhecimento da turma com relação a simplificação. Este exercício acabou não sendo uma boa escolha, pois gerou muita controvérsia entre os discentes. I. Plano de Aula: Data: terça, 02/05/2017 - aula 11 II. Tema: Introdução à álgebra III. Objetivos: Corrigir o trabalho. Objetivo geral: Corrigir o trabalho e sanar as principais dúvidas. Objetivos específicos: Corrigir o trabalho com os alunos e prepará-los para a prova. IV. Conteúdo: os conteúdos estudados até a aula 9. V. Desenvolvimento do tema: Continuação da aula anterior VI. Recursos didáticos: Quadro-negro e lista de exercícios. VII. Avaliação: Trabalho individual. VIII. Bibliografia: Livro texto. Nesta aula fiz a correção do trabalho da aula 10 e apliquei um segundo trabalho de reforço para a preparação da prova. O trabalho desta aula, consta nos anexos. I. Plano de Aula: Data: sexta, 05/05/2017 - aula 12 II. Tema: Revisão do conteúdo para a prova a ser realizada na aula 13. III. Objetivos: Revisar o conteúdo estudado nas últimas aulas. Objetivo geral: Avaliar as dificuldades dos alunos e criar uma estratégia para a prova. Objetivos específicos: Revisar o conteúdo e propiciar ao aluno a oportunidade de sanar as dúvidas. IV. Conteúdo: a matéria desenvolvida desde a aula 9 V. Desenvolvimento do tema: Continuação da aula anterior VI. Recursos didáticos: conversa e exercícios específicos VII. Avaliação: A avaliação se dará de forma continua através da participação dos alunos no desenvolver da aula associado com um trabalho. VIII. Bibliografia: Livro texto XIX: Observações: Vide anexos I. Plano de Aula: Data: terça, 09/05/2017 - aula 13 II. Tema: Álgebra. III. Objetivos: Realizar a prova de conhecimentos específicos. Objetivo geral: Realizar a prova para avaliar os alunos. Objetivos específicos: Avaliar o conhecimento adquirido. IV. Conteúdo: Todo o conteúdo estudado. V. Desenvolvimento do tema: Continuação da aula anterior. VI. Recursos didáticos: Teste VII. Avaliação: Prova individual. VIII. Bibliografia: Livro texto. 42 Escola Estadual de Ensino Fundamental Rafael Pinto Bandeira Nome do(a) aluno(a):________________________________________________ Turma: T5(A) Data: 09/05/2017 Nota:____________ PROVA 1 - ÁLGEBRA 1) Represente o conjunto dos números naturais. 2) Represente o conjunto dos números naturais numa reta numérica. 3) Marque com V (verdadeiro) ou F (falso). a) ( ) Na álgebra a expressão que representa os números pares é o 2x. b) ( ) Os números ímpares não podem ser representados por uma equação algébrica. c) ( ) O perímetro é calculado pela soma de todos os lados de uma figura geométrica. d) ( ) O conjunto dos números naturais não possui início e possui fim. 4) Apresente a expressão do perímetro a) b) c) x x c b a x + 2 x + 1 x 43 d) 5) Observe a figura a seguir e responda: a) Qual é a expressão que representa o perímetro? b) Qual o valor numérico da expressão do perímetro para a = 2 e b = 3 6) Escreva com suas palavras a definição do perímetro. 7) O valornumérico da expressão 6x – 8y, para x = 3 e y = –5, é: a) ( ) –22 b) ( ) 22 c) ( ) –58 d) ( ) 58 8) Um número acrescido de 8 é = 9) O produto desse número é 9 = 10) Um valor diminuído de 2 = 11) A diferença entre 6 e um número = 12) A diferença entre um número e 5 = 13) Três mais o quíntuplo de x = y y y 44 14) Um número menos 4 = 15) O quociente de um número por 2 = I. Plano de Aula: Data: sexta, 12/05/2017 - aula 14 II. Tema: Último dia de aula III. Objetivos: Corrigir a prova Objetivo geral: Corrigir a prova Objetivos específicos: Corrigir a prova com os alunos e socializar IV. Conteúdo: Todo V. Desenvolvimento do tema: Correção da prova VI. Recursos didáticos: Quadro-negro e giz VII. Avaliação: Individualmente, conforme nota da prova. VIII. Bibliografia: Livro texto Nesta última aula realizei a correção da prova e conversei com os alunos sobre o fim do meu estágio. Expliquei que a professora Vera iria assumir a turma a partir daquela aula. Agradeci a todos pela oportunidade, desejando boa sorte para todos. Por ser uma despedida realizei uma confraternização com os alunos com alguns salgadinhos e refrigerante no último período de aula. O evento foi realizado com a autorização da supervisão escolar. 4.7 CONSIDERAÇÕES SOBRE O ESTÁGIO Este estágio supervisionado me oportunizou conhecer a rotina diária de um docente e ainda me possibilitou compreender o que significado da palavra ensinar. A professora me forneceu a sua apostila didática (Livro texto) para o desenvolvimento das atividades, facilitando assim o meu trabalho. Esta disciplina é um componente curricular indispensável, e deve ser encarada com muita responsabilidade pelo graduando. Pude diante de todo o contexto que permeia a atuação profissional do docente, contextualizar através desta vivência de 40 horas a importância do constante aprimoramento. Ficou claro para mim que a profissão não é fácil, que existem adversidades que precisam ser vencidas diariamente. O professor precisa ter vocação e amor pelo ensino, pois somente assim conseguirá cumprir o seu dever perante a sociedade. 45 5 MICROENSINO A Profª. Drª Tania Elisa Seibert, propôs a nossa turma de estágio a elaboração de um microensino que deveria ser apresentado para o restante da classe. Nesta atividade tive a oportunidade de trabalhar com a colega Adones de Souza. Nosso trabalho foi a Construção do Conhecimento Através de Tecnologias não Computacionais. A opção deste tema foi para demonstrar que o profissional da área de educação precisa, necessariamente, possuir a fluência tecnológica digital, mas também precisa conhecer outras formas de tecnologias, pois a construção do conhecimento e a evolução humana também são desenvolvidas com ações de construção manual. Abordamos então a criação de materiais didáticos de baixo custo, que podem facilmente ser trabalhados com as turmas em diferentes estágios e série. 5.1 ÁBACO O ábaco é um instrumento matemático bem sucedido que, segundo a história foi uma invenção dos chineses para facilitar o cálculo, pois com o passar do tempo foi surgindo a necessidade de fazer “contas” mais complexas, assim inventaram o ábaco. Este instrumento é formado por fios paralelos e contas ou arruelas deslizantes, que de acordo com a sua posição, representa a quantidade a ser trabalhada. Existem diversas variações desta ferramenta matemática. Figura 4: Ábaco Escolar Fonte: A Matemática Secreta22 22 http://formatacaoabnt.blogspot.com.br/2011/10/figuras.html 46 Os ábacos têm sido utilizados em todo o mundo no âmbito escolar como ajuda ao ensino do sistema numérico e da aritmética. Os alunos podem aprender a utilizar o ábaco para contar e registar quantidades. Baseado no nosso sistema de base 10, cada conta e cada fio têm exatamente o mesmo valor e, utilizado desta maneira, pode ser utilizado para representar números acima de 100 para cálculos de adição, subtração, multiplicação e divisão. Figura 5: Ábaco com as unidades de medidas Conforme a figura a figura acima, podemos perceber que na linha das dezenas, uma conta representa 10 contas da linha da unidade. Cada conta da linha das centenas representa 10 contas da linha das dezenas e assim por diante. Com base nisso, se por ventura o aluno quiser realizar a conta de adição 10 +2, ele deverá proceder da seguinte maneira: Sabendo que 10 unidades é igual a uma conta da linha das dezenas, o aluno deverá levar uma conta para a direita na linha das dezenas e então levar duas contas para a direita na linha das unidades. Assim ele obterá o resultado da soma visualmente, conforme mostra a figura 6. 47 Figura 6: demonstração do resultado da adição 10+2 Aqui neste relatório estou realizando uma demonstração simples da utilização do ábaco. Não vou me aprofundar nas demonstrações de exemplos mais complicados, porém recomendo ao leitor uma pesquisa mais aprofundada sobre essa rica ferramenta de estudos. 5.2 FRAÇÕES Outro tema que abordamos no microensino foi formas de se trabalhar frações com os alunos. Nos detivemos ao conceito de criar uma ferramenta de baixo custo que permita desenvolver o conceito de frações com os alunos de forma lúdica, criativa e divertida. Figura 7: frações com bastão de piscina 48 Para criação deste material, aproveitamos os bastões que são utilizados nas piscinas para evitar que as pessoas afundem. Com esse material é possível trabalhar facilmente todo o conceito da matéria, onde o aluno conseguirá visualizar e inclusive utilizar o tato23 para compreender que fracionar é dividir uma ou mais vezes em partes iguais. 5.3 GEOMETRIA Já para a Geometria utilizamos os materiais clássicos que no meu entendimento deveriam estar sempre presentes em uma sala de matemática, vide figura 8. Já na figura 9, apresentamos uma forma de se trabalhar a criação de figuras geométricas, este material foi construído com quadro de cortiça, folha quadriculada e alfinetes e necessita de um barbante para a criação das figuras. Foi demonstrado também o uso do Teodolito para calcular alturas. Esse instrumento de fácil construção deve ser utilizado para que os alunos entendam os conceitos geométricos do seno, cosseno e tangente, dos catetos e da hipotenusa. Figura 8: ferramentas para uso no ensino da matemática 23 O tato é um dos cinco sentidos do corpo humano. Para crianças com deficiências visuais, é extremamente importante o uso de recursos que possibilitem ao aluno o uso deste sentido. 49 Figura 9: quadro para estudo de figuras geométricas Ainda na área da Geometria demonstramos uma forma pratica para se trabalhar o círculo trigonométrico, conforme a figura 10. Figura 10: círculo trigonométrico com papelão, esquadro e barbante Este microensino, nos proporcionou alguns momentos de descontração e trabalho em equipe, porém também foi importante, pois trocamos muitas ideias e nos permitimos discutir o ensino da matemática e a importância da construção de materiais didáticos. 50 CONCLUSÃO Neste estágio pude pôr em prática um pouco da teoria da educação matemática que aprendi ao longo do curso. Ao entrar na escola me deparei com uma realidade que muitos desconhecem e pude observar que os professores da Rede Estadual de Ensino são ou estão desestimulados. A professora
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