Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Universidade Federal da Bahia - Instituto de Matema´tica - DMAT MAT B38 - A´lgebra Linear I - B Professora: Simone Moraes 3a PROVA - RESOLVIDA 1.a Questa˜o. (3 pontos) Seja T : M2(IR) −→ P2(IR) a transformac¸a˜o linear cuja matriz em relac¸a˜o a`s bases canoˆnicas de M2(IR) e de P2(IR) e´ a seguinte: [T ] = 1 −3 0 12 −5 3 0 0 1 3 −2 . Determine: (a) A expressa˜o de T . (b) O nu´cleo de T , ker(T ), e sua dimensa˜o. Responda justificadamente: A transformac¸a˜o linear T e´ injetora? (c) A imagem de T , Im(T ), e sua dimensa˜o. Responda justificadamente: A transformac¸a˜o linear T e´ sobrejetora? Soluc¸a˜o: (a) Consideremos A = [ a11 a12 a21 a22 ] uma matriz qualquer em M2(IR), sabemos que as coordenadas de A em relac¸a˜o a` base canoˆnica de M2(IR) e´: a11 a12 a21 a22 . Portanto, T ( [ a11 a12 a21 a22 ] ) = 1 −3 0 12 −5 3 0 0 1 3 −2 · a11 a12 a21 a22 = a11 − 3a12 + a222a11 − 5a12 + 3a21 a12 + 3a21 − 2a22 . Este u´ltimo escrito em relac¸a˜o a` base canoˆnica de P2(IR). 1 Portanto, a expressa˜o de T e´ T ( [ a11 a12 a21 a22 ] ) = (a11 − 3a12 + a22) + (2a11 − 5a12 + 3a21) t+ (a12 + 3a21 − 2a22) t2. (b) Sabemos do teorema da dimensa˜o do nu´cleo e da imagem que: 4 = dimM2(IR) = dimD(T ) = dimker(T ) + dim Im(T ). Mas, dim Im(T ) ≤ dimCD(T ) = dimP2(IR) = 3, portanto, dim ker(T ) ≥ 1. Consequentemente, ker(T ) 6= {0M2(IR)} e portanto, T na˜o e´ injetora. Observemos que [ a11 a12 a21 a22 ] ∈ ker(T ) se, e somente se, T ( [ a11 a12 a21 a22 ] ) = 0 ⇐⇒ (a11−3a12+a22)+(2a11−5a12+3a21)t+(a12+3a21−2a22)t2 = 0⇐⇒ a11 − 3a12 + a22 = 0 2a11 − 5a12 + 3a21 = 0 a12 + 3a21 − 2a22 = 0 . Mas, a11 − 3a12 + a22 = 0 2a11 − 5a12 + 3a21 = 0 a12 + 3a21 − 2a22 = 0 ∼ a11 − 3a12 + a22 = 0 a12 + 3a21 − 2a22 = 0 E2 −→ E2 − E1 a12 + 3a21 − 2a22 = 0 . De a12 +3a21− 2a22 = 0 obtemos a12 = −3a21 +2a22, substituindo em a11− 3a12 + a22 = 0 obtemos: a11 = 3(−3a21 + 2a22)− a22 = −9a21 + 5a22. Portanto, ker(T ) = {[ a11 a12 a21 a22 ] ∈M2(IR); a11 = −9a21 + 5a22 e a12 = −3a21 + 2a22 } . Como em ker(T ) temos duas varia´veis livres, segue que dim ker(T ) = 2. (c) Pelo teorema da dimensa˜o do nu´cleo e da imagem sabemos dim Im(T ) = dimD(T )− dimker(T ) (b)= 4− 2 = 2. Como dim Im(T ) = 2 < 3 segue que Im(T ) 6= P2(IR), e portanto, T na˜o e´ sobrejetora. 2 Sabemos que p(t) = a0 + a1t + a2t 2 ∈ Im(T ) se, e somente se existe [ a11 a12 a21 a22 ] ∈ M2(IR) tal que T ( [ a11 a12 a21 a22 ] ) = p(t). ⇐⇒ (a11 − 3a12 + a22) + (2a11 − 5a12 + 3a21)t+ (a12 + 3a21 − 2a22)t2 = a0 + a1t+ a2t2 ⇐⇒ a11 − 3a12 + a22 = a0 2a11 − 5a12 + 3a21 = a1 a12 + 3a21 − 2a22 = a2 ∼ a11 − 3a12 + a22 = a0 a12 + 3a21 − 2a22 = a1 − 2a0 E2 −→ E2 − E1 a12 + 3a21 − 2a22 = a2 . Das duas u´ltimas equac¸o˜es obtemos: a2 = a1 − 2a0. Portanto, Im(T ) = { p(t) = a0 + a1t+ a2t 2 ∈ P2(IR); a2 = a1 − 2a0 } . 2.a Questa˜o. (3 pontos) Determine uma transformac¸a˜o linear T como nos seguintes casos: (a) T : P3(IR) −→ P2(IR) e ker(T ) = [ 1− t2, t− t3]. (b) T : P2(IR) −→M2(IR) e Im(T ) = [ [ 1 −2 3 −3 ] , [ 3 −5 0 1 ] ] Soluc¸a˜o: (a) Como { 1− t2, t− t3} e´ um subconjunto L.I. de P3(IR) vamos completar esse conjunto de maneira a obter uma base de P3(IR), por exemplo, consideremos B = { 1− t2, t− t3, t2, t3} base de P3(IR). Dado p(t) = a0 + a1t + a2t 2 + a3t 3 em P3(IR), escrevemos p(t) como combinac¸a˜o linear dos vetores de B da seguinte maneira: p(t) = a0 + a1t+ a2t 2 + a3t 3 = a0(1− t2) + a1(t− t3) + (a0 + a2) t2 + (a1 + a3) t3. Agora basta definir a transformac¸a˜o nos vetores da base B, lembrando que queremos ter ker(T ) = [ 1− t2, t− t3], portanto dimkerT = 2, logo pelo teorema do nu´cleo e da imagem devemos ter dim Im(T ) = 2, consequentemente T (t2) e T (t3) devem ser L. I. em P2(IR). Assim, tomando, por exemplo, T (1− t2) = 0 T (t− t3) = 0 T (t2) = 1 T (t3) = t2 temos: T ( p(t) ) = T ( a0(1− t2) + a1(t− t3) + (a0 + a2) t2 + (a1 + a3) t3 ) T e´ linear = a0 T ( 1− t2)+ a1 T(t− t3)+ (a0 + a2) T (t2) + (a1 + a3) T (t3) = (a0 + a2) + (a1 + a3) t 2 . 3 (b) Para determinar uma transformac¸a˜o basta defini-la em uma base, assim tomamos B = {1, t, t2} base canoˆnica de P2(IR), como queremos que Im(T ) = [ [ 1 −2 3 −3 ] , [ 3 −5 0 1 ] ] , pelo teorema do nu´cleo e da imagem devemos ter dim ker(T ) = 1, consequentemente algum vetor de B deve ser levado pela T no vetor nulo de M2(IR). Tomando, por exemplo, T (1) = [ 0 0 0 0 ] T (t) = [ 3 −5 0 1 ] T (t2) = [ 1 −2 3 −3 ] , temos: T ( p(t) ) = T ( a0 + a1 t+ a2 t 2 ) T e´ linear = a0 T (1) + a1 T (t) + a2 T (t 2) = a1 [ 3 −5 0 1 ] + a2 [ 1 −2 3 −3 ] = [ 3a1 + a2 −5a1 − 2a2 3a2 a+ 1− 3a2 ] . 3.a Questa˜o. (2 pontos) Seja T : P3(IR) −→M2(IR) a transformac¸a˜o linear dada por T ( a0 + a1t+ a2t 2 + a3t 3 ) = [ a0 a1 + a2 a1 − a2 −a3 ] . Verifique se T e´ isomorfismo, em caso afirmativo obtenha T−1 a inversa de T . Soluc¸a˜o: A matriz de T em relac¸a˜o a`s bases canoˆnicas de P3(IR) e M2(IR) e´: [T ] = 1 0 0 0 0 1 1 0 0 1 −1 0 0 0 0 −1 . Como det[T ] = −2 6= 0, segue que T e´ um isomorfismo. Vamos determinar T−1 atrave´s da matriz inversa de [T ]. 4 1 0 0 0 | 1 0 0 0 0 1 1 0 | 0 1 0 0 0 1 −1 0 | 0 0 1 0 L3 −→ L3 − L2 0 0 0 −1 | 0 0 0 1 L4 −→ −L4 ∼ 1 0 0 0 | 1 0 0 0 0 1 1 0 | 0 1 0 0 0 0 −2 0 | 0 −1 1 0 L3 −→ −1/2L3 0 0 0 1 | 0 0 0 −1 ∼ 1 0 0 0 | 1 0 0 0 0 1 0 0 | 0 1/2 1/2 0 L2 −→ L2 − L3 0 0 1 0 | 0 1/2 −1/2 0 0 0 0 1 | 0 0 0 −1 . Portanto, [T ]−1 = 1 0 0 0 0 1 2 1 2 0 0 1 2 −1 2 0 0 0 0 −1 . Consequentemente, T−1 ( [ a11 a12 a21 a22 ] ) = 1 0 0 0 0 1 2 1 2 0 0 1 2 −1 2 0 0 0 0 −1 · a11 a12 a21 a22 = a11 a12 + a21 2 a12 − a21 2 −a22 , com este vetor em coordenadas em relac¸a˜o a` base canoˆnica de P3(IR). Portanto, T−1 ( [ a11 a12 a21 a22 ] ) = a11 + ( a12 + a21 2 ) t+ ( a12 − a21 2 ) t2 − a22 t3. 4.a Questa˜o. (3 pontos) Seja T : P3(IR) −→ P3(IR) o operador linear dado por: T ( a0 + a1t+ a2t 2 + a3t 3 ) = a0 + (2a0 + 3a1)t+ (a0 + a1 + a2)t 2 + (a0 − a1 + 5a2 + 2a3)t3. 5 (a) Encontre o polinoˆmio caracter´ıstico do operador T . (b) Determine todos os autovalores de T . (c) Encontre o auto-espac¸o associado ao menor dos autovalores de T e a dimensa˜o deste auto-espac¸o. (d) Responda justificadamente: T e´ diagonaliza´vel? Em caso afirmativo apresente uma matriz de T em relac¸a˜o a uma base de P3(IR) tal que esta matriz e´ diagonal. Soluc¸a˜o: A matriz de T em relac¸a˜o a` base canoˆnica de P3(IR) e´ dada por: [T ] = 1 0 0 0 2 3 0 0 1 1 1 0 1 −1 5 2 . (a) Logo, o polinoˆmio caracter´ıstico de T e´ dado por: p(λ) = det ( [T ]− λI4) = det 1− λ 0 0 0 2 3− λ 0 0 1 1 1− λ 0 1 −1 5 2− λ = (1− λ) · (3− λ) · (1− λ) · (2− λ) = (1− λ)2 · (3− λ) · (2− λ). (b) p(λ) = 0⇐⇒ (1− λ)2 · (3− λ) · (2− λ) = 0⇐⇒ λ = 1 ou λ = 3 ou λ = 2 Portanto, os autovalores de T sa˜o λ1 = 1, λ2 = 3 e λ3 = 2. (c) Determinemos V1. p(t) = a0 + a1t+ a2t 2 + a3t 3 ∈ V1 ⇐⇒ 1− 1 0 0 0 2 3− 1 0 0 1 1 1− 1 0 1 −1 5 2− 1 · a0 a1 a2 a3 = 0 0 0 0 6 ⇐⇒ 0 0 0 0 2 2 0 0 1 1 0 0 1 −1 5 1 · a0 a1 a2 a3 = 0 0 0 0 ⇐⇒ 2a0 + 2a1 = 0 a0 + a1 = 0 a0 − a1 + 5a2 + a3 = 0 ⇐⇒ { a0 = −a1 a3 = −a0 + a1 − 5a2 = 2a1 − 5a2 Portanto, V1 = { p(t) = a0 + a1t+ a2t 2 + a3t 3 ∈ P3(IR); a0 = −a1 e a3 = 2a1 − 5a2 } . Como em V1 temos duas varia´veis livres, segue que dim V1 = 2. (d) Sim, T e´ diagonaliza´vel, pois o polinoˆmio caracter´ıstico de T tem todas as ra´ızes em real. Ale´m disso, mA(1) = 2 = mG(1), mA(3) = 1 = mG(3) e mA(2) = 1 = mG(2). A matriz de T em relac¸a˜o a uma base B′ de P3(IR) constitu´ıda de autovetores de T pode ser: [T ]B′ = 1 0 0 0 0 1 0 0 0 0 3 0 0 0 0 2 . 7
Compartilhar