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Um projeto mantido e patrocinado pelas empresas: Idealização: e-commercebrasil EXCELÊNCIA EM E-COMMERCE Oferecimento SLOMP HOFFMANN LOGÍSTICA by w w w .ecom m ercebrasil.com .br R EV IS TA E-C O M M ER C E B R A S IL 14 www.ecommercebrasil.com.br abril 2013 / Ano 03 > Edição 14 GESTÃO As tendências de consumo no comércio eletrônico brasileiro estão cada vez mais voltadas para dias especiais, e se preparar devidamente é fundamental para o sucesso. MOBILE COMMERCE Copiar e colar modelos e experiências adquiridas no desktop certamente não irão satisfazer as necessidades dos usuários de dispositivos móveis. B R A S IL R $ 34 ,0 0 R EV IS TA B R A S IL EI R A D E CO M ÉR CI O E LE TR Ô N IC O R EV IS TA E -C O M M ER CE B R A S IL MÉTRICAS Analisar o fluxo de navegação do consumidor no meio digital é um desafio, mas um importante ponto para um direcionamento mais eficaz das estratégias de marketing. RELACIONAMENTO Desenvolver um bom relacionamento com o seu cliente é fundamental para o sucesso - ou desastre - da sua marca. DA ECONOMIA DA ATENÇÃO PARA A ECONOMIA DA INTENÇÃO suMÁriO pág. 8 pág. 14 pág. 16 pág. 18 pág. 24 pág. 26 pág. 28 pág. 32 pág. 34 pág. 36 pág. 40 pág. 42 pág. 44 pág. 46 pág. 50 pág. 54 pág. 56 pág. 58 pág. 60 pág. 62 pág. 64 pág. 66 pág. 68 pág. 72 conteúdo tel: +55 11 3926-0174 www.zupidesign.com expediente PUBLISHER Tiago Baeta CORPO EDITORIAL Rina Noronha (editora), Mariana Anselmo, Nathália Torezani, Tiago Baeta e Vivianne Vilela ZUPI DESIGN Projeto Gráfico / Design JORNALISTA RESPONSÁVEL Rina Noronha (MTB. 2759-ES) COLABORADORES Alexandre Crivellaro, Álvaro Vasques, Augusto Sorgi, Fábio Marão, Fábio Ricotta, Fátima Alcarpe Bana, Gabriel Lima, Horácio Soares, Leonardo Cid Ferreira, Marcelo Pimenta, Marco Miranda, Marisa Viana, Marlon Lemes, Paulo Melo, Pedro Eugenio, Renata Milagres, Stella Cabral, Victor Popper. EXECUTIVOS DE NEGÓCIO Fernanda Fruet, Rafael Ribeiro, Tiago Baeta e Vivianne Vilela EMPRESAS PARCEIRAS Accesstage, AD.Dialeto, Akatus, All in Mail, Amazon Web Services,Certisign, Chaordic, ClearSale, Cobre Bem, Developer Buscapé Company, Direct, Dotstore, e-Next, Enken, ExactTarget, GPMídia, Infracommerce, IBOPE, Jet E-Commerce, Kanlo, Kenshoo, KPL Soluções, LeadMedia, Locaweb, MercadoLivre, Moip, MundiPagg, NeoAssist, PayPal, Profite, Rakuten, Responsys, SHL Logística, Sieve, Site Blindado, Sebrae, SLI Systems, Splio, TrustSign, Uniconsult, Virtual Target, Vtex. ORGANIZAÇÃO Grupo iMasters ILUSTRAÇÃO André Luiz Massayuki Ota, Lucas Freitas Lobo e Maria Eduarda Saldanha Rosa. EDITORA ZUPI: A revista E-Commerce Brasil é uma publicação da Editora Zupi em parceria com site iMaster > 4.000 EXEMPLARES > ISSN 2179-7315 PUBLICIDADE +55 (11) 3063 5941 contato@ecommercebrasil.com.br www.ecommercebrasil.com.br redacao@ecommercebrasil.com.br Twitter: @Ecommerce_Br Facebook: www.facebook.com/EcommerceBrasil ENDEREÇO: Alameda Santos, 2395, 1º andar - Jardim Paulista, São Paulo, SP - CEP: 01419-002 Eskenazi indústria gráfi ca entreVista kurt peters - internet retailer inOVaÇÃO inovação é coisa de gente seguranÇa por que o conceito de site 100% seguro é 100% incorreto capa Da economia da atenção para a economia da intenção Métricas Fluxo de navegação dos internautas para sites de comércio eletrônico Brasileiro BOX De nOViDaDes MOBile O incompreendido e inexplorado mundo do M-commerce Marketing a rotina como estratégia de sucesso gestÃO Datas próprias do e-commerce: como se preparar e aproveitar as melhores oportunidades case Meu Móvel de Madeira aFiliaDOs prepare-se para afi liar BOX De nOViDaDes cOnsuMiDOr O comportamento do consumidor brasileiro na web seO Os benefícios do seO para valorizar a experiência do cliente no e-commerce Métricas criando relatórios de acompanhamento das as ações de call center no google analytic Marketing Os 25 kpis mais importantes do marketing para e-commerce relaciOnaMentO Marca e cliente: uma história de amor BOX De nOViDaDe crOss channel cross channel e o comportamento do consumidor pagaMentOs a infl uência dos meios de pagamento na gestão fi nanceira crM sOcial Os interesses em jogo no crM social MODelO De negóciOs aprender fazendo leitura eM Dia DiretóriO catálogo de fornecedores 6 Errata: Na edição 13, de fevereiro, na página 43, onde se lê “O ano que começou a pouco...”, leia-se “O ano que começou há pouco...”. Editorial Acredito que não exista no mundo quem não goste de pipoca (eu amo, pipoca e sorvete). Ou dia vi nutricionistas afirmando que, na categoria “petiscos e aperitivos”, a pipoca está entre as opções mais saudáveis – desde que não seja preparada em forno de micro-ondas ou com manteiga, evidentemente. Mas pipoca não tem nada a ver com o e-commerce, certo? Errado. Como quase todo mundo conhece e adora pipoca, o e-commerce que utiliza a pipoca como exemplo de transformação ganha pontos. Quero reter sua atenção, leitor, observe as lições que encontrará nesta revista. Os temas relacionamento/experiência do cliente estão abundantes nesta revista. Este ano promete ser especialmente desafiador para os gestores das lojas online brasileiras e, no E-Commerce Brasil, estamos sintonizados com esse requisito, porque estes temas tendem a ser a nova fronteira de cada operação: sua sustentabilidade. Não tem a ver com meio ambiente ou questões sociais, e sim com o fato de que cada gestor tem aprendido e evoluído muito em conhecimento, mas frequentemente não consegue aplicar a evolução na prática. Forma-se um gap que precisa ser eliminado. Voltando à nossa metáfora polivalente, a pipoca reúne duas propriedades: é saborosa e saudável. Em uma empresa, a palava “saborosa” seria trocada por “lucrativa”, e no lugar de “saudável”, viria “sustentável”. Mas temos que lembrar: “Para ver muita coisa é preciso despregar os olhos de si mesmo” - o aviso é de Nietzsche. Boa pipoca pra você, ops, bons relacionamentos e recompras com os seus clientes! Vivianne Vilela Diretora Executiva – E-Commerce Brasil 8 entreVista Como as empresas americanas veem o comércio eletrônico no Brasil? Você pode nos dar uma visão geral disso? Americanos veem o Brasil como uma das economias mais fortes no hemisfério ocidental. E por isso esperam um crescimento muito forte no mercado de comércio eletrônico brasileiro. Os pesquisadores da Internet Retailer ainda não compilaram os números de 2012*, mas dados de 2011 mostram um crescimento no mercado latinoamericano de mais de 34% em comparação com o ano anterior. Os 184 varejistas online do Brasil que estão na lista Internet Retailer Top 300 Latin America cresceram 40% em 2011 em relação a 2010. Então, o Brasil ultrapassa o resto da América Latina – e provavelmente todo o hemisfério ocidental, quando você considera que as vendas online nos Estados Unidos cresceram 16% no mesmo período – e eu não vejo nenhuma razão pelaqual esses números sejam menores para 2012 ou mesmo em 2013. Muitos empresários americanos ainda acham um grande desafio abrir um e-commerce no Brasil. As barreiras para entrar incluem a falta de um sistema de entregas de abrangência realmente nacional e a falta de familiarização com as leis e regras governamentais, procedimentos, regulações etc. *a entrevista foi feita no final de fevereiro Em comparação com os EUA, ainda temos muito a crescer. Mas olhando apenas na América Latina, o que você pensa das empresas de comércio eletrônico do Brasil (varejistas e fornecedores)? Os maiores e-commerces brasileiros estão andando a passasos largos na adoção da Internet como um canal de marketing, e devem experimentar um crescimento robusto nos próximos anos. Com base em conversas minhas com alguns varejistas pequenos, quando estive no Brasil em agosto de 2012, para falar no Fórum E-Commerce Brasil, percebi que eles enfrentam muitos dos mesmos desafios e oportunidades que os pequenos nos Estados Unidos – aprender o marketing, ser capaz de arcar com a tecnologia e entender como que a sua base de clientes vai mudar na medida em que as vendas no online crescerem. Apesar de termos muito a aprender com os mercados maiores e mais maduros, como EUA e Europa, podemos ensinar algo a eles? Os e-commerces brasileiros estão, sim, em condições de ensinar aos lojistas online dos Estados Unidos, e de outros mercados mais maduros, sobre logística e como superar os desafios da entrega. Eu fiquei impressionado com a quantidade de congestionamentos no trânsito em São Paulo e no Rio de Janeiro. entreVIsta Por Rina Noronha - Redação E-Commerce Brasil Em uma época tão “global” como a nossa, saber a visão de outros países sobre o nosso mercado é essencial, e pode ser crucial para o bom crescimento de uma empresa, ainda mais quando falamos de e-commerce. Nesta entrevista, Kurt Peters, Editor Chefe da revista da Internet Retailer, fala um pouco de como os americanos veem o mercado brasileiro e o latinoamericano, o que podemos esperar diante dos acontecimentos na economia mundial e mostra que, apesar da “idade” do comércio eletrônico brasileiro, nosso mercado pode, sim, ensinar muita coisa aos e-lojistas dos EUA e Europa. Kurt Peters é Editor-Chefe da revista Internet Retailer há mais de 10 anos, e tem a responsabilidade por todo o conteúdo da Internet Retailer, do InternetRetailer.com, do evento The Internet Retailer Conference & Exhibition e de outros eventos da Internet Retailer, do Top 500 Guide e outros guias publicados pela IR, além do E-Commerce Technology Report. 10 entreVista Atravessar a cidade é algo bem mais difícil nas cidades brasileiras que nas americanas e europeias. Com isso, um e-commerce de sucesso, no Brasil, tem que criar novas estratégias para a entrega, inventivas e inovativas, para que os produtos cheguem aos consumidores de maneira rápida. Em nível local, uma solução pode ser contar com múltiplos estoques/centros de distribuição, em vários locais da mesma cidade. Esses espaços serão significantemente pequenos e localizados próximo ao consumidor final. Isso requer prestar muita atenção em onde os grupos de consumidores estão localizados, para que os CDs estejam em locais otimizados, e também em quais produtos esses consumidores compram com mais frequência, para que o estoque seja apropriado. Entrega local também requer que os fornecedores busquem formas diferentes para entregar os produtos. Por exemplo, motos e bicicletas (equipadas adequadamente) podem ser uma boa solução para entregas em um espaço delimitado. Eu percebi que em São Paulo e no Rio de Janeiro os motociclistas são capazes de circular muito facilmente por entre os carros. Motos não são muito fortes na cultura americana, então isso deixa de ser uma opção para os lojistas americanos, mas pode ser uma solução para os brasileiros. No Brasil, temos um grande problema na área de logística, devido ao tamanho do País. Acredito que nos EUA vocês sofram com a mesma questão. O que é possível fazer para oferecer transporte rápido a todas as áreas do país ou ao menos à maioria delas? É possível oferecer transporte rápido para “qualquer lugar”, ou ele pode se tornar um grande problema? Em um nível nacional, os desafios no Brasil são maiores que nos Estados Unidos. A capacidade de manter múltiplos Centros de Distribuição com produtos pode ir de encontro aos desafios de infraestrutura local. Enquanto alguns lojistas online podem usar alguma solução de entrega rápida, como a americana FedEx, que envia os pacotes individuais por via aérea para as cidades- destino, a entrega final ainda vai enfrentar a problemática do tráfego. Além do tamanho continental do País, os brasileiros estão acostumados a ter frete grátis na maior parte do tempo. Esse frete grátis é regional, na maioria dos casos, o que pode fazer com que os clientes de outras regiões não comprem devido ao custo final elevado. O que pode ser feito sobre isso? Como os varejistas, não importando o tamanho, podem lidar com isso? Frete gratis é um desafio para qualquer e-varejista, e não há uma resposta fácil para isso. Muitos empresários americanos impõem uma compra mínima para oferecer o frete grátis, outros já tentaram com um preço único – frete no mesmo valor para qualquer pedido. A chave para oferecer frete grátis é saber os seus custos, em toda a sua linha de produtos, e então saber quanto os seus concorrentes estão cobrando. Identifique os produtos nos quais você pode colocar um preço maior e então faça as contas para determinar se o valor que você tem cobre a oferta do frete grátis no todo. Outra abordagem é vender produtos que os consumidores não encontram em outro lugar – ou, ao menos, não podem realizar uma comparação de preços facilmente – e ter a certeza de que você tem uma boa margem neles. Uma terceira opção é identificar qual é o valor agregado dos seus produtos, o motivo de eles serem tão únicos, e usar isso como uma razão para não oferecer o frete grátis. O e-commerce já é algo consolidado na cultura de países da América Latina? A aceitação por esse canal ainda tem muito a crescer ou ele já está grande o suficiente? Eu posso responder isso de duas formas: Consolidação significando que empresas maiores estão comprando as menores: assim como em qualquer mercado, nós veremos essa consolidação, mas provavelmente não por um tempo ainda. A consolidação não vai acontecer até que um número suficiente de empresas tenham provado seu sucesso nas vendas online e até que haja companhias grandes o suficiente para adquirir outras. Eu acho que o mercado latinoamericano está a anos de distância disso. Isso significa que há muitas oportunidades para startups que querem se mostrar para investidores e para empresas que queiram crescer e adquirir outras. Consolidações transfronteiriças (entre diferentes países) também apresentarão desafios, assim como é na Europa, onde diferentes países, com diferentes culturas e diferentes formas de fazer negócios. As empresas americanas estão provavelmente olhando para as latinoamericanas para fazer negócios, especialmente no Brasil, mas a maioria vai esperar até que o mercado se prove e os líderes apareçam. Consolidação no sentido de que as compras online já estão integradas na vida do consumidor. O e-commerce ainda tem que crescer significativamente, na América Latina, para que seja considerado como algo integrado à vida dos consumidores. Levou mais de 15 anos para que isso acontecesse nos EUA, e o e-commerce ainda é responsável por menos de 10% de todos os gastos em vendas. Então, o mercado ainda tem muito o que crescer na América Latina. O crescimento será rápido, mas não vai superar o comércio tradicionalda noite para o dia, então ainda há muitas oportunidades para novos empreendedores ou para antigos comerciantes que queiram participar da revolução do e-commerce. Quais são as maiores barreiras para um melhor desenvolvimento do e-commerce na America Latina? Como fomentar o comércio eletrônico em países nos quais as pessoas (e a economia, e o Governo) ainda são resistentes a isso? Uma coisa que os varejistas norteamericanos têm ensinado é que você não pode mudar a forma como as pessoas compram. Se existem culturas que são resistentes às compras online, vai ser bem difícil persuadir os consumidores a irem para o online. E-varejistas terão uma grande chance de sucesso se identificarem onde há uma demanda e criarem um produto que vá ao encontro dela. Um ótimo exemplo de resistência de consumo nos EUA é a compra de gêneros alimentícios. Uma das primeiras lojas online no país foi a Peapod.com, que vende alimentos, incluindo produtos frescos, carnes e refrigerados, como laticínios – em resumo, tudo o que se compra em um supermercado. Uma vez que a Peapod mostrou que poderia ultrapassar os problemas logísticos de se fazer esse tipo de venda online, todas as grandes cadeias nos EUA começaram iniciativas similares. Eles foram expandido por um tempo e, de repente, todos começaram a abandonar seus programas online. A razão: consumidores mostraram grande resistência em comprar alimentos online. Eles querem ir até a loja, escolher os seus próprios produtos, garantir que as uvas, ou a alface, ou o que for, estejam frescos, e talvez perambular pelos corredores à procura de inspiração para o jantar. Além disso, eles não gostam da ideia de ter que estar em casa durante um determinado período para receber a encomenda. Então, não importava o quanto as lojas estivessem promovendo seus canais online, os consumidores não estavam comprando. Hoje, as vendas de gêneros alimentícios online são apenas uma pequena fração de todas as vendas no setor, e as empresas têm sido incapazes de modificar esse cenário. Então, para reiterar – encontre os mercados preparados para o online, crie uma estratégia e vá atrás disso. Não tente mudar a forma como os consumidores compram porque você acha que tem uma ideia melhor que eles deveriam adotar. Você pode nos dizer quais mercados têm obtido maior sucesso na América Latina e no Brasil? O maior é Informática e Eletrônicos. Consumidores conhecem e entendem bem esses produtos, e os produtos em si são fáceis de comparar online. Também há um grande número de lojas online de vestuário na lista Internet Retailer’s Top 300 Latin America, liderados pelo setor de calçados. Isso pode ser devido aos executivos da Netshoes, que observaram uma oportunidade no setor de calçados antes de todos. Eventualmente, vestuário se tornará uma categoria ainda maior na América Latina e no Brasil, assim como já se tornou nos EUA. Os varejistas brasileiros de eletrônicos de consumo estavam entre os primeiros vendedores online, porque há cinco anos eles desenvolveram sites para vender aparelhos celulares e planos de assinatura. Grandes vendas online de produtos de consumo vieram a partir daí. Por que o comércio eletrônico se desenvolve mais rápido em alguns lugares do que em outros? Se você pergunta do ponto de vista de um país, questões demográficas e de desenvolvimento econômico são um fator enorme. Uma classe média crescente, com dinheiro para gastar, é importante. Outro fator importante, e que na verdade não pode ser desconsiderado, é a relação entre alguns negócios e o Governo de um país. Se uma indústria convence as lideranças governamentais que prevenir o desenvolvimento de um novo modo de fazer negócios é um interesse nacional, então mesmo que haja uma forte demanda de consumo, essa nova forma de negócios vai se desenvolver vagarosamente. Cultura também é um fator muito forte. Algumas culturas valorizam a experiência de compra local e não estão abertas a comprar produtos de alguém que eles não conhecem. Se você tivesse que escolher apenas uma ou duas coisas para serem as “mais importantes” em uma operação de e-commerce, quais seriam? Seleção e apresentação online dos produtos. E-varejistas de sucesso entendem o que motiva seus consumidores a comprar. Eles apresentam os produtos em uma forma que conecta com o consumidor e faz disparar o desejo e a compra por impulso. Fulfilment (execução) e entrega. Na medida em que os consumidores se tornam mais maduros e sofisticados sobre compras online, eles esperam uma entrega rápida e sem falhas. É fácil para um lojista se esquecer de um pedido depois que ele sai do Centro de Distribuição. Mas o negócio ainda não está concluído até que o consumidor receba a mercadoria. Isso significa que a execução precisa ser feita da melhor forma por todo o processo, até chegar à porta do consumidor. Atualmente tem-se falado muito sobre mobile, tanto vendas como pagamentos. Qual será o próximo grande tema no e-commerce? Mobile ainda continuará como o grande assunto do momento, e provavelmente será maior em outros lugares que não os Estados Unidos. Os EUA têm uma ótima infraestrutura de Internet que os negócios ainda não usam totalmente. Empresas estão investindo em bastante em servidores, plataformas, formas de fazer negócios online – e elas não vão querer fazer investimentos e não aproveitá-los. E, para ser bem franco, a infraestrutura de mobile nos EUA não é essa maravilha toda. Países em desenvolvimento, como os da América Latina, podem pular o passo da Internet e ir direto para o mobile. Todas as empresas de e-commerce deveriam estar se preparando para isso. Quais são as expectativas para o futuro do e-commerce na América Latina? A expectativa de crescimento, como eu já disse em outras respostas, é alta. Os desenvolvimentos econômico e demográfico estão trabalhando em favor do e-commerce no Brasil. Vocês têm uma das classes médias que mais cresce em todo o mundo, e a idade média aqui é mais baixa que nos EUA e na Europa. Uma ou duas gerações atrás, a primeira coisa que um novo membro da classe média teria comprado seria uma máquina de lavar roupas ou um carro. Hoje, a opção é por um computador de última geração – ou até mesmo um iPad ou outro dispositivo móvel. Além 12 entreVista disso, quanto mais famílias entram na classe média, mais o poder de consumo deles aumenta. Com a variedade de espaço para merchandising na Internet, é para lá que eles seguirão para satisfazer seus desejos materiais. Apesar de o mercado brasileiro estar prosperando, o cenário internacional e os indicadores macroeconômicos podem influenciar os resultados de 2012/2013. O que os brasileiros podem esperar da crise na Europa, a desaceleração no crescimento chinês e o fato de que a economia dos EUA ainda está em recuperação? Você acha que isso pode ter algum impacto negativo no varejo brasileiro como um todo? Ou isso pode ser, de alguma forma, bom para nós? O e-commerce ainda é algo novo o suficiente de forma que os negócios no setor, em qualquer país, ainda são imunes às adversidades de desenvolvimento no restante do mundo. Não há nenhuma razão para que os problemas na Europa, a morosidade no crescimento nos Estados Unidos ou a desaceleração na China afetem diretamente o comércio eletrônico no Brasil. Porém, tendo dito isso, eu vou falar também que os problemas no restante do mundo terão um efeito indireto no e-commerce brasileiro, de forma que eles tornarão mais lentos, se não totalmente parados, os movimentos de empresas americanas e européias para conquistar market share no Brasil e em outros países da América Latina. A lista Internet Retailer Top 300 Latin America inclui poucos varejistas da Europa, da Ásia e dos EUA. Issocria uma oportunidade para que as empresas brasileiras e de outras localidades construam um market share bem significante em seus próprios mercados e oferece um reduto contra a expansão de e-lojistas de outros mercados. InOVaÇÃO É cOIsa de gente Paulo Melo gerente de negócios no cesar* paulo.melo@cesar.org.br A popularização de produtos de alta tecnologia como tablets, notebooks e telefones celulares tem permitido que cada vez mais pessoas utilizem produtos bastante sofisticados tecnologicamente, porém simples de usar. Isso vem ocorrendo pelo fato de que tais produtos não são mais direcionados apenas a um grupo altamente especializado da população, mas também a pessoas leigas em tecnologia. No entanto, atender à dinâmica das necessidades de pessoas tão distintas tornou-se um desafio permanente para as grandes corporações que investem em inovação. Nesse atual cenário, os consumidores não estão mais dispostos a se submeterem a treinamentos ou a enfrentar complicados manuais de uso para só então estarem aptos a utilizar um produto. Especialmente quando a utilização de um dispositivo está relacionada ao entretenimento ou a atividades em que o seu uso não é obrigatório, os consumidores se mostram ainda mais intolerantes a produtos de difícil uso. O resultado dessa intolerância é simples: os dispositivos que se destacam pela boa usabilidade e por sua simplicidade de uso tornam-se sucesso de vendas e geram comentários positivos nas redes sociais. O que é Experiência do Usuário? A área de Experiência do Usuário (UX, do inglês User Experience) surge justamente com o objetivo de pesquisar e conceber soluções que tenham os seus consumidores finais como prioridade máxima no processo de desenvolvimento. Estamos, portanto, falando de oferecer uma boa experiência de uso àqueles que, como nós, usam geladeiras, assistem a filmes em TVs, compram produtos em websites, viajam em aviões e são atendidos em hospitais. A UX diz respeito a como uma pessoa se sente ao usar um produto ou serviço. Ela enfatiza os aspectos relevantes do fenômeno do uso, dos afetos, da relevância e da valoração da interação que os consumidores estabelecem com um produto ou serviço. Dessa forma, a experiência de um consumidor é subjetiva e dinâmica – porque está relacionada às particularidades e histórias individuais e pode variar com o tempo e de acordo com mudanças circunstanciais. Ademais, a UX também é influenciada por fatores que não estão relacionados diretamente à interação em si com o produto, tais como: a marca, o preço, a opinião de amigos e conhecidos do consumidor, a visão da mídia sobre a marca e o produto, entre outros fatores. Desse modo, a transdisciplinaridade nas equipes que atuam em projetos com foco na UX é necessária porque ter uma visão holística do uso de um produto ou serviço não é possível se apenas o ponto de vista de uma classe de profissionais for considerada. Assim, profissionais de marketing, branding, design, engenharia, negócios, psicologia, sociologia, entre outros, são convidados a participar do processo de definição e desenvolvimento das funcionalidades de um produto que, em última instância, irão impactar na experiência de uso. Várias empresas mundo afora, de diversos setores, têm se tornado reconhecidas por inovar através do investimento em UX. Dentre os casos mais renomados podemos citar: Starbucks – cafeteria americana que ficou famosa por oferecer uma experiência de altíssimo nível em todas as suas lojas ao redor do mundo; Apple – conhecida por investir fortemente no design e na embalagem de seus produtos e também nas lojas em Marlon Lemes Designer de interação no cesar* marlon.lemes@cesar.org.br 14 inOVaÇÃO que os consumidores podem experimentá-los; Singapore Airlines – conhecida pela experiência positiva que oferece aos seus clientes do momento em que eles compram a passagem até quando em que chegam ao seu destino final; Havaianas – empresa brasileira que se tornou conhecida por transformar um produto barato e popular entre as classes menos favorecidas em objeto de desejo mundial, vendido a elevados preços e popular em camadas de alto poder aquisitivo; Amazon – inicialmente um serviço de vendas de livros online e que hoje agrega um número crescente de empresas (e.g. Zappos, IMDB, Kindle etc.) que se caracterizam por oferecer produtos e serviços diretamente associados aos hábitos de consumo de seus usuários. Por que investir em UX? O foco primordial das empresas mais inovadoras do mundo deixou de estar apenas no pleno funcionamento e na usabilidade dos produtos, para estar também numa perspectiva holística do uso de tais aparelhos, que considera os sentimentos, as motivações e os valores das pessoas que usam tecnologia. Para que esses elementos sejam contemplados, é necessário conhecer de perto o usuário, pois a usabilidade não é uma qualidade intrínseca de um produto, serviço ou sistema. Ela depende de um acordo entre as características de sua interface e as características de seus usuários ao buscarem determinados objetivos em determinadas situações de uso (realizar uma compra através de um equipamento móvel, por exemplo). Estatísticas apontam para o retorno do investimento feito em um esforço consistente em UX [7]; Estima-se que o investimento em tempo e dinheiro gasto em esforços de retrabalho poderia ser reduzido em aproximadamente 50%; O custo para se corrigir um erro em um software plenamente desenvolvido é 100 vezes maior do que o custo para corrigir o erro semelhante em fase inicial do desenvolvimento. Focar na UX de seus consumidores tem sido um diferencial competitivo adotado por grandes corporações de sucesso. Os consumidores, por sua vez, estão cada vez mais exigentes quanto aos produtos que compram e têm cada vez mais facilidade para comprar produtos que há poucos anos eram inacessíveis. Aliado a isso, o nível de crítica e a facilidade de disseminar uma experiência negativa com um dado produto faz com que pensar na UX do consumidor não seja mais um simples detalhe. Em última instância, investir em UX implica em acelerar a penetração de um produto no mercado consumidor e reduzir o período de recuperação do investimento no desenvolvimento de um produto, além da melhoria de sua imagem no mercado. Aprenda mais 1. Kuniavsky, M. 2003, Observing The User Experience – A Practitioner’s Guide to User Research. Morgan Kaufmann, USA. 2. Buxton, B. 2007, Sketching User Experiences: Getting the Design Right and the Right Design. Morgan Kaufmann, USA. 3. Drucker, P. 1993, Innovation and Entrepreneurship. Collins, USA. 4. C.E.S.A.R. 2008, Processo de Inovação C.E.S.A.R. Disponível em: <http://www.cesar.org.br/site/cesar/ processo-de-inovacao>. 5. Melo, P. 2011, Processo de Inovação C.E.S.A.R: inovando a partir do consumidor. XI Conferência ANPEI. Cases de Sucesso. Fortaleza, Brasil, 2011. 6. Cybis, W.; BETIOL A. H.; FAUST, R. Ergonomia e Usabilidade – Conhecimentos, Métodos e Aplicações. 1.ed. São Paulo: Editora Novatec, 2007. 7. Weinschenk, S. The ROI of User Experience. Vídeo disponível em http://bit.ly/h8tNIN *Paulo Melo - é psicólogo, mestre em psicologia cognitiva e doutor em design. Atualmente é gerente de negócios no CESAR, um instituto de inovação com nome de gente e que acredita que inovação é coisa de gente. *Marlon Lemes - é designer com nove anos de experiência, tendo participado de diversos projetos, do planejamento à execução. Atualmente é designer de interação no CESAR, trabalhando com práticas de design centrado no usuário. É comum observarmos sites com selos e informativos dizendo que o ambiente é 100% seguro. Se houvesse a possibilidade de essa informação ser exibida em cores chamativas, fontes gigantes e banners exclusivos, comcerteza ela estaria ali. Isso porque, juntamente com a simples exibição de um selo, esse tipo de propaganda vende. Só tem um problema: vende errado. Se você, caro leitor, acredita em site 100% seguro, sinto desapontar, mas esse conceito não existe. A segurança de um website envolve muitos elos. Existem áreas de especialização, e é possível encontrar várias empresas que ajudam a fazer cada elo dessa corrente de segurança realmente funcionar. Um certificado digital, por exemplo, não dá segurança ao website. Ele apenas garante a autenticidade e a criptografia das informações trocadas. Um sistema antifraude não dá segurança ao website, ele apenas minimiza os riscos e garante que o lojista não tenha uma venda efetivada como fraude. Um sistema de análise de vulnerabilidades também não dá segurança ao website, ele apenas indica os pontos vulneráveis para que sejam corrigidos, para que com isso o website esteja menos suscetível a ataques. Com isso, o site se torna mais seguro. Note que mais seguro é um conceito bem diferente de 100% seguro. Aumentar o nível de segurança não é garantir a segurança. A lista de recursos possíveis para serem aplicados no website é praticamente interminável e mesmo assim ele não estará 100% seguro. O que está ao alcance é utilizar tantos recursos quanto forem necessários para elevar a segurança no ambiente web e minimizar ao máximo os riscos. Se nesse momento você se pergunta por que alguém iria querer invadir seu site, a lista de razões também é praticamente interminável. Mas, como principais, podemos listar a inserção de links ocultos que direcionam para outra página com o objetivo de ganhar popularidade nos buscadores, a implementação de spywares ou malwares que infectem seus visitantes e fornecem controle para roubo de informações ou a construção de redes botnets, ou ainda o envio de spam. Outro item extremamente sensível são informações de cartões de crédito e dados pessoais dos usuários. Dados de cartão, como bem sabem, são um capítulo à parte e respaldados por leis e o PCI DSS. Mesmo assim, perguntem a um pequeno lojista o que é PCI e provavelmente ele retornará com um olhar de interrogação. Já os dados pessoais dos usuários podem ter que seguir legislação específica, caso o Projeto de Lei elaborado pelo Ministério e a Secretaria Nacional do Consumidor seja aprovado, no qual empresas deverão garantir que os dados pessoais utilizados com autorização não vazem ou fiquem vulneráveis a ataques. Marisa Viana gerente comercial da trustsign POr Que O cOnceItO de sIte 100% segurO É 100% IncOrretO 16 seguranÇa Um dos elos da corrente de segurança passa por pessoas. E esse é o elo mais fraco, pois ele não possui correções automáticas nem rápidas implementações. Funcionários necessitam de conscientização para não colocar em risco as operações da empresa com um simples clique. Desenvolvedores e profissionais ligados ao e-commerce necessitam de conscientização para absorver que segurança não se vende em caixas padronizadas. Consumidores necessitam de conscientização para entender a diferença de comprar em um site que investe em segurança, e não apenas exibe um selo. Ter um serviço contratado geralmente dá ao site o direito de exibir o selo de validação. Existem muitos e muitos sites que exibem um selo, mas não possuem o serviço. E o que faz o consumidor? Compra de um ou de outro, sem distinção. Isso porque não recebeu a informação de ter isso como critério de escolha. E o investimento do lojista em segurança não é percebido. Conscientização é o ponto chave para mudar esse cenário. A maneira como uma empresa se preocupa com sua segurança web diz muito sobre a segurança com que trata os dados dos seus clientes. Em 2013, o mercado de e-commerce deve crescer aproximadamente 25%, chegando a um faturamento de R$ 28 bilhões, segundo dados do e-Bit. Sensação de segurança é bom, mas saber que uma compra é realizada realmente com mais segurança é melhor ainda. A fase em que consumidores se contentam com selos de um site 100% seguro precisa ser ultrapassada. Precisamos obter e usar o conhecimento, agir e disseminar ações, aprender e acima de tudo nos educar ao uso adequado da Internet. Apenas assim conseguiremos estimular o mercado a nos dar mais do que uma simples entrega. Conseguiremos a satisfação de uma compra tranquila, seguida de melhores preços, atendimento e respeito. Com 100% de certeza. 18 capa A mudança na economia brasileira mostrou a sua força. Chegou, lotou ruas de carros, turbinou vendas de TVs, computadores, smartphones. Segundo Ricardo Amorim, economista e comentarista da GloboNews, a bonança chegou apesar do Brasil. Toda a revolução que vivemos – e fazemos – hoje é resultado de um conjunto de fatores que deve continuar pelos próximos 10 anos. “O Brasil está condenado a dar certo, apesar de si mesmo”, decretou o economista, especialista em estudar cenários econômicos. Segundo Amorim, se as condições macroeconômicas e mundiais são favoráveis ao Brasil e aos seus negócios – e são, porque o dinheiro está barato e as matérias primas valorizadas – o fluxo do dinheiro seguirá por aqui. Isso para o povo lá fora da Internet. Quem trabalha com e-commerce tem vivido em tempos de crescimento de 20% para cima há muitos anos – já são cinco anos seguidos de bonança. Detalhe: 20% são a média do mercado. Tem e-commerce que cresce mais, muito mais que isso (e quem não faz lição de casa, menos, muito menos). Para Gabriel Lima, da eNext, o e-commerce brasileiro está a caminho da terceira fase, de maturação. O primeiro estágio é o de desbravamento, em que poucas empresas se arriscam e as margens são altas, os consumidores pagam o preço de serem early adopters, tanto no que se refere ao valor das mercadorias comercializadas, quanto ao serviço ainda não estar provendo uma experiência completa. Neste caso, as empresas se beneficiam de custos baixos, o que consequentemente traz grandes margens e cria as marcas-referência (vide os casos de Submarino e Netshoes). Gabriel continua: “A segunda fase é a conhecida como corrida pelo ouro, na qual várias empresas e empreendedores percebem a oportunidade de ganhar dinheiro neste novo mercado e correm atrás, para abocanhar sua fatia dos lucros. Nela os custos passam a ser razoáveis, mas por falta de profissionalização os serviços ainda não são entregues de forma adequada, e as margens começam a ficar apertadas por conta da competição.” Então, segundo Gabriel, agora é hora de custos de entrada altos, tecnologias mais maduras (e consequentemente baratas) e o diferencial passa a ser a profissionalização dos serviços, a estratégia e o planejamento. Para o especialista, que também é professor da FGV- SP, as margens nessa fase geralmente são menores, os custos elevados e os ganhos passam a ser de escala. Diversos players acabam morrendo nesta etapa, mas os que sobrevivem saem fortalecidos. O veredito de Gabriel? “Acredito que os brasileiros não têm opção senão pensar sobre o seu negócio de forma estratégica e olhando para o cliente em primeiro lugar”. Para ele, o mercado brasileiro está da ecOnOmIa da atenÇÃO Para a ecOnOmIa da IntenÇÃO Por Lucia Freitas, para E-Commerce Brasil chegando a isso. “Já temos ferramentas disponíveis, mas o importante mesmo é a estratégia. Sem estratégia de negócio, nada pode funcionar”, diz Gabriel. Na vida real, os lojistas vão ter que “pensar com a cabeça” para que os consumidores tenham experiência de compra mais adequada. “É preciso trabalhar personalização, busca, segmentação, ter um e-mail marketing mais trabalhado – tudo isso sempre dentro de uma estratégia”, explica Gabriel. Da atenção para a intenção É aqui que entra o próximo estágio: economia da intenção. Olivro de Doc Searle, publicado no Brasil pela Campus Elsevier, explica a mudança de foco de negócios. Em vez de as empresas oferecerem o que podem, elas correm para atender a necessidades específicas do consumidor. Cá entre nós, a fonte de dinheiro está (e sempre esteve) nas mãos de quem compra. A grande questão é que, para que o consumidor realmente comande, é preciso um sistema – o similar ao CRM, só que voltado para o outro lado. Doc batizou-o de VRM (Vendor Relationship Management). Os princípios básicos do VRM são: -Consumidores devem ser independentes nas relações com vendedores. -Consumidores precisam ter autonomia para gerenciar seus dados e a forma como são agregados. -Consumidores são responsáveis pelos pontos de integração de suas informações. -Consumidores terão condições de ditar os termos de seu engajamento. -Consumidores terão liberdade para expressar exigências e intenções sem qualquer controle das empresas. As características ideais das ferramentas? -VRM é pessoal. -VRM ajuda os clientes a se expressarem. -VRM ajuda os clientes a se engajarem. -VRM ajuda os clientes a administrarem (sistemas e relações). -VRM é substituível a qualquer tempo – não são ferramentas feitas para cercar os usuários. É simples, libertador e revolucionário. Tanto que o projeto foi encampado pela Harvard Law School, que tem seu próprio Wiki e uma página de desenvolvimento que já lista um bom punhado de ferramentas e de empresas que produzem a partir do conceito. Aqui no Brasil, a história da economia da intenção ainda é um pontinho no horizonte. Mas o nosso mercado caminha rumo à maturidade a passos largos, portanto, é bom ficar atento e saber operar dentro do conceito. 20 capa Acredito que os brasileiros não têm opção senão pensar sobre o seu negócio de forma estratégica e olhando o cliente em primeiro lugar. - Gabriel Lima, eNext Afinal, na competição online, ganha mesmo quem atende melhor. No blog (http://blogs.law.harvard.edu/vrm/) e na página de desenvolvimento (http://cyber.law.harvard.edu/ projectvrm/VRM_Development_Work) da Harvard Law School, é possível descobrir muitas novidades. Enquanto isso, no Brasil Por enquanto, o brasileiro ainda não tem como administrar esses detalhes de sua vida digital. Somos 94,2 milhões online (Ibope, 2012), dos quais 69,5 milhões usam internet de casa – e o crescimento de residências com internet instalada tem aumentado em dois dígitos... Os números comprovam a fala do Ricardo Amorim: “É preciso importar a Cristina Kirschner para conseguir errar!”. E também servem de alerta: os internautas brasileiros desconfiam do e-commerce (apenas 20% deles compram online). As principais causas? Problemas de entrega, preço do frete e forma de pagamento. E como os nossos sites tratam, no dia a dia, a questão do “prosumer”? Cada empresa tem o seu jeito, a sua forma e a sua conversa. E todas precisam (ou deveriam) fazer isso, sob pena de desaparecerem num futuro não muito distante, como avisou Gabriel Lima, da eNext. O caso do Gimba.com No Gimba.com, a atenção ao cliente já existe. Segundo Luiza Severo, gerente de e-commerce do portal, a prática de colocar o cliente em primeiro lugar é uma constante na empresa. “Estamos sempre em busca de entender o cliente e oferecer o que ele quer, na hora certa”, conta. Com o grande acesso à informação, o importante, segundo Luiza, é acessibilidade e fidelidade, já que o cliente sabe o que quer e quanto custa o produto. “Hoje o preço é a última coisa que vai decidir a compra”, diz. A grande dificuldade é como se comunicar. Ela compara a estratégia de comunicação à escolha do ponto físico: o sucesso depende disso. E, cada vez mais, conseguir acessos custa caro, muito caro. Outra questão importante levantada por ela: não adianta nada “queimar” a base de e-mail marketing. “Internamente, monitoramos o tempo todo a resposta ao e-mail marketing. Dependendo da reação do cliente, ele passa a receber só conteúdo, com frequência muito menor, de forma a gerar fidelização e diminuir a invasão”, explica. Ou seja: produzir conteúdo é fundamental. Seja sobre papel ou cafeteira, a prática é constante no Gimba. Além disso, a empresa implantou a rotina de recuperar carrinhos abandonados, oferecer produtos relacionados às compras dos clientes e seguir timtim por timtim o que >> Uma campanha de re-marketing bem feita, gera uma taxa de conversão 10x maior que a habitual. - Daniel Nepomuceno, Meu Amigo Pet A estratégia de comunicação é importante como a escolha do ponto físico: o sucesso depende disso. E cada vez mais, conseguir acessos custa caro, muito caro. E não adianta nada “queimar” a base de e-mail marketing. - Luiza Severo, Gimba.com 22 capa >> está no manual de boas práticas do e-mail marketing. “Com isso, o uso do e-mail tem dado melhores resultados”, diz. A grande dificuldade é que o foco da empresa está em vender. E organizar bases de dados – muitas vezes espalhadas em sistemas legados, diversos bancos e outras questões técnicas – exige muito esforço e investimento que não gera retornos imediatos. Mesmo assim, o Gimba.com sabe que a recomendação é uma ferramenta importante. Por isso, monitora as redes sociais o tempo todo e já tem uma comunidade de 40 mil fãs no Facebook. Segundo Luiza, por lá é que a coisa fica interessante. “É o lugar do relacionamento, de saber o que os clientes querem, contar o que existe na loja, oferecer as mais variadas dicas”. E, claro, é o lugar de fazer concursos. Universo da fofura Já na Baby.com.br, onde o assunto é bebê, a conversa é bem diferente. A empresa opera desde outubro de 2011, num mercado que movimenta R$ 40 milhões por ano – e não havia nenhum grande player online. Segundo In Hsieh, co-fundador da Baby.com.br no Brasil, o segredo do sucesso está exatamente na atenção ao cliente. “Aqui a área de experiência do consumidor é horizontal, toca todas os setores e ajuda cada um a melhorar”, diz. O executivo explica que acha importante manter o atendimento e o centro de distribuição próprios. “Nossa aposta inicial foi nos produtos de comodidade (fraldas), e hoje temos quase todas as linhas de produtos para bebês”, conta In. Com sua própria mesa instalada no meio do atendimento ao cliente, In está bastante satisfeito com o resultado. Encontram fotos dos bebês dos clientes dentro das caixas, fazem questão de enviar o e-mail de confirmação de compra com a assinatura – e até algum tempo atrás o e-mail do próprio In para contato, o que rendeu muitos contatos e histórias. Claro que a empresa também usa dados analíticos, informações sobre o comportamento de consumo e histórico de navegação, entre outros indicadores. Só que ainda não se inventou KPI para medir o retorno que a humanização da empresa proporciona. Um exemplo interessante: uma cliente (advogada) estava muito brava com um problema na entrega. A empresa fez questão de levá-la ao centro de distribuição, apresentá- la ao responsável pelo seu pacote e explicar todo o processo. No fim, tudo foi explicado e a cliente ajudou a melhorar muito o processo, e todos ficaram amigos. In conta que isso é algo recorrente na empresa. E que é preciso ter muito cuidado com a transparência, porque o limite entre ela e empurrar a responsabilidade para fora é muito tênue. “Num mercado de compra recorrente, é importante atender muito bem e aprender com os clientes”, ensina. Na Baby.com.br, mães são bem-vindas. Mais que isso: elas são fundamentais para atender outras mães. Também é importante ter sensibilidade para entender o comportamento de mulheres grávidas – que, sob a influência de hormônios, são emocionalmente instáveis e precisam mesmo de acolhimento. É surpreendente o envolvimento emocional que sevê na empresa. Os funcionários de gerência e diretoria são todos egressos de e-commerces conhecidos e startups brasileiras – e foram transformados pela convivência com bebês. “A gente tem que falar a língua da mãe que tem um bebê pequeno – e isso muda tudo”, diz In. “Sim, estamos atentos para ter escalabilidade nos processos. Mas aqui tive oportunidade de fazer negócio de outro jeito. Outro dia, fui até a Praia Grande pessoalmente entregar uma cadeirinha para uma avó cujo neto nasceu antes da data prevista”, diz. E, sim, todos na empresa têm experiência com entrega, atendimento, centro de distribuição – tudo para garantir que conheçam os processos e saibam como se comportar e satisfazer os clientes. In chama de “fofurização” o espírito da Baby.com: “Queremos saber o nome do filho, a idade, as histórias. Temos prazer em receber fotos dos pequenos”, conta. Na Baby.com.br, aprende-se todo dia. Tudo para ser um dos 10 maiores e-commerces do Brasil. Falta um pouco para chegar lá, mas a equipe está animada. Aqui tive oportunidade de fazer negócio de outro jeito. Investimos na foforização, como eu chamo. É mais que humanização: é saber o nome do filho, a idade e nos relacionar de forma transparente. - In Hsieh, Baby.com.br O perigo do re-marketing O que você faz para o seu cliente comprar novamente? Qual a taxa de retorno deles? Re-marketing é fácil na Internet. E perigoso para o seu negócio. Dentro do novo contexto em que o cliente é o centro, a prática pode expulsar o consumidor do seu sistema. Ou seja, tudo o que você não quer. O navegador grava os cookies que identificam seu cliente enquanto ele navega por outros sites. Se os sites tiverem a tecnologia necessária (em geral têm), eles sabem de onde o usuário veio e a propaganda exata para exibir ao ser humano na frente da tela. Detalhe importante: de maneira geral, uma campanha de re-marketing bem feita gera uma taxa de conversão 10x maior que a habitual. Quem avisa é o diretor da Meu Amigo Pet, Daniel Nepomuceno. Pelas tags de re-marketing, dá pra saber as áreas de interesse do usuário, quando ele abandona a navegação e até mesmo quais produtos viu. Mas responsabilidade é a palavra-chave para usar essa tecnologia, segundo Daniel Nepomuceno. Banners não devem perseguir o usuário. É preciso medir quantas vezes ele precisa vê-lo para fazer a compra e, depois disso, é melhor não insistir. Aliás, essa regra vale também para o e-mail marketing. A razão? Depois de certo ponto, banner (e e-mail) vira paisagem ou, pior, se torna invasivo e afasta o cliente. E-mails de recuperação de vendas também fazem parte da estratégia. Um truque conhecido é oferecer desconto para o cliente fechar a venda. Isso funciona até que o usuário perceba que basta colocar o produto no carrinho, abandonar e ganhar desconto. De novo: medir os e-mails necessários para que comprem – e saber quando parar – são medidas fundamentais para o sucesso. E voltamos ao início: estratégia é fundamental para ser bem sucedido. E nela deve estar a sabedoria de parar de perseguir o cliente a todo e qualquer custo; devemos usar as ferramentas que temos (ou desenvolver novas) para que ele queira, por vontade própria, o nosso produto. 24 Métricas Atualmente, milhares de pessoas utilizam a Internet como um dos principais canais na busca de informações sobre produtos e serviços. Além de pesquisar melhores preços, o internauta procura formas de pagamento, opiniões de outros compradores, detalhes de produtos e diversos outros itens, tornando o processo decisório muito mais longo e complexo. O acesso a sites de comércio eletrônico, fóruns, blogs e comunidades focadas em discutir produtos e serviços possibilitam ao internauta conhecer detalhadamente o que pretende adquirir por meio de diferentes percepções, que muitas vezes até atrapalham ou atrasam o processo de decisão. Com isso, entender o comportamento do consumidor no meio digital, tendo como fundamento a análise do seu fluxo de navegação, torna-se um grande desafio para a maioria das empresas e, certamente, é um ponto importante para um direcionamento mais eficaz das estratégias de marketing. O conceito utilizado atualmente pelas empresas de comércio eletrônico é baseado apenas na análise da indicação, ou seja, em qual página (URL) o usuário se encontrava exatamente antes de entrar em um site de e-commerce. Porém, esse mecanismo não considera todo o seu processo de busca na avaliação da decisão de compra. A busca por informações pode se estender por horas ou dias, dependendo da sua complexidade, e analisar somente o último acesso já não é mais suficiente, pois não leva em consideração toda a experiência do usuário na Internet. Segmento de cultura De acordo com os dados consolidados de jan-dez/12 do E-tailReport (IBOPE E-Commerce), analisando o fluxo de navegação de uma loja que atua apenas no segmento de “cultura” (venda de livros, CDs e DVDs), pode-se observar que as categorias de sites mais visitadas antes da chegada à loja virtual sofrem algumas variações em função do tempo, conforme o quadro abaixo: Fluxo de navegação – Loja segmento de cultura Fonte: EtailReport – Relatório Origem e Destino jan-dez/12 (lojas do segmento cultura) Das pessoas que acessaram um site de comércio eletrônico do segmento de “cultura” 30 minutos antes de acessar o portal de e-commerce, 27% estavam presentes nas mídias sociais. Entretanto, a categoria de concorrentes possui maior relevância nos 10 minutos antes de acessar esse site, representando 21% do volume total de acessos, fortalecendo assim a tendência de comparação de preços, condições de pagamento e entrega entre as lojas. Fonte: EtailReport – Relatório Origem e Destino jan-dez/12 (lojas do segmento cultura) No gráfico acima, nota-se que os buscadores e os agregadores se mantêm relevantes durante todo o Alexandre Crivellaro Diretor executivo iBOpe e-commerce alexandre.crivellaro@ibope.com FluXO de naVegaÇÃO dOs Internautas Para sItes de cOmÉrcIO eletrÔnIcO BrasIleIrO CATEGORIAS 30 min. antes 20 min. antes 10 min. antes AGREGADORES 2% 2% 4% BLOGS 7% 7% 8% BUSCADORES 23% 22% 20% CONCORRENTES 9% 12% 21% MÍDIAS SOCIAIS 27% 24% 17% OUTROS 11% 13% 13% PORTAIS 20% 18% 17% tempo, enquanto que as mídias sociais acabam perdendo relevância quando o usuário se aproxima da loja de comércio eletrônico analisada. Segmento de multicategorias Já na análise dos dados de uma loja do segmento de “multicategorias”, lojas que comercializam todos os tipos de produtos, observa-se que o fluxo de navegação dos usuários em sites “concorrentes” já é bastante expressivo 30 minutos antes de entrar na loja. Porém, cresce de 24% para 33%, quando consideramos o intervalo de tempo de navegação de 20 minutos, e alcança quase 43% nos momentos decisórios, demonstrando que o usuário está muito interessado em comparar a reputação e as condições que cada loja oferece. As categorias que acabaram perdendo certa importância para as lojas focadas no segmento de “multicategorias” são mídias sociais, portais e buscadores, já que a relevância mais expressiva permanece de 30 a 20 minutos antes do acesso na loja, conforme tabela abaixo: Fluxo de navegação – loja segmento de multicategorias Fonte: EtailReport – Relatório Origem e Destino jan-dez/12 (lojas de multicategorias) No gráfico abaixo, acompanhando o fluxo de navegação do usuário da loja do segmento de “multicategorias”, nota- se que os agregadores de preço, buscadores e mídias sociais têm uma importânciamais estratégica na decisão, apontando quais lojas entrarão no processo de comparação, o que fica muito evidente nos minutos finais (veja linha dos concorrentes). Essa avaliação mostra claramente que a análise do último site, quanto ao tráfego, pode ser bastante incoerente com a realidade apontada pelo estudo. Fonte: EtailReport – Relatório Origem e Destino jan-dez/12 (lojas de multicategorias) Segmento de beleza Na análise dos dados de uma loja no segmento de “beleza”, que comercializa principalmente cosméticos e perfumes, observa-se que o fluxo de navegação dos usuários em sites de mídias sociais e portais apresenta bastante expressividade 30 minutos antes de acessar a loja. Diferentemente dos outros segmentos, aqui, nos últimos 10 minutos antes da navegação no site, vários players de mercado apresentam potencial de envio de usuários aos sites, como portais, com 25%, buscadores, com 21%, mídia sociais, com 20%, e concorrentes, com 17%. Fluxo de navegação – Segmento de beleza Fonte: EtailReport – Relatório Origem e Destino jan-dez/12 (lojas no segmento de beleza) No gráfico abaixo, acompanhando o fluxo de navegação do usuário da loja do segmento de “beleza”, nota-se a presença bem acentuada dos portais, mídias sociais e buscadores nos momentos decisórios de compra. Fonte: EtailReport – Relatório Origem e Destino jan-dez/12 (lojas no segmento de beleza) De um modo geral, os internautas seguem fluxos de navegação diferentes de acordo com a categoria do site pesquisado. Além da categoria, fatores como gênero, classe social, faixa etária entre outras variáveis precisam ser avaliadas para um melhor direcionamento das campanhas publicitárias. Observamos que estar presente em vários momentos da navegação em determinados canais pode alavancar muito a venda de produtos dentro de certas categorias. A análise de variáveis comportamentais também pode explicar tendências em curto e médio prazo, já que a Internet possui uma característica mais dinâmica em relação aos outros meios tradicionais. CATEGORIAS 30 min. antes 20 min. antes 10 min. antes AGREGADORES 0% 0% 0% BLOGS 5% 7% 6% BUSCADORES 20% 22% 21% CONCORRENTES 4% 9% 17% MÍDIAS SOCIAIS 27% 22% 20% OUTROS 17% 12% 9% PORTAIS 26% 26% 25% CATEGORIAS 30 min. antes 20 min. antes 10 min. antes AGREGADORES 3% 4% 7% BLOGS 2% 2% 2% BUSCADORES 21% 19% 16% CONCORRENTES 24% 33% 43% MÍDIAS SOCIAIS 24% 21% 15% OUTROS 6% 5% 4% PORTAIS 20% 16% 14% 0% 8% 15% 23% 30% 30 min.antes 20 min. antes 10 min. antes AGREGADORES BLOGS BUSCADORES CONCORRENTES MÍDIAS SOCIAIS OUTROS PORTAIS 26 BOX De nOViDaDes >> All In Behavioral é o novo recurso da All In Mail A All In Mail lançou a nova plataforma onde o diferencial está no “All In Behavioral”! Com este novo recurso é possível criar regras de envios automáticos baseados no comportamento de navegação dos usuários, compra ou intenção de compra em seu e-commerce. Outro ponto forte deste recurso é criar segmentações avançadas que contemplam uniões ou intersecções de dados comportamentais. Você não precisa se preocupar em criar templates individuais e pode se dedicar ao que realmente interessa: suas estratégias de marketing. Invista nos envios de e-mails automáticos focados na análise comportamental de seus clientes, recupere carrinhos abandonados e converta em vendas >> Vídeo em prol das vendas: por que não? O Brasil já é sétimo país que mais consome vídeos no mundo – segundo a ComScore, são 43 milhões de espectadores únicos. Indo na mesma direção de crescimento, o e-commerce vem se fortalecendo e conquistando níveis de facilidade e segurança talvez nunca esperados. Hoje é possível obter – quase – todo tipo de produto e serviço em um clique. Sendo a internet um canal democrático, por que não unir a linguagem leve do vídeo à comodidade da compra online, agregando informação para o consumidor? Usar este recurso nos demonstrativos de produtos, expressa com mais fidelidade o que será comprado e impacta diretamente na satisfação do cliente, já que aumenta a compreensão, pelo consumidor, do que está sendo comprado. Além do mais, quando bem indexados, os vídeos podem aumentar os acessos através das buscas. A Ad.Dialeto, agência de performance full service, avalia a viabilidade e desenvolve uma estratégia de e-commerce especifica para cada mercado, marca e produto. >> Oportunidades em e-mail marketing Segundo pesquisa da Virtual Target, plataforma de envio e gestão de e-mail marketing da Serasa Experian, o canal converte, em média, 2,53% para o varejo online, superando buscas orgânicas e pagas, além de ações em redes sociais. Por isso, a expectativa é que se torne um canal mais efetivo para as vendas em 2013. Dados divulgados pela Return Path mostram que as blacklists estarão mais restritivas neste ano e os grandes provedores exigirão configurações adicionais de remetente. Portanto, os e-commerces devem atentar para detalhes como configurações corretas de DNS para senders e procedência de listas de contatos. Outra tendência é o investimento em campanhas adaptadas para serem abertas em dispositivos móveis, impulsionadas pelo crescimento do acesso ao 3G e o aumento das vendas de smartphones. Por fim, outro desafio a ser enfrentado é a implementação de réguas de relacionamento, práticas de cross-sell e personalização de conteúdo baseado em histórico de navegação e compras, para deixar o e-mail cada vez mais exclusivo ao usuário. >> ExactTarget lança solução MobilePush e expande recursos mobile à gestão integrada de marketing A líder global de maketing digital ExactTarget lança a solução MobilePush, que potencializa a entrega de dados e integra campanhas de e-mail, social, SMS e web por meio do Interactive Marketing Hub. As principais funcionalidades do MobilePush são integração cross-channel; segmentação avançada; relatórios. Além disso, a ExactTarget expande os recursos de sua solução MobileConnect SMS, que possui novas funcionalidades de API para alavancar o envio de SMS em tempo real e a integração cross-channel, aumentando o opt-in e aperfeiçoando a gestão de entrega de mensagens. Também é oferecido recursos de integração de campanhas de email e mobile, otimizando o processamento e a pré-visualização de emails nos principais dispositivos móveis. Com esta solução a ExactTarget complementa seu portfólio e apoia empresas de ecommerce a enviar mensagens relevantes no momento certo, para o canal certo. >> PayPal cresce no Brasil em dois anos de operação local O PayPal fechou 2012 com resultado recorde de penetração nas principais lojas online do Brasil: hoje, a plataforma está nos principais sites que hoje controlam mais de 40% do volume do e-commerce brasileiro. Este marco acontece após apenas dois anos de operação local e é resultado de um posicionamento estratégico da companhia voltado à inovação, investindo em parceiras com grandes, médios e pequenos lojistas, além de startups locais. “Começamos a nossa operação em 2010 com o desafio de expandir o legado e a liderança que a marca tem no mundo. Podemos dizer que conseguimos, principalmente pela inovação, confiabilidade, comodidade e segurança que a nossa tecnologia apresenta ao consumidor e aos comerciantes parceiros”, diz Mario Mello, diretor geral doPayPal na América Latina. Entre as principais alianças da empresa estão a companhia aérea GOL, a operadora de telefonia Vivo e a Nova Pontocom, detentora dos portais de varejo Extra, Casas Bahia e Ponto Frio. >> MundiPagg lança sistema que permite compras até com cartão de crédito sem limite Com o objetivo de evitar perdas de pedidos por falta de limite no cartão, reduzindo a conversão do estabelecimento e a insatisfação de seus clientes, a MundiPagg criou a Autorização Parcial. Com esta funcionalidade, a MundiPagg é capaz de identificar que um cartão de crédito está sem limite e faz uma nova tentativa da transação, com um valor inferior, buscando sua autorização. Se a re-tentativa com deságio tiver sucesso, o estabelecimento precisa apenas oferecer uma nova forma de pagamento utilizando a funcionalidade de Multi Meios de Pagamentos da MundiPagg, para que o cliente final possa completar o valor do pedido e finalizar sua compra com sucesso. Com estas funcionalidades, os parceiros MundiPagg aumentam sua conversão de vendas e a satisfação de seus clientes. >> eSIGE SaaS, a solução de sucesso dos grandes varejistas, agora para as PMEs O eSIGESaaS surgiu para atender à demanda das pequenas e médias empresas, que atualmente vêm aumentando significativamente a sua presença no varejo online. Sem um produto adequado para contemplar as suas características de operação eletrônica no mercado até então, agora as PMEs podem contar com o eSIGE Saas, solução nascida do eSIGE, líder de backend para o grande varejo eletrônico. O eSIGESaaS é distribuido como serviço, no modelo SaaS (Software as a Service). A solução é simples de usar, possuindo funcionalidades básicas, telas simplificadas e sistema de ajuda simplificado. Além de ter fácil instalação, o modelo SaaS permite uma rápida configuração e implementação, a parametrização fica a cargo da Uniconsult e possui suporte e parametrização fiscal. Conheça mais detalhes sobre a solução em http://www. uniconsult.com.br/solucoes/esige-saas. >> Ideais Tecnologia fecha 2012 com R$ 21 milhões de faturamento A Ideais Tecnologia, empresa especializada em soluções de TI, fechou o ano de 2012 com um faturamento de R$ 21 milhões, um crescimento de 24% em relação ao ano anterior. Para 2013, a expectativa de crescimento é de 30%, chegando à marca de R$ 27 milhões. Além da sua divisão de serviços e soluções de TI, o grupo Ideais abriga a plataforma de e-commerce KANLO, além das empresas Investtools, focada em produtos para mercado financeiro, e a Mova, que agrega produtos de rastreamento, localização e telemetria. “O ano de 2012 foi muito significativo para o grupo, especialmente para o Kanlo. Inauguramos o escritório em São Paulo e iniciamos nossa operação com parceiros e clientes realmente relevantes”, afirma André Petenussi, CEO do Kanlo. Em 2013, o foco do Kanlo estará em expandir o produto agregando novas funcionalidades que apóiem os varejistas na maximização de visitas, conversão e vendas e expandir o seu portfólio de clientes. >> TrustSign lança novas linhas de certificados A TrustSign lançou recentemente novas linhas de certificado digital para adequar ofertas: TrustSign, TrustSign PRO e TrustSign PRIME. A linha TrustSign é voltada para e-commerces que estão iniciando suas atividades, e possui um custo benefício adequado a esse perfil. Já a linha PRO é voltada para médios e grandes portais e possui a tradicional criptografia de 256 bits. Por fim, a linha TrustSign PRIME é voltada para médios e grandes portais que querem um nível ainda maior de segurança com a chave de 512 bits. A Trust é a primeira autoridade certificadora no mercado brasileiro, para certificados de raiz internacionais, a emitir certificados com chave de 512 bits. Esse novo padrão é exponencialmente (2 elevado a 2048) mais seguro que uma chave de 2048 bits. Com essa estratégia, a TrustSign visa a atingir todos os portes e segmentos de clientes, levando um serviço de qualidade que se adequa às reais necessidades das empresas. >> Responsys Interact Tour vai a San Francisco e tem inscrições abertas Entre 17 e 25 de maio, os principais profissionais do e-commerce brasileiro passarão uma semana na Califórnia para participar do Interact 2013, evento anual organizado pela Responsys que discute as melhores estratégias de cross-channel marketing e relacionamento através dos principais canais digitais (email, mobile, display e social media) do mercado mundial. Além do Interact, o grupo de brasileiros terá direito a uma programação exclusiva com foco na inovação para o comércio eletrônico, visitando empresas do Vale do Silício. Para saber como participar e conferir mais detalhes sobre o evento, acesse Responsys.com. br ou envie email para augusto@responsys.com.br. >> GPMídia inova em parceria com empresa de Monitoramento de Preços A GPMídia, focada em gestão de performance, criou uma solução integrada capaz de alterar automaticamente os preços dos anúncios das campanhas de links patrocinados com base no valor do produto do próprio varejista e de seus concorrentes. Através da parceria com o Promop, empresa de monitoramento de preços, será possível aumentar a competitividade das campanhas, pausando um determinado produto ou mesmo alterando o texto do anúncio se o preço estiver muito acima ou abaixo dos concorrentes monitorados. Além de manter o trabalho com foco em vendas, o varejista consegue melhorar sua margem sobre os produtos, permanecendo sempre à frente da concorrência. >> Facilitador de Pagamento é na Locaweb O TrayCheckout é um facilitador de pagamento que oferece benefícios aos lojistas e aos compradores. Focado em praticidade e conversão, possibilita que as lojas virtuais ofereçam diversas formas de pagamento, sem burocracia ou necessidade de contrato com operadoras financeiras. Possui um ambiente de finalização simples e intuitivo, trazendo aos consumidores muito mais tranquilidade. Além disso, é muito fácil de integrar esse facilitador de pagamento ao e-commerce. Desenvolvido para ser integrado com qualquer sistema, o TrayCheckout traz diversas APIs que permitem toda a flexibilidade necessária. E ainda você terá uma grande quantidade de informações e poderá customizar sua integração como desejar. Privacidade e segurança também são pontos fundamentais para o TrayCheckout. Ele oferece total privacidade nas transações financeiras, nem mesmo o vendedor terá acesso as informações de pagamento. Conheça todos os benefícios: locaweb.com.br/solucaodepagamento >> Um minuto para o sucesso! O Minuto do E-Commerce (www.minutodoecommerce.com.br), lançado em julho de 2012, é mais uma iniciativa da Dotstore, cujo objetivo é disponibilizar um vídeo por dia com duração de 1 minuto, motivando o empreendedor a agir em sua loja virtual através de dicas práticas sobre temas concernentes ao e-commerce nacional. Essa iniciativa pode mudar o e-commerce em termos de conhecimento, pois, embora existam inúmeros portais com informações do mercado virtual, há empreendimentos que não conquistam o sucesso porque os próprios lojistas não sabem como agir, como investir ou o que fazer para alavancar sua empresa. Sendo assim, o Minuto do E-Commerce, apresentando vídeos rápidos, é a forma mais simples e direta de se obter dicas para o crescimento de sua loja online. Destacamos, ainda, que temos grande prazer em abrir espaço para instituições prestadoras de serviços do e-commerce deixarem, também, suas dicas aos milhões de lojistas virtuais do Brasil. Contate-nos! 28 MOBile A bola da vez é o mobile, e certamente nenhum profissional ou empresa ainda duvida disso, assim como não ignora o seu crescimento nos últimos anos, meses, semanas, dias... Números com poucos meses de vida podem não representar fielmente o mercado, e qualquer previsão de crescimentotem sido superada de longe pela realidade dos números. Como bem disse o amigo Luli Radfahrer, “para números relacionados a mobile, o correto seria utilizar um ou muitos GIFs animados”. Mas, entre tantos números, mesmo “voláteis”, alguns chamam a atenção: - A cada dia, vende-se mais iPhones do que nascem novas crianças. http://tnw.co/yUafAx - Dos 7 bilhões de pessoas no mundo, 4 bilhões têm um celular, enquanto 3,5 bilhões possuem escovas de dentes. http://bit.ly/o03mRg - 25% dos americanos só usam dispositivos móveis para acessar a Internet. - No último trimestre de 2012, nos Estados Unidos, 11% do total de vendas via comércio eletrônico foram realizadas a partir de dispositivos móveis. http://bit.ly/YjJ58W Entretanto, apesar do rápido crescimento e de todos os holofotes que envolvem esse tsunami da mobilidade, poucas empresas brasileiras já se arriscaram e, na maioria dos casos, estão simplesmente copiando e colando modelos e experiências adquiridas no desktop que certamente não irão satisfazer as necessidades dos usuários de dispositivos móveis. M-commerce no Brasil Dentre 22 grandes empresas do comércio eletrônico brasileiro, 10 não oferecem nenhuma versão mobile (site ou app) e apenas 6 apresentam uma versão otimizada do site para dispositivos móveis (Walmart, Compra Fácil, Netshoes, Magazine Luiza, Ponto Frio e Polishop), sendo que somente o Ponto Frio e a Polishop também disponibilizam apps para iOS e Android. Ignorando o mundo Mobile Levando-se em conta que estamos falando dos grandes players do mercado de comércio eletrônico brasileiro, o resultado impressiona pela quantidade de empresas que ainda não oferecem nenhuma solução de m-commerce aos seus clientes. Quero muito acreditar que a maioria delas já esteja em vias de lançar suas versões mobile, mas certamente algumas continuarão esperando pelo momento certo, quando: - O custo do mobile estiver mais em conta; - A oferta de mão de obra especializada estiver abundante; - Os caminhos, os padrões e as plataformas mobile estiverem mais bem definidos; - Os riscos forem menores; - Quando oferecer mais segurança; - Sobrar tempo e dinheiro; - Diminuir a demanda pela versão desktop; - A concorrência lançar sua versão mobile; - Um percentual “relevante” de clientes começar a reclamar; - Os lucros diminuírem; - Quando provavelmente já for tarde demais... As pessoas e as empresas, em sua maioria, são reativas e evitam a todo custo as mudanças. Afinal, correr riscos pra quê? Ninguém quer mexer em time que “aparentemente” está ganhando. Infelizmente, só se muda quando dói e, nesses casos, age-se apenas de forma analgésica. Versões otimizadas Diversos erros de design mobile foram encontrados a partir das avaliações realizadas nos seis sites com versões Horácio Soares consultor em experiência do usuário do instituto Faber ludens e da internativa. horacio.soares@internativa.com.br O IncOmPreendIdO e IneXPlOradO mundO dO m-cOmmerce 30 MOBile para dispositivos móveis, sendo que a maioria poderia ser facilmente evitada e identificada se fossem seguidos alguns padrões de design para esses aparelhos e realizados testes de usabilidade com pessoas. Não foram avaliados os aplicativos (apps) para Android e iOS, apenas as versões dos sites para mobile. Após a análise, podemos concluir que: - As versões mobile dos sites foram pensadas a partir de suas respectivas versões para desktop, levando-se em conta experiências passadas; - Os padrões de design mobile foram ignorados; - Não foram realizados testes de usabilidade com usuários. A cultura do desktop prevalece, e não foram levados em conta aspectos próprios dos dispositivos móveis e seus diferentes contextos de uso. “Desktop is like diving, mobile is like snorkeling” Rachel Himman, pesquisadora, designer e escritora do livro “The Mobile Frontier”, utiliza essa comparação para diferenciar as experiências das pessoas ao utilizarem o mobile e o desktop. Em ambos os casos, estão mergulhando para ver peixes, entretanto, o mergulho via desktop é mais intenso e prolongado, em águas profundas (diving), enquanto no mobile os mergulhadores ficam apenas na superfície e realizam mergulhos rápidos (snorkeling). Apesar de os objetivos dos usuários ao acessarem sites/ sistemas nas versões desktop ou mobile serem os mesmos, ou muito semelhantes, as experiências certamente são bem diferentes. E, por isso, simplesmente transpor o que está no desktop para o mobile nunca trará o resultado desejado. São muitas as diferenças, e todas devem ser consideradas antes de se projetar as soluções de m-commerce: Apesar de aparentemente apresentar muitas “limitações”, quando comparado ao desktop, as restrições impostas pelo mobile podem ser muito boas para o negócio e uma ótima oportunidade para focar no que realmente é importante e prioritário, tanto para os clientes, quanto para o negócio. Em sua maioria, as versões desktop dos sites brasileiros são extremamente pesadas, poluídas, confusas, difíceis e inacessíveis, o que dificulta ou mesmo impossibilita o acesso e o uso por parte significativa das pessoas. Seguindo essa ideia, o designer Luke Wroblewski criou a técnica “Mobile First”, cujo objetivo é iniciar um projeto pela sua versão móvel, para só depois desenvolver a versão desktop. É uma técnica simples, mas poderosa e com resultados excelentes, não só para a versão mobile, mas também para a desktop. Isso porque os designers se veem obrigados a incluir na interface móvel apenas o que realmente é prioritário, essencial e relevante para o negócio e, ao projetarem a versão desktop, o resultado acaba sendo o desenvolvimento de interfaces mais leves, simples e objetivas. Além das “restrições”, o mobile traz vantagens significativas sobre o desktop, como a possibilidade de utilizar áudio, vídeo, imagem, acelerômetro, giroscópio, Bluetooth e NFC, além de apresentar uma boa compatibilidade com o HTML5. Tela grande Teclado padrão Banda larga (baixo custo) Energia abundante Rede consistente Alta capacidade de processamento Espaço de sobra no HD Uso em casa e/ou trabalho Ambiente calmo, confortável, seguro e controlado Mouse Tela pequena, com perda de cerca de 80% da área. Teclado pequeno e sem feedback tátil nas versões touch. 3G, limite de banda, custo alto e grande percentual de usuários com acesso pré-pago. 3G, limite de banda, custo alto e grande percentual de usuários com acesso pré-pago. Rede inconsistente. Processamento limitado. Limite de espaço de armazenamento. 24 horas por dia, 7 dias da semana. Nos contextos mais improváveis e sem controle de variáveis como tempo, movimento, iluminação, som, atenção etc. Dedo gordo (fat finger), sem cursor e feedback. DESKTOP MOBILE Erros e sugestões Não foi objetivo das avaliações encontrar todos os “erros“ das versões otimizadas para dispositivos móveis, mas sim ter uma visão da experiência proporcionada por eles. A lista a seguir é um apanhando dos principais erros de design identificados: - Falta acesso ao menu principal em páginas de produtos; - Pouco espaço entre botões, campos de formulário e links; - Rótulos dos botões com textos pequenos e baixo contraste; - Links e botões pequenos; - Falta de botão para submeter o formulário de busca; - Descrições dos produtos com tamanho do texto muito reduzido; - Impossibilidade de ampliar o tamanho da tela; - Campos dia e mês com mesma largura do ano; - Campos de entrada de dados em duas colunas; - Falta de feedback; - Excessivo número de campos para cadastro e pagamento; - Item para receber por e-mail promoções volta a ficar selecionado após erro no envio do formulário; - Não permite nem avisa antecipadamente ao usuário que não é permitido o uso de texto em caixa
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