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1 
 
Caso Concreto 1 
Carlos Alberto e Miguel são colegas de turma e estudam nos 3 
o
 período da faculdade de Direito. Durante a 
aula de Direito Civil, Miguel, que anotava a matéria, vê que sua caneta começa a falhar. Carlos Alberto, 
percebendo que o amigo está em dificuldades, abre seu estojo, tira dele uma Lapiseira e, em silêncio, a 
entrega a Miguel que, também em silêncio, a aceita e retoma suas Anotações. Ao final da aula, Carlos Alberto 
pede a lapiseira de volta. Miguel se recusa a devolvê-la, alegando ter havido uma doação na presença de 
diversas testemunhas. 
Pergunta-se: 
(1) Houve negócio jurídico entre Carlos Alberto e Miguel? Justifique a resposta. 
 Houve um negócio jurídico em razão da presença dos elementos necessários a sua configuração. 
(sujeitos, objeto, manifestação de vontade). 
(2) Tomando por base a classificação dos negócios jurídicos como podemos classificar o ato praticado? 
Negócio jurídico gratuito, típico, não solene, principal, na modalidade de contrato. 
(3) É possível a prática de negócio jurídico s em a troca de palavras? 
É possível a prática de negócios sem a troca d e palavras; no exemplo, houve duas manifestações. 
Tácitas de vontade, através de gestos. 
(4) Como se deve resolver o conflito entre Carlos Alberto e Miguel, diante das regras de interpretação 
contidas em nosso Código Civil? 
O contrato em questão é gratuito e, como tal, deve ser interpretado restritivamente, nos termos do 
artigo 114 do Código Civil. Toda liberalidade deve ser interpretada do modo menos gravoso àquele 
que a faz. A razão assiste a Carlos Alberto. Na dúvida entre doação e empréstimo, considera-se ter 
havido empréstimo. 
 
Caso Concreto 2 
José Carlos decide doar bens imóveis de sua propriedade para Júlio e determina que tais bens Sejam 
utilizados em atividades de ensino para crianças com necessidades especiais. Júlio assume o compromisso 
de cumprir tal destinação. Pouco tempo depois, os bens recebidos por ele são utilizados para a implantação 
de uma rede de padarias. 
(1) A doação feita para Júlio possuiu algum elemento acidental? Em caso positivo, justifique e conceitue. Em 
caso negativo, justifique. 
No caso, a doação é feita com encargo. O encargo ou modo pode ser conceituado como sendo o ônus 
ou obrigação de realizar determinado ato ou atividade pelo beneficiário da transferência de bens ou 
vantagens. Tal ato ou atividade pode ser realizado em favor do próprio transmissor, de terceiros ou 
da sociedade. 
(2) Pode haver revogação d o contrato celebrado? Fundamente a resposta. 
Inexistindo o cumprimento d o avençado cabe à revogação da doação por inexecução do encargo 
 (artigo 555 do CC) 
(3) Aplica-se e na hipótese, a regra do artigo 125 do CC? Esclareça. 
Não. Só se o encargo fosse estabelecido na qualidade de condição suspensiva. (125 c/c 136 do CC) 
 
Caso Concreto 3 
Antero empresta a Luiz Guilherme a quantia de R$ 4.500,00 (quatro mil e quinhentos reais), concedendo a 
este último um ano de prazo para pagar. O empréstimo ocorre no dia 26 de junho. O dia 26 de junho do à no 
seguinte é um sábado. 
Pergunta-se: 
1) Qual é a data do vencimento da dívida de Luiz Guilherme? 
Os prazos de anos expiram no dia de igual número no ano seguinte (artigo 132, parágrafo 3
o
do 
Código Civil). Entretanto, como o dia 26 de junho é sábado, o prazo é prorrogado até o primeiro dia 
útil (artigo 132, parágrafo 1
o
 do Código Civil). E o primeiro dia útil é segunda-feira, d ia 28 de junho, 
data do vencimento da obrigação. 
(2) No caso, identifique o termo e o prazo para o pagamento da dívida. 
O aluno deve compreender que termo final é a data do vencimento da obrigação (28 de junho) e que 
prazo é o lapso de tempo de um ano, acrescido de dois dias. 
 
2 
 
Caso Concreto 4 
Tomás, um grande amigo de família, solteiro, sem descendentes e ascendentes, deseja realizar uma doação a 
um de seus sobrinhos. Todavia, não quer que o negócio surta efeitos imediatamente, mas sim no futuro. 
Sabedor que você é estudante de Direito, ele o consulta, solicitando explicação de cunho jurídico acerca da 
diferença prática – além da incerteza da condição e da certeza do termo – entre inserir uma condição 
suspensiva ou um termo inicial em seu contrato de doação. Pesquise e responda a indagação de Tomás. 
 A diferença prática entre condição suspensiva e o termo inicial encontra-se no fato de que aquela 
configura uma mera expectativa de direito, enquanto este configura um direito adquiri do, conforme 
preceituam os art. 125 e 131 do Código Civil. Assim, se uma nova lei proibir a doação ao sobrinho 
após a assinatura de contrato sob termo inicial, o contrato estará garantido, pois o direito adquirido 
está a salvo d e alterações legais. 
 
QUESTÃO OBJETIVA 1 
Requisitos de validade do negócio jurídico. 
O Código Civil exige, para a validade do ato jurídico, que o a gente seja capaz. Tal disposição legal configura a 
exigência de que o agente: 
A) tenha capacidade d e gozo, a capacidade de direito, a capacidade de aquisição. 
B) tenha capacidade de fato, a capacidade de ação, a capacidade de exercício. 
C) pessoa física seja dotada de personalidade jurídica. 
D) tenha sempre mais de 18 anos de idade. 
E) nenhuma das respostas anteriores está correta. 
 
QUESTÃO OBJETIVA 2 
Sobre os elementos acidentais do negócio jurídico, que podem afetar sua validade ou comprometer sua 
eficácia em determinadas situações, marque a alternativa correta: 
a) sobrevindo condição resolutiva em negócio jurídico de execução continuada ou periódica, a sua 
realização, salvo disposição em contrário, não tem eficácia quanto aos atos já praticados, ainda que 
incompatíveis com a natureza da condição pendente; 
b) considera-se não escrito o encargo ilícito ou impossível, salvo se constituir o motivo determinante 
da liberalidade, caso em que se invalida o negócio jurídico; 
c) ao titular do direito eventual, nos casos de condição suspensiva ou resolutiva, não é permitida a prática de 
atos destina dos à sua conservação ou execução; 
d) não tendo sido estipulado prazo para sua execução, os negócios jurídicos celebrados entre vivos são 
exequíveis trinta dias após a data da celebração. 
 
CASO CONCRETO 1 
Esmeralda precisa fazer um pagamento ao seu credor, Cláudio, por meio de depósito em conta bancária. Por 
engano, faz o depósito em conta de outra pessoa, Júlio. Este, feliz, saca o dinheiro de sua conta e o gasta. Mais 
tarde, quando Esmeralda exige o dinheiro de volta, Júlio alega que não coagiu ninguém a fazer o depósito e 
que o que aconteceu foi uma doação. Cláudio, por sua vez, cobra o dinheiro de Esmeralda. 
Pergunta-se: 
(1) Houve algum defeito do negócio jurídico na hipótese? Em caso afirmativo, qual? 
Houve erro no pagamento efetuado por Esmeralda. 
(2) Como ficam respectivamente, as situações de Esmeralda, Cláudio e Júlio diante do ocorrido? 
Esmeralda pode mover em face de Júlio a repetição do indébito (artigo 876 do Código Civil). O 
pagamento efetuado por erro pode ser anulado (artigo 877 do Código Civil). Já em relação ao credor, 
Esmeralda deve fazer o pagamento normalmente. 
 
CASO CONCRETO 2 
Estevão, jovem de 19 anos, adquire com o produto de seu trabalho uma motocicleta e fica muito satisfeito 
com a compra. Sua mãe, Almerinda, não partilha de seu entusiasmo. Exige que o filho vendesse a moto, 
chora e ameaça deixar de falar com ele. Depois d e muitos conflitos, Estevão cede aos pedidos da mãe e 
vende a fonte dos problemas a outro jovem, Ezequiel. Meses depois, Estevão, aluno do curso de Direito, 
aprende que os negócios jurídicos praticados por coação sã o anuláveis e começa a pensar e m maneiras de 
reaver a motocicleta vendida. Pergunta-se: 
(1) Houve na venda efetuada entre Estevão e Ezequiel, algum defeito do negócio jurídico? 
3 
 
Não houve qualquer defeito no negócio efetuado entre Estevão e Ezequiel.(2) O negócio jurídico em questão é válido? 
Caso tenham sido cumpridas as exigências do artigo 104 do Código Civil, o negócio jurídico é 
perfeitamente válido. 
(3) Estevão pode fazer algo para reaver a motocicleta de Ezequiel? 
Não há nada a ser feito nesse sentido. É preciso que o aluno identifique que a situação envolve temor 
reverencial do filho em relação à mãe e que o temor reverencial não é considerado como forma de 
coação (artigo 153 do Código Civil). 
 
QUESTÃO OBJETIVA 1 
O dolo é vício de vontade que torna anulável o negócio jurídico. Arguida a prática do dolo num determinado 
negócio, é INCORRETO afirmar que: 
(A) a intenção de quem pratica o dolo é a de induzi r o declarante a celebrar um negócio jurídico; 
(B) a utilização de recursos fraudulentos graves pode se da r por parte do outro contratante ou de 
Terceiros, se forem do conhecimento daquele; 
(C) o silêncio intencional d e uma das partes sobre fato relevante ao negócio também constitui dolo; 
(D) o dolo recíproco impede a anulação do negócio jurídico sobre o qual incidiu; 
(E) o dolo do representante de uma das partes obriga o representado a responder civilmente por 
todo o prejuízo do outro contratante, independentemente do proveito que o mesmo representado 
experimentar. 
 
QUESTÃO OBJETIVA 2 
O Código Civil exige, para a validade do ato jurídico, que o a gente seja capaz. Tal disposição legal configura a 
exigência de que o agente: 
A) tenha capacidade de gozo, a capacidade de direito, a capacidade de aquisição. 
B) tenha capacidade de fato, a capacidade de ação, a capacidade de exercício. 
C) pessoa física seja dotada de personalidade jurídica. 
D) tenha sempre mais d e 18 anos de idade. 
E) nenhuma das respostas anteriores está correta. 
 
CASO CONCRETO 1 
Ana Elisa empresta R$ 15.000,00 (quinze mil reais) a s eu amigo, Luiz Gustavo. No vencimento da obrigação, 
Luiz Gustavo não paga o empréstimo. Ana Elisa, dispondo de título executivo, ingressa com a ação de 
execução. Nenhum bem de Luiz Gustavo é encontrado para ser penhorado. Ana Elisa, porém, descobre que 
Luiz Gustavo, depois de vencido o débito, havia vendido para seu irmão Otacílio o único imóvel d e que era 
titular, m ais precisamente, uma sala comercial avaliada e m R$ 95.000,00 (noventa e cinco mil reais). 
 
Pergunta-se: 
 
(1) É válida a venda entre Luiz Gustavo e Otacílio? 
A venda entre Luiz Gustavo e Otacílio é anulável em razão da fraude contra credores. 
(2) A situação seria diferente caso, ao invés de venda, tivesse havido uma doação? 
Quando o devedor insolvente doa um bem ou se torna insolvente por causa da doação, o negócio 
jurídico é sempre anulável, estando também presente a figura da fraude contra credores. 
 
(3) Que providências devem ser tomadas por A na Elisa, caso ela queira reaver o dinheiro emprestado? 
 Ana Elisa pode mover ação para anular a venda e poder penhorar a sala comercial. 
 
 
 
 
CASO CONCRETO 2 
 
Em ação anulatória de negócio jurídica ajuizada por Berenice em face de Cláudia, alega a autora que 
celebrou contrato preliminar de promessa de compra e venda com a ré, atribuindo a uma luxuosíssima 
mansão preço vil, o que só constatou posteriormente. Neste sentido, pretende a autora a anulação 
4 
 
invocando ter ocorrido à figura da lesão. Por outro lado, em contestação, a ré sustenta que a autora é pessoa 
culta, que inclusive se qualificou como comerciante no instrumento do contrato. Logo, não poderia alegar 
que desconhecia o valor de seu próprio imóvel, devendo prevalecer o negócio celebrado. 
 
Pergunta-se: 
 
a) Se ficasse comprovado nos autos que o valor do bem estava próximo ao valor de mercado poderia se 
considerar a existência da figura da lesão? Justifique. 
 Na hipótese, não há ocorrência da figura da lesão e m razão de não ter ficado demonstrado à 
desproporcionalidade, bem como, a situação de inferioridade do contratante, que figura como autor 
da ação. A Lesão se configura como a exagerada desproporção de valor entre a s prestações de um 
contrato bilateral, concomitante à sua formação, resultado do aproveitamento, por parte do 
contratante beneficiado, de uma situação de inferioridade em que então se encontrava o 
prejudicado; 
b) O argumento da ré quanto às condições pessoais d a autora é pertinente para o estudo da figura da lesão? 
Justifique. 
É coerente e pertinente em razão de que o instituto da lesão justifica - se como forma de proteção ao 
contratante que se encontra em estado de inferioridade. 
 
CASO CONCRETO 3 
Carla sofre acidente, vindo a necessitar urgentemente de socorro médico. Um médico que estava na cidade a 
socorre e a interna em uma pequena clínica, que exige o pagamento de um exorbitante valor de trezentos 
mil reais. No d ia seguinte, Cláudio, marido de Carla, após pagar o valo r, consulta seu advogado para saber 
se tal negócio pode ser anulado. Com fundamentos legais, responda à consulta do cliente. 
Sugestão de gabarito: Cláudio pode pleitear judicialmente a anulação do negócio jurídico, pois o 
mesmo foi realizado sob o vício do estado de perigo, previsto no art. 156 do Código Civil. 
 
QUESTÕES OBJETIVAS 
 
(1) Na regulamentação dos defeitos do negócio jurídico, significativas foram as alterações introduzidas pelo 
Novo Código Civil. Leia com ATENÇÃO as proposições abaixo. 
I) O erro não prejudica a validade do negócio jurídico quando a pessoa, a quem a manifestação de vontade se 
dirige, oferecer-se para executá-la na conformidade da vontade real do manifestante. 
(II) Configura-se a lesão quando alguém, premido da necessidade de salvar-se, ou a pessoa de sua família, de 
grave dano conhecido pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa. 
III) Subsistirá o negócio jurídico se a coação decorrer de terceiro, sem que a parte a que aproveite dela 
tivesse ou devesse ter conhecimento, mas o autor da coação responderá por todas as per das e danos que 
houver causado ao coacto. 
IV) No negócio jurídico viciado por lesão, não se decretar á a anulação do negócio, se for oferecido 
suplemento suficiente, ou s e a parte favorecida concordar com a redução do proveito. 
 
Marque a alternativa COR RETA. 
(A) As proposições I, I II e IV são verdadeiras. 
(B) Todas as proposições são verdadeiras. 
(C) As proposições I, II e IV são verdadeiras. 
(D) As proposições I, II e III são verdadeiras. 
(E) Todas as proposições são falsas. 
 
(2) Em relação ao estado de perigo, considerando o novo Código Civil e as seguintes assertivas: 
I - Está disposto n a categoria de causa de anulabilidade do negócio jurídico. 
II - Em seu substrato não está à ficção de igualdade das partes, de modo que a regra tem relevância na tutela 
do contratante fraco. 
III - É indiferente que a parte beneficiada saiba que a obrigação foi assumida pela parte contrária para que 
esta se salve de grave d ano. 
IV - Não pode o juiz considerar circunstância s favoráveis para o efeito de estender a regra para pessoa não 
integrante da família do declarante. 
5 
 
V - Confunde -se com o instituto da lesão, pois como ocorre nesta última, considera-se, além da premente 
necessidade econômica, a in experiência de quem se obriga a contratar, circunstâncias determinantes das 
prestações avençadas de maneira manifestamente desproporcional. 
 
Assinale a alternativa correta: 
(A) Somente as assertivas I, II estão corretas. 
(B) Somente as assertivas II, III e IV estão corretas. 
(C) Somente as assertivas I, II, III, e IV estão corretas. 
(D) Somente as assertivas I II e V estão corretas. 
(E) Somente as assertivas IV e V estão corretas. 
 
 
CASO CONCRETO 1 
 
Ramon Lopez, argentino, proprietário no Brasil de dois imóveis, alienou um deles por escritura particular e 
o segundo por escritura pública. O primeiro teve seu registro negado, sob argumento de falta de observância 
da forma legal determinada. Já o segundo,entrou em exigência, porque não constava do instrumento do 
negócio jurídico a outorgada mulher de Ramon Lopez, que não compareceu no ato da escritura, pois fora 
presa no aeroporto de Assunção, envolvida com excesso de bagagem e pequenos objetos considerados 
destinados para comercialização, pelos agentes alfandegários. A assinatura da mulher, pelo regime 
matrimonial, se considera indispensável para perfeita elaboração do negócio. 
(1) Tendo em conta, em ambas as hipóteses, a existência, validade e eficácia dos negócios jurídicos, 
responda: 
(A) Na primeira hipótese – da escritura particular –, quais destes elementos estão presentes? 
Sugestão de gabarito: Na primeira hipótese, ausente o elemento forma, que atinge a validade do 
negócio jurídico como compra e venda de bem imóvel. Quanto à produção de efeitos específicos, 
podemos assinalar que no plano da eficácia, o negócio não produz efeitos de compra e venda de 
imóvel para terceiros, contudo, para as partes envolvidas poderá produzir efeitos obrigacionais, 
ainda que não seja o efeito desejado por ambas ou por uma delas. 
b) No que se refere à segunda hipótese, d a mesma forma, analise-a, tendo em mente que o registro, para 
ambos os casos, se impõe com a complementar necessidade para constituição plena da propriedade. 
Sugestão de gabarito: Na segunda hipótese, ausente o elemento vontade vinculado à pessoa da 
esposa, que não a emitiu no documento translativo, que atinge a validade do negócio jurídico, não 
podendo o instrumento produzir efeitos de compra e venda de imóvel para terceiros, nem para as 
partes. 
 
(2) Como s e analisamos negócios jurídicos diante dos planos da existência, validade e eficácia? 
Existência, quando presentes os elementos de sua formação (agente objeto e forma determinada). 
Valida de, quando presentes os elementos legais de sua formação (capacidade, licitude e 
observância da forma prescrita em lei - artigo 104 do CC). Eficazes, quando reunidos os primeiros, se 
atinge a produção de efeitos necessários ao ato. 
 
“Civil. Cessão de Direitos Hereditários. Ausência de Escritura Pública. Instrumento particular 
registrado no Cartório de Títulos e Documentos. Ação ajuizada na vigência do Código Civil d e 1916. I 
- O novo Código Civil, em seu art. 1.793 é claro ao dispor que o direito à sucessão pode ser objeto de 
cessão "por escritura pública". Essa precisão, contudo, não existia no direito brasileiro, e a questão 
era controvertida na doutrina e jurisprudência. II - In casu, o documento foi l evado a registro no 
Cartório competente, concedida, assim, a devida publicidade. Além disso, é anterior ao segundo, cuja 
validade não foi reconhecida pelas instâncias ordinárias, que concluíram pela má-fé dos cedentes e 
cessionários ora recorrentes. III - Contrato particular de cessão de direitos hereditários registrado 
em cartório cuja validade se reconhece ante a sua natureza obrigacional e, especialmente, tendo em 
vista as particularidades ocorridas no presente caso.”. 
 
CASO CONCRETO 2 
 
6 
 
Antônio comparece ao seu escritório e formula a seguinte consulta: Ele outorgou procuração para a 
Administradora KXM LTDA., para que esta locasse um imóvel de sua propriedade. Constava neste 
documento os poderes de praxe para contratar, distratar, fixar valores e demais condições do contrato, 
receber os aluguéis e os acessórios da locação, bem como para dar quitação. Na carta que encaminhou o 
instrumento de mandato à Administradora, Antônio recomendou, por escrito, que o imóvel não fosse locado 
para órgãos públicos, para escolas e para hospitais. Estipulou, ainda, que o aluguel mínimo mensal deveria 
ser de R$ 10.0 00,00. Duas semanas depois, recebeu em sua casa uma cópia do contrato de locação recém-
assinado pela Administradora, como sua procuradora, no qual figurava como locatária a Secretaria de 
Segurança Pública do Estado. O aluguel mensal fora fixado em R$ 7.500,00. 
(1) Antônio pode anular o contrato de locação? Por quê? 
Não há como anular o contrato (porque não há nenhum vício de consentimento e por que o 
procurador tinha poderes para contratar a locação e fixar o valor do aluguel). As instruções escritas 
não constaram da procuração, razão pela qual a única medida a ser tomada é de natureza 
indenizatória contra Administradora, desde que o mandante demonstre ter sofrido prejuízo em 
razão do não cumprimento das suas determinações. 
 
QUESTÕES OBJET IV AS 
(1) “A”, consumidor, com a finalidade não revelada de transportar substâncias entorpecentes que provocam 
dependência psíquica e física, celebra c om “B”, fornecedor, contrato de compra e venda de material próprio 
para transporte de objetos, sem anunciar ao vendedor o seu propósito, que somente vem a ser descoberto 
por este após a consumação do contrato. Ante essas considerações e de acordo com o Código Civil, assinale a 
alternativa CORRETA: 
(A) Há nulidade do negócio em razão de motivo ilícito, sendo a invalidade decorrente do fato de o 
consumidor destinar o bem negociado à prática de um delito. 
(B) A compra e venda é considerada como negócio com objeto ilícito ante a presunção de participação do 
vendedor no projeto criminoso. 
(C) Não sendo comum (razão determinante as sumida por ambas as partes) o propósito de destinar 
o objeto adquirido para fins ilícitos ao tempo d a declaração de vontade, não resta afetada a validade 
do negócio. 
(D) O motivo passou à categoria d e causa, provocando a nulidade porque ilícito. 
(E) O negócio jurídico está viciado por falso motivo, determinante para a prática do ilícito. 
 
(2) Considerando o Código Civil e as seguintes assertivas: 
I - Incorre em nulidade o negócio jurídico quando apresente objeto indeterminável. 
II - Nulifica o negócio jurídica ofensa cometida contra lei imperativa, que tanto pode dar-se por ofensa 
frontal ou direta, convencionando -s e o que a l ei proíbe (“agere contra legem”), como a partir de negócio 
jurídico lícito e vá lido que, por via reflexa, atinge o resulta do proibido (“agere in fraudem legis”). 
III - É nulo o contrato de compra e venda se a fixação do preço resta com o exclusivo arbítrio d e uma das 
partes. 
IV - É nulo o negócio jurídico praticado direta e pessoalmente por quem, em razão de causa transitória, não 
possa exprimir a sua vontade. 
V - É nulo o negócio jurídico por vício resultante de dolo. Assinale a alternativa CORRETA: 
 
(A) Somente as assertivas I, II, III e IV estão corretas. 
(B) Somente as assertivas I, III e V estão corretas. 
(C) Somente as assertivas II, III e V estão corretas. 
(D) Somente as assertivas I, II, e IV estão corretas. 
(E) Todas as assertivas estão corretas. 
 
UNIDADE 13 
 
Em julho de 2000, o veículo de João estava estacionado corretamente na margem direita de uma tranquila 
rua de sua cidade, quando foi abalroado por um caminhão em alta velocidade e cujo motorista estava 
alcoolizado. Na época, estava em vigência o Código Civil de 1916, que estipulava um prazo prescricional de 
vinte (20) a nos para pleitear tal indenização (art. 177 do CC/1916). 
7 
 
O atual Código Civil – que entrou em vigência em janeiro de 2003 – diminuiu tal prazo para três (3) anos 
(art. 206 § 3. °, V). Levando-se em conta que João ainda não intentou a competente ação, pergunta se: Em 
que ano estará consumada a prescrição da pretensão de João para cobrar tal dívida? Justifique. 
 
1. O art. 2.028 estabelece u regra de direito intertemporal para prazos já iniciados, mas ainda não 
consumados, quando da entrada e m vigor do Código. 
 
Para esses casos, só permitiu o uso dos prazos do Código de 1916 se o mesmo tivesse sofrido 
diminuição e também se já tivesse transcorrido pela metade. 
 
O caso mencionado no enunciado da questão envolve diminuição de prazo, mas não o transcurso de 
metade do prazo. Deve-se então utilizar o Código Civil de 2002 para conceder prazo de (três) 3 anos, 
contados a partirda entrada em vigor do novo diploma legislativo. Dessa forma, a resposta é que o 
prazo se consumará e m janeiro de 2006, três a nos após a entrada em vigor do novo Código. 
 
Caso concreto (2) 
Roberto completará dezoito anos em maio de 2006. Seu pai foi condenado a pagar-lhe alimentos em 
fevereiro de 1995, mas nunca pagou nem sequer uma parcela. Roberto aciona seu pai em março de 2 006, 
visando a forçar o adimplemento de todas as prestações vencidas. Diante disso, poderão ser cobradas todas 
as parcelas vencidas do se u pai, m esmo tendo em vista o longo tempo transcorrido? Justifique. 
Sim porque não corre prescrição contra o absolutamente incapaz, nem tampouco entre ascendente e 
descendente durante o poder familiar (art. 197, II e 198, I do CC). 
 
CASO CONCRETO 1 
1. Ana Maria comprou um produto na loja de João Ricardo. Ao utilizar o produto, percebeu que o mesmo 
apresentava de feito. Acontece que estava entrando de férias, com viagem marcada para ficar 30 dias em um 
cruze iro pelo Caribe. Dois dias depois de retornar da viagem, procurou a loja para reclamar e ouviu do 
balconista que não teria mais direito em razão deste ha ver decaído. Inconformada procura seu escritório de 
advocacia e formula a s seguintes perguntas: 
a) O que é um prazo decadencial? 
Sugestão d e gabarito: É aquele que pelo seu não exercício no prazo previsto acarreta a perda de um 
direito protestativo. 
b) Como se deve proceder para não perder o direito pela decadência em caso de direito do consumidor? 
De acordo com o CDC, obstam a de cadência: A reclamação comprovadamente formulada. (da qual se 
tenha prova), até resposta negativa correspondente, a ser transmiti da de forma inequívoca. 
Instauração de Inquérito Civil até seu encerramento. 
 
Caso 1: 
A decadência é obstada, no primeiro caso, desde a data da entrega da reclamação, comprovada 
mediante recibo, cartório de títulos e documentos, ou mesmo judicialmente. Volta a seguir desde o 
dia seguinte ao da entrega da resposta negativa transmitida de forma inequívoca. Negado o vício, 
resta ao consumidor, no prazo decadencial, ir a juízo propor a ação condenatória para que o 
fornecedor satisfaça as obrigações decorrentes do vício (art. 18), podendo ser o pedido cumulado 
com o de indenização, se houve dano. 
"O prazo é de trinta dias para reclamar e não para ajuizar a ação. Isto é, não se exige que o 
consumidor, impreterivelmente, proponha a ação cabível em trinta dias..." (Antônio Herman de 
Vasconcelos e Benjamin in Comentário a o Código de Proteção do Consumidor, coordenação de 
Juarez de Oliveira, Ed. Sa raiva, 1991) No caso da reclamação judicial, passa m a concorrer às regras 
processuais que disciplinam a matéria. 
Proposta a ação, o despacho que ordenar a citação impede que se consume a decadência, sendo a 
citação realizada no prazo estabelecido no art. 219 do CPC, que se refere à prescrição, mas é válido 
para a decadência à luz do art. 220. A decadência, em regra, não se interrompe, nem se suspende, 
portanto, extinto o processo, sem julga mento de mérito e já tendo escoado o prazo legal de 
decadência, o consumidor não poderá se valer da reclamação ou d e ação que lhe seja 
correspondente. Este é, ao menos, um dos entendimentos sobre o assunto. 
8 
 
Note que, se a resposta do fornecedor não negou o vício, a decadência continua obstada, de forma 
que se não houver sanação, o consumidor continuará com direito de recorrer a outras instâncias, 
sem que haja perecimento do mesmo pela decadência. 
 
Caso 2: Instauração de Inquérito Civil até seu encerramento: 
A decadência fica obstada a contar do dia da instauração do inquérito e persiste assim até o dia do 
seu encerramento, inclusive, voltando a contar do dia seguinte ao mesmo. 
O objetivo do Inquérito Civil, como de qualquer inquérito, é o de servir como instrumento legal para 
obtenção de dados, clarear um fato, determinar se um direito f oi ofendido e em que grau ou 
extensão, qual o ofensor, etc. Natural, portanto, que suspenda a decadência, pois que os resultados 
advindos do inquérito poderão servir ao consumidor subsídios para deduzir sua pretensão 
específica, em juízo. 
 
c) Qual a diferença entre decadência e prescrição? 
Sugestão de gabarito: A decadência supõe um direito em potência, a prescrição requer um direito já 
exercido pelo titular, mas que tenha sofrido algum obstáculo, dando origem à violação daquele 
direito. 
A prescrição não f ere o direito em si mesmo, mas sim a pretensão à reparação. Segundo Serpa Lopes 
(Curso de Direito Civil, vol. 1, 7ª ed. rev. e atua l., Rio de Janeiro, Ed. Freitas Bastos, 1989), "o que se 
perde com a prescrição é o direito subjetivo de deduzir a pretensão em juízo, uma vez que a 
prescrição atinge a ação e não o direito.”. 
 
CASO CONCRETO 2 
Antônio Renato de Araújo Bacamarte, aluno do curso de Direito, na cidade d e Ourinhos/SP, acaba de ter sua 
primeira aula de Direito Civil sobre o assunto prescrição e decadência. Assim que fica sabendo da feliz 
notícia, seu avô, o velho coronel Tião Bacamarte, resolve promover uma sabatina com o neto e faz-lhe as 
seguintes perguntas: 
a) É possível se transformar um prazo prescricional em decadencial? 
A resposta é afirmativa, contudo tal decadência será chamada de convencional, já que surge por 
acordo das partes e não por imposição de lei. Nessa hipótese, a decadência não poderá ser 
reconhecida sem a devida alegação da parte a quem ela beneficia por determinação do artigo 211 d 
o Código Civil. A regra tem sua razão de ser. O juiz não poderia reconhecer tal decadência contratual, 
pois, pela lei estaríamos diante de um caso de prescrição (não podem os esquecer de que as partes 
transformaram um prazo de prescrição em decadência), que, como vimos, não poderá, em regra, se 
reconhecidas de ofício. Todavia, se o beneficia do pela decadência convencional alega-la, em 
qualquer grau de jurisdição, deverá o juiz reconhecê-la (art. 221 do CC/02). 
b) Como ficam as regras da prescrição neste caso? 
Havendo a mudança, vale para a decadência convencional exatamente as regras que valem para a 
prescrição, ou seja, se beneficiar absolutamente incapaz ela deverá ser conhecida de ofício p elo juiz 
e pode ser também alegada a qualquer momento, antes da interposição de Recurso Especial, em 
razão da necessidade de pré-questionamento, com os ônus decorrentes de tal inércia (perda de 
honorários e pagamento de prejuízos decorrentes da demora da alegação). 
 
CASO CONCRETO 3 
 
A profa. Salete Marques de Araújo colocou os seguintes exemplos no quadro: 
1. Maria entrou com ação na Justiça para que João lhe pague R$1.500,00 que ela lhe emprestara. 
2. A Cia de Navegação Novos Rumos está acionado na Justiça o estofador Mário Espinosa para que este 
acabe de reformar o estofamento da s poltronas do teatro do navio A Rota II. 
3. Dr. João Caríssimo entrou na Justiça pedindo a anulação do contrato de compra e venda d e sua mansão, 
pois descobriu que o adquirente é menor de 16 anos e assinou sozinho toda a documentação. 
4. Ao receber em casa uma TV LCD de 68 polegadas, José da Silva descobriu que o comprador era um 
homônimo. D evolveu o produto, mas está sendo cobrado, por isso entrou c om uma ação declaratória de 
inexistência de relação jurídica em face d a loja de eletrodomésticos. 
A seguir, a profa. Pediu aos seus alunos: 
- Indiquem quais são os casos em que os prazos relativos são prescricionais e os decadenciais, justificando: 
9 
 
 Todas as ações de cobrança em geral pela qual se pretende que o réu pague determinada quantia 
em dinheiro ou faça determinada prestação são condena tória e estão sujeitas à prescrição. Todas as 
ações de para indenização por da nos morais ou materiais, bem como a de repetição do indébito 
estão sujeitas à prescrição. 
Já as ações anulatórias em geral (anulação do contrato por erro, em razão d e incapacidade relativa 
do agente), estãosujeitas à decadência. 
Agora, em se tratando de ação declaratória pela qual se busca apenas uma certeza jurídica, tal ação 
não está sujeita à prescrição, nem à decadência. Simplesmente tais ações não sofrem a influência do 
tempo. Um exemplo disto é a ação que declara nulo o contrato celebrado por absolutamente incapaz 
ou nulo um casamento de irmãos. 
 
QUESTÕES OBJETIV AS 
A RESPEITO DA PRESCRIÇÃO E DA DECADÊNCIA, É CORRETO AFIRMAR: 
 a) Prescreve em dez anos a cobrança de dívidas líquidas constantes de instrumento público ou particular. 
 b) No contrato regularmente formalizado por escrito, as partes podem renunciar a de cadência fixada em 
lei. 
 c) Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alega-la em qualquer grau de 
jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação. 
 d) A alteração do prazo prescricional por acordo das partes só terá validade se comprovada nos autos por 
instrumento público ou particular. 
 e) A prescrição iniciada contra uma pessoa cessa com a sua morte, iniciando-se novo prazo em relação ao 
seu sucessor. 
 
De acordo com o Código Civil brasileiro, com relação à prescrição e à decadência, é correto afirmar: 
 a) A prescrição iniciada contra uma pessoa não continua a correr contra o seu sucessor. 
 b) Prescreve em três a nos a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos de má-fé, 
correndo o prazo da data em que foi deliberada a distribuição. 
 c) A interrupção da prescrição, em regra, pode rá ocorrer quantas vezes forem necessárias. 
 d) É defesa, em qualquer hipótese, a renúncia tácita da prescrição, por expressa determinação legal. 
 e) Salvo disposição legal em contrário, em regra, aplicam-se à decadência as normas que impedem, 
Suspendem ou interrompem a prescrição. 
 
CASO CONCRETO 1 
 
Antônio viajava à noite, em seu automóvel, para a sua cidade natal, pela rodovia privatizada e administrada 
pela concessionária “CLX” , quando, repentinamente, surgiu à sua frente um cavalo na pista. Não 
conseguindo desviar do animal, Antônio o atropelou e o automóvel saiu da pista, chocando-se contra uma 
árvore e ficando completamente destruído. Antônio saiu ileso do acidente. 
O dono do animal ainda não foi identificado porque o cavalo não tinha marca e porque há diversos sítios e 
pequenas propriedades rurais na região. Antônio quer saber se cabe ação indenizatória e, se couber contra 
quem deverá ser proposta. Além disso, quer saber também quais os danos que podem ser objeto dessa 
eventual indenização. Responda a essas questões, justificando as respostas. 
 
Cabe ação indenizatória contra o dono do animal (se vier a ser identificado) por culpa invigilando e 
também, imediatamente e independentemente da identificação do proprietário do animal, contra a 
Concessionária que explora a rodovia privatizada, que também tem o dever de vigilância e de 
garantir ao usuário uma viagem segura, até porque cobra por isso (pedágio). O dano deve ser 
integralmente reparado, ou seja, além do conserto d o veículo, da sua desvalorização, ou até da sua 
substituição por outro carro (dependendo da extensão do dano a ele causado), também o dano 
moral deve ser indenizado, desde que demonstrada a sua existência pela vítima. 
 
CASO CONCRETO 2 
 
Antônio, menor de 16 anos, dirigindo o carro do pai, atropela e fere Josevaldo gravemente. A vítima, 
completamente embriagada, atravessou a rua inesperadamente. Pretende ser indenizado por danos 
10 
 
materiais e morais, pelo que propõe ação contra Célio, pai de Antônio. Procede ao pedido? Responda de 
forma fundamentada. 
 
Embora seja objetiva a responsabilidade dos pais pelos filhos menores (C. Civil, art. 933), é preciso, 
todavia, para configurar essa responsabilidade que o filho tenha dado causa ao dano e numa 
situação que, caso fosse imputável, configuraria a sua culpa. No caso nem há que se falar em culpa do 
filho porque o evento decorreu de fato exclusivo da própria vítima - embriagada atravessou a rua 
inesperadamente (fato imprevisível) - que exclui o nexo causal. O fato de Antônio ser menor de 16 e 
estar dirigindo sem habilitação não foi causa determinante do evento, que teria ocorrido ainda que 
Antônio fosse maio r e estivesse habilitado. 
 
CASO CONCRETO 3 
 
Vera comprou à vista uma mansão no Condomínio FLAMBOYANT, em bairro nobre de sua c idade, por R$ 
2.00 0.000,00 (dois milhões de reais). Para comemorar, convidou todos os seus amigos e fez um a grande 
festa, que começou às 13h e estava p revista p ara durar até às 10h da manhã do outro dia. ROGÉRIO, seu 
vizinho, chamou a polícia alegando que som estava muito alto, e, também que estaria havendo perturbação 
ao sossego, pois já eram 3h da madrugada. 
 
A polícia chegou a o local e Vera f alou a os policiais que não abaixaria o som e continuaria a festa, pois, é a 
legítima proprietária do bem. 
 
PERGUNTA-SE: 
A quem assistir á razão? Faça a devida análise crítica e aponte os motivos e fundamentos da sua resposta. 
 
Nos termos do CC, art. 187, assistirá razão a Rogério, pois a conduta de Vera configura um abuso de 
direito, visto haver um exercício irregular do direito de propriedade. 
 
CASO CONCRETO 4 
 
Rafael e Sueli pleiteiam a anulação de confissão de dívida no montante d e R$ 15.000,00 (quinze mil reais), 
por eles firmada em favor de Cirlei. Afirmam que Rafael trabalhava como empregado no sítio de Cirlei, na 
cidade de Guaratinguetá, e que n o dia 24/05/ 2004, dirigia o carro do patrão quando o correu o acidente. 
Alegam que no dia seguinte ao acidente Cirlei pediu que assinassem o documento intitulado de 
“DECLARAÇÃO DE CONDUTA E CONFISSÃO DE DÍVIDA", no qual Rafael reconhece a sua responsabilidade 
pelo e vento danoso e, juntamente c om sua mãe, se compromete a pagar a Cirlei a quantia de R$ 15.000,00 
para o ressarcimento d os prejuízos. Mencionam que n o dia seguinte aos fatos, no “calor” dos 
acontecimentos não pensaram e assinaram o documento, sem, n o entanto, possuírem recursos para arcar 
com o valor descrito. 
Pergunta-se: 
 
(1) Houve na hipótese o vício da coação? Esclareça. 
(2) A confissão de dívida acima mencionada pode ser considerada um ato jurídico 
 
(1) Conforme a nota Clóvis Bevilaqua “a coação é um estado de espírito em que o agente, perdendo a 
energia moral e a espontaneidade do querer, realiza o ato, que lhe é exigido” (Teoria Geral do 
Direito Civil, vol. 6. Ed. Rio. 1953. pág. 283). Mas não é qualquer ameaça que configura coação. Ela 
deve ser grave e injusta; o dano iminente e considerável e, além disso, transmitir ao paciente o 
temor fundado de que seja concretizada. E ao apreciara coação o juiz levará em conta o sexo, a idade, 
a saúde, o temperamento do paciente e todas as demais circunstâncias que possam influir na sua 
gravidade, conforme se depreendem do art. 152 do Código Civil. Na hipótese dos autos não há todos 
os elementos da figura da coação, pois, não houve por parte de Cirlei qual quer ameaça de dano 
iminente. 
 
(2) A natureza da confissão de dívida é ato jurídico stricto sensu, toda via no caso em apreço a 
confissão não tem esta natureza jurídica. Resta claro que a conduta de Cirlei ultrapassou os limites 
11 
 
do simples exercício regula r d e um direito, p ara caracterizar comportamento abusivo e, como tal, 
ato ilícito, conforme definido pelo art. 187 do Código Civil. Cirlei se aproveitou do estado de espírito 
e da subordinação econômica dos autores para obter a confissão da dívida. 
 
CASO CONCRETO 5 
 
Para desviar de criança que atravessa inopinadamente a rua, no semáforo vermelho, e fora da faixa de 
pedestres, Fernanda, que trafegava prudentemente, é obrigada a lançar seu automóvel em cima da papelaria 
de Pedro, quebrando toda a vitrine e causando um prejuízo d e R$ 4.000,00 (quatro mil reais). A criança não 
foi atingida e saiu correndo depois do acidente, não sendo mais encontrada nem por Fernanda,nem por 
Pedro. Pergunta-se: 
(1) Nesse caso, ocorreu ato ilícito? Justifique: 
(2) Há dever de indenizar? Em caso positivo de quem? 
 
(1) Não há ato ilícito. O ato é lícito, pois, há excludente de ilicitude – estado de necessidade – artigos 
188, II CC; 
(2) Há dever de indenizar em razão do que preceitua o art. 929 e 9 30 todos do Código Civil. Pedro 
poderá ingressar com ação de indenização em face de Fernanda para reaver o prejuízo. Ao causa dor 
do dano, Fernanda, só restará à via regressiva em face dos pais da criança que atravessou a Rua. 
 
QUESTÕES OBJETIVAS 
 
1. Na responsabilidade civil, a indenização por dano moral. 
(A) é sempre dependente da comprovação do da no material. 
(B) pode ser cumulada com a indenização por da no material. 
(C) prescinde da comprovação do dano material, mas com este é inacumulável. 
(D) exige prévia condenação do causador do da no em processo criminal. 
(E) não pode ser superior à indenização por da no material. 
 
 
 
 
2. É correto afirmar-se que, de acordo com o Código Civil atualmente em vigor: 
a) Comete ato ilícito aquele que, mesmo atuando com omissão, não causa danos de qual quer espécie a 
outrem. 
b) Comete ato ilícito aquele que causa danos a outrem, ainda que não tenha havido, de sua parte, ação ou 
omissão voluntária, negligência ou imprudência. 
c) Comete ato ilícito aquele que, ao exercer um direito do qual é titular, excede manifestamente os 
limites impostos pelo fim social desse direito. 
d) Não comete ato ilícito aquele que, ao exercer um direito do qual é titular, excede os limites da boa-fé. 
e) Todas as alternativas são incorretas. 
 
Caso Concreto 1 
Tema: Extinção da personalidade da pessoa natural. Morte presumida. 
Família não admite morte de engenheiro desaparecido no Iraque 
12 de março de 2006 - 19h26min – Globo online 
 
O governo brasileiro estaria negociando para trazer o corpo e teria conseguido que os sequestradores 
baixas sem o pedido de resgate de US$ 1 milhão para US$ 150 mil. Rio de Janeiro - Mesmo com a notícia de 
que o governo brasileiro negocia sigilosamente a repatriação dos restos mortais d o engenheiro João José 
Vasconcellos Júnior, sequestrado no Iraque no início de 2005, integrantes de sua família ainda não aceitam 
oficialmente a hipótese de que ele tenha sido assassinado. "Até hoje não f oi com provado que ele está 
morto", disse o filho do engenheiro, Rodrigo Vasconcellos, na tarde de hoje, ao Estado. No próximo domingo, 
vão se completar 14 meses desde que o engenheiro brasileiro João José Vasconcellos Júnior foi levado por 
levado por homens armados. Funcionário da Construtora Norberto O Odebrecht, Vasconcellos Júnior f oi 
sequestrado quando estava a serviço no Iraque - na verdade, se dirigi a para o aeroporto, para deixar o país. 
12 
 
De acordo com reportagem da revista Isto é desta sem Ana, ele teria sido morto em 21 de janeiro de 2005, 
dois dias após ter sido levado. “Temos essa informação (de que seu pai fora morto) desde o quinto dia de 
sequestro, mas enquanto não me provarem que ele está morto”... “Eu tenho que aguardar a comprovação de 
alguma coisa, seja o que for”, disse Rodrigo. 
A partir da leitura do caso real acima, responda justificadamente: 
a) Apesar d e não ter sido encontrado o corpo do engenheiro, é possível a declaração de sua morte? 
Justifique, citando os dispositivos legais pertinentes. 
b) Quais as consequências da declaração da morte presumida? 
c) E se o indivíduo voltar, depois de declarada sua morte? 
 
Com fulcro no artigo 7º do CC, tem-se a possibilidade de declaração da morte presumida, sem 
decretação de ausência, nos seguintes casos: 
- se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida; 
- se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após 
o término da guerra. Condiciona-se tal declaração ao esgotamento de todas as buscas e averiguações, 
devendo a sentença indicar a data provável do falecimento. Outrossim , a morte presumida pode ser 
com declaração de ausência. Presume-se a morte, quanto aos ausentes, nos casos em que a lei 
autoriza a abertura de sucessão definitiva (CC art. 6º, 2ª p arte). A declaração de ausência, ou seja, de 
que o ausente desapareceu de seu domicílio sem dar notícia de seu paradeiro e sem deixar um 
representante, produz efeitos patrimoniais, permitindo a abertura da sucessão provisória e, depois, 
a definitiva. Na última hipótese, constitui causa de dissolução da sociedade conjugal, nos termos do 
ar t. 1.571, parágrafo primeiro. 
A hipótese, portanto, revela a extinção da pessoa natural como sendo esta considera da morte 
presumida. A personalidade natural do ser humano chega ao seu fim através da morte real onde se 
tem o cadáver, que pode ser simultânea (comoriência, onde pessoas ligadas por um vínculo jurídico 
falecem na mesma ocasião). A morte (real ou presumida) faz cessar a personalidade jurídica, 
acarretando a dissolução do vínculo matrimonial, do poder familiar, de contratos personalíssimos, 
de alimentos etc. 
A morte real está prevista no art. 6º do CC, provando- se pelo atestado de óbito ou pela justificação, 
em caso de não localização do corpo. Cuida, ainda, a L ei Civil da morte simultânea ou comoriência, 
insculpida no art. 8º, prevê que, quando dois ou m ais indivíduos falecerem na m esma ocasião, não 
se podendo constatar qual deles precedeu o outro, presumir-se-ão simultaneamente mortos. Estes 
indivíduos de vem possuir algum vínculo jurídico. A comoriência tem especial relevância para fins 
sucessórios. Assim, se a morte é conjunta, os com orientes não são herdeiros uns dos outros, não 
havendo transferência de direitos, ou seja, não haverá sucessão, sendo chamados os herdeiros de 
cada um dos com orientes para suceder. 
 
Caso Concreto 2: 
Tema: Comoriência 
 
Leia a notícia a seguir e após responda a o que se pede. 
A revista Época n° 379 de 22 de agosto de 2005 traz uma reportagem cujo título é: “Os órfãos de Alcântara 
pedem justiça”. No texto é relembrada a história da morte – por carbonização – de 21 profissionais civis do 
Centro Técnico Aeroespacial, em virtude do incêndio no foguete VLS -1 (Veículo Lança dor de Satélites n° 1), 
em 22 de agosto de 2 003, no município de Alcântara, Maranhão. 
Responda justificadamente. 
No caso em tela supondo-se que todos os corpos desapareceram em razão das altas temperaturas a que 
foram submetidos, pode-se dizer que ocorreu o fenômeno jurídico da comoriência? Qual a relevância do 
instituto? Caso sua resposta seja afirmativa, JUSTIFIQUE. Caso seja negativa, a ponte o fenômeno jurídico 
que ocorreu e EXPLIQU E-O. 
 
No caso em tela o professor pode abordar dois aspectos, a ocorrência da comoriência, que conforme 
determina a legislação civil brasileira, ocorre quando duas ou mais pessoas falecem ao mesmo 
tempo, sem que seja possível averiguar-se quem precedeu às demais. Todavia, a relevância do 
instituto pode ser afirmada quando entre os falecidos encontram-se parentes sucessíveis, uma vez 
que em ocorrendo a comoriência, não há possibilidade de sucessão entre os mortos. Não há 
13 
 
possibilidade de sucessão, pois não é possível determinar quem faleceu antes, para receber o 
patrimônio que está sendo transmitido no momento da morte. 
Outro aspecto que deve ser abordado diz respeito à morte presumida s em decretação de ausência 
de acordo com o que prevê o artigo 7°, I do CC, já que alguns corpos desintegraram-se em virtude das 
altas temperaturas a que foram submetidos. Não se pode falar, assim, em morte real, pois não se tem 
o corpo, mas da morte presumida, em razão do extremo perigo de vida em que se encontravam 
aqueles profissionais no momento do incêndio. 
 
Caso Concreto 3 
Tema: Natimorto e Nascituro 
A partir da hipótese tratada no acórdão a seguir, responda, justificadamente, às questões. Responsabilidade 
Civil. Casade Saúde. Feto natimorto. Sentença que concluiu, com base no laudo pericial, que a morte do 
nascituro aguardado pelos Autores ocorreu devido à negligência dos prepostos da Ré durante o 
atendimento de parto feito à Primeira Autora, restando inata cada nesta parte, uma vez que a apelação da Ré 
visou tão somente à redução do valor da indenização pelo dano moral. Indenização pelo dano moral fixada 
em 100 (cem) salários-mínimos para cada genitor, valor que se afigura demasiado reduzido, tendo em vista 
tratar-se de morte de nascituro no final da gravidez, quando a expectativa dos pais pelo futuro nascimento 
já atingira o grau máximo, tom ando mais elevada à dor pela perda. Majoração para o total de 400 
(quatrocentos) salários mínimos, sendo 150 (cento e cinquenta) para o pai e 250 (duzentos e cinquenta), 
para a mãe, levando-se em conta, com relação a esta, além da dor pela perda do filho, o seu sofrimento 
durante o trabalho de parto, que se estendeu além do necessário, conforme descrito no laudo pericial. 
Improcedência de pedido depensionamento porque o laudo pericial demonstra que a morte do feto se deu 
antes do nascimento, não se aplicando assim a Súmula nº 491 do STF. Conhecimento e provimento parcial 
da apelação dos Autores julgando-se prejudicada a da Ré. (Apelação Cível – Processo n°2001.0 01.21933 - 
Des. Mario Robert Mann heimer - Julgamento: 05/04/2005 – 16ª Câmara Cível). 
Pergunta-se: 
(A) O nascituro tem personalidade? 
(b) O feto natimorto da autora adquiriu personalidade? 
c) Quais as consequências jurídicas d o nascimento de um bebê vivo que em seguida falece e de um bebê 
nascido morto? 
(A) Segundo alguns doutrinadores, o nascituro tem a personalidade condicional, ou seja, quando a 
legislação garante a proteção aos direitos do nascituro, mais adiante determina uma condição 
suspensiva para que tal proteção possa ser efetivada, qual seja o seu nascimento com vida. Assim, 
apesar de o nascituro ter seus direitos garantidos desde a concepção estes só terão eficácia, à 
exceção dos alimentos prestados durante a gestação, a partir do nascimento com vida do bebê. 
 
(b) O feto natimorto não adquire personalidade, já que a condição para tal é o nascimento com vida, 
e não somente o nascimento. 
 
(c) As consequências jurídicas do nascimento de um bebê nascido vivo que em seguida falece ou 
nascido morto são diferentes, porque o natimorto não adquiriu personalidade, logo, não pode 
adquirir direitos e obrigações. Assim, por exemplo, doações feitas ao nascituro, ou herança, ou 
legados a ele deixados não serão herdados pelos pais do bebê natimorto, haja vista que para o 
Direito ele não existiu, pois não adquiriu personalidade. Já se fossem feitas ao bebê que nasceu vivo 
e em seguida faleceu, serão herdados pelos pais. 
 
QUESTÕES OBJET IVAS: (respostas justificadas) 
 
1- Assinale a opção correta: 
 
I - O relativamente incapaz casado passa a ser maior de idade. 
II - É nulo o ato jurídico praticado por pessoa relativamente incapaz. 
III- O pai reconhecido judicialmente com o pródigo, fica afastado do poder familiar. 
IV- O esquizofrênico, que alterna momentos de lucidez e insanidade, é considerado relativamente incapaz. 
V- O idoso, de 80 anos, apesar de estar em pleno gozo de suas faculdades mentais, necessita de assistência 
para a prática dos atos da vida civil. 
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a) Apenas o item I está certo. 
b) Apenas os itens I e III estão certos. 
c) Apenas os itens IV e V estão certos. 
d) Todos os itens estão certos. 
e) Todos os itens estão errados. 
 
Letra “E” 
I – Ocorre à hipótese do parágrafo único, do artigo 5º CC (p assa a ser considerado capaz, porém a 
menoridade somente cessa nos termos do caput do aludido artigo). 
II – O ato é anulável; nulo no caso dos absolutamente incapazes. 
III – A prodigalidade diz respeito aos atos d e comércio e disposição de bens. 
IV – A esquizofrenia a causa de incapacidade absoluta – art. 3º, III do CC. 
V- O limite etário para a aferição da capacidade é mínimo (art. 5 
o
. do CC), portanto a idade, por si só, 
não é causa d e incapacidade para os idosos. 
 
 
 
 
2- Esta questão contém duas afirmações. Assinale o item correto. 
 Ao nascer com vida, adquire- se capacidade de fato PORQUE A capacidade de direito somente se adquire 
com a ocorrência das hipóteses do art. 5º CC, ou seja, quando se pode exercer plenamente o direito. 
(A) se as duas são verdadeiras e a segunda justifica a primeira. 
(B) se as duas são verdadeiras e a segunda não justifica a primeira. 
(C) se a primeira é falsa e a segunda é verdadeira. 
(D) se a primeira é verdade ira e a segunda é falsa 
(E) se as duas são falsas. 
 
 Letra “E” 
A capacidade de direito se adquire com o nascimento com vida (art. 2 
o
. do CC), portanto, os direitos 
são adquiridos por todos os indivíduos nascidos vivos. Já a capacidade de fato se dá com a 
maioridade ou emancipação, ligando-se ao exercício pessoal dos direitos. 
 
Caso Concreto 4 
Tema: Pessoa jurídica: conceito, formação e extinção. 
Maria Paula do Nascimento, viúva, aposentada, foi procurada por um velho amigo Luiz Augusto de Mello. 
Após uma longa conversa, Luiz Augusto pediu que M aria Paula fosse fiadora num contrato de locação não 
residencial. Maria Paula acreditou na boa-fé do amigo e assinou o contrato sem a leitura do mesmo. Depois 
de anos, foi surpreendida com uma pendência na declaração de seu Imposto de Renda e descobriu que o 
contrato que assinou não era de locação e sim contrato constituição de sociedade. Maria Paula o contrata 
como advogado (a) para defender seus interesses e retirá-la da sociedade. Elabore os argumentos de defesa 
de Maria Paula, levando em consideração os requisitos para constituição da pessoa jurídica. 
 
São três os requisitos para constituição da pessoa jurídica: vontade humana criadora (intenção de 
criar uma entidade distinta da de seus membros), observância das condições legais (instrumento 
particular ou público, registro e autorização ou aprovação do governo) e licitude dos seus objetivos. 
A vontade humana materializa-se no ato de constituição, que se denomina estatuto, em se tratando 
de associações (sem fins lucrativos), contrato social, em se tratando de sociedades simples ou 
empresárias, escritura pública ou testamento, em se tratando de fundações (art. 62 CC). O ato 
constitutivo deve ser levado o registro para que comece então a existência legal da pessoa jurídica 
de direito privado (art. 45 CC). O registro do contrato social de uma sociedade empresária faz-se na 
Junta Comercial. Os estatutos e os atos constitutivos das demais pessoas jurídicas de direito privado 
são registrados no Cartório de Registro Civil das Pessoas Jurídicas (art. 1150 CC). 
No caso em tela, faltou o requisito de acordo d e vontades entre duas ou mais pessoas, no sentido de 
realizarem determinada atividade econômica uma vez que Maria Paula não desejava constituir uma 
15 
 
sociedade, foi ludibriada por Luiz Augusto. Maria Paula deve ingressar com ação ordinária para 
retirá-la da sociedade e declará-la isenta de qualquer responsabilidade. Outro argumento seria a 
anulação do ato jurídico em razão do vício de vontade e o dolo (art. 145, 171, II, do Código Civil). 
 
Caso Concreto 5 
Tema: Pessoa jurídica: Desconsideração da personalidade jurídica. 
A empresa Prestalex Ltda., prestadora de serviço d e vigilância, foi despejada da sua sede, por falta de 
pagamento de alugueres. Com efeito, parou de exercer suas atividades. Diversos credores tentaram receber 
seus créditos, sem lograr êxito. No curso de um dos processos ajuizados por um a empresa credora W YZ 
Ltda., foi constatado que um dos sócios da Prestalex Ltda. transferiu sua parte da sociedade para o porteiro 
de seu prédio, além de contrair de má-fé diversas dívidas em nome da empresa. A sociedade não possui 
ativo para pagar nenhum débito. 
 
Pergunta-se:a) A sociedade está legalmente extinta? 
b) Qual solução jurídica para os c redores receberem seus créditos? 
 
 (A) A sociedade não está legalmente extinta. É necessário o registro da dissolução na JUCERJA – art. 
51, par ágrafo 1º do CC, não basta para de exercer os atos de comércio. 
 
(b) Os credores devem requerer ao juiz a desconsideração da personalidade jurídica – art. 50 CC. A 
teoria da desconsideração da personalidade jurídica determina a limitação da responsabilidade dos 
sócios que responderão solidariamente com a sociedade, para coibir os efeitos de fraude ou ilicitude 
comprovada. 
 
 
Caso Concreto 6 
Tema: Domicílio Civil. 
Maria estabeleceu residência com ânimo definitivo em Belo Horizonte – MG. É sócia-gerente de uma pessoa 
jurídica com sede em Vitória – ES. Ocorre que Maria ateou fogo e matou seu marido João, após flagrá-lo, em 
São Paulo – SP, com uma amante, e hoje está condenada e cumpre sua pena em um presídio de São Paulo - 
SP. Responda de forma fundamentada: 
 
(A) Qual é a finalidade da fixação dos domicílios da pessoa natural e da pessoa jurídica? 
(b) Analisando os artigos de lei abaixo, diga onde a amante poderia pro por ação de compensação por danos 
morais sofridos (por ter presencia do a brutal morte do ex-amante) em face de Maria? Código Civil Art. 76. 
Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso. 
 
Código de Processo Civil 
Art. 94. A ação fundada em direito pessoal e a ação fundada em direito real sobre bens móveis serão 
propostas, em regra, no foro do domicílio do réu. 
 
(A) É relevante para o indivíduo, para a sociedade e para o Estado, que a pessoa, seja natural ou 
jurídica, tenha um vínculo como um determinado lugar, esteja fixado, de alguma forma, a algum 
lugar. A importância do domicílio se estende a diversas áreas do direito, embora seu estudo básico 
fique centrado no Direito Civil. 
b) A competência geral, n o Direito Processual Civil é estabelecida e m função do domicílio do réu 
(art. 94 do CPC). Como Maria cumpre pena em um presídio paulista, tem lá seu domicílio necessário, 
conforme art. 76 CC. 
 
 
QUESTÕES OBJETIVAS: (Respostas justificadas) 
Pode-se afirmar que a diferença entre associação e fundação reside no fato de que: 
a) a associação não tem finalidade lucrativa e a fundação sim; 
b) a associação refere-se à união de bens e a fundação de pessoas; 
c) a associação tem fins lucrativos e a fundação não; 
16 
 
d) não há diferença entre associação e fundação; 
e) a associação refere-se à união de pessoas e a fundação de bens. 
Letra “e”. A associação é constituída por pessoas, sem finalidade lucrativa e a fundação é uma 
reunião de bens com uma finalidade específica. 
 
2- Considera-se como domicílio civil da pessoa natural que não tem residência habitual, por empregar a vida 
em viagens, sem ponto central de negócios: 
a) o último local onde morou continuamente por dois anos; 
b) a residência de seus pais; 
c) o lugar onde for encontrada; 
d) o local onde realizou seus estudos; 
e) a residência do parente mais próximo, se não tem pais. 
Letra “c”. O domicílio é uma dos foras de identificação de uma pessoa na sociedade, assim, em que 
pese não haver residência habitual, será domicílio daquele que se encontrar nessas condições o 
local onde for encontrado, nos termos do art. 73 do CC. 
 
 
Caso Concreto 7 
Tema: Classificação dos Bens. 
Por se tratar de bem de natureza durável, Milena afirma que uma geladeira somente poderá ser considerada 
bem inconsumível; afinal, sofrerá, quando muito, desgaste natural pelo uso. A afirmação de Milena é 
correta? Uma geladeira som ente poderá ser considerada um bem inconsumível? Justifique suas respostas. 
 
A afirmação não é absolutamente cor reta. Apesar do bem ser de natureza durável – o que o torna 
inconsumível, ele pode assumir a condição de bem consumível quando destinado à alienação, na 
forma do art. 86 CC. 
 
Caso Concreto 8 
Tema: Classificação dos Bens. 
No site de leilões e-Bay Motors foi leiloado no dia 09 de outubro de 2005 um automóvel Lancia Astura, 
exemplar único, fabricado especialmente para o ditador italiano Benito Mussolini, em 1939, com desenho do 
ateliê Pininfarina. O lance inicial era de quinhentos mil euros, ou cerca de um milhão e trezentos mil reais. A 
arrecadação foi doada a o Hospital Infantil de Toronto, no Canadá. Levando em consideração a classificação 
dos bens, estabeleça a natureza jurídica d o automóvel objeto d o leilão? JUST IFIQUE sua resposta. 
 
O automóvel leiloado é um bem móvel infungível um a vez que se move através de força alheia e não 
pode ser substituído por outro de m esma espécie, quantidade e qualidade, por ser exemplar único, 
conforme art. 82 e 85 do C. 
 
Caso Concreto 9 
Tema: Bens Públicos. 
A Administração Pública d o Esta do de São Paulo resolveu alienar um prédio onde funciona a sede de um a 
em presa de iluminação do estado, para saldar dívidas contraídas frente a algumas empresas contratadas 
para fazerem obras de reforma em dois hospitais e cinco escolas, estabelecidos no interior do estado. Com 
base no caso proposto, é admissível a alienação do imóvel em questão perante nosso ordenamento jurídico? 
Justifique sua resposta 
 
O imóvel objeto de alienação por parte da administração pública do Estado de São Paulo é 
considerado, segundo o que dispõe o art. 99, inciso II, CC, um bem público de uso especial, porque é 
um prédio que está sendo efetivamente utilizados pela administração pública do estado, e, mediante 
o que dispõe o artigo 100, do CC, os bens de uso especial são inalienáveis, não sendo possível a sua 
transferência par a outra pessoa. Portanto, esse bem, na forma como se encontra, não é passível de 
alienação. 
 
QUESTÕES OBJETIVAS: (respostas justificadas) 
 
17 
 
(1) (Concurso público para o cargo de Delegado de Polícia Civil do Mato Grosso do Sul - 2006) A Autoridade 
Policial que se vê na atribuição de tipificar um a ocorrência apresentada durante o plantão, identifica-a com 
o sendo crime de dano, no entanto deve considerar a priori se trata ou não de crime contra o patrimônio 
público que qualifica aquele delito. Para tanto deve ter conhecimento inequívoco acerca da distinção entre 
os bens elencados na legislação civil. Considerando a afirmação acima e ainda a correta definição dos Bens 
prevista no Código Civil, assinale a alternativa incorreta. 
a) Consideram-se bens móveis, os suscetíveis de movimento próprio, ou d e remoção por força alheia, sem 
alteração da substância ou da destinação econômico-social e aqueles considerados públicos, s e danificados 
dolosamente tipificam aquela qualificadora. 
b) Consideram-se bens públicos de uso especial os prédios locados, que se destinam a estabelecer órgãos 
públicos e qualquer dano, desde que doloso tipifica aquela qualificadora. 
c) As praças e ruas são consideradas bens públicos de uso comum do povo e qualquer dano, desde que 
doloso tipifica aquela qualificadora. 
d) Os materiais em pregados para a construção de um a escola municipal enquanto não forem empregados, 
são considerados bens imóveis e qualquer dano, desde que doloso tipifica aquela qualificadora. 
e) São classificados com bens públicos os dominicais que constituem o patrimônio das pessoas jurídicas de 
direito público, com o objeto de direito pessoal ou real, de cada um a dessas entidades e qualquer dano, 
desde que doloso tipifica aquela qualificadora. 
 
Apesar de haver noções de Direito Penal nesta questão, ela aborda o tema da classificação dos bens 
móveis e imóveis de forma ampla. Letra “d”. De acordo com o artigo 84 do CC o s materiais a serem 
empregado s em alguma construção mantém a qualidade de móveis. A alteração na natureza jurídica 
dos materiais dá-se quando é retirado de um prédio para a posteiriori serem reempregados no 
mesmo prédio, sendo nestahipótese, bens imóveis, de acordo com o artigo 81 do CC. 
 
(2) Assinale (V) verdadeiro ou (F) falso, justificando a(s) falsa (s): 
(A) (F) O patrimônio corresponde a todos os bens móveis e imóveis de uma pessoa. 
(b) (F) Os frutos, como bens acessórios, só podem ser naturais. 
(c) (V) O possuidor de má- fé tem direito às benfeitorias necessárias. 
(d) (V) Mesmo demonstrado o interesse público, os bens privados não podem ser desapropriados por 
particular. 
(E) (V) Os bens imóveis só podem ser adquiridos por escritura pública registrada no cartório de Imóveis, 
enquanto os móveis o são pela efetiva tradição (efetiva entrega da coisa). 
As letras a e b. 
a) O patrimônio não é apenas o conjunto de bens de uma pessoa. É o conjunto de direitos e deveres 
da pessoa, ou seja, o conjunto d e suas relações jurídicas, economicamente apreciáveis. Assim, se a 
pessoa tiver mais direitos do que deveres, seu patrimônio será positivo, se tiver mais deveres do que 
direitos, seu patrimônio será negativo. Nesse sentido, a lição de Caio Mário da Silva Pereira, 
Instituições de Direito Civil – Introdução ao Direito Civil. Teoria Geral de Direito Civil, 29 
ª
 ed., Rio de 
Janeiro: Forense, 2004, p.391, aduzindo ainda o autor que só os direitos que possuem expressão 
pecuniária integram o patrimônio, estando, por conseguinte, excluídos direitos de família puros (o 
poder familiar e o estado de filho), direitos sobre a própria pessoa (à existência, à honra, à 
liberdade), por não possuírem tal característica. Da mesma forma, não integram o patrimônio as 
meras expectativas de direito, por serem interesses que se resguardam, mas não se contam com os 
direitos patrimoniais. 
b) Quanto à origem, os frutos podem ser classificados em: naturais (desenvolvidos e renovados, 
periodicamente, em virtude da força orgânica da própria natureza: frutos das árvores, vegetais, 
crias do s animais, etc.); industriais (surgidos em virtude da atuação ou indústria do homem sobre a 
natureza: produção de uma fábrica); e civis (rendimentos produzidos pela coisa, em virtude de sua 
utilização por outrem que não os proprietários: juros, aluguéis). 
 
Caso Concreto 10 
Tema: Fatos Jurídicos em Sentido Estrito, At os Jurídicos e Negócios Jurídicos. 
 
Leia o acórdão a seguir e responda, justificadamente, ao que se pede. 
18 
 
 
Negatória de paternidade c/c anulação de registro de nascimento. Reconhecimento voluntário e consciente 
mesmo diante das dúvidas acerca da paternidade. Arrependimento inviável. Equiparação à adoção. 
Desprovimento do recurso. Com provado p elo conjunto probatório produzido que o autor efetuou o 
registro de nascimento d o réu, voluntária e conscientemente, com plena com preensão da situação f ática e 
dos efeitos do seu ato, apesar das evidências de que ele não era o seu filho biológico, inviável se mostra que 
o arrependimento quase quatro anos a pós o nascimento do demandado tenha o condão de excluir do 
assenta mento do infante o nome do pai (o autor), bem com o de seus avós paternos. A situação desse modo 
materializada, em que pese o exame de DNA, assemelha-se à adoção, criando o parentesco civil, daí porque 
improcedente o pedido do autor de ver excluída do registro de nascimento do réu a paternidade que ele 
declarou espontaneamente. (Processo n°2005.001.40278 - Apelação Cível - Des. Antônio Eduardo F. Duarte 
- Julgamento: 04/04/2006 - Terceira Câmara Cível – TJ/RJ). 
 
Pergunta-se: 
(A) O acórdão menciona dois institutos do direito civil, o reconhecimento de paternidade neste caso 
equiparado à adoção. De acordo com a divisão dos fatos, atos e negócios jurídicos as hipóteses enquadram-
se em qual categoria? Justifique. 
O acórdão trata do reconhecimento de paternidade espontâneo o equiparado à adoção, o que 
confirma a natureza jurídica de ato jurídico de ambos os institutos, um a vez que têm as suas 
consequências previstas pela lei. É importante ressaltar que nas hipóteses de ato jurídico, apesar de 
poder haver a presença da manifestação de vontade, com o no caso do acórdão em análise, a vontade 
manifestada em nada altera as consequências do ato praticado, um a vez que essas já vêm previstas 
na lei e a vontade das partes não interfere em sua ocorrência. 
 
(b) Estabeleça as principais diferenças entre fatos jurídicos em sentido estrito, atos jurídicos e negócios 
jurídicos. 
Os fatos jurídicos em sentido estrito são caracterizados por fatos naturais tu telados pela norma 
jurídica, os atos jurídicos e os negócios jurídicos são ações humanas protegidas pela norma jurídica, 
onde nos atos jurídicos as consequências da prática do ato já estão previstas em lei e, nos negócios 
jurídicos a manifestação de vontade das partes tem o condão de estabelecer à quais efeitos estarão 
às partes vinculadas. 
 
Caso Concreto 11 
Tema: Negócio jurídico. Requisitos de validade. 
Joaquim, simplório lavrado r, celebrou com Geraldo, seu vizinho, contrato de com pra e venda de algumas 
glebas de terras, pagando em dinheiro, mediante um simples recibo de quitação. Não cuidou, entretanto, de 
lavrar o ato em instrumento público, nem muito menos, levá-lo a registro, na forma da legislação em vigor 
(art. 124 5 C.C.). Pergunta- se: O negócio existe? Em caso afirmativo, tem validade? Justifique. 
O negócio existe, pois, foram cumpridos todos os requisitos de existência (agente, objeto e forma), 
entretanto, é nulo em razão de ter ferido um dos requisitos de validade, qual seja, a forma prescrita 
em lei, quando Joaquim não registrou a com pra no R GI, conforme determinação legal. 
 
Caso Concreto 12 
Tema: Negócio jurídico. Requisitos de validade. 
 
Julia e Gustavo celebraram pacto antenupcial por escritura particular, determinando como forma de regime 
de bens, a comunhão total e, em seguida se casam. Neste caso, está correto afirmarmos que foram atendidos 
todos os requisitos de validade do negócio jurídico? Justifique. 
 O negócio existe, pois, f oram cumpridos todos os requisitos de existência (agente, objeto e forma), 
entretanto, é nulo em razão d e ter ferido um dos requisitos de validade, qual seja, a forma prescrita 
em lei, quando o casal desrespeitou o que prevê o art. 1 653 do C.C. , que determina que o pacto 
tenda ser feito por escritura pública, e não particular. 
 
 
QUESTÕES OBJET IVAS (respostas justificadas): 
(1) Assinale o item correto, justificando-o: 
19 
 
I- Os f atos naturais, em razão de s erem provenientes de forças da natureza, não possuem repercussão no 
mundo jurídico. 
II- Apenas os atos lícitos conduzem à vontade pretendidos pelo agente. 
III- O negócio jurídico para ser válido há de ser, necessariamente, bilateral. 
IV- Fato Humano é sinônimo de Ato. 
 
a) I II e IV corretas. 
b) II III e IV corretas. 
c) todas corretas. 
d) II e IV corretas. 
e) I III e IV estão corretas. 
 
Letra “d” 
I) O correrá repercussão no mundo jurídico com o acontecimento que cria, modifica ou extingue 
direitos. Assim, podem também os fenômenos da natureza gerarem: extinção de direito (caso haja 
perecimento do bem, prescrição, decadência, aluvião, avulsão etc.); modificação de direito (caso haja 
deterioração ou destruição parcial), surgimento do direito (nascimento, morte etc.). 
(II) O ilícito, tanto penal quanto civil, conduz à possibilidade de aplicação de sanções, e estas não 
compõem o desejo do agente do fato; portanto, não conduzem a sua vontade. 
III) Existem negócios jurídicos unilaterais (que dependem da manifestação de vontade de uma parte 
apenas com o, por exemplo, o testamento e a doação). 
IV) Ato é sinônimo de ação, logo corresponde ao fato humano. 
 
2- (Concurso público p ara o cargo de Delegado de Polícia Civil do Mato Grosso d o Sul – 2006). Aquele que, 
por ação ou o missão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda 
que exclusivamente moral, comete: 
a) Ato falho.b) Ato ilícito. 
c) Ato impróprio. 
d) Ato decisório. 
e) Ato legal. 
 
Letra “b”. Aqui é importante ressaltar que na diferenciação com os atos jurídicos, os atos ilícitos 
também derivam de conduta humana, e que seus efeitos também vêm previstos n a lei, todavia, sob a 
forma de sanção – reparação dos danos causados, conforme prevê o artigo 927 do CC. Este tema 
relaciona-se também com o conteúdo que será ministrado em Direito Civil I. 
 
Caso Concreto 13 
Tema: Posições jurídicas passivas: dever jurídico, sujeição, obrigação e ônus. 
 
Gilberto Barbieri estabeleceu relação jurídica de direito processual com o INSS, pretendendo revisão do 
valor dos proventos de sua aposentadoria por tem pode serviço, que reputa defasado. Dentre os diversos 
requerimentos feitos, consta o de a autarquia previdenciária ser compelida a apresentar a o juízo cópia 
integra l do processo administrativo concessor do benefício. Indaga-se: 
A partir da análise d o seguinte dispositivo legal, é cabível tal pedido? 
Código de Processo Civil 
Art. 333. O ônus da prova incumbe: 
I- ao autor, quanto ao fato constitutivo do seu direito;... 
 
Realmente a regra é a de que: aquele que a lega tem o ônus d e provar (comprovar) em juízo os fatos 
alegados (art. 333 do CPC); todavia, como o fito de proteger a parte hipossuficiente na relação 
jurídica, admite- se, em exceção, a inversão do ônus d a prova, sobre tudo quando quem alegou, não 
possui meios de provar sua afirmação. Assim, no caso em análise, é possível a inversão do ô nus da 
prova, requerendo ao juiz que determine ao I NSS apresentar os documentos que façam prova 
favorável ao Gilberto, em razão de est e ser hipossuficiente em face do INSS, que é o detentor de tal 
documentação. 
20 
 
 
Caso Concreto 
Tema: Posição jurídica ativa: direito protestativo. 
Claudete, proprietária de imóvel que está locado a Francismar, almejando obter recursos, vende o bem a 
Jeferson. O locatário quando t em ciência d o fato, faz contato com a, até então, locadora, questionando sua 
conduta, e esta diz que satisfação não lhe deve, posto que, na qualidade de proprietária, tem liberdade de 
destinar seu bem com o melhor entender. A partir da análise do dispositivo legal abaixo, pergunta-se: Qual a 
natureza jurídica do direito de Francismar com relação à preferência para a aquisição do imóvel locado? 
 
Lei nº 8245/91 – Lei do Inquilinato 
Art. 27. N o caso de venda, promessa de venda, cessão ou promessa de cessão de direitos ou dação em 
pagamento, o locatário tem preferência para adquirir o imóvel locado, em igualdade de condições com 
terceiros, devendo o locador dar-lhe conhecimento do negócio mediante notificação judicial, extrajudicial ou 
outro meio de ciência inequívoca. ... 
 
 
Possui o locatário direito de preferência sobre a venda do bem que ocupa, ou seja, o locador em 
desejando vender o bem deverá oferecer em primeiro lugar a o locatário para que este diga se 
pretende ou não adquiri-lo, dando- lhe prazo para a manifestação; este direito configura-se 
protestativo, o que, permite que determinadas pessoas possam influir, sobre determinadas 
situações jurídicas de outras, a estas cabendo, tão somente sujeição. Portanto, desde que o locatário 
ofereça pela compra o mesmo valor que o terceiro, poderá sim, dentro do prazo determinado pela 
lei, adquirir o bem. 
 
QUESTÕES OBJETIVAS: (respostas justificadas) 
1. Lucas ajuizou ação com pedido de indenização em face de Maria, pelos danos causados ao seu carro em 
um acidente de trânsito. Para representá-lo durante o referido processo escolheu o advogado Clóvis 
Coutinho, para quem estabeleceu uma procuração com os poderes específicos necessários à atuação deste 
profissional. O direito de Lucas de desconstituir o s eu advogado, revogando a procuração outorgada, é: 
a) Direito subjetivo. 
b) Direito protestativo constitutivo. 
c) Direito protestativo extintivo. 
d) Direito protestativo modificativo. 
e) Expectativa de direito. 
 
Letra “c”. Não poderia ser considerado direito subjetivo, pois não s e exige do advogado nenhum 
comportamento em contrapartida, nem expectativa de direito, já que esta s e caracteriza como um 
direito em formação, um direito futuro, o que não é o caso. Trata-se de direito protestativo, pois 
atinge a esfera jurídica do outro sem que ele nada possa fazer a não ser se sujeitar. A espécie é 
extintiva já que encerra a relação jurídica existente entre os dois, põe fim ao direito. 
 
(2) Assinale (V) verdadeiro ou (F) falso, justificando as afirmativas falsas: 
 
a) (V) Assim como o dever jurídico é um a consequência do direito subjetivo, a sujeição o é do direito 
protestativo. 
b) (F) A sujeição, ao contrário do dever jurídico, pode ser infringida; 
(c) O poder do cônjuge de requerer o divórcio direto, depois de preenchidos os requisitos legais, é exemplo 
de exercício de um direito protestativo. 
d) (V) A sujeição é a incidência de determinados efeitos na esfera jurídica de certa pessoa pela simples 
manifestação da vontade de outra. 
e) (F) Ao falarmos de direito subjetivo, estamos nos referindo sempre ao lado passivo da relação 
jurídica e, portanto, ao chamado sujeito passivo. Quando mencionamos o dever jurídico e a sujeição, 
estamos tratando do lado ativo da r elação jurídica, o sujeito ativo. 
 
Letra “b” – A sujeição não pode ser infringida, pois está ligada ao direito protestativo, não cabendo 
lesão. 
21 
 
Letra “e” – O direito subjetivo está no lado ativo da relação; dever jurídico e a sujeição estão no lado 
passivo. 
 
Caso Concreto 15 
Tema: Abuso do direito. 
 
 "Direito civil. Indenização por danos morais. Publicação em jornal. Reprodução de cognome relatado em 
boletim de ocorrências. Liberdade de imprensa. Violação d o direito ao segredo da vida privada. Abuso de 
direito. A simples reprodução, por empresa jornalística, d e informações constantes n a denúncia feita pelo 
Ministério Público ou no boletim policial de ocorrência consiste em exercício do direito de informar. Na 
espécie, contudo, a empresa jornalística, ao reproduzir na manchete do jornal o cognome – "apelido" – do 
autor, com manifesto proveito econômico, feriu o direito dele ao segredo da vida privada, e atuou com abuso 
de direito, motivo pelo qual deve reparar os consequentes d anos m orais. Recurso especial provido.”. 
(RESP. 2090- 04 – STJ) 
 
(A) Explicite, utilizando-se d o acórdão acima citado, a natureza jurídica do abuso de direito e suas 
consequências jurídicas, citando os dispositivos do Código Civil aplicáveis. 
 O abuso de direito tem natureza jurídica de ato jurídico ilícito. Em função disso, possui como 
consequência jurídica a responsabilidade civil daquele que o comete. Os dispositivos aplicáveis são 
artigos 188, 153, 1277,1229 todos do Código Civil. 
 
b) Explique, com suas palavras, por que no caso acima ficou caracterizado o abuso de direito. 
O direito ao exercício da liberdade de imprensa foi ultrapassa do pela em presa jornalística e, 
portanto tornou-se um ato ilícito. 
 
Caso Concreto 16 
Tema: Direito Adquirido 
Apelação cível. Plano verão. Diferença de índices de correção monetária. Direito adquirido. Iniciada o u 
renova da à caderneta de poupança, norma posterior que altere o índice de correção sobre tal modalidade 
de investimento não pode retro agir para alcançá-la, tendo incidência imediata e dispondo para o futuro. O 
critério para atualização estabelecido quando da abertura ou renovação automática das cadernetas de 
poupança, para vigorar no período mensal seguinte, p assa a ser, a partir de então, direito adquirido do 
poupador. É pacífico no STJ, o entendimento de serem as instituições financeiras legitimadas a figurar no 
polo passivo da demanda sobre expurgo inflacionário em caderneta de poupança. Apelação desprovida. 
(2006.001.05482 - APELAÇÃO CÍVEL - DES. JORGE LUIZ HABIB - Julgamento:

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