Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
PÓS-GRADUAÇÃO em CÁLCULO DE ESTRUTURAS DE AÇO DIMENSIONAMENTO DE PERFIS FORMADOS A FRIO Notas de Aula – Perfis Formados a Frio MARAU / 2010 Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 2 DIMENSIONAMENTO DE ESTRUTURAS COM PERFIS DE AÇO FORMADOS A FRIO Estudo da ABNT NBR14762:2010 INTRODUÇÃO ESTRUTURAS -Estruturas de Madeira -Estruturas de Concreto ( armado e protendido) -Estruturas Metálicas (aço e alumínio): -Estruturas de Aço -Estruturas de Aço “puras” -Galpão metálico, entrepiso industrial (vigas e piso de chapa) -Estruturas Híbridas -Meso-estrutura de concreto e superestrutura de aço -Estruturas Mistas -Lajes mistas, vigas mistas, colunas mistas e ligações mistas Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 3 Perfis Estruturais de Aço: 1º Grupo – Perfis Laminados Perfis Soldados 2º Grupo – Perfis Formados a Frio ESTRUTURAS DE AÇO São formadas por: - PERFIS: laminados, soldados e formados a frio - CHAPAS: de ligação, de apoio - LIGAÇÕES: parafusadas, soldadas, rebitadas, ligações rápidas, …. - REVESTIMENTOS: pinturas, revestimentos, …….. TIPOS DE PERFIS USADOS EM ESTRUTURAS DE AÇO Perfis Laminados Perfis Formados a Frio Perfis Soldados Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 4 Perfis Compostos: composição de 2 ou mais perfis unidos entre si que atuam em conjunto como se fossem um só perfil TRAVEJAMENTO EM TR EL IÇ A EM Q U AD RO PERFIS ISOLADOS LIGAÇÃO NÃO CONTÍNUA LIGAÇÃO CONTÍNUA APLICAÇÕES: “VIGAS” – alma cheia treliçadas “COLUNAS” – alma cheia treliçadas ALMA CHEIA: 19 0 19 0 570 7 8 paraf. Ø19 A325 75 70 70 70 21 5 98 75 70 70 70 21 Ø 3498 133 28 5282"V333" (12 x) (-9) 10 500x250x8x16 Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 5 PERFIS FORMADOS A FRIO Definição: Perfil estrutural de aço formado a frio: Perfil obtido por dobramento, em prensa dobradeira, de lâminas recortadas de chapas ou tiras, ou por perfilamento, em mesa de roletes, a partir de bobinas laminadas a frio ou a quente, sendo ambas as operações realizadas com o aço em temperatura ambiente. Treliças: 29 0 772 Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 6 Prensa Dobradeira Perfiladeira Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 7 Intervalo de Utilização: 0,4 mm a 6.4 mm Emprego dos PFF: - Indústria Automobilística - Indústria Aeronáutica - Agroindústria - Transportes Pesados - Construção Civil Vantagens: - Facilidade de produção e baixo custo de estoque - Forma e dimensionamento adequados à solicitação - Estruturas mais leves que estruturas de perfis laminados em “casos normais” Tipos de Perfis e Aços Utilizados Treliças e Pórticos Terças e Longarinas: fechamento de telhados e paredes Vigas e Colunas: perfis para prédios de múltiplos andares Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 8 Perfis para paredes: montantes para paredes tipo Dry Wall. Caracterizam-se por perfis com elementos muito finos. Treliças espaciais Longarinas para chassis de ônibus e caminhões Estruturas para armazenagem: racks e mezaninos Telhas: são apresentadas com diversos perfis Ondulado Trapezoidal Grandes Perfis (telhas autoportantes) Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 9 As telhas são disponíveis com larguras da ordem de 1m, comprimento até 12m e diversas espessuras: 0.43 a 1.5 mm. Painéis de fechamento: paredes ou telhados com isolamento termo acústico Formas para lajes mistas (lajes com formas metálicas incorporadas): formas conhecidas como steel- decks MATERIAIS EMPREGADOS PROPRIEDADES MECÂNICAS GERAIS Módulo de Elasticidade ……..…..... E = 200.000 MPa Coeficiente de Poisson …. µ = 0,3 Coeficiente de Dilatação Térmica ... β = 12·106 / oC Peso Específico ………...... γa = 77 kN / m3 Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 10 Aços mais empregados Aço fy (MPa) fu (MPa) Espessuras disponíveis (mm) Características ASTM A36 250 400 2,0 a 150 Estrutural ASTM A570 GR36 250 365 2,0 a 5,84 Estrutural COS-AR-COR 400 250 380 2,0 a 100 Aço Patinável COS-CIVIL 300 300 400 2,0 a 150 Estrutural Especial USI-SAC-300 300 400 2,0 a 12,7 Aço Patinável COS-AR-COR 400 E 300 380 2,0 a 12,7 Aço Patinável CSN-COR 420 300 420 2,0 a 6,3 Aço Patinável COS-CIVIL 350 350 490 2,0 a 50,8 Estrutural Especial ASTM A572 GR50 345 450 2,0 a 5,84 Estrutural USI-SAC-350 350 485 2,0 a 12,7 Aço Patinável USI-LN 380 380 490 2,0 a 12,7 Estrutural Especial COS-AR-COR 500 375 490 2,65 a 50,8 Aço Patinável Especificação fy (MPa) fu (MPa) Diâmetros db (mm) ASTM A307 - 415 12,7 ≤ db ≤ 101,6 ISO 898 Classe 4.6 235 390 12 ≤ db ≤ 36 ASTM A325 635 560 825 725 12,7 ≤ db ≤ 25,4 25,4 < db ≤ 38,1 ASTM A325M 635 560 825 725 16 ≤ db ≤ 24 24 < db ≤ 36 ISO 898 Classe 8.8 640 800 12 ≤ db ≤ 36 ASTM A490 895 1035 12,7 ≤ db ≤ 38,1 ASTM A490M 895 1035 16 ≤ db ≤ 36 ISO 898 Classe 10.9 900 1000 12 ≤ db ≤ 36 PARAFUSOS ELETRODOS Metal da solda fw (MPa) Todos os eletrodos com classe de resistência 6 ou E 60XX 415 Todos os eletrodos com classe de resistência 7 ou E 70XX 485 Todos os eletrodos com classe de resistência 8 ou E 80XX 550 Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 11 Definições de Norma Por mais afiado que seja o punção da prensa dobradeira, ao pressionar a chapa contra a matriz, ele a dobrará com um raio de dobradura, formando um arco de dobra. É o que se chama de raio interno de dobramento. Subdividindo-se então o perfil, ele será composto por elementos planos, ou simplesmente elemento, (mesas, almas, enrijecedores) e por elementos curvos (as dobras ou esquinas). Define-se como: Elemento a parte constituinte de um perfil formado a frio. Elemento com bordas vinculadas (elemento AA) é o elemento plano com as duas bordas vinculadas a outros elementos na direção longitudinal do perfil. Os elementos AA são conhecidos, também, como elementos enrijecidos, por ter enrijecedores em ambas as bordas. Elemento com borda livre (elemento AL) é o elemento plano vinculado em apenas uma borda na direção longitudinal do perfil. Os elementos AL são conhecidos, também, como elementos não-enrijecidos, por ter enrijecedor em uma só borda e a outra livre. Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 12 Enrijecedor de borda simples é o enrijecedor constituído de um único elemento plano. Pelas definições anteriores, um enrijecedor de borda simples é um elemento AL. Espessura (t) é a espessura da chapa de aço que formou o perfil. Largura do Elemento (largura) é a largura da parte plana de um elemento. Representa-se o parâmetro largura por b. Largura Efetiva (bef) é a largura fictícia de um elemento, reduzida para efeito de cálculo. A redução, virtual, da largura do elemento é devida à flambagem local. Nos elementos AA, a redução (retira-se uma porção do elemento) se dá na parte central do elemento, e nos elementos AL a redução se dá na borda livre do elemento. Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 13 Cálculo das Características Geométricas Método Linear O Método Linear consiste em considerar a massa do perfil concentrada na sua linha média, divide-se o perfil em elementos primários – linhas e arcos –, calcula-se a característica geométrica dos elementos primários e multiplica-se pela espessura, para obter a característica geométrica desejada. Este método é aproximado, mas oferece resultados satisfatórios, já que as espessuras dos perfis são muito pequenas. Formulário 1. Características geométricas de uma linha de comprimento L 12 3 1 lI = ; 02 =I ; 213 alII += 2. Características geométricas de uma linha de comprimento L inclinada θ2 3 1 cos12 lI = ou 12 2 1 nlI = 12 2 2 mlI = e 2 2 3 12 alnlI += Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 14 3. Características geométricas de um arco de circunferência com raio R L=1,571R ; Rc 637,0= 3 21 149,0 RII == 3 43 785,0 RII == 3 12 137,0 RI −= ; 3 34 5,0 RI = APLICAÇÃO Determinar o momento de inércia (Ix), a área (A) e o módulo resistente elástico (Wx) do perfil (U 130 x 60 x 3) abaixo: Largura da mesa: b1 = 6 - 2 . 0,3 = 5,4 cm Largura da alma: b2 = 13 - 4 . 0,3 = 11,8 cm Canto: R = 0,3+0,15 – R = 0,45 cm L = 1,5708R – L = 0,707 cm C = 0,637R – C = 0,287 cm I1 = 0,149R – I1 = 0,014 cm3 (momento de inércia baricentrico do canto) Cálculo da Área: Primeiro deve-se calcular o comprimento total da linha: mesas cantos alma cm,,,,ltotal 012481170702452 =+⋅+⋅= 3 2 1 R c c 4 G L 13 0 60 3 X Y r = t b1 2b 3b r R i Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 15 2 2707,0014,0 dI canto x ⋅+= 3 3 92,136 12 8,11 cmI almax == 391,28 5,6 cmWIW xxx =∴= Multiplicando pela espessura, obtém-se a área do perfil: Cálculo de Ix: Mesa Canto Alma Momento de Inércia da Linha Momento de inércia do perfil: Cálculo do Módulo Elástico: (lembrando: Wx = Ix / ymax) Deixa-se, por conta do leitor, a determinação da distância baricêntrica e do momento de inércia em torno do eixo Y. Respostas: xg = 1,59 cm e Iy = 25,3 cm4 φ=1I 32 1 74,2174,50 cmdI x mesa =⋅+= cmcd 187,6 2 8,11 2 =+= 308,27 cmI cantox = ( ) ( ) ( ) 356,62692,13608,27274,2172 cmI x =+⋅+⋅=′ Mesas Cantos Alma 497,187 cmItII xx perfil x =∴⋅′= AcmtlA totaltotal ==⋅= 220,7 Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 16 Método Simplificado O Método Simplificado consiste em se considerar os perfis com cantos vivos, desconsiderando- se, no cálculo das características geométricas, as intersecções dos elementos (esquinas) dos perfis. Dessa maneira, os perfis serão considerados como uma composição de retângulos com base t ( espessura da chapa ) e com alturas tendo dimensão do perfil descontada de duas espessuras para os elementos AA e descontada de uma espessura para os elementos AL. Perfil Real Perfil considerado no Método Simplificado Tomando-se o exemplo do perfil U enrijecido ( bw x bf x D x t ) da figura anterior: para aplicação do Método Simplificado as dimensões dos retângulos usadas no cálculo serão: Alma: d = bw – 2 · t Mesas: b = bf – 2 · t Enrijecedor: c = D – t Critério semelhante pode ser aplicado a perfis que não tem os enrijecedores formando ângulo de 900, adotando-se as expressões abaixo, como o perfil Z enrijecido a 450 da figura abaixo. w b f b D b d t c Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 17 Perfil Real Perfil do Método Simplificado Para cálculo de Cw e It Alma: d = bw – 2 · t ; am = bw – t Mesas: b = bf – t ; bm= bf – t Enrijecedor: c = D – t / 2 ; cm=D – 0,207·t COMPORTAMENTO ESTRUTURAL DE UMA PLACA COMPRIMIDA Uma placa comprimida entra em colapso de duas maneiras: · Por Escoamento · Por Flambagem Escoamento O colapso por escoamento puro se dá em placas muito espessas, onde a relação largura da placa/espessura é menor que 10. b w b f t D d c b m a m b m c Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 18 Flambagem Seja uma placa retangular comprimida, com largura b e comprimento a, apoiada em todo o seu contorno. Ao flambar a placa apresentará uma deformada com a figura acima. Esse comportamento pode ser expresso por meio da seguinte equação diferencial 02 2 2 4 4 22 4 4 4 = ∂ ∂ + ∂ ∂ + ∂∂ ∂ + ∂ ∂ xD tf yxxx x ωωωω Onde ( )2 3 112 υ− = tED E – módulo de elasticidade do aço E =200000 MPa t - espessura da chapa ν – coeficiente de Poisson ; para o aço ν = 0,3 ω – deslocamentos perpendiculares da placa fx – tensão de compressão na direção x A forma deformada da placa, se m e n forem o número de semi-ondas nas direções x e y, respectivamente, pode ser representada por : Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 19 b yn sen a xm senA m n mn pipi ω ∑∑ ∞ = ∞ = = 1 1 Pode-se estabelecer condições de contorno que satisfaçam a expressão acima: ω = 0 para x =0, a e para y = 0 , b Outras condições de contorno: nos quatro lados da placa 022 =∂∂ x/ω e 022 =∂∂ y/ω porque os apoios são rótulas e os momentos são nulos, também satisfazem a equação Resolvendo a equação diferencial com auxílio do que foi estabelecido se obtém: 0 1 1 2 222 2 2 2 2 4 = − +∑∑ ∞ = ∞ = b yn sen a xm sen a m D tf b n a mA m n x mn pipipi pi A equação é satisfeita quando Amn = 0 ou quando 02 222 2 2 2 2 4 = − + a m D tf b n a m x pipi Resolvendo 0 22 2 2 = + == b a m n a b m tw Dff xcr pi O menor valor se terá quando n=1, quando se tem uma só semi onda na direção y. Então 2 2 tw kDfcr pi= onde Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 20 22 + = b a m n a b mk Substituindo-se o valor de D obtém-se a clássica expressão da tensão crítica elástica de uma placa ( )( )22 2 112 t/b Ekfcr υ pi − = O valor de k é obtido graficamente para várias relações de a/b fazendo-se varia m. A tabela a seguir apresenta valores do coeficiente de flambagem de placa k, para diversas situações de solicitação e condições de contorno. Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 21 Valores teóricos do coeficiente de flambagem de placa k Caso Tipo de apoio ( Condições de Contorno ) Tipo de Solicitação Valor de k Meio-Comprimento de onda 1 Compressão 4,0 Lfl = b 2 Compressão 6,97 Lfl = 0,66 b 3 Compressão 0,425 0,675 Lfl = ∞ Lfl = 2 b 4 Compressão 1,277 Lfl = 1,636 b 5 Compressão 5,42 6 Corte 5,34 9,35 Lfl = ∞ Lfl = b 7 Corte 8,98 8 Flexão 23,9 Lfl = 0,7 b 9 Flexão 41,8 10 Compressão + Flexão 7,81 Lfl = b 11 Compressão + Flexão 0,57 Lfl = ∞ Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 22 Resistência pós-flambagem e Largura Efetiva Diferentemente de barras comprimidas, que entram em colapso quando flambam, as placas AA resistem a acréscimos de carga mesmo depois de terem atingido a tensão crítica, o que é conhecido como Resistência Pós-flambagem e é mais acentuado em placas com relação b/t grandes. O mecanismo desse fenômeno pode ser explicado discretizando-se uma placa em elementos verticais, que serão comprimidos e elementos horizontais, tais como numa grelha. Pode-se dizer que as barras horizontais amarram (cintam) as barras verticais. Longe dos apoios, as cintas têm menos poder de amarração e as barras verticais centrais flambam mais facilmente. Junto aos apoios isso não acontece, porque as cintas são mais efetivas. Aumentando a tensão de compressão, as barras centrais, atingindo a tensão crítica, visivelmente se deformarão, enquanto as barras junto aos apoios permanecem com pouca ou nenhuma deformação, embora apresentem tensões altas. No momento da flambagem das barras verticais centrais, há uma redistribuição de tensões: observa-se uma diminuição do nível de tensões na parte central (um afrouxamento) com um acréscimo de tensões junto às laterais. Aumentando o nível da tensão, a placa continua resistindo – o que define a Resistência Pós- Flambagem – até que as cintas, junto aos apoios, atinjam a tensão de escoamento. Nesse momento, sim, ocorrerá o colapso da placa. Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 23 Três estágios desse fenômeno podem ser apresentados com a ajuda de diagramas de tensão do centro da placa. Tensão σσσσ1< fcr Tensão fcr < σσσσ 2 < f y Tensão σσσσ3 = f y Distribuição uniforme de tensões Ao atingir a tensão crítica, há uma redistribuição de tensões. A tensão na borda é maior que fcr, mas ainda não atingiu f y A tensão na borda atinge a tensão de escoamento: é a ruína da placa A análise teórica da resistência pós-flambagem e ruína de placas comprimidas é extremamente difícil. Para evitar essa complexa análise no dia a dia profissional, Von Kármán propôs a substituição da distribuição de tensões não-uniforme por tensões uniformes divididas em 2 trechos de cada lado do elemento, desconsiderando a parte central, já flambada. Este é o conceito de Largura Efetiva. Numa placa AA (k=4) a tensão crítica será ( ) 22 2 112 4 − = t b Efcr ν pi (2-2) maxef b fbdxf =∫ 0 b bef x bef f f m ax Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 24 que operando-se (com υ = 0,3) ficará 2 6153 = t b E,f cr (2-3) No último estágio da ruína de uma placa a tensão é σ 3 = f y . Pode-se imaginar que a largura efetiva, bef, seja a largura da placa quando a tensão é f y. Neste caso, substitui-se, em (2-3), b por bef e fcr por f y ficando: y ef f E, t b 6153 2 = ou y ef f E t.b 9011= (2-4) A expressão (2-4) representa a largura efetiva teórica para placas AA proposta por Von Kármán. Repetindo-se o mesmo raciocínio, para placas AL ( k = 0,43 ) tem-se y ef f E t,b 6230= Inúmeros ensaios realizados por George Winter corrigiram a expressão teórica de Von Kármán, limitando f y numa tensão máxima admitida na placa maxf para: −= maxmax ef f E b t .f E t.b 4150191 (2-6) Tomando (2-2), operando e dividindo a expressão por maxf e aplicando o operador raiz quadrada obtém-se: maxmax cr f E t b . f f 91 = ou ainda max cr max f f . t b f E 91 = Substituindo essa última em (2-6) vem: −= max cr max cr ef f f .f fbb 2201 Chamando de índice de esbeltez reduzido da placa cr max p f f =λ vem Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 25 p p ef / .bb λλ −= 2201 Largura Efetiva de um elemento (2-9) Considerando a expressão da tensão de flambagem elástica pode-se escrever: ( )( )[ ]222 112 tbEk fmaxp νpiλ −= Substituindo os valores numéricos e organizando-se vem: max p f Ek . tb 950 =λ (2-11) As expressões (2-9) e (2-11) foram adotadas pela NBR 14762:2010 para o cálculo da largura efetiva b, adotando: • k = 4 para elementos AA totalmente enrijecidos • k = 0.43 para elementos AL • fmax ou σ é o valor da tensão máxima admitida no perfil Dimensionamento de Barras A relação largura-espessura de um elemento, desconsiderando enrijecedores intermediários, não deve ultrapassar os valores estabelecidos na tabela 3. Tabela 3 - Valores máximos da relação largura-espessura Caso a ser analisado Valor máximo da relação largura- espessura 1) Elemento comprimido com bordas apoiadas (AA), tendo uma borda conectada a alma ou mesa e a outra a: - enrijecedor de borda simples - outro tipo de enrijecedor tendo Is ≥ Ia e D/b ≤ 0,8 conforme 7.2.2 (b/t)max = 60 2) (b/t)max = 90 Elemento comprimido com bordas apoiadas (AA), com ambas as bordas conectadas a outros elementos AA (b/t)max = 500 3) Elemento comprimido com borda livre (AL) ou com enrijecedor de borda (AA) tendo Is < Ia e D/b ≤ 0,8 conforme 7.2.2 (b/t)max = 60 2) Alma de vigas sem enrijecedores transversais (b/t)max = 200 Alma de vigas com enrijecedores transversais apenas nos apoios e satisfazendo as exigências de 7.5.1 (b/t)max = 260 Alma de vigas com enrijecedores transversais nos apoios e intermediários, satisfazendo as exigências de 7.5.1 (b/t)max = 300 1) b é a largura do elemento; t é a espessura. 2) Para evitar deformações excessivas do elemento, recomenda-se (b/t)max = 30. 3) Para evitar deformações excessivas do elemento, recomenda-se (b/t)max = 250. Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 26 BARRAS COMPRIMIDAS Um perfil formado a frio, quando comprimido entra em colapso por: Escoamento Flambagem Local Flambagem Global Flambagem por distorção Pela interação dos modos 1 e 2, ou pela interação dos modos 1 , 2 e 3 ESCOAMENTO Ocorre quando tensão atuante no perfil atinge a tensão de escoamento. Isso só acontece em perfis curtos e com paredes grossas. FLAMBAGEM LOCAL O colapso por flambagem local ocorre em um ou mais elementos (paredes) que formam o perfil, e a flambagem local pura só se dará em perfis muito curtos (com esbeltez menor que 20) e com paredes muito finas (relação largura/espessura das paredes grandes). Um perfil com essas características, ao ser comprimido por uma ação crítica, terá um ou mais elementos apresentando ondulações: é a flambagem local. Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 27 FLAMBAGEM GLOBAL A flambagem global apresenta-se de três formas: · Flambagem por flexão · Flambagem por torção · Flambagem por flexo-torção Descreveram-se, acima, outros modos de colapso dos perfis formados a frio comprimidos – por escoamento puro e por flambagem local pura. Estes modos de ruína dificilmente ocorrerão isolados nos perfis de uma estrutura metálica, porém o escoamento e a flambagem local serão componentes da flambagem global, ocorrendo em conjugação com a flambagem por flexão, por torção e por flexo-torção. Flambagem por flexão Ocorre em perfis duplamente simétricos ou de seção cheia. A flambagem por flexão se caracteriza por apresentar a deformada do perfil flambado idêntica à deformada da flexão, i.e., o perfil flambado se translada paralelo a si próprio. Flambagem por torção Ocorre em perfis duplamente simétricos em forma de cruz. A flambagem por torção se caracteriza por apresentar a deformada do perfil flambado idêntica à deformada de um perfil que sofreu torção, i.e., o perfil flambado tem sua seção rotada, mantendo seu eixo na posição original. Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 28 Flambagem por flexo-torção Ocorre em perfis com um ou nenhum eixo de simetria. Como o próprio nome diz, o perfil que flamba por flexo-torção sofre uma flambagem por flexão, transladando seu eixo para a posição deformada e uma flambagem por torção, rotando sua seção em torno do centro de corte. Flambagem por Distorção A flambagem por distorção caracteriza-se por um abaulamento da alma e conseqüente rotação das mesas do perfil, mantendo igual o ângulo entre elas. A flambagem por distorção ocorre em perfis enrijecidos, que estão travados contra o deslocamento lateral ou torção, como mostra a figura abaixo: Flambagem local de um perfil A consideração da influência flambagem local na flambagem global de um perfil pode ser feita por meio de dois métodos: Método da Largura Efetiva e do Método da Seção Efetiva. Método da Largura Efetiva Considera-se (ou previne-se) a Flambagem Local de perfis por meio de uma redução área – o que define a área efetiva ( Aef ) - do perfil real, no qual se aplica o conceito de largura efetiva em todos os seus elementos. Assim, cada elemento será considerado como uma placa isolada, considerando os outros elementos que a ele estão ligados como se fossem seus apoios. De acordo com essa analogia, um perfil U para efeito de flambagem local, será formado como uma composição de 3 placas: 2 placas AL (mesas) e uma placa AA (alma). Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 29 Perfil U real Perfil U análogo A consideração dessa analogia é adotada por diversas normas – inclusive a brasileira - e está consagrada por extensas pesquisas em todos os grandes centros e pelo uso no cotidiano profissional. Flambagem Local em Elementos AA e AL a) cálculo de resistência: Para o cálculo da resistência de perfis formados por elementos esbeltos, deve ser considerada a redução de sua resistência, provocada pela flambagem local. Para isto, devem ser calculadas as larguras efetivas bef dos elementos da seção transversal que se encontrem total ou parcialmente submetidos a tensões normais de compressão, conforme descrito a seguir: Seja uma parede comprimida com relação largura/espessura b/t Onde: b é a largura do elemento; bc é a largura da região comprimida do elemento; λp é o índice de esbeltez reduzido do elemento t é a espessura do elemento; k é o coeficiente de flambagem local, a ser calculado de acordo com a tabela 4 para elementos AA, ou de acordo com a tabela 5 para elementos AL; σ é a tensão normal de compressão, a ser definida adiante, conforme o caso: σ λ kE0,95 (b/t) p = Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 30 Para λp≤ 0,673 ........................ bef = b λp> 0,673 ........................ bef = b(1-0,22/λp) / λp ≤ bc Determinação de σ 1) estado limite último de escoamento da seção Para cada elemento totalmente ou parcialmente comprimido, σ é a máxima tensão de compressão, calculada para a seção efetiva, que ocorre quando a seção atinge o escoamento. Se a máxima tensão for de compressão, σ = fy. Se a máxima tensão for de tração, σ pode ser calculada admitindo-se distribuição linear de tensões. A seção efetiva, neste caso, deve ser determinada por aproximações sucessivas. 2) estado limite último de flambagem da barra Se a barra for submetida à compressão, σ = χfy, sendo χ o fator de redução da resistência à compressão conforme 9.7.2. Se a barra for submetida a flexão, σ = χFLTfy sendo χFLT o faor de redução do omento fletor resistente, associado à flambagem lateral com torção, conforme 9.8.2.2. b) cálculo de deslocamentos: O cálculo de deslocamentos em barras com seções transversais constituídas por elementos esbeltos deve ser feito por aproximações sucessivas, considerando a redução de sua rigidez provocada pela flambagem local. Para isto, devem ser calculadas as larguras efetivas bef dos elementos da seção transversal que se encontrem total ou parcialmente submetidos a tensões normais de compressão, conforme 9.2.2.1, substituindo λp por λpd . Onde: λpd = (b/t)/[0,95(kE/σn)0,5] k é o coeficiente de flambagem local, a ser calculado de acordo com a tabela 4, para elementos AA, ou de acordo com a tabela 5 para elementos AL, e σn é a máxima tensão normal de compressão, calculada para a seção transversal efetiva e considerando as combinações de ações para os estados-limites de serviço conforme 5.3. Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 31 Tabela 4 – Largura efetiva e coeficientes de flambagem local para elementos AA Caso a b /2/2bef bef - σ k = 4,0 Caso b ef,2ef,1b b b 1σ - 2σ 0 ≤ ψ = σ2 / σ1 < 1,0 bef,1 = bef / (3-ψ) bef,2 = bef – bef,1 k = 4 + 2(1-ψ) + 2(1-ψ)3 Caso c ef,1b ef,2 b b cb - 1σ σ2 + Nota: a parte tracionada deve ser considerada totalmente efetiva -0,236 < ψ = σ2 / σ1 < 0 bef,1 = bef / (3-ψ) bef,2 = bef – bef,1 k = 4 + 2(1-ψ) + 2(1-ψ)3 Caso d b bef,1 b ef,2 σ - 1 bc + 2σ Nota: a parte tracionada deve ser considerada totalmente efetiva ψ = σ2 / σ1 ≤ -0,236 bef,1 = bef / (3-ψ) bef,2 = 0,5bef sendo bef,1 + bef,2 ≤ bc k = 4 + 2(1-ψ) + 2(1-ψ)3 Nota: o sinal (-) indica compressão Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 32 Tabela 5 – Largura efetiva e coeficientes de flambagem local para elementos AL Caso a efb b σ k = 0,43 Caso b ef b σ1 b σ2 0 ≤ ψ = σ2 / σ1 < 1,0 k = 0,578 / (ψ + 0,34) Caso c σ1 efb cb + 2σ Nota: a parte tracionada deve ser considerada totalmente efetiva -1,0 ≤ ψ = σ2 / σ1 < 0 k = 1,7 – 5ψ + 17,1ψ2 Caso d σ2 bef b σ1 -1,0 ≤ ψ = σ2 / σ1 ≤ 1,0 k = 0,57 – 0,21ψ + 0,07ψ2 Nota: o sinal (-) indica compressão Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 33 Perfis tubulares com seção transversal circular: Seguir orientação da ABNT NBR 8800:2008. Enrijecedores Adequados O valor do coeficiente de flambagem de placa k = 4 para as placas AA só poderá ser estendido para um elemento AA de um perfil, a partir da analogia perfil-conjunto de placas, se os seus enrijecedores forem eficazes. Num perfil real, entretanto, um elemento AA pode estar enrijecido por um ou dois elementos pequenos que não sejam suficientes para, na analogia perfil-conjunto de placas, representar um apoio efetivo. Por isso algumas condições definem medidas mínimas necessárias para considerar um enrijecedor de borda como adequado para enrijecer, totalmente, um elemento. Quando essas condições não forem observadas, diz-se que o elemento é parcialmente enrijecido. Seja o perfil abaixo Se o enrijecedor for adequado, o coeficiente de flambagem do elemento AA será k = 4 e a largura efetiva desse elemento será calculada como apresentado antes. Caso o enrijecedor não seja adequado, os valores do coeficiente de flambagem k e da largura efetiva devem ser calculados como segue: Procedimento de Norma - Cálculo da Largura Efetiva de elementos uniformemente comprimidos com enrijecedor de borda Seja a mesa comprimida de um perfil que tem um enrijecedor de borda Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 34 ABNT NBR 14762:2009 9.2.3 Largura efetiva de elementos uniformemente comprimidos com enrijecedor de borda simples A largura efetiva de elementos uniformemente comprimidos com enrijecedor de borda simples deve ser calculada conforme 9.2.3.1 e 9.2.3.2, para os casos de cálculo do esforço resistente e de deslocamentos, respectivamente. Para λp0 ≤ 0,673 enrijecedor de borda não é necessário bef = b ds = def Para λp0 > 0,673 bef,1 = (Is/Ia)(bef/2) ≤ (bef/2) bef,2 = bef – bef,1 ds = (Is/Ia) def ≤ def onde: 5,00 )/(623,0 σ λ E tb p = Is é o momento de inércia da seção bruta do enrijecedor em relação ao eixo que passa pelo seu centróide e é paralelo ao elemento a ser enrijecido. A região da dobra entre o enrijecedor e o elemento a ser enrijecido não deve ser considerada como parte integrante do enrijecedor. Portanto, para o enrijecedor representado na Figura 2: 12/)( 23 θsentdI s = Ia é o momento de inércia de referência do enrijecedor borda, dador por: [ ] [ ]556328,0487,0399 04304 +≤−= ppa ttI λλ σ é a tensão normal definida em 9.2.2.1; b é a largura do elemento (Figura 2); bef é a largura efetiva do elemento, calculada conforme 9.2.2.1 com o seguinte valor de k: - para D/b ≤ 0,25 k = 3,57(Is/Ia)n + 0,43 ≤ 4 - para 0,25 < D/b ≤ 0,8 k = (4,82 – 5D/b)(Is/Ia)n + 0,43 ≤ 4 n = (0,582 – 0,122λp0) ≥ 1/3 bef,1 e bef,2 são as parcelas da largura efetiva do elemento (Figura 2); D é a dimensão nominal do enrijecedor de borda (Figura 2); d é a largura do enrijecedor de borda (Figura 2); def é a largura efetiva do enrijecedor calculada conforme 9.2.2.1 (Figura 2); ds é a largura efetiva reduzida do enrijecedor e adotada no cálculo das propriedades da seção efetiva do perfil (Figura 2); θ é o ângulo formado pelo elemento e o enrijecedor de borda, sendo 40° ≤ θ ≤ 140°. Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 35 Figura 3 – Exemplos de flambagem distorcional da seção transversal ABNT NBR 14762:2009 9.2.3.2 Cálculo de deslocamentos Deve ser adotado o mesmo procedimento estabelecido em 9.2.3.1, substituindo σ por σn, que é a tensão calculada considerando as combinações de ações para os estados-limites de serviço conforme 6.7.3. 9.3 Flambagem distorcional As seções transversais de barras podem apresentar flambagem distorcional, conforme ilustrado na Figura 3. Dependendo da forma da seção e das dimensões dos elementos, o modo de flambagem distorcional pode corresponder ao modo crítico, devendo, portanto, ser considerado no dimensionamento, conforme 9.7.3 para barras submetidas à compressão centrada ou 9.8.2.3 para barras submetidas à flexão. Para barras isoladas (Figuras 3a a 3d), o cálculo dos esforços críticos de flambagem elástica distorcional pode ser feito com base na teoria da estabilidade elástica, ou conforme formulação direta aproximada, desde que esteja garantida correlação adequada com os resultados teóricos. Para barras com painel conectado à mesa tracionada e a mesa comprimida livre (Figura 3e) é recomendado o procedimento do Anexo F. Os perfis U simples (sem enrijecedores de borda) não são passíveis de flambagem distorcional, dispensando-se portanto tal verificação nesse caso, exceto em perfis submetidos à flexão com painel conectado à mesa tracionada e a mesa comprimida livre, onde a flambagem distorcional do conjunto alma-mesa comprimida pode corresponder ao modo crítico. Nesse caso deve-se consultar bibliografia especializada. compressão uniforme flexão a) Seção tipo U enrijecido b) Seção tipo rack compressão uniforme flexão c) Seção tipo Z enrijecido flexão d) Seção cartola com enrijecedores de borda comprimidos e mesa comprimida livre e) Mesa tracionada conectada a painel Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 36 APLICAÇÃO Para uma solicitação de compressão (tensão uniforme em todos os elementos do perfil) calcular as larguras efetivas das paredes do perfil U abaixo, considerando σ = 2500 kgf / cm2 (250 MPa) r = 1,5.0,2=0,3 cm E=2,0 .106 kgf/cm2 (200000 MPa) A = 5,783 cm2 a. Enrijecedor ( ) cmb,,,b 3302053 11 =∴+−= 1520 3 == ,t b Parede AL : k = 0,43 673,0851,0 2500 43,095,0 15 >=∴ ⋅ = pp E λλ ; −= 851,0 22,01 851,0 3 1efb cmbef 613,21 = 12 320 3⋅ = ,I S 4450 cm,I S = b. Mesa Superior b2 = 9 – 2 (0,2+0,3) = 8 cm .: b/t = 40 A mesa superior é um elemento com enrijecedor de borda, logo deve-se determinar o quanto o enrijecedor é adequado i.e., determinar o kmesa considerando este enrijecedor . σ λ E tb p ⋅ = 623,0 / 0 27,2 2500 623,0 40 0 = ⋅ = Ep λ [ ] [ ]556328,0487,0399 04304 +≤−= ppa ttI λλ 90 2 12 0 35 r =1,5 t b1 2b 3b 4b60 Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 37 [ ] [ ] 211,0527,2562,03,0328,027,2487,02,0399 434 =+⋅∴=−⋅⋅=aI Adotar Ia = 0,211 cm4 já que 0,3 > 0,211 438,0 8 5,3 == b D .: como 8,025,0 << b D 443,0582,4 ≤+ −= n a s I I b Dk onde ( ) 33,0122,0582,0 0 ≥−= pn λ ( ) 33,0305,027,2122,0582,0 <=⋅−=n logo n = 0,33 ( ) 81,343,0 211,0 45,0438,0582,4 33,0 =+ ⋅−=k 673,0763,0 2500 81,395,0 40 >== Ep λ ; cmbef 46,7763,0763,0 22,0182 = −= c.Alma ( ) 1130202123 =+−= ,,b cm 55=tb ; 023,1 2500 4953,0 55 = ⋅ = Ep λ cmbef 44,8023,1 22,01 023,1 11 3 = −= d. Mesa Inferior ( )302064 ,,b +−= ; 527554 ,tbcm,b =∴= Parede A.L. k = 0,43 2500 43,095,0 5,27 Ep =λ ; cmbefp 03,3561,1 22,01 561,1 5,5673,0561,1 4 = −=∴>=λ Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 38 Analisando os resultados, observa-se que as larguras dos elementos do perfil diminuíram de tamanho (para efeito de cálculo!). Perfil Real Perfil Efetivo Nesse momento, pode-se introduzir a definição de Área Efetiva: retirartotalef AAA −= onde ( )∑ = −= n i efiretirar ibbtA 1 Cálculo da área efetiva do perfil: cmlret 387,0613,231 =−= cmlret 54,046,782 =−= cmlret 56,244,8113 =−= cmlret 47,203,35,54 =−= ( )47,256,254,0387,02,0 +++=retA 2191,1 cmAret = 19,1783,5 −=efA 2593,4 cmAef = Método da Seção Efetiva O método da Seção Efetiva é um método alternativo para cálculo das propriedades efetivas (Aef ou Wef) do perfil, que se pode usar no lugar do clássico MLE (Método da Largura Efetiva). No MSE (Método da Seção Efetiva) se determina uma força (ou momento) local de flambagem elástica (em substituição da análise de estabilidade elástica) com a qual, diretamente, calculam- se características geométricas reduzidas do perfil, que por tradição, continuam sendo chamadas de propriedades efetivas. Com MSE é possível considerar-se a flambagem local de um perfil na compressão ou na flexão. O MSE apresenta parâmetros que permitem o cálculo para os perfis usados no dia a dia profissional. Quando for necessário utilizarem-se perfis não tabelados uma nova análise de estabilidade elástica deve ser feita para obterem-se parâmetros para estes perfis. O MSE será apresentado nos capítulos relativos à Barras Comprimidas e Barras Fletidas. Partes a retirar Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 39 FLAMBAGEM GLOBAL (Item 9.7 da NBR 14762:2010) Como limite a esbeltez máxima, (KL/r)max, ≤ 200. Lembrando a expressão fundamental da verificação de barras, no caso de barras comprimidas deve-se atender: RdcSdc NN ,, ≤ onde: Nc,Sd é a força axial de compressão solicitante de cálculo; Nc,Rd é a força axial de compressão resistente de cálculo, tomada como o menor valor calculado entre os itens 9.7.2 e 9.7.3 da NBR 14762:2010. Item 9.7.2 Flambagem global por flexão, por torção ou por flexo-torção A força axial de compressão resistente de cálculo Nc,Rd deve ser calculada por: 20,1/ , yefRdc fAN χ= (4-12) onde: χ é o fator de redução da força axial de compressão resistente, associado à flambagem global, calculado conforme indicado a seguir ou obtido diretamente da Tabela 7 para os casos em que λ0 não supere 3,0. - para 5,1λ0 ≤ : 2 0λ658,0=χ - para 5,1λ0 > : 2 0λ 877,0 =χ λ0 é o índice de esbeltez reduzido associado à flambagem global, dado por: e y N Af =0λ eN é a força axial de flambagem global elástica, conforme 9.7.2.1, 9.7.2.2 ou 9.7.2.3. A é a área bruta da seção transversal da barra. Aef é a área efetiva da seção transversal da barra, calculada com base em uma das duas opções apresentadas a seguir: a) no Método da Largura Efetiva (MLE), conforme 9.2.2 e 9.2.3, adotando σ = χfy. Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 40 b) no Método da Seção Efetiva (MSE), conforme indicado a seguir: AAA pp ef ≤ −= 8,08,0 115,01 λλ 5,0 = lN Af y p χ λ lN é a força axial de flambagem local elástica, calculada por meio de análise de estabilidade elástica, ou, de forma direta, segundo a expressão: ( ) Atb EkN w 22 2 )1(12 ν pi − = ll Os valores do coeficiente de flambagem local para a seção completa, lk , podem ser calculados pelas expressões indicadas na Tabela 8 ou obtidos diretamente da Tabela 9. Os valores da Tabela 9 são mais precisos que os fornecidos pelas expressões da Tabela 8, uma vez que correspondem a valores obtidos diretamente da análise geral de estabilidade elástica. Tabela 8 - Coeficiente de flambagem local lk para a seção completa em barras sob compressão centrada Caso a Seção U simples e Seção Z simples wb bf bf bw lk = 4,0 + 3,4 η +21,8 η2 - 174,3 η3 + 319,9 η4 −237,6 η5 + 63,6 η6 (0,1 ≤ η ≤ 1,0) Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 41 Caso b Seção U enrijecido, Seção Z enrijecido e Seção cartola fb fb wb wb wb fb D D D lk = 6,8 - 5,8 η + 9,2 η2 − 6,0 η3 (0,1 ≤ η ≤ 1,0 e 0,1 ≤ D/bw ≤ 0,3) Caso c Seção rack fb wb bs D lk = 6,5 – 3,0 η + 2,8 η2 − 1,6 η3 (0,1 ≤ η ≤ 1,0 ; 0,1 ≤ D/bw ≤ 0,3 e 0,1 ≤ bs/bw ≤ 0,4) Caso d Seção tubular retangular com solda de costura contínua (para seção tubular retangular formada por dois perfis U simples ou U enrijecido com solda de costura intermitente, lk deve ser calculado para cada perfil isoladamente). fb wb lk = 6,6 - 5,8 η + 8,6 η2 − 5,4 η3 (0,1 ≤ η ≤ 1,0) bf, bw, bs e D são as dimensões nominais dos elementos, conforme indicado nas figuras. η = bf / bw. Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 42 Tabela 9 – Valores do coeficiente de flambagem local lk para barras sob compressão centrada Caso a Caso b Caso c Caso d ηηηη = bf / bw Seção U simples e Seção Z simples Seção U enrijecido, Seção Z enrijecido e Seção cartola Seção rack Seção tubular retangular (solda de costura contínua) 0,1 4,44 5,59 6,26 6,06 0,2 4,62 5,24 6,04 5,70 0,3 4,36 5,01 5,85 5,45 0,4 3,73 4,85 5,69 5,26 0,5 2,92 4,73 5,54 5,11 0,6 2,16 4,62 5,41 4,96 0,7 1,55 4,47 5,27 4,78 0,8 1,12 4,26 5,11 4,54 0,9 0,77 3,94 4,94 4,20 1,0 0,38 3,48 4,73 3,72 bf, bw, bs e D são as dimensões nominais dos elementos, conforme indicado nas figuras da Tabela 8. Para o caso b, os valores são válidos para 0,1 ≤ D/bw ≤ 0,3. Para o caso c, os valores são válidos para 0,1 ≤ D/bw ≤ 0,3 e 0,1 ≤ bs/bw ≤ 0,4. Para valores intermediários interpolar linearmente. Item 9.7.2.1 Perfis com dupla simetria ou simétricos em relação a um ponto A força axial de flambagem global elástica Ne é o menor valor dentre os obtidos por a), b) e c): a) força axial de flambagem global elástica por flexão em relação ao eixo principal x: 2 2 )( xx x ex LK EI N pi = b) força axial de flambagem global elástica por flexão em relação ao eixo principal y: 2 2 )( yy y ey LK EI N pi = Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 43 c) força axial de flambagem global elástica por torção: += GJ LK EC r N zz w ez 2 2 2 0 )( 1 pi onde: Cw é a constante de empenamento da seção; E é o módulo de elasticidade; G é o módulo de elasticidade transversal; J é a constante de torção da seção; KxLx é o comprimento efetivo de flambagem global por flexão em relação ao eixo x; KyLy é o comprimento efetivo de flambagem global por flexão em relação ao eixo y; KzLz é o comprimento efetivo de flambagem global por torção. Quando não houver garantia de impedimento ao empenamento, deve-se tomar Kz igual a 1,0. r0 é o raio de giração polar da seção bruta em relação ao centro de torção, dado por: r0 = [rx2 + ry2 + x02 + y02]0,5 rx ; ry são os raios de giração da seção bruta em relação aos eixos principais de inércia x e y, respectivamente; x0 ; y0 são as distâncias do centro de torção ao centróide, na direção dos eixos principais x e y, respectivamente. Item 9.7.2.2 Perfis monossimétricos A força axial de flambagem global elástica Ne de um perfil com seção monossimétrica, cujo eixo x é o eixo de simetria, é o menor valor dentre os obtidos por a) e b): a) força axial de flambagem global elástica por flexão em relação ao eixo y: Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 44 2 2 )( yy y ey LK EI N pi = b) força axial de flambagem global elástica por flexo-torção: + − −− − + = 2 2 00 2 00 )( ])/(1[411 ])/(1[2 ezex ezexezex exz NN rxNN rx NNN onde: Nex ; Nez são as forças axiais de flambagem global elástica conforme 9.7.2.1a e 9.7.2.1c, respectivamente; r0 ; x0 conforme definidos em 9.7.2.1 Caso o eixo y seja o eixo de simetria, substituir y por x em a); x por y e x0 por y0 em b) Item 9.7.2.3 Perfis assimétricos A força axial de flambagem global elástica Ne de um perfil com seção assimétrica é dada pela menor das raízes da equação cúbica seguinte: r0 2(Ne - Nex)(Ne - Ney)(Ne - Nez) - Ne2(Ne - Ney)x02 - Ne2(Ne - Nex)y02 = 0 onde: Nex ; Ney ; Nez ; x0 ; y0 ; r0 conforme definidos em 9.7.2.1. Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 45 Posição do Centro de Cisalhamento x0 e da Constante de Empenamento Cw Perfil U bh b e 6 3 2 + = ; ( )bhtI t 23 3 +⋅= bh bhtbhCw 6 32 12 32 + + = Perfil U enrijecido 2 1 3 11 223 3 11 22 12866 863 hbbbhbhh bbhbhbe −+++ −+ = ; ( )1 3 22 3 bbhtI t ++= ; ( ) ++ −+++ +−−+= 2 3 1 2 1 1 222 11 1 22 3 22 62 22 32 ebb h bhbbeh h b b eb e bbbhtCw Perfil Cartola 2 1 3 11 223 3 11 22 12866 863 hbbbhbhh bbhbhbe ++++ −+ = ; ( )1 3 22 3 bbhtI t ++= ( ) ++ ++++ −−−+= 2 3 1 2 1 1 222 11 1 22 3 22 62 22 32 ebb h bhbbeh h b b eb e bbbhtCw 2 perfis U opostos pelas mesas ( )1 3 42 3 bbtI t += ; ( )hbbhbhbtbCw 21212312 126824 +++= h b t e C.C. b e t h b1 C.C. b e t h b1 C.C. b h b1 C.C. Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 46 2 perfis U opostos pelas almas ( )1 3 42 3 bbtI t += ; ( )hbbhbhbtbCw 21212312 126824 −++= Perfil I ( )332 3 1 wt thtbI += ; 24 32tbhCw = Perfil Z ( )hbtI t += 23 3 ; + + = hb hbbthCw 2 2 12 32 Perfil Cantoneira a tI t 3 3 = ; 4 2 0 a x = ; 0=wC h b tw t C.C. h b t C.C. b h b1 C.C. a t C.C. Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 47 COMPRESSÃO EM BARRAS CURTAS (Flambagem Local Pura) Barras pouco esbeltas, em algumas situações, tem elementos que flambam localmente, antes de outro tipo de instabilidade ocorrer. Como a norma brasileira não apresenta nenhum procedimento relativo a esse estado limite, será apresentado o procedimento da norma AISI. Além do valor da força resistente de cálculo apresentado no item anterior deve-se calcular um outro valor para a resistência de cálculo, apresentado a seguir, adotando-se como a força resistente de cálculo do perfil a menor entre as duas expressão (4-12) e a que segue: γ yef Rd,c fA N = (γ = 1,20) onde: Aef é a área efetiva calculada na tensão σ = fy Flambagem Distorcional (item 9.7.3 da NBR 14762:2010) Para as barras com seção transversal aberta sujeitas à flambagem distorcional (Perfis Uenrijecidos, Zenrijecidos e Rack), conforme 9.3 (da NBR 14762:2010), a força axial de compressão resistente de cálculo Nc,Rd deve ser calculada por: γχ / , ydistRdc AfN = (γ = 1,20) onde: χdist é o fator de redução da força axial de compressão resistente, associado à flambagem distorcional, calculado por: 1=distχ para 561,0≤distλ 2,12,1 125,01 distdist dist λλχ −= para 561,0>distλ A é área bruta da seção transversal da barra; λdist = (Afy/Ndist)0,5 é o índice de esbeltez reduzido associado à flambagem distorcional; Ndist é a força axial de flambagem distorcional elástica, a qual deve ser calculada com base na análise de estabilidade elástica. Para barras com seção U enrijecido e seção Z enrijecido, se a relação D/bw for igual ou superior aos valores indicados na Tabela 10, a verificação da flambagem distorcional pode ser dispensada. Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 48 Tabela 10 – Valores mínimos da relação D/bw de barras com seção U enrijecido e seção Z enrijecido submetidas à compressão centrada, para dispensar a verificação da flambagem distorcional bw/t bf/bw 250 200 125 100 50 0,4 0,02 0,03 0,04 0,04 0,08 0,6 0,03 0,04 0,06 0,06 0,15 0,8 0,05 0,06 0,08 0,10 0,22 1,0 0,06 0,07 0,10 0,12 0,27 1,2 0,06 0,07 0,12 0,15 0,27 1,4 0,06 0,08 0,12 0,15 0,27 1,6 0,07 0,08 0,12 0,15 0,27 1,8 0,07 0,08 0,12 0,15 0,27 2,0 0,07 0,08 0,12 0,15 0,27 bf, bw, e D são as dimensões nominais dos elementos, conforme indicado nas figuras da Tabela 8. Para valores intermediários interpolar linearmente. APLICAÇÃO O reservatório da figura 4.19 é suportado por uma torre constituída por 6 colunas: perfis U duplos, formados a frio, em forma de um perfil I. Verificar as condições de segurança da coluna central, cuja solicitação de cálculo é NSd = 180 kN (18tf). Aço com fy = 250 MPa. 2,10 m 2,10 m 1,80 m Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 49 Características do Perfil Isolado Ix1 = 227 cm4 Iy1 = 15,89 cm4 A1 = 7,14 cm2 xG = 1,13 cm r = t Características do Perfil Duplo Ix = 454 cm4 ; Iy = 50,01 cm4 ; A = 14,28 cm2 A. Cálculo da resistência de cálculo Nc,RdFG (devida à flambagem global) Determinação de Ne: que será o menor valor entre Nex , Ney e Nez ( ) kgfN EN exex 24893 6001 454 2 2 = ⋅ ⋅⋅ = pi (248,93 kN) ( ) kgfN EN eyey 385.22 2101 01,50 2 2 = ⋅ ⋅⋅ = pi (223,85 kN) Governa ! ( ) + ⋅⋅ = GJ LK CE r N zz W o ez 2 2 2 1 pi Para a determinação de It e Cw admite-se o perfil com cantos vivos e tomam-se as medidas da sua linha média, como mostra a figura ao lado. ( ) 43 44,085,427,143,0 3 12 cmJJ =∴ ⋅+⋅= ( )3085412714308543068548 24 71430 22232 ,,,,,,, ,,CW ⋅⋅−⋅+⋅⋅+⋅ ⋅ = 62247cmCW = 2814 0150454 0 , , r + = cm,r 9450 = kgfEENez 3810744,0385,0 210 2247 94,5 1 2 2 2 = ⋅+ ⋅⋅ = pi (381,07 kN) 48,5 14 7 3 x 50 G SOLDA CONTÍNUA 15 0 Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 50 Logo Ne = (Ney, Nex, Net)min = 22385 kgf (223,85 kN) Cálculo de λ0 513,050,1263,1 22385 250028,14 0 =∴<= ⋅ = χλ Área Efetiva MLE Cálculo da área efetiva na tensão σ 21283513,02500 cmkgf=∴⋅= σσ (12,83 kN/cm2) Elemento 1: 11673,0596,0 1283 43,095,0 67,1467,14 3,0 4,4 bb Et b efp =∴<= ⋅ === λ Elemento 2: 22673,0613,0 1283 0,495,0 4646 3,0 80,13 bb Et b efp =∴<= ⋅ === λ Como as mesas e a alma são efetivas, i.e., não se retira nada desses elementos, todo o perfil é efetivo e a área efetiva é igual à área total: Aef = Atotal MSE Como o perfil é formado por 2 perfis U, extrapola-se os parâmetros do perfil U: η = bf / bw lk = 4,0 + 3,4 η +21,8 η2 - 174,3 η3 + 319,9 η4 −237,6 η5 + 63,6 η6 onde η = bf / bw 333,0 15 5 ==η lk = 4,0 + 3,4 · 0,333 +21,8 · 0,3332 - 174,3 · 0,3333 + 319,9 · 0,3334 −237,6 · 0,3335 + 63,6 · 0,3336 lk = 4.161 bf bw Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 51 ( ) ( ) kgf EA tb EkN w 4296214,72 3,0/15)3,01(12 161,4 )1(12 22 2 22 2 =⋅ − = − = pi ν pi ll 44,0 42962 250028,14513,0 = ⋅⋅ == lN Af y p χ λ 57,19 44,0 1 44,0 15,0128,14115,01 8,08,08,08,0 = −= −= pp ef AA λλ Como Aef deve ser menor ou igual a A, adota-se Aef=A=14,28 cm2, confirmando o MLE Cálculo de Nc,RdFG kNNN FGRdc FG Rdc 62,1522,1 00,2528,14513,0 ,, = ⋅⋅ = B. Cálculo da resistência de cálculo Nc,RdFL (devida à flambagem local) Cálculo da área efetiva na tensão σ = 1 fy Mesas: 673,0833,0 2500 43,095,0 67,1467,14 3,0 4,4 >= ⋅ =∴== Et b pλ cmlcmb retef 513,092,34,4887,3833,0 22,01 833,0 4,4 =−=∴= −= Almas: 673,0855,0 2500 0,495,0 4646 3,0 8,13 >= ⋅ =∴== Et b pλ cmlcmb retef 81,199,118,1399,11855,0 22,01 855,0 8,13 =−=∴= −= Aret = (2 ·1,81 + 4ּ 0,513) 0,3 = 1,702 cm2 Aef = 14,28 - 1,702 = 12,58 cm2 ( )kNkgfN FLRdc 1,262208.262,1 250058,12 , = ⋅ = C. Resistência de cálculo Nc,Rd A resistência de cálculo da coluna será Nc,Rd = min(Nc,RdFG=152,62 kN; Nc,RdFL = 262,1 kN) .: Nc,Rd =152,62 kN Como Nc,Rd =152,62 kN < Nc,Sd =180 kN a coluna não verifica! Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 52 APLICAÇÃO A treliça abaixo tem modulação de 1,25m e 1,00m de altura. O banzo superior, que é constituído por um perfil U, está contido lateralmente a cada 2 nós. Verificar as condições de segurança dos banzos a e b, cujas solicitações de cálculo são: Banzo a: Nc,Sd =7810 kgf (78,1 kN); Banzo b: Nc,Sd =8720 kgf (87,2 kN) Perfil dos Banzos a e b – fy = 2500 kgf/cm2 (250 MPa) Características geométricas do perfil dos banzos: Ix = 60,85 cm4 x0 = 3,06 cm It = 0,052 cm4 Iy = 9,69 cm4 r0 = 5,267 cm rx = 3,98 cm A = 3,84 cm Cw = 164,8 cm6 ry = 1,35 cm A. Cálculo da resistência de cálculo Nc,RdFG (devida à flambagem global) Cálculo de Ne – Ne a ser adotada será a menor entre: ( ) ( ) kNN EN LK IE N exex xx x ex 2,192 2501 85,60 2 2 2 2 =∴ ⋅ ⋅⋅ =∴ ⋅ ⋅⋅ = pipi ( ) ( ) kNN EN LK IE N eyey yy y ey 4,122 1251 69,9 2 2 2 2 =∴ ⋅ ⋅⋅ =∴ ⋅ ⋅⋅ = pipi ( ) ⋅ += 2 2 2 0 1 tt w tez LK ECGI r N pi 100 502 xG X Y 1250 10 00 1250 a b c Pto. Travado Lateralmente tri = Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 53 kNEENez 48,89 125 8,164052,0385,0 267,5 1 2 2 2 = ⋅ +⋅⋅= pi ( ) + −⋅⋅⋅ −− − + = 2 2 2 5,892,192 267,5 06,315,892,1924 11 267,5 06,312 5,892,192 exzN Nexz = 73,91 kN < Ney Governa! Logo o modo de flambagem do perfil do banzo é : por Flexo-Torção 581,0658,0658,014,1 91,73 00,2584,3 220 14.100 ===∴=∴ ⋅ = λχλλ Cálculo da Área Efetiva MLE A área efetiva será calculada na tensão 252,1400,25581,0 cmkN=⋅=σ Elementos A.L. – 995,0 52,14 43,095,0 2323 2,0 6,4 2,0 22,051 =∴=∴== ⋅− = pp Et b λλ cmlcmbb retefef 998,0602,36,4602,3995,0995,0 22,016,4 111 =−=∴=∴ −= Elemento A.A. 673,0652,0 52,14 495,0 4646 2,0 2,9 2,0 42,0102 <==∴==⋅−= Et b pλ A área efetiva será a área total diminuída da área a retirar: ( ) 2399,02,0998,02 cmAA retret =⋅⋅= 244,3399,084,3 cmAA efef =−= Área efetiva calculada pelo MLE Toda a alma é efetiva Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 54 MSE η = bf / bw lk = 4,0 + 3,4 η +21,8 η2 - 174,3 η3 + 319,9 η4 −237,6 η5 + 63,6 η6 onde η = bf / bw 5,0 10 5 ==η lk = 4,0 + 3,4 · 0,5 +21,8 · 0,52 - 174,3 · 0,53 + 319,9 · 0,54 −237,6 · 0,55 + 63,6 · 0,56 lk = 2,925 ( ) ( ) kN EA tb EkN w 21,8184,3 2,0/10)3,01(12 925,2 )1(12 22 2 22 2 = − = − = pi ν pi ll 829,0 21,81 00,2584,3581,0 = ⋅⋅ == lN Af y p χ λ 2 8,08,08,08,0 684,3829,0 1 829,0 15,0184,3115,01 cmAA pp ef = −= −= λλ Área efetiva calculada pelo MSE é 7% maior que a calculada pelo MLE. Por medida conservadora, adota-se como Aef = 3,44 cm2 Finalmente, a resistência de cálculo devida à flambagem global valerá γ χ yefFG Rdc fA N ⋅⋅ = , 2,1 00,2544,3581,0 ⋅⋅ = .: kNN FGRdc 63,41, = Como Nc,Rd =41,6 kN < Nc,Sd =78,1 kN o banzo não verifica! PERFIS COMPOSTOS Os perfis compostos são largamente utilizados no Brasil, sobretudo em estruturas leves, por serem eficientes e, por isso, conduzirem a estruturas com menor consumo de aço. Entretanto, se usados de maneira inadequada, podem causar problemas e por isso serão feitos alguns comentários sobre eles. Dois ou mais perfis, unidos entre si por meio de uma ligação não contínua - solda ou travejamento em quadro ou em treliça - que trabalham como se fossem um só perfil, são conhecidos por Perfis Compostos. Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 55 Para a determinação da resistência de cálculo dos perfis compostos devem-se verificar: a) Flambagem do perfil isolado. O perfil isolado - um dos perfis que formam o perfil composto - flamba, em torno do seu eixo de menor inércia, tendo como comprimento de flambagem a distância entre elementos de travejamento “L1”. No caso do perfil isolado, deve-se considerar, também, a flambagem local da maior parede não enrijecida. A resistência final de cálculo será a menor: entre a flambagem global do perfil isolado e a flambagem local de um (ou mais) de seus elementos. b) Flambagem global do perfil composto O perfil composto terá dois eixos principais de inércia. Um dos eixos será paralelo ao(s) plano(s) de travejamento, e o outro eixo, perpendicular. É costume compor os perfis de tal maneira que se travejem planos paralelos ao eixo de maior inércia. Assim será obtido um perfil com inércia bem aumentada em torno do eixo paralelo ao de menor inércia dos perfis simples. A inércia desse perfil, em torno do eixo paralelo aos planos de travejamento, será determinada somando as inércias de cada perfil isoladamente. (É claro que é caso de simples soma se o eixo L1 L L1 TRAVEJAMENTO PLACA DE COMPOSTOL1 PERFIL CORTE 1-1 No caso de perfis compostos, a NBR 14762:2009 estabelece: Para barras compostas comprimidas, isto é, aquelas constituídas por um ou mais perfis associados, além de atender ao disposto em 9.7.4, o índice de esbeltez de cada perfil componente da barra deve ser inferior: a) à metade do índice de esbeltez máximo do conjunto, para o caso de presilhas (chapas separadoras); b) ao índice de esbeltez máximo do conjunto, para o caso de travejamento em treliça. Neste caso, o índice de esbeltez das barras do travejamento deve ser inferior a 140. A substituição de travejamento em treliça por chapas regularmente espaçadas (talas), formando travejamento em quadro, não é prevista nesta Norma. Neste caso, a redução da força normal de compressão resistente de cálculo devida à deformação por cisalhamento não deve ser desprezada. O procedimento do Eurocode 3 Part 1-1 pode ser empregado para a consideração desse efeito. Paulo Roberto Marcondes de Carvalho Engenheiro Civil Rua Sta. Isabel, 663 Porto Alegre/RS Fone (51) 3334 70 78 / e-mail: paulo.roberto@stabile.com.br 56 principal da composição coincidir com o eixo principal do perfil isolado; caso contrário, se deverá obter a inércia da composição pelo Teorema de Steiner.) A inércia do perfil composto em torno do outro eixo principal, perpendicular ao plano de travejamento, terá um valor intermediário entre a inércia que se
Compartilhar