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Um projeto mantido e patrocinado pelas empresas: Idealização: e-commercebrasil EXCELÊNCIA EM E-COMMERCE Oferecimento SLOMP HOFFMANN LOGÍSTICA w w w .ecom m ercebrasil.com .br R EV IS TA E-C O M M ER C E B R A S IL 18 www.ecommercebrasil.com.br dezembro 2013 / Ano 03 > Edição 18 B R A S IL R $ 34 ,0 0 R EV IS TA B R A S IL EI R A D E CO M ÉR CI O E LE TR Ô N IC O R EV IS TA E -C O M M ER C E B R A S IL NEGÓCIOS: Atacado - a próxima onda do e-commerce SEGURANÇA: Diagnósticos, normas e certificações – como fazer o melhor? GESTÃO: Falta diferencial, sobram problemas. Saber os pontos problemáticos é a chave para um negócio sustentável SEARCH: O bom uso da busca interna pode evitar até mesmo uma mudança desnecessária de plataforma QUAL É A ESCADA QUE LEVA AO CRESCIMENTO? Soluções Logísticas Customizadas; de uma mamadeira a uma geladeira. www.directlog.com.brMais que logística, inovação para o seu negócio. Somos especialistas no desenvolvimento de soluções logísticas integradas de armazenagem, entregas e distribuição da mais variada gama de produtos, customizadas e desenvolvidas conforme as necessidades específicas de cada cliente. Possuímos a mais avançada infraestrutura, desenvolvida com a melhor tecnologia, para atender suas necessidades logísticas com os seguintes serviços: Nossas instalações estão localizadas estrategicamente nos principais centros de consumo e distribuição do país, com equipamentos e sistemas customizados para cada tipo de necessidade. Disponibilizamos a melhor solução para atender suas necessidades de tempo, distância e custos. Armazenagem Picking e packing customizados Entregas da indústria para o B2B e B2C Entrega das operadoras de serviços para o B2C Entregas do varejo tradicional e varejo eletrônico para o B2C Logística reversa, trocas simultâneas e entregas emergenciais. anuncio 20x28cm direct.indd 1 7/4/13 11:10 AM SuMáRIO pág. 8 pág. 12 pág. 18 pág. 22 pág. 24 pág. 26 pág. 28 pág. 30 pág. 34 pág. 38 pág. 42 pág. 44 pág. 46 pág. 50 pág. 52 pág. 54 pág. 56 pág. 58 pág. 60 pág. 64 pág. 66 pág. 68 pág. 70 pág. 71 pág. 72 conteúdo tel: +55 11 3926-0174 www.zupidesign.com expediente PUBLISHER Tiago Baeta CHEFE DE REDAÇÃO Rina Noronha CORPO EDITORIAL Mariana Anselmo (editora), Nathália Torezani, Rina Noronha, Tiago Baeta e Vivianne Vilela ZUPI DESIGN Projeto Gráfico / Design JORNALISTA RESPONSÁVEL Rina Noronha (MTB. 2759-ES) COLABORADORES Adilson Rielo, Alexandre Crivellaro, Alice Wakai, Bruno Salgado, Dante Lima, Diego Jusinskas, Fátima Bana, Fernando Dantas, Fernando Di Giorgi, Gerson Ribeiro, João Paulo Nogueira, Lucia Freitas, Mauricio Balassiano, Nicole Barros, Rafael Soares, Renato Martins, Rodrigo Roda, Shaun Ryan. EXECUTIVOS DE NEGÓCIO Fernanda Fruet, Rafael Ribeiro, Tiago Baeta e Vivianne Vilela EMPRESAS PARCEIRAS Accesstage, AD.Dialeto, Akatus, All In Mail, Amazon Web Services, Certisign, Chaordic, ClearSale, Cobre Bem, Dev Buscapé Company, Direct, Dotstore, eNext, ExactTarget, GPMídia, Infracommerce, IBOPE, Jet E-Commerce, Kanlo, KPL Soluções, LeadMedia, Locaweb, MercadoLivre, Moip, MundiPagg, NeoAssist, PayPal, Profite, Rakuten, ReAmp, Responsys, SHL Logística, Sieve, Site Blindado, Sebrae, Skalebla, SLI Systems, Splio, TrustSign, Uniconsult, Virtual Target, Vtex. ORGANIZAÇÃO Grupo iMasters ILUSTRAÇÃO André Luiz Massayuki Ota, Camila Sepriano Martinez e Lucas Freitas Lobo. EDITORA ZUPI: A revista E-Commerce Brasil é uma publicação da Editora Zupi em parceria com site iMaster > 4.000 EXEMPLARES > ISSN 2179-7315 PUBLICIDADE +55 (11) 3063 5941 contato@ecommercebrasil.com.br www.ecommercebrasil.com.br redacao@ecommercebrasil.com.br Twitter: @Ecommerce_Br Facebook: www.facebook.com/EcommerceBrasil ENDEREÇO: Alameda Santos, 2395, 1º andar - Jardim Paulista, São Paulo, SP - CEP: 01419-002 Eskenazi Indústria gráfi ca ENTREVISTA Márcio Cots PágINAS AzuIS Transporte no e-commerce: fornecedores e consumidores do serviço CAPA Pequenos e médios e-commerces: qual é a escada que leva ao crescimento? BOX dE NOVIdAdES gESTÃO Brasil x América do Norte: um breve comparativo dos mercados e o comportamento dos gestores de e-commerce SEARCh Eu realmente preciso reformular a minha plataforma? MARkETPlACE Marketplace: o futuro dos varejistas CASE um e-commerce para pais e fi lhos (de quatro patas!) NORMAS dE SEguRANÇA A importância do PCI dSS em seu negócio gESTÃO Rentabilidade no e-commerce: um grande desafi o! MARkETINg Onde o Visual Merchandising se encontra com google Analytics BOX dE NOVIdAdES MOdElO dE NEgóCIOS Atacado - a próxima onda do e-commerce OMNIChANNEl O que a Amazon ainda não oferece? CERTIFICAdO dE SEguRANÇA Transforme pesquisas de preços em compras efetivas gESTÃO Por que meu e-commerce não dá lucro? TENdÊNCIAS Smartphone é “o cara” MARkETINg dIgITAl Aplicações do neuromarketing no marketing digital SEguRANÇA Segurança ofensiva: a opção do comércio eletrônico REdES SOCIAIS Redes sociais e e-commerce: primeiro, o conteúdo. O restante é consequência REPRECIFICAÇÃO Reprecifi cação: 8 motivos para investir em automação BOX dE NOVIdAdES gESTÃO A Cultura do Fracasso lEITuRA EM dIA dIRETóRIO Catálogo de fornecedores 6 Editorial Há vários momentos na vida em que nos acomodamos com o que já sabemos ou fizemos, com o que conhecemos. Isso é muito perigoso, porque em muitas situações significa se conformar, ficar aprisionado num determinado tempo, numa determinada maneira de pensar e fazer. Essa acomodação induz ao envelhecimento das práticas e das ideias. Este ano, fizemos três grandes Congressos: Search & Vendas, Experiência do Cliente e Operações & Negócios; realizamos a 4a edição do maior evento do varejo online da América Latina – Fórum E-Commerce Brasil, para mais de 2.500 pessoas; realizamos 24 treinamentos (12 workshops e 12 webinars), gratuitos e temáticos; 12 entrevistas em vídeo com profissionais dispostos a compartilharem muitas dicas que não estavam escritas em nenhum lugar; realizamos também a 3a edição da Cruzeiro E-Commerce Brasil. Ultrapassamos os 1.500 artigos publicados no portal, por onde passaram mais de 200 mil novos leitores/mês, e atendemos, gratuitamente, mais de 30 pequenos varejistas nas ações de consultoria do StartCommerce. Isso é só uma parte do que fizemos em 2013. Ao todo, atendemos dentro do projeto mais de 8 mil varejistas e profissionais que fazem o varejo online brasileiro. O e-commerce brasileiro com certeza fechará o ano com um crescimento acima dos 20%, mais de uma dezena acima do PIB do País. Mas ainda temos muito por fazer (que bom). Quando faço esse levantamento anual, sei que é preciso balançar a cabeça um pouco - não no sentido literal, mas no sentido figurado. Os meus amigos árabes têm um ditado que eu aprecio: “Homens são como tapetes, às vezes precisam ser sacudidos”. Essa sacudidela não é só para tirar a poeira, mas para mexer, para produzir emoção ou até algum incômodo. Não há ciência, empresa, inovação ou crescimento sem incômodo. Não querdizer obrigatoriamente dor, preocupação, nem sofrimento, mas o desconforto de sair daquele lugar que nos acomoda, nos deixa estacionados, nos imobiliza naquela situação. A desacomodação, em vários momentos, nos provoca e nos impulsiona para um momento que pode e precisa ser melhor. Por isso fizemos uma entrevista com foco no jurídico, mas sem o “juridiquês”, com o Márcio Cots, e uma matéria de capa falando da arte de conduzir a operação de uma loja online, de forma sustentável e lucrativa, para instigar você a pensar, questionar, analisar e escolher os caminhos de uma forma mais segura e menos sofrida, para levar a sua operação a um novo lugar em 2014. Quantas dúvidas sobre a gestão no dia-a-dia? Quantos questionamentos e angústias jurídicas você tem no seu dia-a-dia? Ter dúvidas é bom. O escritor genial Millôr Fernandes, que faleceu em março de 2012, nos legou uma frase que eu considero de uma inteligência especial: “Se você não tem dúvidas, é porque está mal informado.” Quando se pensa nas várias fontes de informação que precisamos ter no nosso dia-a-dia, é necessário ter também lugar para a dúvida. A dúvida é parte da nossa necessidade de conhecimento. Deixo o meu muito obrigada pessoal para cada um que nos acompanhou neste ano de 2013, que nos ajudou a cumprir a Missão do E-Commerce Brasil: “Ter excelência no desenvolvimento das lojas online, contribuindo para a construção de um e-commerce mais justo, competitivo e sustentável”, compartilhando os seus respectivos conhecimentos nos mais diversos formatos e canais que disponibilizamos para que o mercado seja “sacudido” e renovado. Um 2014 com conversões lucrativas é o que desejo a você! Abraço Vivianne Vilela Diretora Executiva – E-Commerce Brasil 8 ENTREVISTA 1. Qual é a regulamentação do e-commerce no Brasil? Desde que surgiu o Código de Defesa do Consumidor (CDC), em 1990, era ele quem regia as relações de consumo online. O grande problema é o que não era específico. Por isso foi feita a regulamentação específica para o e-commerce, o Decreto 7.962, de 15 de março de 2013, que é complementar ao CDC. É importante lembrar que essa regulamentação não se aplica a toda e qualquer transação feita através da Internet. O Decreto era necessário. Havia obrigações que não estavam sendo cumpridas pelas empresas. Com essa lei, reafirma-se o que já existia no CDC e algumas relações foram incluídas. Nesse conjunto, o consumidor é tratado como hipossuficiente. É justo, porque muitas empresas nem sempre agem de boa fé, e a intervenção estatal, nesse caso, pode garantir o equilíbrio. Entretanto, a regulamentação deixou de tratar pontos que estimulariam o e-commerce - só cuida do consumidor -, e isso cria distorções e dificuldades para o crescimento do mercado. Existem muitos pontos que poderiam ter sido regulamentados, mas ficaram de fora. O nosso escritório foi contratado pelo SEBRAE nacional para apresentar parecer sobre pontos da lei e da regulamentação para o e-commerce que dificultam os negócios. Entre eles está o direito de arrependimento, que no e-commerce não deveria se aplicar a algumas atividades e produtos – comida, roupa íntima, arquivos digitais (música, filme)... É uma questão séria que não foi regulamentada. Ou seja, deixa-se de fazer lei pra fazer crescer o mercado, e se faz lei para criar regra. Legislar a favor do voto deixa de tratar de forma madura a favor do que é relevante. 2. Mas não temos leis demais? Sim, é chato ter regras, mas nossa sociedade é abusiva. Sem o CDC não estaríamos bem, a experiência de ser consumidor antes do Código de Defesa do Consumidor era terrível. Coisas simples, como localizar a empresa para poder reclamar, deixar claras informações como CNPJ, razão social, endereço, ou estabelecer prazo de resposta. Isso é bom. As boas empresas sempre fazem tudo o que devem – às vezes, até mais do que é exigido. O Código de Defesa do Consumidor é referência mundial, nosso problema é gestão/cumprir a lei. Pode ser óbvio para o varejista, mas não para o consumidor. Mas a regulamentação cria uma obrigação expressa para todos. O problema é que algumas regras do CDC e da regulamentação não são aplicáveis a todas as relações de consumo online. 3. Como assim? Existem relações diferentes de consumo? Segundo o CDC, para existir a relação de consumo, são necessárias duas figuras: fornecedor e consumidor. Fornecedor é quem tem por atividade fim (aquela que está no objeto do contrato social) fornecer produto ou serviço. Consumidor é aquele que usa o produto ou serviço para o que serve. Um exemplo em que isso fica muito claro: amortecedores. Se eu compro um amortecedor para o meu carro, existe uma relação de consumo. Entretanto, quando a Volkswagen compra o amortecedor para fazer carros, não existe consumo, porque a peça, nesse caso, é um insumo de produção enTrevisTa Por Lucia Freitas, para Redação E-Commerce Brasil Márcio Cots é advogado especializado em Direito Digital e e-business - descubra na entrevista esse conceito. Depois de muito tempo trabalhando em empresas de tecnologia da informação, abriu seu próprio escritório, onde atua como advogado e gestor de serviços jurídicos. Mestre em Direito pela Faculdade Autônoma de Direito – FADISP e especialista em Direito Empresarial pela Universidade Mackenzie, com extensão universitária em Direito Contratual pela FGV – GVLaw, Márcio se especializou em Cyberlaw pela Universidade de Harvard, nos Estados Unidos. Lá, ele também fez o programa Leadership in Corporate Counsel Program 2010. Também dá aulas no MBA da FIAP – Faculdade de Informática e Administração Paulista – sobre Segurança da Informação e, claro, Direito Digital. O melhor de conversar com este especialista é exatamente a sua capacidade de traduzir o juridiquês para o português do Brasil. 10 ENTREVISTA da montadora. Quando uma empresa compra de outra empresa, é insumo, uma relação empresarial. Para o Direito, a compra e venda pode ser cível, empresarial ou uma relação de consumo. Para descobrir qual é a relação, funciona por exclusão. A primeira pergunta sempre será: é de consumo? Para ser, tem que haver um consumidor e um fornecedor. Se a transação acontece entre duas pessoas em particular, a relação é cível, porque nenhum dos dois vive de vender o produto ou serviço. Empresas podem ter relações empresariais, quando compram insumos para sua atividade, e de consumo, quando compram um produto para o fim a que se destina. No e-commerce, é difícil descobrir quem é quem. Tenho clientes que decidiram não vender para o consumidor para não assumir o risco do CDC – pessoa que só fornece para fornecedor. Não se aplica ao CDC, não se aplica à regulamentação do e-commerce, porque ela é uma extensão do CDC. É bom lembrar: a lei não usa o termo e-commerce nem comércio eletrônico. O que falta é sensibilidade dos advogados para explicarem o tema de forma que as pessoas possam entender. É complicado, porque as relações eram definidas pelo Código Comercial, que foi anulado e incorporado ao Código Civil de 2002. 4. Então é preciso avaliar cada transação? Não, grande parte do que acontece na Internet é CDC – pouca coisa cai na relação empresarial. O profissional e o empresário têm que pensar e avaliar bem o seu negócio para entender. O varejo online cai massivamente na relação de consumo do e-commerce. 5. Como o empresário pode garantir que está atendendo à regulamentação em seu site? É importante entender a lei. O objetivo é sempre evitar a desigualdade, natural da relação entre fornecedor e consumidor. Os juízes levam em consideração três princípios fundamentais: a vulnerabilidade, a boa fénas relações de consumo e a clareza da informação. É pra isso que o varejo tem que olhar para cumprir a lei. Existem empresas que vão além do pedido da lei e oferecem 30 dias de arrependimento, por exemplo. Explicando melhor. Vulnerabilidade: trate sempre o consumidor como o mais fraco da relação, que não sabe o que está fazendo, não tem informações completas, não tem controle da operação. Boa fé: trate-o sempre de boa fé objetiva, não espere a pergunta, você tem obrigação de se adiantar, inclusive ao que ele não perguntou – características do produto, forma de pagamento – e agir de forma proativa e objetiva para garantir o máximo para o seu cliente. Informação: a lei considera que por não poder pegar o produto e ter vendedor para esclarecer, a internet oferece menos informação. Então o varejista tem que oferecer todas as informações de forma clara e ostensiva para que o consumidor possa tomar a decisão da compra de forma segura. Ausência ou erro pode trazer problema. Não adianta usar linguagem técnica, tem que ser claro. 6. Essas regras se aplicam também ao marketplace? Muitos juízes aplicam o CDC ao marketplace e acabam por prejudicar o negócio. Há um grande risco nesse modelo e também nas compras coletivas, que são consideradas co-responsáveis. Então o site tem que cuidar do sushi que você comprou lá. Do ponto de vista de mercado, muitos evitam esses modelos porque não têm como assumir o risco. A grande questão nessas duas modalidades são tributárias, na verdade. A Vivianne Vilela tem uma ótima fala sobre isso, que sempre cito: “A facilidade de abrir um e-commerce é enorme, traz sensação de que e-commerce é fácil, mas tem que ser profissional”. É fundamental estudar muito bem todos os aspectos do negócio, inclusive o jurídico, antes de abrir seu negócio. 7. Os empresários têm que tomar quais cuidados ao começar seu negócio? O mercado brasileiro está muito competitivo, é fácil abrir um site, mas o sucesso depende do conhecimento do assunto. Muita operação não dá certo. É importante que o empresário funde a pessoa jurídica, porque dessa forma ele protege seus bens pessoais e pode empreender com segurança. Caso não exista uma empresa constituída, em caso de prejuízo ou processos, a pessoa física é responsabilizada, e aí bens como casa e carro podem ser penhorados para pagamento da dívida. 8. O que é um e-business? As pessoas em geral consideram que tudo o que está na Internet é e-commerce. Não é. E-business é gênero, o e-commerce é uma espécie. O e-business engloba todas as transações (de prestação de serviço ou venda de produtos) que acontecem no meio digital. Existem casos de produto e serviço em que não há relação de consumo. Comércio é apenas a venda serviço e produto. 9. Quais tributos incidem sobre o e-commerce? Primeiro, é preciso analisar a atividade do e-commerce. Quando é comércio, tem que lembrar que o principal tributo é o ICMS, estadual. Sobre a prestação de serviço, não existe ICMS, aplica-se o ISS (Imposto Sobre Serviço), que é municipal. Então, depende do modelo do negócio. Nunca existe uma receita de bolo (x por cento é imposto). Embora produto seja sujeito ao ICMS, há discussão quando acontece uma encomenda, porque é uma obra que não existe. O mesmo vale para obras de arte. Convém analisar o seu caso específico com um profissional da sua confiança. 10. Como ficam os impostos nos marketplaces? É bom lembrar que não existe receita de bolo para a tributação brasileira. Em geral, o serviço do marketplace é intermediação, quem vende é o terceiro, portanto aplica-se o ISS do município em que a empresa está instalada. O mesmo vale para serviços de classificados e os demais que são vendidos pela Internet. 11. E o Protocolo 21? Hoje esse é um dos maiores problemas do e-commerce, pois, do meu ponto de vista, acarreta bitributação. Os clientes que entram com mandado de segurança em geral conseguem suspensão. O protocolo foi firmado pelos Estados destinatários, não onde estão empresas. É um custo extra que que poderia ter sido evitado. É bom lembrar que a bitributação (cobrar imposto duas vezes por uma mesma coisa) é inconstitucional. 12. Os impostos sobre a folha têm impacto importante no e-commerce? Folha de pagamento é o normal de empresa. Quando se fala de tributação no e-commerce, a única coisa que tem que ser analisada é o Protocolo 21 – produto ou serviço. A grande questão na Internet é que, como os negócios são inovadores, muitas vezes há confusão entre mercadoria e serviço. O marketplace, como disse, presta um serviço. Na hora de pensar em tributos, é mais importante ver o seu negócio, e não o que você vai oferecer para seu futuro cliente. 13. Atender 24x7 não tem impacto na folha? Há como diminuir esse custo? Se o seu negócio escolheu atender 24x7, sim, isso tem impacto. Mas não é obrigatório atender 24x7. O importante mesmo é cumprir o atendimento que está descrito na regulamentação: resposta rápida, clara, informação de qualidade. É importante também o empresário saber qual é o custo da folha em seu negócio, principalmente nos itens INSS e FGTS. Em raros casos do e-commerce, a prática de desoneração da folha (você separa uma porcentagem de seu faturamento bruto para esses tributos) é vantajosa. Como sempre, é preciso avaliar o seu caso e tomar uma boa decisão. 14. A MP 615 traz benefícios para o varejo online? A MP 615 liberou o uso de pagamentos móveis no Brasil – ou seja, pagar com celulares e tablets. O mercado ficou muito agitado com essa possibilidade, por conta do alto custo dos contratos com as operadoras de cartão de crédito. Entretanto, ainda precisamos que o Banco Central faça a regulamentação. A expectativa é que saia no fim deste ano (2013). TransporTe no e-commerce: fornecedores e consumidores do serviço Fernando Di Giorgi Consultor em E-Commerce fernando.dg@gmail.com É conhecido o contínuo processo de verticalização das grandes lojas do e-commerce. Ao construírem suas soluções de TI, passaram a vendê-las; devido ao grande volume de vendas, passaram a contar com sua própria rede neural para autenticação do pagamento; para se conectarem a bancos e operadoras de cartão, construíram seu gateway; face à abrangência territorial de suas vendas e à diversidade dos itens ofertados, tornaram-se especialistas em logística interna para pequenos volumes em altíssima quantidade e, para abrigar lojas de categorias que não desejam operar, construíram marketplaces oferecendo toda sorte de serviços, porém, por maior e melhor que elas sejam, elas têm (e dificilmente deixarão de ter) que fazer uso das transportadoras. Este artigo visa a explorar essa relação de mútua dependência. 1.Mercado fornecedor 1.1.Estrutura do mercado fornecedor de transporte para e-commerce: oligopólio concorrencial A abrangência de atendimento das transportadoras tem que corresponder à abrangência do mercado do e-commerce, ou seja, todo território nacional. Tais condições operacionais induzem à concentração do mercado devido ao alto investimento em veículos, armazéns e sistemas de controle (capital intensivo, desprezando a armazenagem) e nível operacional muito elevado para redução do custo médio. Comparativamente aos EUA, o Brasil tem área territorial contínua ligeiramente maior, 100 milhões a menos de habitantes e renda per capita equivalente a 1/5 da americana, assim, em condições operacionais muito mais favoráveis, o mercado de transportes americano de encomendas também é concentrado. As transportadoras líderes do mercado brasileiro são: Correios, estatal; Total Express, pertencente ao Grupo Abril; Direct, pertencente ao Grupo Tegma e Transfolha, um consórcio entre a Folha de SP e Estadão originalmente destinado à distribuição de jornaise revistas. 1.2.Sazonalidade da demanda e rigidez da oferta Em época de festas, no varejo físico, os consumidores entopem as lojas; no varejo virtual, os consumidores entopem as transportadoras. Como decorrência, os investimentos das transportadoras têm sido dimensionados para atender aos picos de demanda, caso contrário, o mercado não se expandiria. Além disso, caso a transportadora não acompanhe a demanda em épocas de pico, ela se arrisca a perder espaço para a concorrente que assumiria sua carga. A irregularidade da demanda reflete-se diretamente na determinação do preço. Como o preço unitário é função da carga, ele tem que ser estabelecido para dar retorno nos períodos normais, considerando os custos estruturais estabelecidos para atender à demanda nas épocas de pico. Não há alternativas, os fatos já mostraram que a repasse da carga para terceiros foi desastroso devido à especialização e ao rigor dos níveis 12 PágINAS AzuIS de serviço típicos do e-commerce. 1.3.Tipos de transportadoras no e-commerce As transportadoras se distinguem pelo tipo de mercadoria em que se especializaram e pelos serviços ofertados. A especialização envolve tipos de veículos, equipamentos de movimentação, sistema de controle etc. Exemplos: a roteirização automática é muito cara e típica de cargas leves, o transporte de produtos químicos segue uma normatização específica. Tratando- se de encomendas, as transportadoras especializam-se em: carga leve (volumes com peso até 40 quilogramas e com volume limitado - no e-commerce, cargas leves correspondem a mais de 85% do faturamento) e carga pesada (volumes cima de 40 quilogramas ou volumosas). Algumas transportadoras oferecem o serviço de armazenagem, constituindo-se numa atividade secundária, principalmente para lojas médias puramente virtuais e para o B2B. Em tese, a armazenagem seria uma economia de escopo, visto que aumenta marginalmente a carga transportada, mas colide com a especialização e com a liberdade de escolha do cliente. 1.4.Estrutura logística das empresas - terminais de carga/filiais As transportadoras operam em rede (cada nó da rede é chamado terminal de cargas ou Hub, fiscalmente é uma filial) com a finalidade de maximizar os trechos do percurso total nos quais unitizam a carga (conjunto de volumes para um mesmo destino). Com o mesmo objetivo, as grandes lojas do e-commerce estão construindo novos Centros de Distribuição. Exemplo: a carga coletada em SP e destinada a clientes residentes em várias cidades do RS é reunida num mesmo veículo para uma viagem a Porto Alegre (terminal de carga), de onde a carga será fracionada para ser entregue aos destinatários finais (distribuição local, chamada de “last mile”). Os terminais de carga determinam a abrangência da rede logística da transportadora, assim, pelo menos, deve haver terminal em cada capital e principais cidades dos estados. A última “perna” ou trecho pode ser feita pela própria transportadoras ou por terceiros. A única empresa cuja distribuição final não utiliza terceiros são os Correios. Devido a isso, os Correios são usados pelas demais transportadoras como complemento de suas redes logísticas. 1.5.Controle - Rastreamento da carga Rastreamento de carga Controlar integralmente o processo de entrega é fundamental para a transportadora e para o embarcador. É indispensável estar informado sobre onde e em que estado físico está a carga durante o processo de entrega; além disso, é fundamental que essa informação esteja disponível o mais próximo possível da ocorrência do evento original. Como decorrência, todos os eventos significativos para ambas as partes têm que ser conhecidos (local, objeto, data e hora). A todo evento significativo corresponde uma ocorrência. Do ponto de vista do embarcador, as ocorrências podem ser: normais (chegada ao terminal de carga, saída do terminal de carga, entregues ao cliente etc.) ou excepcionais (avaria, extravio, roubo, endereço errado, cliente ausente, cliente recusou receber etc.). As ocorrências são interdependentes e formam uma rede, ou seja, há uma relação lógica e temporal de precedência entre elas a ser respeitada. Necessidade de investimento em TI Esta exigência implica alto investimento em tecnologia da informação, permitindo que o embarcador possa acompanhar todos os eventos associados ao processo de entrega de cada volume e tomar as medidas cabíveis próprias de cada uma deles. As ocorrências estão disponíveis ao embarcador a partir do identificador do volume e/ou nota fiscal. Para as grandes lojas, as ocorrências são exportadas ao embarcador fazendo parte do fluxo de atendimento do pedido. Porém, não basta à transportadora gerar as ocorrências, é necessário que elas estejam disponíveis ao embarcador tão logo o evento que as originou tenha ocorrido. Tal rigor é característico do e-commerce, sem o qual a loja fica impossibilitada de responder às indagações de seus clientes e de controlar o desempenho da transportadora contratada. Além das ocorrências, as informações básicas de controle são: os conhecimentos eletrônicos de transportes (documento fiscal emitido pela transportadora ao embarcador relativo ao conjunto de notas fiscais para um mesmo destinatário) e a fatura de frete reunindo todos os conhecimentos. 1.6.Tabelas de preço Pela tradição de informalidade do setor de transportes, não há um padrão sobre a cobrança de serviços: cada transportadora tem sua própria lógica de cobrança; os eventos a serem considerados no fluxo da entrega são diferenciados, e a codificação das ocorrências é específica. Quanto à troca de informações transportadora-embarcador, há um padrão nacional sobre o formato dos arquivos trocados (Proceda), muito embora algumas grandes transportadoras insistam em impor seus próprios formatos. Somente os Correios fogem desse padrão. O conhecimento antecipado do embarcador sobre o valor do frete a pagar por cada pedido de venda capturado pelo site e a validação dos conhecimentos recebidos (base para a validação da fatura) são dificultados pela falta de padronização do setor. Como esclarecimento, segue um exemplo da dificuldade da validação e a necessidade de dados em que o embarcador tem que conhecer o peso e o volume de cada um dos pacotes a serem expedidos, caso contrário, terá que aceitar o cálculo feito pela transportadora: a) Um pacote pesa 20 kg e tem 0,15 m3 de volume. b) Considerando uma densidade de 150 kg/m3, um parâmetro normalmente usado, qual seria o peso do pacote? Seria 0,15 x 150 = 22,5 kg – chamado de peso cubado. c) Visto que todo veículo tem limites de peso e de volume, a regra vigente é considerar o maior dos pesos obtidos; nesse caso, 22,5 kg. d) Usa-se o termo frete-peso e frete-volume quando o frete foi calculado com base no peso real ou tendo como base o peso cubado. 1.7.Variáveis determinantes do preço Peso: o preço por kg transportado refere-se a uma faixa de peso. O mercado pratica duas regras de cálculo - uma tomando apenas tomando o preço da faixa correspondente e outra obtida através da soma dos valores de todas as faixas anteriores (cumulativa). Valor da mercadoria: como transportar algodão é 14 PágINAS AzuIS diferente de transportar celular, uma parcela do valor do frete corresponde a uma fração do valor da mercadoria transportada (ad valorem). Volume: a partir da densidade acordada, de posse do volume em m3, calcula-se o peso cubado a ser comparado com o peso real. Toma-se o maior e entra- se na faixa de peso Destino: a rede de atendimento de cada transportadora é dividida em regiões correspondentes a um conjunto de faixas de CEP. A cada uma delas correspondem parâmetros específicos para cálculo do frete (preço por faixa de peso, percentual de advalorem etc.). Também, a cada região, a transportadora associa o tempo de trânsito relativo a determinado local de origem, sendo que os parâmetros de cálculo se estendem a todos os CEP a ela pertencentes. ICMS: as transportadoras são contribuintes do ICMS para operações intermunicipais (excluindo-se regiões metropolitanas). Por ser uma empresa estatal, os Correios são isentos. A alíquota de ICMS depende da relação entre as unidades da federação de origem e de destino. O ICMS destacado no conhecimento pode ser recuperado (crédito) pelo embarcador. Outros: pode haver outros componentes do valor do frete: pedágio, custo administrativo etc. Parcelas adicionais contribuem negativamente para o embarcador validar o frete a pagar. 1.8.Discriminação de preço e serviços Grandes lojas usam seu poder de mercado Para as grandes lojas, as transportadoras coletam a mercadoria nos armazéns do embarcador; mantêm posto avançado nos armazéns onde adiantam o serviço que seria realizado no terminal de carga (conferem o manifesto, identificam os volumes e, para cada um deles, associam o peso e o volume e realizam um pré-roteirização); mantêm funcionários lotados nos embarcadores para facilitar rapidamente a resolução de ocorrências anormais e enviar informações complementares (correção de endereço, horário de presença do cliente etc.) e trocam arquivos com os embarcadores, permitindo-lhes uniformizar o processamento de todas as transportadoras facilitando o trabalho do SAC. Para as pequenas lojas, o rigor da regra geral (indiferenciação) Para as pequenas lojas, as transportadoras usam a tabela de frete padrão. Os embarcadores deslocam- se para entregar suas mercadorias na agência da transportadora e apenas têm conhecimento das ocorrências através do site da transportadora. Os Correios terceirizaram suas agências constituindo uma espécie de broker, agrupando embarques dos pequenos lojistas para obter descontos das transportadoras, porém esse modo de operar não reduziu preço para o embarcador. Alguns desses brokers, pelo volume de cargas devido ao seu serviço de coleta em lojas médias, passaram também a oferecer serviços de armazenagem. Estamos longe de contar com brokers independentes das transportadoras com poder de negociação transferindo parte de seus ganhos para seus clientes. 2.Mercado consumidor 2.1.Criticidade do transporte no e-commerce A venda no e-commerce é um contrato, nele consta o prazo de entrega declarado ao cliente quando do fechamento do pedido. Em geral, o prazo somente é levado em conta após a aprovação do pagamento, e sua não observância é muito grave, pois pode dar ensejo ao cancelamento do pedido ou à devolução da venda. Quanto mais curto for o prazo de entrega, maior a competitividade da loja. Entre as inúmeras atividades que compõem o processo de atendimento, a de maior duração é o transporte, cujo prazo é obtido pelo contrato firmado com a transportadora. Não é difícil notar a importância da 16 PágINAS AzuIS qualidade dos serviços de transporte, afinal: a) o transporte está fora do controle da loja: como já visto, há muitas exceções sobre as quais a loja não tem controle algum, disso deriva a necessidade de a loja monitorar a entrega a fim de disparar imediatamente ações corretivas em caso de anormalidade. b) a loja responde pela qualidade do serviço prestado: a transportadora é contratada pela loja, porém quem assinou o contrato com o cliente foi a loja; assim, a loja deve assumir toda a responsabilidade junto ao cliente sobre erros cometidos pela transportadora contratada. 2.2.Formação do frete a cobrar O frete a pagar determina o frete a cobrar O cliente de e-commerce, para fechar sua compra, é informado sobre o frete a ser cobrado. Todos os dados para cálculo do frete têm que estar disponíveis no site: tabelas de frete das transportadoras contratadas e dados logísticos de todos os itens ofertados. O cálculo do frete a pagar Em geral, o frete a pagar é calculado somando-se o peso e o volume de cada um dos itens do pedido, considerando-se o valor e o destino. São raras as empresas que mantêm dados logísticos corretos de todos os seus itens, daí a imprecisão do calculo, até mesmo seu abandono e a adoção regras que, praticamente, independem do que está sendo vendido. É condição necessária para o cálculo do frete conhecer o empacotamento que será feito na linha de checkout. Para determinar quantos pacotes deverão ser formados, é preciso saber qual tipo de caixa deverá ser usada em cada um deles e o que colocar dentro de cada uma delas, além de ser indispensável dispor de algoritmo específico e não-trivial. A esmagadora maioria do e-commerce nacional não tem essa sofisticação, no entanto, ele tem sido relativamente poupado dessa complexidade: em geral, mais de 50% dos pedidos têm apenas um item. ICMS e contribuições O valor do frete a cobrar do cliente faz parte da base de cálculo do ICMS na nota fiscal de venda. Além do ICMS, sobre a base de cálculo da nota fiscal incidem as seguintes contribuições: PIS, Cofins e CSLL. Frete a cobrar do cliente Todos esses acréscimos devem ser considerados no cálculo do frete a cobrar do cliente, a menos que a política comercial resolva isentar o cliente dessa despesa. 2.3.Recursos usados pelas grandes lojas para redução do frete a pagar Discriminação de preço – o benefício das grandes lojas Quanto maior a média diária de volumes embarcados, maior o desconto como contrapartida ao ganho de escala. Os grandes embarcadores têm vantagens. Descentralização logística Com intuito de reduzir o tempo de entrega e economizar frete, as grandes lojas contam com armazéns estrategicamente localizados, muito embora isso ocasione aumento do capital de giro em estoque. Internalização do transporte As grandes lojas tendem a internalizar parte do transporte reservando para si a entrega de suas mercadorias para regiões de grande concentração de clientes. “Cubômetro” Trata-se de um dispositivo que, eletronicamente, obtém o peso e o volume de cada pacote. Com ele, há precisão quanto aos dados referenciais para o cálculo do frete. Embora seja suficiente para não ser enganado pela transportadora, esse dispositivo de nada serve para a determinação do frete a cobrar tendo-se como base o frete a pagar. Simulação Pouquíssimas lojas usam a simulação como instrumento para negociação com as transportadoras, assim como não interpretam seus gastos com transportes à luz da distribuição das vendas separando os fatores causais (destino, peso e valor). 2.4.Política de frete no e-commerce As condições comerciais disponíveis aos clientes pelas lojas virtuais ainda estão em estado embrionário no e-commerce. Estamos longe de uma venda personalizada em função das restrições de ordem técnica (desempenho do site e tempo de acesso à base de dados), malgrado todos os esforços nesse sentido. Das muitas variáveis comerciais, apenas o frete, a condição de pagamento, o combo e o prazo de entrega têm sido usadas. Tanto pela incidência como pela escassez de outras variáveis que possam atrair cliente, o valor do frete, combinado com o prazo de entrega, transformou-se num importante fator competitivo. A redução do valor do frete ou mesmo sua gratuidade em função do valor da compra tornaram-se prática comum. Com esse procedimento, a conta de frete tem sido deficitária, ou seja, o frete a pagar tem se tornado maior que o frete a receber. Foi-se o tempo da neutralidade do frete. 2.5.Sensibilidade da demanda ao frete A redução do valor do frete aumenta a receita? Se sim, onde isso ocorre e para qual tipo de mercadoria? Até as grandes lojas têm dificuldade em responder a essas perguntas (elasticidade da receita em relação ao frete). O método mais usadotem sido a experimentação: reduz-se o frete durante determinado prazo para uma região e categoria, repete-se a experiência com frete cheio nas mesmas condições e compara-se o resultado. Essa análise de sensibilidade da receita em relação ao frete é decisiva para a certitude da política de frete, sob pena de perda de margem. A experiência tem mostrado que a redução do valor do frete aumenta a receita, porém o ganho de clientes por esse motivo não tem se mostrado sustentável, ou seja, o cliente tende a um comportamento oportunista. 3.Conclusões A oligopolização das transportadoras do e-commerce responde a necessidades objetivas do mercado; O transporte para e-commerce se distingue do tradicional pelo forte componente de TI, níveis de serviço rigorosos, especialização em grande quantidade de pequenos volumes e grande abrangência da rede logística; O transporte é parte integrante do fluxo do pedido, portanto, deve ser estritamente monitorado pela loja; Embora haja forte tendência à verticalização dos serviços, é quase certo que todas as lojas deverão continuar dependendo das transportadoras; A irregularidade das vendas do e-commerce é fator determinante na formação de preço do transporte; Por limitações tecnológicas e pela sua incidência, o frete continuará sendo uma variável comercial muito importante; A política de frete das lojas, com exceções, ainda tem sido estabelecida sem grande embasamento racional; Tão ou mais importante do que validar as despesas de transporte é conhecer o que deve ser pago quando do fechamento do pedido do cliente; Da tradição de informalidade das transportadoras deriva a falta de padronização das regras de cobrança, trazendo muitas dificuldades operacionais ao embarcador; Para que cada uma das transportadoras possa se pronunciar objetivamente sobre sua capacidade de atendimento em épocas de pico, é necessário conhecer antecipadamente a demanda agregada de seus clientes, o que até o momento não tem sido possível obter. 18 CAPA Gargalos, falta de mão de obra qualificada e logística complexa. Há vários limões na receita do e-commerce brasileiro, mas isso não quer dizer que o negócio seja impossível. Estar na Internet é fundamental para os negócios. Enquanto o crescimento do PIB não chegou nem a 2% no ano passado, o e-commerce brasileiro cresceu aproximadamente 25% em 2012. Isso quer dizer que, dentro do próprio PIB, o e-commerce já representa 1% do bolo. Para 2013, há previsão de uma leve queda, mas o mercado continua quente no mundo online, graças à inclusão de mais internautas, além da expansão das transações móveis. Todavia, entretanto, contudo... Haja espremedor pra fazer limonada. Porque conquistar sucesso – e, principalmente, lucro para manter a operação – exige driblar os muitos obstáculos que pontuam a vida do empreendedor brasileiro. Para ajudar os pequenos e médios a entender todas as oportunidades para crescer, conversamos com três especialistas nessa área: Rubens Branchini, diretor comercial da Eletrônica Santana; Fábio Seixas, fundador da Camiseteria e empreendedor serial; e Ricardo Cabianca, diretor de e-commerce da Sepha. Veja as lições que extraímos desses profissionais experientes. O custo de conseguir destaque com publicidade Nos últimos anos, com a chegada de grandes players cheios de investimentos e sem necessidade de lucrar de início, os leilões do AdWords, o principal meio de publicidade estão altamente inflacionados. Na prática, isso exige que os pequenos invistam seus recursos de forma planejada, inteligente, criativa, inovadora. Segundo Rubens Branchini, da Eletrônica Santana, “se esse investimento não for bem planejado, será um tiro no pé”. Ele tem mais retorno do e-mail marketing do que dos anúncios. “Fato é que hoje o mercado está muito competitivo, além dos grandes, os fabricantes também investem. O resultado é o valor da palavra triplicado, no mínimo”, explica. Num cenário em que grandes como Carrefour, Pernambucanas e Gazin encerraram as operações online, Rubens acredita que planejamento inteligente é a grande solução para quem não está na liderança do mercado. Ricardo Cabianca, da Sepha, completa: “o investimento em mídia está caríssimo. Hoje o mercado de serviços para o e-commerce é gigante. E é preciso ter cuidado, porque oferecem milagres impossíveis sem muito trabalho”, diz. Só para se ter ideia, o custo da cota de patrocínio para o Black Friday brasileiro de 2013 subiu 110%. Fábio Seixas, da Camiseteria, resolveu a questão da publicidade com outra solução: comunidade. Como o site nasceu do investimento de amigos dos fundadores, desde o início tinham uma comunidade em movimento, votando estampas, comprando camisetas graças ao processo de lançamento. E daí para espalhar-se pela rede e conquistar os corações foi um pulo. Número para pensar: conquistar novos clientes pode custar entre três e seis vezes o custo de manter um. Tributação, a grande questão do Brasil Os empreendedores brasileiros são o grande alvo da tributação. No e-commerce, além dos impostos que já são conhecidos pelo varejo tradicional (incidentes sobre pequenos e mÉdios e-commerces: qual É a escada que leva ao crescimenTo? Por Lucia Freitas, para Redação E-Commerce Brasil produtos, folha de pagamentos, contribuições para os diversos fundos), há a grande questão do Protocolo 21. E nisso, informação e orientação são a melhor saída. Tanto Fábio Seixas quanto Ricardo Cabianca estão transferindo seus Centros de Distribuição para Estados diferentes da sede de seus negócios. Sim, já começou a busca por incentivos fiscais no e-commerce brasileiro. Mas, antes de correr atrás disso, é preciso avaliar a sua operação e planejar, como sempre. A história de Fábio Seixas é até divertida: quando começaram a Camiseteria, pequenina, inscreveram-se no Simples Nacional. “Sair do Simples foi um trauma. O negócio quase deixou de ser saudável, precisamos nos mexer para garantir a margem. O CD em Vitória/ES vai compensar exatamente por conta da tributação”, explica. No caso da Sepha, a opção foi por Santa Catarina. “Estamos transferindo o CD para ganhar os incentivos. Mas é preciso muita agilidade para fazer isso”, conta Cabianca. Número para pensar: Quem está em São Paulo tem substituição tributária de 51%. Logística: o calcanhar de Aquiles num país continental No e-commerce, a logística é algo fundamental. E o e-commerce continua a abusar do frete grátis para garantir a clientela. Ricardo Cabianca, da Sepha, é radicalmente contra essa prática: “o custo de entrega é alto, não dá pra segurar frete grátis se ele come a sua margem”, decreta. O mercado está nas mãos dos Correios, o único que tem malha suficiente para atender o Brasil inteiro. Só que os Correios não estão prontos para atender o e-commerce 20 CAPA e suas necessidades específicas. “Em caso de extravio, a empresa leva cinco dias para dar um retorno. Só que o cliente do e-commerce não pode e não vai esperar cinco dias para saber onde está sua encomenda, ele quer na hora”, explica Cabianca. Fábio Seixas, usuário dos Correios desde o início, investiu em pacotes personalizados desde sempre. “Nós criamos experiência: qualidade, conforto, produto. Os pequenos diferenciais são importantes no nosso ramo”, conta. E, hoje, as lojas físicas estão no roadmap da empresa, mantendo a filosofia online. Número para pensar: Os custos logísticos voltaram a crescer no Brasil, segundo o Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos). A rubrica representou 11,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012 – R$ 507 bilhões. Meios de pagamento: custo importante Ricardo Cabianca tocou num ponto importante da operação: o custo do meio de pagamento. “O mercado brasileiro, hoje,é dominado por uma bandeira. As taxas são pesadas e não há concorrência”, diz. Há muitas plataformas de intermediação, segurança, possibilidades infinitas – principalmente com a aprovação dos pagamentos em celulares, ainda não regulamentada pelo Banco Central. Todavia, entretanto, contudo, qualquer pessoa com um mínimo de conhecimento de finanças sabe: ou embute o custo no preço, ou o lucro vai pelo ralo. O conselho? Use sem moderação – e faça uma estrutura de preços inteligente para garantir o seu lucro. Um mercado a caminho do amadurecimento – enfrentando as pedras Que o e-commerce brasileiro está amadurecendo, ninguém duvida. Ao longo de 2013, testemunhamos isso não só aqui na Revista, mas também em todos os eventos do E-Commerce Brasil, que trouxeram grandes números – lindos de se ver! Multicanal é a tendência. E Rubens Branchini, que já vive essa realidade, alerta: o consumidor também é. Ele já chega ao balcão com o preço mais baixo na tela do celular “e a gente tem que estar pronto para atender, ou perde a venda”, conta. Todos os nossos entrevistados têm algo em comum: trabalham muito. Estudam, investigam, planejam, pensam o negócio dentro das suas possibilidades. “No começo da Camiseteria, tivemos um problema por falta de estoque. Isso frustrava o consumidor. Depois, houve excesso de dinheiro empatado em estoque. Com o tempo, a gente fica mais eficiente, desenvolve inovação”, diz Fabio Seixas. E completa: “quem empreende não para de aprender nunca”. Cabianca suspeita que se o Sebrae fizer uma pesquisa específica do e-commerce, semelhante àquela sobre o tempo de vida das empresas, de cada dez apenas uma sobrevive ao primeiro ano. “Não há qualificação profissional, a indústria tem dificuldade em entender o processo eletrônico, temos desafios enormes. E é um mercado fértil, muito fértil”, diz. Com dez anos de experiência nesse negócio, Cabianca forjou uma tese: “a gente não tem planejamento, tem testamento. Testa a si mesmo e ao mercado o tempo todo”, conta. Mesmo assim, pergunte a qualquer um dos três se eles deixam o e-commerce. A resposta será um sonoro não. Porque, apesar de tudo, o negócio vale a pena. 22 BOX dE NOVIdAdES >> AWS Activate – Sua Startup nas Nuvens A Nuvem da Amazon Web Services é um excelente local para iniciar o seu negócio e trazer à tona o seu sonho de empreender. Seguindo este conceito, desenvolvemos o AWS Activate, um programa que consiste em apoiar a sua startup de maneira gratuita, incluindo treinamentos, suporte técnico, créditos utilizáveis na Nuvem da AWS e um novo Fórum direcionado exclusivamente às Startups. Para as Startups é fundamental ter o acesso aos mais avançados recursos tecnológicos que lhes permitam uma rápida escalabilidade. O AWS Activate contribui com estas necessidades e oferece recursos computacionais fundamentais para o sucesso de seu negócio. O programa é organizado em dois pacotes de benefícios proporcionando os mais variados níveis de recursos ajustados às suas necessidades. Além disso, as startups aceitas no AWS Activate podem ter acesso a ofertas exclusivas de parceiros e as mais avançadas e valiosas ferramentas tecnológicas. Acesse agora e conheça outros benefícios sobre o AWS Activate: http://aws. amazon.com/pt/activate/. >> Precisando controlar seu Fluxo de Caixa e não ser supreendido com Chargebacks? A MundiPagg comprou esta briga com você! O chargeback é uma ação tomada pelo portador do cartão, quando o mesmo não reconhece determinada compra em sua fatura, porém quem sofre o prejuízo desta ação é o fluxo de caixa do seu e-commerce. Com o objetivo de auxiliar nossos clientes neste controle, a MundiPagg desenvolveu uma plataforma de Conciliação Financeira. Agora é possível acompanhar de forma completa todo o fluxo de pagamento da transação, desde o momento da captura até que o dinheiro esteja realmente na sua conta. Nossa solução traz também total controle sobre as taxas aplicadas pelas adquirentes nas transações a vista, parceladas e inclusive nas antecipações. Através deste acompanhamento detalhado é possível não só planejar e controlar as movimentações financeiras do seu e-commerce, mas também identificar pedidos que tenham sofrido um chargeback. >> Novo preço para TrayCommerce da Locaweb Agora a loja virtual da Locaweb tem planos a partir de R$ 79. Preparadas para atender as necessidades de todos os projetos, independente do tamanho e estágio de maturidade, as lojas Locaweb são escaláveis e estão disponíveis em 4 planos. Com painel de administração fácil e intuitivo, não exige conhecimentos técnicos, e ainda pode ser personalizada através de templates, banners e edição do CSS. Integradas com Facebook, Mercado Livre e Google para aumentar a visibilidade desde o momento da publicação. Confira todas as vantagens: locaweb.com.br/lojavirtual >> Controle total para o seu e-commerce E-commerce com segurança, facilidade e controle para empresas de todos os portes. Criado para empresas que buscam implantar ou intensificar suas vendas online, a solução incorpora a conciliação das vendas, independente se foram realizadas via loja virtual ou física. a|s Way to Pay da Accesstage é a única solução que realiza também a conciliação financeira, indicando possíveis divergências em taxas e valores recebidos dos bancos e adquirentes. Assim é o Way to Pay: um completo caminho para pagamentos. Múltiplos Meios de Pagamentos; Múltiplos Canais; Gestão 360º das vendas realizadas (físicas e online); Conciliação Ponta a Ponta de todas as vendas; Segurança nas Transações e Portal Gerencial. >> Venda por assinatura no e-commerce O Kanlo, plataforma de e-commerce de alta performance, lançou uma atualização em seu software para atender varejistas que trabalham com vendas por assinatura. Vendas recorrentes no e-commerce têm se tornado cada vez mais comum com produtos que têm alta taxa de recompra como, por exemplo, bebidas e rações. Com esta ferramenta, o lojista pode estabelecer um ou diversos valores fixos para que o cliente escolha pagar todo mês e envia um único produto ou, até mesmo, poderá diversificar os produtos a serem enviados, caso esta for a estratégia da loja. A geração mensal dos pedidos e a cobrança no cartão de crédito do cliente será automática pela plataforma. >> Nova Virtual Target chega para facilitar campanhas de e-mail marketing Para oferecer uma experiência cada vez melhor aos clientes, a Serasa Experian Marketing Services apresenta a nova Virtual Target. A plataforma de envio e gestão de e-mail marketing foi totalmente reformulada. Agora, com uma interface moderna e muito mais intuitiva, conta com diversos recursos para personalização das mensagens que, combinados à hora certa de falar com o público-alvo, fazem com que a comunicação ganhe muito mais relevância. “A nova Virtual Target está ainda mais eficiente. Nós atendemos clientes que fazem disparos grandes e frequentes, como a Saraiva, Infoglobo e Le Postiche, e todos eles já alcançaram resultados importantes de entrega, cliques, aumento de tráfego e vendas. Com a nova plataforma, queremos alcançar a excelência e oferecer ao mercado um novo jeito de fazer e-mail marketing”, afirma Juliana Azuma, superintendente de Marketing Services da Serasa Experian e responsável pela Virtual Target. >> Lança Perfume estreia novo canal de e-commerce com a Infracommerce A Lança Perfume entra com força no mercado fashion online para lançar seus produtos neste novo canal. A plataforma, logística, call center, produção de conteúdo, marketing digital, ou seja, todo serviço full service para e-commerce escolhido utiliza as tecnologias e o gerenciamento infracommerce. “Nosso foco é tornar a marca reconhecida no mercado online e, principalmente, entregar os melhores resultadospara nosso cliente.”, explica Luiz Pavão, Diretor de Operações da infracommerce. Um grande diferencial para a nova loja online é a possibilidade que o internauta tem em comprar um look completo, sugerido pela marca. Além disso, o usuário tem a possibilidade de assistir um vídeo catwalk, ou seja, quando a modelo desfila, para visualizar cada detalhe da peça. “Nossa experiência no segmento de moda mostra que os vídeos ajudam significativamente no aumento de conversão.”, complementa Pavão. >> Com o lançamento do Email Marketing All In, Locaweb visa atender novos segmentos do mercado No final do primeiro semestre de 2013, a Locaweb, líder em Hosting e Infrastructure Services no Brasil e América Latina, anunciou a compra da All In. Com a aquisição da plataforma especializada no envio de campanhas de e-mail marketing para os maiores nomes do e-commerce nacional, os clientes da Locaweb passam a ter acesso facilitado aos serviços de alta performance oferecidos pela All In. Entre eles estão: disparos baseados em comportamento de navegação, abandono de carrinho e ciclo de vida; e-mails transacionais; envios automáticos e consultoria especializada em entregabilidade, além dos recursos fundamentais para o sucesso do negócio. Para quem já é cliente da All In, a qualidade dos serviços e do atendimento continua a mesma, o que muda é que agora os clientes podem contar com toda a expertise da Locaweb, sempre à frente quando o assunto é avanço tecnológico e infraestrutura. >> ClearSale preparada para o Natal! A cada ano as vendas online na época do Natal aumentam, e com isso aumentam também as expectativas de quem usa a internet para comprar seus presentes. Por isso, as lojas virtuais devem estar preparadas para atender a alta demanda de pedidos, levando em conta a exposição da marca, a importância da agilidade nos processos logísticos de entrega e, principalmente a segurança! A ClearSale está preparada para fazer a análise de risco no Natal e possui soluções que garantem a segurança dos bons compradores. Este ano lançamos a ferramenta de análise antifraude Start, focada no cliente com baixo volume de pedidos ou em começo de operação. Baseada em cobrança por transação, a solução permite ao usuário o gerenciamento online de pedidos; consulta online de extrato; relatórios de indicadores; diagnósticos da compra, vinculados aos dados do pedido e informações cadastrais. Prepare-se para vender muito e com mais segurança! >> Posthaus adota solução de personalização da Chaordic Como parte da sua estratégia online para 2013, o Posthaus se diferencia e passa a apresentar as suas ofertas de forma personalizada para cada consumidor. Identificando o comportamento dos usuários através de dados de navegação e compra, a Chaordic irá apresentar os produtos mais relevantes para as pessoas certas, no momento certo. “A Chaordic sempre demonstrou muito profissionalismo durante todo o processo de integração e testes. É uma empresa séria e voltada a ajudar os e-commerces a encontrar os melhores resultados.”, afirma Taísa Bornhofen, Diretora Comercial do Posthaus.com >> MercadoPago lança nova página para desenvolvedores O MercadoPago, plataforma de pagamentos online do MercadoLivre e maior da América Latina, lança nova versão de sua plataforma online dedicada aos desenvolvedores. Com mais informações e interatividade, a página developers.mercadopago. com é voltada para a disseminação do conhecimento das formas de como integrar MercadoPago, SDKs, módulos de e-commerce, API e orientações sobre como personalizar a forma de receber os pagamentos e sincronizar a informação com os softwares de vendas para o comércio eletrônico. O traz uma série de novas ferramentas, como o Sandbox, um ambiente de teste que oferece aos desenvolvedores tranquilidade para realizar vários testes com pagamentos fictícios. Disponível em três idiomas – português, inglês e espanhol –, o site developers. mercadopago.com ainda disponibiliza toda a documentação das API’s públicas de MercadoPago e um fórum para discussão entre os desenvolvedores, atualizado diariamente pela equipe de developers do MercadoPago Brasil. >> Aumente seu faturamento com o Certificado SSL Site Seguro Certisign Investir na proteção de dados do seu e-commerce pode ser um divisor entre pesquisas de preços e compras efetivas. A Giuliana Flores, maior floricultura on-line do país, adotou criptografia e, com isso, aumentou o número de pedidos na loja virtual. A solução utilizada foi o Certificado Digital SSL Site Seguro Certisign, que garante um ambiente seguro e confiável aos visitantes da loja virtual e a garantia de que estão realmente acessando um site “original” e não a uma cópia. A inserção do Site Seguro Certisign, somada a outras ações, reduziu a taxa de abandono de carrinho em 20% e aumentou em cerca de 35% a receita mensal. “Oferecer um ambiente seguro para o cliente faz toda a diferença e é um fator decisório no momento da compra. Sem contar, que adiciona valor a nossa marca, pois expõe nossa preocupação com os dados do cliente”, explica Juliano Souza, Gerente de Marketing da Giuliana Flores. As lojas virtuais norte-americanas têm taxas de conversão de 3 a 5 vezes mais altas do que as brasileiras. Isso nada tem a ver com o desenvolvimento da economia, mas com o amadurecimento dos lojistas que investem em melhorias na usabilidade da loja. Enquanto os lojistas brasileiros estão desesperados atrás de receitas mágicas para o aumento da conversão (alterando cores de botão quase como se fosse simpatia pra aumentar as vendas), os norte-americanos estão testando e alterando landing pages o tempo todo em busca de resultados mais eficientes nas vendas. É muito comum encontrarmos uma enorme procura por conteúdos na Internet do tipo “10 passos pra ter uma loja de sucesso” ou então “Aumente suas vendas em até 7 dias”. De fato, esse tipo de conteúdo é importante para quem está iniciando e realmente pode ajudar, mas a grande verdade é que não existem atalhos para o sucesso, o melhor caminho é testar, testar e testar. Recentemente estive no Canadá, onde me encontrei com especialistas em aumento de conversão, como Jason Billingsley (fundador da Flip Retail) e Chris Goward (fundador da WiderFunnel e autor do livro “You Should Test That!”), para entender melhor o processo que eles utilizam e o quão maduro é o mercado virtual norte-americano comparado ao brasileiro. Alguns fatores ficaram bem claros e mostraram que o gap entre os dois mercados ainda é bem grande: Conhecimento Os lojistas norte-americanos sabem que para aumentar a conversão de uma loja é preciso ter habilidades específicas em diferentes áreas, como estatística, usabilidade, redação, SEO, marketing etc., além de terem consciência de que, muitas vezes, não são capazes de realizar testes e analisar resultados de forma satisfatória dentro de casa, por isso contratam empresas com essa competência para aumentarem a conversão. Enquanto isso, a maioria dos lojistas brasileiros não realiza qualquer tipo de teste, simplesmente aplica mudanças baseadas apenas em instinto ou copia algo que viu no site concorrente, gastando todo o investimento mensal disponível em ações focadas em trazer novos clientes para a loja sem cuidar do que esses novos clientes encontrarão, jogando as taxas de conversão para baixo. Métricas Os gestores das lojas que mais convertem estão habituados a tomarem decisões de usabilidade baseados em diferentes métricas. Sendo generalista, ouso afirmar que no Brasil há apenas duas métricas para as quais os lojistas se atentam - taxa de conversão e ROI -, e baseiam todo o esforço em aprimorar a loja usando somente esses dois dados como referência. O problema é que, muitas vezes, apenas observando as variações da taxa de conversão edo ROI, não aprimoramos a loja onde ela realmente precisa. Por exemplo, se após a mudança da página de produto não observarmos nenhuma mudança significativa na taxa de conversão, podemos concluir que a mudança não surtiu efeito na navegação, por isso é importante observar todas as métricas possíveis. Nesse caso, o tempo de decisão do usuário também é uma métrica que deve ser analisada, assim como a quantidade de páginas visitadas. Você já reparou se o tempo que o cliente leva para decidir comprar um produto de sua loja está diretamente Diego Jusinskas Especialista em user Experience da VTEX diego.jusinskas@vtex.com.br Brasil X amÉrica do norTe: um Breve comparaTivo dos mercados e o comporTamenTo dos GesTores de e-commerce 24 gESTÃO relacionado ao volume de trocas e devoluções? Essa relação pode indicar falta de informações sobre o produto ou problemas na estrutura da página. Nesse caso, esse é um dado tão importante quanto a taxa de conversão. Tipos de teste Enquanto por aqui ainda estamos falando de Teste A/B (e nem sempre realizando), eles já estão realizando o que chamam de Multi-page test. Esse tipo de teste trabalha com a ideia de que origens de tráfego diferentes trazem clientes diferentes, que está habituados com tipos de navegação distintos. Esses testes não mostram apenas qual página funciona melhor, mas quais páginas são melhores na sequência de outras, ou seja, eles testam diferentes tipos de página de categoria, com diferentes páginas de produto e diferentes estilos de carrinho. Ao rodar o Multi-page test, eles sabem que o melhor caminho para conversão é usar a página de categoria “A” e na sequência exibir a página de produto “C”, seguido do modelo de carrinho “B”. Exemplo: Dessa forma, eles sabem a sequência de páginas que geram maior conversão caso a caso, pois nem sempre uma estrutura de página de detalhes de uma xícara vai converter tão bem quando apresentarmos um smartphone ou uma calça jeans. O cenário atual do e-commerce brasileiro deve se desenvolver muito mais rápido quando passarmos a encarar a otimização da loja de forma mais séria e usarmos as diversas ferramentas de testes e web analytics disponíveis, somadas ao conhecimento do mercado local para evoluirmos nossas lojas baseados em dados concretos e conhecimento agregado. CATEGORIA PRODUTO CARRINHO A C BB C B A A C 26 SEARCh À medida que empresas de comércio eletrônico crescem, elas acham que podem superar a sua plataforma original de e-commerce. Mas implementar soluções premium, tais como pesquisa avançada dentro do site, pode ajudar as empresas a adiar ou a evitar a reformulação completa de plataformas, ou ao menos atrasar a mudança, dando às equipes de e-commerce mais tempo para explorar diferentes plataformas e fazer a melhor escolha possível. As empresas escolhem mudar de plataformas por varias razões. Elas podem ter esgotado os recursos oferecidos pela plataforma atual, ou desejam ter uma divulgação melhor ou aprimorar a experiência do cliente no site, tornando o uso do site mais fácil ao eliminar tecnologias mais antigas e pesadas. Apesar de a mudança de plataforma parecer a solução mágica, nem sempre esse é o caso. Trata-se de um grande empreendimento, que não inclui apenas o custo, mas o tempo de implementação, treinamento e suporte pós- compra. Por fim, pense no seu SEO - se a estrutura do site é alterada durante a reformulação da plataforma, a perda dessas páginas pode afetar seriamente o seu tráfego de busca orgânica. É por isso que é tão importante olhar para todas as opções disponíveis. Muitas empresas de e-commerce acreditam que uma maneira de reduzir esses problemas é fazer uso de add-ons de terceiros que melhoram as capacidades da plataforma atual. Soluções como uma busca interna avançada podem trazer recursos de mídia mais sofisticados, como as regras de tuning, navegação facetada e refinamentos, banners, landing pages dedicadas a um determinado resultado de busca e muito mais. Se usadas de forma permanente, essas ferramentas podem ajudar a amenizar as deficiências de uma plataforma de e-commerce de forma permanente, ou, se usadas temporariamente, faz com que a equipe ganhe tempo para avaliar cuidadosamente a melhor plataforma, em vez de mudarem rapidamente para resolver uma necessidade urgente. Por exemplo, a Lakeshore Learning, que vende brinquedos e materiais educativos, tem implementado navegação facetada em seu site de e-commerce, permitindo que os visitantes do site possam rapidamente refinar sua pesquina em uma variedade de produtos dentro de uma categoria ou resultado de pesquisa definido por atributos- chave, tais como idade, série ou preço. Esses aspectos podem ser baseados em características comuns que os usuários preferem ou em atributos que o próprio cliente demanda, como os produtos mais vendidos ou com melhor avaliação de outros clientes. Algumas ferramentas de busca interna mais antigas não suportam navegação facetada. Sam Sarullo, vice- presidente de comércio eletrônico da Lakeshore Learning, disse é que por causa de recursos como navegação facetada e outros que eles têm sido capazes de evitar as reformulações de plataforma.”Atualizar a plataforma não Shaun Ryan CEO e Co-Founder da SlI Systems bizdev@sli-systems.com eu realmenTe preciso reformular a minHa plaTaforma? é obrigatório para melhorar a experiência de busca no site”, diz Sarullo. Lakeshore Learning tem lojas físicas e online, e entre seus clientes estão professores e pais, além de canais B2B como os distritos escolares. Através da flexibilidade de suas soluções avançadas de busca do site, eles têm adaptado a experiência de compra para vários tipos de clientes, por exemplo, a criação de landing pages com conteúdo personalizado para várias fontes de tráfego ou tipos de clientes. Além de adicionar uma funcionalidade de merchandising mais rica, a seleção de uma solução de pesquisa mais avançada para busca e navegação pode agilizar a gestão e a organização dos produtos e criar uma experiência unificada em toda a navegação no site, a apresentação do produto, o conteúdo além do produto, e uma experiência única ao usuário final. As melhores soluções de busca do site vão oferecer um console de merchandising que é flexível e amigável ao usuário, permitindo que os comerciantes controlem mais facilmente e gerenciem as mudanças a vários elementos de uma página de resultados de busca, em vez de apenas confiar na equipe técnica. Ao considerar a solução de busca ideal, você também deve pesar se ela cria automaticamente landing pages rastreáveis e otimizadas para a busca de palavras-chave populares, de forma a direcionar tráfego através de SEO. Soluções de busca no site não vão resolver todos os problemas de SEO, mas podem ser uma ferramenta forte para complementar seus programas otimização de mecanismos de busca. Além disso, ter páginas SEO- friendly independentes de sua plataforma significa que, quando (e se) você fizer as mudanças de plataforma, o SEO não será tão afetado quando essas páginas forem removidas. A caixa de pesquisa é uma ferramenta poderosa para entender a intenção dos visitantes no seu site. Aproveitar- se das informações valiosas dos clientes a partir de suas pesquisas pode capacitar os comerciantes a oferecer os melhores produtos, promoções e merchandising que irão conduzir conversões e vendas. Com ferramentas valiosas à sua disposição, fica claro que a resposta de mudar de plataforma não é tão simples e preto-no-branco. Com a ajuda de soluções de pesquisa avançadas que lhe permitem compreender e antecipar as necessidades de seus clientes, você pode criar um site mais coeso, que não só cumpre as metas financeiras do negócio, mas proporciona uma experiênciade compra unificada e rica, da qual os visitantes poderão desfrutar agora e no futuro. 28 MARkETPlACE markeTplace: o fuTuro dos varejisTas Quatro meses após seu lançamento na web em 2005, o Estante Virtual, principal marketplace de sebos do Brasil já reunia em seu acervo dois milhões de livros de várias regiões do país. Hoje, o site tem uma média de 50 mil visitas diárias e vende um livro a cada 5 segundos. Além dos livros, outro segmento que cresceu foi o de artesanato personalizado. Elo 7 e Airu são boas experiências de marketplaces que reúnem produtos criativos e uma boa gestão de e-commerce. Ambas já têm recebido investimentos de empresas de fora do Brasil. Depois da explosão dos marketplaces de nicho, agora é a vez de os grandes varejistas migrarem para esse modelo de e-commerce. Em abril, a empresa Nova Pontocom lançou o Extra.com.br com um catálogo de 200 mil itens. Para lançar a plataforma, a empresa avaliou as melhores práticas mundiais do segmento e adaptou ao mercado brasileiro. Durante o processo, descobriu que o formato, além de aumentar as oportunidades de vendas aos lojistas devido ao elevado fluxo de clientes e credibilidade da marca, contribui para a exigência do padrão de qualidade dos produtos e serviços oferecidos. O resultado é satisfatório. No Extra.com.br, é possível encontrar produtos diversos, desde alimentos e bebidas até artigos para carro, passagens aéreas, vestuário, games e computadores. A plataforma tem opções bastante interessantes, como separação de produtos por temas ou categorias, como Dia das crianças, listas prontas para compras do mês, vídeos que ensinam como funciona o fluxo de compra e de entrega, integração no pagamento com os cartões da rede Grupo Pão de Açúcar, e também interage com o cliente através dos botões “eu amo”, “eu quero” e “eu tenho” abaixo de cada produto. Seguindo a tendência dos concorrentes, o Walmart também pretende ampliar seu catálogo de produtos com fornecedores nacionais e importados de áreas em crescimento, como bebês, utilidades domésticas, pet, vestuário e e-books. A “migração” dos grandes varejistas para o e-commerce não é infundada. Segundo o último levantamento do e-bit, os marketplaces brasileiros movimentaram em 2012 um GMV (Gross Merchandise Volume) de R$ 6,5 bilhões, equivalente a 29% do comércio online tradicional. Não é à toa que a Amazon está de olho nesse potencial brasileiro. Com apenas 13 mil títulos de livros e e-books Alice Wakai Bacharel em Jornalismo pela unesp e Redatora do Moip alice.pinha@moip.com.br em português na sua estréia, agora a gigante norte- americana já comercializa os Kindle básicos e as versões Paperwhite Wi-Fi e 3G grátis. Com isso, a Amazon elege o Brasil como seu primeiro representante na América do Sul e coloca o país ao lado de economias emergentes importantes para o e-commerce, como China, Índia, Japão, México e Europa. Marketplaces potencializam novos consumidores no Brasil Tanta agitação no mercado eletrônico no Brasil pode ser em parte justificada pelo aumento do poder aquisitivo das classes C e D. Pesquisas recentes que traçam o perfil dos consumidores no país apontam que essas classes possuem uma capacidade de consumo de mais de R$ 1 trilhão, representando 58% dos consumidores que fizeram sua primeira compra online este ano. Paralelamente a esse cenário, vemos o crescimento dos brasileiros com acesso à Internet. No primeiro trimestre de 2013, somamos 105 milhões de pessoas conectadas, segundo dados do Ibope Media. “Se do lado do consumidor crescem as classes emergentes, do lado dos lojistas surge o desafio de explorar esse novo consumo. A infinidade de opções de lojas online, no entanto, faz com que as pequenas empresas pensem cada vez mais no marketplace como meio de se tornarem referências e ganharem mais competitividade”, diz o gerente de produtos do Moip, Caio Braga. Além da vantagem de se hospedarem em uma plataforma já consolidada no mundo online, aumentando a visibilidade nas buscas orgânicas, vendedores que estão começando podem contar com serviços como consultoria de marketing, ferramentas úteis como controle de estoque, parceria com meios de pagamento e outros benefícios oferecidos pelos próprios marketplaces. Além disso, por estarem em um marketplace, os consumidores podem ser “captados” por cross-selling durante a navegação ou no checkout. Para quem acaba de entrar no mundo do comércio eletrônico, vale a pena ficar atento a essas tendências. Escolher entre investir em uma loja virtual ou entrar para um marketplace, nesse momento, pode determinar o sucesso do seu negócio. 30 CASE um e-commerce para pais e filHos (de quaTro paTas!) A relação de carinho do homem com os animais domésticos data de tempos remotos: lá no início da atividade agrícola – cerca de 11 mil anos atrás. Cientistas acreditam que, com o excedente de comida proporcionado pela nova atividade, o ser humano passou a alimentar animais que rondavam as suas propriedades. Os animais, ao encontrarem alimento fácil, ficavam pelas proximidades e acabavam por desenvolver um instinto protetor, tanto para com o local, como com quem os alimentava. Com o passar do tempo, essa relação foi ficando cada vez mais intensa. Muitos animais foram trazidos para dentro de casa e criados como membros da família, recebendo o mesmo carinho, respeito e cuidado dispensado a qualquer outro familiar. E foi com base nessa relação afetiva que o advogado George Graham Vest fez a defesa de um dos casos judiciais mais conhecidos nos Estados Unidos, no qual um fazendeiro processou seu vizinho por assassinar Old Drum, seu cachorro. No dia 23 de setembro de 1870, Vest cunhou a frase que, mais tarde, ficaria conhecida no mundo todo: “o cão é o melhor amigo do homem”. Quase 150 anos já se passaram desde o julgamento, e a frase do advogado é cada vez mais atual - o ser humano não mede esforços (e nem dinheiro!) para cuidar, proteger e até mimar seus amiguinhos de quatro patas. Segundo dados da Associação Amigo Animal, o Brasil é o terceiro maior mercado mundial de animais de pequeno porte e movimenta R$ 14 bilhões por ano. A Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) divulgou que no ano de 2012 o faturamento do setor respondeu por 0,32% do PIB brasileiro. De olho nesse mercado promissor, a DogBox surgiu como uma forma prática e cômoda de os ‘pais de filhos de quatro patas’, como a empresa se refere aos donos dos pets, oferecerem as últimas novidades do mercado aos seus melhores amigos. Diferente dos inúmeros pet shops online que habitam o e-commerce brasileiro, a DogBox investiu no modelo de assinaturas, que já tem representantes no mercado em outros setores, como moda, beleza e chocolates. É a primeira vez por aqui que um clube de assinaturas não tem como público-alvo final quem realiza a compra, o que faz da DogBox pioneira no setor. Desde o começo, a intenção era criar um clube de assinaturas, modelo de negócio que começou a despontar no e-commerce brasileiro por volta de 2010. Além do desafio de trabalhar com algo inovador dentro do mercado pet online, esse modelo tem outras vantagens claras: reduz o estoque a quase zero e o fluxo de caixa existe a médio prazo. Com um planejamento mensal detalhado, a empresa não tem a necessidade de manter produtos em estoque, sendo assim, ela elimina um processo do e-commerce tradicional - tanto de espaço, quanto de mão de obra Por Mariana Anselmo, para Redação E-Commerce Brasil 32 CASE e de inteligência. Isso acaba por baratear o processo operacional da empresa. E como o clube de assinatura trabalha com demanda, adquirindo apenas a quantidade de produtos de acordo com as assinaturas previamente
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