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Histórico.Conceito.Fontes (2)

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FORMAÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO DO TRABALHO
Estado Absoluto: Servidão. Artesão. Corporações de ofício. Classe de Companheiros;
Estado Liberal: Revolução Francesa (1789)- liberdade, igualdade e fraternidade. Direitos de 1º dimensão ou geração absolutos. Trabalhos de forma individualizada (fim das corporações de ofício). Revolução Industrial (surge o chamado Processo de Urbanização). Liberdade de contratação. Migração do campo para as Cidades. Estado mero espectador. Não havia normas de proteção aos trabalhadores. Exploração da mão de obra de mulheres e crianças. Revoluções sociais dos trabalhadores. Apoio da Igreja Católica. Sistema Normativo Positivista.
Estado Social: direitos de 2ª (igualdade) e 3ª dimensão (fraternidade). Direitos dos trabalhadores. Direitos fundamentais. Dignidade da pessoa humana. 
Guerras Mundiais (1º e 2º): Tratado de Versalhes – Criação da OIT - (1919). ONU (1945) – Declaração Universal dos Direitos Humanos e Pactos civis e políticos, e econômicos, sociais e culturais. 
Sistema de Produção: Taylorismo. Fordismo. Toyotismo.
No Brasil: Economia Agrária e Artesã. Leis Rurais (1903 e 1909). 
Em 1932 foram criadas a Justas de Conciliação e Julgamento e as Comissões Mistas de Conciliação (Representação Classista). As Constituições de 1934 e de 1937 referiram-se a existência de uma Justiça do Trabalho, mas não a estruturaram. Justiça do Trabalho no Brasilfoi instituída por Decreto-lei nº 1.237 de 1939 (Era de Getúlio Vargas); instalada as Varas do Trabalho 1941; em 01 de maio de 1943 foi criada a CLT; em 1946 a Justiça do Trabalho passou a integrar o Pode Judiciário. Sistema Classista. EC 24/99 extinguiu o sistema classista, apenas juízes togados, e criou novos órgãos da JT: TST, TRT e juízes do trabalho. 
Segundo Américo Plá Rodriguez: “Historicamente, o Direito do Trabalho surgiu como consequência de que a liberdade de contrato entre pessoas com poder e capacidade econômica desiguais conduzia a diferentes formas de exploração; inclusive as mais abusivas e iníquas.”
	
	*** O Direito do Trabalho é um ramo do Direito Privado; é uma relação entre particulares, em que preponderam relações próprias à sociedade.
	 O Direito do Trabalho é um ramo do direito que integra o sistema jurídico. Tem na relação de emprego sua categoria básica, a partir da qual se constituem os princípios, regras e institutos essenciais e próprios de sua sistemática específica.
FONTES DO DIREITO DO TRABALHO
- As Fontes são classificadas em: Fontes Materiais e Fontes Formais
	Fontes Materiais: momento pré-jurídico; representamomento anterior à norma jurídica; inspira a formação da norma jurídica. Fatores históricos, econômicos, sociais, políticos e filosóficos.
	Fontes Formais: momento eminentemente jurídico; é a norma já materializada, construída e positivada. Centro de positivação das fontes formais - há 2 Teorias:
1ª Teoria Monista: positivista- Teoria Pura de Hans Kelsen. Centro de positivação da norma é o Estado, só ele cria direitos. 
2º Teoria Dualista: moderna. Há mais de um centro de positivação. O Estado é o principal, mas além dele temos a própria sociedade que pode criar normas.
- As Normas são classificadas em: Normas Heterônomas e Normas Autônomas
Normas heterônomas: não há participação imediata dos destinatários principais. É imposta pelo Estado.
Normas Autônomas: são produzidas pelos interessados de forma imediata. Não é estatal.
Espécies de Fontes Formais Heterônomas: 
Constituição Federal: é a principal fonte forma. Princípio da racionalização dogmática (Princípios da Supremacia da CF, da compatibilidade vertical, e do fundamento de validade). CLT de 1943 (lei ordinária) e a CF de 1988 – Teoria da Recepção;
Lei e Medida Provisória:MP matérias de relevância e urgência (CF, 62);
Tratados e Convenções Internacionais:OIT. Regra, natureza de lei ordinária. Quando tratar de matéria de direitos humanos terá status supralegal, Conforme STF, e se forma aprovada com o mesmoKorum de EC terá status constitucional. 
Regulamentos e Decretos: compete ao Presidente da República, para fiel execução ou cumprimento das leis;
Portarias, avisos, instruções e circulares:regra, não são fontes formais porque restringem-se a empregados de determinada empresa; não é genérica e impessoal. Em certos casos portarias ganham status de fonte formal, como é o caso das portarias do MT (saúde e segurança do trabalho);
Sentença Normativa:criam direitos e novas condições de trabalho, são normas gerais, abstratas e impessoais. Tem corpo de sentença e alma de lei. 
Espécies de Fontes Formais Autônomas:
Convenção Coletiva de Trabalho e Acordos Coletivos de Trabalho (CLT, 611): Obrigatória a participação do sindicato nas negociações coletivas na representação da categoria profissional (CF, 8º). 
As cláusulas previstas nas negociações coletivas aderem de forma permanente e definitiva os contratos de trabalho? 3 Teorias: 
1º Teoria da Aderência Ilimitada (minoritária); 
2º Teoria da Aderência Limitada;
3º Teoria da Aderência Limitada por Revogação (Teoria da Ultratividade, súmula 277 do C. TST).
Contrato Coletivo de Trabalho: uma 3º espécie de negociação coletiva, mais vasto e independente do que a CCT e a ACT (além das categorias profissional e econômica). Não há regulamentação.
Usos e Costumes: Uso – não é fonte formal- prática habitual realizada durante a relação contratual, voltada apenas às partes contratantes, efeitos delimitados; Costume – é fonte formal – prática habitual adotada em um contexto mais amplo na empresa, categoria, região, são condutas gerais, impessoais aplicáveis de formaabstrata a todos os trabalhadores, ex.art.460 da CLT- salários supletivos. No Direito do Trabalho ambos são tidos como normas subsidiárias (CLT, 8º). Aplica-se no direito do trabalho costumes que sejam contra legemdesde que mais favoráveis do que norma e desde que não violem normas proibitivas;
Fontes Especiais Formais (Há dubialidade sobre a classificação do instituto, se autônoma ou heterônoma). 
Laudo Arbitral e Regulamento empresarial (ambas são específica do Direito do Trabalho) Laudo é norma heterônoma, produzida por 3º; Regulamento não é fonte formal, porquanto é produzida de forma unilateral e voluntária pelo empregador, integra o contrato de trabalho de forma definitiva;
As demais são comum a todos os demais ramos do direito:
Jurisprudência:1 º corrente diz que não é fonte normativa; 2º corrente moderna é fonte normativa, cria lei do caso concreto;
Doutrina: Não é forte normativa. Auxiliam na compreensão do sistema jurídico, e na aplicação concreta do direito;
Princípios: é norma jurídica;
Equidade: não é fonte normativa. Auxilia o interprete da norma a aplicar as normas geral e abstrata ao caso concreto, a concluir a decisão judicial;
Analogia: não é fonte normativa. Lacunas normativas. Mecanismo de integração jurídica e de pesquisa;
Cláusulas contratuais:Não são fontes normativas. São específicas, concretas e pessoais, envolve apenas os contratantes. São obrigações e direitos específicos e não regras jurídicas.
Art. 8º da CLT - As autoridades administrativas e a Justiça do Trabalho, na falta de disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela jurisprudência, por analogia, por equidade e outros princípios e normas gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse público.
Parágrafo único - O direito comum será fonte subsidiária do direito do trabalho, naquilo em que não for incompatível com os princípios fundamentais deste.(obs. Essa parte final não existe mais com a nova lei da reforma trabalhista).
HIERARQUIA DAS NORMAS JURÍDICAS
No Direito Comum: sistema rígido e inflexível. Intensidade da norma. Há uma verticalidade fundamentadora entre os diplomas normativos. Um diploma encontra respaldo e fundamento naquele que lhe é superior. Supremacia da CF. TeoriaClássica de Hans Kelsen. Existe um escalonamento jurídico. 
Ordem: 1º CF, 2º EC, 3º LC, LO, LD, MP, 4º Decretos e Regulamentos.
No Direito do Trabalho: há uma hierarquia específica.Sistema dinâmico e flexível. Não é o critério hierárquico e de intensidade da norma que prevalece, mas a norma mais favorável (princípio da norma ais favorável). Não se fala no Direito do Trabalho em hierarquia de diplomas normativos (leis em sentido material), mas em hierarquia de normas jurídicas (heterônomas e autônomas). 
Ordem: 1º normas heterônomas (CF, CLT, direitos indisponíveis, etc.), 2º normas autônomas (CCT, ACT, sentenças normativas, etc.), 3º contrato individual de trabalho (cláusulas contratuais). Essa ordem ela é mutável, uma vez que se aplica o princípio da normas mais favorável. Contudo, deve ser observada as normas proibitivas impostas pelo Estado.
Teoria da Acumulação; Teoria Intermediária; Teoria do Conglobamento (CLT, 620).

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