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PRESSÃO VENOSA CENTRAL (PVC) GIDELSON GABRIEL GOMES Caruaru 2017 PRESSÃO VENOSA CENTRAL “A Pressão Venosa Central (PVC) é a medida da pressão sanguínea nas grandes veias de retorno ao átrio direito ou a pressão de enchimento do ventrículo direito. Representa a medida da capacidade relativa do coração em bombear o sangue venoso”. (GOMES, 2005) “A PVC, a pressão na veia cava ou átrio direito, é usada para avaliar a função ventricular direita e o retorno do sangue para o lado direito do coração. (BRUNNER, 2005) PRESSÃO VENOSA CENTRAL Indicações -Choque -Lesão pulmonar ou SDRA -Insuficiência renal aguda -Sepse grave -Paciente com alto risco cirúrgico -Cirurgia de grande porte Contra-indicações -Obstrução de veia cava superior -Trombose venosa profunda em membros superiores -Infecção, queimadura ou limitação anatômica no local de acesso Complicações associadas à cateterização venosa central Hematoma; Sangramento durante e após punção; Pneumotórax; Complicações tromboembólicas; Embolia gasosa; Perfuração de câmaras cardíacas; MENSURAÇÃO DA PVC Para a mensuração da PVC, é necessário o posicionamento de um cateter em veia central (veia cava superior), comumente utilizando-se de punção percutânea de veia jugular interna ou veia subclávia. MENSURAÇÃO DA PVC Manômetro de água graduado em cm; Transdutor eletrônico calibrado em mmHg. Espera-se que haja oscilação da coluna d'água ou do gráfico no monitor, acompanhando os movimentos respiratórios do paciente. “O método de mensuração da PVC com coluna de água, devido à sua extrema simplicidade e baixo custo, é bastante popular e largamente utilizado, dispensando transdutores eletrônicos sofisticados.” (MARINO, 2008) MATERIAL NECESSÁRIO 01 equipo de PVC; 01 frasco de solução fisiológica; Suporte de soro; Fita adesiva ou esparadrapo; Régua de nível. “ZERO” DE REFERÊNCIA DA PVC Eixo Flebostático Linha axilar média 8 MONTAGEM DO SISTEMA DE COLUNA D’ÁGUA Separar o material e levar até o paciente. Abrir o equipo e conectar à solução fisiológica, retirando todo o ar do sistema (das duas vias). Colocá-lo em um suporte para soluções. Colocar o paciente em decúbito dorsal, baixar a cabeceira a 0º, os membros superiores e inferiores estendidos; outra posição irá interferir na PVC. Coluna D’água VIA DO PACIENTE COLUNA DE ÁGUA COLUNA PARA ENCHER O SISTEMA FITA MILIMÉTRICA VIA DO SORO RÉGUA DE PVC MONTAGEM DO SISTEMA DE COLUNA D’ÁGUA Com a régua de nível, encontrar a linha “zero” de referência e marcar no suporte de soluções, a altura encontrada na linha “zero”. Fixar a fita graduada; Pegar o equipo e fixar junto ao “zero”a região do equipo em que ele se divide em duas vias. A via mais longa irá ser conectada no paciente. A via curta, fixar junto à fita graduada, de modo que fiquem juntas essas vias, o prolongamento simples do equipo e a fita graduada. TÉCNICA DE MENSURAÇÃO Retirar travesseiros e/ou coxins e descobrir o tórax do paciente. Marcar o ponto “zero”. Manter a bolha do nivelador no centro, assinalar com o dedo o ponto correspondente na escala, parte inferior do nivelador. Este é o ponto “zero” desta aferição. Suspender o soro de manutenção da veia ou medicamentos do paciente. Adaptar a extremidade do cateter central ao equipo de PVC, previamente montado. TÉCNICA DE MENSURAÇÃO Abrir o circuito do equipo de PVC. Observar o rebaixamento e oscilação do líquido na coluna. Aguardar o rebaixamento da coluna líquida e fazer a leitura em centímetros de água, na escala. O ponto correspondente na escala graduada à coluna do soro é a pressão venosa central, que pode ser positiva, se acima de zero (+), e negativa, se abaixo de zero (-). INTERPRETAÇÃO DO RESULTADO Linha axilar média como “zero” de referência: -Coluna d’água: 8 – 12 cmH2O 12- 15 cmH2O ( se VM ) -Transdutor eletrônico: 2 – 8 mmHg Valor da PVC (cmH2O) dividido por 1,36 = Valor da PVC (mmHg) Exemplo Se, “zero” do paciente = 4 e PVC = 14 cmH2O 14 – 4 = +10 cm H2O 10/1,36= +7 mmHg Se, “zero” do paciente = 4 e PVC = 18 cmH2O 18 – 4 = +14 cm H2O 14/1,36= +10 mmHg Se, “zero” do paciente = 4 e PVC = 9 cmH2O 9 - 4 = +5 cm H2O 5/1,36= +3 mmHg PVC adequada PVC aumentada PVC diminuída INTERPRETAÇÃO DO RESULTADO Se PVC diminuída: HIPOVOLEMIA DESIDRATAÇÃO Se PVC aumentada: HIPERVOLEMIA SOBRECARGA VOLUMÉTRICA FALÊNCIA VENTRICULAR AVALIAR EM ASSOCIAÇÃO A OUTROS PARÂMETROS HEMODINÂMICOS Fatores que interferem no valor da PVC Cateter e sistema de conexão Mau posicionamento da ponta do cateter; Coágulo no cateter; Presença de bolhas de ar no sistema; Cateteres dobrados ou com pontos de estrangulamento; Cateteres e conexões com vazamentos. Fatores que interferem no valor da PVC Paciente Mudança de posição no leito; Movimentação excessiva; Pacientes conectados à respiradores mecânicos com pressão inspiratória ou PEEP. Fatores que interferem no valor da PVC Sistema de mensuração: Zero de referência inadequadamente posicionado ; Alteração na membrana do transdutor; Transdutor e amplificador inadequadamente calibrados. CUIDADOS DE ENFERMAGEM Explicar ao paciente e família a necessidade do procedimento e os passos a serem realizados. Explicar ao paciente a importância de manter-se imóvel durante a realização da mensuração. Orientar o paciente a comunicar qualquer desconforto em relação ao cateter venoso central. Antes de fazer a mensuração da PVC, verificar se o cateter venoso está com bom refluxo e se a coluna líquida desce rapidamente. Parar todas as soluções que estejam sendo infundidas no paciente. CUIDADOS DE ENFERMAGEM Verificar a PVC sempre com o paciente em decúbito dorsal horizontal. Após verificação da PVC, desconectar a via do paciente do cateter venoso e religar o soro de manutenção ou medicamento, a fim de evitar obstrução do cateter. Colocar o paciente em posição confortável após a verificação da PVC. Em casos de contaminação da ponta do equipo, realizar troca de todo o sistema. Os valores obtidos devem ser registrados pela equipe de enfermagem. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BRUNNER LS, SUDDARTH DS, BARE BG, SMELTZER SC. Brunner e Suddarth tratado de enfermagem médico-cirúrgica. 10 ed. Ed. Guanabara Koogan, Rio de Janeiro: 2005. GOMES, O.M. Fisiologia Cardiovascular Aplicada. Ed. Edicor, Belo Horizonte: 2005. GUIMARÃES HP, FALCÃO LFR, ORLANDO JMC. Guia prático de UTI. Ed. Atheneu, São Paulo: 2009. p. 39-42. KNOBEL, ELIAS. Terapia Intensiva – Enfermagem. Ed. Atheneu, São Paulo: 2006. MARINO, P.L. Compêndio de UTI. Ed. Artmed, Porto Alegre: 2008. 23
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