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necrose, apoptose, amiloidose

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Flávia Helena da Silva – 3ºP 2017/2 
 
PATOLOGIA 
 
Lesões: Conjunto de alterações morfológicas, moleculares e funcionais que surgem 
nas células e nos tecidos. 
 
Podem ser divididas: Reversíveis (Degenerações) ou Irreversíveis 
(Necrose/Apoptose). 
 
 
Morte celular 
 
São lesões irreversíveis, ponto de não retorno. 
Fatores desencadeantes de lesões reversíveis ou irreversíveis: Tipo de célula; 
intensidade e duração da lesão; capacidade do organismo de reagir. 
 
Indicativo de lesão irreversível 
 Tumefação mitocondrial 
 Perda de cristais 
 Depósitos floculares de matriz 
 Bolhas e solução de continuidade da membrana 
 
A morte celular pode ser de dois tipos: 
 Necrose (morte celular no organismo vivo seguida de autólise) – Patológica. 
 Apoptose (fragmentação da célula por fagocitose de células vizinhas ou 
macrófagos; não deixa vestígios nem ocorre autólise) Fisiológica e Patológica. 
 
A morte celular pode ser programada, regulada ou acidental. 
 Programada: É fisiológica, ocorre para manter a homeostase do organismo ou 
para favorecer a diferenciação. APOPTOSE 
 Regulada: Causada pela ativação de vias que podem ser reguladas por 
fármacos ou manipulação genética. NECROSE 
 Acidental: Lesões que induzem a necrose ou apoptose. 
 
NECROSE 
 
- Morte celular causada por uma lesão exógena irreversível, de natureza patológica 
regulada. Ocorre em organismos vivos, seguida por autólise devido à ação progressiva 
de enzimas nas células que sofreram uma lesão letal.. 
- Assim que a célula morre, ela ainda não é necrótica, pois esse é um processo 
progressivo de degeneração. As células se tornam necróticas por não conseguirem 
manter a integridade da membrana plasmática e a função vital das células, 
extravasando seu conteúdo, cessando a produção de energia e a síntese celular. 
- Mitocôndrias: Diminuição de ATP que leva a morte celular. 
- Lisossomos: Perdem a capacidade de conter as hidrolases intracelulares. As 
hidrolases saem do interior da célula para o citosol e são ativadas pela alta 
concentração de Ca²+ presentes no citoplasma, iniciando então a autólise. É a partir 
das enzimas (hidrolases, proteases, lípases, etc )que dependem as alterações 
morfológicas observadas na morte celular. 
 
- Após a necrose são liberadas alarminas (PAMP’S; DAMP’S - HMGB1; uratos; 
fosfatos) que induzem a liberação de mediadores desencadeando uma reação 
inflamatória. 
 
Causas da necrose 
 Ausência de oxigênio (anóxia) – Isquemia (obstrução vascular) 
 Baixa concentração de oxigênio (hipóxia); 
 Geração de radicais livres; 
 Ação direta sobre as enzimas; 
 Agentes físicos (traumas, temperatura, radiação, choque, frio); 
 Agentes químicos (HCL; Soda Caustica; Veneno) e drogas; 
 Agentes infecciosos (bactérias, vírus); 
 Reações imunológicas (doença auto-imune; rejeição em transplantes); 
distúrbios genéticos (envelhecimento) e desequilíbrios nutricionais 
 
Sinais da necrose 
Piquinose: Diminuição do núcleo e condensação da cromatina. (muito basófilo) 
Cariorrexe: Núcleo parcialmente fragmentado 
Cariólise: Núcleo totalmente fragmentado. (pouco basófilo) 
 
 
 
 
Tipos de necrose 
 
Necrose por coagulação (necrose isquêmica) 
- Ataca órgãos de circulação terminal (rim, miocárdio, baço). 
- Interrupção brusca do suprimento sanguíneo. 
- Não chegam células fagocitárias. 
- Ocorre coagulação proteica. 
- Acidose. 
MACROSCOPICAMENTE: área atingida fica esbranquiçada (pela falta de sangue); a 
região necrótica fica bem circundada por um halo vermelho (tenta compensar a 
isquemia). 
MICROSCOPICAMENTE: Cariólise (alterações nucleares); arquitetura tecidual 
perdida, desconformada. 
 
 
 
Necrose por liquefação (necrose coliquativa) 
- Atinge mais predominantemente a parte do intestino, mucosa gástrica, tecido 
nervoso. 
- Formação de cavidades 
- Região necrosada possui consistência mole, semifluida, liquefeita. 
- Tecido liquefeito por causa da liberação de enzimas lisossômicas por leucócitos, 
macrófagos. 
- Observadas por infecções bacterianas e fúngicas (abscesso – acúmulo de células 
inflamatórias). 
 
Necrose caseosa (aspecto massa de queijo) 
- Aparência granulosa, esbranquiçada. 
- Perda do contorno celular e detalhes estruturais. 
- Comum no pulmão em consequência da Tuberculose (tipo de agressão do bacilo de 
Koch). 
- Presente também na paracoccidioidomicose, criptococose (fúngicos). 
- Lesão extensiva. 
- Periferia: CARIORREXE; Central: CARIÓLISE. 
 
Necrose Gomosa (aspecto de goma, elástico) 
- Variedade de necrose por coagulação. 
- Encontrada em casos de sífilis tardia (tipo de agressão do Treponema P.) 
 
Necrose Gangrenosa 
- Necrose isquêmica por agentes externos (ar, bactéria) 
- Coloração: azulada ou negra 
- Gangrena seca ou mumificação (região necrótica perde água para o ambiente – 
cordão umbilical, extremidades dos dedos – DM- ponta do nariz). 
- Gangrena úmida ou pútrica (contaminação por bactérias que digerem o tecido 
amolecendo-o; causam odor fétido e acumulam bolhas – Pulmões, pele, tubo 
digestivo). 
- Gangrena gasosa (contaminação por bactérias produzindo gases – Clostridium). 
- Inflamação se estende abaixo da pele. 
- Lesão anóxica 
 
Necrose Gordurosa (necrose lítica ou esteatonecrose) 
- Causa em hepatócitos (hepatites virais); ácinos pancreáticos (pancreatite aguda). 
- Destruição do tecido adiposo. 
- Aspecto Pingo de vela 
- Ácidos graxos liberados combinam-se com Ca²+ formando “sabões “ (aspectos 
esbranquiçados) 
- Contornos imprecisos; 
 
Evolução da necrose 
Depende: 
 Tipo de tecido 
 Área acometida 
 Órgão acometido 
 
1- REGENERAÇÃO : Capacidade regenerativa do tecido necrosado. Restos 
celulares são reabsorvidos por resposta inflamatória. 
 
2- CICATRIZAÇÃO: O tecido necrosado é substituído por um novo tecido 
conjuntivo cicatricial. Ocorre quando a lesão é extensa e as células afetadas 
não tem capacidade de regeneração. Desencadeia-se uma resposta 
inflamatória para fagocitar restos celulares e liberar fatores de crescimento 
(PDGF, FGF,TGF) induzindo a proliferação vascular do tecido. 
 
3- ENCISTAMENTO: Material necrótico não é absorvido, devido ao seu volume 
ou fatores que impedem a migração de leucócitos para a fagocitose, então a 
reação inflamatória ocorre na periferia da lesão causando proliferação 
conjuntiva e formação de uma cápsula que encista o tecido necrosado, o qual 
vai sendo absorvido lentamente e aos poucos. 
 
4- ELIMINAÇÃO: Material necrótico é eliminado quando a zona necrótica atinge 
uma estrutura canicular que se comunica com o meio externo, originando uma 
cavidade. Comum na nercrose caseosa (Tuberculose) 
 
5- CALCIFICAÇÃO: Áreas de necrose que podem se calcificar. Muito comum na 
necrose caseosa. 
 
6- GANGRENA: evolução da necrose que resulta em ação de agentes externos 
(ar, bactéria) sobre o tecido necrosado. 
 
 
APOPTOSE 
 
- Morte celular programada, ou seja, a célula estimula e aciona mecanismos que 
culminam sua morte. É frequente em estados fisiológicos para manter a homeostase e 
em estados patológicos por morte celular acidental (vírus, hipóxia, radicais livres, 
agressão imunitária). 
- É um importante mecanismo para a remodelação de órgãos durante a embriogênese 
e a vida pós-natal. 
- A apoptose não rompe a membrana plasmática, não sofre autólise. A célula morta é 
fragmentada e endocitada pelas células vizinhas sem desencadear uma resposta 
inflamatória. 
- Apoptose é ATP- dependente, ou seja, ela depende do ATP para induzir a sua 
cascata. Se o ATP diminuir, acélula entra em processo necrótico. 
- Independente da causa a apoptose resulta sempre na ativação sequencial de 
proteases (caspases) que são enzimas que têm cisteína no sitio ativo e são 
responsáveis pelas alterações morfológicas da lesão. 
 
As caspases podem ser divididas em: Iniciadoras (efetuadoras) e efetoras 
(ativadoras). 
Sua ativação depende de duas vias: Intrínseca e extrínseca. 
 
VIA EXTRÍNSECA (interação com receptor TNF/FAS) 
 Receptores de membrana (TNF/proteína - FAS) induzem apoptose através do 
process de inflamações, onde TNF será liberado. 
 Os receptores de membrana se ligam as proteínas adaptadoras que ativarão 
as caspases iniciadoras que ativarão as caspases efetoras que farão dois 
percursos. Um fará a ativação de endonucleases nas quais provocarão 
apoptose por meio da degradação do DNA, outro fará o colapso do 
citoesqueleto diretamente pelas caspases efetoras. 
 Após a degradação e saída do botão citoplasmático, o corpo apoptótico liga-se 
aos receptores das células fagocitárias e então ocorre a apoptose por 
completo. 
 
VIA INTRÍNSECA ou MITOCONDRIAL 
 Pode ser de 3 tipos: 
 Retirada dos fatores de crescimento ou hormônios; 
 Lesão ao DNA por radiação, toxinas, radicais livres; 
 Mediadas pelo linfócito T citotóxico. 
 
 Por intermédio das mitocôndrias, quando elas são agredidas por outros 
agentes, liberam no citosol moléculas pró-apoptóticas (citocromo C) que 
atuarão na ativação das caspases iniciadoras que ativam as caspases efetoras 
que farão dois percursos. Um fará a ativação de endonucleases nas quais 
provocarão apoptose por meio da degradação do DNA, outro fará o colapso do 
citoesqueleto diretamente pelas caspases efetoras. (4) 
 
 A radiação, toxinas, radicais livres, esses fatores causam dano ao DNA, 
acionando a p53 que induz toxinas apoptóticas, ativando diretamente as 
caspases efetoras que farão dois percursos. Um fará a ativação de 
endonucleases nas quais provocarão apoptose por meio da degradação do 
DNA, outro fará o colapso do citoesqueleto diretamente pelas caspases 
efetoras. (4) 
 
 Os linfócitos Tcit (toxinas), acionam a granzima B que estimula as caspases 
efetoras que farão dois percursos. Um fará a ativação de endonucleases nas 
quais provocarão apoptose por meio da degradação do DNA, outro fará o 
colapso do citoesqueleto diretamente pelas caspases efetoras. (4) 
 
 (4) → Após a degradação e saída do botão citoplasmático, o corpo apoptótico 
liga-se aos receptores das células fagocitárias e então ocorre a apoptose por 
completo. 
 
 
 
 
 
 
 
AMILOIDOSE 
- É a alteração do interstício, com a deposição de material proteico ou fibrilar, 
chamada de substância amiloide que possui características físico – químicas e 
tintoriais particulares. Não ocorre acúmulo proteico dentro do interior da célula. 
Comum em síndromes renais, hepáticas e arritimias cardíacas. 
-As manifestações clínicas de maneira geral são lentas e assintomáticas e ocorrem 
após grande acúmulo de deposição amiloide, representados por material amorfo e 
acidófilo no interstício, hipotrofiando as células. A substância amiloide cora-se em azul 
ou violeta após ter sido tratada com lugol e solução diluída de ácido sulfúrico. 
Material amilóide: proteína amiloide + glicoproteína do componente P. 
Localização da amiloidose 
 Localizada: acomete apenas um órgão 
 Sistêmica: acomete vários sistemas. 
 
Causa 
 Primária (idiopática): Sem causa conhecida para a produção da substância. 
 Secundária: Provocada por consequência de outra doença 
 
 
Tipos de substância amiloide depositada 
 AL: é derivada de causas primárias (em caso de neoplasia/carcinoma) mas não 
é associada a displasia celular e sim pelo efeito de gamopatia monoclonal. E 
de causas secundárias (acúmulo de anticorpos e intensa proliferação de 
plasmócitos). 
 
 AA: gerada a partir de uma causa secundária como inflamação crônica (sífilis, 
tuberculose e Febre do Mediterrâneo – natureza genética com surtos febris e 
recorrentes inflamações serosas), que libera IL1 e IL6 na qual ativa os 
hepatócitos produzindo substancia AA. 
 
 ATTR: é secundária, devido há aumento e acúmulo de proteínas Transtirretina 
(mutante) é resistente a degradação e por isso acumula. 
 
 FIBRILA: Excesso de fibrila, devido ao desdobramento de proteína. 
 
 
Patogenia 
 
- A amiloidose é causada pela proteína fibrilar mal formada e mal desdobrada, com 
produção excessiva e proteólise limitada. Ainda é mal conhecida e apenas uma 
pequena porcentagem dos pacientes que apresentam inflamações crônicas, 
plasmocitoma e etc, desenvolve a doença. 
- O fator principal que leva a doença, não é a produção excessiva do precursor e sim a 
deficiência na degradação da proteína em excesso. 
 A proteína no interstício é fibrilar. 
 
Tipos de doença da amiloidose 
 
Amiloidose reacional ou secundária a inflamações crônicas 
Sistêmica; 
Amiloide AA depositado; 
Inflamações crônicas como: Sífilis, colite ulcerativa, tuberculose, Febre do 
Mediterrâneo; Raramente associa a tumores 
Causa hipotrofia nas células adjacentes, devido a compressão da substância 
amiloidose; 
Produção da substância amiloidose: Fígado 
 
Amiloidose secundária a discrasia de células plasmáticas 
Sistêmica; 
Amilóide AL depositada; 
Proliferação mononucleal de células B (ex: mieloma múltiplo; câncer); 
Produção excessiva de cadeia leve de anticorpos. 
Alteração física das células; 
 
Amiloidose primária não associada à discrasia de células plasmáticas 
Sistêmica; 
Amilóide AL depositada; 
Não tem alteração física das células; 
Representação de gamopatia monoclonal, sem evidencia de proliferação neoplásica 
de plasmócitos; 
 
Amiloidose secundária endêmica familial da Febre do Mediterrâneo 
Sistêmica; 
Amiloide AA depositado; 
Natureza genética; 
Surtos febris recorrentes, acompanhados de inflamação nas serosas e articulações. 
Produção da substância amiloidose: Fígado 
 
Amiloidose associada à hemodiálise prolongada 
Secundária; 
Observada nos tecidos periarticulares, bainhas de tendões, cápsulas articulares e 
sinóvia; 
Proteína depositada tem características da B-2 microglobulina (essa proteína não é 
filtrada pela hemodiálise, ela volta para o sangue e se acumula). 
 
Amiloidose familial hereditária polineuropática 
Hereditária, autossômica dominante; 
Depósito de amiloides nos nervos periféricos e gânglios do SNAutônomo. 
 
Amiloidose localizada idiopática (sem causa) 
Amiloide AL depositada; 
Restrito a um órgão; Pode formar lesões tumorais visíveis macroscopicamente. 
Amiloides de origem endócrina associada a neoplasias 
Encontrado em alguns tumores como carcinoma medular da tireoide; carcinoma 
indiferenciado do estômago. 
Depósito de pró-calcitonina e pró –insulina; 
Células da tireoide produzem calcitonina que inibe a absorção óssea. O acumulo 
desse hormônio pode causar o tumor. 
Ambos são materiais proteicos que levam a amiloidose secundária à neoplasia. 
 
Amiloidose senil 
Lento e contínuo; 
Pode ocorrer no coração onde os depósitos Amiloides aparecem depois dos 70 anos; 
Associado com arritimias cardíacas; 
Associado com o Mal de Alzheimer; 
 
 
Sintomas 
 
Dependem dos órgãos afetados. Podem incluir: inchaço, fadiga, fraqueza, falta de ar, 
dormência ou formigamento nas mãos ou nos pés, diarreia, disfunção orgânica, 
inchaço nas extremidades, lesões, língua anormalmente grande, olhos inchados, 
perda de peso, síndrome do túnel do carpo ou dificuldade na fala. 
 
Tratamento 
 
Não há cura para a amiloidose. Os objetivos do tratamento,a partir do diagnóstico, 
são reduzir ou diminuir a produção do amilóide, eliminar depósitos, aliviar ou curar a 
doença de base e tratar as complicações decorrentes pelos depósitos nos órgãos 
acometidos.

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