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RESUMO SEMIOLOGIA

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AGNES GABRIELLE WAGNER – SEMIOLOGIA II ATM 
2022/1 
 
EXAME FÍSICO GERAL: 
Pode ser dividido em duas partes: 
 Somatoscopia/ Ectoscopia: dados gerais que independem dos vários 
sistemas orgânicos. Observação. 
 Exame dos diferentes sistemas e aparelhos: possuem metodologia 
própria. 
 
ECTOSCOPIA: Examinar com simetria e observar a sistemática. 
Avaliação do estado geral: 
- Avaliação subjetiva. 
- É o que aparenta o paciente visto em sua totalidade. 
- Serve de alerta para o médico. 
- Bom estado geral (BEG). 
- Regular estado geral (REG). 
- Mau estado geral (MEG). 
 
Avaliação do nível de consciência: 
- Avaliação neurológica + psiquiátrica. 
- Estado de vigília: percepção consciente do mundo exterior e de si mesmo. 
- Obnubilação: paciente apresenta apenas distúrbios de ideação é certa 
confusão mental. 
- Exame da consciência: 
 Perceptividade: capacidade de responder perguntas simples ou informar 
coisas corriqueiras. 
 Reatividade: capacidade de reagir a estímulos inespecíficos. 
 Deglutição: capacidade de levar alimentos à boca e degluti-los. 
 Reflexos: respostas às manobras de alguns reflexos tendinosos. 
 
 Caracterização do estado de Coma: 
 COMA LEVE, VÍGIL OU GRAU I: 
 Comprometimento leve da consciência. 
 Responde normalmente à dor. 
 Capaz de atender a ordens simples. 
 
 COMA DE GRAU MÉDIO OU GRAU II: 
 Perda de consciência quase total. 
 Perceptividade reduzida. 
 Resposta à estimulação dolorosa enérgica desapropriadamente. 
 Reflexos preservados. 
 
 COMA GRAU III, PROFUNDO OU CARUS: 
 Perda da consciência é completa. 
 Perceptividade, resposta à dor e deglutição igual a 0. 
 Arreflexia tendinosa e cutânea. 
 Relaxamento da musculatura esfíncterica. 
 
 COMA DEPASSÉ OU GRAU IV: 
AGNES GABRIELLE WAGNER – SEMIOLOGIA II ATM 
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 Comprometimento das funções vitais. 
 É quase sempre um estado irreversível. 
 Silêncio eletrico cerebral. 
 
Fala e linguagem: 
- Disfonia ou afonia: alteração no timbre da voz. Rouca, fanhosa, bitonal. 
- Dislalia: alterações menores da fala, comuns em crianças, como a troca de 
letras. 
- Disartria 
- Disfasia: perturbação na elaboração cortical da fala. 
- Disgrafia: incapacidade de escrever. 
- Dislexia: incapacidade de ler. 
 
Estado de hidratação: 
- Alterações no peso, pele e mucosas. Fontanelas (nas crianças). 
- Estado de hidratação normal: pele rósea, com boa elasticidade; mucosas 
úmidas. Crianças: fontanelas planas e normotensas. 
- Desidratação: diminuição de água e eletrólitos total do organismo. 
Características: sede, perda de peso, pele seca, com elasticidade e turgor 
diminuídos, mucosas secas, enoftalmia (olhos afundados). 
 * Intensidade: baseia-se na perda de peso. 
 * Osmolaridade: baseia-se no nível de sódio sanguíneo. 
 
Medidas antropométricas: 
- Medida planta vértice (altura). 
- Envergadura: distância entre os extremos. Normalmente equivale à altura. 
- Distância pubovértice: distância sinfise pubiana até o ponto mais alto da 
cabeça. 
- Distância puboplantar: distância da sínfise púbica até a planta dos pés. 
 
🎀 PESO: 
- Peso ideal: o peso ideal aproxima-se do número de centímetros que excede 
um metro de altura (Regra de Broca). Para mulher, subtrai 5% desse valor 
encontrado. 
- Peso máximo normal: soma 5 a 10% ao peso ideal. 
- Peso mínimo ideal: subtrai 5 a 10% do peso ideal. 
 
🎀 ÍNDICE DE MASSA CORPORAL: avalia o estado nutricional. Baixo peso 
(<19,99), normal (20-24,99), sobrepeso (25-29,99), obesidade (30-39,99), 
obesidade mórbida (>40). Peso/altura². 
 
🎀 CIRCUNFERÊNCIA ABDOMINAL: logo acima da crista ilíaca. Excesso está 
relacionado com alterações metabólicas. Homens (102cm) e mulheres (88cm). 
 
🎀 RELAÇÃO CINTURA-QUADRIL: circunferência da cintura (abaixo dos arcos 
costas) e a do quadril (espinhas ilíacas anteriores). Mulheres < 0,8. Homens < 
0,9. 
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- No homem, a gordura em excesso tende a se armazenar na região abdominal 
= obesidade tipo androide ou central. Gordura subcutânea e intra-abdominal. 
- Na mulher, o acúmulo predomina nos quadris e nas coxas = obesidade tipo 
ginecóide ou periférica. Corpo em pêra. Predomina subcutânea. 
 
Estado de Nutrição: Avaliado de acordo com: peso, musculatura, tecido 
adiposo, desenvolvimento físicio, estado geral, pele, pelos e olhos. 
 
Desenvolvimento Físico: 
- Altura e estrutura somática. 
 Desenvolvimento normal; 
 Hiperdesenvolvimento: semelhante ao gigantismo; 
 Hipodesenvolvimento: similar ao nanismo; 
 Hábito Grácil: corpo delgado e frágil; 
 Infantilismo: permanece com caracteres infantis; 
 
FÁSCIES: 
- Certas doenças imprimem na face traços característicos e, algumas vezes, o 
diagnóstico nasce da simples observação do rosto do paciente. 
 
🐹 FÁSCIES NORMAL OU ATÍPICA 
 
🐹 FÁSCIES MIXEDEMATOSA: 
 Rosto arredondado, nariz e lábios grossos, pele seca, 
espessa e com acentuação dos seus sulcos. 
 Cabelos secos e sem brilho. 
 Expressão de desânimo e apatia. 
 Hipotireoidismo. 
 
🐹 FÁSCIES HIPOCRÁTICA: 
 Olhos fundos, parados e inexpressivos. 
 O nariz afilado e lábios delgados. 
 Batimentos da asa do nariz. 
 Palidez cutânea e cianose labial. 
 Doença grave. 
 
🐹 FÁSCIES RENAL: 
 Edema ao redor do olho, principalmente pela manhã. 
 Palidez cutânea. 
 Doenças difusas dos rins (síndrome nefrótica e glomerulonefrite aguda). 
 
🐹 FÁSCIES LEONINA: 
 Lesões do mal de Hansen. 
 Pele espessa com lepromas em grande quantidade e tamanhos 
variados. 
 Supercílios caem, nariz espessa e alarga. 
 
 
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 Aspecto com cara de leão. 
 
🐹 FÁSCIES ADENOIDIANADA: 
 Nariz pequeno e afilado e boca sempre entreaberta. 
 Hipertrofia de adenóides. 
 
🐹 FÁSCIES PARKINSONIANA: 
 Cabeça inclinada pra frente. 
 Olhar fixo, supercílios elevados e fronte enrugada. 
 
🐹 FÁSCIES BASEDOWIANA: 
 Olhos salientes (exoftálmico). 
 Rosto magro. 
 Presença de bócio. 
 Hipertiroidismo. 
 
🐹 FÁSCIES ACROMEGÁLICA: 
 Maior desenvolvimento do maxilar inferior. Saliência das arcadas 
orbitarias, proeminência das maçãs do rosto. 
 
🐹 FÁSCIES CUSHINGÓIDE OU DE LUA-CHEIA: 
 Arredondamento do rosto. 
 Bochechas avermelhadas. 
 Acne. 
 Uso prolongado de corticóides ou nos casos 
de síndrome de Cushing. 
 
 
🐹 FÁSCIES MONGOLÓIDE: 
 Epicanto. Olhos oblíquos, distantes um do outro. 
 Rosto redondo, boca quase sempre entreaberta. 
 Síndrome de down. 
 
🐹 FÁSCIES MIASTÊNICA OU DE HUTCHINSON: 
 Ptose palpebral bilateral. 
 Fraze a testa e levanta a cabeça. 
 Miastenia grave. 
 
 
Atitude e decúbito preferido: 
- Posição adotada pelo paciente por comodidade, hábito ou com objetivo de 
conseguir alívio por alguma patologia. 
 
- ATITUDES VOLUNTÁRIAS: 
 Ortopnéica: aliviar falta de ar da insuficiência cardíaca, asma brônquica 
e ascite volumosa. Tenta manter o tórax o mais elevado possível. 
Sentado com os pés apoiados no chão. 
 
 
 
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 Genupeitoral/Prece Maometana: coloca o tórax em contato com o solo 
ou colchão. Diminui a dificuldade de enchimento do coração em casos 
de derrame pericárdico. Pericardite. 
 Posição de cócoras/Squatting: crianças com cardiopatia congênita - 
fluxo pulmonar diminuído. Alivia a dispnéia. Diminui o retorno venoso. 
 Atitude parkinsoniana 
 Decúbitos 
 Lateral: Derrame pleural deita no lado que dói. Diminui a 
movimentação dos folhetos pleurais. 
 Dorsal: Inflamações pelvi-peritoniais. 
 Ventral: Cólica intestinal. 
 
- ATITUDES INVOLUNTÁRIAS: 
 Passiva: fica na posição em que é colocada no leito, sem contraturamuscular. Pacientes inconsciente ou comatosos. 
 Ortótono: tronco e membros estão rígidos, sem curvatura. 
 Opistótono: contratura muscular lombar. Tétano e meningite. 
 Emprostótono: contrário do opistótono. Tétano, meningite e raiva. Forma 
curvatura em U. 
 Pleurotótono: corpo se curva lateralmente. 
 Posição em gatilho: hiperextensão da cabeça, encurvamento do tronco 
em U, flexão das pernas. Principalmente em crianças. Irritação 
meningea. 
 
Mucosas: 
- Conjuntivas oculares, labiobucal, lingual e gengival. 
- Coloração: normocoradas, hipocoradas, hipercoradas, descoradas. 
Cianóticas/acianóticas, ictéricas/anictéricas. 
- Escala em cruzes. Sendo ++++ mucosas totalmente descoradas. 
- Anemia causa mucosas descoradas. 
- Umidade. 
- Presença de lesões? 
 
Distúrbios da Marcha: 
- VESTIBULAR (marcha em estrela): Lesão vestibular. Lateralização ao andar; 
é como se fosse empurrado para o lado quando tenta se mover em linha reta. 
- ANSERINA (marcha do pato): Acentua a lordose lombar e inclina o tronco, 
hora para a direita, hora para esquerda. Doenças musculares (miopatia) – 
diminuição da força dos músculos pélvicos e coxas. 
- PARKINSONIANA: Bloco enrijecido, sem o movimento automático dos 
braços. A cabeça inclinada par frente e os passos curtos e rápidos, dando a 
impressão que o doente corre atrás do seu centro de gravidade. 
- CEREBELAR / ATÁXICA / ÉBRIO: Caminha em “zigue zagues”. Traduz 
incoordenação de movimentos em decorrência de lesões cerebelares. 
- TABÉTICA: Olhar fixo no chão, membros inferiores são levantados 
abruptamente e ao serem colocados no chão os calcanhares tocam o solo com 
força. Perda da sensibilidade proprioceptiva por lesão do cordão posterior da 
medula. 
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- DE PASSOS CURTOS: Passos curtos e arrasta os pés. Paralisia 
pseudobulbar e em idosos normais. 
- ESCARVANTE: Paralisia do membro de flexão dorsal do pé. Toca com a 
ponta do pé o solo e tropeça. Para evitar, levanta acentuadamente o membro 
inferior lembrando um passo de ganso. 
- ESPÁSTICA (em tesoura): Membros inferiores enrijecidos, semifletidos. Pés 
se arrastam e pernas se cruzam. Paralisia cerebral. 
- CLAUDICANTE: Manca para um dos lados. Insuficiência arterial periférica e 
lesões do aparelho locomotor. 
- HELICÓPODE / CEIFANTE / HEMIPLÉGICA: Mão em pronação, cotovelo 
fletido em 90º. O membro inferior do mesmo lado se arrasta, descrevendo um 
semicírculo. AVC. 
- CORÉICA: Movimentos involuntários/espasmódicos quando caminha. 
 
Biotipo ou Tipo Morfológico: 
- Para interpretação de variações anatômicas. Forma do coração, ictus cordis. 
 LONGELÍNEO: ângulo de Charpy menor que 90º. 
 MEDIOLÍNEO: ângulo de Charpy em torno de 90º. 
 BREVELÍNEO: ângulo de Charpy maior que 90º. 
 
EXAME FÍSICO - PELE E FÂNEROS: 
- Pele constituída de epiderme, derme e tecido celular subcutâneo. 
 
- COLORAÇÃO: 
 Palidez: atenuação ou desaparecimento da cor rósea da pele. Em 
negros, só se consegue constatar na palma das mãos e plantas dos pés. 
Pode ser generalizada (diminuição das hemácias), localizada (isquemia) 
ou segmentar. 
 Vermelhidão ou Eritrose: exagero da coloração rósea da pele e indica 
aumento da quantidade de sangue na rede vascular cutânea. 
Generalizada (febre), localizada ou segmentar. 
 Cianose: cor azulada da pele. No rosto, ao redor dos lábios, ponta do 
nariz, extremidades. Generalizada ou localizada. Leve, moderada ou 
intensa. Tipo central, periférica, tipo mista. 
 Icterícia: coloração amarelada da pele, mucosas visíveis decorrente de 
acúmulo de bilirrubina no sangue. Hepatite infecciosa, lesões obstrutivas 
das vias biliares. 
 Albinismo: coloração branco-leitosa em decorrência da falta congênita 
de melanina. 
 
- UMIDADE: Umidade normal, pele seca, umidade aumentada/pele sudorenta. 
- TEXTURA: Normal, pele lisa ou fina, áspera, enrugada. 
- ESPESSURA: Normal, atrófica (acompanha translucidez), hipertrófica ou 
espessa. 
- TEMPERATURA: palpação com a face dorsal da mão. Normal, aumentada ou 
diminuída. 
- ELASTICIDADE E MOBILIDADE: 
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 Elasticidade é a propriedade do tegumento cutâneo se estender quando 
tracionado. 
 Mobilidade: refere-se à sua capacidade de se movimentar sobre os 
planos profundos subjacentes. 
- TURGOR: pinça uma prega de pele. Normal, diminuído (indica desidratação). 
- SENSIBILIDADE: dolorosa, tátil ou térmica. 
- LESÕES: 
 Mancha ou Mácula: área de cor diferente sem relevo. 
 Nódulos, nodosidade e goma: formações sólidas perceptíveis pela 
palpação. 
 Lesão urticária: formações sólidas, achatadas, frequentemente 
eritematosas. 
 Queratose: modificação da espessura da pele. Calo. 
 Vegetações: lesões sólidas, salientes, couve-flor, consistência mole. 
 Espessamento ou Infiltração 
 Vesícula: elevação da pele com líquido no seu interior. Diâmetro de 
0,5cm. 
 Bolha: difere da vesícula porque tem um diâmetro maior. 
 Pústula: vesícula ou bolha de conteúdo purulento. 
 Abscessos: coleções purulentas. 
 Úlcera: perda delimitada das estruturas da pele, chega a atingir a 
derme. 
 Fístula 
 
EXAME DOS LINFONODOS OU GÂNGLIOS LINFÁTICOS: 
- Ductos coletores de linfa, linfonodos, baço, amígdalas palatinas, adenóides, 
placa de Peyer. 
- Grupos ganglionares: cabeça e pescoço, axilas e virilhas. 
- Semiotécnica: inspeção e palpação. 
- Investigação: 
Localização. 
Tamanho ou volume 
Consistência (duro ou mole). Duros e fixos sugerem neoplasias malignas. 
Mobilidade (movimenta?) 
Sensibilidade (dor ou não) 
Alterações na pele acompanhantes (fistulização, ulcerações e sinais 
flogísticos - edema, calor, rubor e dor). Sinais flogísticos associados a 
sensibilidade aumentada indicam processos inflamatórios (adenite). A 
constatação da fístula sugere micose ou tuberculose. 
 
- O comprometimento de um gânglio linfático pode ser por processo infeccioso, 
invasão carcinomatosa, doença hematopoética primária... 
- Tuberculose ganglionar (cervicais e axilares), mononucleose infecciosa 
(cervical e submandibulares), AIDS (cervical e submandibulares) e 
linfonodos/leucemias (infartamenfo ganglionar generalizado, pescoço e 
cabeça). 
 
- PESCOÇO E CABEÇA: 
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🔹 occipitais 
🔹 auriculares posteriores 
🔹 auriculares anteriores 
🔹 amigdalianos 
🔹 submadibular 
🔹 submentual (abaixo do queixo) 
🔹 cervicais (superficiais, posteriores e anteriores - palpar o músculo 
esternocleidomastoideo) 
🔹 supraclaviculares : pulmão, estômago e esôfago. 
 
- AXILARES: mamas. 
🔸 infraclaviculares 
🔸 laterais 
🔸 posteriores ou supraescapulares 
🔸 centrais 
 
- VIRILHA / INGUINAIS: Sífilis. 
🔺 inguinais superficiais 
🔺 inguinais profundos 
 
 Causas de adenomegalia: 
 Infecções bacterianas: linfonodos hipertrofiados e com sinais flogísticos 
(edema, calor, rubor e dor). 
 Metástases 
 Tuberculose Ganglionar: tendem a formar fístular. Cervicais e axilares. 
 Mononucleose infecciosa: cervical e submandibulares. 
 Linfogranuloma venéreo: linfonodos inguinais firmes e hipersensíveis. 
Aumentam e se rompem formando fístulas. 
 AIDS: enfartamento de grupos ganglionares cervicais e 
submandibulares. 
 Linfomas e Leucemias Linfáticas: enfartamento ganglionar generalizado. 
 
EXAME FÍSICO – CABEÇA E PESOÇO: 
- Globo ocular: distância entre órbitas, tamanho e aparência. 
- Exoftalmia: saliência do globo ocular. 
- Lagoftalmia: pálpebra não cobre o globo ocular. 
- Exame de fundo de olho. 
 
- Ouvidos: Inspeção (inflamações, edemas..), palpação (sensibilidade 
dolorosa) e otoscopia (meato acústico externo e membrana timpânica). 
- Nariz: Inspeção e palpação (formato, crepitações) e rinoscopia(mucosas, 
secreção). 
- Boca: Lábios, língua, mucosa bucal, mucosa do sulco vvestibular, assoalho 
da boca, palatos, dentes, glândulas salivares, articulação têmporo-mandibular. 
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- Faringe: Abaixador de língua. Observar amígdalas, 
- Crânio 
 
EXAME FÍSICO DO SISTEMA RESPIRATÓRIO: 
INSPEÇÃO: 
- Forma do tórax, anomalias, simetrias e assimetrias, movimentos respiratórios, 
suas características e alterações. 
- Longelineo sempre foram mais sujeitos à tuberculose e à asma, além de 
maior incidência de pneumotórax espontâneo. 
 
⭐️ Sinal de Lemos Torres: abaulamento dos espaços intercostais durante a 
expiração. Derrame pleural. 
 
- Inspeção estática: forma do tórax + abaulamento/depressão. 
 Tórax chato/plano: Ângulo de Louis torna-se mais nítido, musculatura 
pouco desenvolvida. 
 Tórax em tonel/globoso: pacientes com DPOC – enfisema pulmonar. 
 Pectus escavatum: depressão no esterno. Raquitismo. 
 Pectus cordis: esterno proeminente. 
 Em sino/ Piriforme: hepatomegalias e ascitee volumosa. 
 
- Inspeção dinâmica: tipo respiratório + amplitude dos movimentos + presença 
de tiragem + expansibilidade. 
 
1. TIPO RESPIRATÓRIO: 
- Reconhecer em que região os movimentos são mais amplos. 
- Em pessoas sadias, predomina a movimentação da caixa torácica (em 
posição ortostática) e a movimentação diafragmática (em decúbito). 
- Costal superior (feminino) ou Toracoabdominal (masculino, movimenta 
abdome). 
 
2. RITMO RESPIRATÓRIO: 
- Cheyne-Stokes: insuficiência cardíaca, imaturidade pulmonar. Caracteriza-se 
por uma fase de apnéia, seguida de incursões respiratórias cada vez mais 
profundas. 
- Biot: apnéia seguida de movimentos inspiratórios e expiatórios confusos 
quanto ao ritmo e a amplitude. Indica grave comprometimento cerebral. 
Meningite, neoplasias. 
- Kussmaul: inspirações ruidosas, fase de apnéia em inspiração, expiração 
ruidosa, apnéia em expiração. Cetoacidose diabética. Peixe fora d’água. 
 
*** TIRAGEM: Depressão dos espaços intercostais durante a inspiração = 
obstáculo em alguma via aérea = pulmão não expande = pressão atmosférica 
atua sobre a parede torácica. Oclusão de brônquio (hemitórax) ou acima da 
Carena (bilateral). 
 
PALPAÇÃO: 
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- Lesões superficiais e profundas, manifestações dolorosas. Processos 
inflamatórios pleuro-pulmonares causam uma maior sensibilidade na parede 
torácica correspondente. 
- Temperatura cutânea -- com o dorso da mão. 
- Edema e enfisema subcutâneo. 
- Expansibilidade dos ápices pulmonares: mãos nos ombros, com a margem 
interna na base do pescoço e os demais dedos na fossa supraclaviculares. 
- Expansibilidade das bases pulmonares: polegares nas linhas paravertebrais e 
os outros nos últimos arcos costas. 
- Frêmito toracovocal: vibrações das cordas vocais que podem série sentidas 
na parede torácica. Trinta e três. Colocar a mão direita espalmada sobre a 
superfície do tórax. AUMENTO do FTV = consolidação; pneumonia. DIMINUI 
ou DESAPARECE = derrame pleural; pneumotórax; enfisema pulmonar. 
 
 
 
PERCUSSÃO: 
- Começa na face posterior, de cima para baixo, percutindo separadamente 
cada hemitórax. 
 
- Som claro pulmonar, na área de projeção dos pulmões. 
- Som claro timpânico, no espaço de Traube. 
- Som submaciço, na região inferior ao esterno. 
- Som maciço, na região inframamária direita (maciez hepática) e na região 
precordial. 
 
- ALTERAÇÕES: 
 Hipersonoridade: aumento de ar. Enfisema pulmonar. 
 Submacicez/macicez: diminui ou inexiste ar. Derrame pleural, 
consensação. 
 Timpânico: ar aprisionado no espaço pleural. Pneumotórax. 
 
AUSCULTA: 
- Sons normais: traqueal + respiração brônquica + respiração broncovesicular + 
murmúrio vesicular. 
- Sons anormais: estertores + roncos + sibilos + estridor. 
 
 SONS NORMAIS: 
- Som Traqueal: projeção da traquéia. 
- Respiração brônquica: brônquios principais. Proximidades com esterno. 
- Murmúrio vesicular: turbulência do ar circulante. Não ausculta na área 
esternal superior e da escápulo-vertebral direita. Diminuição = 
pneumo/hemotórax, espessamento pleural. Ausculta na área da periferia dos 
pulmões. 
- Respiração broncovesicular: onde não é auscultado o murmúrio. Em outras 
regiões = condensação pulmonar. 
 
 SONS ANORMAIS: 
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- Estertores: Som anormal descontínuo. FINOS/CREPITANTES (final da 
inspiração, agudos e curta duração. Não modifica com a tosse, mas com a 
mudança de posição do paciente). GROSSOS/BOLHOSOS (graves, maior 
duração. Alteram com a tosse e não com a mudança de posição do paciente). 
- Roncos: graves, vindos das vibrações das paredes dos brônquios. Expiração. 
- Sibilos: Sons agudos. Inspiração e expiração. Múltiplos e por todo o tórax. 
- Estridor: Semi-obstrução da laringe ou traqueia. Aumenta com a respiração 
forçada. 
- Atrito pleural: fricção entre as pleuras. Pleurite, neoplasia ou derrame pleural. 
 
*Frêmito brônquico = equivalente tátil dos estertores. 
 
 SÍNDROMES BRÔNQUICAS E PLEUROPULMONARES: 
* Pleurite: Dor, tosse seca e timbre alto. Dor na inspiração profunda (respiração 
curta). Se infecciosa, pode ter febre. Quando a dor desaparece = derrame 
pleural = platipneia. 
* Pneumotórax: Dor súbita, aguda, intensa. Dispneia, sem febre. Taquipnéia, 
diminui o frêmito toracovocal, timpanismo a percussão, murmúio vesicular 
abolido, dispneia. 
 
* Pneumonia alveolar: Contato com a pleura parietal. Dor com características 
semiológicas = dor pleurítica. 
 
* Infarto pulmonar: dor pleurítica. 
 
* Dissecação aórtica: Dor aguda, intensa, lancinante, retroesternal e irradiada 
para o dorso. 
 
* Pericardite: dor não desencadeada pelo esforço, menor intensidade, sem 
irradiação, acompanhada de quadro infeccioso. Atrito pericárdico. Aliviada em 
POSIÇÃO MAOMETANA. 
 
* Esofagite: dor confundida com angina, queimação retroesternal. Aparece em 
decúbito. Alimentação, etilismo, tabagismo. 
 
**Atelectasia: dispneia, desconforto e tose seca. Tiragem intercostal, 
expansibilidade diminuída, FTV diminuído ou abolido, macicez/submacicez a 
percussão. 
 
**Enfisema pulmonar: muito ar. Dispneia – agrava lentamente. Redução do 
murmúrio vesicular, expiração prolongada, tórax em tonel, FTV diminuído. 
 
**Derrame pleural: dor sem características de dor pleurítica, tosse seca, 
dispneia. Diminui expansibilidade, FTV abolido, murmúrio vesicular abolido. 
 
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**Síndrome de consolidação pulmonar: dispneia. Diminui expansibilidade, 
aumenta FTV, percussão maciça/submaciça, estertores finos, tiragem 
intercostal. 
 
PNEUMONIA TEM FTV AUMENTADO E PERCUTE MACIÇO PORQUE É 
CONSOLIDAÇÃO. 
---------------------------------------------------------------------------------------------------------- 
CAPACIDADES OU FUNÇÕES MENTAIS (ASMOCPLIAC) – SALTON: 
- ATENÇÃO: 
 Vigilância: prestar atenção aos novos estímulos do meio. Hipo ou 
Hipervigilância. 
 Tenacidade: capacidade de concentração. Hipo ou Hipertenacidade. 
- SENSOPERCEPÇÃO: capacidade mental de sentir e perceber o meio. 
Sensação + Percepção (transformar a sensação em um fenômeno psíquico). 
 Ilusão: ocorre na presença de um estímulo externo. 
 Alucinação: percepção de um estímulo sem a existência dele. 
Auditivas, olfativas, visuais, táteis, cinestésicas ou motoras. 
- MEMÓRIA: capacidade de fixar, conservar, evocar e reconhecer um estímulo. 
 Fixação e Evocação. 
 Distúrbio qualitativo: deja vù, nunca visto, ilusão e alucinação de 
memória. 
 Distúrbio quantitativo: hipermnésia, dismnésia, hipo e amnésia. 
- ORIENTAÇÃO: captamos a identificação de nós e do ambiente. 
 Autopsíquica: refere-se à própria pessoa. Saberseu nome, idade, 
local onde mora, profissão. 
 Alopsíquica: tempo e espaço. 
- CONSCIÊNCIA: capacidade de perceber o cenário em torno de si. 
 Diminuição, ausência ou estreitamento da consciência. 
 Graus de obscurecimento: obnubilação, confusão, estupor e coma. 
o Obnubilação: prejudica atenção, sensopercepção e memória. 
o Confusão: prejudica atenção, sensopercepção, memória e 
orientação. 
o Estupor: prejudica atenção, sensopercepção, memória, orientação 
e pensamento. 
o Coma: abolição completa da consciência. 
 Consciência básica/central/simples: é apenas o aqui e agora. A 
memória não é trazida ao cenário. 
 Consciência ampliada: a memória é trazida para o cenário. Alzheimer 
perde a consciência ampliada. 
- PENSAMENTO: 
 Produção ou forma de pensamento: definição, classificação, análise, 
síntese, indução (particular  geral), dedução (geral  particular). 
Juízo de realidade (somos capazes de distinguir o que pertence a 
realidade interna e externa); juízo subjetivo (autocrítica); juízo 
objetivo (dirigido ao mundo exterior). 
 Curso do pensamento: percebemos um constante encadeamento de 
uma ideia com a que a precede. Fuga de idéias (desvio rápido de 
uma ideia à outra, sem concluir nenhuma); Desagregração (desvio de 
AGNES GABRIELLE WAGNER – SEMIOLOGIA II ATM 
2022/1 
 
ideias que parecem não possuir conexão); Bloqueio do pensamento; 
Inibição do pensamento (paciente fala devagar, parece que é difícil 
pensar). 
 Conteúdo do pensamento: ideias supervalorizadas, ideias delirantes, 
ideias obsessivas, ideias fóbicas, ideias agressivas. 
- LINGUAGEM: é o modo de se expressar. Taquilalis/verborreia, bradilalia, 
mutismo, ecolalia, estereotipia verbal, dislalia, disfemia; hipermímica, 
hipomímica, amímica e paramímica. 
- INTELIGÊNCIA: 
 Interpessoal: consiste na capacidade de lidar com outras pessoas. 
Colocar-se no lugar delas, imaginar o que elas sentem, antever 
reações... 
 Intrapessoal: consiste na capacidade de observar/lidar consigo 
mesmo. Perceber os próprios sentimentos, perceber seus pontos 
fracos... 
- AFETO: afeto, sentimento, emoção, humor. Afetos prazeirosos, afetos 
depressivos, afetos inadequados, afetos ambivalentes, medo, ansiedade e 
pânico. 
- CONDUTA: hiperatividade, hipoatividade (quadros depressivos), conduta 
heteroagressiva, conduta autoagressiva, compulsão, estereotipias (repetição 
de certas atividades), negativismo, catalepsia.

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