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resumo Hermeneutica Jurídica

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Resumo P2 – HERMENÊUTICA 
 
 LINDB (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro): um 
conjunto de normas sobre normas que disciplina as próprias normas 
jurídicas, prevendo a maneira de sua aplicação no tempo e no espaço, 
bem como a sua compreensão e o entendimento do seu sentido lógico, 
determinando também quais são as fontes do direito, em complemento 
ao que consta na Constituição Federal. 
LINDB: 
 A Lei de Introdução não é parte integrante do Código Civil; 
 É autônoma ou independente, tendo-se em vista que seus artigos têm 
numeração própria. 
 Constitui tão somente uma lei anexa para tornar possível uma mais 
fácil aplicação das leis; 
 Estende-se muito além do Código Civil; 
 Abrange princípios determinativos da aplicabilidade das normas, 
questões de hermenêutica jurídica relativas ao direito privado e ao 
direito público; 
 Contém normas de direito internacional privado. 
 Na verdade, é uma lei de introdução às leis, por conter princípios 
gerais sobre as normas sem qualquer discriminação. 
As principais características da LINDB são: 
 É um conjunto de normas sobre normas, pois, é uma lei que 
disciplina outras normas jurídicas, assinalando-lhes a maneira de 
aplicação e entendimento, sendo chamada de lei das leis (lex legum); 
 É aplicável a todos os ramos do direito, não apenas ao Direito Civil; 
e por ultrapassar em muito o âmbito do Direito Civil, podemos afirmar 
que os dispositivos deste diploma legal contém normas de 
sobredireito. 
A lei de introdução trata dos seguintes assuntos: 
I - Vigência e eficácia das normas jurídicas; 
II - Conflitos da lei no tempo e no espaço; 
III - Dos critérios de hermenêutica; 
IV - Mecanismos de integração do ordenamento jurídico 
(analogia, costumes, princípios gerais do direito e equidade); 
V - Normas de direito internacional privado (arts. 7º a 19). 
VIGÊNCIA / APLICAÇÃO DAS LEIS NO TEMPO 
 Art. 1º, caput e § 1º 
 Art. 1º Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o 
país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. 
 § 1º Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, 
quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente 
publicada. 
 O Brasil adotou o sistema vigência única ou sincrônica ou 
simultânea: significa que a lei entra em vigor a um só tempo em todo 
o país (45 dias), conforme previsto no caput do artigo 1º da LINDB. 
 Esse intervalo temporal entre a publicação e a entrada da lei em vigor 
é o chamado vacatio legis. 
 Finalidade da vacatio legis - fazer com que os destinatários da lei a 
conheçam e se preparem para cumpri-la. 
 Nem a CF nem o CC, tampouco LINDB exigem que todas as leis 
obrigatoriamente tenham período de vacatio. No entanto a CF exige 
vacatio nos seguintes casos: 
 I - Lei que cria ou aumenta tributo (artigo 150, III, c, CF); 
 II - Lei que cria ou aumenta contribuição social, para a seguridade 
social (artigo 195, §6º, CF). 
 Existem três espécies de leis referentes à vacatio legis: 
 1) Lei com “vacatio legis” expressa: é aquela grande repercussão. De 
acordo com o artigo 8º da LC nº 95/98, tem expressa disposição do 
período de vacatio legis. 
 2) Lei com “vacatio legis” tácita: é aquela que continua em 
consonância com o artigo 1.º da Lei de Introdução, ou seja, no silêncio 
da lei entra em vigor, no país, 45 dias depois de oficialmente publicada 
ou, no estrangeiro, quando admitida, três meses após a publicação 
oficial. 
 3) Lei sem “vacatio legis”: é aquela que, por ser de pequena 
repercussão, entra em vigor na data de publicação, devendo esta estar 
expressa ao final do texto legal. 
 Conforme preceitua o § 2.º do art. 8.º da LC 95/1998, as leis que 
estabelecem período de vacância deverão utilizar a cláusula“ esta lei 
entra em vigor após decorridos (o número de) dias de sua publicação 
oficial”. (NR) (Parágrafo acrescentado pela Lei Complementar nº 107/ 
2001) 
FORMA DE CONTAGEM DO PRAZO 
 Quanto à contagem do prazo de vacatio legis, dispõe o art. 8.º, §1º, da 
LC 95/1998, que deve ser incluído o dia da publicação e o último dia, 
devendo a lei entrar em vigor no dia seguinte à sua consumação 
integral. (Parágrafo acrescentado pela Lei Complementar nº 
107/2001) 
 Conta-se o prazo dia a dia, inclusive domingos e feriados. O prazo não 
se suspende nem se interrompe, entrando em vigor no dia seguinte ao 
último dia, ainda que se trate de domingo e feriado. 
 Durante o prazo de vacância, a lei nova ainda não produz efeitos, ou 
seja, ainda não tem vigência. 
 Enquanto a lei nova ainda não entrar em vigor ela não será obrigatória 
e os atos praticados de acordo com a lei antiga serão plenamente 
válidos. 
LEI CORRETIVA 
 Art. 1º (…) 
 § 3º Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu 
texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos 
anteriores começará a correr da nova publicação. 
 1) correção no período de “vacatio legis”: a norma poderá ser 
corrigida. Neste caso, deverá contar novo período de vacatio legis; 
 § 4º As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. 
 2) correção após a entrada em vigor: a norma poderá ser corrigida 
mediante uma nova norma de igual conteúdo. (Neste caso haverá 
publicação de lei nova). 
VIGÊNCIA DA LEI: PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DAS 
LEIS 
 Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até 
que outra a modifique ou revogue. 
 Revogar é tornar sem efeito uma norma, retirando sua 
obrigatoriedade. A revogação pode ser: 
 Total = Ab-rogação- revogação de todos os dispositivos da lei 
 Parcial = Derrogação- revogação parcial, de determinados 
dispositivos da lei. 
 Expressa ou direta – Quando a lei indica claramente qual(is) texto 
de lei está sendo afastado. Ex. Código Civil de 2002, art 2.045. 
 Tácita – Quando a lei nova é incompatível ou quando regular 
inteiramente a matéria. 
 § 1º A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o 
declare, quando seja com ela incompatível ou quando regule 
inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. 
 “quando expressamente o declare” - trata-se de revogação expressa. 
 “Com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de 
que tratava a lei anterior” – trata-se de revogação tácita. 
IMPORTANTE: 
 Sobre a revogação expressa ou direta, a LC 107/2001 deu nova 
redação à LC 95/98 que ficou da seguinte forma: 
 Art.9º da LC 95/98 - A cláusula de revogação deverá enumerar, 
expressamente, as leis ou disposições legais revogadas. 
 Ou seja, através do dispositivo legal acima, o legislador não deve mais 
se valer daquela vaga expressão “revogam-se as disposições em 
contrário”. 
Art. 2º (…) 
 § 2º A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par 
das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. 
 A norma geral não revoga a especial, assim como a nova especial não 
revoga a geral, podendo ambas coexistir pacificamente, exceto se 
disciplinarem de maneira distinta a mesma matéria ou se a revogarem 
expressamente. 
 Sendo assim, a mera justaposição de normas, sejam gerais ou 
especiais, às normas já existentes, não é motivo para afetá-las, 
podendo ambas reger paralelamente as hipóteses por elas 
disciplinadas, desde que não haja contradição entre ambas. 
 § 3º Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por 
ter a lei revogadora perdido a vigência. 
 Repristinação: significa restauração do antigo. 
 Instituto através do qual se restabelece a vigência de uma lei revogada 
pela revogação da lei que a tinha revogado. Exemplo: norma “B” revoga a norma “A”; posteriormente uma norma 
“C” revoga a norma “B”; a norma “A” volta a valer. 
OBS.: 
 A repristinação não ocorre automaticamente, ou seja, só se dá por 
dispositivo expresso da norma; caso contrário, não se restaura a lei 
revogada. 
 Exemplo: norma “A” só volta a valer se isso estiver explícito na norma 
“C”, ou seja, não há repristinação automática (implícita), esta somente 
ocorre se for expressamente prevista. 
PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE DAS LEIS 
 Art. 3º. Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a 
conhece. 
 Presunção legal – A lei, uma vez publicada, é de conhecimento de 
todos. 
 Necessidade social – Garantia da eficácia do ordenamento jurídico 
que estaria comprometido, caso a pessoa alegasse a ignorância para se 
eximir do cumprimento da lei. 
MECANISMOS DE INTEGRAÇÃO DO ORDENAMENTO 
JURÍDICO 
 Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com 
a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito. 
Dos critérios de hermenêutica: 
 Art. 5º Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela 
se dirige e às exigências do bem comum. 
CONFLITO DE LEIS NO TEMPO 
 Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato 
jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada. 
 § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei 
vigente ao tempo em que se efetuou. 
 § 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou 
alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício 
tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a 
arbítrio de outrem. 
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não 
caiba recurso. 
 § 1º Ato Jurídico Perfeito- “é o ato já consumado, seguindo a norma 
vigente ao tempo em que se efetuou. Já se tornou apto para produzir 
os seus efeitos.” (Maria Helena Diniz) 
 Exemplo: O contrato de locação celebrado durante a vigência de uma 
lei que não pode ser alterado somente porque a lei mudou; ou seja, é 
necessário que o prazo do contrato termine. 
 § 2º Direito Adquirido – direito incorporado ao patrimônio do 
particular. O direito adquirido é o que já se incorporou definitivamente 
ao patrimônio e à personalidade de seu titular, de modo que nem lei 
nem fato posterior possa alterar tal situação jurídica, pois há direito 
concreto, ou seja, direito subjetivo e não direito potencial ou abstrato. 
 Exemplo: A pessoa que se aposenta e, posteriormente, a lei modifica 
o prazo de aposentadoria. Tal modificação não irá atingir aquele que 
já está aposentado. 
 § 3º Coisa julgada – “Consiste na imutabilidade de uma sentença, ou 
seja, é a decisão prolatada da qual não caiba mais recurso”. (Maria 
Helena Diniz) 
 E o fenômeno processual consistente na imutabilidade e 
indiscutibilidade da sentença, posta ao abrigo dos recursos, então, 
definitivamente preclusos, e dos efeitos por ela produzidos porque os 
consolida, privilegiando a segurança jurídica dos litigantes. 
 
 STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO 
ESPECIAL AgRg no AREsp 548930 PR 2014/0174089-2 (STJ) 
Data de publicação: 04/11/2014 
Ementa: PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO 
REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. 
AFRONTA AO ARTIGO 6º DA LINDB. DIREITO ADQUIRIDO E 
ATO JURÍDICO PERFEITO. CARÁTER CONSTITUCIONAL. 
COMPETÊNCIA DO STF. 1. É incabível o conhecimento do recurso 
especial por violação do art. 6º da Lei de Introdução às Normas do 
Direito Brasileiro, uma vez que os princípios nela contidos - direito 
adquirido, ato jurídico perfeito e coisa julgada -, apesar de previstos 
em norma infraconstitucional, são institutos de natureza 
eminentemente constitucional (art. 5º , XXXVI , da CF/1988 ). 
Precedente mais recente: AgRg no AREsp 448.536/SP, Rel. Ministro 
Sérgio Kukina, Primeira Turma, DJe 2/10/2014. 2. Agravo regimental 
não provido. 
 STJ - AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO 
ESPECIAL AgRg no AREsp 467820 RJ 2014/0017591-8 (STJ) 
Data de publicação: 19/08/2014 
Ementa: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO 
ESPECIAL. CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. ALEGAÇÃO DE 
OFENSA A DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS. 
INADEQUAÇÃO DA VIA ELEITA. COMPETÊNCIA 
RESERVADA AO STF. DIREITO ADQUIRIDO. ATO JURÍDICO 
PERFEITO. COISA JULGADA. INSTITUTOS DE NATUREZA 
CONSTITUCIONAL. 1. Compete ao Superior Tribunal de Justiça, 
em sede de recurso especial, a análise da interpretação da legislação 
federal, motivo pelo qual se revela inviável invocar, nesta seara, a 
violação de dispositivos constitucionais, porquanto matéria afeta à 
competência do STF (art. 102, inciso III, da Constituição Federal). 2. 
A análise de ofensa aos princípios do direito adquirido, do ato 
jurídico perfeito e da coisa julgada, apesar de previstos em norma 
infraconstitucional, não podem ser analisados em recurso especial, 
pois são institutos de natureza eminentemente constitucional. 3. 
Agravo regimental não provido. 
 
 Pela LINDB (arts. 7º a 19), serão solucionados os conflitos 
decorrentes da aplicação espacial de normas, que estão relacionadas à 
noção de soberania dos Estados, por isso, é que a LINDB é 
considerada o Estatuto de Direito Internacional Público e Privado.

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