Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Introdução aos Princípios da Ciência Pesqueira Profa. Ianna Fernandes Universidade Federal do Ceará Centro de Ciências Agrárias Departamento de Engenharia de Pesca 1 Curso de Engenharia de Pesca É o setor da engenharia voltado para o cultivo, a captura e a industrialização de organismos aquáticos. FUNÇÕES DO ENGENHEIRO DE PESCA: Estudar e aplicar métodos e tecnologias para localizar, capturar, beneficiar e conservar peixes, crustáceos e frutos do mar. Dimensionar e implantar cultivos de organismos aquáticos em lagos, barragens e no oceano. Pesquisar o beneficiamento e a conservação do pescado e acompanha sua industrialização e distribuição no mercado consumidor. 2 Curso de Engenharia de Pesca Como pré-requisito a grade curricular consta de disciplinas das áreas das ciências exatas e biológicas. MERCADO DE TRABALHO: • Administração e economia pesqueira - Planejar, implantar e gerenciar empresas pesqueiras. • Aquicultura - Projetar fazendas e viveiros e desenvolver técnicas para a criação de organismos marinhos e de água doce. Estudar a viabilidade econômica, técnica e jurídica de empreendimentos de aquicultura e dar consultoria em fazendas de cultivo de organismos aquáticos. • Ecologia aquática - Estudar ecossistemas aquáticos de modo a garantir a exploração dos recursos sem danos ao meio ambiente. 3 Curso de Engenharia de Pesca • Extensão pesqueira - Orientar comunidades de pescadores para aumentar a produtividade e o desenvolvimento econômico e social da região. • Investigação, planejamento e tecnologia pesqueira - Pesquisar o potencial pesqueiro de uma região e elaborar programas para seu desenvolvimento. Criar técnicas de localização e captura de organismos aquáticos. • Produção - Desenvolver técnicas de criação de peixes (piscicultura), organismos marinhos (maricultura), camarões (carcinicultura) e algas marinhas. • Tecnologia do pescado - Fazer o controle sanitário e inspecionar a conservação, o beneficiamento e a industrialização do pescado, agregando valores e desenvolvendo novos produtos. 4 Estrutura do Departamento de Engenharia de Pesca O Departamento é constituído de laboratórios de pesquisa coordenados por professores (graduação e pós-graduação). Os laboratórios apresentam diversas linhas de pesquisa voltadas ao processamento do pescado, aquicultura, limnologia, planctologia, biologia pesqueira, bioquímica e biotecnologia. Estação de Piscicultura e GENAQUA - Grupo de estudos em genética e biotecnologia aplicada à aquicultura Laboratório de Recursos Aquáticos CORAQ e PET 5 LABOMAR – Instituto de Ciências do Mar Laboratório de Avaliação de Contaminantes Orgânicos Laboratório de Biogeoquímica Costeira Laboratório de Biologia Molecular Laboratório de Bioquímica e Biotecnologia Laboratório de Dinâmica Costeira Laboratório de Ecologia Animal Laboratório de Ecotoxicologia Laboratório de Efluentes e Qualidade de Água Laboratório de Histopatologia Laboratório de Macroalgas Laboratório de Mergulho Científico Laboratório de Microbiologia Ambiental e do Pescado Laboratório de Nutrição de Organismos Aquáticos Laboratório de Oceanografia Física Laboratório de Oceanografia Geológica Laboratório de Oceanografia Pesqueira Laboratório de Plâncton Laboratório de Zoobentos Navio de Pesquisa Martins Filho 6 A Ciência Pesqueira é a ciência que busca os conhecimentos necessários à gestão das pescarias, incluindo, não só os aspectos biológicos que permitem a avaliação dos recursos pesqueiros, tais como: • Estimativa das capturas máximas sustentáveis - Biologia pesqueira; • Também os aspectos econômicos – Bioeconomia; • Questões técnicas que permitem aumentar o valor dos produtos pescados - Tecnologia da pesca e a tecnologia do pescado. INTRODUÇÃO 7 Ciência Pesqueira A Ciência Pesqueira baseia-se na biologia das espécies capturadas (por exemplo no seu crescimento e reprodução), mas desenvolveram-se a partir da ecologia e seus conceitos matemáticos. A oceanografia e a biologia marinha são outras disciplinas que muito contribuem para o conhecimento dos processos que afetam os recursos pesqueiros. Por essa razão, muitos institutos de investigação pesqueira no mundo associam os estudos pesqueiros propriamente ditos com a oceanografia - ou a limnologia que é o seu equivalente para águas interiores (lagos, rios, açudes, etc.) Carpa-comum Tilápia Tambaqui 8 Os pesquisadores, principalmente os que trabalham na área da biologia pesqueira e que muitas vezes atuam também como gestores das pescarias, encontram-se muitas vezes em conflito com os próprios pescadores e com os políticos. Durante a pesca excessiva, é necessário propor a redução da atividade extrativa. No entanto, com o desenvolvimento da educação ambiental, grande parte dos pescadores e políticos atualmente reconhecem a necessidade do estudo e da gestão das pescarias. Quando, no princípio do século XX e principalmente depois da II Grande Guerra Mundial, começou a sentir os efeitos da sobrepesca, os oceanógrafos começaram a interessar-se mais pelo estudo das espécies que constituíam as principais pescarias. Ciência Pesqueira 9 O oceano cobre uma área de 364 bilhões de km2 ou 71% da área total da Terra, contendo 1,2 bilhão de km3 de água salgada; Temperatura variando na faixa -3,3 oC a 35 oC; A água marinha é salgada porque contem 35 g/litro de sais dissolvidos de todos os tipos, com destaque para alguns elementos químicos; O teor diminui para 5-15 g/litro nos estuários; A água dos oceanos se encontram em constante circulação; A importância dos oceanos vai além do seu potencial bioquímico e farmacológico, abrangendo todo o processo de regulação climática; Ciência Pesqueira 10 Ciência Pesqueira A pesca é umas das ocupações mais antigas desenvolvida pelo homem; Apenas, no século XIX, ainda no processo da revolução industrial, que as condições se tornaram propícias à sua expansão, especialmente no hemisfério norte. Algumas inovações técnicas foram decisivas: o motor a vapor o casco de aço das embarcações, as embarcações se tornaram mais seguras, rápidas e com mais autonomia de mar; Desenvolvimento de artes de pesca. 11 Ciência Pesqueira A produção marinha de pescado teve sua intensificação efetivada a partir do século XX; Os recursos estavam sujeitos a pescarias de pequena-escala, pois os aparelhos ainda não tinham poder de pesca suficiente para produzir grandes volumes de captura. Com o desenvolvimento das artes de pesca e de equipamentos eletrônicos de auxílio à pesca a produção passou para nível industrial; 12 13 14 Piscicultura Marinha 1. Alto investimento; 2. Setor em crescimento; 3. Espécies com potencial de produção e mercado; 4. Retorno um pouco lento da receita líquida; 5. Depois de alto investimento os lucros são satisfatórios; 6. A China é um dos maiores produtores na área da piscicultura. 7. Na Ásia a grupo de peixes mais cultivados são os serranídeos (garoupa, chernes e mero). Piscicultura Marinha As espécies de peixes marinhos com maior potencial para o cultivo: Rachycentron canadum Centropomus undecimalis Lutjanus analis Ephinephelus marginatus 16 Piscicultura Marinha UFRPE Litoral de Pernambuco Beijupirá 17 Ephinephelus marginatus – Garoupa verdadeira Ameaçada de extinçãona Europa Potencial de cultivo no Nordeste BRASIL Ephinephelus itajara – Peixe mero Oreochromis niloticus Colossoma macropomum Tanques-rede de 6 a 30 m3 Ciência Pesqueira Fonte: FAO, 2010 19 Ciência Pesqueira Fonte: FAO, 2010 20 Ciência Pesqueira Fonte: FAO, 2010 21 Ciência Pesqueira Fonte: FAO, 2010 22 Ciência Pesqueira Fonte: FAO, 2010 23 Ciência Pesqueira Fonte: FAO, 2010 24 Ciência Pesqueira Fonte: FAO, 2010 25 Ciência Pesqueira Fonte: FAO, 2010 26 Ciência Pesqueira Fonte: Ministério da Pesca e Aquicultura, 2010 27 Ciência Pesqueira Produção nacional da sardinha Fonte: Ministério da Aquicultura e Pesca, 2010 28 Ciência Pesqueira Produção nacional da tilápia Fonte: Ministério da Aquicultura e Pesca, 2010 29 Ciência Pesqueira Fonte: Ministério da Aquicultura e Pesca, 2010 30 Ciência Pesqueira Produção nacional da lagosta Fonte: Ministério da Aquicultura e Pesca, 2010 31 Ciência Pesqueira Produção nacional da tambaqui Fonte: Ministério da Aquicultura e Pesca, 2010 32 Ciência Pesqueira Fonte: Ministério da Aquicultura e Pesca, 2010 33 Ciência Pesqueira Fonte: Ministério da Pesca e Aquicultura, 2010 34 Ciência Pesqueira Fonte: Ministério da Pesca e Aquicultura, 2010 35 Ciência Pesqueira Fonte: Ministério da Pesca e Aquicultura, 2010 36 Ciência Pesqueira Fonte: Ministério da Pesca e Aquicultura, 2010 37 Ciência Pesqueira Fonte: Ministério da Pesca e Aquicultura, 2010 38 39 China se destaca na produção mundial de pescado 40 A produção brasileira de pescado cultivado 41 A produção brasileira de pescado capturado Espécies cultivadas no Nordeste Litopenaeus vannamei Oreochromis niloticus Colossoma macropomum Araipama gigas 42 Espécies cultivadas no Nordeste Cyprinus carpio 43 Espécies marinhas exploradas no Nordeste Agulhinha Albacora Arabaiana Aracibora 44 Espécies marinhas exploradas no Nordeste Ariacó Bagre Biquara Boca torta 45 Espécies marinhas exploradas no Nordeste Bonito Cação Budião Camurim 46 Espécies marinhas exploradas no Nordeste Camarão Caranguejo Cavala Cioba 47 Espécies marinhas exploradas no Nordeste Dentão ou vermelho Dourado Guarajuba Guaiúba 48 Espécies marinhas exploradas no Nordeste Lagosta Pescada Pargo Ostra 49 Espécies marinhas exploradas no Sudeste Atum Sardinha verdadeira Corvina Robalo 50 Espécies marinhas exploradas no Norte Pargo Piramutaba Camarão rosa Dourada 51 Diferentes tipos de pesca e suas classificações A pesca é classificada em dois tipos: 1. Artesanal: é praticada em regiões onde o desenvolvimento científico e industrial é bastante reduzido. TIPOS DE EMBARCAÇÕES: de pequeno porte, não motorizada. Os pescadores trabalham em número reduzido. A atividade de pesca está ligada ao consumo local. 52 Diferentes tipos de pesca e suas classificações 2. Industrial: é caracterizada por utilizar embarcações motorizadas, especializadas ou adaptadas ao mecanismo apropriado para a utilização de diferentes artes de pesca, tais como: Rede de cerco Rede arrasto Espinhéis Redes de emalhar 53
Compartilhar