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ATLAS DE CONSTITUINTES ANORMAIS EM SEDIMENTO URINÁRIO 2017

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ATLAS DE CONSTITUINTES ANORMAIS EM 
SEDIMENTO URINÁRIO 
 
 
BRASÍLIA – DF 
2017 
 
 
1 
 
 
 
Universidade Paulista – UNIP 
Avaliação referente à disciplina de Uroanálise e Fluidos Biológicos 
Pâmella Cristina de Oliveira Caparrosa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
BRASILIA-DF 
2017 
 
2 
 
 
 
SUMÁRIO 
 Introdução .................................................................................................................................... .................................. 3 
1. Elementos celulares ................................................................................................................................................... 3 
2. Micro-organismos .................................................................................................................. ..................................... 9 
3. Cilindros e Cristais ........................................................................................................ ............................................ 14 
4. Contaminantes .......................................................................................................................................................... 30 
Referencial Bibliográfico ............................................................................................................................................... 31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
O exame de sedimentoscopia urinária fornece informações que auxiliam no diagnóstico e tratamento de pacientes. Através do 
estudo urinário é possível avaliar alterações do trato urinário, da função renal, de doenças hepáticas, metabólicas e hemolíticas, 
bem como, auxiliar na identificação de patologias raras. O conhecimento das anormalidades possíveis no sedimento urinário é 
aplicável no auxilio ao diagnostico de uma doença, no monitoramento da evolução de doenças, efetividade do tratamento ou 
complicações de terapias, triagem da população quanto a doenças hereditárias, congênitas ou assintomáticas. O conhecimento 
das anormalidades do sedimento urinário se torna necessário para a optimização da execução do processo e melhor interpretação 
dos resultados. 
 
1. ELEMENTOS CELULARES 
1.1. Células epiteliais 
As células epiteliais podem ser escamosas (pavimentosas, escamosas ou descamativas), de transição (caudais) ou tubulares 
renais. 
 Células epiteliais descamativas: são células de revestimento da vagina, uretra feminina e masculina. Apresentam diâmetro 
entre 30 e 50μm e apresentam uma relação citoplasma/núcleo grande, sendo que o núcleo é redondo e apresenta núcleo denso 
de 12 a 16μm de diâmetro. A presença dessas células na urina é decorrente da decorrente do processo normal de descamação do 
4 
 
 
 
epitélio. O aumento de células epiteliais descamativas pode ser decorrente de o paciente ter colhido o primeiro jato de urina e não 
tem muito significado clinico. 
Células epiteliais caudais de transição: são originadas da pelve renal, ureteres, bexiga e/ou uretra. Apresentam diâmetro 
que varia de 20 a 30μm, sua forma é esférica ou oval, podendo também ser caudada, geralmente, tem um único núcleo, redondo 
ou oval, que se encontra centralizado. As células da pelve reanal e dos ureteres apresentam tamanho menor que as demais 
células de transição. 
A quantidade aumentada dessas células é encontrada em sedimento urinário de pacientes submetidos à cateterização, 
lavado de bexiga ou com presença de infecções do trato urinário. Quando há numero aumentado em decorrência de infecção 
urinária, geralmente, há elevação na quantidade de leucócitos (neutrófilos). Alterações no tamanho das células de transição e 
alterações no núcleo e no citoplasma podem ser verificados em pacientes submetidos à tratamento radioterápico e pacientes com 
câncer de bexiga. Exames citológicos deverão ser realizados para melhor diagnóstico. 
Células do túbulo renal: essas células são provenientes dos tubos contorcidos proximais da alça de Henle, dos tubos 
contorcidos distais e dos dutos coletores. O tamanho das células renais varia de 12 a 25 μm, dependendo do local de origem. As 
células dos túbulos contorcidos proximais são ovais e tem diâmetro que varia de 20 a 60μm e apresentam um ou dois núcleos 
pequenos e densos, geralmente não localizados no centro, o citoplasma dessas células apresenta acentuada granulação, podem 
ser confundidas com fragmentos de cilindros granulosos. 
As células oriundas dos túbulos contorcidos distais tem tamanho que varia de 14 a 25μm enquanto as células dos tubos 
coletores tem diâmetro que varia de 12 a 20μm de diâmetro, são as células renais mais frequentemente observadas no exame 
microscópico do sedimento urinário. As células dos túbulos contorcidos distais tem forma oval ou redonda, as células dos tubos 
5 
 
 
 
coletores são, geralmente, cúbicas ou poliédricas. O núcleo dessas células, geralmente excêntrico. Essas células renais 
apresentam relação citoplasma/núcleo menor que as células de transição, de aproximadamente 3/1. 
O aumento de celulas tubulares renais no sedimento urinário ocorre em patologias renais como: necrose tubular aguda, 
infecções virais, infecções bacterianas, inflamações e neoplasias. Número aumentado de células tubulares renais é, também, 
verificado em pacientes que se submeteram a transplante renal e que apresentam rejeição do órgão transplantado. A presença de 
mais que 15 células tubulares renais em 10 campos microscópicos observados em aumento de 400X constitui indicação de que o 
paciente sofre de alguma patologia ou processo renal ativo. 
Observação: É importante observar da presença de número aumentado de estruturas como leucócitos, hemácias com 
alteração em sua morfologia (dismórficas) e cilindros, pois, constituem em importantes informações e contribuem para uma melhor 
interpretação dos resultados. 
1.2. Leucócitos 
Os leucócitos são glóbulos brancos - maiores que os glóbulos vermelhos – medem em média cerca de 12 μm de diâmetro, o 
citoplasma apresenta granulações finas e o núcleo é lobulado. O leucócito mais encontrado no sedimento urinário é o 
polimorfonuclear neutrófilo. O aumento da quantidade de leucócitos na urina é chamado de leucocitúria ou piúria, cinco leucócitos 
por campo representam o limite superior normal em uma amostra de jato médio de urina. 
Os leucócitos – também chamados de piócitos – são encontrados aumentados na urina quando há inflamação no trato 
urogenital, tais quais: doenças renais, infecção aguda do trato urinário (geralmente por fungos e bactérias), estados febris pós-
exercício físico extenuante, tumores na bexiga, cálculos renais e corpo estranho. 
 
6 
 
 
 
1.3. Eritrócitos 
As hemácias ou eritrócitos, apresentam fora discóide com diâmetro é de aproximadamente 7 μm, são células anucleadas e 
não apresentam inclusões citoplasmáticas. A quantidade de quatro hemácias (eritrócitos / células vermelhas) por campo 
representa o limite superior de normalidade em uma amostra de jato médio de urina. 
Hematúria é a presença anormal de eritrócitos na urina, pode ser macroscópica (olho nu) ou microscópica (detectada via 
microscópio). É importante enfatizar que o aspecto visual vermelho pode não caracterizar hemáturia, pois, há substâncias 
(alimentos e medicamentos) que podem causar coloração anormal da urina, somente após a análise microscópica é possível 
diagnosticar com precisão. Em caso de amostra feminina (em fase reprodutiva) deve ser feita a analise se não houve 
contaminação menstrual. 
Causas de hematúria originadas no aparelho urinário inferior: infecção urinária, prostatite, uretrite, neoplasia da bexiga,neoplasia da próstata, hiperplasia benigna da próstata, cálculos da bexiga, alterações da coagulação do sangue, medicamentos 
anticoagulantes ou antiagregantes plaquetários, traumatismo, cistite inflamatória ou radica, instrumentação urológica. 
Causas de hematúria originadas no aparelho urinário superior: glomerulopatias, alterações da coagulação sanguínea, 
cálculos do rim ou do ureter, pielonefrites, neoplasia do rim, neoplasia do bacinete ou do ureter, anemia de células falciformes, 
doença renal poliquística. 
 
 
 
7 
 
 
 
CÉLULAS EPITELIAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1 – Sedimento contendo 
células escamosas ou descamativas. 
Figura 3 – Sedimento contendo 
células caudais de transição. 
Figura 2 – sedimento contendo 
células escamosas (seta), caudais de 
transição (duas setas) e do túbulo 
renal (quadrado). Presença de 
Cristais, hemácias e leucócitos. 
Figura 4 – sedimento contendo 
células do túbulo renal (setas azuis). 
- Citoplasma 
abundante e irregular; 
- Núcleo central com 
tamanho aproximado 
de uma hemácia; 
- São menores que as 
pavimentosas, 
esféricas, caudadas 
ou poliédricas; 
- Núcleo central; 
- Redondas; 
ligeiramente maiores 
que leucócitos; sem 
grânulos. 
- Mononucleada 
- Presença elevada 
indica necrose tubular 
8 
 
 
 
LEUCÓCITOS E ERITRÓCITOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5 – Sedimentoscopia urinária 
apresentando Piúria. 
Figura 6 – Sedimento urinário com 
presença de Piúria. 
- Discos incolores 
- Dismórficas e com 
tamanhos 
variáveis,protrusões 
ou com 
fragmentações. 
Figura 7 – Sedimento urinário com 
presença de Hematúria. 
Figura 8 – Sedimentoscopia 
apresentando grande quantidade de 
hemácias. 
- Núcleos 
lobulados 
- Grânulos 
citoplasmáticos 
 
9 
 
2. MICRO-ORGANISMOS 
2.1. Flora Bacteriana 
Tecnicamente as bactérias não devem estar presentes na urina. No entanto, salvo se as amostras forem coletadas em 
condições estéreis, algumas bactérias ,geralmente, estão presentes como resultado de contaminação vaginal, uretral, da genitália 
externa ou do frasco de coleta. Para serem consideradas significativas para infecção do trato urinário, as bactérias devem ser 
acompanhadas por glóbulos brancos. 
A presença de bactérias na urina pode ser sintomática e assintomática, a razão de bacteriúria assintomática ainda é 
desconhecida. Contudo, a bacteriuria sintomática é responsável por infecções no trato urinário. Diversas bactérias podem causar a 
ITU (infecção do trato urinário), os agentes etiológicos, mais frequentemente envolvidos são: Escherichia coli, Staphylococcus 
saprophyticus, espécies de Proteus e de Klebsiella, Gardnerella vaginalis o Enterococcus faecalis. Sendo que E. coli, 
responsabiliza-se por 70% a 85% das infecções do trato urinário. 
2.2. Trichomonas 
O parasita que pode ser encontrado com maior freqüência no sedimento urinário é o Trichomonas vaginalis. Este protozoário 
é responsável por infecções vaginais e pode também infectar a uretra, a bexiga e a próstata. Nesses casos o protozoário poderá 
ser, também, observado em amostra de urina recente, sendo facilmente identificado pela motilidade. Por ser um protozoário 
flagelado e apresentar uma membrana ondulante, este se movimenta, girando no campo, sem direção. 
 O parasita é ovóide, com a sua maior dimensão da ordem de 30 micra; apresenta um núcleo e alguns vacúolos 
citoplasmáticos, o que facilita a sua identificação, quando não está em movimento. O corante de Sternheimer-Malbin é utilizado 
para diferenciá-lo de leucócitos e/ou células epiteliais. Esses elementos se coram de roxo, enquanto o Trichomonas não se cora. 
10 
 
 
 
Ovos ou larvas de parasitas também podem ser encontrados no sedimento urinário devido à contaminação fecal e por falta 
de assepsia adequada. 
2.3. Leveduras 
As células leveduriformes podem ser observadas no sedimento urinário devido à contaminação por secreção vaginal ou ainda 
por contaminação pela pele ou pelo ambiente. As leveduras estão presentes em secreções vaginais de indivíduos com infecção 
pelo fungo, frequentemente em pacientes diabéticos e/ou imunossuprimidos. 
As principais leveduras observadas são Candida sp. Essas se apresentam como células ovóides, com tamanho de 5 a 7 
micra, de tamanho menor que as hemácias, incolores e refringentes. Muitas vezes apresentam cadeias/brotamentos, devido à 
germinação de hifas e pseudohifas, os quais facilitam a identificação. Na transcrição do resultado a presença de leveduras deve 
ser relatada da seguinte forma: "Presença de células leveduriformes (pseudohifas) com aspecto morfológico de Candida sp". 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
MICRO-ORGANISMOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 9 – Presença de aglomerado de 
bactéria em formato de bacilos em 
sedimento urinário (setas). 
Figura 10 - Sedimentoscopia com 
presença de bactérias e glóbulos 
brancos. 
Figura 11 – Presença de Trichomonas 
em sedimento urinário. 
Figura 12 – Presença de Trichomonas 
em sedimento urinário. 
 
12 
 
 
 
MICRO-ORGANISMOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 13 – Presença de Trichomonas 
em sedimento urinário. 
 
Figura 14 – Presença de Trichomonas 
em sedimento urinário. 
 
Figura 15 – Presença de leveduras em 
sedimento urinário. 
 
Figura 16 – Presença de leveduras em 
sedimento urinário. 
 
13 
 
 
 
MICRO-ORGANISMOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 17 – Presença de leveduras em 
sedimento urinário. 
 
Figura 18 – Presença de Cândida sp. em 
sedimento urinário. 
 
14 
 
3. CILINDROS E CRISTAIS 
3.1. Cilindros 
 Os cilindros urinários são formados no lúmen dos túbulos renais. São nomeados cilindros pelo fato de serem moldados no 
interior dos túbulos renais. Possuem matriz, primariamente, composta de mucoproteína de Tamm Horsfall. Os cilindros são 
classificados de acordo com sua matriz, tipo de inclusão e tipo celular presente em seu interior. Sua presença acompanha 
proteína positiva na tira reativa. 
Cilindro hialino: é composto por proteína gelificada de Tamm-Horsfall. São incolores, homogêneos e transparentes, em 
geral, apresenta suas extremidades arredondadas. Pode ser encontrado no tipo mais brando de doença renal, porém sua 
presença não é indicativa de nenhuma doença em particular. 
Esse tipo de cilindro é o mais comumente encontrado na urina e pode estar presente em uma urina normal, principalmente 
após exercícios físicos e desidratação fisiológica, quando este encontra-se aumentado. 
Cilindro hemático: podem exibir coloração acastanhada ou serem quase incolores. Sua presença no sedimento urinário 
representa hematúria renal e sempre é um indicativo patológico. 
Geralmente são diagnósticos de doença glomerular, como: glomerulonefrite aguda, nefrite lúpica, endocardite 
bacteriana subaguda e no trauma renal. Podendo também estar presente em infarto renal, trombose de veia renal e 
pielonefrite grave. 
15 
 
 
 
Cilindro leucocitário: os leucócitos de maior predominância nesse cilindro sãoneutrófilos polimorfonucleares Quando 
presente no sedimento urinário é indicativo de infecção ou inflamação não infecciosa renal. Podem, então, estar presentes em 
condições como pielonefrite aguda, nefrite intestinal e nefrite lúpica, assim como em doenças glomerulares. 
Cilindro granuloso: sua origem pode ser resultante da degeneração de cilindros celulares ou pode ser oriundo da agregação 
proteica em uma matriz de mucoproteína de Tamm Horsfall. Quase sempre quando presentes na urina são indicativos de doença 
renal, porém também é possível encontra-lo na urina normal após exercício intenso. 
A distinção de cilindro granuloso grosso e cilindro granuloso fino não tem importância clínica, porém é fácil realizar a 
diferenciação. O cilindro granuloso grosso possui grânulos grosseiros e maiores, além de possuir uma coloração mais escura, em 
decorrência da densidade de seus grânulos. O cilindro granuloso fino contém grânulos finos e apresentam coloração amarelada ou 
cinza. 
Cilindro epitelial: esse cilindro é encontrado em casos de doenças renais que afetam principalmente os túbulos renais e são 
formados a partir da descamação de células epiteliais tubulares renais. Além disso, também podem ser encontrados após 
exposição a agentes nefrotóxicos ou vírus. 
Cilindro céreo: possui coloração amarelada, cinza ou incolor. Apresentam aspecto liso e homogêneo, além de apresentar 
índice muito alto de refração. Representam um estágio avançado do cilindro hialino. 
Esse cilindro é encontrado em pacientes com insuficiência renal crônica grave, em casos de hipertensão maligna, amiloidose 
renal e nefropatia diabética. Podem também ser encontrada na insuficiência renal aguda, inflamação e em casos de degeneração 
tubular. 
16 
 
 
 
Cilindro gorduroso: são produzidos pela deposição dos cilindros de células epiteliais que contém corpos adiposos ovais. 
Esse cilindro é composto com gotículas de gordura de tamanhos variados. São observados na síndrome nefrótica, 
glomeruloesclerose diabética, nefrose lipoídica, glomérulo nefrite crônica, lúpus e envenenamento renal tóxico. 
Cilindro misto: esse tipo de cilindro ocorre quando dois tipos celulares distintos estão presentes na matriz proteica do 
cilindro. O produto resultante dessa mistura é chamado de cilindro misto. 
 
Cilindro largo: esses cilindros possuem um diâmetro de 2 a 3 vezes maior que os cilindros normais. Ocorrem quando há 
uma dilatação tubular ou extrema estase do fluxo urinário no ducto coletor distal. Estão presentes em pacientes com insuficiência 
renal crônica e quando são encontrados indicam mau prognóstico ao paciente. 
 
3.2. CRISTAIS 
Os seguintes cristais apresentam-se ordenados por pH e muco: 
Cristais de ácido úrico: o ácido úrico pode ser encontrado de diferentes morfologias, porém as formais mais características 
são: diamantes ou prisma romboide. 
A presença de ácido úrico na urina pode ser uma ocorrência normal, sua presença não indica necessariamente uma condição 
patológica. Algumas condições na urina elevada e incluem gota, elevado metabolismo de purina, condições febris agudas, nefrite 
crônica , síndrome Lesch-Nyhan. 
Cristais Oxalato de Cálcio: os Oxalatos de cálcio são incolores, octaédricos ou em formas de envelopes, são encontrados 
com frequência em urinas ácidas ou neutras. Podem estar presentes na urina após a ingestão de vários alimentos ricos em oxalato 
17 
 
 
 
como tomate, espinafre, alho e etc. As condições patológicas encontradas em urina recém-emitida sugerem a possibilidades de 
cálculo de oxalato assim como outras patologias como: diabetes mellitus, doença hepática, e doença renal crônica. 
Cristais de urato amorfos: os sais de urato de sódio, potássio, magnésio e cálcio frequentemente estão presentes na urina 
em uma forma amorfa e não cristalina. Esses uratos amorfos exibem aspecto granular vermelho amarelado. Eles não exibem 
importância clínica. 
Cristais de ácido Hipúrico: o ácido hipúrico é o principal metabólito urinário do tolueno (solventes para óleos, borrachas e 
tintas), sendo o indicador biológico da exposição a este solvente. O ácido hipúrico é um metabólito normal do organismo humano, 
podendo também advir em dietas ricas em ácido benzóico: frutas: ameixa, pêssego e grãos verdes de café. 
Cristais de cistina: a cistinúria é uma doença hereditária que faz com que os cálculos compostos dos aminoácidos cistina de 
formem no rim, na bexiga e na uretra. A doença e transmitida de pais para filhos através de uma anomalia em seus genes. A 
cistina não é solúvel na urina, se não for absorvida ela se acumulara no rim e formara cristais ou cálculos de cistinas. 
A cistina são lâminas hexagonais, incolor e refrigentes. Ela não pode ser evitada se o pai e a mãe estiverem carregando uma 
cópia da anomalia genética, porém beber bastante água e diminuir o sal pode evitar que elas se formem nos rins. 
Cristais de leucina: são cristais de ocorrência muito rara em urinas ácidas. Tem o formato de esfera castanho-amarelada 
com estria radial e círculos concêntricos. Tem significado patológico importante como em enfermidades hepáticas em fase 
terminal, como a cirrose, hepatite viral, atrofia amarela aguda do fígado, e em severas lesões provocada por envenenamento 
porfósforo. 
18 
 
 
 
Cristais de tirosina: são de ocorrência rara em urina ácida, mas quando presentes podem indicar doença hepática grave. 
Têm o formato de agulhas finas, incolores, podendo se agrupar em rosetas. Apresentam solubilidade em ácido clorídrico diluído e 
em hidróxidos de potássio e amônio, mas são insolúveis em álcool e éter. 
Cristais de colesterol: são cristais formados de placas regulares e incolores e de ocorrência muito rara. São solúveis em 
clorofórmio e éter. A visualização pode ser melhorada com uso de luz polarizada. A presença no sedimento urinário de cristais de 
colesterol juntamente com os corpos graxos-ovais e cilindros granuloso é indicativa de síndrome nervosa. São consequência da 
obstrução a nível torácico ou abdominal da drenagem linfáticos no interior da pélvis renal ou no trato urinário. 
Cristais de sulfa ou outros medicamentos: para uma correta identificação dos cristais urinários é muito importante a 
verificação dos medicamentos e tratamentos a que o paciente possa estar fazendo. Na urina podem ser identificados vários cristais 
medicamentosos como sulfadiazina, sulfametaxasole etc. A maioria destes cristais quando ocorrem tem aparência de agulhas em 
grupos, unida de forma concêntrica, de cor clara ou castanha. 
Cristais de fosfato triplo (fosfato amoníaco-magnésio): Podem ocorrer nos seguintes estados patológicos: pielite crônica, 
cistite crônica, hipertrofia de próstata e retenção vesical. Aparecem também em urinas normais. 
Cristais de biurato amônio: urato ou biurato de amônio podem aparecer em urinas alcalinas, ácidas ou neutras. São corpos 
esféricos castanho amarelados, com espículas longas e irregulares. São patogénicos se aparecem em urinas recém-emitidas, 
como ocorrem em doenças hepáticas. As precipitações de solutos dependem do PH urinário, da solubilidade e concentração do 
cristaloide. 
19 
 
 
 
 Cristais de fosfato de cálcio: cristais de fosfato de cálcio são longos, finos, prismas incolores e podem ter uma extremidade 
pontiaguda, também podem assumir formas grandes, finas ou de placas regulares que flutuam na superfície da urina. Eles são 
solúveis em ácido acético diluído. 
Cristais de carbonato de cálcio: cristais de carbonato de cálcio são pequenos, incolores e apresentam forma de haltere ou 
formas esféricas. Elas podem ocorrer em aglomerados que se assemelham material amorfo, mas eles podem ser distinguidos pela 
formação de gás, após a adição de ácido acético. Eles também são birefrigentes. Cristais de carbono decálcio não tem significado 
clínico. 
Cristais de fosfato amorfos: os cristais de fosfato amorfos são partículas granulares não tem uma forma definida e eles são, 
geralmente, visivelmente indistinguíveis dos uratos amorfos. O ph da urina e as propriedades de solubilidade ajudam a distingui-
los. Os fosfatos amorfos são solúveis em ácido acético, enquanto que os uratos amorfos são insolúveis. Não apresentam 
significados clínicos. 
 
 
 
 
 
 
20 
 
CILINDROS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 19 – Presença de cilindro hialino 
em sedimento urinário. 
- Incolores 
- Morfologia 
variável 
Figura 20 – Cilindro hemático em 
sedimento urinário. 
- Podem 
encontrar 
hemácias, 
leucócitos. 
- Cor 
amarronzada 
Figura 21 - Sedimento urinário com 
presença de cilindro leucocitário. 
Figura 22 – Sedimento urinário com 
presença de cilindro granuloso. 
- Gânulos 
- Núcleos 
multilobulados. 
21 
 
 
 
CILINDROS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 23 – Sedimentoscopia com 
presença de cilindro granuloso. 
Figura 25 – Presença de cilindro 
céreo em sedimento uninário. 
Figura 24 – Sedimento urinário com 
presença de cilindro epitelial. 
- As células se 
agrupam durante 
o deslocamento 
dos cilindros. 
Figura 26 – Análise microscópica do 
sedimento urinário com presença de 
cilindro gorduroso. 
22 
 
 
 
CILINDROS E CRISTAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 27 – Sedimento urinário com 
presença de cilindro misto. 
Figura 28 – Cilindro largo presente em 
uma sedimentoscopia urinária. 
Figura 29 – Sedimento urinário com 
presença de cristais de ácido úrico. 
Figura 30 – Sedimento urinário com 
presença de cristais de ácido úrico. 
 
23 
 
 
 
CRISTAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 31 – Sedimento urinário 
apresentando cristais de ácido úrico. 
 
Figura 32 – Sedimento urinário 
apresentando cristais de ácido úrico. 
 
 
Figura 33 – Sedimento urinário 
apresentando cristais oxalatos de cálcio. 
Figura 34 – Sedimento urinário 
apresentando cristais oxalatos de cálcio. 
 
- Octaedros; 
- Formato de 
envelope; 
- X no interio; 
- Incolores. 
- Coloração 
amarronzada; 
- Presente em pH 
inferior a 5,5; 
- Formas variadas 
(losango é 
mais comum). 
24 
 
 
 
CRISTAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 37 – Sedimentoscopia com 
presença de cristais de ácido hipúrico. 
 
 
Figura 35 – Sedimentoscopia com 
presença de cristais de urato amorfos. 
Figura 36 – Sedimentoscopia com 
presença de cristais de ácido hipúrico. 
 
 
Figura 38 – Sedimentoscopia com 
presença de cristais de cistina. 
 
. 
 
25 
 
 
 
CRISTAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 39 – Sedimentoscopia com 
presença de cristais de cistina. 
 
 
Figura 41 – Sedimentoscopia com 
presença de cristais de tirosina. 
Figura 40 – Sedimentoscopia com 
presença de cristais de leucina. 
Figura 42 – Sedimentoscopia com 
presença de cristais de tirosina. 
 
- Forma 
Hexagonal. 
26 
 
CRISTAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 43 – Cristais de colesterol 
presente em sedimento urinário. 
Figura 45 – Cristais medicamentosos, 
presente em sedimento urinário. 
 
Figura 44 – Cristais de 
medicamentosos presente em 
sedimento urinário. 
 
Figura 46 – Cristais de fosfato triplo 
presente em sedimento urinário. 
 
27 
 
CRISTAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 47 – Cristais de fosfato triplo 
presente em sedimento urinário. 
 
Figura 49 – Cristais de biurato amônio 
presente em sedimento urinário. 
 
Figura 48 – Cristais de biurato amônio 
presente em sedimento urinário. 
Figura 50 – Cristais de fosfato de 
cálcio presente em sedimento urinário. 
 
- Mais raros; 
- Forma de 
prisma. 
28 
 
 
 
 CRISTAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 51 – Cristais de fosfato de cálcio 
presente em sedimento urinário. 
 
Figura 53 – Cristais de carbonato de 
cálcio presente em sedimento urinário. 
 
Figura 52 – Cristais de fosfato de cálcio 
presente em sedimento urinário. 
 
Figura 54 – Cristais de carbonato de 
cálcio presente em sedimento urinário. 
 
29 
 
 
 
CRISTAIS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 55 – Sedimentoscopia com 
presença de cristais de fosfato amorfos. 
Figura 56 – Sedimentoscopia com 
presença de cristais de fosfato amorfos. 
 
30 
 
 
 
4. CONTAMINÂNTES 
4.1. Espermatozoides 
A presença de espermatozoide na urina, no geral, não apresenta nenhum significado clínico, podendo aparecer tanto na urina 
de homens quanto de mulheres. Sua presença representa um contaminante na urina, pode acontecer em decorrência de 
contaminação da urina com sêmen após relação sexual ou em casos de ejaculação noturna. 
Sempre que presente na urina de mulheres não deve ser relatado no laudo, por questões éticas. No caso de homens, sempre 
que presente deve ser relatado, pois pode indicar um quadro de espermatorréia que é uma das causas de infertilidade. 
4.2. Muco 
Material proteico (mucina ou febrina), produzido por glândulas e células epiteliais do trato urogenital. Aparecem como 
estruturas filamentosas com baixo índice de refração, exigindo observação em luz de baixa intensidade. Não é considerado 
clinicamente significativo. 
4.3. Outros contaminantes 
Podem ser observados contaminantes de todos os tipos, sobretudo em amostras colhidas em condições impróprias, ou em 
recipientes sujos. Pode-se observar: gotículas de óleo, grânulos de amido, grãos de pólen, pêlos ou outras fibras. 
 
 
31 
 
CONTAMINÂNTES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 57 – Sedimento urinário com 
presença de espermatozoide (círculo). 
Figura 58 – Sedimento urinário com 
presença de vários espermatozoides 
dispostos por todo campo de visão. 
Figura 59 – Sedimento urinário com 
presença de fibras de algodão. 
Figura 60 – Sedimento urinário com 
presença de grãos de amido. 
32 
 
REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO 
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farmacia ufmg, 2013. 
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20, n. 4, p. 425-40, 1998. 
3. CAMARGOS, Fabiana Chagas et al. Leucocitúria. 2004. 
4. LOPES, Hélio Vasconcellos; TAVARES, Walter. Diagnóstico das infecções do trato urinário. Rev. Assoc. Med. Bras., 
São Paulo, v. 51, n. 6, p. 306-308, Dec. 2005. Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-42302005000600008&lng=en&nrm=iso>. access on 30 June 2017. 
5. MUNDT, LA; SHANAHAN, K. Exame de urina e de fluidos corporais de Graff. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. 
6. NEVES,PA. Líquidos biológicos-urina, líquidos cavitários e líquido sinovial. 1. ed. São Paulo: Editora Roca, 2011. 
7. SILVEIRA, Alessandro Conrado de Oliveira; SOUZA, Helena Aguilar Peres Homem de Mello de; ALBINI, Carlos Augusto. A 
Gardnerella vaginalis e as infecções do trato urinário. J. Bras. Patol. Med. Lab., Rio de Janeiro , v. 46, n. 4, p. 295-
300, Aug. 2010. Disponivel em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1676-
24442010000400006&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 30 Jun. 2017. 
8. STRASINGER, SK& LORENZO, MS. URINÁLISE E FLUIDOS CORPORAIS. 5ed.São Paulo: Livraria Médica Paulistana 
Editora, 2009.

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