Buscar

HIST DIR 2017 2

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

*
*
Disciplina: Fundamentos Histórico-Sistemáticos do Direito
Prof. Lamartine Oliveira
E-mail: professorlamartine@uol.com.br
lamartine.oliveira@mackenzie.br
Telefones: 99669-1261 (Vivo)
98621-0681 (Oi)
Curso: Direito
2017.2
*
*
Ementa:
Propiciar o conhecimento da evolução histórica do Direito, visando à compreensão do seu alcance e influência nos sistemas jurídicos modernos, analisando o direito dos povos sem escrita; dos povos da Mesopotâmia; dos Egípcios; dos Hebreus.
Estudar o direito nas Civilizações Clássicas (Grécia e Roma) e o Direito na Idade Média. Analisar o surgimento dos estados monárquicos absolutistas com o estudo do Código Inglês.
Estudar o Direito no Império Português realizando uma análise das Ordenações. Analise do Direito na Modernidade: as revoluções Liberais e o Código Napoleônico, possibilitando ao discente desenvolver a percepção jurídico- crítica no trato dos problemas da sociedade atual.
*
*
Ementa:
Analisar o Direito no Brasil Colonial, no Brasil Imperial e na República, demonstrando a evolução das principais instituições jurídicas.
Estudo do Direito na época Contemporânea e na Pós-modernidade, visando à conscientização do discente quanto a evolução dos Direitos Humanos e contextualização aos problemas da sociedade brasileira, em especial, um estudo sobre a ordem constitucional a partir de 1988 e os desafios da sociedade frente as diversidades de classe, gênero, etnia, religião, mulher, criança e adolescente, idosos, inclusão das pessoas com deficiência e meio ambiente.
*
*
Objetivo:
Levar o aluno a compreender a correlação entre história e direito, de forma a perceber a historicidade do direito, e a importância do contexto histórico para o entendimento do fenômeno
jurídico.
Metodologia / Diretivas:
As aulas serão expositivas e críticas, incluindo leituras, debates e seminários referentes aos autores e as obras jurídicas. Os alunos deverão desenvolver resumos e resenhas, correlacionando conjunturas de conhecimento e análise crítica. Os recursos a serem utilizados, durante as aulas serão quadro branco, datashow e outros eventualmente úteis.
*
*
Avaliação:
Atividade teórica em forma de provas discursivas acerca do conteúdo ministrado, provocando a reflexão crítica do aluno a respeito dos temas abordados. Estudo de Casos e Jurisprudência. Apresentação de trabalhos de pesquisa. Seminário.
*
*
Bibliografia Básica:
CASTRO, Flávia Lages de. História do direito geral e Brasil. 10. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2013.
LOPES, José Reinaldo de Lima et. all. Curso de história do direito. São Paulo: Método, 2006.
NASCIMENTO, Walter Vieira do. Lições de história do direito. 15. ed. rev. e aum. Rio de Janeiro:
Forense, 2007.
PALMA, Rodrigo Freitas. História do Direito. 5. ed. São Paulo: saraiva, 2015.
*
*
Filme: Amistad, de 1997
Amistad foi Lançado em 10 de dezembro de 1997 nos Estados Unidos. A direção é de Steven Spielberg, com roteiro de David Franzoni.
O Filme, que se passa em 1839, aborda o julgamento de escravos por crime cometido em navio negreiro, discute competência jurisdicional e direitos humanos.
No caso do filme, os brancos sobreviventes ao massacre dos escravos, Ruiz e Montes, afirmavam ser proprietários dos escravos. Entretanto, os documentos apresentados por Ruiz e Montes eram falsos. Na verdade, os negros haviam sido transportados à força para Cuba e de lá reembarcados para o Amistad. Sendo assim, naquele contexto, a competência seria dos norte-americanos para julgar o crime.
*
*
*
*
Surge então uma disputa judicial para a absolvição ou condenação dos negros. No entanto, a absolvição representava o contexto dos Estados Unidos: parte da população era escravocrata enquanto outra era a favor da libertação dos negros. O ex-presidente Quincy Adams, interpretado por Anthony Hopkins, em brilhante atuação, se compadece da questão e se coloca frente à luta. Na hora de aconselhar o advogado dos escravos ele afirma que em uma disputa judicial, "vence quem conta a melhor história". A frase de Quincy explicita que, no mundo jurídico, a verdade muitas vezes é relativa.
Como o que ocorre no filme é um caso de assassinato, o advogado mais gabaritado para resolver a questão seria o criminalista. Todavia, no caso do filme, o advogado Roger Baldwin (Matthew McConaughey) que luta pelos direitos dos negros é especializado em direito de propriedades. Como já citado, os escravos eram tratados como 'coisas' e se encaixavam no âmbito dos direitos reais. O próprio Baldwin chega a afirmar após a audiência inicial da corte em Connecticut que o caso era de direito de propriedade e não criminal.
*
*
A natureza do regime de escravidão comprova como ele era discriminatório por tratar pessoas como objeto. O artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos, aprovada pela Assembléia Geral das Nações Unidas, da qual o Brasil faz parte, diz em seu § 4º que "ninguém será mantido em escravidão ou servidão; a escravidão e o tráfico de escravos estão proibidos em todas as suas formas".
O filme mostra claramente como é importante a valorização dos direitos humanos e como a dignidade da pessoa humana deve ser o eixo central de todo o ordenamento jurídico.
Amistad não se limita apenas a mostrar a realidade abolicionista. Baseado em fatos reais, o filme mostra como a atuação de advogados influenciou na transformação das instituições. Para aqueles estudantes ou profissionais que já se estão cansados de tantas corrupções envolvendo o Judiciário, com decepções do sistema jurídico, Amistad serve para manter acesa a chama fundamental do Direito: A busca pela justiça.
*
*
Os Povos sem Escrita
Não se pode estudar a história do direto senão a partir da época em relação à qual remontam os mais antigos documentos escritos conservados. Esta época é diferente para cada povo, para cada civilização.
Se faz necessário distinguir dois momentos: a pré-história do direito e a história do direito. Distinção que tem por base o conhecimento ou não da escrita. O aparecimento da escrita e, em consequência, dos primeiros textos jurídicos situa-se em épocas diferentes para as diversas civilizações; assim, por exemplo, para os egípcios a transição data de cerca de 28 ou 27 séculos a.C.; para os romanos, cerca dos séculos VI ou V a.C; para os germanos, do século V d.C.; para certos povos da Austrália, da Papuásia, da África Central, da Amazônia, data do séc. XIX ou mesmo do séc. XX.
*
*
As origens do direito situam-se na época pré-histórica, o que significa que delas quase nada se sabe. Contudo, não se deve renunciar a estudar os diferentes aspectos, permanecendo-se, todavia, muito prudente nas conclusões que se podem tirar dos estudos feitos.
Embora as dificuldades, o estudo dos direitos dos povos sem escrita constitui ainda o melhor meio para nos darmos conta do que pode ser o direito dos povos da Europa na sua época pré-histórica. Este estudo constitui objeto dos trabalhos de etnologia jurídica que analisam os aspectos jurídicos das sociedades contemporâneas ou antigas que não conheciam a escrita.
*
*
Durante muito tempo deu-se o nome de "direitos primitivos" aos sistemas jurídicos dos povos sem escrita. Esta expressão é inadequada, posto que numerosos povos conheceram uma longa evolução da sua vida social e jurídica sem terem atingido o estado cultural da escrita; tal foi o caso, por exemplo, dos Maias e dos Incas na América.
A expressão "direitos arcaicos" é mais abrangente que "direitos primitivos", pois ela permite englobar sistemas sociais e jurídicos de níveis diversos na evolução geral do direito. Embora não a afastando de todo, preferimos a expressão "direitos dos povos sem escrita", o que acentua, o que distingue mais nitidamente este sistema jurídico de outros, é a ignorância da
escrita; mas não se pode perder de vista que o nível da evolução jurídica de certos povos que se servem da escrita pode ser menos desenvolvido do que o de certos povos sem escrita.
*
*
A História do Direito
Enquanto disciplina tem uma grande importância. Para Marc Bloch, historiador francês “O Presente sem o Passado é uma mera especulação”. Bloch acha que não é possível entender o presente sem estudar o passado, e também não é possível compreender o passado sem estudar o presente (quem conhece ambos sabe agir melhor sobre o presente).
Logo, o direito não se exclui do estudo sob uma visão histórica. A história se mostra importante para o Direito no momento em que serve como conhecimento e acúmulo de experiências passadas, possibilitando uma ampliação das análises de situações jurídicas e na interpretação dos textos normativos. Nesse entendimento, é necessária a defesa da importância da História para o Direito, tendo em vista que a busca pela praticidade e celeridade não pressupõe a valorização dos institutos e o conhecimento teórico.
*
*
→A História do Direito, como disciplina considerada científica, nasceu na Alemanha no início do século XIX, por conta da insistência de Friedrich Karl Von Savigny (1779-1861), professor da Universidade de Berlim, sobre a necessidade de se conhecer o direito do passado para que se pudesse buscar a tradição jurídica de cada povo como base de sustentação e justificativa de um direito próprio de cada Nação.
→A História do Direito, como ciência, chegou no Brasil no mesmo século de Savigny. Em 1885, começou a ser ensinada nas Faculdades de Direito, porém, de forma pálida e cheia de interrupções. 
→Em 1891 com a Reforma Educacional de Benjamin Constant, o ensino da disciplina se estabilizaria por alguns anos para então, em 1901, ser retirada dos currículos mínimos das faculdades brasileiras por todo o século XX.
*
*
→Após perceber a necessidade da disciplina, ela retorna em dezembro de 1994.
→O estudo do Direito, sob um prisma histórico, deve ser valorizado por todos os estudiosos do Direito, a fim de compreenderem as finalidades das normas.
→Sem a compreensão da História do Direito, o conhecimento do jurista é inferiorizado e se torna superficial, sem fundamentação adequada para a argumentação de suas teses.
*
*
A História do Direito → Trata da questão Historiográfica. Logo a História do Direito se ocupa do Direito no passado, na história. 
A História do Direito, enquanto disciplina, deve ser considerada por um ponto de vista histórico. Assim vista pela história das fontes. Aqui tem a participação efetiva do historiador.
O Direito na História → Trata do Direito Sistematizado – A partir de Fundamentos, pelo ponto de vista jurídico-sistemático. Assim visto na história dos homens e Instituições. Aqui tem a participação efetiva do jurista ou profissional do direito.
De acordo com Nader (2012, p.13)
“O certo é que o Direito vive impregnado de fatos históricos, que comandam o seu rumo, e a sua compreensão exige, muitas vezes, o conhecimento das condições sociais existentes à época em que foi elaborado”.
*
*
Atividade para Sala de Aula
Tomando por base os textos lidos, relacione a História do Direito ao Direito na História.
Obs. Poderá, para este momento, citar como exemplo os povos Ágrafos ou os povos Sem Escrita.
*
*
Os Hebreus e o Direito
*
*
 
A história do povo hebreu chegou até nós por meio de duas fontes: a Bíblia e a Arqueologia. 
O povo hebreu, também conhecido por judeu ou israelita, é o povo da Antiguidade que possui o maior e mais fiel número de registros históricos, sendo a Bíblia Sagrada sua fonte de informação mais precisa e auxiliadora no encontro de vários achados arqueológicos.
As tribos dos hebreus chegaram à região da Palestina antes de 2000 a.C.. Essa região era habitada por vários povos, entre eles: os filisteus, os moabitas, os edomitas, os cananeus, os arameus... Vale ressaltar que o povo hebreu é de origem semita, ou seja, descendente de Sem, filho de Noé.
Eles foram o primeiro povo a afirmar a fé em um único Deus, a quem chamavam Jeová. Eram, portanto, monoteístas. Deixaram seus registros na Bíblia, livro este que é dividido em Antigo e Novo Testamento. Sua religião é chamada de judaísmo e deu origem às duas maiores religiões que existem atualmente: cristianismo e islamismo
*
*
ORGANIZAÇÃO POLÍTICA
A história política desse povo está dividida em três períodos:
PATRIARCAS – nesse período, o povo era nômade e vagava pela região do Oriente Médio, tendo como principais líderes Abraão, Moisés e Josué.
A preocupação de Abraão, quando chegou à Palestina, era uma nova cultura
religiosa - monoteísta, que tinha por objetivo a unidade dos hebreus.
Os hebreus acreditavam que Abraão recebera de Jeová a promessa de uma terra para o seu povo onde manasse “leite e mel.”
*
*
Durante muito tempo, os hebreus se dedicaram à agricultura e ao pastoreio naquelas terras. Porém, um período de fome e seca fez os hebreus emigrarem para o Egito, por volta de 1700 a.C.. Sob a liderança de Moisés, por volta de 1250 a.C., ocorreu o êxodo, isto é, a fuga do Egito e travessia do Mar Vermelho.
*
*
Depois da travessia do Mar Vermelho, os hebreus vagaram 40 anos pelo deserto, e, no monte Sinai, Moisés recebeu de Deus a Tábua da Lei com os Dez Mandamentos que determinavam a conduta e o procedimento de vida para os hebreus.
Josué foi o sucessor de Moisés e com ele os hebreus chegaram à Palestina, conquistando a cidade de Jericó.
Depois de Josué, não havia união entre as tribos. Seu governo patriarcal tendia a segregar ao invés de agregar.
*
*
JUÍZES – neste período da organização política hebraica, os chefes militares das tribos tinham grandes responsabilidades, pois eram indicados de forma temporária, frente a uma dificuldade. 
Os principais juízes foram: Gideão, Jefté, Sansão e Samuel.
 
Os juízes também tinham a obrigação de averiguar se as leis estavam sendo cumpridas pelo povo hebreu.
Os juízes livravam o povo dos inimigos, destruíam a idolatria e promoviam o conhecimento de Deus.
Vale ressaltar que Samuel visava à unidade política entre as doze tribos.
*
*
REIS – foi o último período da organização militar. Devido aos filisteus, as tribos de Israel acharam melhor instituir a Monarquia.
Os principais reis do povo hebreu foram: Saul, Davi e Salomão.
*
*
Como primeiro rei, Saul marcou divisões entre as tribos de Judá que ficavam ao Sul e a de Israel que ficava ao Norte. Saul (1010 a 1006 a. C.) lutou contra os filisteus. Vale ressaltar que Israel e Judá entraram em guerra, opondo os partidários de Saul e as tribos de Judá sob liderança de Davi, que governou do ano 1000 a 962 a.C.. Davi conseguiu unificar as tribos rivais, derrotou os filisteus, venceu os cananeus e estabeleceu a capital do reino em Jerusalém.
*
*
Após a morte do rei Davi, seu filho Salomão assume o trono e governa com esplendor. Durante o seu governo, suas atividades comerciais com os fenícios foram ampliadas. Estes, por sua vez, viviam junto ao Mar Mediterrâneo. Salomão construiu uma fundição de cobre, um porto e uma frota mercante; investiu em obras públicas como o templo de Jerusalém, que foi dedicado a Jeová para guardar as Tábuas da Lei . Segundo as Sagradas Escrituras, Salomão desposou 700 princesas e mais 300 concubinas. Deve-se acrescentar que, durante o seu governo, Israel conseguiu uma sólida organização administrativa, porém uma grave crise política
assolou o seu governo.
*
*
1. Revolta das outras tribos diante da hegemonia da tribo de Judá;
2. Descontentamento dos cultos estrangeiros que se chocavam com a religião tradicional;
3. Revolta contra os altos impostos cobrados ao povo.
As razões dessa crise estão voltadas para três pontos interessantes:
*
*
Com a morte do rei Salomão, os hebreus se separaram e o reino foi dividido em Reino de Israel e Reino de Judá. Ou seja: Norte e Sul. 
O Reino de Israel, com toda a instabilidade política e religiosa, desapareceu rapidamente, enquanto que o Reino de Judá conseguiu sobreviver devido à política externa.
*
*
O Direito
Função: Regular e Organizar uma determinada Sociedade.
Lei Mosaica
O Direito é de origem divina
Base: Relatos Bíblicos do Antigo Testamento
O Direito Hebreu está dividido em CINCO livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Em todos eles discute-se a presença de normas e sanções.
Deuteronômio = Dêutero = segundo = nómos = Lei
Contém os discursos de Moisés ao povo, no deserto, durante seu êxodo do Egito à Terra Prometida por Deus. O nome é de origem grega e quer dizer segunda lei ou repetição da lei (Dt. 17.18).
 
*
*
O Direito Hebreu é Divino, logo imutável – monoteísta = Teocêntrico = TEOCRÁTICO
A frente estavam os rabinos, juízes e escribas. Esses grupos poderiam, no máximo, adaptá-lo à determinadas situações.
O Estado Teocrático está ligado a um país ou nação que possui um sistema de governo que se submete às normas de uma religião específica. As regras que gerem as ações políticas, jurídicas, de conduta moral e ética, além da força policial deste modelo de governo estão baseadas em doutrinas religiosas.
 
*
*
Aos Estados teocráticos podem ser atribuídos os conceitos dos Estados confessionais, ou seja, que assim como a teocracia, possuem uma religião oficial ou privilegiam um grupo religioso em comparação com outras doutrinas que podem existir na mesma sociedade. O privilégio pode ser econômico, político ou mesmo judicial.
Etimologicamente, o conceito de teocracia (que forma o Estado teocrático) surgiu do grego, em que teo significa "deus" e cracia quer dizer "governo", ou seja, teocracia significa "Governo de Deus" ou "governo divino".
Na maioria dos Estados teocráticos, os representantes estão ligados diretamente ou indiretamente ao clero (igreja ou doutrina religiosa), sendo considerados "porta-vozes" do deus ou deuses que "governam" e "protegem" aquela nação.
 
*
*
 
De acordo com inúmeros teólogos, existem duas partes diferentes na Lei Mosaica: a Lei de Deus, promulgada sobre o monte Sinai, e a lei civil ou disciplinar, escrita e estabelecida por Moisés, uma é imutável, a outra, apropriada aos costumes e ao caráter do povo, se modifica com o tempo. A Lei Mosaica possui 613 mandamentos, 365 são “não farás”, 248 “farás”, 221 são referentes ao culto no templo, 74 só aplicáveis no território de Israel e 318 aplicáveis para outros povos.
O Código Mosaico tem semelhanças com o de Hamurabi, porém é original em sua essência, pois o código de Hamurabi apesar de ter itens parecidos, era aplicado por castas sociais. Desse modo, a Lei Mosaica era para todos e indiferente da renda ou padrão de vida. A Lei Mosaica é o primeiro código que divide as funções de Rei e Sacerdote, Estado e Clero que ocupam funções diferentes.
Os Hebreus possuíam as leis escritas em tábuas que eram deixadas em público para que todos tivessem conhecimento e a cumprissem. Outro dado interessante se encontra no livro de Números, que mostra Moisés como Legislador e separa 70 homens capazes para o oficio.
*
*
 
Números 11.16 e 17
16. Disse o SENHOR a Moisés: Ajunta-me setenta homens dos anciãos de Israel, que sabes serem anciãos e superintendentes do povo; e os trarás perante a tenda da congregação, para que assistam ali contigo.
17. Então, descerei e ali falarei contigo; tirarei do Espírito que está sobre ti e o porei sobre eles; e contigo levarão a carga do povo, para que não a leves tu somente.
*
*
 
As Leis Mosaicas estão compiladas em cinco livros (Pentateuco), conhecidos pelo nome de Torá, e possuem um conjunto de prescrições e postulados que orientam a vida moral, social e religiosa do povo judeu e se divide em:
GÊNESIS (livro das origens ou criação);
b) ÊXODO (saída do Egito);
c) LEVÍTICO (regras religiosas sobre culto e rituais);
d)NÚMEROS (permanência dos hebreus no deserto –- 12 tribos);
e)DEUTERONOMIO (livro religioso e jurídico).
*
*
 
O Talmud consiste em sessenta e três tratados de assuntos legais, éticos e históricos, escritos pelos antigos hebreus. Foi publicado no ano de 499 D.C., nas academias religiosas da Babilônia, onde vivia a maior parte dos judeus daquela época. É uma compilação de leis e de erudição, e durante séculos foi o mais importante compêndio das escolas judias. O Judaísmo ortodoxo baseia suas leis geralmente nas decisões encontradas no Talmud.
Parte considerável dessa obra enciclopédica só oferece interesse a estudiosos profundos da lei.
O Talmud é composto em duas partes, a Mishná e a Guemará. A Mishná é a Torá oral como era conhecida até o final do século II dC. A Gemará é a interpretação da Torá oral que os estudiosos da Babilônia e de Jerusalém produziram entre o início do III século dC. e o final do V século. A Mishná era uma forma primitiva da lei ou tradição oral judaica.
*
*
 
A Mishná, no judaísmo, era uma coleção codificada da Torá oral – interpretações canô~nicas de partes dos livros bíblicos do Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio e outros materiais canônicos. Juntamente com a Gemara ou o comentário amoraítico da Mishná, completa-se o Talmud.
Ao lado das Escrituras, a Mishná é o livro básico da vida e do pensamento judaicos, e é tradicionalmente considerada parte integrante da Torá revelado a Moisés no Monte Sinai. A compilação e redação das interpretações orais de Torá foi o trabalho dos Tannaim, feito durante o governo de Judá ha-Nasi.
*
*
 
Algumas leis do Deuteronômio
Justiça – A tradição jurídica hebraica valorizava a administração da Justiça com equidade, reafirmando a necessidade de que cada cidade fosse servida por juízes austeros e respeitados pela comunidade. A imparcialidade no julgamento de causas e as severas penas para juízes corruptos eram a tônica dos preceitos éticos da Justiça entre os hebreus. Eram necessários no mínimo três juízes para julgar, duas testemunhas para acusar e para absolver somente uma. A sentença era dada por ordem de idade dos juízes, isso para o juiz mais novo não ser influenciado pela decisão dos mais velhos.
Deuteronômio 1. 16-17 – “Ao mesmo tempo, ordenei aos juízes de vocês: escutem seus irmãos para fazer justiça entre um homem e seu irmão ou imigrante que mora com ele. Não façam acepção de pessoas no julgamento: escutem de maneira igual o pequeno e o grande. Não tenham medo de ninguém, porque a sentença vem de Deus.”
Deuteronômio 16. 18-19 – ”Nomeie juízes e oficiais de justiça para cada uma de suas cidades que Javé seu Deus vai dar para cada uma de suas tribos, para que julguem o povo com sentenças justas. Não perverta o direito, não faça diferença entre as pessoas, nem aceite suborno, pois o suborno cega os olhos dos sábios e falseia a causa dos justos.”
*
*
 
Algumas leis do Deuteronômio
Processo – O julgamento de questões entre os hebreus obedecia a um rígido conjunto de normas e procedimentos, com base no horror de “ter o sangue
de um justo nas mãos”, ou seja, de cometer injustiças. Ao contrário dos povos mesopotâmicos, os hebreus instituíram a prática da investigação prévia dos fatos, para a formação da culpa do acusado de alguma transgressão, não sendo usual o julgamento pelas forças da natureza ou pela divindade. Os patriarcas e juízes tinham a prerrogativa de emitir sentenças.
Deuteronômio 13. 13-16 – “Você poderá ouvir alguém dizer que, numa das cidades que Javé seu Deus dá a você para morar, apareceram vagabundos no meio do povo e seduziram os habitantes de sua cidade dizendo: Vamos servir a outros deuses (que vocês não conheceram). Então você deverá investigar, fazendo pesquisa e interrogando cuidadosamente. Caso seja verdade e o fato seja constatado, se essa abominação tiver sido realmente praticada em seu meio, você deverá passar a fio de espada os habitantes dessa cidade.”
*
*
 
Algumas leis do Deuteronômio
Cidades de refúgio – Tais povoações de refúgio ou de asilo eram destinadas pela justiça hebraica aos acusados de crimes, notadamente aos homicidas, como forma de evitar o justiçamento popular ou linchamento, visto que as autoridades precisavam de tempo para a apuração dos fatos, o que não deveria ser feito em meio ao clamor da população envolvida por apelos emocionais. O cuidado para que não fosse cometida qualquer injustiça era notório.
Deuteronômio 19.1-3 ”Quando Javé seu Deus tiver eliminado as nações, cuja terra Javé seu Deus vai lhe dar, e quando você as conquistar e estiver morando nas cidades e casas delas, deverá separar três cidades na terra que Javé seu Deus lhe dará. Construa estradas, meça as distâncias e divida em três partes o território que Javé seu Deus lhe dará como herança. Isso para que o homicida encontre refúgio na cidade.”
*
*
 
Algumas leis do Deuteronômio
Testemunhas – A palavra empenhada, para os hebreus, possuía uma enorme importância, visto que o referido povo tinha na oralidade um de seus fundamentos culturais. O testemunho de uma só pessoa não era suficiente para reafirmar a culpa ou a inocência de alguém, sendo necessárias, no mínimo, duas a três testemunhas para “ dar fé ” aos atos públicos. O falso testemunho era punido severamente, condenado pelo Decálogo. Quem cometesse falso testemunho era submetido à pena que o acusado teria se fosse condenado. Testemunhar falsamente contra alguém era um dos piores crimes que se podia cometer entre os hebreus.
Deuteronômio 19. 15-19 ”Uma só testemunha não é suficiente contra alguém, seja qual for o caso de crime ou pecado. Em todo o pecado que alguém tiver cometido, o processo será aberto pelo depoimento pessoal de duas a três testemunhas. Quando uma falsa testemunha se levantar contra alguém, acusando-o de rebelião, as duas partes em litígio se apresentarão diante de Javé, aos sacerdotes e juízes que estiverem nesses dias em função. Os juízes deverão fazer cuidadosa investigação. Se a testemunha for falsa e tiver caluniado o seu irmão, então vocês a tratarão do mesmo modo como ela própria maquinava tratar o seu próximo.”
*
*
 
Governo – A Lei Hebraica concebia o governo, a administração dos interesses da comunidade como sendo desígnio divino, vontade de Deus, manifestada, revelada diretamente ou através de profetas, pois a gestão dos negócios de Estado era a obediência às tradições religiosas. Após sua unificação como reino, em 1.050 a. C., a monarquia que se estabeleceu foi a do direito divino, estando o rei no plano dos homens, subordinado a Deus. Os monarcas do Reino de Israel eram escolhidos por profetas, representantes da divindade: assim foi com os reis Saul (1.050 a 1.010 a.C. ), David ( 1.010 a 970 a.C. ) e Salomão ( 970 a 931 a.C. ).
Referindo-se a lei de Moisés, esta lei que os judeus e cristãos alegam ser escritas por Deus, feita em pedra pelo próprio dedo de Deus no monte Sinai, a tábua dos dez mandamentos. Determinando assim um conjunto de obrigações e atitudes para serem obedecidos que resultam no propósito de atingir um único objetivo, o resultado final, tornado assim fatores múltiplos agrupados em uma só unidade. Em 586 a.C. Nabucodonosor, rei da Babilônia, conquistou os hebreus, tornando-os prisioneiros, esse cativeiro foi o ponto inicial para a formação do novo direito hebraico (oral), já que era necessário afirmar e adaptar sua cultura as novas influências. Desse modo o primeiro código do direito oral foi chamado “Michná”, essa legislação é dividida em seis partes, sendo a primeira, terceira e quarta uma espécie de Código Civil. Por isso, para guardar fidelidade à legislação Mosaica na nova codificação, originou-se o “Guemaras” que nada mais é que a interpretação, aprofundamentos e discussões do texto da “Michná”. Nos dias de hoje a legislação hebraica é a prant, a reunião da Michná, Guemaras e Torá – que formam o Talmud. Atualmente, após o estabelecimento do Estado de Israel, o Parlamento Israelita, chamado de “Knesset”, é o poder legislativo.
*
*
 
CÓDIGO DE MANU
ORIGEM
*
*
 
CÓDIGO DE MANU
 DIVIDIDAS EM CASTAS:
A divisão da sociedade em castas é determinada a partir da hereditariedade. As castas se definem de acordo com a posição social que determinadas famílias hindus ocupam. Fator que estabelece um tipo de “hierarquia” social marcada por privilégios e deveres.
HINDUÍSMO: 75% da população
Brâmanes: Casta superior
 
Ksatryas: Casta dos guerreiros
Varsyas: Casta dos comerciantes
 
Sudras: Casta inferior: “Resto”
*
*
 
Deus Brahma criou de sua substância uma mulher, Saravasti; de sua união nasceu Manu (filho de Brahma e Pai dos homes).
Manu - filho de Brahma e considerado e Pai de todos os homes. Personagem mítico, assumindo a figura ora de um sábio, de um rei ou de um grande legislador.
 
Estabelece-se o sistema de castas na sociedade Hindu. A Primeira organização geral da sociedade nasce sob uma forte motivação religiosa e política. O Código é visto como uma compilação das civilizações mais antigas.
Os sacerdotes ocupavam uma casta superior na hierarquia social e há uma série de ideias sobre valores, tais como: Verdade, Justiça e Respeito. 
Os dados processuais que versam sobre a credibilidade dos testemunhos atribuem validade diferente à palavra dos homens, conforme às castas que pertencem.
*
*
 
 
Inscrito em sânscrito
Língua clássica da Índia antiga.
Influenciou praticamente todos os idiomas ocidentais.
Há mais documentos históricos preservados em Sânscrito do que documentos em Latim e Grego.
É uma das línguas mais antigas da família Indo-Europeia.
O Conhecimento de Sânscrito era uma marca de Classe Social e Educação, e a linguagem era ensinada principalmente para membros de castas mais altas.
*
*
 
 
O Código de Manu é tido como a legislação mais antiga da Índia.
 
Os Hindus possuíam quatro livros sagrados, os chamados Livros Sagrados dos Vedas, coleção de livros bramânicos: o Mahabharata (combate dos Bharata), o Ramayana (poema sobre o amor de Rama por Sita), os Purunas (narrativa sobre a tríade divina) e as Leis de Manu (normas, regras e práticas sociais). 
Semelhantemente ao Código de Hamurabi o Código de Manu não é considerado verdadeiramente um código de leis, nos termos da definição vigente.
*
*
 
 
*
*
 
 
Prof. Lamartine Oliveira
*
*
 
*
*
 
*
*
 
A Grécia, ao que tudo indica, inicialmente foi ocupada por um aglomerado de povos. Eram povos nômades e agrícolas. Nos séculos VIII e VII a.C., as cidades gregas conheceram um grande desenvolvimento urbano.
*
*
 
Política
Ao contrário do que temos hoje, a Grécia Antiga não chegou a formar um estado unificado. Seu território era de fato ocupado por várias cidades autônomas: as polis, cada uma delas com sua própria
organização social, religiosa, política e econômica.
As principais cidades-estados foram Esparta, Atenas, Tebas e Corinto. Esparta e Atenas são as principais.
*
*
 
As polis eram formadas por:
- algumas vilas; - áreas agrícolas; - núcleo principal.
A Ágora
A Ágora era o nome que se dava às praças públicas na Grécia Antiga. Nestas praças ocorriam reuniões onde os gregos, principalmente os atenienses, discutiam assuntos ligados à vida da cidade (pólis).
As Assembleias
As assembleias aconteciam na Ágora e os gregos podiam decidir sobre temas ligados a justiça, obras públicas, leis, cultura, etc. Os cidadãos votavam e decidiam através do voto direto. Também era um espaço público de debates para os cidadãos gregos.
 
Outras finalidades
A Ágora também possuía finalidades religiosas (eventos, cerimônias) e econômicas (negociações, acordos econômicos, comércio de mercadorias, etc.).
*
*
 
Acrópole
A acrópole era o centro religioso da polis, abrigando o templo principal. Também poderia servir de fortaleza militar. 
A acrópole ateniense (retratada na imagem abaixo) ficou conhecida pela construção do Partenon, templo em honra à deusa Atena.
Em Atenas foi onde a democracia melhor se desenvolveu e o direito atingiu sua mais perfeita forma quanto a legislação e processo. É comum utilizar direito grego e direito ateniense como sinônimos. No entanto, deve-se observar que nem sempre são a mesma coisa.
*
*
 
A Grécia Clássica 
A Grécia clássica conhece várias formas de organização e institucionalização.
Ambas compartilham um elemento fundamental de nossa tradição jurídica: a laicização do direito e a ideia de que as leis podem ser revogadas pelos mesmos homens que as fizeram.
A escrita surge como nova tecnologia, permitindo a codificação de leis e sua divulgação através de inscrições nos muros das cidades. Dessa forma, junto com as instituições democráticas que passaram a contar com a participação do povo, os aristocratas perdem também o monopólio da justiça.
Retirar o poder das mãos da aristocracia com leis escritas foi o papel dos legisladores. Coube-lhes compilar a tradição e os costumes, modifica-los e apresentar uma estrutura legal em forma de leis codificadas.
*
*
 
ATENAS
A Cidade não tinha o significado que hoje tem. Cidade “era a associação religiosa e política das famílias e das tribos”. 
Atenas era considerada “O Berço da Democracia e da Civilização Ocidental”. Destacou-se como o maior centro cultural, político e econômico da Grécia.
Cidade de origem jônica, tornou-se padrão de desenvolvimento para as cidades-estado gregas.
Localização: Territórios da Ática, nas proximidades do mar Egeu.
O Estado ateniense compreendia todos os indivíduos livres que viviam em Atenas e mais todos aqueles que viviam no território da Ática.
*
*
 
SOCIEDADE DE ATENAS
1. Eupátridas (grandes proprietários de terra)
2. Georgóis (pequenos proprietários)
3. Demiurgos (comerciantes)
4. Thetas (camponeses sem terra)
5. Thecnays (thetas que viviam do artesanato)
6. Metecos (estrangeiros) e escravos.
LEGISLADORES DE ATENAS
Drácon: redigiu as leis – até então orais, dificultando sua manipulação pelos eupátridas.
Sólon: Aboliu a escravidão por dívidas, libertou os devedores da prisão e determinou a devolução de terras confiscadas pelos credores eupátridas. Também dividiu a sociedade de forma censitária em quatro classes sociais e instituiu o princípio da eunomia (igualdade perante a lei). Criou órgãos legislativos; a Bulé (ou Conselho dos 400), que preparava leis, e a Eclésia (Assembleia Popular), que as votava.
*
*
 
As Mulheres dos Cidadãos
Excluídas da Vida Pública;
Viviam na dependência dos homens, pais ou maridos;
Gozavam de direitos muitos limitados.
Interesses dos legisladores atenienses: Drácon e Sólon.
Drácon fornece a Atenas o seu primeiro Código de leis, que ficou conhecido por sua severidade e cuja lei relativa ao homicídio foi mantida pela reforma de Sólon. Deve-se a Drácon a introdução de importante princípio de Direito Penal: a distinção entre os diversos tipos de homicídio, diferenciando entre homicídio voluntário, homicídio involuntário e o homicídio em legítima defesa.
Sólon não só cria um Código de leis, que alterou o Código criado por Drácon, como também procede a uma reforma institucional, social e econômica. No campo econômico, Sólon reorganiza a agricultura, incentivando a cultura da oliveira e da vinha e ainda a exportação do azeite. No aspecto social, entre as várias medidas, são de particular interesse aquelas que obrigavam os pais a ensinarem um ofício aos filhos; caso contrário, estes ficariam desobrigados de os tratarem na velhice; a eliminação de hipotecas por dívidas e a libertação dos escravos pelas mesmas e a divisão da sociedade em classes. Atrai também artífices estrangeiros com a promessa de concessão de cidadania.
*
*
 
Vale Ressaltar que...
Apesar de ter sido o berço da democracia, da filosofia, do teatro e da escrita alfabética fonética, a civilização grega tinha algumas características bastante particulares. Duas delas podem ter contribuído para o obscurecimento do direito grego ao longo da história:
1ª - É a recusa do grego em aceitar a profissionalização do direito e da figura do advogado que, quando existia, não podia receber pagamento.
 2ª - É a de que preferia falar a escrever. Parece até um paradoxo que o povo que inventou a escrita, desse primazia à fala.
A característica dos gregos de dar preferência à fala em detrimento da escrita era também reforçada pelas dificuldades que a escrita ainda apresentava, mesmo no século V a.C., com a disponibilidade e custo do material para escrita e produção de obras para consumo, encontrava-se dificuldades.
*
*
 
Vale Ressaltar que...
O que levou os gregos a utilizarem a nova tecnologia da escrita para escrever e publicar leis na forma de inscrições públicas tem sido motivo de controvérsias. A explicação até agora mais predominante tem sido a de que o povo grego, em determinado ponto da História, começou a exigir leis escritas para assegurar melhor justiça por parte dos Juízes. O propósito seria o de remover o conteúdo das leis do controle de um grupo restrito de pessoas e colocá-lo em lugar aberto, acessível a todos.
No entanto, entre as objeções a essa teoria está a falta de evidência de que as leis, antes dos legisladores, estivessem sob controle exclusivo de determinados grupos da sociedade. Uma coisa é grupos aristocráticos controlarem o processo judicial e outra é ter o controle do conhecimento das leis. As maiores inovações introduzidas pelos legisladores, nas novas leis escritas, eram com respeito ao processo.
>Não há também evidências de que as leis escritas fossem mais justas que as anteriores; as evidências são, principalmente, quanto à preocupação das novas leis em reformular o sistema judicial.
>Devem-se a Sólon as primeiras iniciativas de democratização das leis.
*
*
 
Os gregos não elaboraram tratados sobre o direito, limitando-se apenas à tarefa de legislar (criação de leis) e administrar a Justiça pela resolução de conflitos (direito processual). Adicionalmente, devido a precariedade dos materiais de escrita utilizados na época (inscrições em pedra e madeira e textos escritos em papiro), um texto literário, filosófico ou lei escrita, somente chegaria aos nossos dias, não pela conservação do original, mas pelas contínuas reproduções e citações de autores posteriores.
Pode-se categorizar as leis gregas em crimes, família, pública e processual. A categoria denominada por crimes, que corresponderia ao nosso direito penal, inclui o homicídio que os gregos, diferenciavam entre voluntário, involuntário e em legítima defesa.
Classificadas como família, encontramos leis sobre casamento, sucessão,
herança, adoção, legitimidade de filhos, escravos, cidadania, comportamento das mulheres em público etc.
*
*
 
Como leis públicas temos as que regulam as atividades e deveres políticos dos cidadãos, as atividades religiosas, a economia, finanças, vendas, aluguéis, o processo legislativo, relações entre as cidades, construção de navios, dívidas etc.
Algo notável no direito grego era a clara distinção entre lei substantiva e lei processual. Enquanto a primeira é o próprio fim que a administração da justiça busca, a lei processual trata dos meios e dos instrumentos pelos quais o fim deve ser atingido, regulando a conduta e as relações dos tribunais e dos litigantes com respeito à litigação em si, enquanto que a primeira determina a conduta e as relações com respeito aos assuntos litigados.
Um exemplo significativo de quão evoluído era o direito processual grego é encontrado no estudo dos árbitros públicos e privados. Trata-se aqui de duas práticas que se tornaram comuns, no direito grego, como alternativas a um processo judicial normal: a arbitragem privada e a arbitragem pública. A arbitragem privada era um meio alternativo mais simples e mais rápido, realizado fora do Tribunal, de se resolver um litígio, sendo arranjada pelas partes envolvidas que escolhiam os árbitros entre pessoas conhecidas e de confiança. Nesse caso, o árbitro (ou árbitros) não emitia um julgamento, mas procurava obter um acordo, uma conciliação, entre as partes. A arbitragem privada corresponderia a nossa moderna mediação.
*
*
 
Embora os gregos não estabelecessem diferença explícita entre direito público e direito privado, civil e penal, é no direito processual que se encontra uma diferenciação quanto à forma de mover uma ação: a ação pública e a ação privada. A ação pública podia ser iniciada por qualquer cidadão que se considerasse prejudicado pelo Estado, por exemplo, por ação corrupta de funcionário público. A ação privada era um debate jurídico entre dois ou mais litigantes, reivindicando um direito ou contestando uma ação, e somente as partes envolvidas podiam dar início à ação.
No direito grego não havia magistrado que iniciasse um processo, não havia ministério público que sustentasse a causa da sociedade. Em princípio cabia à pessoa lesada ou a seu representante legal intentar o processo, fazer a citação, tomar a palavra na audiência, sem auxílio de advogado. A lei ateniense era essencialmente retórica. Não havia advogado, juízes, promotores públicos, apenas dois litigantes dirigindo-se a centenas de jurados.
*
*
ESPARTA
Representou os valores de austeridade, espírito cívico, submissão total do indivíduo ao Estado. Sociedade conservadora, patriarcal, aristocrática, guerreira e eugênica (não se admite defeitos físicos nos cidadãos).
*
*
*
*
SOCIEDADE ESPARTANA
>Os Esparciatas: Eram os Dórios, Guerreiros que recebiam educação militar especial.
>Os Periecos: Eram os Aqueus, tinham boas condições materiais de vida, mas nenhum direito político;
>Os Hilotas: Eram escravos de propriedade do Estado, não tinham proteção da lei e sua condição humana era uma das mais insuportáveis de todo o mundo antigo.
*
*
*
*
Educação espartana
A sociedade espartana era conservadora, a educação era voltada para o militarismo, obediência a regras e vigor físico, e isso impunha um código moral bastante severo.
 
A criança ao nascer era examinada por um conselho de cidadãos, que avaliava sua condição física, caso houvesse alguma deficiência era atirada em um desfiladeiro. Crianças eram entregues ao estado a partir dos sete anos, para prepará-las para a educação militar, garantindo a proteção da cidade e a ordem interna.
A obrigação da mulher era a de gerar filhos saudáveis para servir ao Estado e praticavam exercícios que lhes garantissem uma vida forte e saudável. 
*
*
A GUERRA DE PELOPONESO
Foi um conflito entre Atenas e Esparta.
 
Era a tentativa de Esparta em diminuir o poder de Atenas no mundo grego.
Causas da guerra:
 - Os espartanos viam com desconfiança e ameaça o desenvolvimento econômico e aumento da influência política de Atenas na região da península do Peloponeso;
 - Relações tensas entre as duas cidades-estado e disputa pela hegemonia política e econômica na região;
 A Guerra do Peloponeso terminou em abril de 404 a.C, após a rendição de Atenas e a conquista espartana em Helesponto. Os espartanos deram suporte a um golpe oligárquico em Atenas, derrubando o sistema democrático e implantando um sistema de governo autoritário conhecido como Tirania dos Trinta.
 O fim da guerra derrubou o poder de Atenas na península e resultou na hegemonia política e economia de Esparta na região, com seu sistema voltado para o fortalecimento militar.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando