Baixe o app para aproveitar ainda mais
Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original
Polí tica Externa Brasileira – estudo dirigido Material de disciplina SILVA, Andre Luiz Reis da & RIEDIGER, Bruna Figueiredo Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: Intersaberes, 2016. Vídeoaulas 1 a 6 Rotas de Aprendizagem 1 a 6 Neste breve resumo, destacamos a importa ncia para seus estudos de alguns temas diretamente relacionados ao contexto trabalhado nesta disciplina. Os temas sugeridos abrangem o conteu do programa tico da sua disciplina nesta fase e lhe proporcionara o maior fixaça o de tais assuntos, consequentemente, melhor preparo para o sistema avaliativo adotado pelo Grupo Uninter. Esse e apenas um material complementar, que juntamente com a Rota de Aprendizagem completa (livro-base, videoaulas e material vinculado) das aulas compo em o referencial teo rico que ira embasar o seu aprendizado. Utilize-os da melhor maneira possí vel. Bons estudos! Sumário Tema: Ana lise de polí tica externa .................................................................................................................................... 3 Tema: A polí tica externa do perí odo imperial ................................................................................................................. 4 Tema: A polí tica externa da Repu blica Velha (1889-1930) ............................................................................................ 5 Tema: Primeiro perí odo Vargas (1930-1945) ................................................................................................................. 7 Tema: O governo JK (1956 - 1960)................................................................................................................................... 8 Tema: A polí tica externa independente (1961-1964) .................................................................................................... 9 Tema: Castelo Branco e o apoio estrate gico (1964-1967) ............................................................................................. 9 Tema: Costa e Silva e a diplomacia da prosperidade (1967-1969) ............................................................................... 9 Tema: Geisel e o pragmatismo responsa vel (1974-1979) ............................................................................................ 10 Tema: Figueiredo e o universalismo sob pressa o (1979-1985) .................................................................................. 10 Tema: Fernando Collor e o paradigma neoliberal (1990, 1992) .................................................................................. 12 Tema: Governo Cardoso: a diplomacia presidencial e o Itamaraty ............................................................................. 12 Tema: A ascensa o do governo Lula e a nova matriz diploma tica ................................................................................. 14 Tema: Análise de política externa “A polí tica externa brasileira teve iní cio com a conquista da soberania pelo Brasil, ou seja, com a independe ncia em 1822 e seu posterior reconhecimento pelos demais paí ses. A herança colonial, pore m, deixou resquí cios no novo paí s, no que diz respeito tanto a unidade territorial quanto as instituiço es polí ticas e sociais”. Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 1, A polí tica externa do perí odo imperial e seus antecedentes). “A caracterizaça o da polí tica externa, no entanto, na o e tarefa fa cil e diferentes autores trazem diferentes definiço es. Resumidamente, de acordo com Pinheiro (2004, p. 7), trata-se do conjunto de aço es e deciso es de determinado ator — geralmente o Estado — em relaça o a outros Estados ou atores externos, formulado com base em oportunidades e demandas de natureza dome stica e/ou internacional. De forma geral, representa a conjugaça o dos interesses e das ideias dos representantes de um Estado sobre sua inserça o no sistema internacional” (Apresentaça o do livro). Polí tica externa tambe m pode ser entendida como uma polí tica pu blica. Fonte: Videoaula 1, 04’16”. --- “A produça o em polí tica externa brasileira cresceu consideravelmente nos u ltimos anos. Entretanto, existem poucos trabalhos de sistematizaça o da inserça o internacional do Brasil em perspectiva histo rica de longa duraça o, bem como poucos manuais universita rios que sirvam como roteiro e guia de estudos e que promovam, ao mesmo tempo, uma sí ntese da produça o acade mica recente, a ser utilizada como uma introduça o a polí tica externa brasileira”. “O estudo da polí tica externa abrange mais do que a simples compreensa o da inserça o internacional do Brasil e de suas aço es externas. Compreende tambe m o pro prio processo de formulaça o da polí tica, que, por sua vez, revela os atores, estatais e na o estatais, que disputam espaço pela participaça o no processo deciso rio. Mais do que isso, o papel ocupado pelo Ministe rio das Relaço es Exteriores e por outros o rga os governamentais, como a pro pria Preside ncia da Repu blica, tambe m e varia vel ao longo do tempo. Assim a polí tica externa tambe m constituiu um espaço por excele ncia da pro pria polí tica interna” (Apresentaça o do livro). Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016 (Apresentaça o do Livro). --- “Como disciplina acade mica, a polí tica externa brasileira (tambe m conhecida como Inserça o Internacional do Brasil) constitui assunto obrigato rio nos cursos de graduaça o em Relaço es Internacionais, dada a sua importa ncia para a formaça o dos internacionalistas brasileiros. Conhecer a histo ria da inserça o internacional do Brasil, as demandas relacionadas, os grandes eixos de atuaça o, as principais varia veis explicativas e os atores envolvidos e essencial para a compreensa o da atual polí tica externa brasileira”. Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, apresentaça o do livro. De acordo com a Videoaula 1, “[...] na de cada de 1950 a polí tica externa era vista com um produto de deciso es. Constituí a-se essencialmente de uma se rie de deciso es tomadas por decisores. Essas deciso es na o surgem pura e simplesmente a partir de estí mulos externos, mas sa o sim, processadas por um mecanismo dentro do Estado” Fonte: Videoaula 1, 07’30”, adaptado. --- “O estudo da polí tica externa brasileira avançou notadamente no paí s nos u ltimos anos. O campo de pesquisa fortaleceu-se e houve a criaça o e o desenvolvimento de diversos centros de ensino e pesquisa acade mica em Relaço es Internacionais. Ao mesmo tempo, foi ampliada a oferta de cursos de graduaça o nessa a rea, cuja formaça o exige livros atualizados e articulados com as demandas do ensino”. Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, apresentaça o do livro. De acordo com a Videoaula 1 “[...] o objetivo dos Behavioristas era desenvolver uma teoria geral da polí tica externa, capaz de explicar qualquer polí tica externa e ate predizer atuaço es especí ficas” Fonte: Videoaula 1, 10’09”, adaptado. --- “Muito da literatura existente sobre as relaço es entre questo es dome sticas e internacionais consiste ou em listas ad hoc de inconta veis “influe ncias dome sticas” sobre a polí tica externa ou em observaço es gene ricas sobre questo es nacionais e internacionais que esta o de alguma forma “vinculadas”. Fonte: PUTNAM, Robert D. Diplomacia e polí tica dome stica: a lo gica dos jogos de dois ní veis. Revista de Sociologia e Polí tica. Curitiba, v. 18, n. 36, p. 149, Junho, 2010. De acordo com a Videoaula 2, “O objetivo da teoria e entender como a diplomacia e a polí tica dome sticas interagem”. O nome Jogos de Dois Ní veis e uma meta fora para as interaço es dome stico- internacionais”. De acordo com essa teoria, nenhum dos dois jogos pode ser ignorado pelos tomadores de decisa o”. Fonte: Videoaula 2, 02’56”, adaptado. --- “A polí tica dome stica e as relaço es internacionais esta o sempre entrelaçadas de alguma forma e nossas teorias ainda na o desvendaram esse quebra-cabeça. E infrutí fero debater se a polí tica dome stica realmente determina as relaço es internacionais ou se e o inverso. A resposta para essa questa o e clara: "Algumas vezes uma influe ncia a outra". As perguntas mais interessantes sa o: "quando influencia?" e "como influencia?". Fonte: PUTNAM, Robert D. Diplomacia e polí tica dome stica: a lo gica dos jogos de dois ní veis. Revista de Sociologia e Polí tica. Curitiba, v. 18, n. 36, p. 147, Junho, 2010. De acordo com a Videoaula 2, Estados; Organizaço es Internacionais; Sociedade Civil sa o exemplo de atores do tabuleiro externo. Partidos Polí ticos; Empresas; e Sociedade Civil sa o exemplo de atores do tabuleiro dome stico. Para essa teoria, e preciso levar em consideraça o a diversificaça o de jogadores/peças dos tabuleiros. Fonte: Videoaula 2, 08’40”, adaptado. Tema: A política externa do período imperial “Como parte da estrate gia, o governo imperial buscou definir, enta o, suas fronteiras com os vizinhos ao norte. Em 1851, assinou uma convença o com o Peru que, ale m de regular os limites pelo princí pio do uti possidetis, concedeu a navegaça o a naça o contratante, excluindo-se terceiros”. A Inglaterra foi o principal agente de modernizaça o brasileira durante o perí odo imperial. De acordo com o livro base da disciplina, “Foi no segundo Impe rio que se iniciou a modernizaça o brasileira, de forma lenta e contí nua e dependente de capitais estrangeiros. Os principais agentes da modernizaça o foram os ingleses, que, na o detendo nenhum privile gio, responderam aos estí mulos conjunturais pela livre concorre ncia. O setor cafeeiro era o grande propulsor interno, sendo responsa vel pelos investimentos nas estradas de ferro, pelo estí mulo a imigraça o livre, pela formaça o de novos centros urbanos e pelo aparecimento de empresas e bancos” (p. 33). Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 1, A polí tica externa do perí odo imperial e seus antecedentes. --- “Nos anos finais do Impe rio, a imagem brasileira foi favorecida no exterior pelas viagens realizadas por D. Pedro II. Entre 1871 e 1884, o governo brasileiro nomeou a rbitros para a resoluça o de questo es entre os EUA e a Gra -Bretanha, a França e os EUA e paí ses europeus e o Chile. O governo tambe m decidiu participar da Confere ncia Pan-Americana, crendo na o mais convir ao Brasil o isolamento tradicional”. Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 1, A polí tica externa do perí odo imperial e seus antecedentes). De acordo com a videoaula 3, “[...] os responsa veis pela formulaça o da polí tica externa brasileira foram: Joaquim Nabuco, que foi o primeiro embaixador do Brasil em Washington e Jose Maria da Silva Paranhos Jr, ou Bara o do Rio Branco, que assumiu o Ministe rio das Relaço es Exteriores do Brasil em 1902 e ocupou o cargo por dez anos, no decorrer do mandato de quatro presidentes” (17’58”) (Adaptado). Fonte: Videoaula 3 (17’58”). --- “A guerra levou a destruiça o do Estado paraguaio, dizimando a maioria de sua populaça o masculina e levando a perda de territo rios para os vizinhos. Ale m disso, ocasionou a ruptura definitiva com seu modelo de crescimento econo mico. A reorganizaça o do paí s durou de cadas e impediu-o de alcançar o mesmo ní vel de desenvolvimento econo mico de antes da guerra”. “A Guerra do Paraguai foi o maior conflito armado da Ame rica do Sul. Foi travada entre o Paraguai e a trí plice Aliança, composta pelo Brasil, Argentina e Uruguai. A guerra estendeu-se de dezembro de 1864 a março de 1870” Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 1, A polí tica externa do perí odo imperial e seus antecedentes, adaptado. Tema: A política externa da República Velha (1889-1930) “Quando ocorreu a Revolta da Armada, entre 1893 e 1894, a intervença o americana foi providencial para a vito ria do Marechal Floriano Peixoto e sua manutença o na preside ncia do paí s. Inicialmente, alguns altos oficiais da Marinha pediram a renu ncia do presidente em nome da Constituiça o, mas, com o tempo, a revolta adquiriu um tom monarquista”. “Com a instauraça o da repu blica, a polí tica externa brasileira foi reorientada e o eixo diploma tico do paí s foi deslocado de Londres para Washington” (p. 49). Ou seja, do alinhamento com os paí ses da Europa, passou-se aos EUA. “Entre os interesses norte-americanos estava colocar o Brasil em sua esfera de influe ncia, estreitar as relaço es com o paí s e impedir uma possí vel restauraça o. O Brasil, por sua vez buscava estreitar laços polí ticos com um de seus melhores fregueses e seguir o exemplo de suas instituiço es” (p.49). Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016. capí tulo 2, A polí tica externa da Repu blica Velha (1889-1930). --- “Assim, entre 1893 e 1895, o Bara o do Rio Branco chefiou a delegaça o brasileira incumbida de preparar a questa o e submete -la ao Presidente Cleveland, o a rbitro. O presidente norte- americano decidiu a questa o em favor do Brasil, que confirmou os mais de 35 mil km² como parte de seu territo rio”. a “americanizaça o” significava aproximar-se na o so dos Estados Unidos, mas do continente como um todo. Enquanto a Europa era fortemente ligada a monarquia, a Ame rica mantinha o foco na Repu blica. “A aproximaça o com os EUA era considerada uma polí tica em oposiça o a do Impe rio, que sempre esteve pro ximo a Inglaterra. O “americanismo” foi, assim, a grande marca da repu blica nascente em oposiça o ao europeí smo da monarquia. Esse “americanismo”, entretanto, nem sempre se confundia com “norte-americanismo”, visto que o paí s procurou voltar sua atença o tambe m para o continente sul-americano. Para os parlamentares da e poca, privilegiar o contexto americano equivalia a republicanizar as relaço es internacionais do Brasil” (p. 50). Ale m do modelo polí tico, os EUA eram o principal propulsor da economia agroexportadora do Brasil como comprador de cafe . Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016. capí tulo 2, A polí tica externa da Repu blica Velha (1889-1930). --- “Nos primeiros meses como ministro, o Bara o do Rio Branco teve de enfrentar uma situaça o complicada no interior da Amazo nia. Estourava o conflito no Acre, territo rio em lití gio com a Bolí via e rico produtor de borracha. A regia o foi ocupada, principalmente, por seringueiros brasileiros. E, ate o final do se culo XIX, a Bolí via pouco se interessou pela a rea. Em 1899, pore m, a regia o tornou-se conflagrada quando a Bolí via tentou impor sua soberania sobre ela”. “em 15 anos, o Bara o do Rio Branco demarcou os limites do Brasil, adicionando aproximadamente 885.000 km² ao territo rio brasileiro” (p.56). “Outro marco de sua gesta o foi sua aproximaça o com os EUA, caracterí stica que Burns (2003) denominou de aliança na o escrita”. O estreitamento dos laços com os EUA, ale m de servir aos propo sitos polí ticos do chanceler no plano sub-regional, atendeu aos interesses da oligarquia dominante no Brasil, a burguesia do cafe , que tinha nos EUA seu grande mercado consumidor” (p.56). “Ale m disso, o chanceler procurou restaurar o prestí gio internacional do paí s, defender a agroexportaça o e construir uma supremacia compartilhada na a rea sul-americana” (p.63). Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016. capí tulo 2, A polí tica externa da Repu blica Velha (1889-1930). --- “Descontente com a atitude norte-americana, Domí cio da Gama, embaixador em Washington, expressou sua consternaça o com a interfere ncia dos EUA nas polí ticas econo micas do Brasil em um jantar da Sociedade Pan-Americana em Nova Iorque. Lauro Mu ller, contudo, censurou-o. Enquanto Domí cio da Gama entendia que a amizade e a cooperaça o com os norte-americanos na o deveriam estender-se ale m do ponto em que os interesses nacionais eram claramente beneficiados, Mu ller estava disposto a oferecer amizade e cooperaça o irrestritas, convencido de que, no fim, os benefí cios para o Brasil seriam mais importantes do que quaisquer inconvenientes transito rios.”. “O cafe era o principal produto de exportaça o do Brasil, sendo o responsa vel por 72,5% das exportaço es nacionais entre 1924 e 1929. Os Estados Unidos, por sua vez, eram o principal comprador do produto. Com sua economia em expansa o, em busca de mercado para suas exportaço es e seus capitais, os dois paí ses mantiveram uma duradoura complementariedade econo mica. De maneira geral, a inserça o da economia brasileira no capitalismo mundial ocorreu, principalmente, pela exportaça o do cafe , pela importaça o de manufaturados e alimentos e pelo recebimento de capitais. Nesse u ltimo quesito, os EUA passaram a ter importa ncia crescente, apesar de o Brasil ainda recorrer a empre stimos brita nicos na de cada de 1920”. (p.71). Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016. capí tulo 2, A polí tica externa da Repu blica Velha (1889-1930). --- “Julgarmos propí cia esta ocasia o para afirmar, como um princí pio que afeta os direitos e interesses dos Estados Unidos, que os continentes americanos, em virtude da condiça o livre e independente que adquiriram e conservam, na o podem mais ser considerados, no futuro, como suscetí veis de colonizaça o por nenhuma pote ncia europeia […] (Mensagem do Presidente James Monroe ao Congresso dos EUA, 1823)”. Fonte: Doutrina Monroe. Wikipe dia. Disponí vel em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Doutrina_Monroe. Acesso: 15/07/2017. “Rio Branco receava a agressividade europeia e via, assim, a Doutrina Monroe como elemento de defesa territorial do continente, que o protegeria contra interfere ncias europeias e poderia ser aplicado em possí veis casos de fronteiras com paí ses europeus” Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 2, A polí tica externa da Repu blica Velha (1889-1930). Tema: Primeiro período Vargas (1930-1945) “A Revoluça o de 1930 e a chegada de Getu lio Vargas a Preside ncia da Repu blica colocaram uma nova elite polí tica no poder do paí s. Ao longo dos 15 anos em que foi presidente, Vargas centralizou o poder e enfatizou o desenvolvimento brasileiro”. Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 3, Da era Vargas a polí tica externa independente (1930-1964). Videoaula 3 (48’10”). “As mudanças sociais e econo micas que ocorreram no decurso dos anos 1930 levaram a uma nova percepça o do interesse nacional. O governo Vargas adicionou a polí tica externa novas formas de cooperaça o e barganha voltadas para um interesse nacional mais abrangente, que contemplasse outros segmentos da sociedade ale m das exportaço es tradicionais. Para Vargas, o desenvolvimento seria alcançado com uma indu stria sideru rgica e com o aumento das exportaço es. Durante o seu governo, o pragmatismo foi reforçado e a polí tica externa foi direcionada para as relaço es comerciais” (p.79). (Adaptado). E ainda, foi reforçada a polí tica de substituiça o de importaça o, os esforços para o estabelecimento de uma indu stria de base e para o reequipamento econo mico-militar. O governo realizou uma aproximaça o com os EUA e a Alemanha mas, ao final, adotou um alinhamento “americanista”. (10). Tambe m almejou uma inserça o internacional com base numa postura de diferenciaça o dos vizinhos Fonte: Videoaula 3, 48’10, adaptado. --- “Ao longo da de cada de 1930 e no iní cio da de cada de 1940, com o acirramento da disputa entre EUA e Alemanha, as confere ncias interamericanas ganharam novo alento. Nesse contexto, os paí ses americanos repudiaram o intervencionismo como forma de resolver as disputas entre si e consagraram o princí pio da solidariedade hemisfe rica”. Com a participaça o direta no conflito, o governo brasileiro buscou reequipar o Exe rcito (o material de treinamento ficaria no paí s), aumentar o efetivo treinado, melhorar a indu stria be lica e o sistema de comunicaça o. Em termos materiais, o saldo foi positivo, com a modernizaça o do Exe rcito e da Força Ae rea. Ale m disso, houve aumento do prestí gio internacional do paí s, que figurou ao lado dos vitoriosos” (p.87, 88). Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 3, Da era Vargas a polí tica externa independente (1930-1964). Tema: O governo JK (1956 - 1960) “Para completar, as relaço es hemisfe ricas tambe m apresentavam problemas. Eisenhower iniciava seu segundo mandato na preside ncia dos EUA, aprofundando a deterioraça o do relacionamento com as naço es da Ame rica Latina. A crise de desenvolvimento porque passavam esses paí ses, por sua vez, impulsionava o nacionalismo e o antiamericanismo dos movimentos populistas da regia o. Assim, quando da visita do Vice-Presidente Nixon a Ame rica Latina, em 1958, ocorreram violentas manifestaço es antiamericanas em Lima e Caracas. Diante dessa conjuntura, o Brasil adotou uma polí tica externa mais ativa, com o retorno da barganha com os EUA e a busca por novos parceiros comerciais. O ponto alto dessa alteraça o foi o lançamento da Operaça o Pan-Americana (OPA) em maio de 1958. A OPA teve iní cio com uma carta de Kubitschek a Eisenhower logo apo s a visita de Nixon a Ame rica Latina” (Adaptado). “De olho na cooperaça o hemisfe rica, o Brasil argumentava que o desenvolvimento e o fim da mise ria seriam as formas mais eficazes de se evitar a penetraça o de ideologias exo ticas e antidemocra ticas na regia o. Para JK, a cooperaça o econo mica daria a verdadeira força ao pan-americanismo e o combate a mise ria criaria um escudo contra ideologias estranhas. Entre os estudos propostos na OPA estavam a aplicaça o de capitais privados em a reas atrasadas do continente e o aumento do volume de cre dito das entidades internacionais. Diante da conjuntura regional, os EUA na o podiam ignorar o apelo brasileiro. Assim, a OPA foi acolhida por todos os membros da Organizaça o dos Estados Americanos (OEA) e formou-se na instituiça o o Comite dos 21, que ficaria responsa vel por dar execuça o a operaça o. Os avanços da OPA, no entanto, foram modestos. Ela trouxe como resposta o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BIRD) e a Aliança Latino-Americana de Livre-Come rcio (ALALC)” Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 3, Da era Vargas a polí tica externa independente (1930-1964). --- “Em meados da de cada de 1950, o contexto internacional havia se modificado novamente. A recuperaça o econo mica do Japa o e da Europa favoreceu a liberaça o de capitais norte- americanos e a criaça o de novos polos de poder dentro do campo ocidental. O bloco comunista passava por desintegraça o, mas tambe m demonstrava sinais de pujança econo mica, aumentava os investimentos no Terceiro Mundo e buscava mais influe ncia neste”. Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 3, Da era Vargas a polí tica externa independente (1930-1964). “As necessidades da economia brasileira, aliadas ao descaso norte-americano, levaram o paí s a buscar novos mercados e sair do plano hemisfe rico. Assim, o Brasil aproximou-se do plano comercial dos paí ses socialistas e estabeleceu relaço es bilaterais de come rcio com a Rome nia, Iugosla via e Repu blica Democra tica Alema . Ale m dos paí ses socialistas, a Europa Ocidental, o Japa o e o mundo afro-asia tico em descolonizaça o eram opço es que se colocavam a diplomacia brasileira” (p.103). “A partir de 1958, a polí tica externa brasileira ganhou novo í mpeto. Anteriormente voltada a uma inserça o predominantemente hemisfe rica, começou a ensaiar novos passos em direça o a uma polí tica externa mundial e multilateral” (p. 104). De acordo com a videoaula 3, essa postura ficou conhecida como alinhamento norte-sul, que buscava uma variaça o das possibilidades econo micas. Nesse perí odo, o Brasil diversificou suas relaço es econo micas e estabeleceu parcerias com paí ses desenvolvidos da Europa. Fonte: Videoaula 4 (‘09”15). Tema: A política externa independente (1961-1964) “O perí odo que engloba os governos de Ja nio Quadros e Joa o Goulart contou com cinco titulares no MRE. A polí tica externa do perí odo, no entanto, e reconhecida pela sua continuidade e denominada de Política Externa Independente (PEI)”. “A PEI inovou a barganha nacionalista ao adicionar a ela novos elementos. Impulsionada pela necessidade brasileira de atrair novos mercados, saiu do a mbito hemisfe rico, adotou uma diplomacia de perspectivas mundiais e voltou-se para o mundo comunista e para a A frica, onde defendeu a descolonizaça o”. “A polí tica externa era vista, enta o, como um instrumento capaz de reverter a situaça o desfavora vel e, para isso, precisava ser pragma tica, independente e universal”. “O Brasil se dizia independente dos conflitos em curso, pois queria estar livre de qualquer compromisso ideolo gico para poder deslocar-se entre as naço es no aspecto comercial”. “A PEI elevou a polí tica externa brasileira a um ní vel nunca antes atingido e representou o ponto culminante da barganha nacionalista dos anos 1950” SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 3, Da era Vargas a polí tica externa independente (1930- 1964). Tema: Castelo Branco e o apoio estratégico (1964-1967) “No plano diploma tico-estrate gico, o Governo Castelo Branco concentrou sua atuaça o externa no continente americano. Tal polí tica era resultado de novas alianças internas e externas. Tendo como pontos de refere ncia os EUA e a Ame rica Latina, procurou situar-se como elemento de mediaça o. A continentalizaça o da polí tica externa provocou a perda de interesse nas questo es polí ticas fora do continente americano”. “Os militares utilizam a Doutrina de Segurança Nacional como substrato ba sico para a formulaça o de sua polí tica externa. Essa doutrina vinha sendo construí da internamente pela Escola Superior de Guerra desde a sua fundaça o, em 1949, com base em subsí dios teo ricos do National War College americano. Seus fundamentos consistiam na associaça o entre segurança e desenvolvimento. Para alcançar o desenvolvimento, era necessa rio obter a segurança. A segurança, por sua vez, estava calcada na luta contra os inimigos interno e externo, identificados como o comunismo, o na o alinhamento e a crí tica a valores ocidentais” Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 4, A polí tica externa brasileira durante o regime militar (1964-1985). Tema: Costa e Silva e a diplomacia da prosperidade (1967-1969) “Em 15 de marco de 1967, assumiu a Preside ncia da Repu blica o ministro da guerra do governo anterior, Arthur da Costa e Silva, considerado o principal representante da chamada linha dura nacionalista. Costa e Silva foi beneficiado por um conjunto de expectativas favora veis derivadas do sentimento anticastelista e da polarizaça o com os castelistas, acreditando-se que ele realizaria um revisionismo liberal em relaça o ao regime militar. Assim, o novo presidente aproveitou-se dessas expectativas e iniciou seu governo prometendo a “humanizaça o” da revoluça o”. SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 4, A polí tica externa brasileira durante o regime militar (1964- 1985). “A polí tica do Brasil, em relaça o aos Estados Unidos sofreu, enta o, uma reorientaça o durante o perí odo Costa e Silva, pois o nacionalismo apregoado pelo governo entrava em conflito com o paí s do Norte. Os principais pontos de atrito entre o Brasil e os EUA no perí odo era a questa o da assinatura do Tratado de Na o Proliferaça o Nuclear (TNP), as limitaço es a importaça o do cafe solu vel brasileiro, o problema do te xteis, o Acordo Internacional do Cacau e as cotas de açu car. A recusa em assinar o TNP, tratado que pretendia cercear as tecnologias nucleares para paí ses em desenvolvimento, foi um dos principais fatos diploma ticos desse governo” (p.127). A polí tica externa de Costa e Silva teve uma conotaça o pro pria, mais auto noma, e as fricço es com os EUA reapareceram em decorre ncia das necessidades intrí nsecas do desenvolvimento brasileiro. Politicamente, para Costa e Silva isso significava marcar dista ncia do governo Castelo Branco e dos crí ticos do seu regime e tentar barganhar maior autonomia (ou menos depende ncia) em relaça o aos norte-americanos” (p. 128). Outros pontos que podem ser levantados desse perí odo sa o: a conotaça o autonomista; o alinhamento norte- sul; o apoio aos paí ses de terceiro mundo; e a tende ncia ao globalismo. Fonte: Videoaula 4 - 24’04”. Tema: Geisel e o pragmatismo responsável (1974-1979) O governo de Ernesto Geisel foi marcado pela crise econo mica mundial que vinha se desenvolvendo desde o iní cio da de cada, mas foi acelerada com a crise do petro leo em 1973. O antigo chefe da Casa Militar do Governo Castelo Branco assumiu a preside ncia no perí odo do fim do Milagre Econo mico Brasileiro, ao mesmo tempo que as contestaço es ao regime ganhavam a cena nacional. Com Geisel, o Brasil experimentava uma inflexa o em sua polí tica externa, conhecida como pragmatismo responsa vel. Essa polí tica constituiu uma se rie de atuaço es diploma ticas, processadas por meio dos alinhamentos indispensa veis. Ale m disso, buscou atuar mundialmente, em diferentes cena rios, aproximando-se da Europa e do Japa o, para contrabalançar sua depende ncia dos EUA. Foram formuladas polí ticas pro prias para a China, a A frica e o Oriente Me dio e procurou-se obter tecnologia nuclear, culminando no Acordo de Cooperaça o Nuclear com a Alemanha, em 1975. Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 4, A polí tica externa brasileira durante o regime militar (1964-1985). Tema: Figueiredo e o universalismo sob pressão (1979-1985) “Com o Governo Figueiredo, o esforço exportador foi ampliado, a fim de melhorar o balanço de pagamentos. Em 1979, o Brasil criou o Programa de Promoça o Comercial no Exterior (PPCE), com vistas a tornar possí vel um substancial aumento da produtividade dos recursos financeiros, materiais e humanos a sua disposiça o”. “Figueiredo procurou defender a Argentina em face das sanço es aprovadas por Washington contra o paí s. O Brasil vinha, desde o iní cio dos anos 1980, substituindo a rivalidade pela cooperaça o nas relaço es com a Argentina, e o clima internacional desfavora vel aos dois paí ses intensificou essa aproximaça o” (p. 143). Apo s a Guerra das Malvinas, a Argentina, atritada com os EUA e a Europa, associou-se ao Brasil e reforçou um processo de cooperaça o polí tica e integraça o econo mica que havia sido iniciado com a assinatura do Tratado de Itaipu (Bandeira, 1995, p. 270). O apoio dos EUA a Inglaterra na Guerra das Malvinas desfez as iluso es de defesa continental e explicitou a diferença entre os paí ses do Norte e os do Sul. Desse momento em diante, para responder a contradiça o Norte-Sul, o caminho para o desenvolvimento da Ame rica do Sul passou a ser construí do sob o signo da integraça o e da cooperaça o” (p. 144). Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 4, A polí tica externa brasileira durante o regime militar (1964-1985). --- “Saraiva Guerreiro, em um discurso proferido na Federaça o Brasileira dos Bancos, em julho de 1980, declara: “Não vemos a cooperação Sul-Sul como alternativa ao diálogo Norte-Sul, que obedece a outra dinâmica e incorpora outras expectativas. Neste, o que se pretende é reforçar algo que já existe, dar sentido novo aos laços tradicionais que nos unem, países do Terceiro Mundo, ao Ocidente industrializado. Eventualmente, as ligações Sul-Sul, além da sua valia intrínseca, podem reforçar nosso poder de barganha em negociações econômicas globais (Brasil, 1980b, p. 62)”. O conceito de universalismo diploma tico, foi reafirmado pelo Brasil durante o governo Figueiredo (1979-1985). “O universalismo da diplomacia estava ligado ao cara ter do desenvolvimento brasileiro e a sua inserça o no sistema internacional como paí s pertencente ao Terceiro Mundo, mas que tinha caracterí sticas e interesses comuns aos paí ses desenvolvidos, buscando dia logo com todos os atores” (p. 142). Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 4, A polí tica externa brasileira durante o regime militar (1964-1985). --- “Joao Figueiredo assumiu a preside ncia em março de 1979, em um perí odo marcado por novos contextos internos e externos. Internamente, viviam-se os impasses advindos da redemocratizaça o e da crise econo mica. Externamente, o Brasil sofria a crise da dí vida e os efeitos da chamada Nova Guerra Fria. Como presidente da Repu blica imposto por Geisel sobre setores linha-dura, Figueiredo tinha por tarefa promover a liberalizaça o polí tica e as reformas necessa rias, sem comprometer a unidade das Forças Armadas. A imagem externa do Brasil era a de um paí s de Terceiro Mundo, assolado pela crise econo mica, e na o mais a de uma pote ncia emergente”. “No Brasil, os militares detiveram o poder durante duas de cadas, desenvolvendo uma polí tica externa que oscilou do alinhamento automa tico aos EUA, em especial nos primeiros anos do alinhamento do regime militar, a contestaça o da hegemonia americana na Ame rica Latina. O projeto ba sico, o de transformar o Brasil em uma grande pote ncia, manteve- se durante quase todo o perí odo e, com o passar do tempo, assumiu crescente dose de realismo. Quando Castelo Branco assumiu o poder, foi interrompida a PEI. A Guerra Fria voltou a orientar a polí tica externa e os militares brasileiros promoveram uma reaproximaça o do Brasil com os EUA, reconhecendo a liderança desse paí s no hemisfe rio ocidental. Seu projeto de segurança e desenvolvimento partia de expectativas favora veis nesse relacionamento. Depois do governo Castelo Branco, alguns pressupostos foram relativizados (como as fronteiras ideolo gicas) e, crescentemente, sobretudo a partir do governo Geisel, o dogmatismo cedeu lugar ao pragmatismo na polí tica externa brasileira. Mesmo no contexto de um sistema internacional no qual o Brasil ocupava posiça o subalterna em relaça o aos EUA, o governo brasileiro procurou manter distanciamento estrate gico. Do ponto de vista econo mico, as relaço es entre Brasil e EUA sofreram um processo de erosa o a partir do fim dos anos 1960, com uma crescente perda de complementariedade econo mica. O protecionismo norte-americano e as necessidades do Brasil de exportar manufaturados fizeram que este procurasse diversificar seus mercados, tanto com paí ses desenvolvidos quanto com paí ses em desenvolvimento. Ao perceberem o crescimento econo mico do Brasil, os EUA aumentavam sua pressa o sobre o paí s, a qual mudava de intensidade de acordo com a conjuntura. Mesmo sem nunca ter rompido com o sistema interamericano sob a hegemonia dos EUA, o Brasil buscou atuar de forma independente, demostrando que tinha interesses pro prios no sistema internacional” (p. 146 e 147). “A experie ncia das relaço es entre Brasil e EUA durante o regime militar foi marcada por um crescente distanciamento estrate gico e pela busca contí nua da redefiniça o da depende ncia brasileira. O governo brasileiro assumiu as posiço es no sistema internacional que considerava necessa rias para o prosseguimento de seu projeto de desenvolvimento. As oscilaço es entre os momentos de distanciamento e aproximaça o dos EUA estavam vinculadas a posiça o concreta que esse paí s representava para o projeto” (p.148). Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 4, A polí tica externa brasileira durante o regime militar (1964-1985). Tema: Fernando Collor e o paradigma neoliberal (1990, 1992) “Com a vito ria de Fernando Collor em 1989, o neoliberalismo foi de fato introduzido no Brasil, com a adoça o do Consenso de Washington, denunciado pelo embaixador Paulo Nogueira Batista como um “receitua rio”, criado nos EUA, em 1989, por funciona rios do governo, te cnicos do FMI e intelectuais. Nesse acordo, ratificou-se a proposta neoliberal que os EUA vinham recomendando como condiça o para a cooperaça o financeira. O consenso deveria ser seguido pela Ame rica Latina por meio de abertura unilateral da sua economia, privatizaça o e reformas monetaristas”. Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 5, O Brasil depois da redemocratizaça o: do governo Sarney a polí tica externa dos anos de 1990. “O Brasil começou a de cada de 1990 com uma polí tica externa voltada a adequaça o aos preceitos estabelecidos pelos paí ses desenvolvidos, em um ato de forte alinhamento a polí tica norte-americana. Sem perceber a tende ncia multipolar po s Guerra-Fria, Collor identificou o mundo como unipolar (centrado nos EUA) e ignorou relacionamentos de grande importa ncia com outros (e novos) polos de poder econo mico, financeiro e tecnolo gico na Europa e na A sia” (p. 162). No contexto da liberalizaça o comercial, via rebaixamento de tarifas alfandega rias, Collor subitamente acelerou a integraça o com a Argentina, criando o Mercosul, em 1991, com o Paraguai e o Uruguai. O objetivo era acelerar a reduça o de tarifas externas brasileiras, ou seja, o Mercosul foi repensado na o mais como um contrapeso ao processo de globalizaça o, mas como uma forma de ingressar de forma mais ra pida no mundo globalizado” (p. 163 e 164). Outros pontos a esse respeito que foram mencionados na videoaula 4 sa o: o cara ter americanista do governo Collor; a liberalizaça o econo mica; a inserça o do Brasil na economia mundial; o conceito de autonomia pela participaça o; e o afastamento do Itamaraty. Fonte: Videoaula 4, 42’16”. Tema: Governo Cardoso: a diplomacia presidencial e o Itamaraty “Ao passo que se ampliava o debate sobre a polí tica externa brasileira, com uma se rie de atores disputando sua orientaça o e formulaça o, ocorreu uma centralizaça o na gesta o do presidente Fernando Henrique Cardoso, no modelo que ficou conhecido como diplomacia presidencial e que acabou sendo a marca da gesta o de Fernando Henrique Cardoso. Em uma tentativa de legitimaça o da polí tica externa, o Governo Cardoso buscou avançar junto a segmentos empresariais mais claramente identificados com as prioridades da aça o externa do Brasil. Contudo, a relaça o com os trabalhadores foi pautada por uma postura defensiva”. “[...] o Itamaraty na o teve propriamente seu papel diminuí do. Embora a coordenaça o polí tica tenha sido conduzida pessoalmente pelo presidente e muitas questo es internacionais tenham sido trabalhadas por outros ministe rios, o Itamaraty vivenciou a ampliaça o do relacionamento exterior do Brasil, causado, principalmente, pela globalizaça o econo mica e pela dinamizaça o das relaço es internacionais. O que ocorreu foi um maior compartilhamento de funço es, com a diplomacia profissional atuando em conjunto com outros o rga os de governo e admitindo as presso es sociais na definiça o da polí tica externa. Dessa forma, considera-se que a diplomacia presidencial constituiu mais a forma do que o conteu do da polí tica externa do governo Cardoso. A e nfase na forma desviava o debate do tema central: a reorientaça o da polí tica externa em direça o ao paradigma neoliberal de inserça o internacional”. Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 5, O Brasil depois da redemocratizaça o: do governo Sarney a polí tica externa dos anos de 1990). --- “Durante a gesta o de Cardoso, o termo diplomacia presidencial foi utilizado como conceituaça o de sua polí tica externa, em funça o da intensidade da agenda internacional durante seu mandato e da pro pria e nfase dada pelo discurso diploma tico brasileiro do perí odo a diplomacia presidencial. Talvez pelo fato de ter sido chanceler antes de ocupar o Planalto, esse traço diploma tico tenha tido mais e nfase em sua administraça o”. “Embora a face mais evidente da diplomacia presidencial fosse suas constantes viagens e a recepça o de autoridades estrangeiras, ela tambe m significava um novo modo de gesta o diploma tica e processo de tomada de decisa o. Segundo Danese (1999, p.29), “[...] a projeça o da diplomacia presidencial deveu-se tambe m a sua inserça o no discurso diploma tico brasileiro, na condiça o a um tempo de conceito, diretriz e instrumento priorita rio da polí tica externa” (p.173 e 174). O que ocorreu foi um maior compartilhamento de funço es, com a diplomacia profissional atuando em conjunto com outros o rga os de governo e admitindo as presso es sociais na definiça o da polí tica externa. Dessa forma, considera-se que a diplomacia presidencial constituiu mais a forma do que o conteu do da polí tica externa do governo Cardoso. A e nfase na forma desviava o debate do tema central: a reorientaça o da polí tica externa em direça o ao paradigma neoliberal de inserça o internacional”. Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 5, O Brasil depois da redemocratizaça o: do governo Sarney a polí tica externa dos anos de 1990). --- “Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, houve a configuraça o de tre s frentes conjugadas e articuladas na diplomacia regional brasileira com caracterí sticas pro prias. Assim, para ale m das relaço es bilaterais, o Mercosul, a Ame rica do Sul e a Alca representaram tre s frentes regionais da diplomacia brasileira, as quais ganharam um novo sentido estrate gico nos anos de 1990, mesmo mantendo, em muitos aspectos, a polí tica regional desenvolvimentista”. “O aspecto regional ganhou considera vel importa ncia como um dos eixos articuladores da inserça o externa do paí s” (p. 174 e 175). “Com a iniciativa de integraça o do Mercosul e da Ame rica do Sul, o Brasil alcançou converge ncia de polí ticas comerciais e de investimentos e fortaleceu-se para as negociaço es sobre a Alca e com os EUA. O Mercosul, foi, de fato, um contrapeso e um espaço de concepça o mais realista para a inserça o internacional do Brasil. Tal visa o tambe m era revelada na postura brasileira de evitar compromissos supranacionais e a institucionalizaça o nos processos de integraça o com os paí ses que considerava menos desenvolvidos. Para a polí tica externa brasileira, o Mercosul conseguiu articular um espaço regional e, como isso, logrou os interesses de outros blocos econo micos, configurando-o como um interlocutor respeitado tanto em fo runs multilaterais quanto em acordos bilaterais. Tal posiça o, ale m das perspectivas de crescimento, foi abrindo possibilidades de cooperaça o com os mais diversos blocos e paí ses e o estabelecimento de parcerias estrate gicas” Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 5, O Brasil depois da redemocratizaça o: do governo Sarney a polí tica externa dos anos de 1990. --- “O espaço multilateral foi definido pela diplomacia brasileira como o melhor cena rio para a atuaça o do Brasil, disposta a participar da construça o de regras para a organizaça o de um novo ordenamento internacional. De acordo com Lafer (2000a, p. 264), na medida em que na o se apresentava como um monster country assustador e carregava uma tradiça o diploma tica ponderada de busca de consenso e legitimidade, a estrate gia brasileira nas negociaço es internacionais deveria ser a força do argumento”. “ No a mbito multilateral, a polí tica externa brasileira nos anos de 1990 acompanhou, em grande parte, o movimento que as pote ncias me dias realizaram: deslocamento de postura antago nica e direta com o ordenamento internacional para a participaça o e aceitaça o das bases e regras deste, entrando em sintonia com os princí pios gerais do sistema, seus regimes e procedimentos. Esse movimento significou o abandono do discurso terceiro-mundista e da compreensa o internacional baseada no conflito Norte-Sul, com a adesa o ao mainstream internacional e a substituiça o da “autonomia pela dista ncia” pela “autonomia pela participaça o” (p. 184). “Assim, a trajeto ria rumo ao desenvolvimento se deu na o pelo confronto no sistema internacional, mas pela participaça o na construça o de seu funcionamento, de forma a potencializar a inserça o internacional do paí s. Essa conduta diploma tica de corte grociano, segundo o governo, capacitaria o Brasil a articular consensos, cujo melhor tabuleiro seriam os fo runs multilaterais -, a disputar seus interesses e a maximizar as oportunidades, expressas, sobretudo, na busca por um assento permanente no Conselho de Segurança”. “A polí tica internacional na o expressaria um completo conflito de interesses entre os Estados nem uma absoluta identidade” Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 5, O Brasil depois da redemocratizaça o: do governo Sarney a polí tica externa dos anos de 1990. --- “Durante o Governo Cardoso, o debate de temas de relaço es exteriores ganhou dimensa o social ine dita, pois nunca antes as associaço es empresariais, os sindicatos, as organizaço es na o governamentais, o Congresso Nacional e a imprensa haviam se engajado ta o intensamente nos assuntos relativos a inserça o internacional do Brasil. A polí tica externa brasileira ampliou seu espaço nas preocupaço es cotidianas, pelo menos entre os formadores de “opinia o pu blica”. “ [...] ainda que influenciada pela matriz neoliberal, a polí tica externa do Governo Cardoso tem de ser explicada a partir de tre s importantes matizaço es. Em primeiro lugar, ja havia ocorrido um ajuste no Governo Itamar, simbolizando que o modelo neoliberal de Collor havia malogrado (crise neoliberal); Em segundo, a adesa o ao neoliberalismo na o foi integral, mostrando a persiste ncia do paradigma desenvolvimentista. A terceira matizaça o corresponde ao que foi denominado de inflexa o e crise de matriz, a partir de 1999/2000, na qual a polí tica externa foi acumulando uma se rie de revezes e, por espasmos polí ticos ine ditos na diplomacia brasileira, foi sendo alterada. Foi nessa inflexa o que o discurso da globalizaça o assime trica, ensaiado algumas vezes ate no perí odo de auge da matriz neoliberal, foi assumindo posiça o central na polí tica externa brasileira”. Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 5, O Brasil depois da redemocratizaça o: do governo Sarney a polí tica externa dos anos de 1990). Tema: A ascensão do governo Lula e a nova matriz diplomática “O Governo Lula procurou, enta o, promover o processo de integraça o, com a criaça o de uma zona de converge ncia de polí ticas industriais, agrí colas, comerciais, tecnolo gicas, educacionais e culturais. Com uma coordenaça o macroecono mica, os paí ses do Mercosul ficariam mais aptos a enfrentar os desafios da globalizaça o”. Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 6, A polí tica externa dos governos Lula e Dilma (2003-2014). “Percebe-se que o alinhamento se manifesta de duas maneiras: em primeiro lugar, estabelecendo benefí cios comerciais, priorizando determinados paí ses nas exportaço es comerciais dos nossos produtos, e em segundo lugar, posicionando-se juntamente com esses paí ses no cena rio de negociaço es internacionais, pautando nossas deciso es e votos pelas deciso es de outros paí ses”. Fonte: Videoaula 3 06’00”, adaptado. --- “A projeça o internacional do Brasil intensificou sua atuaça o nos espaços de cooperaça o Sul-Sul, explorando-se novos e velhos aliados em todos os continentes. Durante a primeira de cada do se culo XXI, intensificou-se a cooperaça o com os paí ses Asia ticos. Em raza o do dinamismo e do crescimento dos mercados asia ticos, a oportunidade de estreitar os laços com esses paí ses e vantajosa para a diversificaça o de parceiros do Brasil. A alta capacidade de consumo desses mercados, ale m da demanda brasileira por investimentos e por tecnologia de ponta, sa o os principais pontos de interesse do Brasil na regia o”. “O interesse dos paí ses asia ticos na cooperaça o com o Brasil, por sua vez, ocorre pela capacidade de o paí s fornecer insumos ba sicos e produtos alimentí cios aos crescentes mercados da A sia” (p. 213). “A grande absorça o das exportaço es brasileiras no mercado asia tico e as oportunidades de investimento nesses mercados levaram a um sucesso na polí tica de diversificaça o econo mica brasileira, uma vez que o Brasil passou a depender menos dos tradicionais mercados dos pais desenvolvidos, tendo maior capacidade de responder a polí ticas mercadolo gicas e outras exige ncias por parte desses paí ses” Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 6, A polí tica externa dos governos Lula e Dilma (2003- 2014). --- “Os paí ses asia ticos, embora apresentassem tradiço es culturais e polí ticas distintas, apresentavam caracterí sticas em comum com o Brasil, como grande extensa o territorial, grande populaça o, potencial de crescimento e de desenvolvimento, capacidade de segurança e de defesa. Assim, o conceito Bric, que havia sido criado no meio empresarial (Banco Goldman Sachs), em 2001, para designar os paí ses que teriam grande crescimento nas de cadas seguintes, foi aproveitado por esses paí ses e transformado, durante o governo Lula, em fo rum de articulaça o polí tica”. Os paí ses que compo em os Brics sa o: Brasil, Ru ssia, I ndia, China e A frica do Sul. De acordo com o livro base da disciplina, “[...] os paí ses conhecidos inicialmente como Bric (Brasil, Ru ssia, I ndia e China), realizaram, em junho de 2009 a I Reunia o de Cu pula do grupo” (Adaptado) (p. 202). “A inclusa o da A frica do Sul nesse bloco sinalizou a orientaça o polí tica a ser seguida. Ale m da defesa da multipolaridade (contra o chamado unipolarismo do poder norte-americano), a inclusa o da A frica do Sul incentivou uma agenda voltada para os temas do desenvolvimento e da cooperaça o Sul-Sul” (p. 203). Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 6, A polí tica externa dos governos Lula e Dilma (2003-2014). --- “Nos dois u ltimos anos do Governo Cardoso, a diplomacia desenvolveu uma significativa agenda para a Ame rica do Sul, como forma de contornar a crise do Mercosul, manter o processo de integraça o e procurar recuperar certa margem de autonomia em relaça o aos Estados Unidos da Ame rica (EUA) desde o iní cio da administraça o Bush”. “Em abril de 2003, em aula magna no Instituto Rio Branco, o chanceler Celso Amorim realizou um balanço dos primeiros cem dias de governo, apresentado em quatro partes que traduzem o que podem ser considerados os quatro eixos estrate gicos de inserça o internacional do Brasil: a Ame rica do Sul, o compromisso com o multilateralismo na construça o da paz, uma agenda comercial afirmativa e as parcerias diversificadas com paí ses desenvolvidos e em desenvolvimento (Amorim, 2003). Depois de uma de cada, a partir do Governo Lula, a polí tica externa brasileira procurou revalorizar o nu cleo robusto da economia nacional e promover uma inserça o internacional que retomasse os espaços perdidos nos anos 1990, como A frica e Oriente Me dio” Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 6, A polí tica externa dos governos Lula e Dilma (2003-2014). --- “Nas relaço es com os demais paí ses desenvolvidos, cumpre elencar a parceria com a França, que foi incrementada no Governo Lula, embora sem terem sido superados os impasses na agenda de integraça o inter-regional. A França e uma das pote ncias que defendem o Brasil como membro permanente no Conselho de Segurança da ONU. Em 2009, constituiu-se como o oitavo parceiro comercial do Brasil e figurou em sexto lugar em mate ria de investimentos diretos no paí s. O acordo de defesa com a França, aprovado pelo Senado brasileiro em 2009, previa que o Brasil receberia tecnologia para a construça o de submarinos convencionais e a parte na o nuclear de um submarino nuclear”. “Com relaça o aos EUA, o Governo Lula realizou uma inflexa o, amparada nas mudanças paradigma ticas ocorridas na polí tica externa brasileira na u ltima de cada. Estes passaram, diante da ascensa o do Brasil no cena rio internacional, a considerar o paí s como um importante interlocutor para a Ame rica do Sul, responsa vel por uma “acomodaça o estrate gica”, embora matizada. No a mbito global, fortificou-se o “dia logo estrate gico” entre as duas naço es. No entanto, essas relaço es na o afastaram a perspectiva de dificuldades nas relaço es entre os dois paí ses, em amplas agendas que passam por temas variados, como os conflitos no Oriente Me dio, a integraça o regional, os contenciosos na OMC e temas de segurança. Ao mostrar posiço es diferenciadas dos EUA nessas questo es, o Brasil exercitou sua opça o de dizer “na o” ao paí s, aprofundando e cristalizando sua nova polí tica externa, em defesa da multipolaridade e do multilateralismo (Pecequilo,2010, p. 132-133). O governo de Barack Obama deu mostras de que reconheceu o crescente papel do Brasil como liderança regional com inserça o global. De fato, o Brasil e considerado como paí s-chave para a estabilidade da Ame rica do Sul, pelo peso de sua economia ou mesmo de sua atuaça o diploma tica. O paí s tambe m e visto, desde o Governo Bush, como uma ponte para dialogar com outros governos de esquerda na Ame rica Latina. Pore m, tem um projeto pro prio de inserça o internacional, que requer um espaço de atuaça o mais amplo do que ser representante dos interesses dos EUA na Ame rica Latina” Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 6, A polí tica externa dos governos Lula e Dilma (2003-2014). --- “A nomeaça o do embaixador Celso Amorim (um diplomata de carreira) para o Ministe rio das Relaço es Exteriores (MRE) sinalizou que a polí tica externa do Brasil na o sofreria uma mudança brusca nem adotaria uma postura meramente “ideolo gica”, um receio reverberado na imprensa brasileira e na internacional. Por outro lado, as linhas mestras definidas pelo novo chanceler apontavam para um aprofundamento de iniciativas ja esboçadas pelo Governo Cardoso desde o agravamento da crise internacional e da remodelaça o da matriz de inserça o internacional”. “Durante esse governo (2003-2010), existiram conceitos recorrentes no plano discursivo do governo brasileiro, como: multilateralismo e democracia (nova ordem internacional, maior participaça o dos paí ses em desenvolvimento); desenvolvimento (Rodada Doha, cooperaça o Sul- Sul); reforma social (combate a fome e a pobreza, distribuiça o de riqueza); globalizaça o assime trica (aumento das disparidades entre os paí ses ricos e pobres); equilí brio comercial (combate ao protecionismo, fim dos subsí dios agrí colas nos paí ses ricos); reforma da ONU (ampliaça o do Conselho de Segurança); cooperaça o Sul-Sul (novas alianças e aprofundamento da integraça o regional); novas fontes de energia (biocombustí veis, preocupaça o ambiental). Essas foram as principais ideias levadas pelo Brasil a Assembleia Geral da ONU durante o Governo Lula, os quais demonstram uma nova concepça o de multilateralismo - multidimensional e, simultaneamente, crí tico e propositivo em relaça o a estrutura do sistema internacional” (p. 200, 201). Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 6, A polí tica externa dos governos Lula e Dilma (2003-2014). --- “Em outubro de 2010, Dilma Rousseff foi eleita para a Preside ncia da Repu blica do Brasil. No que se refere a polí tica externa, era esperada uma continuidade em relaça o ao Governo Lula, apesar de terem sido levantadas algumas hipo teses iniciais sobre uma possí vel reorientaça o, principalmente no que dizia respeito a polí tica de direitos humanos. A presidente nomeou Anto nio Patriota como ministro das Relaço es Exteriores, embaixador que havia ocupado importantes cargos do Itamaraty durante o Governo Lula. Foi chefe de gabinete de Amorim, embaixador em Washington e, em 2009, chegou a Secretaria-Geral do Itamaraty, o segundo posto da hierarquia diploma tica brasileira”. “Logo no iní cio de seu mandato, Dilma ficou conhecida por defender uma “diplomacia de resultados”, ou seja, para ale m de simbolismos e reto rica, a presidente buscava resultados concretos (Nery,201 l). Um exemplo da “diplomacia de resultados” encontra-se em uma das primeiras viagens internacionais realizada pela Presidente Rousseff - a viagem feita a China em abril de 2011, a primeira da presidente para fora do continente americano. O paí s tornou-se, em 2009, o principal parceiro comercial do Brasil e vem ocupando posiça o de destaque internacional em virtude de seu robusto crescimento econo mico. Assim, a presidente foi em busca de novos acordos, investimentos e diversificaça o da pauta exportadora brasileira para o paí s, que se concentrava, predominantemente, em commodities” SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 6, A polí tica externa dos governos Lula e Dilma (2003-2014). --- “O Brasil promoveu, em 2003, a criaça o de dois blocos institucionalizados: o Ibas ou G-3 e o G- 20. O Ibas representa a institucionalizaça o da parceria entre Brasil, I ndia e A frica do Sul, tendo como objetivo promover a cooperaça o em “[...] um amplo leque de temas, que va o do come rcio ate a questa o de segurança internacional” (Vigevani; Cepaluni, 2007, p. 296). Na agenda desses paí ses, ale m de cooperaça o te cnica e possibilidades de integraça o de articulaça o entre paí ses de desenvolvimento similar, esta o as questo es polí ticas de reordenamento do sistema internacional po s-Guerra Fria e a reforma do Conselho de Segurança da ONU”. “A formaça o de blocos institucionalizados e de grupos de coaliza o com paí ses em desenvolvimento e considerado um projeto inovador da polí tica externa do Governo Lula. Entretanto, o processo de aproximaça o com os paí ses do Sul ja havia se iniciado, em parte, no fim do Governo Cardoso (1995-2002), quando o pais se uniu a I ndia e a A frica do Sul no contencioso das patentes de medicamentos contra o HIV/Aids. No entanto, a busca pela diversificaça o das parcerias, procurando-se aliados nos diversos temas de interesse do Brasil, foi ampliada e aprofundada pela polí tica externa do Governo Lula” Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 6, A polí tica externa dos governos Lula e Dilma (2003-2014). --- “O discurso de posse do Presidente Lula, em janeiro de 2003, anunciou uma inflexa o na polí tica externa desenvolvida no Governo Cardoso, em articulaça o com a construça o de uma nova matriz de polí tica internacional. Assim, Lula afirmou que a polí tica externa refletiria tambe m os anseios de mudança que se expressaram nas ruas, pois seria orientada por uma perspectiva humanista e constituiria um instrumento de desenvolvimento nacional”. “O Itamaraty buscou aumentar a densidade de relaço es em espaços pouco ocupados pela diplomacia brasileira nos anos 1990, aproximando-se dos paí ses sul-americanos, especialmente os andinos, da A frica Austral, dos paí ses a rabes e da í ndia, da China e da Ru ssia. Ale m disso, a cooperaça o e o aprofundamento de parcerias com esses paí ses permitiram a construça o de alianças de geometria varia vel, como o G-3, o G-20 e o Brics, com essas alianças potencializando as relaço es bilaterais do Brasil com paí ses classificados como parcerias estratégicas” Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 6, A polí tica externa dos governos Lula e Dilma (2003-2014).
Compartilhar