Buscar

ESTUDO DIRIGIDO Política Externa Brasileira v02

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Polí tica Externa Brasileira – estudo dirigido 
 
 
Material de disciplina 
SILVA, Andre Luiz Reis da & RIEDIGER, Bruna Figueiredo Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: 
Intersaberes, 2016. 
Vídeoaulas 1 a 6 
Rotas de Aprendizagem 1 a 6 
Neste breve resumo, destacamos a importa ncia para seus estudos de alguns temas diretamente relacionados ao 
contexto trabalhado nesta disciplina. Os temas sugeridos abrangem o conteu do programa tico da sua disciplina 
nesta fase e lhe proporcionara o maior fixaça o de tais assuntos, consequentemente, melhor preparo para o sistema 
avaliativo adotado pelo Grupo Uninter. Esse e apenas um material complementar, que juntamente com a Rota de 
Aprendizagem completa (livro-base, videoaulas e material vinculado) das aulas compo em o referencial teo rico que 
ira embasar o seu aprendizado. Utilize-os da melhor maneira possí vel. 
 
Bons estudos! 
 
Sumário 
 
 
Tema: Ana lise de polí tica externa .................................................................................................................................... 3 
Tema: A polí tica externa do perí odo imperial ................................................................................................................. 4 
Tema: A polí tica externa da Repu blica Velha (1889-1930) ............................................................................................ 5 
Tema: Primeiro perí odo Vargas (1930-1945) ................................................................................................................. 7 
Tema: O governo JK (1956 - 1960)................................................................................................................................... 8 
Tema: A polí tica externa independente (1961-1964) .................................................................................................... 9 
Tema: Castelo Branco e o apoio estrate gico (1964-1967) ............................................................................................. 9 
Tema: Costa e Silva e a diplomacia da prosperidade (1967-1969) ............................................................................... 9 
Tema: Geisel e o pragmatismo responsa vel (1974-1979) ............................................................................................ 10 
Tema: Figueiredo e o universalismo sob pressa o (1979-1985) .................................................................................. 10 
Tema: Fernando Collor e o paradigma neoliberal (1990, 1992) .................................................................................. 12 
Tema: Governo Cardoso: a diplomacia presidencial e o Itamaraty ............................................................................. 12 
Tema: A ascensa o do governo Lula e a nova matriz diploma tica ................................................................................. 14 
 
 
 
Tema: Análise de política externa 
“A polí tica externa brasileira teve iní cio com a conquista da soberania pelo Brasil, ou seja, com 
a independe ncia em 1822 e seu posterior reconhecimento pelos demais paí ses. A herança 
colonial, pore m, deixou resquí cios no novo paí s, no que diz respeito tanto a unidade territorial 
quanto as instituiço es polí ticas e sociais”. Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa 
Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 1, A polí tica externa do 
perí odo imperial e seus antecedentes). “A caracterizaça o da polí tica externa, no entanto, na o e 
tarefa fa cil e diferentes autores trazem diferentes definiço es. Resumidamente, de acordo com 
Pinheiro (2004, p. 7), trata-se do conjunto de aço es e deciso es de determinado ator — 
geralmente o Estado — em relaça o a outros Estados ou atores externos, formulado com base 
em oportunidades e demandas de natureza dome stica e/ou internacional. De forma geral, 
representa a conjugaça o dos interesses e das ideias dos representantes de um Estado sobre sua 
inserça o no sistema internacional” (Apresentaça o do livro). Polí tica externa tambe m pode ser 
entendida como uma polí tica pu blica. Fonte: Videoaula 1, 04’16”. 
 
--- 
 
“A produça o em polí tica externa brasileira cresceu consideravelmente nos u ltimos anos. 
Entretanto, existem poucos trabalhos de sistematizaça o da inserça o internacional do Brasil em 
perspectiva histo rica de longa duraça o, bem como poucos manuais universita rios que sirvam 
como roteiro e guia de estudos e que promovam, ao mesmo tempo, uma sí ntese da produça o 
acade mica recente, a ser utilizada como uma introduça o a polí tica externa brasileira”. “O estudo 
da polí tica externa abrange mais do que a simples compreensa o da inserça o internacional do 
Brasil e de suas aço es externas. Compreende tambe m o pro prio processo de formulaça o da 
polí tica, que, por sua vez, revela os atores, estatais e na o estatais, que disputam espaço pela 
participaça o no processo deciso rio. Mais do que isso, o papel ocupado pelo Ministe rio das 
Relaço es Exteriores e por outros o rga os governamentais, como a pro pria Preside ncia da 
Repu blica, tambe m e varia vel ao longo do tempo. Assim a polí tica externa tambe m constituiu 
um espaço por excele ncia da pro pria polí tica interna” (Apresentaça o do livro). Fonte: SILVA, A, 
L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016 
(Apresentaça o do Livro). 
 
--- 
 
“Como disciplina acade mica, a polí tica externa brasileira (tambe m conhecida como Inserça o 
Internacional do Brasil) constitui assunto obrigato rio nos cursos de graduaça o em Relaço es 
Internacionais, dada a sua importa ncia para a formaça o dos internacionalistas brasileiros. 
Conhecer a histo ria da inserça o internacional do Brasil, as demandas relacionadas, os grandes 
eixos de atuaça o, as principais varia veis explicativas e os atores envolvidos e essencial para a 
compreensa o da atual polí tica externa brasileira”. Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. 
Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, apresentaça o do livro. 
De acordo com a Videoaula 1, “[...] na de cada de 1950 a polí tica externa era vista com um 
produto de deciso es. Constituí a-se essencialmente de uma se rie de deciso es tomadas por 
decisores. Essas deciso es na o surgem pura e simplesmente a partir de estí mulos externos, mas 
sa o sim, processadas por um mecanismo dentro do Estado” Fonte: Videoaula 1, 07’30”, 
adaptado. 
 
--- 
 
“O estudo da polí tica externa brasileira avançou notadamente no paí s nos u ltimos anos. O 
campo de pesquisa fortaleceu-se e houve a criaça o e o desenvolvimento de diversos centros de 
ensino e pesquisa acade mica em Relaço es Internacionais. Ao mesmo tempo, foi ampliada a 
oferta de cursos de graduaça o nessa a rea, cuja formaça o exige livros atualizados e articulados 
com as demandas do ensino”. Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: 
uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, apresentaça o do livro. De acordo com a Videoaula 
1 “[...] o objetivo dos Behavioristas era desenvolver uma teoria geral da polí tica externa, capaz 
de explicar qualquer polí tica externa e ate predizer atuaço es especí ficas” Fonte: Videoaula 1, 
10’09”, adaptado. 
 
--- 
 
“Muito da literatura existente sobre as relaço es entre questo es dome sticas e internacionais 
consiste ou em listas ad hoc de inconta veis “influe ncias dome sticas” sobre a polí tica externa ou 
em observaço es gene ricas sobre questo es nacionais e internacionais que esta o de alguma forma 
“vinculadas”. Fonte: PUTNAM, Robert D. Diplomacia e polí tica dome stica: a lo gica dos jogos de 
dois ní veis. Revista de Sociologia e Polí tica. Curitiba, v. 18, n. 36, p. 149, Junho, 2010. De
acordo 
com a Videoaula 2, “O objetivo da teoria e entender como a diplomacia e a polí tica dome sticas 
interagem”. O nome Jogos de Dois Ní veis e uma meta fora para as interaço es dome stico-
internacionais”. De acordo com essa teoria, nenhum dos dois jogos pode ser ignorado pelos 
tomadores de decisa o”. Fonte: Videoaula 2, 02’56”, adaptado. 
 
--- 
 
“A polí tica dome stica e as relaço es internacionais esta o sempre entrelaçadas de alguma forma 
e nossas teorias ainda na o desvendaram esse quebra-cabeça. E infrutí fero debater se a polí tica 
dome stica realmente determina as relaço es internacionais ou se e o inverso. A resposta para 
essa questa o e clara: "Algumas vezes uma influe ncia a outra". As perguntas mais interessantes 
sa o: "quando influencia?" e "como influencia?". Fonte: PUTNAM, Robert D. Diplomacia e polí tica 
dome stica: a lo gica dos jogos de dois ní veis. Revista de Sociologia e Polí tica. Curitiba, v. 18, n. 
36, p. 147, Junho, 2010. De acordo com a Videoaula 2, Estados; Organizaço es Internacionais; 
Sociedade Civil sa o exemplo de atores do tabuleiro externo. Partidos Polí ticos; Empresas; e 
Sociedade Civil sa o exemplo de atores do tabuleiro dome stico. Para essa teoria, e preciso levar 
em consideraça o a diversificaça o de jogadores/peças dos tabuleiros. Fonte: Videoaula 2, 08’40”, 
adaptado. 
 
Tema: A política externa do período imperial 
“Como parte da estrate gia, o governo imperial buscou definir, enta o, suas fronteiras com os 
vizinhos ao norte. Em 1851, assinou uma convença o com o Peru que, ale m de regular os limites 
pelo princí pio do uti possidetis, concedeu a navegaça o a naça o contratante, excluindo-se 
terceiros”. A Inglaterra foi o principal agente de modernizaça o brasileira durante o perí odo 
imperial. De acordo com o livro base da disciplina, “Foi no segundo Impe rio que se iniciou a 
modernizaça o brasileira, de forma lenta e contí nua e dependente de capitais estrangeiros. Os 
principais agentes da modernizaça o foram os ingleses, que, na o detendo nenhum privile gio, 
responderam aos estí mulos conjunturais pela livre concorre ncia. O setor cafeeiro era o grande 
propulsor interno, sendo responsa vel pelos investimentos nas estradas de ferro, pelo estí mulo 
a imigraça o livre, pela formaça o de novos centros urbanos e pelo aparecimento de empresas e 
bancos” (p. 33). Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma 
introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 1, A polí tica externa do perí odo imperial e 
seus antecedentes. 
 
--- 
 
“Nos anos finais do Impe rio, a imagem brasileira foi favorecida no exterior pelas viagens 
realizadas por D. Pedro II. Entre 1871 e 1884, o governo brasileiro nomeou a rbitros para a 
resoluça o de questo es entre os EUA e a Gra -Bretanha, a França e os EUA e paí ses europeus e o 
Chile. O governo tambe m decidiu participar da Confere ncia Pan-Americana, crendo na o mais 
convir ao Brasil o isolamento tradicional”. Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política 
Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 1, A polí tica externa 
do perí odo imperial e seus antecedentes). De acordo com a videoaula 3, “[...] os responsa veis 
pela formulaça o da polí tica externa brasileira foram: Joaquim Nabuco, que foi o primeiro 
embaixador do Brasil em Washington e Jose Maria da Silva Paranhos Jr, ou Bara o do Rio Branco, 
que assumiu o Ministe rio das Relaço es Exteriores do Brasil em 1902 e ocupou o cargo por dez 
anos, no decorrer do mandato de quatro presidentes” (17’58”) (Adaptado). Fonte: Videoaula 3 
(17’58”). 
 
--- 
 
“A guerra levou a destruiça o do Estado paraguaio, dizimando a maioria de sua populaça o 
masculina e levando a perda de territo rios para os vizinhos. Ale m disso, ocasionou a ruptura 
definitiva com seu modelo de crescimento econo mico. A reorganizaça o do paí s durou de cadas 
e impediu-o de alcançar o mesmo ní vel de desenvolvimento econo mico de antes da guerra”. “A 
Guerra do Paraguai foi o maior conflito armado da Ame rica do Sul. Foi travada entre o Paraguai 
e a trí plice Aliança, composta pelo Brasil, Argentina e Uruguai. A guerra estendeu-se de 
dezembro de 1864 a março de 1870” Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa 
Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 1, A polí tica externa do 
perí odo imperial e seus antecedentes, adaptado. 
 
Tema: A política externa da República Velha (1889-1930) 
“Quando ocorreu a Revolta da Armada, entre 1893 e 1894, a intervença o americana foi 
providencial para a vito ria do Marechal Floriano Peixoto e sua manutença o na preside ncia do 
paí s. Inicialmente, alguns altos oficiais da Marinha pediram a renu ncia do presidente em nome 
da Constituiça o, mas, com o tempo, a revolta adquiriu um tom monarquista”. “Com a instauraça o 
da repu blica, a polí tica externa brasileira foi reorientada e o eixo diploma tico do paí s foi 
deslocado de Londres para Washington” (p. 49). Ou seja, do alinhamento com os paí ses da 
Europa, passou-se aos EUA. “Entre os interesses norte-americanos estava colocar o Brasil em 
sua esfera de influe ncia, estreitar as relaço es com o paí s e impedir uma possí vel restauraça o. O 
Brasil, por sua vez buscava estreitar laços polí ticos com um de seus melhores fregueses e seguir 
o exemplo de suas instituiço es” (p.49). Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa 
Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016. capí tulo 2, A polí tica externa da 
Repu blica Velha (1889-1930). 
 
--- 
 
“Assim, entre 1893 e 1895, o Bara o do Rio Branco chefiou a delegaça o brasileira incumbida de 
preparar a questa o e submete -la ao Presidente Cleveland, o a rbitro. O presidente norte-
americano decidiu a questa o em favor do Brasil, que confirmou os mais de 35 mil km² como 
parte de seu territo rio”. a “americanizaça o” significava aproximar-se na o so dos Estados Unidos, 
mas do continente como um todo. Enquanto a Europa era fortemente ligada a monarquia, a 
Ame rica mantinha o foco na Repu blica. “A aproximaça o com os EUA era considerada uma 
polí tica em oposiça o a do Impe rio, que sempre esteve pro ximo a Inglaterra. O “americanismo” 
foi, assim, a grande marca da repu blica nascente em oposiça o ao europeí smo da monarquia. 
Esse “americanismo”, entretanto, nem sempre se confundia com “norte-americanismo”, visto 
que o paí s procurou voltar sua atença o tambe m para o continente sul-americano. Para os 
parlamentares da e poca, privilegiar o contexto americano equivalia a republicanizar as relaço es 
internacionais do Brasil” (p. 50). Ale m do modelo polí tico, os EUA eram o principal propulsor 
da economia agroexportadora do Brasil como comprador de cafe . Fonte: SILVA, A, L, R da; 
RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016. 
capí tulo 2, A polí tica externa da Repu blica Velha (1889-1930). 
 
--- 
 
“Nos primeiros meses como ministro, o Bara o do Rio Branco teve de enfrentar uma situaça o 
complicada no interior da Amazo nia. Estourava o conflito no Acre, territo rio em lití gio com a 
Bolí via e rico produtor de borracha. A regia o foi ocupada, principalmente, por seringueiros 
brasileiros. E, ate o final do se culo XIX, a Bolí via pouco se interessou pela a rea. Em 1899, pore m, 
a regia o tornou-se conflagrada quando a Bolí via tentou impor sua soberania sobre ela”. “em 15 
anos, o Bara o do Rio Branco demarcou os limites do Brasil, adicionando aproximadamente 
885.000 km² ao territo rio brasileiro” (p.56). “Outro marco de sua gesta o foi sua aproximaça o 
com os EUA, caracterí stica que Burns (2003) denominou de aliança na o escrita”. O 
estreitamento dos laços com os EUA, ale m de servir aos propo sitos polí ticos do chanceler no 
plano sub-regional, atendeu aos interesses
da oligarquia dominante no Brasil, a burguesia do 
cafe , que tinha nos EUA seu grande mercado consumidor” (p.56). “Ale m disso, o chanceler 
procurou restaurar o prestí gio internacional do paí s, defender a agroexportaça o e construir 
uma supremacia compartilhada na a rea sul-americana” (p.63). Fonte: SILVA, A, L, R da; 
RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016. 
capí tulo 2, A polí tica externa da Repu blica Velha (1889-1930). 
 
--- 
 
“Descontente com a atitude norte-americana, Domí cio da Gama, embaixador em Washington, 
expressou sua consternaça o com a interfere ncia dos EUA nas polí ticas econo micas do Brasil em 
um jantar da Sociedade Pan-Americana em Nova Iorque. Lauro Mu ller, contudo, censurou-o. 
Enquanto Domí cio da Gama entendia que a amizade e a cooperaça o com os norte-americanos 
na o deveriam estender-se ale m do ponto em que os interesses nacionais eram claramente 
beneficiados, Mu ller estava disposto a oferecer amizade e cooperaça o irrestritas, convencido de 
que, no fim, os benefí cios para o Brasil seriam mais importantes do que quaisquer 
inconvenientes transito rios.”. “O cafe era o principal produto de exportaça o do Brasil, sendo o 
responsa vel por 72,5% das exportaço es nacionais entre 1924 e 1929. Os Estados Unidos, por 
sua vez, eram o principal comprador do produto. Com sua economia em expansa o, em busca de 
mercado para suas exportaço es e seus capitais, os dois paí ses mantiveram uma duradoura 
complementariedade econo mica. De maneira geral, a inserça o da economia brasileira no 
capitalismo mundial ocorreu, principalmente, pela exportaça o do cafe , pela importaça o de 
manufaturados e alimentos e pelo recebimento de capitais. Nesse u ltimo quesito, os EUA 
passaram a ter importa ncia crescente, apesar de o Brasil ainda recorrer a empre stimos 
brita nicos na de cada de 1920”. (p.71). Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa 
Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016. capí tulo 2, A polí tica externa da 
Repu blica Velha (1889-1930). 
 
--- 
 
“Julgarmos propí cia esta ocasia o para afirmar, como um princí pio que afeta os direitos e 
interesses dos Estados Unidos, que os continentes americanos, em virtude da condiça o livre e 
independente que adquiriram e conservam, na o podem mais ser considerados, no futuro, como 
suscetí veis de colonizaça o por nenhuma pote ncia europeia […] (Mensagem do Presidente James 
Monroe ao Congresso dos EUA, 1823)”. Fonte: Doutrina Monroe. Wikipe dia. Disponí vel em: 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Doutrina_Monroe. Acesso: 15/07/2017. “Rio Branco receava a 
agressividade europeia e via, assim, a Doutrina Monroe como elemento de defesa territorial do 
continente, que o protegeria contra interfere ncias europeias e poderia ser aplicado em 
possí veis casos de fronteiras com paí ses europeus” Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. 
Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 2, A polí tica 
externa da Repu blica Velha (1889-1930). 
 
 
Tema: Primeiro período Vargas (1930-1945) 
“A Revoluça o de 1930 e a chegada de Getu lio Vargas a Preside ncia da Repu blica colocaram uma 
nova elite polí tica no poder do paí s. Ao longo dos 15 anos em que foi presidente, Vargas 
centralizou o poder e enfatizou o desenvolvimento brasileiro”. Fonte: SILVA, A, L, R da; 
RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, 
capí tulo 3, Da era Vargas a polí tica externa independente (1930-1964). Videoaula 3 (48’10”). 
“As mudanças sociais e econo micas que ocorreram no decurso dos anos 1930 levaram a uma 
nova percepça o do interesse nacional. O governo Vargas adicionou a polí tica externa novas 
formas de cooperaça o e barganha voltadas para um interesse nacional mais abrangente, que 
contemplasse outros segmentos da sociedade ale m das exportaço es tradicionais. Para Vargas, o 
desenvolvimento seria alcançado com uma indu stria sideru rgica e com o aumento das 
exportaço es. Durante o seu governo, o pragmatismo foi reforçado e a polí tica externa foi 
direcionada para as relaço es comerciais” (p.79). (Adaptado). E ainda, foi reforçada a polí tica de 
substituiça o de importaça o, os esforços para o estabelecimento de uma indu stria de base e para 
o reequipamento econo mico-militar. O governo realizou uma aproximaça o com os EUA e a 
Alemanha mas, ao final, adotou um alinhamento “americanista”. (10). Tambe m almejou uma 
inserça o internacional com base numa postura de diferenciaça o dos vizinhos Fonte: Videoaula 
3, 48’10, adaptado. 
 
--- 
 
“Ao longo da de cada de 1930 e no iní cio da de cada de 1940, com o acirramento da disputa entre 
EUA e Alemanha, as confere ncias interamericanas ganharam novo alento. Nesse contexto, os 
paí ses americanos repudiaram o intervencionismo como forma de resolver as disputas entre si 
e consagraram o princí pio da solidariedade hemisfe rica”. Com a participaça o direta no conflito, 
o governo brasileiro buscou reequipar o Exe rcito (o material de treinamento ficaria no paí s), 
aumentar o efetivo treinado, melhorar a indu stria be lica e o sistema de comunicaça o. Em termos 
materiais, o saldo foi positivo, com a modernizaça o do Exe rcito e da Força Ae rea. Ale m disso, 
houve aumento do prestí gio internacional do paí s, que figurou ao lado dos vitoriosos” (p.87, 
88). Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: 
InterSaberes, 2016, capí tulo 3, Da era Vargas a polí tica externa independente (1930-1964). 
 
 
 
Tema: O governo JK (1956 - 1960) 
“Para completar, as relaço es hemisfe ricas tambe m apresentavam problemas. Eisenhower 
iniciava seu segundo mandato na preside ncia dos EUA, aprofundando a deterioraça o do 
relacionamento com as naço es da Ame rica Latina. A crise de desenvolvimento porque passavam 
esses paí ses, por sua vez, impulsionava o nacionalismo e o antiamericanismo dos movimentos 
populistas da regia o. Assim, quando da visita do Vice-Presidente Nixon a Ame rica Latina, em 
1958, ocorreram violentas manifestaço es antiamericanas em Lima e Caracas. Diante dessa 
conjuntura, o Brasil adotou uma polí tica externa mais ativa, com o retorno da barganha com os 
EUA e a busca por novos parceiros comerciais. O ponto alto dessa alteraça o foi o lançamento da 
Operaça o Pan-Americana (OPA) em maio de 1958. A OPA teve iní cio com uma carta de 
Kubitschek a Eisenhower logo apo s a visita de Nixon a Ame rica Latina” (Adaptado). “De olho na 
cooperaça o hemisfe rica, o Brasil argumentava que o desenvolvimento e o fim da mise ria seriam 
as formas mais eficazes de se evitar a penetraça o de ideologias exo ticas e antidemocra ticas na 
regia o. Para JK, a cooperaça o econo mica daria a verdadeira força ao pan-americanismo e o 
combate a mise ria criaria um escudo contra ideologias estranhas. Entre os estudos propostos 
na OPA estavam a aplicaça o de capitais privados em a reas atrasadas do continente e o aumento 
do volume de cre dito das entidades internacionais. Diante da conjuntura regional, os EUA na o 
podiam ignorar o apelo brasileiro. Assim, a OPA foi acolhida por todos os membros da 
Organizaça o dos Estados Americanos (OEA) e formou-se na instituiça o o Comite dos 21, que 
ficaria responsa vel por dar execuça o a operaça o. Os avanços da OPA, no entanto, foram 
modestos. Ela trouxe como resposta o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BIRD) e a 
Aliança Latino-Americana de Livre-Come rcio (ALALC)” Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. 
Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 3, Da era 
Vargas a polí tica externa independente (1930-1964). 
 
--- 
 
“Em meados da de cada de 1950, o contexto internacional havia se modificado novamente. A 
recuperaça o econo
mica do Japa o e da Europa favoreceu a liberaça o de capitais norte-
americanos e a criaça o de novos polos de poder dentro do campo ocidental. O bloco comunista 
passava por desintegraça o, mas tambe m demonstrava sinais de pujança econo mica, aumentava 
os investimentos no Terceiro Mundo e buscava mais influe ncia neste”. Fonte: SILVA, A, L, R da; 
RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, 
capí tulo 3, Da era Vargas a polí tica externa independente (1930-1964). “As necessidades da 
economia brasileira, aliadas ao descaso norte-americano, levaram o paí s a buscar novos 
mercados e sair do plano hemisfe rico. Assim, o Brasil aproximou-se do plano comercial dos 
paí ses socialistas e estabeleceu relaço es bilaterais de come rcio com a Rome nia, Iugosla via e 
Repu blica Democra tica Alema . Ale m dos paí ses socialistas, a Europa Ocidental, o Japa o e o 
mundo afro-asia tico em descolonizaça o eram opço es que se colocavam a diplomacia brasileira” 
(p.103). “A partir de 1958, a polí tica externa brasileira ganhou novo í mpeto. Anteriormente 
voltada a uma inserça o predominantemente hemisfe rica, começou a ensaiar novos passos em 
direça o a uma polí tica externa mundial e multilateral” (p. 104). De acordo com a videoaula 3, 
essa postura ficou conhecida como alinhamento norte-sul, que buscava uma variaça o das 
possibilidades econo micas. Nesse perí odo, o Brasil diversificou suas relaço es econo micas e 
estabeleceu parcerias com paí ses desenvolvidos da Europa. Fonte: Videoaula 4 (‘09”15). 
 
Tema: A política externa independente (1961-1964) 
“O perí odo que engloba os governos de Ja nio Quadros e Joa o Goulart contou com cinco titulares 
no MRE. A polí tica externa do perí odo, no entanto, e reconhecida pela sua continuidade e 
denominada de Política Externa Independente (PEI)”. “A PEI inovou a barganha nacionalista ao 
adicionar a ela novos elementos. Impulsionada pela necessidade brasileira de atrair novos 
mercados, saiu do a mbito hemisfe rico, adotou uma diplomacia de perspectivas mundiais e 
voltou-se para o mundo comunista e para a A frica, onde defendeu a descolonizaça o”. “A polí tica 
externa era vista, enta o, como um instrumento capaz de reverter a situaça o desfavora vel e, para 
isso, precisava ser pragma tica, independente e universal”. “O Brasil se dizia independente dos 
conflitos em curso, pois queria estar livre de qualquer compromisso ideolo gico para poder 
deslocar-se entre as naço es no aspecto comercial”. “A PEI elevou a polí tica externa brasileira a 
um ní vel nunca antes atingido e representou o ponto culminante da barganha nacionalista dos 
anos 1950” SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. 
Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 3, Da era Vargas a polí tica externa independente (1930-
1964). 
 
Tema: Castelo Branco e o apoio estratégico (1964-1967) 
“No plano diploma tico-estrate gico, o Governo Castelo Branco concentrou sua atuaça o externa 
no continente americano. Tal polí tica era resultado de novas alianças internas e externas. Tendo 
como pontos de refere ncia os EUA e a Ame rica Latina, procurou situar-se como elemento de 
mediaça o. A continentalizaça o da polí tica externa provocou a perda de interesse nas questo es 
polí ticas fora do continente americano”. “Os militares utilizam a Doutrina de Segurança Nacional 
como substrato ba sico para a formulaça o de sua polí tica externa. Essa doutrina vinha sendo 
construí da internamente pela Escola Superior de Guerra desde a sua fundaça o, em 1949, com 
base em subsí dios teo ricos do National War College americano. Seus fundamentos consistiam 
na associaça o entre segurança e desenvolvimento. Para alcançar o desenvolvimento, era 
necessa rio obter a segurança. A segurança, por sua vez, estava calcada na luta contra os inimigos 
interno e externo, identificados como o comunismo, o na o alinhamento e a crí tica a valores 
ocidentais” Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. 
Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 4, A polí tica externa brasileira durante o regime militar 
(1964-1985). 
 
Tema: Costa e Silva e a diplomacia da prosperidade (1967-1969) 
“Em 15 de marco de 1967, assumiu a Preside ncia da Repu blica o ministro da guerra do governo 
anterior, Arthur da Costa e Silva, considerado o principal representante da chamada linha dura 
nacionalista. Costa e Silva foi beneficiado por um conjunto de expectativas favora veis derivadas 
do sentimento anticastelista e da polarizaça o com os castelistas, acreditando-se que ele 
realizaria um revisionismo liberal em relaça o ao regime militar. Assim, o novo presidente 
aproveitou-se dessas expectativas e iniciou seu governo prometendo a “humanizaça o” da 
revoluça o”. SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: 
InterSaberes, 2016, capí tulo 4, A polí tica externa brasileira durante o regime militar (1964-
1985). “A polí tica do Brasil, em relaça o aos Estados Unidos sofreu, enta o, uma reorientaça o 
durante o perí odo Costa e Silva, pois o nacionalismo apregoado pelo governo entrava em 
conflito com o paí s do Norte. Os principais pontos de atrito entre o Brasil e os EUA no perí odo 
era a questa o da assinatura do Tratado de Na o Proliferaça o Nuclear (TNP), as limitaço es a 
importaça o do cafe solu vel brasileiro, o problema do te xteis, o Acordo Internacional do Cacau e 
as cotas de açu car. A recusa em assinar o TNP, tratado que pretendia cercear as tecnologias 
nucleares para paí ses em desenvolvimento, foi um dos principais fatos diploma ticos desse 
governo” (p.127). A polí tica externa de Costa e Silva teve uma conotaça o pro pria, mais 
auto noma, e as fricço es com os EUA reapareceram em decorre ncia das necessidades intrí nsecas 
do desenvolvimento brasileiro. Politicamente, para Costa e Silva isso significava marcar 
dista ncia do governo Castelo Branco e dos crí ticos do seu regime e tentar barganhar maior 
autonomia (ou menos depende ncia) em relaça o aos norte-americanos” (p. 128). Outros pontos 
que podem ser levantados desse perí odo sa o: a conotaça o autonomista; o alinhamento norte-
sul; o apoio aos paí ses de terceiro mundo; e a tende ncia ao globalismo. Fonte: Videoaula 4 - 
24’04”. 
 
Tema: Geisel e o pragmatismo responsável (1974-1979) 
O governo de Ernesto Geisel foi marcado pela crise econo mica mundial que vinha se 
desenvolvendo desde o iní cio da de cada, mas foi acelerada com a crise do petro leo em 1973. O 
antigo chefe da Casa Militar do Governo Castelo Branco assumiu a preside ncia no perí odo do 
fim do Milagre Econo mico Brasileiro, ao mesmo tempo que as contestaço es ao regime 
ganhavam a cena nacional. Com Geisel, o Brasil experimentava uma inflexa o em sua polí tica 
externa, conhecida como pragmatismo responsa vel. Essa polí tica constituiu uma se rie de 
atuaço es diploma ticas, processadas por meio dos alinhamentos indispensa veis. Ale m disso, 
buscou atuar mundialmente, em diferentes cena rios, aproximando-se da Europa e do Japa o, 
para contrabalançar sua depende ncia dos EUA. Foram formuladas polí ticas pro prias para a 
China, a A frica e o Oriente Me dio e procurou-se obter tecnologia nuclear, culminando no Acordo 
de Cooperaça o Nuclear com a Alemanha, em 1975. Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. 
Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 4, A polí tica 
externa brasileira durante o regime militar (1964-1985). 
 
Tema: Figueiredo e o universalismo sob pressão (1979-1985) 
“Com o Governo Figueiredo, o esforço exportador foi ampliado, a fim de melhorar o balanço de 
pagamentos. Em 1979, o Brasil criou o Programa de Promoça o Comercial no Exterior (PPCE), 
com vistas a tornar possí vel um substancial aumento da produtividade dos recursos 
financeiros,
materiais e humanos a sua disposiça o”. “Figueiredo procurou defender a Argentina 
em face das sanço es aprovadas por Washington contra o paí s. O Brasil vinha, desde o iní cio dos 
anos 1980, substituindo a rivalidade pela cooperaça o nas relaço es com a Argentina, e o clima 
internacional desfavora vel aos dois paí ses intensificou essa aproximaça o” (p. 143). Apo s a 
Guerra das Malvinas, a Argentina, atritada com os EUA e a Europa, associou-se ao Brasil e 
reforçou um processo de cooperaça o polí tica e integraça o econo mica que havia sido iniciado 
com a assinatura do Tratado de Itaipu (Bandeira, 1995, p. 270). O apoio dos EUA a Inglaterra na 
Guerra das Malvinas desfez as iluso es de defesa continental e explicitou a diferença entre os 
paí ses do Norte e os do Sul. Desse momento em diante, para responder a contradiça o Norte-Sul, 
o caminho para o desenvolvimento da Ame rica do Sul passou a ser construí do sob o signo da 
integraça o e da cooperaça o” (p. 144). Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa 
Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 4, A polí tica externa brasileira 
durante o regime militar (1964-1985). 
 
--- 
 
“Saraiva Guerreiro, em um discurso proferido na Federaça o Brasileira dos Bancos, em julho de 
1980, declara: “Não vemos a cooperação Sul-Sul como alternativa ao diálogo Norte-Sul, que 
obedece a outra dinâmica e incorpora outras expectativas. Neste, o que se pretende é reforçar algo 
que já existe, dar sentido novo aos laços tradicionais que nos unem, países do Terceiro Mundo, ao 
Ocidente industrializado. Eventualmente, as ligações Sul-Sul, além da sua valia intrínseca, podem 
reforçar nosso poder de barganha em negociações econômicas globais (Brasil, 1980b, p. 62)”. O 
conceito de universalismo diploma tico, foi reafirmado pelo Brasil durante o governo Figueiredo 
(1979-1985). “O universalismo da diplomacia estava ligado ao cara ter do desenvolvimento 
brasileiro e a sua inserça o no sistema internacional como paí s pertencente ao Terceiro Mundo, 
mas que tinha caracterí sticas e interesses comuns aos paí ses desenvolvidos, buscando dia logo 
com todos os atores” (p. 142). Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: 
uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 4, A polí tica externa brasileira durante o 
regime militar (1964-1985). 
 
--- 
 
“Joao Figueiredo assumiu a preside ncia em março de 1979, em um perí odo marcado por novos 
contextos internos e externos. Internamente, viviam-se os impasses advindos da 
redemocratizaça o e da crise econo mica. Externamente, o Brasil sofria a crise da dí vida e os 
efeitos da chamada Nova Guerra Fria. Como presidente da Repu blica imposto por Geisel sobre 
setores linha-dura, Figueiredo tinha por tarefa promover a liberalizaça o polí tica e as reformas 
necessa rias, sem comprometer a unidade das Forças Armadas. A imagem externa do Brasil era 
a de um paí s de Terceiro Mundo, assolado pela crise econo mica, e na o mais a de uma pote ncia 
emergente”. “No Brasil, os militares detiveram o poder durante duas de cadas, desenvolvendo 
uma polí tica externa que oscilou do alinhamento automa tico aos EUA, em especial nos 
primeiros anos do alinhamento do regime militar, a contestaça o da hegemonia americana na 
Ame rica Latina. O projeto ba sico, o de transformar o Brasil em uma grande pote ncia, manteve-
se durante quase todo o perí odo e, com o passar do tempo, assumiu crescente dose de realismo. 
Quando Castelo Branco assumiu o poder, foi interrompida a PEI. A Guerra Fria voltou a orientar 
a polí tica externa e os militares brasileiros promoveram uma reaproximaça o do Brasil com os 
EUA, reconhecendo a liderança desse paí s no hemisfe rio ocidental. Seu projeto de segurança e 
desenvolvimento partia de expectativas favora veis nesse relacionamento. Depois do governo 
Castelo Branco, alguns pressupostos foram relativizados (como as fronteiras ideolo gicas) e, 
crescentemente, sobretudo a partir do governo Geisel, o dogmatismo cedeu lugar ao 
pragmatismo na polí tica externa brasileira. Mesmo no contexto de um sistema internacional no 
qual o Brasil ocupava posiça o subalterna em relaça o aos EUA, o governo brasileiro procurou 
manter distanciamento estrate gico. Do ponto de vista econo mico, as relaço es entre Brasil e EUA 
sofreram um processo de erosa o a partir do fim dos anos 1960, com uma crescente perda de 
complementariedade econo mica. O protecionismo norte-americano e as necessidades do Brasil 
de exportar manufaturados fizeram que este procurasse diversificar seus mercados, tanto com 
paí ses desenvolvidos quanto com paí ses em desenvolvimento. Ao perceberem o crescimento 
econo mico do Brasil, os EUA aumentavam sua pressa o sobre o paí s, a qual mudava de 
intensidade de acordo com a conjuntura. Mesmo sem nunca ter rompido com o sistema 
interamericano sob a hegemonia dos EUA, o Brasil buscou atuar de forma independente, 
demostrando que tinha interesses pro prios no sistema internacional” (p. 146 e 147). “A 
experie ncia das relaço es entre Brasil e EUA durante o regime militar foi marcada por um 
crescente distanciamento estrate gico e pela busca contí nua da redefiniça o da depende ncia 
brasileira. O governo brasileiro assumiu as posiço es no sistema internacional que considerava 
necessa rias para o prosseguimento de seu projeto de desenvolvimento. As oscilaço es entre os 
momentos de distanciamento e aproximaça o dos EUA estavam vinculadas a posiça o concreta 
que esse paí s representava para o projeto” (p.148). Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. 
Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 4, A polí tica 
externa brasileira durante o regime militar (1964-1985). 
 
Tema: Fernando Collor e o paradigma neoliberal (1990, 1992) 
“Com a vito ria de Fernando Collor em 1989, o neoliberalismo foi de fato introduzido no Brasil, 
com a adoça o do Consenso de Washington, denunciado pelo embaixador Paulo Nogueira Batista 
como um “receitua rio”, criado nos EUA, em 1989, por funciona rios do governo, te cnicos do FMI 
e intelectuais. Nesse acordo, ratificou-se a proposta neoliberal que os EUA vinham 
recomendando como condiça o para a cooperaça o financeira. O consenso deveria ser seguido 
pela Ame rica Latina por meio de abertura unilateral da sua economia, privatizaça o e reformas 
monetaristas”. Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma 
introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 5, O Brasil depois da redemocratizaça o: do 
governo Sarney a polí tica externa dos anos de 1990. “O Brasil começou a de cada de 1990 com 
uma polí tica externa voltada a adequaça o aos preceitos estabelecidos pelos paí ses 
desenvolvidos, em um ato de forte alinhamento a polí tica norte-americana. Sem perceber a 
tende ncia multipolar po s Guerra-Fria, Collor identificou o mundo como unipolar (centrado nos 
EUA) e ignorou relacionamentos de grande importa ncia com outros (e novos) polos de poder 
econo mico, financeiro e tecnolo gico na Europa e na A sia” (p. 162). No contexto da liberalizaça o 
comercial, via rebaixamento de tarifas alfandega rias, Collor subitamente acelerou a integraça o 
com a Argentina, criando o Mercosul, em 1991, com o Paraguai e o Uruguai. O objetivo era 
acelerar a reduça o de tarifas externas brasileiras, ou seja, o Mercosul foi repensado na o mais 
como um contrapeso ao processo de globalizaça o, mas como uma forma de ingressar de forma 
mais ra pida no mundo globalizado” (p. 163 e 164). Outros pontos a esse respeito que foram 
mencionados na videoaula 4 sa o: o cara ter americanista do governo Collor; a liberalizaça o 
econo mica; a inserça o do Brasil na economia mundial; o conceito de autonomia pela 
participaça o; e o afastamento do Itamaraty. Fonte: Videoaula 4, 42’16”. 
 
Tema: Governo Cardoso: a diplomacia
presidencial e o Itamaraty 
“Ao passo que se ampliava o debate sobre a polí tica externa brasileira, com uma se rie de atores 
disputando sua orientaça o e formulaça o, ocorreu uma centralizaça o na gesta o do presidente 
Fernando Henrique Cardoso, no modelo que ficou conhecido como diplomacia presidencial e 
que acabou sendo a marca da gesta o de Fernando Henrique Cardoso. Em uma tentativa de 
legitimaça o da polí tica externa, o Governo Cardoso buscou avançar junto a segmentos 
empresariais mais claramente identificados com as prioridades da aça o externa do Brasil. 
Contudo, a relaça o com os trabalhadores foi pautada por uma postura defensiva”. “[...] o 
Itamaraty na o teve propriamente seu papel diminuí do. Embora a coordenaça o polí tica tenha 
sido conduzida pessoalmente pelo presidente e muitas questo es internacionais tenham sido 
trabalhadas por outros ministe rios, o Itamaraty vivenciou a ampliaça o do relacionamento 
exterior do Brasil, causado, principalmente, pela globalizaça o econo mica e pela dinamizaça o 
das relaço es internacionais. O que ocorreu foi um maior compartilhamento de funço es, com a 
diplomacia profissional atuando em conjunto com outros o rga os de governo e admitindo as 
presso es sociais na definiça o da polí tica externa. Dessa forma, considera-se que a diplomacia 
presidencial constituiu mais a forma do que o conteu do da polí tica externa do governo Cardoso. 
A e nfase na forma desviava o debate do tema central: a reorientaça o da polí tica externa em 
direça o ao paradigma neoliberal de inserça o internacional”. Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, 
B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 5, O Brasil 
depois da redemocratizaça o: do governo Sarney a polí tica externa dos anos de 1990). 
 
--- 
 
“Durante a gesta o de Cardoso, o termo diplomacia presidencial foi utilizado como conceituaça o 
de sua polí tica externa, em funça o da intensidade da agenda internacional durante seu mandato 
e da pro pria e nfase dada pelo discurso diploma tico brasileiro do perí odo a diplomacia 
presidencial. Talvez pelo fato de ter sido chanceler antes de ocupar o Planalto, esse traço 
diploma tico tenha tido mais e nfase em sua administraça o”. “Embora a face mais evidente da 
diplomacia presidencial fosse suas constantes viagens e a recepça o de autoridades estrangeiras, 
ela tambe m significava um novo modo de gesta o diploma tica e processo de tomada de decisa o. 
Segundo Danese (1999, p.29), “[...] a projeça o da diplomacia presidencial deveu-se tambe m a 
sua inserça o no discurso diploma tico brasileiro, na condiça o a um tempo de conceito, diretriz e 
instrumento priorita rio da polí tica externa” (p.173 e 174). O que ocorreu foi um maior 
compartilhamento de funço es, com a diplomacia profissional atuando em conjunto com outros 
o rga os de governo e admitindo as presso es sociais na definiça o da polí tica externa. Dessa forma, 
considera-se que a diplomacia presidencial constituiu mais a forma do que o conteu do da 
polí tica externa do governo Cardoso. A e nfase na forma desviava o debate do tema central: a 
reorientaça o da polí tica externa em direça o ao paradigma neoliberal de inserça o internacional”. 
Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: 
InterSaberes, 2016, capí tulo 5, O Brasil depois da redemocratizaça o: do governo Sarney a 
polí tica externa dos anos de 1990). 
 
--- 
 
“Durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, houve a configuraça o de tre s frentes 
conjugadas e articuladas na diplomacia regional brasileira com caracterí sticas pro prias. Assim, 
para ale m das relaço es bilaterais, o Mercosul, a Ame rica do Sul e a Alca representaram tre s 
frentes regionais da diplomacia brasileira, as quais ganharam um novo sentido estrate gico nos 
anos de 1990, mesmo mantendo, em muitos aspectos, a polí tica regional desenvolvimentista”. 
“O aspecto regional ganhou considera vel importa ncia como um dos eixos articuladores da 
inserça o externa do paí s” (p. 174 e 175). “Com a iniciativa de integraça o do Mercosul e da 
Ame rica do Sul, o Brasil alcançou converge ncia de polí ticas comerciais e de investimentos e 
fortaleceu-se para as negociaço es sobre a Alca e com os EUA. O Mercosul, foi, de fato, um 
contrapeso e um espaço de concepça o mais realista para a inserça o internacional do Brasil. Tal 
visa o tambe m era revelada na postura brasileira de evitar compromissos supranacionais e a 
institucionalizaça o nos processos de integraça o com os paí ses que considerava menos 
desenvolvidos. Para a polí tica externa brasileira, o Mercosul conseguiu articular um espaço 
regional e, como isso, logrou os interesses de outros blocos econo micos, configurando-o como 
um interlocutor respeitado tanto em fo runs multilaterais quanto em acordos bilaterais. Tal 
posiça o, ale m das perspectivas de crescimento, foi abrindo possibilidades de cooperaça o com 
os mais diversos blocos e paí ses e o estabelecimento de parcerias estrate gicas” Fonte: SILVA, A, 
L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, 
capí tulo 5, O Brasil depois da redemocratizaça o: do governo Sarney a polí tica externa dos anos 
de 1990. 
 
--- 
 
“O espaço multilateral foi definido pela diplomacia brasileira como o melhor cena rio para a 
atuaça o do Brasil, disposta a participar da construça o de regras para a organizaça o de um novo 
ordenamento internacional. De acordo com Lafer (2000a, p. 264), na medida em que na o se 
apresentava como um monster country assustador e carregava uma tradiça o diploma tica 
ponderada de busca de consenso e legitimidade, a estrate gia brasileira nas negociaço es 
internacionais deveria ser a força do argumento”. “ No a mbito multilateral, a polí tica externa 
brasileira nos anos de 1990 acompanhou, em grande parte, o movimento que as pote ncias 
me dias realizaram: deslocamento de postura antago nica e direta com o ordenamento 
internacional para a participaça o e aceitaça o das bases e regras deste, entrando em sintonia 
com os princí pios gerais do sistema, seus regimes e procedimentos. Esse movimento significou 
o abandono do discurso terceiro-mundista e da compreensa o internacional baseada no conflito 
Norte-Sul, com a adesa o ao mainstream internacional e a substituiça o da “autonomia pela 
dista ncia” pela “autonomia pela participaça o” (p. 184). “Assim, a trajeto ria rumo ao 
desenvolvimento se deu na o pelo confronto no sistema internacional, mas pela participaça o na 
construça o de seu funcionamento, de forma a potencializar a inserça o internacional do paí s. 
Essa conduta diploma tica de corte grociano, segundo o governo, capacitaria o Brasil a articular 
consensos, cujo melhor tabuleiro seriam os fo runs multilaterais -, a disputar seus interesses e a 
maximizar as oportunidades, expressas, sobretudo, na busca por um assento permanente no 
Conselho de Segurança”. “A polí tica internacional na o expressaria um completo conflito de 
interesses entre os Estados nem uma absoluta identidade” Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, 
B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 5, O Brasil 
depois da redemocratizaça o: do governo Sarney a polí tica externa dos anos de 1990. 
 
--- 
 
“Durante o Governo Cardoso, o debate de temas de relaço es exteriores ganhou dimensa o social 
ine dita, pois nunca antes as associaço es empresariais, os sindicatos, as organizaço es na o 
governamentais, o Congresso Nacional e a imprensa haviam se engajado ta o intensamente nos 
assuntos relativos a inserça o internacional do Brasil. A polí tica externa brasileira ampliou seu 
espaço nas preocupaço es cotidianas, pelo menos entre os formadores de “opinia o pu blica”. “ [...] 
ainda que influenciada pela matriz neoliberal,
a polí tica externa do Governo Cardoso tem de ser 
explicada a partir de tre s importantes matizaço es. Em primeiro lugar, ja havia ocorrido um 
ajuste no Governo Itamar, simbolizando que o modelo neoliberal de Collor havia malogrado 
(crise neoliberal); Em segundo, a adesa o ao neoliberalismo na o foi integral, mostrando a 
persiste ncia do paradigma desenvolvimentista. A terceira matizaça o corresponde ao que foi 
denominado de inflexa o e crise de matriz, a partir de 1999/2000, na qual a polí tica externa foi 
acumulando uma se rie de revezes e, por espasmos polí ticos ine ditos na diplomacia brasileira, 
foi sendo alterada. Foi nessa inflexa o que o discurso da globalizaça o assime trica, ensaiado 
algumas vezes ate no perí odo de auge da matriz neoliberal, foi assumindo posiça o central na 
polí tica externa brasileira”. Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: 
uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 5, O Brasil depois da redemocratizaça o: 
do governo Sarney a polí tica externa dos anos de 1990). 
 
Tema: A ascensão do governo Lula e a nova matriz diplomática 
“O Governo Lula procurou, enta o, promover o processo de integraça o, com a criaça o de uma 
zona de converge ncia de polí ticas industriais, agrí colas, comerciais, tecnolo gicas, educacionais 
e culturais. Com uma coordenaça o macroecono mica, os paí ses do Mercosul ficariam mais aptos 
a enfrentar os desafios da globalizaça o”. Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa 
Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 6, A polí tica externa dos 
governos Lula e Dilma (2003-2014). “Percebe-se que o alinhamento se manifesta de duas 
maneiras: em primeiro lugar, estabelecendo benefí cios comerciais, priorizando determinados 
paí ses nas exportaço es comerciais dos nossos produtos, e em segundo lugar, posicionando-se 
juntamente com esses paí ses no cena rio de negociaço es internacionais, pautando nossas 
deciso es e votos pelas deciso es de outros paí ses”. Fonte: Videoaula 3 06’00”, adaptado. 
 
--- 
 
“A projeça o internacional do Brasil intensificou sua atuaça o nos espaços de cooperaça o Sul-Sul, 
explorando-se novos e velhos aliados em todos os continentes. Durante a primeira de cada do 
se culo XXI, intensificou-se a cooperaça o com os paí ses Asia ticos. Em raza o do dinamismo e do 
crescimento dos mercados asia ticos, a oportunidade de estreitar os laços com esses paí ses e 
vantajosa para a diversificaça o de parceiros do Brasil. A alta capacidade de consumo desses 
mercados, ale m da demanda brasileira por investimentos e por tecnologia de ponta, sa o os 
principais pontos de interesse do Brasil na regia o”. “O interesse dos paí ses asia ticos na 
cooperaça o com o Brasil, por sua vez, ocorre pela capacidade de o paí s fornecer insumos ba sicos 
e produtos alimentí cios aos crescentes mercados da A sia” (p. 213). “A grande absorça o das 
exportaço es brasileiras no mercado asia tico e as oportunidades de investimento nesses 
mercados levaram a um sucesso na polí tica de diversificaça o econo mica brasileira, uma vez que 
o Brasil passou a depender menos dos tradicionais mercados dos pais desenvolvidos, tendo 
maior capacidade de responder a polí ticas mercadolo gicas e outras exige ncias por parte desses 
paí ses” Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. 
Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 6, A polí tica externa dos governos Lula e Dilma (2003-
2014). 
 
--- 
 
“Os paí ses asia ticos, embora apresentassem tradiço es culturais e polí ticas distintas, 
apresentavam caracterí sticas em comum com o Brasil, como grande extensa o territorial, grande 
populaça o, potencial de crescimento e de desenvolvimento, capacidade de segurança e de 
defesa. Assim, o conceito Bric, que havia sido criado no meio empresarial (Banco Goldman 
Sachs), em 2001, para designar os paí ses que teriam grande crescimento nas de cadas seguintes, 
foi aproveitado por esses paí ses e transformado, durante o governo Lula, em fo rum de 
articulaça o polí tica”. Os paí ses que compo em os Brics sa o: Brasil, Ru ssia, I ndia, China e A frica 
do Sul. De acordo com o livro base da disciplina, “[...] os paí ses conhecidos inicialmente como 
Bric (Brasil, Ru ssia, I ndia e China), realizaram, em junho de 2009 a I Reunia o de Cu pula do 
grupo” (Adaptado) (p. 202). “A inclusa o da A frica do Sul nesse bloco sinalizou a orientaça o 
polí tica a ser seguida. Ale m da defesa da multipolaridade (contra o chamado unipolarismo do 
poder norte-americano), a inclusa o da A frica do Sul incentivou uma agenda voltada para os 
temas do desenvolvimento e da cooperaça o Sul-Sul” (p. 203). Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, 
B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 6, A 
polí tica externa dos governos Lula e Dilma (2003-2014). 
 
--- 
 
“Nos dois u ltimos anos do Governo Cardoso, a diplomacia desenvolveu uma significativa agenda 
para a Ame rica do Sul, como forma de contornar a crise do Mercosul, manter o processo de 
integraça o e procurar recuperar certa margem de autonomia em relaça o aos Estados Unidos da 
Ame rica (EUA) desde o iní cio da administraça o Bush”. “Em abril de 2003, em aula magna no 
Instituto Rio Branco, o chanceler Celso Amorim realizou um balanço dos primeiros cem dias de 
governo, apresentado em quatro partes que traduzem o que podem ser considerados os quatro 
eixos estrate gicos de inserça o internacional do Brasil: a Ame rica do Sul, o compromisso com o 
multilateralismo na construça o da paz, uma agenda comercial afirmativa e as parcerias 
diversificadas com paí ses desenvolvidos e em desenvolvimento (Amorim, 2003). Depois de uma 
de cada, a partir do Governo Lula, a polí tica externa brasileira procurou revalorizar o nu cleo 
robusto da economia nacional e promover uma inserça o internacional que retomasse os 
espaços perdidos nos anos 1990, como A frica e Oriente Me dio” Fonte: SILVA, A, L, R da; 
RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, 
capí tulo 6, A polí tica externa dos governos Lula e Dilma (2003-2014). 
 
--- 
 
“Nas relaço es com os demais paí ses desenvolvidos, cumpre elencar a parceria com a França, que 
foi incrementada no Governo Lula, embora sem terem sido superados os impasses na agenda 
de integraça o inter-regional. A França e uma das pote ncias que defendem o Brasil como 
membro permanente no Conselho de Segurança da ONU. Em 2009, constituiu-se como o oitavo 
parceiro comercial do Brasil e figurou em sexto lugar em mate ria de investimentos diretos no 
paí s. O acordo de defesa com a França, aprovado pelo Senado brasileiro em 2009, previa que o 
Brasil receberia tecnologia para a construça o de submarinos convencionais e a parte na o 
nuclear de um submarino nuclear”. “Com relaça o aos EUA, o Governo Lula realizou uma inflexa o, 
amparada nas mudanças paradigma ticas ocorridas na polí tica externa brasileira na u ltima 
de cada. Estes passaram, diante da ascensa o do Brasil no cena rio internacional, a considerar o 
paí s como um importante interlocutor para a Ame rica do Sul, responsa vel por uma 
“acomodaça o estrate gica”, embora matizada. No a mbito global, fortificou-se o “dia logo 
estrate gico” entre as duas naço es. No entanto, essas relaço es na o afastaram a perspectiva de 
dificuldades nas relaço es entre os dois paí ses, em amplas agendas que passam por temas 
variados, como os conflitos no Oriente Me dio, a integraça o regional, os contenciosos na OMC e 
temas de segurança. Ao mostrar posiço es diferenciadas dos EUA nessas questo es, o Brasil 
exercitou sua opça o de dizer “na o” ao paí s, aprofundando e cristalizando sua nova polí tica 
externa, em defesa da multipolaridade e do multilateralismo (Pecequilo,2010, p. 132-133). O 
governo
de Barack Obama deu mostras de que reconheceu o crescente papel do Brasil como 
liderança regional com inserça o global. De fato, o Brasil e considerado como paí s-chave para a 
estabilidade da Ame rica do Sul, pelo peso de sua economia ou mesmo de sua atuaça o 
diploma tica. O paí s tambe m e visto, desde o Governo Bush, como uma ponte para dialogar com 
outros governos de esquerda na Ame rica Latina. Pore m, tem um projeto pro prio de inserça o 
internacional, que requer um espaço de atuaça o mais amplo do que ser representante dos 
interesses dos EUA na Ame rica Latina” Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa 
Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 6, A polí tica externa dos 
governos Lula e Dilma (2003-2014). 
 
--- 
 
“A nomeaça o do embaixador Celso Amorim (um diplomata de carreira) para o Ministe rio das 
Relaço es Exteriores (MRE) sinalizou que a polí tica externa do Brasil na o sofreria uma mudança 
brusca nem adotaria uma postura meramente “ideolo gica”, um receio reverberado na imprensa 
brasileira e na internacional. Por outro lado, as linhas mestras definidas pelo novo chanceler 
apontavam para um aprofundamento de iniciativas ja esboçadas pelo Governo Cardoso desde o 
agravamento da crise internacional e da remodelaça o da matriz de inserça o internacional”. 
“Durante esse governo (2003-2010), existiram conceitos recorrentes no plano discursivo do 
governo brasileiro, como: multilateralismo e democracia (nova ordem internacional, maior 
participaça o dos paí ses em desenvolvimento); desenvolvimento (Rodada Doha, cooperaça o Sul-
Sul); reforma social (combate a fome e a pobreza, distribuiça o de riqueza); globalizaça o 
assime trica (aumento das disparidades entre os paí ses ricos e pobres); equilí brio comercial 
(combate ao protecionismo, fim dos subsí dios agrí colas nos paí ses ricos); reforma da ONU 
(ampliaça o do Conselho de Segurança); cooperaça o Sul-Sul (novas alianças e aprofundamento 
da integraça o regional); novas fontes de energia (biocombustí veis, preocupaça o ambiental). 
Essas foram as principais ideias levadas pelo Brasil a Assembleia Geral da ONU durante o 
Governo Lula, os quais demonstram uma nova concepça o de multilateralismo - 
multidimensional e, simultaneamente, crí tico e propositivo em relaça o a estrutura do sistema 
internacional” (p. 200, 201). Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: 
uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 6, A polí tica externa dos governos Lula e 
Dilma (2003-2014). 
 
--- 
 
“Em outubro de 2010, Dilma Rousseff foi eleita para a Preside ncia da Repu blica do Brasil. No 
que se refere a polí tica externa, era esperada uma continuidade em relaça o ao Governo Lula, 
apesar de terem sido levantadas algumas hipo teses iniciais sobre uma possí vel reorientaça o, 
principalmente no que dizia respeito a polí tica de direitos humanos. A presidente nomeou 
Anto nio Patriota como ministro das Relaço es Exteriores, embaixador que havia ocupado 
importantes cargos do Itamaraty durante o Governo Lula. Foi chefe de gabinete de Amorim, 
embaixador em Washington e, em 2009, chegou a Secretaria-Geral do Itamaraty, o segundo 
posto da hierarquia diploma tica brasileira”. “Logo no iní cio de seu mandato, Dilma ficou 
conhecida por defender uma “diplomacia de resultados”, ou seja, para ale m de simbolismos e 
reto rica, a presidente buscava resultados concretos (Nery,201 l). Um exemplo da “diplomacia 
de resultados” encontra-se em uma das primeiras viagens internacionais realizada pela 
Presidente Rousseff - a viagem feita a China em abril de 2011, a primeira da presidente para 
fora do continente americano. O paí s tornou-se, em 2009, o principal parceiro comercial do 
Brasil e vem ocupando posiça o de destaque internacional em virtude de seu robusto 
crescimento econo mico. Assim, a presidente foi em busca de novos acordos, investimentos e 
diversificaça o da pauta exportadora brasileira para o paí s, que se concentrava, 
predominantemente, em commodities” SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa 
Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 6, A polí tica externa dos 
governos Lula e Dilma (2003-2014). 
 
--- 
 
“O Brasil promoveu, em 2003, a criaça o de dois blocos institucionalizados: o Ibas ou G-3 e o G-
20. O Ibas representa a institucionalizaça o da parceria entre Brasil, I ndia e A frica do Sul, tendo 
como objetivo promover a cooperaça o em “[...] um amplo leque de temas, que va o do come rcio 
ate a questa o de segurança internacional” (Vigevani; Cepaluni, 2007, p. 296). Na agenda desses 
paí ses, ale m de cooperaça o te cnica e possibilidades de integraça o de articulaça o entre paí ses 
de desenvolvimento similar, esta o as questo es polí ticas de reordenamento do sistema 
internacional po s-Guerra Fria e a reforma do Conselho de Segurança da ONU”. “A formaça o de 
blocos institucionalizados e de grupos de coaliza o com paí ses em desenvolvimento e 
considerado um projeto inovador da polí tica externa do Governo Lula. Entretanto, o processo 
de aproximaça o com os paí ses do Sul ja havia se iniciado, em parte, no fim do Governo Cardoso 
(1995-2002), quando o pais se uniu a I ndia e a A frica do Sul no contencioso das patentes de 
medicamentos contra o HIV/Aids. No entanto, a busca pela diversificaça o das parcerias, 
procurando-se aliados nos diversos temas de interesse do Brasil, foi ampliada e aprofundada 
pela polí tica externa do Governo Lula” Fonte: SILVA, A, L, R da; RIEDIGER, B, F. Política Externa 
Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, capí tulo 6, A polí tica externa dos 
governos Lula e Dilma (2003-2014). 
 
--- 
 
“O discurso de posse do Presidente Lula, em janeiro de 2003, anunciou uma inflexa o na polí tica 
externa desenvolvida no Governo Cardoso, em articulaça o com a construça o de uma nova 
matriz de polí tica internacional. Assim, Lula afirmou que a polí tica externa refletiria tambe m os 
anseios de mudança que se expressaram nas ruas, pois seria orientada por uma perspectiva 
humanista e constituiria um instrumento de desenvolvimento nacional”. “O Itamaraty buscou 
aumentar a densidade de relaço es em espaços pouco ocupados pela diplomacia brasileira nos 
anos 1990, aproximando-se dos paí ses sul-americanos, especialmente os andinos, da A frica 
Austral, dos paí ses a rabes e da í ndia, da China e da Ru ssia. Ale m disso, a cooperaça o e o 
aprofundamento de parcerias com esses paí ses permitiram a construça o de alianças de 
geometria varia vel, como o G-3, o G-20 e o Brics, com essas alianças potencializando as relaço es 
bilaterais do Brasil com paí ses classificados como parcerias estratégicas” Fonte: SILVA, A, L, R 
da; RIEDIGER, B, F. Política Externa Brasileira: uma introdução. Curitiba: InterSaberes, 2016, 
capí tulo 6, A polí tica externa dos governos Lula e Dilma (2003-2014).

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando