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Resumo do Caso Clínico 2 – CM1 Karen Cunha – MD7 Angina variante (Prinzmetal) - Tipo raro de angina que geralmente ocorre quando a pessoa está repousando. - A dor pode ser forte e geralmente ocorre entre a meia-noite e cedo de manhã. - É aliviada com medicamentos. - O mecanismo patogênico mais comum na angina variante é o espasmo arterial coronariano, e pode ocorrer tanto em vasos normais quanto em vasos doentes. Oxigenoterapia Segundo a “American Association for Respiratory Care” (AARC), as indicações básicas são: • PaO2 < 60 mmHg ou Sat O2 < 90 % (em ar ambiente) • Sat O2 < 88% durante a deambulação, exercício ou sono em portadores de doenças cardiorrespiratórias. • IAM • Intoxicação por gases (monóxido de carbono) • Envenenamento por cianeto SÍNDROME DE DOR TORÁCICA Causas Cardíacas Suspeita: Pacientes > 30 anos que se apresentem com dor, desconforto ou pressão torácica; com ou sem irradiação para mandíbula, membros superiores ou abdome superior; acompanhados ou não de náuseas, sudorese, dispneia, tonturas ou síncope, sem evidência de outras causas que explicariam o quadro clínico (doenças agudas infecciosas, trauma, lesões de pele). Angina Sintomas: Localização, características, duração, fatores precipitantes e de alívio da dor torácica Angina estável: - É caracterizada por uma dor de intensidade moderada, também descrita como “desconforto”, passageira (de 2 a 10 min.), resultante de uma isquemia do miocárdio por estreitamento (aterosclerótico) coronariano. - Normalmente localizada no peito, na área do esterno, irradiando para o ombro, braço esquerdo, e/ou para o pescoço e mandíbula. - Surge ao esforço, emoção e temperaturas muito baixas e passa com o repouso. - Tipo mais comum de angina. Ele ocorre quando o coração está trabalhando mais forte do que o usual. Na angina estável há um padrão regular, o qual depois de alguns episódios a pessoa pode reconhecer e prever quando ocorrerá. Angina estável aumenta a probabilidade de ataque cardíaco futuro. Ocorre devido a estenose fixa da artéria, devido a formação da placa de ateroma Classificação funcional de angina de acordo com a Canadian Cardiovascular Society (CCS) Classe I Atividades comuns não causam angina, como caminhar, subir escadas. Ocorre com esforços extenuantes e/ou prolongados no trabalho ou lazer Classe II Limitação leve às atividades comuns. Angina para caminhar mais que duas quadras no Resumo do Caso Clínico 2 – CM1 Karen Cunha – MD7 plano ou subir mais que um lance de escadas Classe III Limitação marcada às atividades comuns com angina para caminhar 1 a 2 quadras e/ou subir um lance de escadas Classe IV Angina com qualquer atividade física, podendo estar presente mesmo em repouso. Angina instável (AI) - Apresenta dor mais intensa, mais frequente, por maior tempo (> 20 min.) e que não diminui com o uso de medicamento (nitratos). Essa é uma condição muito perigosa, que requer tratamento de emergência. - É um sinal de que um ataque cardíaco pode ocorrer logo. - Não segue um padrão. Ela pode ocorrer sem esforço físico e não é aliviada com repouso ou medicamento. - Durante a evolução, uma parte destes pacientes desenvolve elevações nos marcadores bioquímicos de dano miocárdico, configurando o quadro de infarto agudo do miocárdio (IAM) sem supradesnível do segmento ST. - É decorrente do trombo formado por plaquetas, fibrina e ateroma. Dor do IAM (Infarto Agudo do Miocárdio) - Na maioria dos casos, é intensa e algumas vezes insuportável e de duração prolongada, de 30 minutos até várias horas. - O desconforto é descrito como compressão, esmagamento, sufocamento ou aperto, associado em geral a sudorese, náuseas e vômitos, tonturas, sensação de morte iminente. Pericardite - Dor aguda, contínua, ventilatório-dependente, que melhora na posição sentada com o corpo inclinado para frente, em especial nos casos de origem virai. - Atrito pericárdico pode ou não estar presente. - O acúmulo rápido e agudo de líquido no pericárdio causa sinais de comprometimento hemodinâmico no tamponamento cardíaco, com taquicardia, hipotensão, pulso paradoxal e turgescência jugular - Ausculta pode ser normal Dissecção de Aorta - Ocorre na maioria dos casos por ruptura da íntima da artéria com separação entre as camadas íntima e média. - Entre as causas não traumáticas, a hipertensão arterial sistêmica é o fator predisponente mais importante - A ruptura da aorta pode se manifestar como tamponamento cardíaco ou derrame pleural A radiografia de tórax pode mostrar aumento da aorta e alargamento do mediastino Causas Não- Cardíacas Embolia Pulmonar - Presença de todos os achados a seguir torna pouco provável o diagnóstico de embolia: * Idade < 50 anos. * Frequência cardíaca < 100 bpm. * Saturação de oxigênio > 95%. Resumo do Caso Clínico 2 – CM1 Karen Cunha – MD7 * Sem hemoptise. * Sem uso de estrogênio. * Sem história prévia de embolia pulmonar ou venosa. * Sem edema de membro inferior unilateral. * Sem cirurgia ou trauma com hospitalização nas últimas 4 semanas. Pneumonia DRGE, Úlcera péptica Doença das vias biliares, Pancreatite Dor Musculoesquelética - Insidiosas, persistentes, com duração de horas a dias - Dor torácica pode ter origem miofascial, caracterizada pela presença de pontos-gatilho, que, quando pressionados, provocam dor à distância - Muitas vezes a dor miofascial é acompanhada de sintomas autonômicos, como sudorese, cianose e palidez, o que pode confundir a avaliação diagnostica. Herpes Zoster - Caracteriza-se por um rash cutâneo doloroso com vesículas umbilicadas em pacientes com história prévia de varicela, com frequência exacerbadas nos períodos de imunodepressão, que acompanham o trajeto do dermátomo. - É extremamente doloroso, e, como a dor precede as lesões em geralmente 24-48 horas, pode nesse período lembrar infarto do miocárdio, úlcera péptica e abdome agudo. - Mesmo após o desaparecimento das lesões, o paciente permanece com dor por vários meses Neuralgia pós-herpética Psicogênica - A dor torácica psicogênica localiza-se tipicamente na projeção do ictus cardíaco, é persistente, dura horas e piora ou alterna com crises de dor aguda inframamária esquerda de 1-2 segundos, quase sempre desencadeadas por estresse emocional. - As manifestações são parestesias em extremidades (em geral bilaterais) e região perioral, síncope, convulsões, sensação de despersonalização e mesmo alucinações visuais Quadro Clínico Resumo do Caso Clínico 2 – CM1 Karen Cunha – MD7 Exames Complementares ECG - Exame complementar mais importante na avaliação - Deve ser realizado em até 10 minutos da chegada do paciente. - Alterações de ECG como inversões de onda T, bloqueio de ramo esquerdo novo, infradesnlvel ou supradesnfvel de ST podem caracterizar a presença de SCA ECG completamente dentro dos limites da normalidade não exclui a possibilidade de SCA. - Episódios isquêmicos transitórios, assim como isquemia em território da artéria circunflexa ou em ventrículo direito frequentemente não são detectados em um ECG de 12 derivações. * Recomenda-se nesses casos realizar as derivações V7-V8 e V3R-V4R, respectivamente. - O ideal é que seja repetido no mínimo em 3, 6 e 9 h após a chegada do paciente ou imediatamente caso haja recorrência da dor. Embolia pulmonar - Presença de taquicardia sinusal, inversão de Tem parede anterior, bloqueio e/ou sobrecarga de câmaras direitas podem apontar o diagnóstico Pericardite - Pode-se observar supradesnível difuso de ST com infradesnível do segmento PR Infarto agudo do miocárdio (lAM) com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCST): - Elevação nova do segmento ST no ponto J em pelo menos 2 derivações contíguas anatomicamente ≥ 0,1mV (1 mm) em todas as derivações,exceto cm V2-V3, em que o supradesnivelamento deve ser ≥ 0,2 mV (ou 2 mm) IAM sem supradcsnivelamento do segmento ST (IAMSST) ou AI: - Nova formação horizontal ou inclinada para baixo depressão do segmento ST ≥ 0,05 mV (0,5 mm), em 2 derivações contiguas anatomicamente, e/ou; - Inversão da onda T ≥ 0,1 mV (1 mm), em 2 derivações contíguas anatomicamente, com a onda R proeminente ou relação de R/S maior que 1 Biomarcadores - Após a realização do ECG e descartada a presença de IAMCST - Definição diagnóstica seguinte, se o paciente tem uma SCASST ou se deve seguir para um protocolo de dor torácica - O marcador de necrose miocárdica mais sensível e específico é a troponina - Ainda se justifica a utilização da creatinofosfoquinase, fração MB (CK-M B), em casos específicos, mas a troponina é suficiente na maioria das situações. CK-MB - ↑ a partir de 3h do inicio da dor - Quando seriada em 0, 3, 6 e 9 h após o inicio Diagnóstico mais precoce e praticamente elimina a possibilidade de não detecção de grandes e moderados IAM, mas não detecta pequenos lAM. Troponina - Principais marcadores de diagnóstico e estratificação de risco de SCA e IAM. - São mais sensíveis e especificas que a CK-MB Resumo do Caso Clínico 2 – CM1 Karen Cunha – MD7 - Presença de troponina positiva pode ser interpretada como marcador de formação ativa de trombos, que na presença de dor torácica ou alterações d e ECG representa IAM - ↑ começa 3-4 h após o inicio da dor, podendo permanecer elevada por até 2 se manas após o evento - Se a troponina inicial for negativa, uma segunda amostra deve ser dosada entre 6 e 12 h Dímero-D - Dímero-D plasmático é um produto de degradação da fibrina - ↑ no sangue, em presença de trombose aguda, devido à ativação do sistema fibrinolítico endógeno - Pacientes com alta probabilidade para embolia pulmonar, sua dosagem não deve ser solicitada, pois, mesmo que negativa, não afasta a doença Rx tórax - Em casos de SCA, a maioria das radiografias de tórax é normal. - Quando visualizados sinais de congestão pulmonar, o prognóstico dos pacientes é pior por representar comprometimento da função miocárdica Dissecção de Aorta: Alargamento de mediastino, cardiomegalia devido derrame pericárdico ou derrame pleural. Embolia pulmonar: A maior parte das radiografias não apresenta alterações. No entanto, em alguns casos, podem-se observar obstrução da artéria pulmonar direita, derrame pleural e áreas de infarto pulmonar Teste de Esforço - Diretrizes internacionais recomendam sua realização em pacientes estáveis e de risco baixo e intermediá rio, após 8 a 12 h de observação e com ECG e marcadores de necrose miocárdica negativos RM (Ressonância) - Permite a visualização da função, viabilidade e perfusão ventricular, além de detectar áreas de fibrose miocárdica As únicas contraindicações são clearance de creatinina < 30 mUdL e presença de dispositivos metálicos implantáveis (como marca-passo) TC de coronárias - Permite a visualização da extensão da calcificação coronária, trajeto e lúmen coronários, função ventricular e, eventualmente, até perfusão miocárdica - Existe correlação direta entre a quantidade de cálcio nas artérias coronárias (escore de cálcio) avaliado pela TCAC e a presença de doença coronária obstrutiva - Sua melhor indicação encontra-se na avaliação de dor torácica em pacientes de risco baixo/intermediário para doença coronária. Angiotomografia - De Aorta: * Exame de escolha para o diagnóstico de dissecção de aorta * É necessário que o paciente apresente estabilidade hemodinâmica no momento de sua realização, permitindo transporte e mobilização - De Artérias Pulmonares: * Método de escolha em pacientes com suspeita de embolia pulmonar, pois permite visualizar a vasculatura pulmonar até os segmentos mais finos. * Necessita de uso de contraste iodado e apresenta dificuldade à sua realização em pacientes hemodinamicamente instáveis * Em pacientes de ↑probabilidade, caso venha negativo, deve ser complementado por USG de membros inferiores e/ou cintilografia pulmonar de ventilação-perfusão Diagnóstico - Começa com a identificação ou exclusão de causas potencialmente de risco, incluindo síndrome coronariana aguda, embolia pulmonar, dissecção de aorta, pneumotórax e ruptura esofágica. - A obtenção de história com descrição da dor e sintomas associados, fatores de risco adicionais, exame físico, ECG e radiografia de tórax é suficiente na maioria dos casos para direcionamento inicial dos cuidados - ECG de repouso é fundamental nos pacientes com suspeita de quadros instáveis agudos Pericardite e suas complicações Resumo do Caso Clínico 2 – CM1 Karen Cunha – MD7 - Clínico mantém um alto índice de suspeita para esse diagnóstico e pode ser confirmado por ECG, RX de tórax, ecocardiograma e exames laboratoriais. - As alterações do ECG (supradesnível do segmento ST difuso com concavidade para cima, infradesnível do segmento PR) confirmam o diagnóstico Usuários de Drogas (Cocaína) - Pacientes usuários de cocaína podem apresentar quadro de IAM e estão em maior risco de complicações do que aqueles com doença aterosclerótica. - O risco é maior nas primeiras horas de uso da droga, mas permanece elevado por até 24 a 48 horas. - Propensão da cocaína em induzir a formação de trombos Estimulação da agregação plaquetária e potencialização da produção de tromboxano Conduta AVALIAÇÃO IMEDIATA (< 10 MINUTOS) • Anamnese e exame físico breves e direcionados (identificar candidatos à reperfusão) • Dados vitais / monitorização cardíaca contínua • Saturação de oxigênio • ECG de 12 derivações • Acesso Venoso • Exames laboratoriais: marcadores de lesão miocárdica, eletrólitos e coagulação • Rx de tórax TRATAMENTO GERAL IMEDIATO • Oxigênio: 3 L/min • AAS 100 mg mastigados Resumo do Caso Clínico 2 – CM1 Karen Cunha – MD7 • Isordil 5mg 01 cp SL podendo ser repetido até um total de 3 doses, com intervalos de 5-10 minutos se não houver alívio da dor anginosa. • Morfina 3-4 mg IV (se dor persistente após as 3 doses do nitrato), podendo ser repetida a cada 10 minutos para o alívio da dor caso não haja contraindicações (hipotensão, insuficiência respiratória, sedação exagerada, sintomas de intoxicação como náuseas/vômitos, etc). Usuários de Cocaína - Manejo é semelhante ao das demais síndromes coronarianas agudas, sendo realizado utilizando AAS , nitratos e benzodiazepínicos intravenosos - β-bloqueadores são contraindicados Bloqueio seletivo dos receptores β pode levar a maior ação da cocaína sobre os receptores α-adrenérgicos, causando vasoconstrição, que pode acarretar ↑ da PA e piora da isquemia Pericardite - Objetivos: Alívio da dor, resolução da dor e, se presente, da efusão pericárdica. - A maioria dos pacientes com pericardite virai ou idiopática aguda pode ser manejada com AINEs (indometacina, ibuprofeno, aspirina) por 7 a 10 dias, sendo efetivos em 70 a 80% dos casos SCA sem Supra de ST Clopidogrel: Antagonista do ADP (Antiagregante) Recomendado caso o paciente tenha história de verdadeira reação alérgica grave à aspirina AAS 325mg Bivalirudina: Inibidor direto da trombina Β-bloqueadores Contraindicações na SCA: - História de broncoespasmo (tabagismo não é contraindicação). Resumo do Caso Clínico 2 – CM1 Karen Cunha – MD7 - Achados clínicos de hipoperfusão. - Insuficiência cardíaca. - Intervalo PR > 0,24 segundos. - Bloqueio atrioventricular de 2° e 3° graus. - Pacientes de risco para choque cardiogênico: 1 ou + dos seguintes: a. Idade> 70 anos. b. PA sistólica< 120 mmHg. e. FC> 110 bpm ou < 60 bpm. d. Longo tempo entre o início dos sintomas e a procura ao hospital(> 12 horas). O β-bloqueador não deve ser administrado em pacientes com suspeita de vasoespasmo coronarianoou o uso de cocaína Preferir nitratos e/ou diltiazem ou verapamil SCA com Supra de ST ICP: Intervenção coronariana percutânea Denomina-se Reperfusão Mecânica Primária (Angioplastia Primária) quando a forma de recanalização da artéria ocluída é feita através da intervenção coronariana percutânea (ICP). Intervenção Coronariana Percutânea de resgate é feita quando o procedimento é realizado após trombólise farmacológica ineficaz (não houve reperfusão) ou o paciente que evolui de forma insatisfatória (p. ex., choque, insuficiência cardíaca aguda) Indicações de fibrinolíticos (IAM com elevação de ST) 1. Sintomas isquêmicos iniciados há< 12 horas 2. Entre 12 e 24 horas do início dos sintomas, se houver isquemia persistente ("ocorrendo") e uma grande área do miocárdio em risco ou instabilidade hemodinâmica Resumo do Caso Clínico 2 – CM1 Karen Cunha – MD7 3. É importante ressaltar que, nos centros que não dispõem de hemodinâmica, a ICP é a 1ª escolha se o tempo entre a identificação do paciente e intervenção coronariana for < 120 minutos Suspeita de angina instável ou IAM devem receber: *Ácido acetilsalirilico (AAS) 160 a 325 mg mastigado, que reduz em cerca de 30% a mortalidade (NNT=27) nos casos de IAM *Dinitrato de isossorbida 5 mg sublingual até 3 vezes, com intervalo de 5 minutos; *Opioide (morfina 5 a 10 mg intravenosa), para alívio da dor, se disponível Resumo do Caso Clínico 2 – CM1 Karen Cunha – MD7 Resumo do Caso Clínico 2 – CM1 Karen Cunha – MD7 TROMBOEMBOLISMO VENOSO (TVP/TEP) - 3ª doença cardiovascular mais comum - TVP com > risco de embolia significativa: Íleo-femoral e em Veias Pélvicas (50% cursa com TEP) Fisiopatologia TVP Tríade de Virchow 1. Estase 2. Lesão endovascular 3. Hipercoagulabilidade - Trombofilias Hereditárias * Excesso de fatores de coagulação Mutação no gene da Protrombina ↑ Protrombina (fator II) * ↓ fatores anticoagulantes Ex: Fator V de Leiden (não é clivado pela prot. C ↓ anticoagulação * Alterações quantitativas de componentes do sist. Hemostático * Combinações dessas anomalias - Trombofilias Adquiridas * Idade * Tabagismo: Potencializa o risco de outras condições * Trauma: Estase (imobilização), lesão endotelial pelo próprio trauma, hipercoagulabilidade (resp. inflamatória sistêmica) * Cirurgia nos últimos 3 meses * Imobilizações e viagens prolongadas * Câncer: Secreção de fatores pró-coagulantes pelo próprio tumor, presença de cateteres implantáveis, quimioterapias, cirurgia, compressão vascular pelo tumor. CA de pulmão, pâncreas, rim e próstata são os + frequentes * Gravidez, uso de anticoncepcional e terapia de reposição hormonal: Estase (↓ retorno venoso), hipercoagulabilidade (↑ fatores I, II, VII, VIII, IX, X) TEP - Súbita instalação de oligoemia no parênquima pulmonar Regiões bem e mal perfundidas ↑ espaço morto - Áreas do parênquima hipoperfundido Isquemia nos ácinos Mediadores inflamatórios Inibem os pneumócitos II ↓produção de surfactante Atelectasia Shunt direita-esquerda intrapulmonar (sangue desoxigenado atravessa o pulmão sem receber O²) - Mediadores inflamatórios Broncoespasmo difuso Piora a ventilação Hipoxemia - Ativação dos Receptores J pela inflamação Taquidispneia Alcalose respiratória - Obstrução mecânica, vasoespasmo, hipoxemia ( ↓PaO² tem efeito vasoconstritor) ↑ resistência vascular pulmonar Hipertensão Pulmonar Aguda Ventríc. D dilata (tentar manter o débito) Incapacidade de ejetar o sangue/vencer a resistência e Disfunção isquêmica de VD (dilatação Tensão na parede ↓circulação coronariana Infarto Agudo de VD Embolia Maciça: Colapso circulatório agudo (hipotensão + choque) ↓ Débito Abaulamento do septo interventricular pra dentro do VE ↓ Enchimento diastólico do VE ↓ DC Cor Pulmonale Agudo Quadro Clínico TVP - Dor - Edema - Tromboflebite: Palpação de cordão venoso endurecido tanto na coxa quanto panturrilha - Sinal de Homans: Dor à dorsiflexão do pé - TVP muito extensa pode evoluir com: * Phlegmaisa Cerulea Dolens: Quadro típico de TVP (dor, edema, empastamento) + cianose do membro (hipóxia de estase) * Phlegmaisa Alba Dolens: Mesmo quadro, porém apresenta palidez no lugar da cianose (edema insterticial comprime vasos arteriais) TEP - Taquidispneia - Sinais clínicos de insuficiência do ventrículo direito * Distensão jugular * 3ª bulha * VD palpável em precórdio TEP maciço: - Pressão sistólica < 90mmHg ou ↓≥40mmHg na Psistólica basal por um período > 15 min Resumo do Caso Clínico 2 – CM1 Karen Cunha – MD7 - Obstrução em pelo menos ½ do leito arterial pulmonar, usualmente bilateral - ↑ risco de morte - Uso de trombolíticos indicado e cirurgias quando houver contraindicações pra trombolíticos ou falha terapêutica TEP moderado a grande - PA normal, porém com dilatação e hipocinesia do VD visto pelo eco - Considerar o uso de trombolíticos TEP pequeno e moderado - PA normal, sem sinais de disfunção de VD - Apenas anticoagulante Diagnóstico Score de Gravidade Score de Wells: Probabilidade de TVP Pontos CA atual ou tratado nos últimos 6 meses 1 Paralisia, paresia ou imobilização no membro inferior 1 Restrição ao leito > 3 dias ou Cirurgias nas últimas 12 semanas 1 Dor localizada sobre o sistema venoso profundo 1 Edema com cacifo 1 Edema em todo o membro inferior 1 Assimetria > 3cm entre uma perna e outra (medida abaixo da tuberosidade da tíbia) 1 Circulação colateral não varicosa 1 Outro diagnóstico mais provável que TVP -2 Probabilidade pré-teste de TVP: - Moderada/alta: > 0 - Baixa: ≤ 0 Score de Wells: Probabilidade de TEP Pontos Outro diagnóstico menos provável que TEP 3 Clínica de TVP (dor, edema, eritema e palpação do cordão venoso no membro inferior) 3 Imobilização > 3 dias ou Cirurgias nas últimas 4 semanas 1,5 Episódio prévio de TVP/TEP 1,5 FC > 100 1,5 Hemoptise 1 CA atual ou tratado nos últimos 6 meses 1 Probabilidade pré-teste de TEP: - Alta: > 4 - Não alta: < 4 Score de Genebra: Probabilidade de TEP Pontos Cirurgia recente 3 Episódio prévio de TVP/TEP 2 FC > 100 1 Faixa etária - > 80 anos - 60-79 anos 2 1 PaCO² - < 36mmHg - > 36 mmHg 2 1 PaO²: - < 48,7 mmHg - 48,7 – 59,9 - 60 – 71,2 - 71,3 – 82,4 4 3 2 1 Atelectasia laminar 1 Elevação da hemicúpula diafragmática 1 Resumo do Caso Clínico 2 – CM1 Karen Cunha – MD7 Interpretação: - Alta probabilidade: ≥ 9 - Probabilidade intermediária: 5-8 - Baixa probabilidade: < 4 Score de Genebra Revisado: Probabilidade de TEP Pontos Idade > 65 anos 1 Edema assimétrico + palpação dolorosa do cordão venoso no membro inferior 4 Dor em 1 dos membros inferiores 3 Episódio prévio de TVP/TEP 3 FC - 75-94 bpm - > 95 bpm 3 5 Hemoptise 2 CA atual ou tratado nos últimos 6 meses 2 Cirurgia ou fratura nas ultimas 4 semanas 2 Interpretação: - ↑ probabilidade: ≥ 11 - Intermediária: 4-10 - ↓ probabilidade: 0-3 Rx Tórax: TEP Normal ou Cardiomegalia, atelectasia, derrame pleural, infiltrados no parênquima, dilatação da artéria pulmonar direita ECG - Taquicardia sinusal, anormalidades de ST-T (inversão da onde T de V1 a V4) - Síndrome S1Q3T3 Onda S em D1, onda Q em D3 e onda T invertida em D3 Gasometrial Arterial - Hipoxemia - Hipocapnia Taquipneia Ecocardiograma - Sinais de sobrecarga aguda do VD * Dilatação da cavidade (com paredes finas) * Hipocinesia * Regurgitação tricúspide Marcadores Bioquímicos - Troponinas e BNP: Não servem pra diagnóstico. Úteis na estratificação de risco nos pacientescom TEP definido * ↑ indica microlesões subendoteliais na parede do VD - D-Dímero: produto da degradação da fibrina ↑ toda vez que houver um trombo * D-dímero < 500mg/dL Não há trombose * Não pode por si só confirmar diagnóstico ↑ também na ICC, sepse, pós-operatório Duplex-Scan de membros inferiores ou Eco Doppler - Melhor exame pra identificação de TVP íleo-femoral - Perda da compressibilidade vascular - Imagem direta do trombo: Hipoecóico e homogêneo Flebografia com Contraste - Padrão-ouro pra TVP de membros inferiores - Apenas quando os outros testes são incapazes de definir o diagnóstico. - Devido a várias limitações (custo, reações adversas ao contraste, ser desconfortável para o paciente, contra-indicado a pacientes com insuficiência renal), não é o exame de rotina utilizado na suspeita de TVP Angiotomografia e Angiorressonância - Exame “em tempo real” Resumo do Caso Clínico 2 – CM1 Karen Cunha – MD7 Arteriografia Pulmonar - Padrão-ouro pra diagnóstico de TEP - Cateterismo de art. Pulmonar com contraste Falha de enchimento ou Interrupção abrupta de um vaso - Indicação: Confirmação nos casos que vão receber tratamento intervencionista endovascular (embolectomia por cateter) Tratamento 1. Anticoagulantes Heparina de Baixo Peso Molecular - Apenas os hemodinamicamente estáveis - Não é necessário monitorar a coagulação (PTTa) Ex: Clexane, Fragmin, Fraxiparina Heparina Não Fracionada - Escolha pra pacientes com instabilidade hemodinâmica Paciente mais graves ↑ probabilidade de realizar procedimentos invasivos - Reversão do efeito anticoagulante é rápida após suspensão da droga - Sinal de alerta: Queda de plaquetas * Suspender quando plaquetas < 100.000cél/mL ou < 50% do valor basal * Não usar nenhuma outra forma de heparina Trocar o anticoagulante (ex: inibidor direto da trombina) Fondaparaux - Interação seletiva entre antitrombina e fator Xa Inativa Fator Xa - Evitar na disfunção renal - Não existe antídoto contra essa droga Warfarin - Iniciado junto com a 1ª dose da heparina de baixo peso e mantido concomitante por, pelo menos, 5 dias - Efeito da droga é avaliado pela dosagem de INR, que deve se manter entre 2 e 3. 2. Trombolíticos - Única indicação absoluta: Confirmado diagnóstico de TEP e com presença de instabilidade hemodinâmica - Heparina deve ser suspensa até o término da infusão do trombolítico Estreptoquinase Uroquinase t-PA 3. Filtro de Veia Cava Inferior 4. Terapia Intervencionista 5. Embolia Pulmonar Maciça 6. Tratamento Não-farmacológico - Meias elásticas de compressão gradual: Meias compressivas melhoram a função de bomba da panturrilha, reduzindo o edema e otimizando a microcirculação cutânea. Recomenda-se que os pacientes com TVP proximal sintomática45(A) ou após procedimento de remoção do trombo, utilizem assim que possível, meias compressivas (30 a 40 mmHg) por no mínimo dois anos. - Deambulação: Em pacientes com TVP aguda, recomenda-se a deambulação precoce ao invés de repouso no leito, quando possível. A deambulação precoce é segura e pode diminuir os sintomas agudos de TVP. E também, os exercícios físicos regulares não deixam que aumentem (exacerbem) os sintomas nos MMII na existência de TVP prévia. Resumo do Caso Clínico 2 – CM1 Karen Cunha – MD7 TUBERCULOSE PULMONAR - Doença infecciosa e transmissível causada pelo Mycobacterium tuberculosis ou bacilo de Korch, que afeta priorotariamente os pulmões, embora possa acometer outros órgãos e sistemas Sintomático Respiratório - Tosse e febre ≥ 3 semanas - Tosse e expectoração ≥ 3 semanas - Presença de sintomas respiratórios, de qualquer tempo e com contato com a Tb Modo de Transmissão - Pela fala, ao espirrar, ao tossir - As pessoas com Tb ativa lançam no ar partículas em forma de aerossóis que contem bacilos, sendo denominadas de bacilíferas Período de Incubação - O risco de adoecimento é maior nos 2 anos após a 1ª infecção - Uma vez infectada, a pessoa pode adoecer a qualquer momento da sua vida Período de Transmissibilidade - É plena quando o indivíduo estiver eliminando bacilos - Após 15 dias do inicio do esquema terapêutico, a transmissão chega a níveis insignificantes Sintomas - Tosse persistente ≥ 3 semanas, produtiva ou não - Febre vespertina - Sudorese noturna - Emagrecimento - Dispneia - Hemoptise Diagnóstico Baciloscopia do Escarro – BAAR Cultura do escarro Raio X Tratamento Dose de ataque (4 drogas – 2 meses) - Isoniazida - Rifampicina - Pirazinamida - Cloridrato de Etambutol Dose de Manutenção (4 meses) - Isoniazida - Rifampicina HEMOPTISE - É a eliminação pela boca de sangue proveniente de estruturas do aparelho respiratório, localizadas abaixo da glote. É um sintoma comum nas afecções respiratórias - Pode ocorrer por conta de alterações ou doenças envolvendo a circulação de art. Pulmonar ou brônquica - É o resultado do rompimento dos vasos sanguíneos pra dentro da via aérea, quase sempre envolvendo art. Pulmonares e brônquicas - Artérias Pulmonares: ↑ parte do DC sistema de baixa pressão - Artérias brônquicas: ↓ parte do DC Sistema de alta pressão Quase todos os episódios de hemoptise maciça Hemoptise Maciça: É um quadro de expectoração com grande quantidade de sangue e/ou com rápida taxa de sangramento Causas • Infecção Bronquite crônica e aguda Bronquiectasia Tuberculose Micobactéria atípica Pneumonias* Abcesso pulmonar Micetoma Leptospirose Resumo do Caso Clínico 2 – CM1 Karen Cunha – MD7 • Doença cardiovascular Insuficiência ventricular esquerda grave Estenose mitral Tromboembolia pulmonar Endocardite de câmeras direitas Aneurisma de aorta Malformação arteriovenosa Fístula entre vaso e árvore brônquica • Neoplasia Câncer de pulmão* Adenoma brônquico Tumor carcinóide • Vasculite Lúpus eritematoso sistêmico (LES) Granulomatose de Wegener Síndrome de Goodpasture Poliangeíte microscópica • Outras Hemossiderose pulmonar Coagulopatia Corpo estranho Contusão pulmonar Iatrogenia Uso de cocaína e crack Endometriose Trauma Criptogênica Classificação de hemoptise - Hemoptise pequena: < 30mL - Hemoptise moderada: 30mL - 200mL - Hemoptise grave: > 200mL - Hemoptise maciça: > 500mL Quadro clínico - Sangue vivo, brilhante, eliminado através da tosse. - Desconforto vago e/ou sensação de peso ou de líquido escorrendo dentro do tórax. - "Ronqueira no peito" - Tosse Exame Físico - Telangectasias - Rash cutâneo (vasculite, infecções sistêmicas, endocardite, lúpus) - Bqueteamento digital (neoplasias, pneumonias crônicas) - Sinais de emagrecimento, dentes em péssimo estado (TB, abcesso pulmonar) - B2 hiperfonética, sopro tricúspide ou pulmonar (Hipertensão Pulmonar) Tratamento - Controle adequado das vias aéreas e da ventilação - Estabilização hemodinâmica (expansão volêmica, drogas vasopressoras, plasma, etc) - Tratar alterações de hemostasia: [ ] protrombínica ou plasma são indicados se sangramento associado a Varfarina ou novos anticoagulantes orais. Em pacientes com grave trombocitopenia, pode ser necessária a transfusão de plaquetas - Broncoscopia: Identificar e conter o sangramento - Arteriografia: Em caso de fracasso da broncoscopia - TC tórax: Em pacientes estáveis com broncoscopia não diagnóstica e a arteriografia não é necessária, porque o sangramento cessou - Cirurgia: Indicada aos pacientes com Hemoptise Maciça que não responderam àsoutras medidas de controle
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