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R es u m o d o C as o 5 – C M 3 K ar en C u n h a 1 LEUCEMIAS Epidemiologia Leucemia Linfocítica Aguda (LLA) - 85% dos casos de leucemias em crianças - Incidência de 1:25.000 indivíduos entre 0-14 anos. - A faixa etária de maior frequência está entre 2-5 anos. Leucemia Mielocítica Aguda (LMA) - Afeta tanto adultos quanto crianças - Representa cerca de 20% das leucemias da infância Leucemia Linfocítica Crônica (LLC) - Atinge quase que exclusivamente pacientes adultos, sendo considerada o tipo mais comum nesta faixa etária nos países Ocidentais. - Média de idade: 60 anos - Discreta predominância no gênero masculino Leucemia Mielocítica Crônica (LMC) - Atinge com maior frequência pacientes adultos - Pico entre a 30-40 anos Quadro Clínico - Proliferação das células neoplásicas no interior da medula óssea Suprimento na produção das células hematopoiéticas normais ↓ hemácias ↓ da capacidade de transporte de O2 do sangue - Pacientes irão apresentar anemia e fadiga - Também apresentam problemas de sangramento Trombocitopenia - A febre também é uma característica clínica comum e está associada á infecção devido à ↓ de neutrófilos - Manifestações bucais relacionadas à trombocitopenia: * Sangramento gengival espontâneo e a presença de petéquias, principalmente no palato. * Podem apresentar mucosa pálida Anemia * Podem apresentar infecções oportunistas (candidose, herpes) ↓ do sistema imunológico Leucemia Linfocítica Aguda (LLA) As principais características clínicas dos pacientes com LLA são febre, anemia, fadiga, anorexia e sangramento. - Dor óssea devido ao comprometimento da medula óssea também é muito frequente - Crianças pequenas podem mancar ou recusar-se a andar. Leucemia Mielocítica Aguda (LMA) As características clínicas ≈ às da LLA Febre, anemia, fadiga. - Problemas com sangramentos são mais frequentes nos pacientes com LMA do que com LLA. Leucemia Linfocítica Crônica (LLC) - Frequentemente Assintomático, sendo detectada em exames de sangue de rotina. - Em alguns casos os pacientes podem apresentar anorexia, perda de peso, linfadenopatia, hepatomegalia e esplenomegalia. Leucemia Mielocítica Crônica (LMC) - Os sintomas iniciais da doença são perda de peso, fadiga, anorexia. - A esplenomegalia é uma característica clínica bastante comum - A evolução é de progressão lenta, no entanto, depois de um período variável, em média de 3 anos, cerca de 50% dos pacientes entram numa fase de crise, difícil de ser tratada, que termina num quadro que se assemelha à leucemia aguda R es u m o d o C as o 5 – C M 3 K ar en C u n h a 2 LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA - É uma doença clonal maligna caracterizada por uma excessiva proliferação da linhagem mieloide (Fase Crônica - FC), Perda progressiva da diferenciação celular (Fase Acelerada - FA) Terminando num quadro de leucemia aguda (Fase Blástica - FB). - Associada a uma anormalidade citogenética específica, o Cromossoma Philadelphia (Ph) * Translocação recíproca entre os braços longos dos cromossomas 9 e 22 Formação de um novo gene leucemia-específico BCR-ABL, detectável por polymerase-chain-reaction assay (PCR). - Atualmente, não é uma doença curável com a terapia medicamentosa Transplante de medula óssea (TMO) alogenéico (aparentado ou não aparentado) a única modalidade curativa de tratamento Induzir remissão molecular com a eliminação dos transcritos BCR-ABL Epidemiologia - Mais comum em pessoas de meia idade e idosos. - Sua incidência anual é de 1-2 pessoas/100.000 - Ligeiramente mais prevalente entre homens do que mulheres. - Representa de 15-20% de todos os casos de leucemia entre a população ocidental Fases Evolutivas Fase Crônica (FC): - A FC, benigna, é caracterizada por marcada hiperplasia medular e capacidade de maturação das células mielóides - Pode durar vários anos - Tem suas manifestações no sangue periférico facilmente controladas pela terapia medicamentosa convencional. - Alguns pacientes são assintomáticos, mas outros apresentam fadiga, fraqueza, dores de cabeça, irritabilidade, febre, suor noturno e perda de peso. - O diagnóstico é realizado pelos achados clínicos, citogenéticos e hematológicos do sangue periférico e medula óssea Fase Acelerada ou de Transformação (FA): - A LMC em FA é resistente à terapia medicamentosa - Surge após um período variável do diagnóstico, de poucos meses a vários anos - Caracteriza-se pelo ↑ de blastos na medula óssea e no sangue periférico, leucocitose e basofilia no sangue periférico, anemia e trombocitopenia. - Clinicamente, o paciente torna-se refratário ao tratamento empregado na fase crônica e pode apresentar progressão da hepato-esplenomegalia - Características: * Evolução clonal e * No sangue periférico, ≥ 15% de blastos, ≥ 30% de blastos e pró-mielócitos, ≥ 20% de basófilos e * Não relacionado à quimioterapia, < 100.000 plaquetas/mm³ . Fase Blástica ou Aguda (FB): - A LMC em FB, também resistente à terapia convencional, é agressiva - Quadro clínico da leucemia aguda e permitindo ao doente uma sobrevida muito curta. - Caracteriza-se por ≥ 30% de blastos no sangue periférico ou na medula óssea ou por infiltrado extramedular de células blásticas. - Definida hematologicamente ↑ aumento de blastos leucêmicos (linfóides ou mielóides) no sangue periférico e/ ou medula óssea (mais de 20%). - Nesse estágio da doença, muitos pacientes evoluem para o óbito entre 3-6 meses Fisiopatologia O Cromossomo Philadelphia (Ph) resulta de uma translocação recíproca entre os braços longos dos cromossosmos 9 e 22 Justaposição do oncogene abl (Abelson Leukemia Virus) – 9 - sobre o gene bcr (Breakpoint Cluster Region) – 22 R es u m o d o C as o 5 – C M 3 K ar en C u n h a 3 * bcr normal Proteína com função relacionada à regulação do ciclo celular * abl normal Proteína tirosina-quinase - Fusão bcr-abl Proteína quimérica com atividade tirosina-quinase ↑ ↑ resistência à morte da cél. leucêmica independentemente do agente indutor deste processo - Neogene bcr-abl é o responsável pelo processo molecular que determina a transformação da célula progenitora hematopoética normal em maligna. - A célula leucêmica bcr-abl apresenta uma mieloproliferação contínua resultante, provavelmente, de 3 mecanismos principais: * Alteração da adesão das células progenitoras às células estromais e à matriz extracelular * Manutenção de um sinal mitogênico constante * Resistência à apoptose celular. Quadro Clínico Nos pacientes sintomáticos, as queixas mais frequentes ao diagnóstico incluem: - Cansaço, perda da sensação de bem-estar, baixa tolerância a exercícios, anorexia, desconforto abdominal, fadiga, saciedade precoce (devido ao aumento do tamanho do baço), perda de peso e sudorese excessiva, febre - No exame fisico, palidez e esplenomegalia são sinais importantes - 20% são assintomáticos Manifestações mais raras: - Sangramentos - Trombose - Artrite gotosa - Priapismo - Hemorragia retiniana - Úlcera gástrica Manifestações de transformação ou de fase acelerada: - Linfonodomegalia - Cefaleia, dor óssea, artralgias, dor no baço R es u m o d o C as o 5 – C M 3 K ar en C u n h a 4 Exames Complementares - Ác. úrico, cálcio, creatinina, TGO, TGP, fosfatase alcalina, LDH, triglicerídeos - Fosfatase alcalina de neutrófilos- Estudo de HLA do paciente e irmãos consanguíneos (histocompatibilidade) Hemograma - Leucocitose: ↑ leucócitos totais - Desvio a esquerda (↑ promielócitos, mielócitos e metamielócitos) - Pode-se encontrar céls. blásticas - Neutrófilos com anormalidades funcionais Fosfatase alcalina leucocitária ↓ ou ausente - Eosinofilia e Basofilia (critério de aceleração da doença) e trombocitose - Anemia leve, normocítica e normocrômica está presente em 45% dos casos. - Testes de função plaquetária são anormais - ↑ expressivo na contagem de granulócitos Níveis de vitamina B12 tendem a estar ↑ * Achado é secundário ao ↑ [ ] de transcobalamina do tipo 1, naturalmente sintetizada pelos neutrófilos. - Níveis de ácido úrico podem estar ↑, com hiperuricemia e hiperuricosuria Predisposição a crises de gota Mielograma e a biópsia de medula óssea - Hipercelularidade da linhagem granulocítica, com maturação preservada. - Pode haver leve grau de fibrose. - Mielograma é inespecífico para o diagnóstico Demonstração do cromossomo Ph ou do gene BCR-ABL é necessária para o diagnóstico. Indicações: - Avaliação de anemia inexplicável, leucopenia, trombocitopenia ou pancitopenia; - Diagnóstico ou estadiamento de linfomas; - Diagnóstico e avaliação dos distúrbios de células plasmáticas e leucemias; - Avaliação do metabolismo e estoques de ferro; - Avaliação de febre de origem indeterminada; - Esplenomegalia inexplicada - Diagnóstico de síndromes hematológicas ou em casos de observação de células com características blásticas no sangue periférico; - Plaquetopenias (quando já descartadas outras causas) Cariótipo de medula - Presença do cromossomo Filadélfia na grande maioria dos casos. FISH (hibridização in situ fluorecente) - Identificar o cromossomo Ph e a presença dos genes ABL e BCR nos cromossomos 9 e 12 - Permite a detecção de outras anormalidades além do cromossomo Ph PCR - Detecção do produto do gene BCR-ABL - Exame mais sensível para o diagnóstico. - Mais recentemente, o PCR em tempo real, capaz de quantificar o produto do gene BCR-ABL gerando uma estimativa da carga tumoral Exame-padrão para acompanhamento da resposta desses pacientes ao tratamento com inibidores de tirosino-quinases. R es u m o d o C as o 5 – C M 3 K ar en C u n h a 5 Diagnóstico - É baseado na contagem sanguínea (leucocitose e frequentemente também trombocitose) e no diferencial (granulócitos imaturos, de metamielócitos a mieloblastos, e basofilia). - O diagnóstico depende da demonstração do cromossomo Filadélfia (22q-) resultante da translocação t(9;22) (q34;q11), e/ou o rearranjo do BCR-ABL no sangue periférico ou nas células da medula óssea. - Em alguns casos o cromossomo Filadélfia não pode ser detectado e a confirmação é feita por métodos moleculares. - A maior parte dos diagnósticos é feita na fase crônica, e o curso clínico típico tem três fases: fase crônica, fase acelerada e fase blástica. * Fase acelerada: Presença de 1-19% blastos no sangue ou na MO, nº de basófilos > 20%, trombocitose/penia não relacionada à terapia, e evolução clonal na avaliação citogenética * Fase blástica: > 20% de blastos ou infiltração blástica extramedular R es u m o d o C as o 5 – C M 3 K ar en C u n h a 6 Prognóstico Grupo Europeu de Transplante de Sangue e Medula Óssea (EBMT) Fatores de Risco Pontuação Idade < 20 anos 0 20-40 anos 1 > 40 anos 2 Fase da Doença Crônica 0 Acelerada 1 Blástica 2 Tempo entre Diagnóstico e Transplante < 12 meses 0 > 12 meses 1 Tipo de Doador Aparentado 0 Não aparentado 1 Fatores prognósticos, que determinam os grupos de risco Critérios de mau prognóstico: - ≥ 60 anos de idade; - Esplenomegalia de ≥ 10 cm abaixo do rebordo costal; - Plaquetometria de ≥ 700.000/mm³; - ≥ 3% de blastos na medula óssea ou no sangue periférico; - ≥ 7% de basófilos no sangue periférico ou ≥ 3%, na medula óssea. Risco 1: ≤ 1 critério; Risco 2: 2 critérios; Risco 3: ≥ 3 Risco 4: ≥ 1 critérios da FA, independentemente do número de critérios de mau prognóstico Sokal - Prediz a resposta ao tratamento de pacientes com LMC com IFN-alfa - O escore Sokal tem um valor preditivo em pacientes com LMC tratados com Imatinibe, onde as respostas moleculares e citogenética são > em pacientes de ↓ risco. - Pacientes de ↑ risco que atingem resposta citogenética em 12 meses tem probabilidade de 90% de sobrevida, de risco intermediário probabilidade de 94% e ↓ risco de 97%. Critérios: - Tamanho do baço em cm palpáveis abaixo do RCE - Nº de plaquetas - Contagem de basófilos - % de blastos na medula - Idade Sokal = Exp 0,0116 x (idade - 43,4) + (baço* – 7,51) + 0,188 x [(plaquetometria : 700)2 – 0,563] + 0,0887 x (blastos – 2,10) R es u m o d o C as o 5 – C M 3 K ar en C u n h a 7 Resultado * < 0,8: LMC de baixo risco Sobrevida de 105 meses/Sobrevida em 10 anos de 34% * 0,8 a 1,2: Risco intermediário Sobrevida de 76 meses/Sobrevida em 10 anos de 28% * > 1,2: Alto risco Sobrevida de 45 meses/Sobrevida em 10 anos de 8% Diagnóstico Diferencial Tratamento - Pode ser realizado com hidroxiuréia, interferon-α (IFN-α), mesilato de imatinibe (Glivec®), transplante alogênico de medula óssea (TMO) e infusão de linfócito do doador (donor lymphocyte infusion - DLI) pós-recaída de TMO. - A única modalidade terapêutica considerada curativa é o TMO, cujo sucesso depende de múltiplos fatores que incluem a idade, a fase da doença e a histocompatibilidade entre o doador e o receptor Hidroxiuréia - É um agente citostático paliativo - Promove o controle da proliferação celular pela inibição da síntese do DNA - Parece não apresentar efeito sobre a via extrínseca da apoptose celular mas, como todo quimioterápico, é capaz de induzir a apoptose celular por meio do estresse celular e da ativação da via intrínseca (mitocondrial) IFN-α - Parece exercer um efeito imunomodulatório e antiproliferativo importante sobre as células mononucleares e precursoras (CD34+ ) dos pacientes portadores de LMC. - Parece restaurar o número de células da resposta imune circulante, promover a ativação de células efetoras (T CD8 e NK) e estimular as células efetoras (T CD8, T CD4 e NK) a secretarem citocinas de padrão Th1 (IL-2 e IFN-γ) - Papel chave no impedimento do escape do clone maligno à resposta imune, exercendo-o por meio de dois mecanismos de ação complementares * Citorredução (antiproliferativa e potencialização da apoptose) * Capacidade de potencializar a resposta imune, mediada pelas células T e NK Mesilato de imatinibe - Age como um inibidor da tirosina quinase bcr-abl Bloqueia diferentes vias de sinalização celular que estavam ativadas por esta proteína. - Parece modular diferentes proteínas anti e pró-apoptóticas pertencentes às vias extrínseca e intrínseca da apoptose celular R es u m o d o C as o 5 – C M 3 K ar en C u n h a 8 Transfusão de Medula Óssea (TMO) - Visa a erradicação dos clones malignos dos pacientes e a restauração da sua hematopoese normal por meio da infusão de células-tronco da medula óssea de um doador normal. - É extremamente importante que ocorra a reação do enxerto contra a leucemia (graft-versusleukemia effect- GVL) Uma resposta imune das células imunocompetentes do doador contra as células leucêmicas do receptor Tratamento-padrão- Imatinibe na dose de 400 mg/dia - O transplante de medula óssea alogênico pode ser indicado em pacientes com risco ↑ de progressão com uso de inibidores tirosino-quinase ou se for a vontade do paciente. - Pacientes com falha terapêutica com imatinibe podem ser resgatados com o manejo dos inibidores de tirosino-quinase (imatinibe em altas doses, dasatinibe, nilotinibe) ou com transplante de medula óssea. - Pacientes com respostas sub-ótimas não têm indicação de tratamento definida, mas o manejo com drogas inibidoras da atividade tirosino-quinase do BCR-ABL é o mais recomendado. R es u m o d o C as o 5 – C M 3 K ar en C u n h a 9 R es u m o d o C as o 5 – C M 3 K ar en C u n h a 10 Síndrome Vertiginosa - A vertigem é a sensação que o paciente tem de estar girando em torno do ambiente ou vice-versa. - Na maioria das vezes, decorre de lesão ou disfunção unilateral do aparelho vestibular ou da porção vestibular do VIII nervo craniano. - Sintoma comum em pacientes de todas as idades Tipos de Tontura - Síncope: Perda breve da consciência, secundária a uma isquemia global cerebral transitória (↓ do DC) * Causas: ↓DC, hipotensão ortostática, estenose mitral ou aórtica * Quando a perda da consciência é apenas parcial: Lipotímia * Geralmente é precedida por fraqueza, palidez e sudorese, com sensação de desmaio iminente * Recuperação é rápida, geralmente espontânea e não deixa sintomas residuais. - Desequilíbrio: Manifesta-se apenas durante a marcha, cessando quando parado, sentado ou deitado. * Causas: Neuropatia periférica, mielopatia, espasticidade, rigidez parkinsoniana e ataxia cerebelar. - Sensações cefálicas variadas: Série de sintomas vagos, que são definidos como sensação de cabeça vazia. * Causas: Hiperventilação, hipoglicemia, sintomas somáticos de depressão, ansiedade e esquizofrenia - Vertigem: Provocada por disfunção do aparelho vestibular e se manifesta como uma ilusão de movimento * Geralmente do tipo rotatório, podendo ser acompanhada de náuseas, vômitos, tinnitus e hipoacusia * Vertigem Objetiva: Sensação de que os objetos ou o ambiente estão girando ao seu redor * Vertigem Subjetiva: Sensação de a cabeça estar girando Avaliação Clínica Vertigem Central - Lesão se encontra no núcleo vestibular ou nas demais projeções superiores - Vertigem mais branda - Marcha comprometida - Não é acompanhada de hipoacusia ou tinnitus - Pode associar-se a ataxia, diplopia (visão dupla), disartria (articulação da fala), alterações sensitivas ou motoras - Nistagmo inesgotável, atáxico (direção ≠ em cada olho), persistente por + de 3 semanas Vertigem Periférica - Lesão se encontra no labirinto e/ou nervo vestibular, até sua entrada no núcleo vestibular - Vertigem intensa - Corpo costuma pender para o lado da lesão durante a queda - Sem comprometimento da marcha - Pode associar-se a hipoacusia, prostração, sudorese, palidez, tinnitus - Nistagmo horizontal, rotatório ou misto, esgotável, que desaparece ao fixar o olhar R es u m o d o C as o 5 – C M 3 K ar en C u n h a 11 Anamnese - Tempo e o padrão de evolução do sintoma - Horários mais frequentes em que o sintoma aparece - Fatores de melhora ou piora - Duração das crises - Sintomas associados - Uso de medicações - Quadros que antecederam os episódios de tontura - Tratamentos anteriores Exame Físico 1. Equilíbrio Estático e Dinâmico - Marcha: Em zigue-zague (↑: olhos fechados) - Manobra index-index: Desvio do dedo índex do paciente no sentido oposto ao componente rápido do nistagmo. - Romberg: * Positivo (Lesões das vias vestibulares) Consiste no desvio do corpo e queda do paciente quando na posição ereta, quando fecha os olhos * Negativo em lesões cerebelares 2. Nistagmo - Manobra de Nylen-Barany: * Provocar nistagmo * Nistagmo Central (inesgotável): > 1 min, sem período de latência, mesma intensidade ao repetir teste * Nistagmo Periférico (esgotável): < 1 min, há período de latência, menos intenso ao repetir teste (habituação) 3. Pares Cranianos - Indicativo de Vertigem Central: Disdiadococinesia (dificuldade pra movimentos rápidos e alternados), dismetria (imperfeição no movimento) e tremor intencional - Rinne e Weber - Fukuda 4. Otoscopia - Comprometimento local do conduto auditivo e membrana timpânica Presença de cerúmen impactado, corpos estranhos, colesteatoma, abaulamento ou perfuração da membrana timpânica, Causas: Periféricas - Mais comuns 1. Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB) - É caracterizada por episódios breves de vertigem, com duração de uns poucos segundos, provocados por mudanças na posição da cabeça e não associados a surdez ou zumbidos. - Pode ser secundária a traumas, infecções virais ou alterações isquêmicas ou degenerativas, mas o mais comum é que não se encontre causa específica. - Geralmente é auto-limitada, resolvendo-se espontaneamente em semanas ou meses, conforme os otólitos se dissolvam na endolinfa 2. Doença de Ménière - Tríade clássica: Hipoacusia flutuante, tinnitus e vertigem recorrente - Se caracteriza por episódios recorrentes e intensos de vertigem, acompanhados de hipoacusia, tinnitus, prostração, náuseas e vômitos, com duração variando de 10 min a várias horas. - É provocada por um aumento no volume circulante de endolinfa (hidropisia) dentro do labirinto membranoso, devido a um desequilíbrio entre síntese e reabsorção - Pode ser secundária à doença de Paget, sífilis ou trauma. R es u m o d o C as o 5 – C M 3 K ar en C u n h a 12 3. Vertigem medicamentosa - Fármacos que podem ser responsáveis por quadros vertiginosos: * Aminoglicosídeos, anti-convulsivantes (fenobarbital, fenitoína, carbamazepina), furosemida, antidepressivos, anti-hipertensivos, quimioterápicos e metais pesados 4. Labirintite bacteriana - Deve-se a uma extensão de um processo infeccioso prévio no ouvido médio, meninges ou mastóide, e o quadro clínico consiste em vertigem intensa, náuseas, vômitos e hipoacusia importante, além de cefaléia, dor local, hipertermia, secreção purulenta - Labirintite Componente inflamatório no aparelho vestibular * Bacteriana Sinais flogísticos na orelha média, sinais toxêmicos e comprometimento do estado geral; * Viral Falência vestibular súbita ou neuronite vestibular, em que prevalece uma infecção viral do nervo vestibular levando a um quadro vertiginoso auto-limitado. Centrais - Mais graves Exames Complementares - Exames de imagem (RM, TC) Sinais de comprometimento neurológico ou Vertigem Central - Audiometria Sinais de otosclerose ou com queixas de hipoacusia Ajudar no diagnóstico da Doença de Menière (DM) - VDRL e Fosfatase Alcalina Suspeita de hidróps endolinfático Afastar possíveis causas secundárias de DM Tratamento - 3 fases Específico - Varia de acordo com a causa R es u m o d o C as o 5 – C M 3 K ar en C u n h a 13 - Otomastoidites Antibióticos e, nos casos mais graves, de cirurgia para a remoção de tecidos necróticos, além de reabilitação. - Neuronite vestibular Pode-se usar um período curto de corticosteroides (Prednisona 20mg/dia por 7 dias) - Concussão de labirinto Apenas tratamento de reabilitação. - AVE Controle dos fatores de risco e o uso de antiagregantes plaquetários (AAS 200mg/dia ou tidopidina500mg/dia, além de reabilitação. - Doença de Méniere Dieta pobre em sal e uso de diuréticos (Hidrodorotiazida 25 mg/dia) - VPPB Manobra de Epley Sintomático - Utilizada para o controle dos sintomas de vertigem, náuseas e vômitos - Dimenidrinato 10 mg, 4x/dia. - O uso desses medicamentos só se justifica nos 3 primeiros dias, porque o uso continuado desse tipo de medicação atrasa a recuperação (impedindo a adaptação cerebral). Reabilitação - A reabilitação vestibular deve começar imediatamente, assim que a melhora da vertigem, das náuseas e dos vômitos permitir Movimento da cabeça Para os lados, pra cima e pra baixo Movimento dos olhos Pra cima e pra baixo, para os lados Fixação ocular * Fixa o olhar no dedo Aproxima e afasta * Joga bola de uma mão pra outra, fixando o olhar Movimento de tronco * Sentar, levantar, sentar * Pegar objetos no chão * Levantar e abaixar a bola, olhando pra ela Marcha * Andar em linha, olhando pra frente * Andar em linha reta, olhando pra cima e pra baixo * Andar em linha reta, olhando para os lados * Andar em linha reta, jogando a bola pra cima e pra baixo R es u m o d o C as o 5 – C M 3 K ar en C u n h a 14 DEPENDÊNCIA DO ÁLCOOL - Definida pelo CID-10 (OMS), como um conjunto de fenômenos comportamentais, cognitivos e fisiológicos que se desenvolvem após o uso repetido de álcool, tipicamente associado aos seguintes sintomas: * Forte desejo de beber * Dificuldade de controlar o consumo (não conseguir parar de beber depois de ter começado) * Uso continuado apesar das consequências negativas * Maior prioridade dada ao uso da substância em detrimento de outras atividades e obrigações * Aumento da tolerância (necessidade de doses maiores de álcool para atingir o mesmo efeito obtido com doses anteriormente inferiores ou efeito cada vez menor com uma mesma dose da substância) * Por vezes um estado de abstinência física (sintomas como sudorese, tremedeira e ansiedade quando a pessoa está sem o álcool). Rastreio: Questionário CAGE CID-10 - 3 ou mais sintomas, ocorridos no ano anterior, fecham o diagnóstico, sendo que tanto a ingestão quanto o desejo de ingerir são importantes nesta classificação: 1. Um grande desejo de consumir bebida alcoólica; 2. Difícil controlar o consumo de álcool; 3. Síndrome de abstinência, após uma parada do consumo de álcool; 4. Necessidade de aumentar a ingestão de álcool para se obter o mesmo efeito; 5. Todo o prazer se relaciona ao consumo de álcool; 6. Continuação do consumo mesmo sabendo das consequências. DSM-V - Os transtornos relacionados ao uso de álcool são definidos como a repetição de problemas decorrentes do uso do álcool que levam a prejuízos e/ou sofrimento clinicamente significativo, cuja gravidade varia de acordo com o número de sintomas apresentados R es u m o d o C as o 5 – C M 3 K ar en C u n h a 15 SÍNDROME CONSUMPTIVA - Pode-se definir com a perda > 10% do peso em 6 meses sem que se tenha tentado fazê-lo. Alguns autores, no entanto, definem esta condição com perda > 5% do peso em 6 meses. - Perda de peso significativa: Perda > 5,0% do peso habitual no período de 6 a 12 meses. - Perda de peso > 10%: Considerada estado de desnutrição associado à deficiência humoral e celular mediada Base fisiopatológica: 3 categorias - ↓ ingestão de alimentos - Metabolismo acelerado - ↑ perda de energia - Pode ser traduzida como um sintoma de desordem multifatorial que inclui alteração da ingesta calórica, da absorção intestinal, da motilidade intestinal, do uso de medicamentos e abuso de drogas ou da produção ↑ de substâncias endógenas Causas - Qualquer câncer pode evoluir com perda de peso, tanto como 1ª manifestação ou manifestação tardia do tumor R es u m o d o C as o 5 – C M 3 K ar en C u n h a 16 - HIV positivos ou soro-reagentes, perda de peso está associada primariamente à ↓ da ingestão calórica. Perda de peso súbita geralmente está relacionada à infecção secundária - Insuficiência adrenal pode cursar com anorexia, náusea e perda de peso - Hipercalcemia e alguns pacientes com hipertireoidismo, geralmente idoso. - Diabetes: Pode ocorrer a perda de apetite como sintoma da gastroparesia, má absorção intestinal por neuropatia intestinal e insuficiência renal - Uso crônico do álcool, nicotina, opiáceos e estimulantes do SNC ↓ o apetite e causam perda de peso - Doenças cardiopulmonares: ICC ou DPOC. Perda de peso pode ser ocultada pelo edema - Doenças neurológicas como o AVC, demências, esclerose múltipla, Parkinson, podem estar associadas com alteração de motilidade gastrintestinal bem como disfagia, alteração do olfato, paladar (disgeusia), constipação, disfunção esfincteriana e falta de apetite. - Uremia induz anorexia, náusea e vômito, assim como perda de proteína pela urina Anamnese - Necessário perguntar ao paciente sobre seu apetite, atividade física, como é o padrão da perda de peso (flutuante ou estável), por quanto tempo vem perdendo peso e se a perda é voluntária ou involuntária - Regra mneumônica que consiste em 9 “D”s de causas de perda de peso nesta população: * Dentição: alteração na cavidade oral * Disfagia * Distúrbio do paladar (Disgeusia) * Diarréia * Depressão * Doença crônica * Demência * Disfunção (física, cognitiva e psicosocial) ou dependência. * Drogas - Medicações em uso R es u m o d o C as o 5 – C M 3 K ar en C u n h a 17 Exame Físico - Detalhado - Geral com sinais vitais - Exame da pele (observar sinais de desnutrição, deficiência vitamina e oligoelementos) - Cavidade oral - Tireóide - Cardiovascular, pulmonar e abdominal - Toque retal - Exame neurológico e Mini-Mental Exames Complementares - Avaliação inicial da etiologia em casos em que a história e o exame físico não forem indicativos da causa 1) Hemograma 2) Eletrólitos 3) Glicemia 4) Função renal e hepática 5) TSH 6) Anti-HIV 7) PCR 8) Parasitológico de fezes 9) Raio X de tórax 10) EAS 11) PPD OBS: Na ausência de alteração no exame físico e nos exames iniciais complementares, deve-se seguir a investigação com exames de rastreamento para câncer, conforme sexo e idade R es u m o d o C as o 5 – C M 3 K ar en C u n h a 18
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