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MELHORAMENTO DE ABELHA


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GENÉTICA E MELHORAMENTO DE ABELHAS 
 
INTRODUÇÃO 
As abelhas são insetos sociais que vivem em famílias consistindo de uma rainha, centenas 
de machos e milhares de operárias. A sua organização e atividades individuais tem intrigado os 
cientistas por séculos. Como vivem em cavidades e o acasalamento ocorrer no ar há uma 
dificuldade de estudo desses insetos. 
Gregor Mendel apesar do esforço no estudo da genética das abelhas obteve falhas nas suas 
tentativas, devido à falta do conhecimento que a rainha acasala com mais de um zangão e que 
este morre após a cópula. O cientista tentou sem sucesso fazer o acasalamento em gaiolas, e 
posteriormente optou pelo estudo de genética com ervilhas. 
Década de 50 iniciou os primeiros estudos em genética de populações de abelhas, porém, 
a partir do final da década de 70 houve maior número de estudos como métodos para avaliar a 
variabilidade genética e diferenciar as populações (taxonomia de subespécies e problemas com 
a africanização). 
O conhecimento da genética e melhoramento em abelhas inicia-se pela citologia e 
característica reprodutiva de partenogênese. 
 
CITOLOGIA 
O genoma da abelha é composto por 16 pares de cromossomos. Estes cromossomos são 
emparelhados com outro de tamanho e forma idêntica. Nele está contida a informação genética 
individual de uma, sendo que a hereditariedade diferencia entre indivíduos e é uma 
conseqüência da mudança nos seus códigos genéticos (DNA). Cada cromossomo possui ordem 
em cada locus com genes em seqüências de nucleotídeos específicas constituindo o DNA. Uma 
parte vinda da mãe da abelha feminina, pelo ovo, e a outra parte vinda do pai, pelo 
espermatozóide que fertilizou o ovo. 
O DNA é uma sucessão de moléculas, chamadas nucleotídeos, que são organizados em 
ordem seqüente em uma molécula muito maior chamado ácido desoxirribonucléico (DNA). Há 
quatro tipos de nucleotídeo no DNA: timina (T), adenina (A), citosina (C), e guanina (G). Os 
genes podem existir em forma alternada (alelos), e podem mudar sua forma (mutação). 
Os gametas maduros possuem um único genoma (haplóide). As fêmeas possuem dois 
genomas (diplóide) em suas células reprodutivas imaturas. 
A Meiose consiste em duas divisões nucleares sucessivas, que acontecem em uma 
sucessão semelhante à mitose. A meiose acontece para a formação do gameta com divisões 
nucleares sem divisões de células completas. Além disso, os cromossomos de origem materna e 
os cromossomos de origem paterna neste momento vêm juntos no fuso da primeira divisão, 
formando 16 pares de cromossomos homólogos. Este emparelhamento íntimo de cromossomos 
homólogos é conhecido como sinapses. Neste momento pode haver uma troca de segmentos 
entre cromossomos homólogos, cromossomos da mãe que troca segmentos com os 
cromossomos do pai. Esta troca é conhecida como recombinação, o mecanismo por meio do 
qual se agrupa os genes em um cromossomo particular pode ser trocado para grupos de genes 
semelhantes em seu homologo. Emparelhando, quebrando, e reunindo cromossomos, a 
separação dos dois segmentos de cada par de cromossomos homólogos durante meiose torna 
possível muita combinações genéticas diferentes. É altamente improvável que uma rainha 
produza dois ovos que contêm a mesma informação genética. 
O genótipo é o arranjo dos cromossomos e genes em pares. Antes do desenvolvimento do 
ovo em larva, ocorrem duas divisões nucleares (meiose) onde um membro de cada par de 
cromossomos é eliminado. Na primeira divisão cada cromossomo é replicado, permanecendo 
anexado ao centrômero. 
A redução no número de cromossomos de 32 a 16 durante a maturação do ovo formado 
por meio deste mecanismo resulta em ovos fertilizados sempre com 32 cromossomos. O gameta 
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masculino e feminino cada um tinha 16 cromossomos; a união deles restabelece o número de 
cromossomo no zigoto para 32. 
Se o ovo não é fertilizado dará origem a um zangão haplóide, conhecido como 
partenogênese, que possui somente um genoma. Consequentemente todo esperma do zangão é 
geneticamente idêntico, e do ponto de vista genético pode ser chamado de gametas da rainha, e 
é replicado durante a formação do genoma e maturação do ovo. 
 
PARTENOGÊNESE 
É a origem de um indivíduo a partir de um ovo não fertilizado (ocorrem em abelhas, 
vespas e formigas). Os machos são produzidos a partir de ovos não fertilizados. Esta origem do 
zangão faz sua mãe um pai genético da progênie de zangões. Os zangões possuem somente 
filhas, não filhos. 
Após a postura do ovo ele passa por um período receptivo a fusão dos pronúcleos de 
qualquer esperma que penetrar no ovo. Se a fusão não ocorrer o pronúcleo irá iniciar a divisão e 
a célula nuclear irá se estabelecer a partir de um simples cromossomo. A diferenciação do 
tecido do zangão, contudo, contém a mesma quantidade de DNA de operárias diplóides e 
rainhas, devido à endomitose (replicação do cromossomo com células sem divisão celular). 
O mecanismo genético da determinação do sexo é aparentemente além do controle de um 
único gene. O sexo é determinado por um gene que possui diferentes alelos. Indivíduos 
heterozigotos possuem dois alelos diferentes, dando origem a fêmeas; os homozigotos possuem 
dois alelos idênticos, desenvolvendo em machos diplóides. 
Com a inseminação instrumental em rainhas permitiu a utilização de híbridos puros pelos 
melhoristas, porém isto resulta em uma alta taxa de endogamia. A rainha inseminada com 
sêmen de seus filhos produz 50% de falha na cria como conseqüência da homozigosidade no 
alelo sexual e remoção da cria pelas operárias, onde células completas em favos com cria 
falhada continham ovos viáveis, mas as larvas inviáveis de zangões diplóides com homozigose 
para o alelo sexual eram removidas 6 horas após a eclosão. Desenvolveu também a técnica de 
produção de machos diplóides em laboratório até a sua maturidade na colônia permitindo seu 
estudo. 
O processo de espermatogênese em machos haplóides é semelhante que em diplóides, 
conseqüentemente produzindo espermatozóides diplóides. Machos diplóides são menores e 
produzem menor quantidade de esperma e a inseminação de rainhas com machos diplóides 
origina operárias triplóides. 
 
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Determinação do sexo 
O lócus sexual 
O sexo em abelhas é aparentemente determinado por um único lócus sexual com uma 
ampla variedade de alelos, menos que por cromossomos sexuais. A homozigosidade neste lócus 
resulta em machos. Larvas heterozigotas se desenvolvem em fêmeas (rainhas ou operárias, 
dependendo da dieta da larva). Em colônias endocruzadas, a rainha irá produzir ovos 
fertilizados nos quais o lócus cromossômico é homozigoto e consequentemente desenvolve em 
zangões. 
Macho diplóide 
Os zangões diplóides que resultam de ovos fertilizados são detectados pelas operárias e 
são comidos em estágios larvais iniciais. O ninho de cria espalhado, devido à remoção de larvas 
machos diplóides após a eclosão do ovo é típica de colônias endocruzadas. Em acasalamentos 
naturais é difícil identificar perdas de cria devido a machos diplóides. Devido ao sistema de 
acasalamento poliândrico, a média de endocruzamento na população deve ser muito alta antes 
dos efeitos se tornarem óbvios no nível do padrão de cria. Isto também tem implicação para a 
evolução da poliandria em abelhas. 
Os zangões diplóides têm uma espermatogênese similar aos machos. Consequentemente, 
machos diplóides tem espermatozóides diplóides. 
 
ORGANIZAÇÃO GENÉTICA DAS COLÔNIAS 
A colônia consiste de uma rainha, centenas ou nenhum zangão e milhares de operárias. A 
rainha acasala com diversos zangões resultando em uma estrutura genética complexa e a relação 
dentro da colônia afeta as interações comportamentais dosindivíduos dentro da colônia. 
Outra complicação na genética de uma colônia de abelhas são os múltiplos acasalamentos 
da rainha. Como conseqüência a colônia tem não um, mas um conjunto de pais e um número 
igual de subfamílias que coexistem na colônia. A rainha acasala em média com 7 a 17 diferentes 
machos. Estes acasalamentos ocorrem durante o vôo quando as rainhas possuem 5-10 dias após 
sua emersão como adulto. Cada rainha pode realizar um ou mais vôos, estendido por alguns 
dias, onde o primeiro vôo pode ser de orientação ou de cópula. Os machos acasalam-se uma vez 
somente, depositando 6-10 milhões de espermatozóides no oviduto da rainha, morrendo em 
seguida. O pareamento é provavelmente ao acaso, contudo os machos aparentemente preferem 
acasalar com rainhas que mostrem o sinal de acasalamento, uma evidencia que ela já foi 
acasalada em um vôo. 
As rainhas retornam do vôo com um total de 4 a 7 milhões de espermatozóides depositado 
no oviduto pelo zangão da rainha. O primeiro processo é a migração do espermatozóide para a 
espermateca em um período de 40 horas. O esperma entra na espermateca e é misturado, 
representando a maior parte dos zangões nos ovos botados pela rainha. 
Rainhas originam todo o genoma das abelhas melíferas. Elas produzem gametas - ovo 
com um único conjunto de cromossomos que são fertilizados, e normalmente desenvolvem-se 
em fêmeas, ou não são fertilizados e desenvolvem-se em machos haplóides. Como 
conseqüência, geneticamente as rainhas são ambos fêmea e macho. Elas funcionam como 
machos porque elas originam o genoma que esta contido no esperma dos seus "filhos". Machos 
desenvolvem-se de ovos não fertilizados e reproduzem vários milhões de tempos, em seus 
testes, o genoma derivado da sua mãe. Eles mudam encarnando na célula do genoma do ovo 
para esperma. Então, nós podemos pensar em rainhas como mães e pais. Por causa disto, nós 
defendemos o uso da genética. Por exemplo, quando nós acasalarmos zangões e rainhas virgens 
derivadas de uma única rainha, nós nos referimos que como um acasalamento mãe-filha. A 
terminologia física não captura as características especiais genéticas está geneticamente 
incorreto. 
Colônias consistem em um número grande de subfamílias de operárias porque as rainhas 
acasalam com números grandes de zangões. 
 
 
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Estrutura da Subfamília das Colônias 
Uma colônia consiste de um grande número de subfamílias. Membros de uma mesma 
subfamília possuem 75% dos genes em comum – super irmãs. Indivíduos de diferentes pais 
pertencem a diferentes subfamílias e possuem 25% dos genes em comum – meias irmãs. 
Dará origem a irmãs completas se os irmãos zangões (derivados de diferentes gametas de 
uma mesma mãe) inseminam a rainha. Todo o esperma que um zangão produz contém genomas 
idênticos, onde o zangão não possui pai e é haplóide. Diferentes ovos postos pela rainha contêm 
diferentes genomas devido à recombinação genética durante a maturação do ovo, já o esperma 
produzido pelos machos derivados de diferentes ovos da mesma rainha será diferente. Isto 
resulta em uma relação genética de 0,50 entre indivíduos de progênie de zangões (irmãos), 
equivalente a irmãs completas em sistema diplóide, e equivalente a irmãs diplóides completas 
no respectivo genoma de origem. 
Os indivíduos da mesma subfamília compartilham uma mãe rainha e um pai zangão é 
chamado de super irmãs, porque elas herdam os mesmos genes exatamente dos seus pais 
resultando o compartilhando 75% dos seus genes em comum, comparado com só 50% de genes 
compartilhados entre irmãs completas derivadas de acasalamento diplóide. Por exemplo, nós 
compartilhamos 50% de nossos genes em comum com nossos irmãos e irmãs com quem nós 
compartilhamos uma mãe e pai. Indivíduos com pais de zangão diferentes pertencem a 
subfamílias diferentes e, se os pais de zangão forem sem conexão, às subfamílias compartilham 
25% dos seus genes em comum, e as operárias de uma subfamília são meia-irmã com operárias 
de uma subfamília diferente. Relações de irmãs completas também são possíveis. Estas 
acontecem quando zangões irmãos cruzam com a mesma rainha. Neste caso, operárias com pais 
de zangão de irmão diferentes são as irmãs completas de um ao outro e compartilham 50 % dos 
genes em comum. 
 
 
Uma conseqüência entre subfamílias dentro da colônia resulta em uma grande interação 
entre as operárias, confundindo a habilidade de predizer a resposta da população melhorada à 
seleção. Por enquanto, indivíduos de uma mesma subfamília possuem uma maior predisposição 
a defender a colméia e, como conseqüência, faz a colônia ser mais defensiva enquanto as outras 
16 ou menos subfamílias não são tão defensivas. A dominância do comportamento deste tipo 
em abelhas é muito mais devida como conseqüência da expressão da variabilidade genética 
entre os membros da colônia por muitas características de comportamento. 
 
PRINCÍPIOS DE MELHORAMENTO EM ABELHAS 
A apicultura é extremamente diversa, envolvendo o manejo de milhares de colônias com 
tecnologia mecânica, trabalho em pequena escala familiar, bem como suplementação da renda 
com outros recursos e desenvolvimento rural. 
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As empresas comerciais obtêm o lucro a partir da venda do mel, cera, rainhas virgens ou 
fecundadas, geléia real, própolis, pólen, colônias, pacotes de abelhas ou serviços de polinização 
a outros apicultores. Esta variedade no interesse comercial conduz a diferentes maneiras na 
visão que constitui o melhoramento, dependendo do interesse especifico de lucro do apicultor. 
Para isso é desejável uma melhoria do estoque, aumento de produção com redução de custos e 
manejo. 
Os criadores devem examinar primeiramente as necessidades econômicas (produção de 
mel, cera, pólen, geleia real, apitoxina, própolis, comportamento higiênico, serviço de 
polinização, etc.) específicas da região em que o estoque que ele está desenvolvendo será usado. 
O programa de melhoramento de abelhas envolve a criação, avaliação e seleção de 
estoques melhorados com determinado objetivo de intensificar e concentrar características 
desejáveis para uma linhagem e ao mesmo tempo eliminar as indesejáveis. 
A criação, por si só, é a produção de indivíduos do ovo para o adulto, e necessariamente 
não está interessado com a ascendência dos indivíduos produzidos, nem com as características 
deles ou as características dos descendentes deles. 
Os indivíduos devem ser avaliados quanto a sua produção e consequentemente realizada 
uma seleção podendo ser por meio de acasalamento sistemático dos indivíduos selecionados 
para produzir descendência que possui características consideradas desejáveis. Então, o 
acasalamento é feito visando uma meta definida, e o acasalamento propositado é continuado por 
gerações sucessivas. 
A seleção do estoque superior é essencial em um programa de melhoramento. Para tanto 
requere a coleta de dados para identificação das rainhas com um desempenho superior, e que 
selecionadas serão a mãe das rainhas e zangões da próxima geração. O genótipo da rainha e das 
operárias, bem como o ambiente, contribui para as características da colônia observadas. O 
controle da variabilidade de ambiente é feita quando possível pela repetição do 
desenvolvimento, em ensaios para avaliação. A seleção de zangões é o método mais forte de 
seleção, feita de forma direta, realizada em características comuns entre zangões e operárias 
(cor, resistência a doenças ou pesticidas, tempo de desenvolvimento ou peso, tempo de vida). 
A seleção envolve avaliação de indivíduos baseado na determinação das suas 
características e da sua habilidade para transmitir fatores que produzem estes e outras 
características na sua descendência. Seleção é uma parte importante de qualquerprograma de 
procriação. A transmissão de fatores de pai para descendência é chamada herança. 
Todos os programas possuem recursos limitados e as decisões em muitas áreas são feitas 
na ordem de otimizar o sucesso do programa. 
Também são importantes em programas de cruzamento, as adversidades da área. Na 
prática, doenças e parasitas são controlados por agentes químicos e antibióticos. Mas nem 
sempre isto é eficiente, é caro e necessita de prevenção para a contaminação dos produtos. 
Outra dificuldade são as condições adversas como o inverno, períodos de baixa disponibilidade 
de néctar ou a ausência de pólen. A produção de um estoque resistente a doenças e parasitas e 
adaptado a condições regionais adversas também é objetivo de programas de cruzamento. 
 
PARAMETROS DE AVALIAÇÃO 
Ao iniciar um programa de melhoramento, devem-se decidir quais características são mais 
importantes, e direcionar seus esforços. A seleção para uma característica possui maior 
facilidade, porém ao utilizar mais de uma característica devem ser feita avaliação das medidas 
correlacionadas entre elas. 
As dificuldades de medições das medidas não podem ser subestimadas. A produção de 
mel necessita de fluxo de néctar, a atividade de polinização depende fortemente da 
competitividade e atratividade floral. Clima, tempo, vento, força desigual entre colônias e seu 
histórico fazem as medidas a campo menos acuradas. Também a observação direta das 
características a campo pode ser cara. Por exemplo, na avaliação da produção de mel durante o 
ano, o custo de seleção de uma geração é de um ano e a variação do ambiente durante as 
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estações do ano causam uma falta de acurácea. Uma medida correlacionada pode ser mais 
acurada ou ter um custo bem menor. 
Esses problemas de tempo e custo têm gerado estudos com outras medidas 
correlacionadas, como exemplo com a produção total de mel, como longevidade das abelhas, 
peso pupal, medida da corbícula e produção de mel em um dia. Outras características 
importantes como defesas da colônia e resposta a várias doenças têm sido desenvolvidas. 
O desenvolvimento de medição de características usuais ou medidas indiretas, incluindo 
testes laboratoriais, é importante e de interesse dos geneticistas de abelhas. Não existe um guia 
aceitável para o desenvolvimento de medidas correlacionadas para programas de seleção. 
Geralmente, as criações de animas maiores e aves possuem maior controle ambiental e a menor 
variação tendo melhores resultados em características de interesse. Também, eles usualmente 
utilizam de características fisiológicas como produção de gordura ou ganho de peso, ao 
contrário de resultados complexos de comportamento no processo de produção de mel ou 
defensividade. Contudo, a estatística quantitativa e qualitativa contém a teoria necessária para 
estabelecer guias para o desenvolvimento de medidas correlacionadas e usuais. 
Primeiro, são requerido estudos simples para saber se determinada característica possui 
resultados correlacionados com medidas de características que podem ser melhoradas. Estes 
estudos, também devem fornecer estimativas médias e variação fenotípicas. 
A avaliação destes testes envolve a consideração do valor correlacionado, variando de 0 a 
1, a significância estatística da correlação, o número de colônias avaliadas e o custo desses dois 
sistemas de avaliação. Neste ponto, medidas correlacionadas baixas (0,2) ou maior custo que 
medidas diretas devem ser descartadas. Contudo, o importante é a medida do valor genético dos 
pais, a primeira correlação deve ser considerada altamente importante, mas a segunda 
considerada trivial. Pares de dados em uma ou duas colônias criam correlações significantes e 
aparentemente importantes. O recurso de uma colônia produz escores substancialmente fortes e 
alteram a correlação, dominância genética, ou fortes eventos de ambiente. Variância genética 
aditiva, e os escores de uma colônia possivelmente não mudam a correlação importante. 
Segundo, o valor de medidas correlacionadas em um programa de seleção deve ser 
demonstrado. Experimentos devem ser realizados com acasalamentos selecionados onde 
permitem o calculo da h
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, correlação genética e fenotípica. Estes experimentos geram custos o 
que justifica o uso de estudos de correlação simples. 
 
AVALIAÇÃO E MEDIÇÕES A CAMPO 
Acurácea de medição 
A acurácea de medição das características é essencial ao sucesso do programa de seleção, 
somente assim podendo ter a determinação do valor genético potencial dos parentais. 
As condições do campo são necessárias e, sem dúvida, aumentam a variação ambiental. 
Pouca atenção tem sido dada a redução dessa variação, e as medições não tem sido acuradas 
ocasionando pouco rendimento de seleção ou nenhuma melhora, reduzindo substancialmente a 
herdabilidade. 
O manejo uniforme é um componente importante para reduzir a variação nos testes a 
campo, como uso de rainhas de mesma idade, mesma população, equipamentos, dietas 
suplementares, tratamentos com medicamentos, etc. E dependendo da característica a ser 
medida, a hora do dia e as condições climáticas também são importantes. 
Em programas comerciais de melhoramento são necessários apiários em várias 
localidades devido ao grande número de colônias que devem ser testadas. Apiários diferentes, 
mesmo quando perto, irão geralmente possuir médias de produção diferentes. Não há modo 
completo de controlar esta variância entre apiários, mas os efeitos nas medidas acuradas podem 
ser reduzidos. Pode se assumir que as diferenças entre as produções são referentes a dois locais 
diferentes. Provavelmente isso não é totalmente correto desde que ignore as interações entre o 
estoque e a variedade das condições locais que difere entre apiários, Contudo, fazendo essa 
suposição encontra que um escore individual de uma colônia em cada apiário é distribuído 
normalmente, quando o processo é comparado em colônias em apiários diferentes se torna 
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relativamente correto. Primeiro cada apiário é descrito em termos de sua própria média e desvio 
padrão, segundo as respostas individuais podem ser transformadas em desvio padrão e comparar 
as unidades, em ordem de selecionar parentais. 
Deve ser o mais simples possível para caracterizar ou quantificar a característica desejada; 
Consideração muito importante: controle do ambiente onde o teste é executado.` 
 
Julgamento da colônia e avaliação da Rainha 
Colônia – duas gerações: rainha (mãe da colônia), e operárias (suas crias). 
Rainha: julgada pela quantidade de cria que produz e se deixa muitas células vazias 
quando põe ovo – uma boa rainha põe 1200 ovos ou mais a cada 24 horas durante a estação 
reprodutiva mais intensa. 
Ela normalmente não tem mais que três a cinco células vazias em cada cem entre as crias 
operculadas dos melhores favos. Ela ira pôr os ovos da base dos favos para as laterais e no topo 
há estoque de pólen e mel (fig. 98). Durante o período inicial de expansão do ninho, ela irá por 
tantos ovos quanto as abelhas possam cuidar e muitas vezes mais do que podem cuidar. A 
pureza, mas não necessariamente a qualidade da cria da rainha é indicada pela uniformidade da 
cor dos zangões produzidos, e também pela sua própria aparência. 
Diferenças na força inicial da colônia e no manejo podem levar a erros. Cada colônia deve 
ser colocada em um local ou colônias representativas de cada linha devem ser distribuídas entre 
vários locais. 
 
MELHORAMENTO SELETIVO 
Fundamentos 
Os cruzamentos seletivos seguem quatro passos. 
1 - Colônia ou indivíduos são avaliados 
2 - Rainhas ou colônias que têm a característica desejada são selecionadas como reprodutoras da 
próxima geração. 
3 - Os acasalamentos são controladosentre rainhas e zangões de reprodutores selecionados. 
4 - A progênie desta nova rainha é avaliada tanto como indivíduo quanto como colônia 
 
DIFICULDADES 
Ocorrem dificuldades na manutenção dos estoques que são perdidos facilmente. Uma 
conseqüência primária é que possui somente dois alelos sexuais entre as linhagens, ocasionando 
a viabilidade da cria de 50%, causando a característica “cria falhada”, com diversas células 
falhadas e a cria aberta de diferente idade, resultando em uma alta probabilidade do insucesso e 
perda de linhagens. Essa perca pode ser diminuída pelo acasalamento de rainhas com 1 ou 2 
zangões da linhagem pura e também com 5 ou mais zangões não relacionados à rainha distinto 
da linhagem pura. Como conseqüência as rainhas se tornam uniformes e as operárias 
demonstram heterose. 
Outro problema é a esterilidade dos zangões, com pouca produção de esperma e que não 
podem ser utilizados na inseminação instrumental. 
 
MANUTENÇÃO DO ESTOQUE 
Após a produção o estoque deve ser mantido para possuir um valor real, não sendo o 
objetivo a sua manutenção estática. A seleção pode ser perdida facilmente, para tanto os 
esforços para continuidade do melhoramento, manutenção e substituição do estoque devem ser 
mantidos. 
Linhagens híbridas puras possuem um risco maior de serem perdidas exigindo maior 
esforço de tempo para serem desenvolvidas. Para tanto este programa deve designar a produção 
contínua de novas linhagens em substituição das perdidas e as que não produzem o desempenho 
esperado quando combinadas. 
A população fechada pode ser utilizada para manutenção de estoques particulares (como 
raças européias em ambiente africanizado), mas não mantém a melhora seletiva por varias 
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gerações se a seleção não for contínua. Seu desenvolvimento e manutenção exigem muito 
trabalho, contudo um organizado programa de melhoramento é vantajoso e gera lucros e por 
meio do aumento da produção de mel e eficiência de polinização. 
A qualidade dos estoques formados deve ser satisfatória. O deslocamento de híbridos e 
a raça do país devem ser constantemente reforçados - ilha de melhoramento puro e ser 
processada continuamente 
 
CONCLUSÕES 
A utilização do melhoramento promove a produção de abelhas resistentes a determinadas 
doenças, minimiza ou elimina comportamentos indesejáveis e incorpora ou maximiza boas 
características no estoque. Para realização do potencial de seleção é necessário conhecimento da 
genética da abelha, métodos de seleção, comportamento de acasalamento e utilização da 
inseminação instrumental. 
Como conseqüências serão efetuadas mudanças com respeito à disseminação da varroa na 
América do Norte ou a dispersão das abelhas africanizadas. Porém deve-se primeiramente 
conhecer essas mudanças com um legado de mais de 200 anos com investigação científica sobre 
a genética da abelha e mais de 100 anos na tecnologia da produção de rainhas. 
Falta de recursos – apicultores podem melhorar os estoques pela eliminação de rainhas em 
colônias com características ruins. As rainhas podem ser substituídas regularmente com bons 
estoques para produzir um bom conjunto de zangões. Assim, a qualidade geral pode ser 
melhorada, porém o grau de melhora não é tão bom quanto de um programa controlado de 
melhoramento.