Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Assistência de Enfermagem Reanimação Neonatal Reanimação Neonatal O nascimento é o evento mais perigoso com o qual o ser humano se defronta durante toda a sua existência. É neste contexto que as considerações serão colocadas, trazendo as renovações com embasamento científico para substituir as velhas práticas . Reanimação Neonatal Cerca de 5 a 10% dos recém-nascidos (RN) têm dificuldades durante a transição da vida intra-uterina para a vida neonatal e requerem algum tipo de reanimação na sala de parto. Reanimação Neonatal Fatores decisivos: 1) Previsão da necessidade de reanimação 2) Preparo adequado do material e do pessoal Anamnese Materna • Problemas pré-natais: - Ausência de pré-natal - Idade materna <16 e >35 - Prematuridade - Hipertensão Arterial e DHEG - Diabetes gestacional - Doenças maternas crônicas - Uso de drogas - Isoimunização Rh - Amniorrexe prematura - Infecções maternas - Gestação múltipla - Malformações fetais - Pós-maturidade - Oligo ou polidrâmnio Reanimação Neonatal • Problemas no TP e Parto: - LA Meconial - Amniorrexe prolongada - Corioamnionite - Apresentações anômalas - TP prolongado - Prolapso de cordão - Administração de opióides - Descolamento prematuro de placenta - Anestesia Geral Material • Fonte de calor • Fonte de oxigênio • Aspirador a vácuo • Sondas Traqueais • Adaptador para aspiração de mecônio • Ambú ou CFR • Máscaras para RNT e PT • Laringoscópio • Cânulas Traqueais • Esparadrapo • Drogas – Adrenalina, bicarbonato, expansores de volume • Seringas e agulhas • Água destilada • Luvas e gazes estéreis • Lâmina de bisturi • Estetoscópio • Fios ou cadarço umbilical •CFR Reanimação Neonatal • O sucesso da reanimação depende da previsão, do reconhecimento imediato do RN que necessita ser reanimado e do início rápido das manobras de reanimação. • Uma reanimação demorada ou ineficaz pode tornar demorada a própria reanimação e aumentar o risco de lesões. Passos Iniciais 1) Prevenir a perda de calor - Após recepcionar o RN em campos estéreis e aquecidos, colocá-lo, na posição supina, com ligeiro cefalo-declive, sob calor radiante. Passos Iniciais 2) Manter as vias aéreas pérvias: - Posicionamento adequado do RN com leve extensão do pescoço; - O uso de coxim é opcional. Passos Iniciais • Aspiração da boca e, depois das narinas – a sucção vigorosa e prolongada pode produzir reflexo vagal com bradicardia e/ou apnéia • Se houver mecônio no LA (líquido amniótico) pode ser necessária a aspiração traqueal sob visualização direta Passos Iniciais 3) Secar e remover os campos úmidos 4) Avaliar as condições do paciente - Respiração - Frequência cardíaca - Cor (valorizar cianose central) Nesta primeira etapa da reanimação devem ser gastos, no máximo 30 segundos. Aspiração Traqueal Boletim de Apgar 0 1 2 FC Ausente < 100 ≥ 100 FR Ausente Fraca/Irregular Choro /forte Tônus muscular Flácido Alguma flexão (Braços e Pernas) Mov. Ativo/Boa Flexão Irritabilidade Reflexa Ausente Alguns movimentos Espirros Cor Cianose/ Álido Acrocianose Róseo/ Avermelhado Reanimação neonatal • Avaliação do RN: 1) Respiração 2) Frequência cardíaca 3) Cor Reanimação Neonatal Oferta de oxigênio: O2 inalatório Ventilação com pressão positiva com máscara ou tubo traqueal Reanimação neonatal • Indicação de VPP: Ventilação com Pressão Positiva Indicações de Intubação Traqueal 1) Bebê deprimido banhado em LAM 2) Ventilação com balão e máscara prolongada ou ineficaz 3) Hérnia diafragmática 4) Quando é necessária a realização de MCE ou administração de drogas 5) PT < 1250g para administração de surfactante pulmonar Intubação Traqueal • Material: - Laringoscópio com lâminas retas 0 e 1 - Cânulas traqueais nºs 2,5; 3; 3,5 e 4 - Material para aspiração - Esparadrapo – “Bigode” - CFR (Continuous flow reviver) - Estetoscópio CFR Intubação Traqueal Indicação de Massagem Cardíaca (MCE) • A bradicardia neonatal é, em geral, resultado da expansibilidade pulmonar insuficiente e hipoxemia acentuada • A MCE só está indicada se após 30 segundos de VPP o RN apresentar FC < 60 bpm Técnica da MCE Medicações • O uso de medicações na reanimação neonatal é excepcional, desde que a ventilação e MCE sejam realizadas de forma efetiva. • Vias: traqueal, veia umbilical, via intra- óssea Medicações • Adrenalina –1:10.000 (1:9) • Expansores de volume: SF ou Ringer lactato Adrenalina • Dose: 0,1-0,3 mL/kg/dose da solução a 1/10.000 (0,01 – 0,03 mg/kg)-diluição em soro fisiológico e NÃO EM ÁGUA DESTILADA por via endotraqueal (UMA ÚNICA VEZ) e a seguir, se necessário, endovenosa (0,1 a 0,3 mL/kgdose) • Expansores de volume • Solução fisiológica ou Ringer lactato • Volume: 10ml/kg em 5 a 10 minutos • Veia umbilical USO DO BICARBONATO DE SÓDIO Outra grande mudança: o uso do bicarbonato de sódio é controverso (raramente é necessário). Não deve ser usado no início da reanimação, pois pode piorar o estado clínico do RN. A sua hiperosmolaridade e a geração de gás carbônico promovidas pelo bicarbonato podem ser deletérias às funções miocárdica e cerebral do RN. Se for decidido pelo seu uso (RN que não melhora com nada), garantir a ventilação efetiva. A dose seria de 2mEq/kg, sempre por via endovenosa, em veia calibrosa, com infusão por período superior a 5 minutos. Não há mais necessidade de se deixar preparada seringa com bicarbonato de sódio na Sala de Parto. -NALOXONE (antagonista de opióide) Não há evidências para o seu uso no RN. Se o RN apresentar apnéia por uso materno de opióide usado 4 horas antes do parto, priorizar a ventilação. Não há necessidade de sair correndo para fazer o naloxone. Se optar pelo seu uso, fazê-lo por via endovenosa. REANIMAÇÃO PROLONGADA Na reanimação prolongada, verificar sempre a efetividade das técnicas. Se o RN persistir ruim, considerar malformações de vias aéreas, pulmonares, pneumotórax, hérnia diafragmática, cardiopatia congênita. APÓS 10 MINUTOS DE ASSISTOLIA COM A REANIMAÇÃO COMPLETA E BEM FEITA, INTERROMPER A REANIMAÇÃO. BIBLIOGRAFIA 1- Manual de Reanimação da SOPERJ 2- UNICAMP. Manual de Neonatologia UNICAMP. São Paulo: Revinter, 1998. 3- Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Saúde. Coordenação Materno- Infantil. Assistência de Enfermagem ao RN. Rio de Janeiro: MS, 1999. 4-TAMEZ, R.N.; SILVA, M.J.P. Enfermagem na UTI Neonatal- Assistência ao RN de alto risco. 2ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002. 5- WONG, D. L. Enfermagem Pediátrica- Elementos Essenciais à Intervenção Efetiva. 8ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. 6- BOWDEN, V. R. & GREENBERG, C. S. Procedimentos de Enfermagem Pediátrica. RJ. Guanabara Koogan, 2005. 7 KENNER, Carole. Enfermagem neonatal / CaroleKenner; [tradução da 2 ed. Original]; revisão técnica, Maria Isabel Carmagnani. Rio de Janeiro: Reichmann&Affonso Editores, 2001. Obrigado!!!
Compartilhar