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02 Aptidão Física, bem estar, estilo de vida e envelhecimento

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02 – Aptidão Física, Bem-estar, estilo de vida e envelhecimento 
Aptidão Física (fitness) e Bem-Estar (Wellness) 
Os termos “fitness” e “Wellness” são bastante utilizados por profissionais de Educação Física. Compreender seus significados e as diferenças entre eles é importante para o aluno do Curso de Educação Física. Além disso, os estilos de vida que as pessoas adotam têm relação direta com a sua saúde, e entre os comportamentos considerados positivos está a realização de atividades físicas regularmente. Ao longo da vida e especialmente na maturidade, indivíduos fisicamente ativos têm menos riscos de desenvolver diversas doenças, vivendo mais (longevidade) e melhor. Esses assuntos serão abordados nessa aula.
Na educação física, costuma-se associar aptidão física a “fitness. Conforme Jacó (2005), a perspectiva do “fitness” foi preconizada principalmente nos anos 70 e 80, objetivando-se inicialmente a melhoria da aptidão Cardiorrespiratória . Porém ser/estar apto fisicamente abrange mais do que a capacidade dos sistemas respiratório e cardiovascular em trabalharem eficientemente durante um exercício de média a longa duração. 
Entre diversos conceitos, a aptidão física foi definida pela Organização Mundial da Saúde como: “A capacidade de realizar trabalho muscular de maneira satisfatória”. Ou seja, um individuo apto fisicamente conseguiria realizar esforços físicos com bom desempenho, sem fadiga excessiva. 
Outra definição foi dada por Bouchard e colaboradores, em 1990 citada por Guiselini (2004): 
“A aptidão física é um estado dinâmico de energia e vitalidade que permite a cada um não apenas a realização das tarefas do cotidiano, das ocupações ativas das horas de lazer e enfrentar emergências imprevistas sem fadiga excessiva, mas também evitar o aparecimento das disfunções hipocinéticas, enquanto funcionando no pico da capacidade Intelectual e sentindo uma alegria de viver”. 
Logicamente, a realização de exercícios físicos torna-se prioritária quando se objetiva aprimorar a aptidão física. A partir dos anos 90 e mais recentemente, na ultima década, muito se tem falado em sentir-se bem, sendo a prática de atividades físicas importantes, porém associada a dimensão física do bem-estar.
Aptidão Física (fitness) e Bem-Estar (wellness)
O bem-estar (também denominado de Wellness) envolve também outras dimensões:
Social: Refere-se ao estabelecimento de relacionamentos sociais enriquecedores e saudáveis com familiares e amigos.
Emocional: Relaciona-se a fatores como autoestima, autoconfiança, inteligência emocional, capacidade para lidar com o estresse e aceitação dos seus limites.
Intelectual: Está direcionada à capacidade de solucionar problemas e usar informações para o seu desenvolvimento.
Espiritual: Relaciona-se ao encontro de significados na vida, desenvolvimento da fé em si mesmo, em alguma religião ou doutrina.
Ou seja, enxergar-se o individuo como um todo, não bastando, para sentir-se bem, conquistar a forma física preconizada pelos meios de comunicação. A aptidão física e o bem-estar relacionam-se entre si, sendo componentes importantes da saúde e da qualidade de vida.
Exemplo: Imagine uma pessoa com excelente aptidão física, porém com dificuldades para estabelecer laços de amizade: a falta de relacionamentos sociais significativos, nesse caso, pode levar à tristeza, ao isolamento e consequentemente, ser prejudicial à saúde e à qualidade de vida desse individuo. 
Aptidão Física relacionada à saúde 
Atualmente, a aptidão física divide-se em: Aptidão física relacionada à saúde e aptidão física relacionada à performance. Essa última refere-se a componentes importantes para um ótimo desempenho em determinadas tarefas, seja esportivas ou laborais:
No final da década de 70, um grupo de especialistas dos Estados unidos introduziu o conceito de aptidão física relacionada à saúde, destacando os cinco componentes que a compõe:
Aptidão Cardiorrespiratória
Resistencia Muscular
Força
Flexibilidade 
Composição Corporal 
Através da prática de exercícios físicos, é possível aprimorá-los, garantindo assim proteção aumentada as doenças crônicas não transmissíveis.
A aptidão física cardiorrespiratória reflete a capacidade do organismo em realizar e manter esforços de média a longa duração, sendo aprimorada com a realização de exercícios aeróbica, envolvendo grandes grupos musculares. 
Indivíduos com aptidão cardiorrespiratória captam e transportam eficientemente o oxigênio e nutrientes aos seus sistemas e órgãos, apresentando também um músculo cardíaco mais forte. Uma boa aptidão cardiorrespiratória protege os indivíduos de doenças cardiovasculares, consideradas atualmente como a causa de morte número um entre adultos no Brasil. 
A força, a resistência muscular localizada e a flexibilidade estão relacionadas à aptidão neuromuscular, ou musculoesquelética, para alguns autores. A força pode ser definida como a capacidade que um musculo ou um grupo muscular tem de exercer tensão para vencer uma determinada resistência. Por exemplo, para carregarmos sacolas de supermercado ou fazermos um exercício abdominal, precisamos ter força na musculatura envolvida nesses movimentos. Já a resistência muscular relaciona-se à capacidade que um músculo ou grupo muscular apresenta para realizar repetidas vezes um determinado movimento sem apresentar fadiga e perder a eficiência. Por tanto, para realizar 20 repetições de exercícios abdominais, o individuo precisará ter força e resistência na musculatura abdominal. A flexibilidade pode ser definida como a amplitude máxima de movimentos que uma articulação pode alcançar, porém, para a saúde, não são recomendados índices muitos elevados de flexibilidade, e sim moderados.
Por exemplo: Quando estamos de pé e com as pernas estendidas levamos nosso tronco à frente, não é necessário encostar a testa aos joelhos. Caso se consiga tocar com as pontas dos dedos no chão, mantendo os joelhos estendidos e a coluna ereta, considera-se que a amplitude deste movimento (flexão do tronco) está adequada à saúde. 
A composição corporal é importante quando se fala em aptidão física relacionada à saúde porque a prática de exercícios regulares auxilia no controle da obesidade, atualmente considerada uma epidemia também no Brasil. 
A quantidade de gordura corporal que um indivíduo tem pode ser reduzida associando-se exercícios e restrição calórica (dieta). Quanto à prática de exercícios, sabe-se que os do tipo “aeróbicos” são importantes para o controle do peso devido ao seu alto gasto calórico, porém, atividades que solicitam força e resistência muscular localizada também devem ser realizadas.
Para indivíduos sedentários ou pouco ativos, as recomendações gerais são para que realizem pelo menos 30 minutos de atividades físicas leves a moderadas diariamente. As prescrições específicas do American College of Sports Medicine (ACSM) para o aprimoramento de cada um dos componentes da aptidão física relacionada à saúde serão detalhadas nas aulas 9 e 10. 
Estilo de vida 
A composição corporal é importante quando se fala em aptidão física relacionada à saúde porque a prática de exercícios regulares auxilia no controle da obesidade, atualmente considerada uma epidemia também no Brasil. 
A quantidade de gordura corporal que um indivíduo tem pode ser reduzida associando-se exercícios e restrição calórica (dieta). Quanto à prática de exercícios, sabe-se que os do tipo “aeróbicos” são importantes para o controle do peso devido ao seu alto gasto calórico, porém, atividades que solicitam força e resistência muscular localizada também devem ser realizadas.
Para indivíduos sedentários ou pouco ativos, as recomendações gerais são para que realizem pelo menos 30 minutos de atividades físicas leves a moderadas diariamente. As prescrições específicas do American College of Sports Medicine (ACSM) para o aprimoramento de cada um dos componentes da aptidão física relacionada à saúde serão detalhadas nas aulas 9 e 10.
O estilo de vida influencia nossa saúde e bem-estar, especialmentea partir da meia-idade (40 – 60 anos). 
Os fatores que afetam negativamente nosso estilo de vida e que podemos controlar são: fumo, álcool, drogas, estresse, alimentação inadequada, isolamento social, sedentarismo, esforços intensos ou repetitivos (levam à fadiga crônica). 
O estilo de vida negativo está fortemente relacionado ao surgimento de doenças crônicas não transmissíveis, tais como: hipertensão arterial, obesidade, diabetes tipo II, câncer e doenças cardiovasculares.
É muito importante citar que a prática regular de atividades físicas auxilia na redução do estresse, pode ser um importante mecanismo de controle de vícios (como o tabagismo) e pode facilitar a escolha por alimentos mais saudáveis. O profissional de Educação Física deve informar à população, juntamente com outros profissionais da área da saúde sobre a importância de hábitos saudáveis, focando seu discurso em recomendações de combate à inatividade física. Para se ter uma ideia dos índices de sedentarismo no Brasil, no último levantamento realizado pelo Ministério da Saúde (Vigitel, 2009) verificou-se que 18,3% dos homens e 8,9% das mulheres são considerados como fisicamente inativos, ou seja, nos últimos três meses não praticaram qualquer atividade física no seu tempo livre, não realizam esforços físicos intensos no trabalho, não se deslocam para o trabalho ou para a escola a pé ou de bicicleta totalizando um mínimo de 10 minutos por dia, e não se envolvem com atividades de limpeza pesada de suas casas.
Envelhecimento 
Para a Organização Mundial da Saúde, é classificado como “idoso” o indivíduo a partir de 60 anos de idade nos países em desenvolvimento, como o Brasil, e a partir de 65 anos nos países desenvolvidos. De acordo com o IBGE (2002) as estimativas para o Brasil nos próximos 20 anos indicam que a população idosa poderá ultrapassar 30 milhões de pessoas, representando cerca de 13% da população. O crescimento da população de idosos é um fenômeno mundial: em 1950, eram cerca de 204 milhões de idosos no mundo, e em 1998, esse contingente representava 579 milhões de pessoas. Os avanços da Medicina, a diminuição das taxas de natalidade, a melhora do saneamento básico e condições de saúde pública ocasionando redução das taxas de mortalidade infantil são alguns dos fatores que explicam o aumento da população de idosos.
O envelhecimento é um processo que acarreta mudanças biológicas, sociais e psicológicas, sendo definido por Vaisberg & Mello (2010) como “o conjunto de mudanças da capacidade adaptativa de células, órgãos e sistemas, de forma que os mecanismos de equilíbrio orgânico (homeostase) se tornem mais vulneráveis, caracterizando a senescência, estado em que a reserva funcional está diminuída”.
Benefícios da prática de atividades físicas para idosos:
A prática regular de atividades físicas traz inúmeros benefícios para os idosos, resultando em um envelhecimento mais saudável e com maior qualidade de vida. Entre eles, pode-se destacar:
- Melhoria da eficiência e da aptidão cardiorrespiratória, gerando mais disposição e menor risco de doenças cardiovasculares;
- Menor perda da massa muscular ou manutenção da mesma, possibilitando a realização de atividades da vida diária com mais eficiência e reduzindo o risco de lesões;
- Melhoria ou manutenção dos índices de flexibilidade, o que é importante também na realização de atividades da vida diária;
- Menor perda ou manutenção do equilíbrio e da coordenação motora, fatores importantes na prevenção de quedas;
- Redução da ansiedade, do estresse, do risco de depressão;
- Aumento da autoestima, da autoconfiança, da percepção de bem-estar;

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