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Ferramentas da Qualidade Profª. Juliana de Lima Brito Juliana.brito@ffassis.edu.br Teixeira de Freitas 2014 1 1 – FERRAMENTAS DA QUALIDADE A gestão da qualidade dispõe de diversas ferramentas que podem ser utilizadas pelas organizações para melhoria nos processos e resolução de problemas, auxiliando na coleta e análise de dados. 1 – FERRAMENTAS DA QUALIDADE Estas podem ser divididas em: Ferramentas de controle ou básicas da qualidade; Ferramentas gerenciais ou de planejamento da qualidade. 1.1 – FERRAMENTAS BÁSICAS As Sete Ferramentas Básicas são: Fluxograma Histograma Diagrama de Pareto Diagrama de Causa e Efeito Folha de verificação Diagrama de dispersão Gráfico de controle FLUXOGRAMA É a representação gráfica de um processo de forma simples, mostrando a seqüência dos estágios do processo. O fluxograma também mostra o que é realizado em cada etapa, a entrada e saída de materiais ou serviços, as decisões que devem ser tomadas e as pessoas envolvidas. FLUXOGRAMA O fluxograma torna mais fácil a análise de um processo pela identificação: das entradas e de seus fornecedores; das saídas e de seus clientes; de pontos críticos do processo. FLUXOGRAMA Há muitos tipos diferentes de fluxograma. Cada um para cada aplicação específica. Exemplos: 1. Diagrama de blocos; 2. O fluxograma padrão da American National Standards Institute (ANSI); 3. Fluxogramas funcionais; 4. Fluxogramas geográficos. DIAGRAMA DE BLOCOS O diagrama de blocos é o mais simples dos fluxogramas, indicando apenas as atividades realizadas sem diferenciá-las por tipos. Visualização rápida do processo; Pode ser horizontal ou vertical; Possui frases curtas que identifiquem as atividades realizadas. DIAGRAMA DE BLOCOS Figura 1 – Diagrama de blocos para realizar um churrasco. FLUXOGRAMA PADRÃO ANSI Um fluxograma padrão ANSI fornece uma compreensão detalhada de um processo, superior a de um diagrama de blocos. O diagrama de blocos normalmente é usado como ponto de partida, e um fluxograma padrão é usado para detalhar as atividades dentro de cada bloco, até o nível desejado do detalhe. FLUXOGRAMA PADRÃO ANSI Figura 2 – Simbologia do padrão ANSI. FLUXOGRAMA PADRÃO ANSI Figura 3 – Fluxograma para cortar o cabelo. FLUXOGRAMAS FUNCIONAIS Constitui um outro tipo de fluxograma. Ele retrata o movimento entre as diferentes áreas de trabalho, uma dimensão adicional que se torna particularmente útil quando o tempo de ciclo é um problema. Um fluxograma funcional pode ser elaborado com blocos quanto com símbolos padrões. Figura 4 – Fluxograma funcional FLUXOGRAMA GEOGRÁFICO Um fluxograma geográfico, ou superposto ao layout físico, analisa o fluxo físico das atividades. Ele ajuda a visualizar o tempo desperdiçado na movimentação de materiais entre os postos de trabalho. FLUXOGRAMA GEOGRÁFICO Figura 5 – Fluxograma geográfico HISTOGRAMA É uma ferramenta estatística que fornece uma descrição gráfica de dados quantitativos, agrupados em classes de freqüência, apresentando a variação da frequência dos dados de forma visual. HISTOGRAMA O histograma permite compreender, rapidamente, o comportamento de um conjunto de dados, o que não seria possível em tabelas convencionais ou listagem de números. Figura 6 – Exemplo de um histograma. HISTOGRAMA Tabela 1 - Dados amostrais. Figura 7 - Histograma. PASSOS PARA ELABORAÇÃO DO HISTOGRAMA EXEMPLO: Uma empresa pretende adquirir uniformes para todos os seus 400 colaboradores do sexo masculino. Como as pessoas possuem diferentes estaturas, precisam de uniformes de tamanhos diferentes. Ao invés de medir a altura de todos os funcionários, o que levaria muito tempo e daria muito trabalho, a empresa decidiu utilizar um método estatístico, neste caso, o histograma. PASSOS PARA ELABORAÇÃO DO HISTOGRAMA Primeiro passo: determinação da amostra. A amostra deve ser obtida da forma mais aleatória possível, de maneira que possa representar a totalidade dos funcionários. Assim, a empresa optou por uma amostra de 55 funcionários, conforme apresentado no quadro a seguir. PASSOS PARA ELABORAÇÃO DO HISTOGRAMA Tabela 2 – Dados amostrais das alturas de 55 funcionários. PASSOS PARA ELABORAÇÃO DO HISTOGRAMA Segundo passo: cálculo da amplitude. A amplitude é a diferença entre o maior e o menor valor dos dados. Desta forma, a amplitude é dada pela diferença da altura entre o funcionário mais alto e o funcionário mais baixo. PASSOS PARA ELABORAÇÃO DO HISTOGRAMA Amplitude = 1,99m – 1,47m Amplitude = 0,52m = 52cm PASSOS PARA ELABORAÇÃO DO HISTOGRAMA Terceiro passo: escolha o número de classes (K). Deve-se definir o número de classes a ser utilizado no histograma, ou seja, o número de faixas de variação a ser lançado no gráfico. PASSOS PARA ELABORAÇÃO DO HISTOGRAMA O número de faixas não deve ser muito grande, de forma a dispersar demasiadamente os dados; nem muito pequeno, de forma a descaracterizar o histograma. PASSOS PARA ELABORAÇÃO DO HISTOGRAMA O número de classes depende do tamanho da amostra e é dado pela fórmula: K = 1 + 3,3 . log n Como n = 55, K = 6,74 Adota-se k= 7 PASSOS PARA ELABORAÇÃO DO HISTOGRAMA Quarto passo: cálculo do intervalo das classes. O intervalo entre as classes é calculado dividindo-se a amplitude pelo número de classes, de acordo com a fórmula a seguir: Intervalo = Amplitude N° de classes 52cm = 7,43 = 8cm = 0,08m 7 PASSOS PARA ELABORAÇÃO DO HISTOGRAMA Quinto passo: cálculo dos extremos das classes. a) Selecionar o menor valor da amostra e, se for conveniente para facilitar os cálculos, arredondar para baixo. No exemplo, o funcionário mais baixo mede 1,47m. Arredondando para 1,45, tem-se o limite inferior (LI) da primeira classe. PASSOS PARA ELABORAÇÃO DO HISTOGRAMA b) Para determinar o limite superior (LS) da primeira classe, basta somar o valor do intervalo de classe (H), conforme apresentado abaixo: LS = LI + Intervalo PASSOS PARA ELABORAÇÃO DO HISTOGRAMA LS = 1,45cm + 0,08cm = 1,53cm Os limites das demais classes são calculados de forma análoga aos limites da primeira classe, através da fórmula anterior. PASSOS PARA ELABORAÇÃO DO HISTOGRAMA Sexto passo: montar o histograma. Contar o número de elementos de cada classe, montar a tabela e o histograma. Tabela 3 – Dados amostrais. PASSOS PARA ELABORAÇÃO DO HISTOGRAMA Figura 8 – Histograma do exemplo. DIAGRAMA DE PARETO É um gráfico de barras verticais que apresenta dados em ordem de importância, de modo a determinar as prioridades para resolução de problemas. É um gráfico utilizado para classificar causas em ordem de frequência, como defeitos, não-conformidades e etc. DIAGRAMA DE PARETO O diagrama é composto por um gráfico de barras que ordena as frequências das ocorrências em ordem decrescente, e permite a localização de problemas vitais e a eliminação de futuras perdas. Baseia-se no princípio de que a maioria das perdas tem poucas causas, ou, que poucas causas são vitais, a maioria é trivial. DIAGRAMA DE PARETO Este princípio pode ser expresso de várias formas: Algumas causas geram a maior parte dos defeitos; Alguns consumidores concentram a maior parte da demanda; Alguns defeitos são responsáveis pela maioria das reclamações. DIAGRAMA DE PARETO Para o Diagrama ser aplicado, é importante seguir os passos básicos: Determine o tipo de perda que você quer investigar; Especifiqueo aspecto de interesse do tipo de perda que você quer investigar; DIAGRAMA DE PARETO Organize uma folha de verificação com as categorias do aspecto que você decidiu investigar; Preencha a folha de verificação; Faça as contagens, organize as categorias por ordem decrescente de frequência, agrupe aquelas que ocorrem com baixa frequência sob denominação “outros” e calcule o total; Calcule as frequências. DIAGRAMA DE PARETO EXEMPLO Uma empresa fabrica e entrega seus produtos para várias lojas de varejo e quer diminuir o número de devoluções. Para isto, investigou o número de ocorrências geradoras de devolução da entrega no último semestre, conforme apresentado na tabela: DIAGRAMA DE PARETO Tabela 4 – Dados do problema. Figura 9 – Diagrama de Pareto. DIAGRAMA DE PARETO EXEMPLO 2 Numa central telefônica de uma grande empresa, havia a sensação de saturação do sistema utilizado. Para melhor representar o que ocorria foi realizado um acompanhamento com as telefonistas que teriam que responder aos problemas, em que números ocorriam e lançá- los na Lista de Verificação. Figura 10 – Diagrama de Pareto. DIAGRAMA DE PARETO Como é possível notar pelo gráfico o defeito “Linha ruidosa” (defeito nas uniões dos fios telefônicos ou emendas mal feitas) representa 49% de todos os defeitos ocorridos no período E que os dois maiores defeitos “Linha ruidosa” e “Linha Aberta” (deixar o telefone fora do gancho) representam juntos 70% de todos os defeitos. Corrigindo estes dois defeitos teremos uma melhoria de 70% no sistema. DIAGRAMA DE PARETO Figura 11 – Diagrama de Pareto. DIAGRAMA DE PARETO O diagrama de Pareto também pode ser utilizado de forma estratificada, ou seja, a freqüência dos defeitos pode ser analisada segundo suas potenciais causas-raiz. DIAGRAMA DE PARETO Figura 12– Diagrama de Pareto estratificado para o atraso na entrega de material por loja. DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO Também conhecido como gráfico “espinha de peixe” ou diagrama de Ishikawa. É uma maneira simples de descrever e analisar um problema decompondo-o em suas diversas prováveis causas. DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO É estruturado de maneira que o problema fica ao longo de uma linha central da qual partem ramificações com as possíveis causas, lembrando uma espinha de peixe. Estas possíveis causas são agrupadas em categorias. Para produtos são 6M: método, mão-de-obra, material, máquina, meio ambiente, medidas. DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO Alguns autores consideram como 7M adicionando a categoria manutenção. Para processos são 4P: política, procedimento, pessoal e planta. DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO Após a identificação das possíveis causas do problema, identifica-se as causas mais frequentes e mais prováveis para buscar a solução. Uma limitação importante é por ser subjetivo cada grupo elabora um gráfico diferente. Dificilmente serão gerados gráficos iguais. Figura 13– Diagrama de Causa e Efeito. FOLHA DE VERIFICAÇÃO Ou Lista Verificação ou Check List é usada para registrar informações sobre o desempenho de um processo e acompanhar defeitos em itens ou processos. FOLHA DE VERIFICAÇÃO O modelo visual que a folha determina permite rápida percepção de como o processo se desenvolve e imediata interpretação da situação atual em que ele se encontra. Tabela 5 – Exemplo de folha de verificação. Tabela 6 – Exemplo de folha de verificação. DIAGRAMA DE DISPERSÃO Ou diagrama de correlação permite visualizar o comportamento de determinado item em relação a duas variáveis quantificáveis. Não se pode afirmar que uma variável influencia a outra, mas é possível estabelecer se uma correlação existe e em que intensidade. DIAGRAMA DE DISPERSÃO O diagrama é construído de forma que o eixo horizontal representa os valores medidos de uma variável e o eixo vertical represente os valores da outra variável. Figura 14 – Exemplo de diagrama de dispersão. TIPOS DE CORRELAÇÃO Figura 15 – Exemplo de correlação linear positiva. TIPOS DE CORRELAÇÃO Figura 16 – Exemplo de correlação linear negativa. TIPOS DE CORRELAÇÃO Figura 17 – Exemplo de correlação não linear. GRÁFICO DE CONTROLE Ou cartas de controle são gráficos que são utilizados para verificar se o processo permanece com um desempenho previsível (ou estável), ou se são necessárias ações sobre o mesmo. É a ferramenta básica para o CEP. GRÁFICO DE CONTROLE Elementos de um gráfico de controle: um gráfico cartesiano, onde o eixo horizontal representa o tempo, as amostras etc e, o vertical, o valor da característica; um conjunto de valores (pontos) unidos por segmentos de reta; três linhas horizontais: limite inferior de controle, limite superior de controle e linha média. Figura 18 – Exemplo de gráfico de controle. PROCESSO PREVISÍVEL, ESTÁVEL OU SOB CONTROLE Figura 19 – Exemplo de gráfico de controle com dados estáveis. PROCESSO IMPREVISÍVEL, INSTÁVEL OU FORA DE CONTROLE Figura 20 – Exemplo de gráfico de controle com dados instáveis. OBRIGADA PELA ATENÇÃO! 70
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