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CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO MEDIDA E AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA CENTRO UNIVERSITÁRIO ESTÁCIO DO CEARÁ CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA MEDIDA E AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA 2014 2 CEARÁ MEDIDA E AVALIAÇÃO EM EDUCAÇÃO FÍSICA 3 SUMÁRIO ANEXO 1.......................................................................................................................................110 ANEXO 2.......................................................................................................................................121 ANEXO 3.......................................................................................................................................124 INTRODUÇÃO .......................................................................................................................... 4 PONTOS DE REFERÊNCIA ANTROPOMÉTRICOS .......................................................... 17 LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS ANTROPOMÉTRICOS .................................................... 20 MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS ........................................................................................ 32 Definição ............................................................................................................................. 32 Classificação ........................................................................................................................ 32 Recomendações.................................................................................................................... 33 Medidas lineares .................................................................................................................. 34 Estatura ou Altura ................................................................................................................ 34 Altura total ........................................................................................................................... 37 Envergadura .......................................................................................................................... 38 MEDIDAS TRANSVERSAIS OU DIÂMETROS ................................................................... 38 Definição ............................................................................................................................. 38 Precauções ........................................................................................................................... 40 Locais padronizados para medições de diâmetros: ................................................................ 40 MEDIDAS DE CIRCUNFERÊNCIAS OU PERÍMETROS ................................................... 44 Definição ............................................................................................................................. 44 Material ............................................................................................................................... 44 Precauções ......................................................................................................................... 45 ÍNDICES ANTROPOMÉTRICOS DE SAÚDE............................................................................55 Índice de massa corporal (IMC) ............................................................................................ 51 Relação cintura quadril (RCQ) ............................................................................................. 55 Índice de Conicidade (IC)..................................................................................................... 58 DOBRAS CUTÂNEAS.....................................................................................................................68 Locais padronizados para medições de dobras cutâneas ........................................................ 64 Fórmulas para estimativa da densidade corporal/percentual de gordura corporal ................... 69 ANALISE DA POSTURA CORRETA E SUAS IMPLICAÇÕES .......................................... 81 4 1 INTRODUÇÃO O objetivo desta apostila é discutir como um programa de medidas e avaliação pode assumir um papel de capital importância no processo de ensino aprendizagem, como e quando empregar técnicas e instrumentos para medir e avaliar determinadas características ou habilidades com precisão, resultando em um processo calcado em bases científicas, dando, desta forma, origem a um trabalho mais credível. Com o aumento de informação sobre atividade física, cada vez mais pessoas descobrem que o exercício é um meio saudável, para ajudar a evitar doenças hipocinéticas (coronarianas, hipertensão arterial, diabetes, osteoporose e etc.) se obter o máximo das capacidades mentais e se sentir bem, energético, alegre e etc. A Avaliação da Aptidão Física vem sendo amplamente estudada, tanto para fornecer informações e/ou classificações e, como forma de desenvolver uma melhor análise dos efeitos de treinamento com particular atenção ao crescimento e desenvolvimento do ser humano através da determinação dos índices de Aptidão Física Geral. Delgado (2004), em sua monografia apresentada na Universidade Federal do Maranhão, procurou selecionar dentre os inúmeros protocolos, testes e medidas, aqueles que pelas suas características tivessem uma maior adequação às condições de trabalho dos profissionais de educação física, dados que foram compilados e colocados neste trabalho. Uma boa avaliação física depende da analise de muitas variáveis: antropométricas; composição corporal; análise postural; avaliações metabólicas e neuromusculares; avaliações nutricionais, psicológica e social. Estas duas últimas são essenciais para que um programa de treinamento tenha pleno sucesso, porque nos dão acesso aos hábitos e à personalidade da pessoa. Delgado (2004) afirma ainda, que uma avaliação bem feita é aquela em que utiliza critérios e protocolos bem selecionados, fornecendo dados quantitativos e qualitativos que indique, através de análises e comparações, a real situação em que se encontra o avaliado. Em meio a tanto conhecimento técnico-científico, não se pode mais permitir a utilização do protocolo do "achismo", ainda empregado por alguns profissionais em suas avaliações. Só é 5 possível fazer um programa de exercícios com qualidade e segurança com uma avaliação física em que se utilize metodologia, protocolos e critérios de avaliação adequados. Além disso, as avaliações devem ser periódicas e sucessivas, permitindo uma comparação para que possamos acompanhar o progresso do avaliado com precisão, sabendo se houve evolução positiva ou negativa. Dessa forma, é possível reciclar o programa de treinamento e estabelecer novas metas. 6 2 MEDIDA E AVALIAÇÃO 2.1 CONCEITOS BÁSICOS A seguir serão definidos alguns dos conceitos básicos, relacionados à avaliação da aptidão física. Testes: Marins (1998) define teste como: “...instrumento, procedimento ou técnica usada para se obter uma informação”. Já Carnaval (1997) diz que é “... uma pergunta ou um trabalho específico utilizado para aferir um conhecimento ou habilidade da pessoa que se mede...”. Segundo o dicionário Aurélio, “teste é o conjunto de provas que se aplicam a indivíduos para se apreciar o seu desenvolvimento mental, aptidão e outras, provas que se executam para aferir a eficiência ou os outros efeitos de determinadas substâncias”.Um teste pode ser considerado como tentativa para determinar o grau de certas qualidades ou condições que formam a base para a tomada de decisões. Na realidade, na vida diária constantemente testa-se ou coleta-se informações. Medidas “...É o processo utilizado para coletar as informações obtidas pelo teste, atribuindo um valor numérico aos resultados...” (MARINS, op cit). “É uma técnica que fornece, através de processos precisos e objetivos, dados quantitativos que exprimem, em bases numéricas, as qualidades que se deseja medir. Ela proporciona dados crus”. Carnaval (op cit). Medir significa determinar a quantidade, a extensão ou grau de alguma coisa, tendo como base um sistema de unidades convencionais. O resultado de uma medida se refere sempre ao aspecto quantitativo do fenômeno a ser descrito. O que medir? - Por que medir? - Como medir? Somente a partir destes conhecimentos poderemos delimitar com clareza a atuação e limitação das diversas formas de medida. Análise: São técnicas que permite visualizar a realidade do trabalho que se desenvolve, criando condições para que se entenda o grupo e situe-se um indivíduo dentro deste grupo. São exemplos de analises comparações entre as medidas de um indivíduo com as medidas padrões e as medidas relativas dele com ele mesmo e ocasiões diferentes. 7 Avaliação “É um processo pelo qual, utilizamos as medidas, se pode subjetivamente e objetivamente, exprimir critérios. A avaliação julga o quanto foi eficiente o sistema de trabalho com um indivíduo ou com um grupo de indivíduos.” (CARNAVAL, op.cit) “Determina a importância ou valor da informação coletada. Deve refletir a filosofia, as metas e os objetivos do profissional, faz comparações com algum padrão.” De modo geral, podemos dizer que avaliação é julgar ou fazer a apreciação de alguém ou alguma coisa, tendo como base uma escala de valores. Assim sendo, avaliar consiste na coleta de dados quantitativos e qualitativos e na interpretação desses resultados com base em critérios previamente definidos, fornecendo subsídios capazes de favorecer o desenvolvimento e a aplicação de conhecimentos. Para FARINATTI & MONTEIRO (op. cit, p.194) a avaliação abrange um aspecto qualitativo, podendo tomar dimensões de grande ou pequena complexidade em função de: - Objetivos propostos; - Condições de trabalho; - Seleção dos procedimentos. O investigador experiente deve avaliar um dado sob diversos prismas e tentar detectar qual o caminho mais aconselhado a ser colocado em prática. Podemos exemplificar uma avaliação quando dizemos a nota da prova é regular em consideração a média das notas dos alunos de uma determinada classe, ou que o percurso realizado pelo aluno, de acordo com o seu sexo e faixa etária é classificado como bom. 2.2 TIPOS DE AVALIAÇÕES Dependendo do objetivo, o avaliador pode lançar mão de três tipos de avaliação: Diagnóstica, Formativa e Somativa. Avaliação diagnóstica: Nada mais é do que uma análise dos pontos fortes e fracos do indivíduo, ou da turma, em relação a uma determinada característica. Esse tipo de avaliação, comumente efetuado no início do programa, ajuda o profissional a calcular as necessidades dos indivíduos e, elaborar o seu planejamento de atividades, tendo como base essas necessidades ou, então a dividir a turma em grupos (homogêneos ou heterogêneos), visando facilitar o processo de assimilação de tarefas propostas. 8 Avaliação Formativa: Este tipo de avaliação informa sobre o progresso dos indivíduos, no decorrer do processo ensino aprendizagem, dando informações tanto para os indivíduos quanto para os profissionais, indicando aos profissionais se ele está ensinando o conteúdo certo, da maneira certa, para as pessoas certas e no tempo certo. A avaliação é realizada quase que diariamente, quando a performance do indivíduo é obtida, avaliada e em seguida é feita uma retroalimentação, apontando e corrigindo os pontos fracos até atingir os objetivos propostos. Avaliação Somativa: Refere-se aos instrumentos que pretendem avaliar o final de um processo de aquisição de um conteúdo. É a soma de todas as avaliações realizadas no fim de cada unidade do planejamento, com o objetivo de obter um quadro geral da evolução do indivíduo. 2.3 PRINCÍPIOS DAS MEDIDAS E AVALIAÇÕES Para que um programa de medidas e avaliações tenha sucesso, deve-se ter em mente certos princípios que são fundamentais durante o processo de medidas e avaliações: A avaliação é um processo contínuo e sistemático, Portanto, ela não pode ser esporádica, mas, ao contrário, deve ser constante e planejada. Nessa perspectiva, a avaliação faz parte de um sistema mais amplo que é o processo ensino aprendizagem, nele se integrando. A avaliação é funcional, porque se realiza em função de objetivos, ou seja, para se avaliar, efetivamente, todas as medidas devem ser conduzidas com os objetivos do programa em mente. Devem ser conduzidos e supervisionados por profissionais treinados. Não é qualquer pessoa que pode administrar efetivamente um programa de medida e avaliação, as decisões poderão afetar importantes aspectos da vida de um indivíduo. A avaliação é integral, pois, os resultados devem ser interpretados em termos do indivíduo como um todo: social, mental, físico e psicológico; Se um indivíduo sai-se mal num teste, o profissional consciente irá verificar quais as razões que levaram a tal resultado e, na medida do possível e se necessário, prover assistência especial a pessoa. As razões de resultados "fracos" em um teste físico podem ser várias; entretanto, se a razão for física, o bom 9 profissional deverá descobrir qual o ponto fraco do indivíduo e dirigir um programa para que ele possa superar tal deficiência (Kirkendall et ai, 1980). A avaliação é orientadora, pois não visa eliminar alunos, mas orientar o seu processo de aprendizagem para que possam atingir os objetivos propostos. Tudo que existe pode ser medido, em outras palavras, qualquer assunto incluído em um programa de Educação Física deve ser medido. Nenhum teste ou medida é perfeito; os profissionais, às vezes, depositam tanta confiança nos testes e medidas que acabam acreditando que eles são infalíveis. Deve-se usar sempre o melhor teste possível, mas ter sempre em mente que podem existir erros. Não há teste que substitua o julgamento profissional, este talvez seja o mais importante princípio da avaliação. Como problema de fato, a avaliação é julgamento. Algumas vezes os profissionais tentam substituir medidas objetivas por julgamentos, entretanto, as primeiras não podem nunca tomar o lugar dos segundos. Se não houvesse lugar para o julgamento em medidas e avaliação, então o profissional poderia ser substituído por uma máquina ou por um técnico. Por outro lado, julgamentos feitos sem dados substanciais são sempre inaceitáveis. As medidas fornecem os dados que levam o profissional a fazer um melhor julgamento ou tomar uma melhor decisão Deve sempre existir a reavaliação para se observar o desempenho. Se a habilidade inicial do indivíduo não for medida, então não se terá conhecimento sobre o seu desempenho no programa de Educação Física. Não é possível reconhecer as necessidades do indivíduo sem se saber por onde começar, como, também, não se pode determinar o que os indivíduos aprenderam ou melhoraram, se não se souber em que nível eles estavam antes de começar o programa. Se a habilidade dos indivíduos for medida somente no fim da unidade, aula ou semestre, o teste só vai informar onde eles estão naquele espaço de tempo, isto é, não irá esclarecer nada sobre os efeitos que o programa exerceu nos mesmos.Em outras palavras, se não forem medidos tanto o começo como o final do programa, os métodos e materiais empregados permanecerão desconhecidos, sem que possam ser avaliados. Usar os testes que mais válidos, fidedignos e objetivos e que se aproximam da situação da atividade. Os testes devem refletir as situações da atividade. Por exemplo, um jogador de futebol chuta a gol, tendo por objetivo que a bola entre na meta. O teste deve ser 10 construído de tal maneira que, com um certo número de tentativas, o indivíduo deva chutar a bola a uma determinada distância e atingir um alvo. 2.4 TÉCNICAS E INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO A Educação Física é uma disciplina que visa o desenvolvimento, ou aperfeiçoamento, do indivíduo na sua totalidade, isto é, nos aspectos biológicos, psíquicos e sociais. Para determinar se os objetivos estão, ou não, sendo alcançados, diferentes técnicas e instrumentos de avaliação devem ser empregados, para se poder medir e avaliar o indivíduo como um todo. Assim, é conveniente conceituar o que é técnica e o que é instrumento. Técnica: é o método usado para se obter as informações. Instrumento: é o recurso usado para se obterem as informações: Basicamente há três técnicas para se obterem as informações: observação, inquirição e testagem. Técnicas de avaliação Observação Segundo o dicionário, observar é: olhar atentamente; examinar com minúcias; espreitar; estudar; cumprir, respeitar as prescrições ou preceitos de; obedecer a; praticar; usar; ponderar; notar. A observação é uma técnica que permite ao profissional conseguir informações sobre atitudes, hábitos de estudo, ajustamento social, qualidade de liderança e habilidades físicas, podendo ser empregada também, em menor escala, para se obter informações acerca de habilidades cognitivas. Quando do contato com os indivíduos, durante as sessões de atividades físicas, tem-se uma excelente oportunidade para observar os comportamentos que não são considerados como sendo normais; estes devem ser registrados a fim de ser estudados e, se possível, solucionados. Para se fazer uma análise objetiva, devem ser empregados instrumentos adequados para registrar o que foi observado. Entre os instrumentos de observação, os mais utilizados na Educação Física são: Anedotário, Lista de checagem, Escala de classificação. 11 2.5 PLANEJAMENTO E ADMINISTRAÇÃO DA AVALIAÇÃO A construção de um programa de avaliação pressupõe que se tenha definido, a priori, alguns parâmetros básicos. Definir o plano de avaliação, sua filosofia, seus princípios, sua estrutura e sua finalidade, deve anteceder, sempre, qualquer elaboração programática. Para que um programa de avaliação funcione adequadamente e forneça, a quem o utiliza, informes verdadeiros e consistentes, capazes de produzir dados utilizáveis, sobretudo quando se lida com a área do movimento humano em toda a sua potencialidade atualmente explorada, é indispensável que haja uma administração adequada do processo. O êxito depende de uma série de diferentes e cuidadosas atitudes, nas quais, havendo falha em um segmento, o todo fica comprometido, e que podem ser grupados em três momentos interdependentes e seqüenciais: Fase de preparação, Fase de aplicação dos testes e Fase de análise. Sendo a avaliação um processo que pressupõe a aplicação de testes, a coleta dos resultados e o seu tratamento e interpretação analítica, em etapas periódicas, é necessária uma absoluta segurança de atuação durante todo o processo, mantendo-se rígidas diretrizes, passíveis de serem expressão fiel dos indicadores que nortearão a interpretação dos resultados, para que possam orientar o processo de utilização, seja num contexto formativo- educativo, seja num de manutenção ou de recuperação ou de reeducação. Fase de preparação, geralmente os testes padronizados são organizados em baterias e comercialmente distribuídos. Há perguntas que não podem deixar de ser respondidas: Avaliar o que? Quem avaliar? Com que avaliar? Para que? Quando e onde avaliar? Como? e submetê-los à aprovação segundo determinado critério. Avaliar o que? Dentre as variáveis de condicionamento que podem ser treinadas na escola e/ou academias, podemos citar: • Variáveis Médicas - Histórico médico - Pressão arterial, freqüência cardíaca, temperatura; - Níveis de lipídios sanguíneos, glicose e etc • Variáveis Cineatropométricas - Composição corporal – Somatotipo - Proporcionalidade - Estado nutricional - Crescimento e desenvolvimento • Variáveis Metabólicas (cardiopulmonares) - Sistema energético aeróbico - Sistema energético anaeróbico alático - Sietama energético anaeróbico lático • Variáveis Neuromusculares - Força - Potência - Resistência muscular 12 localizada e flexibilidade • Variáveis Psicomotrizes - Velocidade - Coordenação - Ritmo - Agilidade - Equilíbrio - Descontração • Variáveis Técnicas - Biomecânica do movimento - Eficiência técnica • Variáveis Psíquicas – Ansiedade - Motivação - Inteligência - Personalidade Avaliar quem? Na área da ciência da motricidade humana o quem sempre será um homem que, pela sua situação atual, pode revelar diversas condições que, para o êxito do trabalho, devem ser consideradas. Há questões, nitidamente pessoais, que devem ser respondidas: se há atividade prévia ao teste que possa alterar a fisiologia normal; uso de medicamentos, álcool, fumo o outras drogas; hora e tipo da última alimentação; horas de sono normal e imediatamente anteriores ao teste, e outras. É fundamental, de início, saber se: - Esse homem apresenta ou não algum desvio da normalidade, capaz de interferir no seu agir, seja em que área este agir se posicione/ - Estamos diante de uma pessoa de vida ativa habitual? - De um sedentário? - De um paciente em recuperação de uma patologia? - De um portador de algum tipo de limite: sensorial, comportamental, motor, social, intelectual, cultural, ou de outro tipo? Com o objetivo de direcionar um trabalho mais coerente, Gomes (1995, p.6), realizou a seguinte analise do perfil do perfil das pessoas que praticam atividade física. Quanto aos motivos que o levaram a procurar a atividade física, aparece os seguintes: Social: muitos alunos inicialmente procuram a atividade, principalmente em academias, com a expectativa de um “saudável convívio social”. Moda: esta na moda ter corpos malhados e com o mínimo possível de gordura. Estético: é a busca incessante pelo corpo perfeito, valendo de tudo desde silicone, lipoaspiração, dietas malucas e que podem levar a estados patológicos como anorexia, câncer e etc. Lazer: muitas pessoas procuram a atividade física como um meio de ocupar o seu tempo livre de maneira a lhe proporcionar o tão almejado prazer. Clínicos: normalmente indicados pelos profissionais de saúde, enquadram-se aqui os portadores de vícios posturais e necessidades especiais e de reabilitação, cardíacos, hipertensos, diabéticos, obesos e etc. Preparação física: visando a melhora da condição física, neste grupo podemos definir dois trabalhos distintos a preparação física desportiva e o condicionamento físico para 13 sedentários. Quanto ao estado inicial de condicionamento físico, analisando o comportamento de indivíduos que nunca ou há muito tempo não praticam atividade física periodicamente, observamos que alguns deles, às vezes, podem apresentar um bom nível de aptidão inicial devido a sua carga genética. Portanto, para melhor compreensão, apresentaremos alguns aspectos que de alguma maneira, identificam um baixo nível de aptidão: - Baixa capacidade aeróbica (VO2MAX); - Força reduzida; - Amplitude articularreduzida (flexibilidade); - Baixo nível de coordenação. Avaliar com o que? Muitos são os fatores que irão interferir para realização de uma boa avaliação e o primeiro passo é fazer uma boa medida. Matsudo (1999) no CD-ROM Testes em ciências do esporte, lembrar alguns aspectos que ajudarão bastante nesse sentido. Segundo ele, para analisarmos o nível de aptidão física precisamos medir o maior número de suas variáveis, dentro de uma filosofia de trabalho que use: - Material não sofisticado - Técnicas não complexas - Métodos que possam ser aplicados a grandes grupos Entre os principais equipamentos utilizados na avaliação podemos citar: Esfignomanômetro e Estetoscópio, Balança, Estadiômetro, Fita Métrica, Paquímetro e Compasso de Dobras Cutâneas, Colchonete, Banco de Wells, Cronômetro, Freqüencímetro, Ergômetro (Campo, Banco, Bicicleta Ergométrica e Esteira Rolante), nos parece suficiente para uma avaliação funcional em uma academia, sabendo que se pode ainda utilizar outros instrumentos como a Maquina de Lactato, Bio-impedância e etc.. Os instrumentos de medida deverão merecer especial atenção quanto: Aquisição: devemos selecionar aquele equipamento que mais se ajuste às condições reais de trabalho. Manipulação: procuraremos conhecer o uso adequado do equipamento antes de iniciarmos a operação dos testes propriamente ditos, fato que dará melhor qualidade de medida e um menor tempo de execução. Calibração: todo instrumento de medida deverá ter sua calibração conferida antes do inicio dos testes. Lembre-se que uma simples balança mal calibrada poderá por todo seu trabalho por terra. Conservação: os equipamentos sempre significam um investimento financeiro e prolongar sua vida média de uso é um hábito que o avaliador deve cultivar. Assim, devemos ter 14 atenção com: limpeza adequada; o uso somente por pessoa habilitada ou sob supervisão; manutenção em local seguro, com boas condições de ventilação. Para que avaliar? (objetivos) Dentre os diversos tipos objetivos da avaliação da aptidão física, podemos citar: - Obter informações quanto ao estado inicial do indivíduo ao iniciar um programa de treinamento e ou condicionamento; - Determinar e acompanha o progresso do indivíduo; - Classificar e selecionar os indivíduos; - Impedir que a atividade física seja um fator de agressão; - Motivar no sentido de melhorar sua performance; - Manter padrões de performances e servir como feedback durante o processo de treinamento; - Experiência indivíduo/profissional e diretrizes para pesquisa; WEINECK (1999, p.44) distingue duas formas de avaliação: uma imediata e outra não-imediata. Segundo ele, a avaliação imediata examina os efeitos imediatos após cada sessão de treinamento. A avaliação não-imediata estuda os efeitos de um conjunto de sessões de treinamento, de um período de treinamento e seus efeitos globais. A correlação entre avaliação imediata (ou seja, de minúcias de uma sessão de treinamento) e a avaliação não-imediata (ou seja, de efeitos globais) é de grande importância, porque os efeitos de sessões isoladas não são tão observáveis como o são após algum tempo de treinamento. Os procedimentos de treinamento adotados são descritos objetivamente na documentação de treinamento (Carl em Rothig 1992). A avaliação imediata e a não-imediata do treinamento permitem esclarecer as seguintes questões: - Se os objetivos de uma sessão (ou bloco de sessões) de treinamento foram atingidos; - Se os objetivos correspondem ao potencial para desempenho do grupo ao qual se refere; - Se as condições locais foram utilizadas adequadamente para o treinamento; - Se os exercícios foram adequadamente escolhidos; - Se a abrangência e intensidade dos estímulos foram avaliadas corretamente; - Se o programa e o período planejados para o treinamento foram respeitados; - Se os métodos e o programa de uma sessão (ou bloco de sessões) de treinamento correspondem ao objetivo preestabelecido (adequação ao objetivo geral do treinamento); - Se a relação entre o estímulo e a recuperação foi adequadamente avaliada. Quando e onde avaliar? Este aspecto relaciona-se à questão espaço-temporal como: - Quais as condições que serão encontradas no local da avaliação? - De que instalações e equipamentos se dispõem? - Adequam-se à realidade do avaliado? - Quando será efetuada: 15 dia, hora? - Quanto tempo encontra-se disponível para um procedimento de avaliação? Condições adequadas para avaliação física: Dimensão: mínima 20m² e máxima 48 m², com decoração discreta e existência de um telefone e de uma pia. Luz: de boa qualidade. Som: o mínimo possível Temperatura: 21 a 24° C Condições climáticas: a umidade relativa do ar, com valores oscilando entre 40 e 60%. - Condições do solo: é importante que o piso seja firme, antiderrapante, sem desníveis ou imperfeições. Segurança: o procedimento de segurança habitual inclui a presença de pelo menos dois avaliadores, sendo, preferencialmente, um deles médico e de equipamentos de emergência que deveram estar guardados em local discreto, para não assustar o avaliado. Dentre os equipamentos médicos podemos citar: luvas, gaze, algodão e materiais convencionais para curativos, soluções glicosadas, soluções de eletrólitos, analgésicos, antitérmicos e etc. Trânsito de pessoal: é importante que durante a avaliação evitar o transito de pessoas no local. Alguns testes, como o cicloergométrico em bicicleta eletromagnética, exigirão a presença de rede elétrica. Por outro lado, quando possível a medida de pressão atmosférica e umidade relativa do ar é uma prática recomendável. 16 3 CINEANTROPOMETRIA 3.1 CONCEITO - É uma área científica emergente que estuda a forma, dimensão, proporção, composição, maturação e o desenvolvimento do corpo na ontogênese humana em relação ao crescimento, ao desporto, à atividade física e à nutrição. Origem da palavra - Este neologismo deriva-se da língua grega. Onde KINES significa movimento. ANTROPHO genericamente identifica o homem, e metry é traduzido por medida. 3.2 IMPORTÂNCIA DA CINEANTROPOMETRIA EM EDUCAÇÃO FÍSICA. A ciência evolui quando os fenômenos estudados podem ser medidos. Ao se realizar um trabalho físico, aspectos importantes como a altura, peso, batimentos cardíacos só terão valor se puderem ser medidos, para que possamos analisar, comparar, construir tabelas, etc. Só pode haver ciência quando se pode medir os fenômenos. Em educação física, os exercícios aplicados só produzem efeitos benéficos quando bem dosados em qualidade e em quantidade. 3.3 OBJETIVOS PRINCIPAIS DO TRABALHO CINEANTROPOMÉTRICO EM EDUCAÇÃO FÍSICA. • Determinar a condição física do indivíduo. • Determinar o valor físico do indivíduo. • Detectar assimetrias de forma. • Detectar deficiências físicas • Determinar o tipo constitucional. • Dosagem dos exercícios e avaliação dos resultados. 3.4 CIÊNCIAS AFINS À CINEANTROPOMETRIA Anatomia, Fisiologia, Psicologia, Bioquímica, Matemática, Estatística. 17 3.5 PRINCIPAIS INSTRUMENTOS UTILIZADOS NA CINENTROPOMETRIA Antropômetro de Martin - Medidas no sentido vertical. Compasso de BarrasRRAS - Diâmetros Compasso de Corrediça - Medidas pequenas Compasso de Pontas Rombas - Diâmetros Fita Métrica - Perímetros Balança - Peso Compasso de Lange - Dobras cutâneas 4 PONTOS ANTROPOMÉTRICOS 4.1 PONTOS DE REFERÊNCIA ANTROPOMÉTRICOS Pontos de referência antropométricos, são pontos ósseos (acidentes ósseos) identificáveis, os quais geralmente estão próximos a superfície corporal e são as marcas que irãoidentificar a exata localização dos pontos de mensuração. 4.2 TÉCNICA PADRÃO PARA A LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS DE REFERÊNCIA ANTROPOMÉTRICOS: • Os pontos são localizados com os dedos indicador e polegar. • Após localizar, exatamente o ponto, os dedos são retirados, a fim de evitar distorções na pele, sendo localizado novamente e marcado com a ponta fina da caneta ou lápis dermográfico. • A marca, é então, checada novamente, para garantir a exata localização do ponto. • Todos os pontos devem ser localizados e marcados, antes de se realizar qualquer medida. 18 • cuidado com o desconforto gerado � cuidado com a movimentação da pele � seguir a literatura 19 20 4.3 LOCALIZAÇÃO DOS PONTOS ANTROPOMÉTRICOS ACROMIAL Definição: É o ponto superior e lateral da borda do processo acromial, na distância média entre as bordas do feixe anterior e posterior do músculo Deltóide, quando visto de lado. Protocolo: O avaliador deve se posicionar por trás e do lado direito do avaliado e apalpar ao longo da espinha da escápula até a ponta do processo acromial. Aplique a ponta de uma caneta ao bordo lateral do processo acromial para confirmar a localização do ponto. RADIAL Definição: É o ponto proximal e lateral da borda da cabeça do rádio. Protocolo: O avaliador deve apalpar, no sentido de cima para baixo na direção do dimple lateral do cotovelo direito. Deve ser possível sentir o espaço entre o capitulum do úmero 21 e a cabeça do rádio. Pode-se fazer uma pequena rotação do antebraço para que haja uma rotação da cabeça do rádio e poder perceber melhor a localização exata do ponto. MESO-UMERAL Definição: É o ponto eqüidistante (médio) entre os pontos acromial e radial. Protocolo: O avaliador deve medir a distância entre os pontos acromial e radial, estando o avaliado com o braço relaxado e ao longo do corpo. O avaliador deve realizar uma pequena marca horizontal ao nível do ponto médio entre estes dois pontos, projetando esta marca nas faces posterior e anterior ao redor do braço. 22 ESTILÓIDE RADIAL Definição: É o ponto mais distal na margem lateral da região inferior da cabeça do processo estilóide do rádio. Protocolo: O avaliador, usando o dedo polegar, irá apalpar o espaço triangular identificado pelos tendões dos músculos do punho. Uma vez localizado este ponto, o avaliador irá apalpar o espaço entre o ponto distal do processo estilóide radial e o ponto mais proximal do primeiro metacarpo, para identificar com exatidão o processo estilóide radial. 23 MESO-ESTILÓIDE Definição: É o ponto médio, na face anterior do punho, ao nível do processo estilóide radial e ulnar. Protocolo: Com uma fita alinhada ao nível dos pontos estilóide radial e ulnar, é desenhada uma linha horizontal perto do ponto meso-estilóide. Uma linha vertical é desenhada, exatamente sobre o ponto meso-estilóide, fazendo uma interseção com a linha horizontal. DACTILÓIDE Definição: É o ponto mais distal do dedo médio da mão, quando o braço se encontra estendido ao longo do corpo e as mãos estendidas também. Protocolo: 24 Não há necessidade de se fazer marcações. As unhas não devem ser consideradas como ponto de referência. XIFOIDAL (XIPHOIDALE) Definição: É o ponto mais inferior do processo xifóide, no plano medial. Protocolo: O avaliador deve apalpar, com o dedo indicador, o esterno em direção a parte inferior, até sentir uma depressão, perto do músculo diafragma. O avaliador deve proceder com cuidado, pois é uma região muito sensível devido à cartilagem do processo xifóide. AXILAR MÉDIO (ILIO-AXILLA LINE) Definição: É uma linha imaginária vertical, a partir do ponto médio da axila até o bordo superior e lateral da crista ilíaca. Protocolo: O avaliador deve localizar o ponto mais superior e lateral da crista ilíaca com a mão direita, estando o avaliado com o braço levemente afastado, de modo que não altere a tensão na pele, e o ponto médio da axila A mão esquerda é usada para equilibrar o corpo do avaliado. A linha imaginária vertical é a interseção deste dois pontos. SUBESCAPULAR Definição: É o ponto mais distal do ângulo inferior da escápula, no seu bordo medial. Protocolo: O avaliador irá apalpar o ângulo inferior da escápula com o dedo polegar esquerdo. Caso haja dificuldade em localizar o ângulo inferior da escápula, o ava deve, lentamente, tentar alcançar a região lombar da coluna vertebral com o braço direito. O avaliador deve, então, localizar o ponto e manter contato com a área enquanto o avaliado retorna com o braço para a posição correta, ou seja, braços estendid longo do corpo. MESO-ESTERNAL Definição: É o ponto de interseção dos planos mesosagital e horizontal, no esterno, ao nível do 4º espaço da articulação condro Protocolo: Com o dedo polegar, o avaliador deverá apalpar a parte superior da clavícula e desliza-lo até o primeiro espaço intercostal, que se encontra entre a primeira e segunda costela. O dedo polegar é trocado pelo dedo indicador e o procedimento é repetido até o espaço intercostal. O avaliador deve, então, desenhar uma linha horizontal que irá interceder com o plano mesosagital, no esterno. O avaliador irá apalpar o ângulo inferior da escápula com o dedo polegar esquerdo. Caso haja dificuldade em localizar o ângulo inferior da escápula, o ava deve, lentamente, tentar alcançar a região lombar da coluna vertebral com o braço direito. O avaliador deve, então, localizar o ponto e manter contato com a área enquanto o avaliado retorna com o braço para a posição correta, ou seja, braços estendid É o ponto de interseção dos planos mesosagital e horizontal, no esterno, ao nível do 4º espaço da articulação condro-esternal (intercostal). Com o dedo polegar, o avaliador deverá apalpar a parte superior da clavícula e lo até o primeiro espaço intercostal, que se encontra entre a primeira e segunda costela. O dedo polegar é trocado pelo dedo indicador e o procedimento é repetido até o espaço intercostal. O avaliador deve, então, desenhar uma linha horizontal que irá interceder com o plano mesosagital, no esterno. 25 O avaliador irá apalpar o ângulo inferior da escápula com o dedo polegar esquerdo. Caso haja dificuldade em localizar o ângulo inferior da escápula, o avaliado deve, lentamente, tentar alcançar a região lombar da coluna vertebral com o braço direito. O avaliador deve, então, localizar o ponto e manter contato com a área enquanto o avaliado retorna com o braço para a posição correta, ou seja, braços estendidos ao É o ponto de interseção dos planos mesosagital e horizontal, no esterno, ao nível do Com o dedo polegar, o avaliador deverá apalpar a parte superior da clavícula e lo até o primeiro espaço intercostal, que se encontra entre a primeira e segunda costela. O dedo polegar é trocado pelo dedo indicador e o procedimento é repetido até o 4º espaço intercostal. O avaliador deve, então, desenhar uma linha horizontal que irá 26 ÍLEOCRISTAL Definição: É o ponto mais superior da crista ilíaca no plano frontal, seguindo a linha axilar média. Protocolo: O avaliador deve localizar o ponto mais superior e lateral da crista ilíaca com a mão direita, estando o avaliado como braço levemente afastado, de modo que não altere a tensão na pele. A mão esquerda é usada para equilibrar o corpo do avaliado, enquanto se localiza o ponto mencionado anteriormente. O ponto é marcado na interseção do ponto mais superior e lateral da crista ilíaca com a linha axilar média 27 ÍLEO-ESPINHAL Definição: É o ponto mais inferior do ponto ântero-superior da espinha ilíaca. Protocolo: O avaliador deve apalpar a superfície superior do osso ilíaco e seguir anteriormente e inferiormente ao longo da crista ilíaca até a maior proeminência do osso ilíaco começar a seguir uma direção posterior. A marcação, então é feita, na margem mais inferior que o avaliador pode sentir. Caso haja dificuldade na localização, o avaliado poderá elevar o pé direito e executar uma pequena rotação do fêmur . TROCANTÉRIO Definição: É o ponto mais superior do trocanter maior do fêmur. Protocolo: O avaliador deve se posicionar por trás do avaliado e irá apalpar com a palma da mão direita, em forma de concha, a parte lateral da região glútea, enquanto que a mão esquerda tentará manter o quadril equilibrado. Após a localização do trocanter maior, o avaliador deve apalpar a região com o dedo indicador e médio a fim de encontrar a borda mais superior do trocanter maior. Em indivíduos que apresentam muita quantidade de gordura ou de músculos nesta região, o avaliador poderá pedir ao avaliado, que este, 28 movimente a perna direita,realizando adução e abdução a fim de que possa perceber a localização do trocanter maior do fêmur. TIBIAL MEDIAL Definição: É o ponto mais superior da borda medial da cabeça da tíbia. Protocolo: O avaliado deve estar sentado, com o tornozelo direito apoiado no joelho esquerdo (perna cruzada), de modo que a região medial da perna fique livre, permitindo o acesso do avaliador. A marcação deve ser feita no bordo medial da tuberosidade da tíbia. Nesta posição o avaliador não encontrará dificuldade de localizar o ponto, sendo bem visível. 29 TIBIAL LATERAL Definição: É o ponto mais superior do bordo lateral da cabeça da tíbia. Protocolo: O avaliador deve localizar o espaço entre o côndilo femural e a cabeça da tíbia, pressionando com o dedo polegar. Pode-se pedir ao avaliado que faça uma flexão e extensão do joelho várias vezes, a fim de perceber este espaço. O ponto é identificado no bordo lateral da cabeça da tíbia. MALEOLAR TIBIAL OU MEDIAL Definição: É o ponto mais distal do maléolo medial da tíbia. Protocolo: O avaliador pode localizar visualmente, fazendo a marcação no ponto mais distal do maléolo medial da tíbia. É marcado com o avaliado sentado e com o pé correspondente à medida apoiado em uma caixa. 30 5 COMPRIMENTO DOS MEMBROS E SEGMENTOS Membro superior – Comprimento total: É a distância entre o acromial e o dactilium Comprimento do braço – É a distância entre o acromial e o radial Comprimento do ante braço – É a distância entre o radial e o stylion Comprimento da mão – É a distância entre o stylion e o dactilium Comprimento do membro inferior – É a distância entre o ponto trocanterion e a planta dos pés Comprimento da coxa – É a distância entre o ponto trocanterion e o tibial Comprimento da perna – É a distância entre o ponto tibial e o maleolar 6 ANTROPOMETRIA 6.1 Conceito - Segundo Marins & Giannchi (2003, p. 35) a antropometria representa um importante recurso de assessoramento para uma analise completa de um indivíduo, seja ele atleta ou não, pois oferece informações ligadas ao crescimento, desenvolvimento e envelhecimento, sendo por isso crucial na avaliação do estado físico e no controle de diversas variáveis que estão envolvidas durante uma prescrição de treinamento. 6.2 Histórico -De acordo com Petroski (1995, p.81) a antropometria tem sua origem não na medicina, nem na biologia, mas nas artes, embuídas da sua filosofia pitagórica, da 31 assimetria e da harmonia. A história da antropometria inicia na antiga civilização da Índia, Egito e Grécia, com uso de dimensões de certas partes do corpo como o primeiro padrão de medida, na tentativa de estabelecer o perfil das proporções do corpo humano. Segundo HITCHOCK (1886) apud KRAKOWER (1937), os matemáticos e artistas da Índia e Egito entendiam que se deveria adotar alguma parte do corpo do corpo (os egípcios antigos, adotavam o dedo médio, os gregos a altura da cabeça), como referência ou a dimensão padrão para todas as partes. Um tratado chamado “Silpi Sastri”, da antiga civilização da Índia, analisou um corpo dividido-o em 480 partes. No Egito, entre os séculos XXXV e XXII a.C., a unidade de medida foi o cumprimento do dedo médio do sacerdote ou o então chamado dedo de saturno (KROKOWER, 1937). De acordo com este critério a estatura de um homem adulto bem formado deveria ser 19 vezes esta medida. Os gregos, porém, usavam como critério, a altura da cabeça que dividia a estatura em oito vezes. O povo grego possivelmente tenha sido o primeiro povo a cultuar a forma corporal como sinônimo de beleza, estética e saúde; seus deuses eram figuras compostas por formas que eram consideradas perfeitas. QUETELET (1786-1874), considerado o pai da antropometria, é creditado como tendo descoberto a ciência e divulgado o termo Antropometria. Ele descobriu que a teoria da curva de Gauss podia ser aplicada nos modelos estatísticos para a análise dos fenômenos biológicos, principalmente em medidas antropométricas. Em 1835, Quelet publicou o trabalho “Man and the Development of his Faculties”, ou “An Essay Upon social Physics”, em quatro volumes, sendo que os dois primeiros são dedicados as qualidades físicas do homem (KROKOWER, 1937). O termo Antropometria parece ter sido usado pela primeira vez no seu sentido contemporâneo, em 1659, na tese de graduação do alemão ELSHATZ. Seu estudo, “Antropometria - da mútua proporção dos membros do corpo humano: questões atuais de harmonia” eram inspiradas nas leituras de Pitágoras e Platão, e da filosofia médica de sua época. O avanço da antropometria aconteceu no final do século XIX, com a definição dos pontos anatômicos, os quais foram estudados, discutidos e padronizados, para realizar as medidas antropométricas. Em 1906, no I Congresso Internacional de Antropologia, 38 dimensões de cadáveres e 19 medidas da cabeça e face foram padronizadas. Já, por ocasião 32 da realização do II Congresso Internacional, em 1912, foram padronizadas medidas do corpo humano vivo (PEREIRA NETO, 1992). 7 MEDIDAS ANTROPOMÉTRICAS 7.1 Definição – Fernandes Filho (2003, p.33) define antropometria como: “a ciência que estuda e avalia o tamanho, o peso e as proporções do corpo humano, através de medidas de rápida e fácil realização, não necessitando equipamentos sofisticados e de alto custo financeiro”. Costa (1999) diz que, através de medidas antropométricas é possível fazer o acompanhamento de crescimento morfológico, bem como de alterações de medidas corporais decorrentes da prática de exercícios físicos e dietas, proporcionando dados de grande valia para os profissionais da área da saúde. Este acompanhamento pode ser realizado simplesmente pela observação da alteração das medidas em valores absolutos ou através da utilização das mesmas em modelos matemáticos que têm a finalidade de estimar as quantidades dos diferentes componentes corporais: massa muscular, massa óssea, massa gorda e massa residual. A grande vantagem das medidas antropométricas reside no fato que as mesmas podemser utilizadas em estudos com grandes amostras populacionais, que podem proporcionar estimativas nacionais e dados para análise de mudanças seculares. 7.2 Classificação – Pode-se classificar as principais medidas antropométricas utilizadas em Educação Física em: • Medidas lineares: que incluem as medidas de caráter longitudinais (alturas e comprimentos) e transversais (diâmetros). • Medidas de circunferência ou perímetros: 33 • Medidas de dobras cutâneas; • Medidas de composição corporal; • Índices antropométricos; • Medidas somatotipologicas. 7.3 Recomendações - Marins & GiannichiI (op. cit) apresentam algumas recomendações gerais sobre antropométria: - Antes da coleta de dados é sempre interessante que o avaliador tenha conhecimento sobre as razões e objetivos da medição; - Procure realizar a coleta de dados em um local de uso exclusivo do avaliador e do avaliado; - O avaliado deverá receber, com antecedência, um formulário com as orientações sobre o tipo de roupa adequada para esta avaliação; - Deve-se ter total atenção quanto a questão da calibração periódica dos instrumentos; - O registro de dados antropométricos deverá seguir sempre o lado direito do avaliado, mesmo no caso em que este lado não corresponda ao lado dominante do avaliado; - Recomenda-se a marcação dos pontos anatômicos de referência, com lápis dermográfico antes do registro dos dados; - Observar a postura do avaliado, que deverá ser compatível com o procedimento de registro do dado; - É interessante que o avaliador mantenha certa distância do avaliado, evitando, assim, situações constrangedoras; - Um auxiliar colaborando com o registro dos dados aumenta a velocidade da coleta; - Em um trabalho longitudinal é importante reproduzir o mesmo método e protocolo em todas as provas, permitindo, assim, uma comparação adequada entre os resultados. Sempre que for possível também se recomenda que a coleta de dados seja feita pelo mesmo avaliador. 34 7.4 Medidas lineares - Podem ser subdivididas em longitudinais e transversais. As medidas longitudinais correspondem às medidas de alturas e comprimentos e as medidas transversais, também conhecidas como diâmetros, são medidas de largura ou profundidade entre dois pontos, usadas para mensurar o crescimento e o desenvolvimento ósseo. Estatura ou Altura - O estudo da altura é muito importante porque esta medida se relaciona com quase todas as medidas somáticas, além de ser importante para estudos biotipológicos e raciais. Atletas de grandes alturas são mais indicados para esportes como corrida de meio fundo, natação, salto em altura e à distância e ciclismo; esportes como corrida de velocidade e boxe são apropriados para indivíduos de altura média, enquanto corridas de fundo, luta livre e arremesso de peso, por exemplo, são indicados para indivíduos de pequena altura. A altura varia fisiologicamente de acordo com os seguintes fatores: posição do corpo, hora do dia, fase da vida e evolução da espécie. A medida da altura na posição em pé pode deferir em até 3 cm da medida na posição deitada. A ação da gravidade, o peso do corpo e o achatamento dos discos intervertebrais são os responsáveis por este fenômeno. No decorrer das 24 horas do dia, a altura varia em média 2,5 cm em média. Em conseqüência, deve-se usar o termo altura ou estatura para definir a medida longitudinal, obtida na posição em pé, quando se mede o indivíduo na posição deitada, fala- se em distância ou comprimento. Esta posição é utilizada para medir crianças até 3 anos. Após os três anos, a criança cresce em média 6 cm por ano. Observa-se que os meninos crescem sempre mais que as meninas, na mesma raça. Na puberdade, porém, as meninas crescem mais que os meninos e na idade adulta estes recuperam e ultrapassam aquelas, em altura. Na idade adulta, a média de altura é de 130 a 199 cm. A mulher tem geralmente 10 cm, em média, menos que o homem, de mesma idade. Durante a vida, a altura passa por uma fase em que há uma elevação dos valores e que vai do nascimento até os 25 anos aproximadamente. A seguir, os valores se mantém até os 50 anos, quando começam a diminuir devido a processos que afetam os discos intervertebrais. 35 7.4.1 Altura Definição - A altura ou estatura é a medida da distância em linha reta entre dois planos, um tangente à planta dos pés e outro tangente ao ponto mais alto da cabeça (ponto vértex), estando o indivíduo em pé, na posição fundamental, com o corpo o mais alongado possível e a cabeça posicionada com o plano de FRANKFURT. Figura 1- Altura Fonte: CD-ROM Testes em Ciências do Esporte. Victor Matsudo. Material - O instrumento que se utiliza para medir a altura é o estadiômetro, este equipamento consiste de uma prancha de madeira, ferro ou plástico vertical, presa a uma base horizontal, formando um ângulo de 90 graus, a esta prancha, fixa-se uma trena, cuja sua leitura é de ordem de 1mm, possuindo uma escala de medida vertical, instalada a partir de uma base lisa e rígida, com um plano horizontal adaptado, para a execução das medidas, utiliza-se um cursor ou esquadro, que deve formar um ângulo de 90 graus entre a escala do estadiômetro e o vértex do avaliado. Comumente, as balanças clínicas já apresentam um estadiômetro, porém, a utilização de uma peça individualizada é vantajosa, pois com esta, podemos medir indivíduos com valores extremos de estatura, com maior precisão. 36 Figura 2 Altura ou estatura. Fonte: CD-ROM Avaliação da Composição Corporal. Prof° Roberto Fernandes da Costa Protocolo - O avaliado deve estar na posição ortostática (em pé), pés unidos, procurando pôr em contato com o instrumento de medida as superfícies posteriores do calcanhar, cintura pélvica, cintura escapular e região occipital. A medida é feita com o indivíduo em apnéia inspiratória, de modo a minimizar possíveis variações sobre esta variável antropométrica. A cabeça deve estar orientada no plano de Frankfurt, paralela ao solo. A Medida será feita com o cursor em ângulo de 90 graus em relação à escala. Permite-se ao avaliado usar calção e camiseta, exigindo-se que esteja descalço. São feitas três medidas considerando-se a média como valor real da altura. Cuidados durante as medidas das alturas Ao efetuar as medidas de altura, determinados cuidados devem ser levados em consideração, para diminuir a margem de erros. Os principais cuidados são: 1) O avaliador deve preferivelmente se posicionar à direita do avaliado. 37 2) Devemos registrar a hora em que foi feita a medida, sendo que em trabalhos longitudinais devemos procurar efetuar as medidas em um mesmo horário ou período do dia. 3) Evitar que o indivíduo se encolha quando o cursor tocar sua cabeça. 4) Observar que entre as medidas o avaliado troque de posição no instrumento de medida. 7.4.2 Altura total Definição - É à distância do ponto dactylion até a região plantar, estando o avaliado com o membro superior direito na vertical elevado a 180°, por sobre a cabeça e com o cotovelo estendido. Figura 3 Altura total. Fonte: CD-ROM Testes em Ciências do Esporte. Victor Matsudo. Material - Uma tábua, 30 centímetros de largura por 2 metros de comprimento, graduada em centímetros e milímetros e fixada a partir de 2 metros de altura. Para crianças a tabua deve ser fixada, a partir de 1 metro de altura, pó de giz ou magnésio, 1 cadeira (45 cm) e material para anotação. 38 Procedimento - O avaliado deve sujar as pontas dos dedos com giz ou pó de magnésio, posicionar-sede pé, lateralmente à superfície graduada, e com braço estendido acima da cabeça, o mais alto possível, tocar na tábua próxima a graduação. 7.4.3 Envergadura Definição - É a distancia entre o dactylion (dedo médio) direito e o esquerdo. Material - Fita métrica graduada em centímetros, fixada em uma parede lisa. Protocolo - Medir a distancia do dactylion direito ao esquerdo, com o avaliado em pé e os braços em abdução de 90° com o tronco; os cotovelos devem estar estendidos e os antebraços supinados. Deverão ser feitas três medidas, considerando-se a média das mesmas. Precauções: - O avaliado deverá estar em pé; - Braços supinados e mãos espalmadas com os dedos unidos; - A Medida será feita com o avaliado em apnéia insiratória. 7.5 Medidas transversais ou diâmetros Definição - São medidas biométricas, realizadas em projeção entre dois pontos considerados, que podem ser simétricos ou não, situados em planos geralmente perpendiculares ao eixo longitudinal do corpo. As medidas podem ser realizadas em ambos os lados do corpo, mas quando o fator tempo para aplicação for considerado, o lado direito deverá ser o escolhido por convenção internacional. Entre os principais tipos de antropômetros podemos citar: o Paquímetro Ósseo, o Compasso de Pontas Rombas e o Antropômetro de Delizamento. 39 Paquímetro ósseo Figura 4 Paquímetro ou antropômetro. Fonte: CD-ROM Avaliação da Composição Corporal. Prof° Roberto Fernandes da Costa. É o aparelho usado para medir pequenos perímetros ósseos como: Biestilóide do Punho, Biepicondiliano do Úmero e Biepicondiliano do Fêmur. É importante que as hastes dos aparelhos sejam longos o suficiente para permitir a medida sem limitação de acesso aos pontos anatômicos. Compasso de pontas rombas - É um aparelho utilizado para a medida dos diâmetros do tronco. Figura 5 Compasso de pontas rombas. Fonte: CD-ROM Avaliação da Composição Corporal. Prof° Roberto Fernandes da Costa. Antropômetro de delizamento - É utilizado para a medida dos diâmetros do tronco, além de também poder ser utilizado para medidas de comprimento. 40 Figura 6 Antropômetro de delizamento. Fonte: CD-ROM Avaliação da Composição Corporal. Prof° Roberto Fernandes da Costa. Precauções - Entre as principais precauções podemos citar que: - O antropômetro não deve ficar frouxo, nem fazer pressão excessiva; - O resultado é dado em cm com precisão de 0.1 cm. Locais padronizados para medições de diâmetros: As principais medidas transversais usadas na avaliação da composição corporal são: - Diâmetro Biestilóide do Punho; - Diâmetro Biepicondiliano do Úmero; - Diâmetro Biespicondiliano do Fêmur; - Diâmetro Biacromial; - Diâmetro Torácico Transverso; Diâmetro biestilóide rádio-ulnar do punho Figura 7 Diâmetro biestilóide do punho. Fonte: CD-ROM Avaliação da Composição Corporal. Prof° Roberto Fernandes da Costa. • Objetivo: determinar a distância entre os processos estilóides do rádio e da ulna. 41 • Procedimento: o cotovelo do avaliado é estendido em supinação com o punho em flexão dorsal. Diâmetro biepicôndiliano umeral (cotovelo) Figura 8 Diâmetro biepicôndiliano do úmero. Fonte: CD-ROM Testes em Ciências do Esporte. Victor Matsudo. Objetivo: determinar a distância entre as bordas externas dos epicôndilos medial e lateral do úmero. Procedimento: o avaliado deve estar em pé com o cotovelo e ombro em flexão a 90 graus. As hastes do paquímetro devem estar a 45 graus em relação à articulação do cotovelo. O avaliador deve posicionar-se à frente do avaliado, devendo delimitar o diâmetro bi epicondilar com auxilio dos dedos médios enquanto os indicadores controlam as hastes do paquímetro. Precauções: 1) Ao se medir o diâmetro o aparelho não deve ficar frouxo nem fazer pressão excessiva. 2) Observar a colocação do aparelho em relação ao diâmetro a ser medido. 42 Figura 9 Diâmetro biepicôndiliano do fêmur. Fonte: CD-ROM Testes em Ciências do Esporte. Victor Matsudo. Objetivo: determinar a distância entre as bordas externas dos côndilos medial e lateral do fêmur. Procedimento: o avaliado deve estar sentado com a perna e a coxa formando um ângulo de 90 graus e os pés livres. As hastes do paquímetro são ajustados à altura dos côndilos em um ângulo de 45 graus em relação a articulação do joelho, os côndilos são delimitados pelos dedos médios, enquanto os indicadores controlam as hastes do paquímetro. Precauções: ao se medir, o aparelho não deve ficar frouxo nem fazer pressão excessiva. Observar a colocação do aparelho em relação ao diâmetro a ser medido. Diâmetro biacromial - É à distância das bordas súpero-lateral dos acrômios direito e esquerdo, estando a avaliado em pé, na posição anatômica, pois com o indivíduo sentado há interferência na postura requerida para a medida. Preferencialmente o avaliador deve posicionar-se atrás do avaliado para a execução da medida. 43 Figura 10 Diâmetro biacromial . Fonte: CD-ROM Avaliação da Composição Corporal. Prof° Roberto Fernandes da Costa. Diâmetro torácico transverso - A medida é realizada com o avaliado em pé, com abdução de membros superiores, a fim de permitir a introdução do aparelho, na altura da sexta costela, sobre a linha axilar medial. Figura 11 Diâmetro torácico transverso. Fonte: CD-ROM Avaliação da Composição Corporal. Prof° Roberto Fernandes da Costa. 44 7.6 Medidas de circunferência ou perímetro Definição - As medidas antropométricas de circunferência correspondem aos chamados perímetros que podem ser definidos como perímetro máximo de um segmento corporal quando medido em ângulo reto em relação ao seu maior eixo. Material Figura 12 Fita métrica metálica flexível. Fonte: CD-ROM Avaliação da Composição Corporal. Prof° Roberto Fernandes da Costa. Para medir circunferências, usa-se uma fita métrica antropométrica, que deve ser feita de um material flexível (de preferência metálica), que não se estique com o uso com precisão de 0,1 cm. Precauções - Antes de iniciarmos a descrição das medidas antropométricas é importante citar algumas precauções como: 1) Medir sempre sobre a pele nua. 2) Nunca utilizar uma fita elástica ou de baixa flexibilidade. 3) Cuidado com a compressão exagerada, colocar a fita levemente na maior circunferência. 4) Não deixar o dedo entre a fita e a pele. 5) São feitas três medidas calculando-se a média. 6) Não utilizar fita muito larga 7) Recomenda-se marcar o ponto da medida com caneta, pois auxiliará no momento da medida de dobra cutânea de panturrilha medial. 8) Para algumas circunferências (ex.: ombro, peitoral, cintura, abdômen e quadril) a fita deve ser alinhada com o plano horizontal; 45 9) A precisão das circunferências devem ser de: (a) 1cm para ombro, peito, abdômen, cintura e quadril; (b) 0,5cm para coxa e (c) 0,2cm para perna, tornozelo, pulso, braço e antebraço. Locais padronizados para medições de circunferências Pescoço - A medida é realizada com o avaliado sentado ou em pé, desde que esteja com a coluna ereta e a cabeça no plano horizontal de Frankfurt. A trena deve ser aplicada na menor circunferência do pescoço logo acima da proeminência laríngea (pomo de Adão). Figura 13 Medidas da circunferência do pescoço. Fonte: CD-ROM Avaliação da Composição Corporal. Prof° Roberto Fernandes da Costa. Ombros - A medida é realizada com o avaliado em posição ortostática,posicionado a trena na maior saliência do deltóide abaixo de cada acrômio. A leitura da medida deve ser realizada após uma expiração normal. Figura 14 Medida da circunferência dos ombros. Fonte: CD-ROM Avaliação da Composição Corporal. Prof° Roberto Fernandes da Costa. Tórax - O perímetro torácico pode ser medido em três pontos de referência. A nível mesoesternal ou longo abaixo da axila, ao nível da prega axilar, na altura dos mamilos, ou a nível do ponto xifoidal do esterno. 46 Figura 15 medida da circunferência do tórax. Fonte: CD-ROM Avaliação da Composição Corporal. Prof° Roberto Fernandes da Costa. Cintura - Parte mais estreita do tronco, no nível da cintura “natural” entre as costelas e a crista ilíaca. Tomada em um plano horizontal ao redor da cintura no nível da parte mais estreita do tronco. Figura 16 Medida da circunferência da cintura. Fonte: CD-ROM Avaliação da Composição Corporal. Prof. Roberto Fernandes da Costa. 47 Abdome - A medida é realizada no plano horizontal na protuberância anterior máxima do abdome, usualmente no nível da cicatriz umbilical, com avaliado em pé em posição ortostática. Figura 17 Medida da circunferência do abdome. Fonte: CD-ROM Avaliação da Composição Corporal. Prof° Roberto Fernandes da Costa. Quadril - Extensão posterior máxima dos glúteos. Tomada ao nível dos pontos trocantéricos direito e esquerdo. Deve ser realizada paralelamente ao solo, estando o avaliado com os pés unidos. Figura 18 Medida da circunferência do quadril. Fonte: CD-ROM Avaliação da Composição Corporal. Prof° Roberto Fernandes da Costa. 48 Braço relaxado - A medida do perímetro braquial relaxado pode ser realizada de três formas diferentes, na primeira a medida é tomada na área de maior circunferência, estando o braço posicionado no plano horizontal e cotovelo em extensão. Na segunda o avaliado fica com o braço relaxado e ao longo do corpo e a medida é realizada no ponto de maior perímetro aparente e a terceira, o avaliado deve ficar com a articulação do cotovelo a 90 graus, no plano sagital, e com o braço relaxado. Figura 19 Medida da circunferência do braço relaxado. Fonte: CD-ROM Avaliação da Composição Corporal. Prof° Roberto Fernandes da Costa. Braço contraído - Medida tomada na área de maior circunferência com o braço posicionado no plano horizontal e antebraço fletido em supino num ângulo de 90°. Neste caso podemos utilizar o braço oposto para trazer oposições à contração. Figura 20 Medida da circunferência do braço contraído. Fonte: CD-ROM Avaliação da Composição Corporal. Prof° Roberto Fernandes da Costa. 49 Antebraço - Tomada no plano perpendicular ao eixo longo do antebraço, ponto de maior circunferência, devendo o cotovelo estar em extensão. Figura 21 medida da circunferência do antebraço. Fonte: CD-ROM Avaliação da Composição Corporal. Prof° Roberto Fernandes da Costa. Punho - É a circunferência medida transversalmente sobre os processos estilóides do rádio e da ulna. Figura 22 Medida da circunferência do punho. Fonte: CD-ROM Avaliação da Composição Corporal. Prof. Roberto Fernandes da Costa. Coxa glútea - Tomada no plano horizontal abaixo da dobra glútea, estando o peso corporal igualmente distribuído nos membros. Figura 23 Medida da circunferência da coxa glútea. 50 Fonte: CD-ROM Avaliação da Composição Corporal. Prof. Roberto Fernandes da Costa. Coxa medial - Para tomar esta medida circunda-se a fita no plano paralelo ao solo, na metade da distância entre a língua inguinal e a borda superior da patela. Figura 24 Medida da circunferência da coxa medial. Fonte: CD-ROM Avaliação da Composição Corporal. Prof. Roberto Fernandes da Costa. Perna - Tomada no plano horizontal, na área de maior circunferência da panturrilha, estando o peso corporal igualmente distribuído nos membros inferiores. Figura 25 Medida da circunferência da perna. Fonte: CD-ROM Testes em Ciências do Esporte. Victor Matsudo. Tornozelo - O avaliado deverá estar em pé, de frente para o avaliador, com os pés ligeiramente afastados, distribuindo o peso do corpo em ambas as pernas. Circundar a fita no plano paralelo ao solo ao nível dos pontos sphyrions tibiale e fibulare. Figura 26 Medida da circunferência do tornozelo. Fonte: CD-ROM Avaliação da Composição Corporal. Prof° Roberto Fernandes da Costa. 51 8 ÍNDICES ANTROPOMÉTRICOS DE SAÚDE (MODELOS PREDITORES DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES) Pesquisas indicam que a maneira pela qual a gordura está distribuída pelo corpo, é mais importante que a gordura corporal total, na determinação do risco individual de doenças (ASHWELL, McCALL, COLE & DIXON, 1985) apud HEYWARD (op.cit, p.87). Dentre os principais índices antropométricos que podemos dispor citaremos: índice de massa corporal (IMC), a relação entre circunferências da cintura e do quadril (RCQ) e o índice de conicidade. 8.1 Índice de massa corporal (IMC) O IMC (Body Mass Index, BMI), termo proposto por KEYS e associados em 1972 (WEIGHELEY, 1989, apud FERNANDES 2003, p.99), tem sido referido também como Índice Quetelet (LEE et al., 1981), que leva o nome de seu criador, após 1800, que é considerado o pai da antropométria. O IMC é considerado o mais popular índice de estatura e peso, ou mais precisamente, da proporção do peso do corpo para altura ao quadrado; IMC (kg/m²) = PC (kg)/ AL² (m). Sua utilização se baseia no conceito de excesso de peso que segundo POLLOCK (1993, p.47) é simplesmente definido como aquela condição onde o peso do indivíduo excede ao da média da população, determinada segundo o sexo, altura e o tipo de sua compleição física. O termo pesado segundo McARDLE (1992, p.387) se refere somente ao peso corporal em excesso de algum padrão, em geral o peso médio para determinada estatura. WEINECK (1991, p.393) diz que se partindo do chamado “Peso Normal”, o excesso de peso é calculado a partir da altura e equivale à altura menos 100 (Equação de BROCA). BROCA considera como valor normal os que se colocam para mais 10 ou menos 10 do peso ideal calculado. 52 Durante muito tempo às tabelas de peso/estatura foram e ainda são utilizadas como forma de classificação do excesso de massa corporal ou para a avaliação dos efeitos dos programas de exercícios físicos sobre o organismo, a sua grande limitação está no fato que a mesma não fornece informação fidedigna acerca da composição relativa ou da qualidade do peso corporal do indivíduo, pois o IMC não diferencia peso de gordura de peso livre de gordura. Elas se baseiam, essencialmente, nas estatísticas das variações médias do peso corporal para pessoas de 25 a 59 anos de idade, quando a taxa de mortalidade é mais baixa, sem levar em consideração as causas específicas da morte ou a qualidade da saúde antes da morte. Segundo FERNANDES (op.cit) o IMC possui uma moderada correlação (r=0,70) com o percentual de gordura predito a partir de pesagem hidroestática (KEYS et al, 1972). O erro padrão da predição de percentual de gordura do IMC foi aproximadamente de 5-6% (POLLOCK 1995, p.88). A equação para estimar o percentual de gordura de adultos com idade inferior a 83 anos, a partir do IMC é a seguinte: GC = (1.2 x IMC) + (0.23 x Idade) - (10.8 x Sexo) - 5.4 Onde: IMC = Índice de Massa Corporal em kg/m 3 Idade= Idade em anos Sexo: Mulher =0; Homem =1 Logo concluímos que, embora o IMC possa serum índice rudimentar de obesidade e sua utilização seja questionável na avaliação de indivíduos, para estudos populacionais, sendo que o mesmo não pode ser utilizado para estimar a gordura corporal, este índice constitui uma alternativa bastante válida, pois além de ser o método mais simples e de baixo custo, requer apenas as medidas de peso e estatura, e segundo (SICHIERI, 1998) apud COSTA (2001, p.39) se uma população apresenta valores elevados de IMC podemos afirmar que isso ocorre em função do excesso de componente gordura corporal, já que na maioria das pessoas que apresentam excesso de massa isso não ocorre por excesso de massa magra. 53 Classificação do percentual de gordura. Classificação Homem Mulher a Em risco para desenvolvimento de doenças relacionadas a má nutrição. b Em risco para desenvolvimento de doenças relacionadas a obesidade. Em risco a <= 5% <= 8% Abaixo da média 6-14% 9-22% Média 15% 23% Acima da média 16-24% 24-31% Em risco b >= 25 >= 32% As tabelas abaixo apresentam os valores para classificação do sobrepeso por meio do IMC 54 Tabela 1 Padrões de aptidão saudáveis para IMC em meninos e meninas entre as idades de 5 a 18 anos. Idade IMC (Meninos) IMC (Meninas) 7 13-20 14-20 8 14-20 14-21 9 14-20 14-20 10 14-20 14-21 11 15-21 14-21 12 15-22 15-22 13 16-23 15-23 14 16-24 17-24 15 17-24 17-24 16 18-24 17-24 17 18-25 17-25 18 18-26 18-26 Fonte: FERNANDES (2003, p.100) Tabela 2 Classificação do sobrepeso e obesidade pelo IMC, adaptado de WHRO (1997) e OMS(1995) Classificação de Obesidade IMC (kg/m²) Baixo Peso 3 (grave) Risco Grave <16 Baixo Peso 2 (moderado) Risco Moderado 16-17 Baixo Peso 1 (leve) Abaixo da Média 17-18,5 Normal Ideal 18,5-24,9 Sobrepeso Excesso de Peso 25,0-29,9 Obesidade I Risco Moderado 30,0-34,9 Obesidade II Risco Grave 35,0-39,9 Obesidade Mórbida Risco Muito grave >40 Fonte: FERNANDES (2003, p.100) Tabela 3 Classificação de obesidade segundo o Physical Test 3.1 for Windows 1998 Classificação Abaixo da Média Normal Excesso de Peso Moderadamente Obeso Severamente Obeso Fonte: FERNANDES (2003, p.100) Há evidências, na literatura especializada, de que valores baixos de IMC estão relacionados com as doenças pulmonares obstrutivas, câncer pulmonar e tuberculose, e de que valores altos de IMC estão associados com as doenças cardiovasculares, hipertensão ar diabetes e outras. Valores que estão associados a maior incidência de hipertensão arterial, diabetes, coronariopatias são maiores que 34,3 kg/m² para mulheres e maiores que 28 kg/m² para homens. Cálculos Determinando o IMC 8.2 Relação Cintura Quadril (RCQ) A proporção da cintura para o quadril (RCQ) é fortemente associada à gordura visceral e parece ser um índice aceitável de gordura intra Classificação de obesidade segundo o Physical Test 3.1 for Windows 1998 Homens Mulheres Abaixo da Média <19 20,0-25,0 Excesso de Peso 25,1-30,0 25,0 Moderadamente Obeso 30,1-39,9 30,0 Severamente Obeso > 40,0 : FERNANDES (2003, p.100) Há evidências, na literatura especializada, de que valores baixos de IMC estão relacionados com as doenças pulmonares obstrutivas, câncer pulmonar e tuberculose, e de que valores altos de IMC estão associados com as doenças cardiovasculares, hipertensão ar Valores que estão associados a maior incidência de hipertensão arterial, diabetes, coronariopatias são maiores que 34,3 kg/m² para mulheres e maiores que 28 kg/m² para Determinando o IMC uadril (RCQ) A proporção da cintura para o quadril (RCQ) é fortemente associada à gordura visceral e parece ser um índice aceitável de gordura intra-abdominal. Entretanto alguns 55 Classificação de obesidade segundo o Physical Test 3.1 for Windows 1998 Mulheres <18 19-24,9 25,0-29,9 30,0-39,9 > 40 Há evidências, na literatura especializada, de que valores baixos de IMC estão relacionados com as doenças pulmonares obstrutivas, câncer pulmonar e tuberculose, e de que valores altos de IMC estão associados com as doenças cardiovasculares, hipertensão arterial, Valores que estão associados a maior incidência de hipertensão arterial, diabetes, coronariopatias são maiores que 34,3 kg/m² para mulheres e maiores que 28 kg/m² para A proporção da cintura para o quadril (RCQ) é fortemente associada à gordura abdominal. Entretanto alguns 56 pesquisadores mostram que a circunferência da cintura, sozinha, é um melhor preditor de depósito da gordura visceral que a RCQ. Esses achados sustentam a hipótese de que a deposição de gordura abdominal poderia aumentar a circunferência da cintura a despeito de o tecido se acumular em pontos profundos ou superficiais. A circunferência do quadril, porém, é influenciada apenas pela deposição de gordura subcutânea; assim, a precisão da RCQ em avaliar a gordura visceral diminui com o aumento dos níveis de gordura. A RCQ pode mudar na mulher, dependendo do estágio de menopausa no qual ela se encontra, ou seja, mulheres na pós-menopausa apresentam um padrão mais masculino de distribuição de gordura do que as que estão na pré-menopausa. Com essas discrepâncias, nenhuma norma foi estabelecida para a circunferência da cintura. Portanto, nós recomendamos que classifique-se os indivíduos nas categorias de alto risco ou baixo risco utilizando a RCQ. A RCQ é simplesmente calculada dividindo a circunferência da cintura (medida em cm) pela do quadril (medida em cm), quanto a classificação dos valores podemos utilizar a tabela abaixo. Tabela 4 Normas para a proporção entre Circunferência da Cintura e do Quadril (RCQ) para Homens e Mulheres. Sexo Risco Estimado Idade Baixo Moderado Alto Muito Alto Homens 20-29 <0,83 0,83-0,88 0,89-0,94 >0,94 30-39 <0,84 0,84-0,91 0,92-0,96 >0,96 40-49 <0,88 0,88-0,95 0,96-1,00 >1,00 50-59 <0,90 0,90-0,96 0,97-1,02 >1,02 60-69 <0,91 0,91-0,98 0,99-1,03 >1,03 Mulheres 20-29 <0,71 0,71-0,77 0,78-0,82 >0,82 30-39 <0,72 40-49 <0,73 50-59 <0,74 60-69 <0,75 Fonte: HEYWARD & STOLARCYK (op.cit, 91) CÁLCULOS DA RELAÇÃO CINTURA QUADRIL Relação Cintura/Quadril ( RCQ = CCT/CQD Onde: • RCQ = relação cintura/quadril; • CCT = circunferência da cintura (cm); • CQD = circunferência do quadril Determinando a RCQ <0,72 0,72-0,78 0,79-0,84 <0,73 0,73-0,79 0,80-0,87 <0,74 0,74-0,81 0,82-0,88 <0,75 0,76-0,83 0,84-0,90 HEYWARD & STOLARCYK (op.cit, 91) RELAÇÃO CINTURA QUADRIL Relação Cintura/Quadril (RCQ) = relação cintura/quadril; = circunferência da cintura (cm); = circunferência do quadril (cm). Determinando a RCQ 57 >0,84 >0,87 >0,88 >0,90 58 8.3 Índice de Conicidade (IC) Medida antropométrica para estimar o valor clínico quando se tenta medir a distribuição de gordura e o risco de doenças. O IC é baseado na idéia de que o corpo humano muda de formato de um cilindro (IC=1) para o de um cone duplo, com o acúmulo de gordura ao redor da cintura (IC=1,73). É calculado pela formula: IC = Cintura/0,109 x √(MC/H) Onde: MC: massa corporal (kg) e H: estatura (m). As vantagens deste índice em relação ao RCQ são: - Possui um faixa teórica esperada de valores (1,00 a 1,73); - Compara a CCT do avaliado com
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