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Professora: Leila Moreira Bittencourt Rigueira Química Tecnológica I 1 Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri Instituto de Engenharia, Ciência e Tecnologia Campus Janaúba GEOMETRIA MOLECULAR E TEORIAS DE LIGAÇÃO 2 O mundo macroscópico é tridimensional, aquilo que se vê é tridimensional... Da mesma forma, o mundo microscópico também é tridimensional. 3 4 Observando alguns materiais conhecidos... Pensando em cubos de gelo, temos que entender que as moléculas de água que os compõem se organizam de tal forma que permitirá que elas possam interagir com outras moléculas de água e se “acomodarem” da forma mais estável possível. • As estruturas de Lewis fornecem a conectividade atômica: elas nos mostram o número e os tipos de ligações entre os átomos. • A forma espacial e o tamanho de uma molécula é determinada por seus ângulos e comprimento de ligação. • Considere o CCl4: no nosso modelo experimental, verificamos que todos os ângulos de ligação Cl-C-Cl são de 109,5. • Consequentemente, a molécula não pode ser plana. • Todos os átomos de Cl estão localizados nos vértices de um tetraedro com o C no seu centro. FORMAS ESPACIAIS MOLECULARES 5 FORMAS ESPACIAIS MOLECULARES 6 Geometria Molecular 7 Geometria Molecular Temos visto as moléculas no plano, representando fórmulas e estruturas. Porém, a maioria delas são tridimensionais, possuindo um átomo central rodeados pelos demais que compõem a molécula. Como acontece essa organização espacial? Observando os balões, pode-se perceber que quando unidos eles assumem “naturalmente” uma configuração, que dependerá de quantos balões estarão juntos: 8 Eles “tentarão” se organizar de modo que fiquem o mais “esparramado” possível, sendo esta a configuração mais estável para os balões. Como acontece essa organização espacial? Algo semelhante acontece quando os átomos se ligam a outros por meio de ligações covalentes. Os pares de elétrons ligantes (que participam das ligações covalentes) e os pares não-ligantes (que não participam das ligações covalentes), se repelem, procurando alcançar a disposição mais espaçada possível no espaço. 9 10 Geometria Molecular Assim surgiu a: teoria de Repulsão do Par de Elétrons no Nível de Valência (RPENV). “Ao redor do átomo central, os pares eletrônicos ligantes e os pares não-ligantes se repelem, tendendo a ficar tão afastados quanto possível.” A distribuição espacial dos átomos coordenados e dos pares de elétrons não ligantes será aquela que minimiza a repulsão eletrostática entre eles. Repulsão do Par de Elétrons no Nível de Valência (RPENV). 11 FORMAS ESPACIAIS MOLECULARES Existem cinco geometrias fundamentais para a forma molecular: 12 FORMAS ESPACIAIS MOLECULARES • Ao considerarmos o arranjo da molécula, consideramos todos os elétrons ao redor do átomo central (pares solitários e pares ligantes). • Domínio de elétrons ao redor do átomo central (Arranjo) NH3 (um domínios não-ligantes) H2O (dois domínios não-ligantes) 13 MODELO RPENV Para se determinar a forma de uma molécula, fazemos a distinção entre pares de elétrons solitários (ou pares não- ligantes, aqueles fora de uma ligação) e pares ligantes (aqueles encontrados entre dois átomos). Definimos o arranjo eletrônico pelas posições no espaço 3D de TODOS os pares de elétrons (ligantes ou não ligantes) do átomo central. Os elétrons assumem um arranjo no espaço para minimizar a repulsão e--e-. 14 Para determinar o arranjo: • Desenhe a estrutura de Lewis, • Conte o número total de pares de elétrons ao redor do átomo central, • Ordene os pares de elétrons em uma das geometrias para minimizar a repulsão e-- e- e conte as ligações múltiplas como um par de ligação. MODELO RPENV 15 Só elétrons ligantes 16 17 18 • Átomo central: Carbono • NCT = 4 átomos coordenados + 0 pares de elétrons não- ligantes = 0 • Arranjo geométrico: Tetraedro • Geometria: Tetraédrica APLICAÇÃO DO MODELO RPENV 19 EXERCÍCIO Use o modelo RPENV para determinar as geometrias das moléculas de O3 e SnCl3 - Para Casa: Determine o arranjo e a geometria molecular para: a. SeCl2 b. CO3 2- 20 • No nosso modelo experimental, o ângulo de ligação H-X-H diminui ao passarmos do C para o N e para o O: • Como os elétrons em uma ligação são atraídos por dois núcleos, eles não se repelem tanto quanto os pares solitários. • Consequentemente, os ângulos de ligação diminuem quando o número de pares de elétrons não-ligantes aumenta. 104.5O107O N HHH C H HHH 109.5O O HH O efeito dos elétrons não-ligantes nos ângulos de ligação (modelo RPENV) Os três têm arranjo tetraédrico 21 O efeito dos elétrons não-ligantes nos ângulos de ligação (modelo RPENV) 22 • Da mesma forma, os elétrons nas ligações múltiplas se repelem mais do que os elétrons nas ligações simples. C O Cl Cl 111.4o 124.3o O efeito das ligações múltiplas nos ângulos de ligação (modelo RPENV) Ângulo “ideal” = 1200 Ligações múltiplas também representam domínios de elétrons maiores (“balão mais cheio”). 23 • Para minimizar a repulsão e--e-, os pares solitários são sempre colocados em posições equatoriais. Moléculas com níveis de valência expandidos • Como o domínio dos pares não-ligantes exercem maiores repulsões que os de pares ligantes, eles sempre ocuparão as posições equatoriais em uma bipirâmide trigonal. • Os átomos que têm expansão de octeto têm arranjos AB5 (de bipirâmide trigonal) ou AB6 (octaédricos). • Para as estruturas de bipirâmides trigonais existe um plano contendo três pares de elétrons. O quarto e o quinto pares de elétrons estão localizados acima e abaixo desse plano. • Para as estruturas octaédricas, existe um plano contendo quatro pares de elétrons. Da mesma forma, o quinto e o sexto pares de elétrons estão localizados acima e abaixo desse plano. Moléculas com níveis de valência expandidos 24 25 26 Piramidal quadrada: Pode-se colocar o elétron não-ligante apontando em direção a qualquer um dos seis vértices do octaedro. 27 EXERCÍCIO Use o modelo RPENV para determinar a geometria molecular para: a. SF4 b. IF5 28 A polaridade das moléculas covalentes estão relacionadas à soma dos momentos das ligações individuais. - Depende da geometria da molécula. - Polaridade das ligações. Moléculas diatômicas Homonucleares: apolar µ=0 Heteronucleares : polar µ0 Forma molecular e polaridade molecular 29 É possível que uma molécula poliatômica que contenha ligações polares não seja polar? 30 • Os dipolos de ligação no CO2 cancelam-se porque o CO2 é linear, logo a molécula é apolar. Forma molecular e polaridade molecular 31 • Na água, a molécula não é linear e os dipolos de ligação não se cancelam, consequentemente, a água é uma molécula polar. Forma molecular e polaridade molecular 32 A polaridade como um todo de uma molécula depende de sua geometria molecular e polaridade das ligações. Forma molecular e polaridade molecular Ligação covalente e superposição de orbitais •As estruturas de Lewis e o modelo RPENV não explicam porque uma ligação se forma. •Como podemos explicar as ligações usando orbitais atômicos? •Quais sãoos orbitais envolvidos nas ligações? •Usamos a teoria de ligação de valência: - As ligações formam quando os orbitais nos átomos se superpõem. - Existem dois elétrons de spins contrários na superposição de orbitais. 33 Ligação covalente e superposição de orbitais 34 Ligação covalente e superposição de orbitais •À medida que dois núcleos se aproximam, seus orbitais atômicos se superpõem. •À medida que a superposição aumenta, a energia de interação diminui. •A uma determinada distância, a energia mínima é alcançada. •A energia mínima corresponde à distância de ligação (ou comprimento de ligação). •Quando os dois átomos ficam mais próximos, seus núcleos começam a se repelir e a energia aumenta. 35 Ligação covalente e superposição de orbitais 36 Orbitais Híbridos Os orbitais atômicos podem se misturar ou se hibridizar para adotarem uma geometria adequada para a ligação. A hibridização é determinada pelo arranjo. Orbitais híbridos sp Considere a molécula de BeF2: 37 Orbitais Híbridos Orbitais híbridos sp O Be tem uma configuração eletrônica 1s22s2. Não existem elétrons desemparelhados disponíveis para ligações. Concluímos que os orbitais atômicos não são adequados para descreverem os orbitais nas moléculas. Orbitais de diferentes energias disponíveis para ligação ---- Hibridização. Orbitais Híbridos Orbitais híbridos sp Deslocamento de um elétron do orbital 2s no Be para o orbital 2p para obtermos dois elétrons desemparelhados para a ligação. Podemos solucionar o problema admitindo que o orbital 2s e um orbital 2p no Be misturam-se ou formam um orbital híbrido. O orbital híbrido surge de um orbital s e de um orbital p e é chamado de orbital híbrido sp. 39 Orbitais Híbridos • Já que somente um dos orbitais 2p do Be foi utilizado na hibridização, ainda existem dois orbitais p não-hibridizados no Be. 40 Orbitais Híbridos Orbitais híbridos sp2 e sp3 Os orbitais híbridos sp2 são formados com um orbital s e dois orbitais p. (Consequentemente, resta um orbital p não- hibridizado). Os grandes lóbulos dos híbridos sp2 encontram-se em um plano trigonal. Todas as moléculas com arranjos trigonais planos têm orbitais sp2 no átomo central (Exemplo BF3). 41 Orbitais Híbridos 42 Orbitais Híbridos Orbitais híbridos sp2 e sp3 Os orbitais híbridos sp3 são formados a partir de um orbital s e três orbitais p. Consequentemente, há quatro lóbulos grandes. Cada lóbulo aponta em direção ao vértice de um tetraedro. O ângulo entre os grandes lóbulos é de 109,5. Todas as moléculas com arranjos tetraédricos são hibridizadas sp3 (Exemplo CH4). 43 Orbitais Híbridos 44 "Sorte é o que acontece quando a preparação encontra a oportunidade." (Elmer Letterman) "Intenção sem ação é ilusão. Ouse fazer e o poder lhe será dado.“ (Lair Ribeiro) 45 EXERCÍCIOS (Brown) 46 Capítulo 8 (Ligação Química) 2, 5, 8, 11, 14, 17, 25, 26, 31, 35, 38, 43, 45, 55, 57. Capítulo 9 (Geometria da molécula) 1, 2, 3, 7, 8, 11, 17, 21, 22, 25, 29, 33. REFERÊNCIAS Material de apoio aos professores – Pearson Education, 2005. 47
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