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11 UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS UNIDADE UNIVERSITÁRIA DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS ENGENHARIA CIVIL CAPILARIDADE Aula 11.2 RENATO CABRAL GUIMARÃES MECÂNICA DOS SOLOS I 1. Introdução � A capilaridade/sucção pode ser definida como a deficiência de pressão, em relação à pressão atmosférica, que aparece nos poros de material como conseqüência das ligações entre moléculas de água e o esqueleto sólido. 2 � Para os solos granulares as forças de ligação são função da tensão superficial no fluido e o termo apropriado é capilaridade. Já para as argilas intervêm forças de natureza adsorvida e o termo adequado é sucção. � No primeiro caso, o fenômeno é mais físico e estas forças de ligação serão tanto maiores quanto menores forem os diâmetros dos poros. � No segundo caso ele é físico-químico, pois embora a capilaridade exista, a força de ligação entre as partículas de argilas dependerá preponderantemente de sua capacidade de retenção de água e de suas forças eletromagnéticas. 1. Introdução � A capilaridade/sucção foi durante muito tempo interesse quase que unicamente dos agrônomos, até que Bishop apresentou os primeiros estudos mostrando a influência deste parâmetro no comportamento mecânico dos solos. 3 � A grande diversidade dos solos faz com que se tomem modelos simples tais como o tubo capilar de vidro para explicar a parte física do fenômeno da capilaridade. � Quanto ao estudo da parte química, referente a capacidade de retenção de água das argilas, a interferência de muitas variáveis (tipo de íon, concentração, temperatura, tipo e quantidade de argilo- mineral, etc) dificultam a realização de um estudo teórico abrangente. � Experimentalmente o estudo de capilaridade é possível para diferentes tipos de solo. 2. Ascensão capilar � Considerando um tubo de pequeno diâmetro mergulhado em um liquido, no contato superfície do tubo-líquido surge uma tensão superficial cuja resultante de forças é a força capilar (Fc) . 4 cwww hrVPa ×××=×= 2piγγ rTperímetroTF ssc 2coscos ×××=××= piαα w s r Thc γ α × ×× = cos2 3. Capilaridade nos Solos 5 � Na natureza, no entanto, a variação do diâmetro dos poros e de outros fatores tais como tipo de solo e nível do lençol freático, limita a validade da analogia que acabou-se de fazer. � Apresenta-se na Tabela a seguir valores típicos de ascensão capilar, para diferentes tipos de solos. Tipo de solo Altura capilar (cm) Areia grossa 2 a 5 Areia média 12 a 35 Areia Fina 35 a 70 Silte 70 a 150 Argila 200 a 400 3. Capilaridade nos Solos 6 � A tensão superficial da água tende a aproximar as partículas, aumentando a tensão efetiva (coesão aparente). 3. Capilaridade nos Solos 7 � Importância do Efeito Capilar. a) construção de pavimentos e aterros rodoviários. b) Sifonamento capilar. 4. Determinação da Capilaridade dos Solos 8 Método Realizado em: Tipo de sucção Faixa de medida (kPa) Tipo de medida Observação Funil de pedra porosa Laboratório Matricial 0 - 70 Direta Para baixas sucções. Sucção aplicada diretamente à amostra. Tensiômetros Laboratório e Campo Matricial 0 - 70 Direta Tempo de resposta em função da condutividade da pedra porosa. Blocos Porosos Laboratório e Campo Matricial 10 - 1000 Indireta Histerese pronunciada, mais sensível às altas sucções. Longo tempo de resposta. Fácil deterioração do material. Placa de Pressão Laboratório Matricial 20 – 1500 Direta A capacidade depende da pedra porosa (pressão de entrada de ar). Utiliza a técnica de translação de eixos. Psicrômetro Laboratório e Campo Total e osmótica 100 - 8000 Direta Mais recomendado para laboratório. Depende de rigoroso controle de temperatura. Membrana de Pressão Laboratório Matricial Até 10000 Direta Emprega a técnica de translação de eixos. Emprega membrana de celulose. Papel Filtro Laboratório Matricial e total Todos os valores Indireta Necessita de máxima precisão na pesagem. 4. Determinação da Capilaridade dos Solos 9 � A determinação da capilaridade/sucção dos solos em laboratório pode ser realizada por diferentes métodos. Os métodos mais comuns no laboratório são a Câmara de Richard e a técnica do papel filtro. Solo Solo Fluxo de vapor Fluxo capilar Papel Filtro 4. Determinação da Capilaridade dos Solos 10 � Em todos os métodos o objetivo é obter a curva característica (sucção x umidade ou saturação). 4. Determinação da Capilaridade dos Solos 11 � A sucção do solo depende de vários fatores, podendo-se destacar: a) grau de saturação; b) índice de vazios; c) Estrutura e tipo de solo. 4. Determinação da Capilaridade dos Solos 12 Exemplo: Considerando-se o perfil estratificado de areias uniformes de diferentes diâmetros apresentado na Figura a seguir, pede-se determinar a altura da ascensão capilar para os níveis do lençol freático Na1, Na2, Na3 e Na4. Qual será a altura de ascensão capilar se após atingir o nível 4 o lençol freático for rebaixado para o nível 5. Embora de validade limitada, será feita analogia deste perfil de solo com tubos de vidro. Considerar Ts=0,075 gf/cm e αααα = 0. OBS: Considerar os alinhamentos A e B. 4. Determinação da Capilaridade dos Solos 13 Camada 1 - Areia Muito Fina d = 0,002 cm Camada 2 - Areia Média d = 0,02 cm Camada 3 - Areia Muito Fina d = 0,002 cm 230 cm 40 cm 10 cm 70 cm 80 cm 40 cm 50 cm 40 cm NA 1 NA 2 NA 5 NA 3 NA 4 A B
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