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Libras: Que língua é essa?
Autora: Ana Carolina Smargiassi
Breve história:
A Língua Brasileira de Sinais surgiu da necessidade de unificar os códigos que são utilizados pelas comunidades surdas-mudas.
É uma fusão dos gestos regionais com a Língua Francesa de Sinais e ela é composta por níveis linguísticos como: fonologia, morfologia, sintaxe e semântica.
Além de possuir “palavras”, possui também um conjunto de itens lexicais que são chamados de “sinais”. 
A datilologia consiste em representar as letras do alfabeto através de sinais, onde cada sinal representa uma letra. 
Os sinais surgem da combinação de configurações de mão, movimentos e de pontos de articulação — locais no espaço ou no corpo onde os sinais são feitos também de expressões faciais e corporais que transmitem os sentimentos que para os ouvintes são transmitidos pela entonação da voz, os quais juntos compõem as unidades básicas dessa língua.
Oralismo, Comunicação total e Bilinguismo.
Antigamente, os surdos eram de certa forma obrigados à se adequarem à sociedade por meio do Oralismo, não existia nenhum outro método, se não este.
Os surdos eram proibidos de se comunicar por meio de gestos e eram impedidos de se integrar com outros surdos. Foi uma tentativa fadada ao fracasso.
Comunicação Total, com uma série de vantagens sobre o Oralismo, mas seu defeito principal era tratar o surdo como alguém que deveria aprender a língua portuguesa sinalizada. O problema está em que o sinal gráfico, a escrita, o signo alfabético apenas sinalizado não faz sentido para um surdo. Dessa forma, a língua portuguesa sinalizada era organizada na perspectiva dos falantes e deixava o real problema do surdo em segundo plano. O bilinguismo é, até os dias atuais, a melhor proposta para a comunicação e educação de surdos. Ela é um língua em sentido técnico, uma língua gestual e espacial, e que deve ser a primeira língua do surdo. Fala-se bilinguismo porque o surdo, nessa perspectiva, dominará a Libras, a língua brasileira de sinais e também a escrita alfabética do português. Será, portanto, bilíngue. 
A educação dos surdos e a educação inclusiva
Para que haja a inclusão social das pessoas surdas, com o objetivo de participação social efetiva, sem a inevitável submissão, as quais as minorias são expostas, as escolas precisam organizar-se, considerando três critérios: a interação por intermédio da língua de sinais, a valorização de conteúdos escolares e a relação conteúdo-cultura surda.
A linguagem dos surdos - LIBRAS – é o ponto de partida que dá sustentação a todas as reflexões que tratarem sobre a temática. Quando se trata de inclusão, a valorização da língua de sinais para os surdos é uma das questões essenciais, como possibilidade de igualdade de condições de desenvolvimento entre as pessoas.
Comunidade surda
Os surdos procuram conviver harmoniosamente com grandes diferenças, dentre elas a mais marcante, a linguística. Esta comunidade está sempre procurando fazer valer os seus direitos políticos e sociais, lutando contra o estigma, o estereótipo, a deficiência, o preconceito, e o poder do ouvintismo.
Cultura e identidade surda
É fundamental olharmos para a Identidade Cultural Surda dentro de um contexto multicultural, onde a identidade é algo em questão, em construção, uma construção móvel que pode frequentemente ser transformada ou estar em movimento, e que empurra o sujeito em diferentes posições. PERLIN (1998: 52) É evidente que as identidades surdas assumem formas multifacetadas em vista das fragmentações a que estão sujeitas, face à presença do poder ouvintista que lhes impõem regras, inclusive, encontrando no estereótipo surdo uma resposta para a negação da representação da identidade surda ao sujeito surdo.
De acordo com apresentação didática da Identidade Surda, podemos analisar três dos elementos mais importantes:
Quanto a ORIGEM:
1) Surdo – filho de pais surdos
2) Surdo – filho de pais ouvintes
3) Ouvinte – filho de pais surdos
Quanto aos FATORES:
1) O surdo precisa ser exposto à cultura surda para desenvolver sua linguagem e compor sua identidade.
2) Participação nas atividades construtoras
3) Movimentos surdos – a dinâmica da comunidade
4) Conhecimento as leis e políticas de inclusão e da ética
Quanto a CLASSIFICAÇÃO:
Identidade Surda ou Política: Pessoa com identidade surda plena. É geralmente filho de pais surdos (LIBRAS Nativa) e se aceita como surdo. Luta pelos direitos e pela inclusão na sociedade. Não se esconde, mas se deixa expor naturalmente.
Híbrida: Nasce ouvinte e posteriormente torna-se surdo. Conhece a língua portuguesa falada e escrita. Mais tarde conhece a cultura surda e a Libras. Mantém relação amigável com ambas as culturas.
Flutuante: Tem dificuldade de identificação em um grupo definido, não sabe se fica com os surdos ou com os ouvintes. Quando em meio aos ouvintes disfarça a surdez e quando em meio aos surdos procura ser como eles.
Embaçada: Apresenta alto índice de desinformação, dificuldade de aprendizado, Não conhece a Libras e nem o Português, por isso tem alta limitação de comunicação com ambas as culturas e acaba por viver isoladamente.
De Transição: Aprende com certa dificuldade a comunicação oral auditiva. Filho de pais ouvintes. Mais tarde descobre a LIBRAS e dá preferência para conviver na cultura surda.
Diáspora: Relaciona-se bem com os ouvintes, luta pelos direitos surdos, procura mostrar que é resolvido e feliz. Busca incansavelmente estar bem informado sobre tudo.
Incompleta ou Intermediária: Nega a identidade surda, luta para se integrar ao ambiente do ouvinte, tentando viver como tal. Oralizado, geralmente usa aparelho auditivo e não aceita bem a Libras. Aprecia as peculiaridades culturais distintivas ouvintes como, por exemplo, a música.
Legislação:
	
LEI Nº 10.436, DE 24 DE ABRIL DE 2002.
	
	Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão a Língua Brasileira de Sinais - Libras e outros recursos de expressão a ela associados.
Parágrafo único. Entende-se como Língua Brasileira de Sinais - Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema lingüístico de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria, constituem um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil.
Art. 2o Deve ser garantido, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas institucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Língua Brasileira de Sinais - Libras como meio de comunicação objetiva e de utilização corrente das comunidades surdas do Brasil.
Art. 3o As instituições públicas e empresas concessionárias de serviços públicos de assistência à saúde devem garantir atendimento e tratamento adequado aos portadores de deficiência auditiva, de acordo com as normas legais em vigor.
Art. 4o O sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, conforme legislação vigente.
Parágrafo único. A Língua Brasileira de Sinais - Libras não poderá substituir a modalidade escrita da língua portuguesa.
Art. 5o Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 24 de abril de 2002; 
181o da Independência e 114o da República.
Fernando Henrique Cardoso
 Paulo Renato Souza

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