Buscar

HISTORIA DA LINGUA PORTUGUESA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 26 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Disciplina 
História da Língua Portuguesa 
 
 
Coordenador da Disciplina 
Prof. Dr. Paulo Mosânio Teixeira Duarte 
 
 
Edição 2013.2
 
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados desta edição ao Instituto UFC Virtual. Nenhuma parte deste material poderá ser reproduzida, 
transmitida e gravada por qualquer meio eletrônico, por fotocópia e outros, sem a prévia autorização, por escrito, dos autores. 
 
Créditos desta disciplina 
 
Coordenação 
Coordenador UAB 
Prof. Mauro Pequeno 
Coordenador Adjunto UAB 
Prof. Henrique Pequeno 
Coordenador do Curso 
Profª. Claudete Lima 
Coordenador de Tutoria 
Profª. Pollyanne Bicalho Ribeiro 
Coordenador da Disciplina 
Prof. Dr. Paulo Mosânio Teixeira Duarte 
 
Conteúdo 
Autor da Disciplina 
Prof. Dr. Paulo Mosânio Teixeira Duarte 
 
Setor TecnologiasDigitais - STD 
Coordenador do Setor 
Prof. Henrique Sergio Lima Pequeno 
 
Centro de Produção I - (Material Didático) 
Gerente: Nídia Maria Barone 
Subgerente: Paulo André Lima / José André Loureiro 
Transição Didática 
 Dayse Martins Pereira 
 Elen Cristina S. Bezerra 
 Elicélia Lima Gomes 
 Fátima Silva e Souza 
 José Adriano de Oliveira 
 Karla Colares 
Kamille de Oliveira 
 
Formatação 
Camilo Cavalcante 
Elilia Rocha 
Emerson Mendes Oliveira 
Francisco Ribeiro 
Givanildo Pereira 
Sued de Deus 
Stephan Capistrano 
 
Programação 
Andrei Bosco 
Damis Iuri Garcia 
 
Publicação 
João Ciro Saraiva 
Design, Impressão e 3D 
André Lima Vieira 
Eduardo Ferreira 
Fred Lima 
Gleilson dos Santos 
Iranilson Pereira 
Luiz Fernando Soares 
Marllon Lima 
Onofre Paiva 
 
 
 
Gerentes 
Audiovisual: Andréa Pinheiro 
Desenvolvimento: Wellington Wagner Sarmento 
Suporte: Paulo de Tarso Cavalcante 
 
 
 
 
 
 
Sumário 
 
Aula 01: A origem e formação da língua portuguesa: O contexto sócio-histórico .............................. 01 
 Tópico 01: Expansão do Latim vulgar ................................................................................................... 01 
 Tópico 02: A formação do reino português ........................................................................................... 04 
 
Aula 02: Fases da História da Língua Portuguesa e seus Textos Representativos ............................. 08 
 Tópico 01: A Periodização Tradicional ................................................................................................. 08 
 Tópico 02: Os Textos Não-Literários: Gramáticas e Dicionários .......................................................... 10 
 
Aula 03: Do Latim ao Português: A Evolução Fonológica .................................................................... 12 
 Tópico 01: O Vocalismo Tônico ............................................................................................................ 12 
 Tópico 02: O Consonantismo ................................................................................................................. 14 
 
Aula 04: A Formação do Léxico Português ............................................................................................ 16 
 Tópico 01: O Vocabulário ...................................................................................................................... 16 
 Tópico 02: Formação de palavras: Afixação .......................................................................................... 19 
 
 
 
 
 
 
TÓPICO 01: EXPANSÃO DO LATIM VULGAR
MULTIMÍDIA
Ligue o som do seu computador!
OBS.: Alguns recursos de multimídia utilizados em nossas aulas, 
como vídeos legendados e animações, requerem a instalação da versão 
mais atualizada do programa Adobe Flash Player©. Para baixar a versão 
mais recente do programa Adobe Flash Player, clique aqui! [1]
PALAVRA DO COORDENADOR DA DISCIPLINA DE HISTÓRIA DA LÍNGUA
PORTUGUESA
Para assistir o vídeo acesse o ambiente SOLAR
Neste tópico, vamos tratar dos fatores sócio-históricos que 
propiciaram a expansão do latim vulgar e condicionaram o surgimento da 
língua portuguesa. Deste modo, estamos aptos a entender o segundo 
tópico, mais diretamente ligado à formação da língua portuguesa. Dada a 
estreita ligação entre os dois tópicos, você certamente perceberá alguma 
repetição de conteúdo no segundo tópico.
Como todo objeto social, uma língua passa por transformações. Sendo 
nossa língua um instrumento de interação social, naturalmente não será uma 
exceção. 
A língua portuguesa e os demais idiomas românicos [2] são o resultado 
de transformações, através dos séculos, de uma outra língua, o latim.
O latim era a língua dos latinos, da região do Lácio, região da Itália 
Central. Roma, fundada provavelmente em 753 a.C., não passava de simples 
cidade pequenina; porém, não tardou a exercer uma dominação intensa 
sobre algumas das cidades mais importantes. Mais tarde, os exércitos 
romanos subjugaram os povos, a todos impondo os costumes e a língua: o 
latim vulgar [3]. 
HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA
AULA 01: A ORIGEM E FORMAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA: O CONTEXTO SÓCIO-HISTÓRICO
1
MULTIMÍDIA
CONTRATO PSICOLÓGICO
Veja um curto desenho animado sobre a História de Roma [4].
Imperador Constantino Fonte [5]
Roma tornou-se a capital do mundo, e em 27 a.C, o Império se impõe, 
todavia, a vastidão do Império acarretava grandes dificuldades, o que 
preparou terreno para a expansão do latim vulgar, já que a nobreza fora 
afetada por tais dificuldades. 
Além disso, um outro fator contribuiu para a expansão da referida 
modalidade latina: a religião cristã, instituída pelo Imperador Constantino, 
em 318, com a publicação do Édito de Milão e transformada em religião 
oficial do Império, em 391, por decreto do Imperador Constantino, que 
aboliu o paganismo.
O Império se enfraquecia, aumentavam suas dificuldades militares, e 
cresciam, nas fronteiras, as investidas dos povos germânicos (bárbaros). A 
partir dos meados do século III, Roma entrou na Era do Obscurantismo. 
Imperador Teodósio - Fonte [6]
Em 395 o imperador Teodósio, numa divisão fundamentalmente 
administrativa, dividiu o Império Romano em dois: o do Ocidente, com 
capital em Roma, e o do Oriente, com capital em Constantinopla. 
O Império do Ocidente estava em decadência, quando em 476 foi 
tomado pelos bárbaros, que destituíram o último imperador (Rômulo 
Augústulo). 
Consequentemente, as regiões se isolaram e cada uma teve um 
desenvolvimento próprio; formaram-se, então, numerosos reinos bárbaros 
(franco, suevo, visigótico) que se desenvolveram durante toda a Idade Média 
e, a partir do século IX, transformaram-se, cada um com sua história e 
romanço, nos países europeus da Época Moderna.
VERSÃO TEXTUAL DO FLASH
“ROMANÇO”:
Termo derivado do latim medieval romancium para designar 
qualquer língua românica, em contraste com o latim. Assim, usa-se 
2
romanço como um coletivo para o conjunto das línguas românicas ou, 
parcialmente, para uma dessas línguas. Mas aplica-se de preferência o 
termo para designar a fase final do latim vulgar, depois do século III 
d.C., quando já contrasta com o latim clássico em virtude de profundas 
inovações e se diferencia de região para região na România, como fase 
preliminar das línguas românicas; daí falar-se em romanço ibérico e, 
mais particularmente, romanço português, que se situa entre o século 
v e o século IX. 
Do conceito de romanço como coletivo para línguas românicas 
chegou-se ao termo Proto-Romanço, para designar os traços 
fonológicos, morfológicos e sintáticos latinos que explicam os traços
correspondentes nas línguas românicas. É um termo criado 
estritamente dentro do comparatismo das línguas românicas, ougramática comparativa românica; distingue-se do conceito de latim 
vulgar por ser uma dedução teórica do método comparativo e só 
abranger o que se pode reconstruir pela comparação das formas e 
fonemas românicos.
Os fatos do latim vulgar que não apresentam reflexo nas línguas 
românicas não entram na configuração do proto-romanço; em 
compensação, entram nele fatos do latim clássico, opostos aos do latim 
vulgar, documentado, mas que se prolongaram em língua românica 
pela corrente erudita.
(MATTOSO CÂMARA, Joaquim. Dicionário de Linguística e 
Gramática. Petrópolis, Vozes, 1978, pp. 210-211)
O Império Romano do Oriente, entretanto, teve uma política mais de 
estabilização do que de expansão e, embora ameaçado desde o século VI 
pelas invasões eslavas, conseguiu sobreviver como unidade política até 1453, 
quando o Islamismo alcançou seus territórios, e os turcos, liderados por 
Maomé II, destruíram as muralhas que protegiam Constantinopla.
Com a invasão dos bárbaros, tendo desaparecido a nobreza e, com ela, 
as escolas, a preocupação pela cultura intelectual se confinou aos mosteiros. 
Como herdeiro do latim clássico, esse latim da Igreja (também 
chamado latim eclesiástico, medieval ou baixo latim) era escrito 
gramaticalmente correto. Constituía-se de palavras novas, retiradas das 
línguas faladas e do grego e era o latim literário do declínio do Império do 
Ocidente e a língua oficial das ciências na Idade Média. Paralelo a este 
latim, surgiu um de natureza estropiada, misturado com o léxico das 
línguas vernáculas, empregado pelos tabeliães: o latim bárbaro, que os 
cartórios utilizaram em contratos, testamentos, doações e outros escritos 
de natureza jurídica.
FONTES DAS IMAGENS
1. http://www.adobe.com/products/flashplayer/
2. http://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADnguas_rom%C3%A2nicas
3
TÓPICO 02: A FORMAÇÃO DO REINO PORTUGUÊS
Paralelamente à transformação da língua literária, o sermo vulgaris ou 
latim vulgar, levado pelos soldados e pela plebe às regiões do Império 
Romano, também mudava. Daí resultaram, mais ou menos a partir de 600 
da Era Cristã, os romanços (ou romances) medievais e, posteriormente, as 
línguas românicas ou neolatinas.
Vários fatores concorreram para a dialetação românica: o tempo, a 
política de dominação dos romanos, a vastíssima extensão geográfica do 
Império e sua fragmentação política e, principalmente, a ação do substrato
(nome que se dá à língua de um povo que é abandonada em proveito de 
outra que a ela se impõe, geralmente como consequência de uma conquista 
política (Camara Jr, 1978, s.v.).) e do superstrato (nome que se dá à língua de 
um povo conquistador, que a abandona para adotar a língua do povo vencido 
(Camara Jr, 1978, s.v.).) .
Como língua falada, o latim vulgar se transformou com o tempo. Entre 
uma conquista e outra, muitas vezes decorriam séculos, e a língua imposta 
nas diversas regiões se apresentava distinta. Assim, o latim levado para a 
Península Ibérica, em 197 a.C. mais ou menos, deve ter sido mais arcaico que 
o levado para a Dácia em 107 d.C.
Além disso, os povos que o latim encontrou nas regiões conquistadas, 
eram de raças e civilizações diferentes, cada qual com sua expressão 
idiomática. Apesar de seu triunfo sobre essas línguas pré-românicas, o latim 
sofreu, sobretudo na fonética e no léxico, influências que representam 
vestígios das línguas anteriormente faladas nas regiões latinizadas. 
Na Lusitânia pré-romana, foram os celtas o elemento de maior valor 
lingüístico para a estruturação do português.
AÇÃO DO SUBSTRATO E SUPERESTRATO
O SUPERESTRATO GERMÂNICO
O SUPERESTRATO ÁRABE
A DOMINAÇÃO MUÇULMANA
AÇÃO DO SUBSTRATO E SUPERESTRATO
No processo de dialetação, considera-se o substrato como o elemento 
mais importante, devido, principalmente, ao processo de adaptação 
imperfeita da fonação materna ao novo idioma a ser aprendido. Já os 
superstratos exercem influência menos significativa, limitando-se, na 
generalidade dos casos, ao vocabulário. Estes estão ligados ao 
desmembramento do Império Romano e são representados pela língua dos 
invasores germânicos e árabes.
O SUPERESTRATO GERMÂNICO
Após as invasões germânicas, já referidas no tópico anterior, os bárbaros 
passaram a se romanizar: adotaram a cultura dos povos vencidos, 
cristianizaram-se e assimilaram o latim vulgar. Contribuíram, porém, para 
HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA
AULA 01: A ORIGEM E FORMAÇÃO DA LÍNGUA PORTUGUESA: O CONTEXTO SÓCIO-HISTÓRICO
4
acelerar a evolução desta modalidade de latim. Legaram ao vocabulário 
português vários termos: guerra, trégua, roubar, bando, banda, bandeira, 
baluarte, escaramuça, dardo, brandir, galopar, arauto, feudo, orgulho, 
rico, branco, franco, tacanho.
O SUPERESTRATO ÁRABE
Com a invasão dos árabes, no século VIII, acentua-se a influência do 
superstrato no processo da dialetação românica. Mais de duas mil palavras 
de origem árabe foram introduzidas, dentre elas: alface, algodão, arroz, 
açúcar, laranja, azeitona, azeite, cenoura, espinafre, girafa, javali, jarra, 
almofada, alfange, arroba, quintal, quilate, alqueire, alfaiate, alcaide.
A DOMINAÇÃO MUÇULMANA
Foi rápida a conquista muçulmana, mas demorada a Reconquista (Mapa 
da Reconquista) do território tomado pelos árabes. Avançando para o sul, os 
cristãos rebeldes foram recuperando aos poucos os territórios perdidos, 
conforme ilustra o mapa abaixo. 
MAPA DA RECONQUISTA
ORIGEM DA IMAGEM: http://www.di.ufpe.br/~rac2/portugues/reconqu.html
5
A GUERRA DA RECONQUISTA
Da interpenetração da língua árabe e da língua popular de estrutura 
românica, resultou o moçárabe, falado pela população cristã que viveu sob 
o jugo islamítico.
Vários nobres de diversas regiões participaram das lutas para expulsão 
dos invasores. D. Afonso VI, rei de Leão e de Castela, premiou D. 
Raimundo e seu primo D. Henrique, conde de Borgonha, pelo sucesso na 
guerra de Reconquista. A D. Raimundo, deu em casamento a filha legítima, 
Urraca, e a região da Galiza. A D. Henrique, a filha bastarda, Tareja, e um 
feudo, o Condado Portucalense, território desmembrado da Galiza, 
compreendido, a princípio, entre o Minho e o Douro, e, a partir de 1095, 
entre o Minho e o Tejo.
O CONDADO PORTUCALENSE
A língua de ambos os territórios doados era a mesma, o galego-
português. Cumpre ressaltar que foi imposto a D. Henrique administrar o 
Condado Portucalense sob a tutela de D. Raimundo, senhor da Galiza.
Com a morte de D. Henrique, a viúva assumiu o poder, mas seus 
amores com o conde de Trava, da Galiza, causaram o descontentamento do 
povo e de seu filho D. Afonso Henriques, que, na Batalha de São Mamede 
(1128), tomou o poder e se fez proclamar rei. Em 1143, na Convenção de 
Zamora, Afonso VII, rei de Leão, lhe reconheceu a realeza, confirmada em 
1179 pelo papa Alexandre III.
INDEPENDÊNCIA DE PORTUGAL
Portugal tornou-se, assim, reino independente da Galiza. Ao mesmo 
tempo em que se separava da Galiza, estendia-se para o sul, anexando as 
regiões reconquistadas. D. Afonso Henriques e seus sucessores 
prosseguiram na luta contra os mouros, até que, em 1250, D. Afonso III 
concluiu a conquista do Algarve, delimitando, então, os limites de Portugal 
de hoje. 
FÓRUM
CONTRATO PSICOLÓGICO
Comente sobre o papel dos germânicos na expansão do latim vulgar 
considerando o aspectos: fim da nobreza, ação sobre as escolas, campos 
lexicais (vocabulário). Depois comente sobre as invasões árabes, a Guerra 
de Reconquista e a influência destes fatores na formação do Português e 
na formação do vocabulário ( campos léxicos).
ATIVIDADE DE PORTFÓLIO
1) As fontes do latim Vulgar são Cartas de Cícero, textos satíricos, 
entre outros. Porqueestes gêneros são importantes para o Latim Vulgar?
2) Um dos textos fontes do latim vulgar é o “Appendix Probi”, 
escrito por um gramático desconhecido. Ele contém formas em Latim 
“correto” ao lado de Formas consideradas erradas. Esta visão de certo e de 
6
errado ainda persiste nas escolas? Comente com exemplos de sua prática 
de professor ou com exemplos de gramática.
3) O Cristianismo, religião difundida entre os humildes, foi uma 
“causa” de difusão do Latim Vulgar. Por quê?
FONTES DAS IMAGENS
Responsável: Prof. Dr. Paulo Mosânio Teixeira Duarte
Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual
7
TÓPICO 01: A PERIODIZAÇÃO TRADICIONAL
Estudando a evolução da língua portuguesa, os autores costumam 
dividir sua história em fases, períodos ou épocas, com critérios que variam, 
conforme se Considerem como pontos de referência, na periodologia, 
aspectos puramente linguísticos ou extralinguísticos.
São classificações apenas didáticas, uma vez que os limites entre os 
diversos períodos não podem, evidentemente, ser traçados com rigor. Assim 
se divide a história da língua portuguesa:
A) ÉPOCA PRÉ-HISTÓRICA (DAS ORIGENS ATÉ O SÉCULO IX).
B) ÉPOCA PROTO-HISTÓRICA (DO SÉCULO IX AO SÉCULO XII/XIII).
C) ÉPOCA HISTÓRICA (DO SÉCULO XII/XIII EM DIANTE).
A) ÉPOCA PRÉ-HISTÓRICA (DAS ORIGENS ATÉ O SÉCULO IX).
A época pré-histórica é o período de evolução do latim falado na Galiza e 
na Lusitânia, desde a conquista da Península Ibérica até a formação dos 
romances, no século V, atingindo o ápice com a definição do romanço galaico
-português como língua falada nas duas margens do Rio Minho. É reduzido o 
material linguístico documental dessa época.
B) ÉPOCA PROTO-HISTÓRICA (DO SÉCULO IX AO SÉCULO XII/XIII).
São limites da época proto-histórica o século IX e o século XII. O século 
IX marca a definição do romance galego-português como língua corrente, 
falada a princípio na região noroeste da Península Ibérica e levada, depois, 
com o movimento da Reconquista, para o sul. O século XII assinala a 
independência de Portugal.
O século XII assinala também o aparecimento dos primeiros textos 
redigidos numa língua distinta da língua latina, único meio, da expressão 
escrita. Todavia, embora durante muito tempo se tenha julgado que os mais 
antigos textos em galego-português datavam do fim do século XII, pesquisas 
recentes mostraram que não foi no século XII, mas sim no começo do século 
XIII, que esses textos apareceram. Assim, para se preservar a coerência, 
pode-se adotar o século XIII a demarcação dessa época.
Nesta época, atestam-se, em documentos escritos em latim bárbaro, 
palavras e expressões do romanço galego-português. São documentos 
públicos, testamentos, doações, contratos de compra e venda. E também 
documentos jurídicos, como cartas, leis, forais, inquirições sobre 
propriedades.
C) ÉPOCA HISTÓRICA (DO SÉCULO XII/XIII EM DIANTE).
A época histórica, que se prolonga do século XII/XIII em diante, 
subdivide-se em duas etapas, a arcaica e a moderna tendo, como divisor de 
águas, o século XVI.
Até fins do século XII, o latim era a língua de tradição escrita. Seu 
prestígio como forma escrita exclusiva das instituições eclesiásticas e oficiais 
durou até o início do século XIII, quando a língua vernácula começou a 
HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA
AULA 02: FASES DA HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA E SEUS TEXTOS REPRESENTATIVOS
8
lograr seu registro histórico, mas os documentos em prosa que restam do 
século XIII são raros e se apresentam modificados pelos escribas dos séculos 
XIV e XV: é o caso de A demanda do Santo Graal. 
Na fase arcaica, a língua era, nos séculos XIII e XIV, o galego-português, 
denominação dada à expressão oral e escrita deste romanço. Foi esta a língua 
exclusiva da poesia lírica em toda a Península Ibérica. Essa poesia foi 
conservada fundamentalmente em três compilações: o Cancioneiro da Ajuda, 
Cancioneiro da Vaticana e, principalmente, pelo Cancio-neiro da Biblioteca 
Nacional de Lisboa. Estes cancioneiros contêm três categorias de poesias: 1) 
as cantigas d’amigo; 2) cantigas d’amor; 3) as cantigas d’escárnio e de mal 
dizer. 
SÉCULO XIII
A partir de início do século XIII, surgem documentos inteiramente 
escritos em “língua vulgar” – testamentos, títulos de venda, foros etc. Um 
dos textos mais antigos deste gênero é o testamento de Afonso II, datado 
de 1214. A língua desses textos, principalmente daqueles anteriores a 1350, 
é mais espontânea e diversificada que a dos Cancioneiros. 
SÉCULO XIV
A partir do século XIV, ainda na fase arcaica, por motivos históricos e 
sociais, a relativa unidade linguística galego-portuguesa começa a sofrer 
cisão (<b>Relembre:</b> qual o fato histórico relacionado a esta cisão?) . 
Surgem as primeiras obras em prosa literária, merecendo uma menção 
particular o Livro de Linhagens de D. Pedro, conde de Barcelos (morto em 
1354), e a Crônica Geral de Espanha de 1344, que é em grande parte a 
versão portuguesa da Primeira Crónica General de España, redigida por 
ordem de Afonso X, o Sábio.
SÉCULO XVI
No século XVI, a literatura, sob a influência do Renascimento, e o 
trabalho dos gramáticos e teóricos da língua fixam o português padrão. O 
marco literário, por excelência, desta fase é a obra de Camões, que 
inaugurou o gênero épico e deu impulso ao gênero lírico. 
FONTES DAS IMAGENS
Responsável: Prof. Dr. Paulo Mosânio Teixeira Duarte
Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual
9
TÓPICO 02: OS TEXTOS NÃO-LITERÁRIOS: GRAMÁTICAS E DICIONÁRIOS
Para que nosso estudo fique completo e não se limite aos textos 
literários, vamos tratar neste tópico de outras modalidades textuais: as 
OBRAS GRAMATICAIS e LEXICOGRÁFICAS, situando-as no contexto 
histórico em que elas apareceram.
Entre meados do século XV e fins do século XVII, o espanhol serviu 
como segunda língua para todos os portugueses cultos. Para isto 
contribuíram os casamentos de soberanos portugueses e espanhóis e os 
sessenta anos de dominação espanhola (1580-1640), que se situam no 
período mais brilhante do “Século de Ouro”.
MAIS DETALHES SOBRE A DOMINAÇÃO ESPANHOLA
Somente depois de 1640, com a Restauração e a subida ao trono 
de D. João IV, nasce uma reação anti-espanhola. O bilinguismo, 
todavia, perdurará até o desaparecimento dos últimos representantes 
da geração formada antes de 1640. Assim, durante aproximadamente 
dois séculos e meio, o espanhol foi em Portugal uma segunda língua de 
cultura. A maioria dos escritores portugueses escreve também em 
espanhol. É o caso de Gil Vicente, de Sá de Miranda, de Luís de 
Camões, de Francisco Manuel de Melo. 
Os partidários desse bilinguismo não viam nenhuma traição para 
com o seu país. Apenas um pequeno número de escritores com cultura 
humanista, como Antônio Ferreira (1528-1569), manifestam uma certa 
forma de patriotismo linguístico recusando-se a escrever em espanhol.
Papel especial cabe à gramática, que nasce em Portugal sob inspiração 
da cultura humanista, cabendo o pioneirismo do seu ensino a Fernão de 
Oliveira, autor de uma Grammatica de lingoagem portuguesa [1] (1536). 
Desde então até o século XIX, vai aparecer um número considerável de 
gramáticas normativas e de tratados de ortografia, como os de Duarte Nunes 
de Leão (Orthographia, 1576; Origem da lingua portuguesa, 1606).
A Lexicografia é herdeira do humanismo. O primeiro lexicógrafo, 
Jerónimo Cardoso, redige diversos dicionários de português-latim e latim-
português (1551, 1562, 1562-1563, 1569-1570). O Dicionário da língua 
portuguesa, de António de Morais Silva (1789), foi várias vezes reeditado e 
aumentado (entre 1949-1959 foi publicada a 10.ª edição, em 12 volumes), epode ser considerado o antepassado de todos os dicionários modernos da 
língua. 
A filologia científica foi introduzida em Portugal na segunda metade do 
século XIX por Francisco Adolfo Coelho (1847-1909). 
HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA
AULA 02: FASES DA HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA E SEUS TEXTOS REPRESENTATIVOS
10
ATIVIDADE DE PORTFÓLIO
Escreva sobre os documentos literários e não-literários do Português, 
considerando o que estudou em Literatura Portuguesa.
FONTES DAS IMAGENS
1. http://purl.pt/120
Responsável: Prof. Dr. Paulo Mosânio Teixeira Duarte
Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual
11
TÓPICO 01: O VOCALISMO TÔNICO
VERSÃO TEXTUAL DO FLASH
Dizia-se, por exemplo, oc’lu por ocŭlum e cal’du por calĭdum (daí, 
em português, olho e caldo).
A QUANTIDADE VOCÁLICA NO LATIM CLÁSSICO
Quantidade, duração ou mora diz respeito à duração de um fone. 
No latim, havia duas durações: longa, representada por mácron, e 
breve, representada por bráquia: . Neste exemplo, a primeira 
vogal é longa e apresenta o sinal mácron, a segunda vogal é breve e 
apresenta o sinal bráquia. Convém deixar claro que a quantidade 
vocálica não era invenção nem imposição dos gramáticos: se no teatro 
um ator errasse a quantidade vocálica, a platéia inteira riria. A 
quantidade vocálica era, portanto, distintiva, ou seja, servia para opor 
significados: ‘amarelo’/ ‘lodo’.
No que diz respeito ao vocalismo tônico do Latim Vulgar, este foi, com o 
passar do tempo, perdendo as oposições de quantidade, resultando no 
quadro abaixo. 
Eis o quadro vocálico tônico do Latim Vulgar que se mantém no 
português até hoje: 
As vogais átonas eram bem mais frágeis. As penúltimas dos 
proparoxítonos desaparecem com freqüência na pronúncia corrente:
Dizia-se, por exemplo, oc’lu por ocŭlum e cal’du por calĭdum (daí, em 
português, olho e caldo).
HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA
AULA 03: DO LATIM AO PORTUGUÊS: A EVOLUÇÃO FONOLÓGICA
12
FÓRUM
Discuta o seguinte tópico: quanto ao vocalismo tônico, o português é, 
do ponto de vista diacrônico, língua neolatina conservadora. 
FONTES DAS IMAGENS
1. http://www.adobe.com/go/getflashplayer
Responsável: Prof. Dr. Paulo Mosânio Teixeira Duarte
Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual
13
TÓPICO 02: O CONSONANTISMO
VERSÃO TEXTUAL DO FLASH
No Latim Vulgar Imperial, aparecem novos fonemas: os palatais 
lh, nh e x; os africanos dj e ts. Só os primeiros permaneceram em 
português. Em seguida, após a fase da invasão muçulmana, apareceu 
um novo fonema, tch, representado na escrita por ch.
Um fenômeno digno de nota, ocorrida apenas em galego-português, é a 
queda do intervocálico, que aconteceu no século X, com a língua já em 
formação. Ele incidiu sobre um grande número de palavras e contribuiu para 
criar em galego-português vários grupos de vogais em hiato. (Toda queda de 
consoante intervocálica leva primeiramente à formação de hiato. Por isto, a 
língua arcaica era repleta de hiatos.) 
Outro fenômeno, a queda do -n- intervocálico, produziu-se depois do 
precedente, no século XI, e provavelmente ainda estava em curso no século 
XII, nas vésperas do aparecimento dos primeiros textos escritos. 
É mais complicado que o anterior: por exemplo, na palavra corona,
houve primeiro nasalização da vogal que antecede o n, donde corõna; em 
seguida, o n caiu e tivemos corõa, forma do galego-português (hoje coroa). 
Assim, todos os n intervocálicos desapareceram depois de terem nasalizado a 
vogal precedente. Exemplos:
ATIVIDADE DE PORTFÓLIO
1. “Que grafemas representavam as africadas do galego português?
2. Que evolução fonética ( ou fonológica, em sentido amplo) as africadas 
sofreram na evolução para o português moderno?
3. Com base na resposta à questão 2, responda: por que a nossa escrita é 
conservadora?
HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA
AULA 03: DO LATIM AO PORTUGUÊS: A EVOLUÇÃO FONOLÓGICA
14
4. Mostre as passagens intermediárias nas evoluções, comentando-as:
a) corona> coroa
b) freno> freio
c) avena> aveia
d) lana>lã
e) coelu> céu
f) palu> pau
5. Mostre que muitas palavras conservam, em português, as consoantes 
intervocálicas –l- e –n-. Comente sobre o contexto em que elas aparecem. 
Consulte bons dicionários e livros, como o de Teyssier (2001) e Coutinho 
(1976).
FONTES DAS IMAGENS
1. http://www.adobe.com/go/getflashplayer
2. http://www.adobe.com/go/getflashplayer
Responsável: Prof. Dr. Paulo Mosânio Teixeira Duarte
Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual
15
TÓPICO 01: O VOCABULÁRIO
Nesta última aula trataremos do léxico. Melhor dizendo: de sua 
constituição. 
VERSÃO TEXTUAL DO FLASH
Léxico tanto pode ser o conjunto de todas as palavras da língua, 
como o conjunto de palavras da classe aberta. Pode incluir também 
os morfemas desta língua).
O léxico português é constituído de vocabulários oriundos de 3 fontes 
históricas:
1.º) ORIGEM LATINA – o latim é a origem primária do nosso 
vocabulário e a mais importante. 
2.º) ORIGEM ESTRANGEIRA – em todos os tempos, as línguas 
estrangeiras, quer diretamente, quer indiretamente, por meio do latim e de 
outros idiomas, contribuíram para o aumento do nosso léxico. 
3.º) ORIGEM VERNÁCULA – a própria língua portuguesa fornece, por 
meio de processos internos de derivação e de composição, novos vocábulos, 
que aumentam constantemente o léxico.
FONTES HISTÓRICAS DO LÉXICO PORTUGUÊS
ELEMENTOS DE ORIGEM LATINA
ELEMENTOS DE ORIGEM ESTRANGEIRA
- GREGA
- HEBRAICA
- INGLESA
- FRANCESA
- ESPANHOLA
- ITALIANA
INFLUÊNCIA INDÍGENA
INFLUÊNCIA AFRICANA
OUTRAS FONTES
ELEMENTOS DE ORIGEM LATINA
Do latim popular ou vulgar é que deriva grande parte do léxico 
português. Além dos elementos do inventário aberto (relembre o que você 
estudou em Língua Portuguesa: vocábulo sobre a dicotomia inventário 
aberto x inventário fechado), o português recebeu ainda as formas 
gramaticais, os pronomes, os numerais, as partículas e quase todos os seus 
prefixos e sufixos.
Outros elementos latinos têm entrado, por via erudita, no léxico 
português, desde o séc. XIV até hoje. Alguns deles conservam ainda feição 
latina: - álbum, déficit, dubitação, exclusive, inclusive, máxime, superávit, 
veredictum e etc. Estes e outros exemplos são chamados latinismos.
HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA
AULA 04: A FORMAÇÃO DO LÉXICO PORTUGUÊS
16
ELEMENTOS DE ORIGEM ESTRANGEIRA
Já vimos os povos que invadiram a Península Ibérica e deixaram 
contribuições vocabulares. Temos agora que acrescentar outras fontes, clique 
nos ítens abaixo para ver os exemplos.
- GREGA
Por influência do Cristianismo: anjo, apóstolo, ateu, basílica, bispo, 
católico, Cristo, crisma, diocese, Dorotea, eucaristia, evangelho, Filipe, 
ídolo, igreja, mártir, pároco, Teodoro e etc.
- HEBRAICA
Por influência das Sagradas Escrituras, muitos termos hebreus 
passaram para o português: - aleluia, amém, Belzebu, cabala, Davi, Éden, 
Gabriel, Hosana, Raquel, Rute, José, Jesus, Maria, Messias, Moisés, Sara, 
Satanás, maná, Páscoa, querubim, rabino, serafim, sábado e etc.
- INGLESA
– bife, breque, cheque, clube, dólar, futebol, iate, júri, jóquei, pudim, 
sanduíche, túnel, bar, bote, cabina, escoteiro, filme, linchar, piquenique, 
turismo, xerife etc.
- FRANCESA
– arranjar, avenida, boné, brochura, chalé, champanhe, chapéu, 
conhaque, constatar, etiqueta, envelope, jornal, paletó, rocha, aprendiz, 
assembléia, bagagem, batel, bidê, brilhar, bilhete, blusa, boa, cadete, 
carruagem, chaminé, charada, chapa, país, paisagem, sabre e etc.
- ESPANHOLA
- caramba, castanhola, frente, lhano, trecho, bobo, botija, canhão, 
caudilho, cavalheiro, cordilheira,deslumbrar, desmoronar, façanha, galã, 
ganância, hediondo, mantilha, mariposa, mochila, neblina, ojeriza, 
pastilha, repolho etc.
- ITALIANA
Com a Renascença das Artes e das Letras greco-latinas (séc. XVI), que 
teve por foco a Itália, o italiano influiu também no português: aquarela, 
arlequim, bancarrota, bússola, cantata, cascata, carnaval, caricatura, 
charlatão, cicerone, concerto, dueto, fisco, gôndola, gazeta, macarrão, 
ópera, opereta, pastel, piano, soprano, soneto, tenor, violão, violino e etc.
INFLUÊNCIA INDÍGENA
Além das influências acima, o português recebeu uma enorme influência 
indígena e africana. O vocabulário tupi no português do Brasil é vasto e isto 
se explica pelo fato de que aqui aportaram os colonizadores lusos. O seu 
primeiro contato foi com os nativos do litoral, que, de Norte a Sul, falavam o 
tupi com relativa uniformidade. Este idioma foi aprendido pelos padres 
jesuítas (Anchieta publicou a primeira gramática em 1595), pelos 
bandeirantes e pelos colonos que se estabeleceram na Costa. 
Exemplos de vocábulos tupínicos: - abacaxi, aipim, arapuca, baitaca, 
beiju, capim, catinga, caipora, carioca, coivara, jararaca, jacu, jacutinga, 
jaguar(a), mandioca, pacoba (pacova), perereca, peteca, pipoca, pororoca, 
17
sapé, sabiá, tapera, tamanduá, tijuco ou tijuca, urubu, xará, Curitiba, 
Paraná, Pará, Iguaçu, Nhamundá ou Jamundá, Sergipe e etc.
INFLUÊNCIA AFRICANA
Também não é pequeno o influxo africano no léxico português, em 
virtude da escravidão no Brasil. Eis alguns exemplos: - angu, banguela, 
cacimba, cafuné, calundu, camundongo, canjica, carimbo, catinga 
(“cheiro”), cochilar, fubá, lundu, macumba, mandinga, maribondo, maxixe, 
mocambo, moleque, mucama, macaco, quiabo, quilombo, quitanda, 
quizília, senzala, vatapá, xingar, chuchu e etc.
OUTRAS FONTES
O léxico recebeu influência de outras fontes: 
- Do nauatle (idioma indígena do México): abacate, cacau, xícara, 
chocolate, tomate etc.
- Do taino (idioma indígena das Antilhas): batata, cacique, canoa, furacão, 
guaco, savana etc.
- Do quíchua (idioma dos incas – Peru): coca (um arbusto), condor, mate 
(“erva”), pampa, puma, vicunha etc.
- Do provençal: bedel, botar, cadafalso, cascavel, malvado, pote, selvagem, 
terraço, trovar, truão, vassalo, viagem, visagem etc.
- Do japonês: banzé, biombo, bonzo, caqui, micado, quimono etc.
- Do chinês: chá, chávena, ganga (“tecido”), tufão etc.
DESAFIO
Relembre, segundo a AULA 1, quais os motivos históricos que 
determinaram a contribuição do latim vulgar para o léxico português.
FÓRUM
Exemplos de palavras de origem estrangeira se encontram na área da 
tecnologia, das ciências e das artes em geral. Pesquise e apresente, no 
fórum da AULA 4, exemplos de palavras de origem estrangeira em cada 
um destes setores. Observe o idioma predominante e diga por que o é. 
FONTES DAS IMAGENS
1. http://www.adobe.com/go/getflashplayer
Responsável: Prof. Dr. Paulo Mosânio Teixeira Duarte
Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual
18
TÓPICO 02: FORMAÇÃO DE PALAVRAS: AFIXAÇÃO
Outro componente importante do léxico é o afixo, que não constitui uma 
classe homogênea: quando o afixo é o elemento anteposto ao radical, chama-
se prefixo e o processo de formação – prefixação ou derivação prefixal. Já 
quando o afixo é o elemento posposto ao tema, chama-se sufixo ou 
desinência, e o processo de formação – sufixação ou derivação 
sufixal.Vejamos os exemplos abaixo:
VERSÃO TEXTUAL DO FLASH
Exemplos de prefixação: re-tocar; in-justo, des-leal, a-laranjado, 
en-velhecer, pré-meditar, a-católico, anti-católico, ante-diluviano, 
contra-regra, entre-ver e etc.
Exemplos de sufixação: goiab-ada, espiritu-al, sabor-oso, livr-aria, 
homi-cida, envelh-ecer, moral-izar, sabia-mente e etc.
Estes afixos são de diversa procedência. Alguns provêm do latim 
clássico, como ab-, in- (de negação); outros provêm do latim eclesiástico, 
como intra-, extra-; outros tiveram acolhida no latim vulgar, como dis-, que 
gerou o prefixo des-. Os sufixos também se submeteram às modalidades de 
latim. O sufixo –ia é formador de toponímicos, como Turquia. O sufixo –
ensis, por sua vez, provém do latim popular. Encontra-se presente, sob 
forma popular, em gentílicos como francês e inglês. Sob forma erudita, em 
formações como cearense e amazonense. Os afixos gregos são mais comuns 
nas formações neoclássicas e nas formações técnico-científicas.
A maioria dos afixos portugueses derivam do latim e do grego. Abaixo 
apresentamos alguns afixos.
HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA
AULA 04: A FORMAÇÃO DO LÉXICO PORTUGUÊS
19
PREFIXOS LATINOS
Alguns prefixos latinos: a- e ab- (ideia de afastamento; aumento; 
negação), ad-(junção; direção; movimento), bi- e bis- (dois), circum- (em 
redor), di- e dis- (divisão; aumento; negação), de- (privação; origem; 
direção para baixo), des- (oposição; privação; aumento), e- e ex- (aumento; 
direção para fora), extra- (fora; além), in- (negação; intensidade; para 
dentro; no meio), inter- (entre; mediação), intro- e intra- (dentro), justa-
(ao lado), ob- (aumento; oposição), pene- (quase), per- (aumento; através; 
oposição; duração; proximidade), post- (detrás; depois), pre-
(antecedência; aumento etc), pós (depois de), preter- (além de), pro-
(posição ou direção para diante; proteção; manifestação; descendência; 
substituição), re- (de novo; intensidade; oposição; negação), retro- (para 
trás), semi- (quase; metade; meio), sub- (debaixo; inferioridade; 
transmissão etc), super- (aumento; excesso; acima; depois), supra- (acima; 
superioridade; excesso), trans- (além; aumento; mudança; através), tres-
tri- e tris- (três), ultra- (além; em excesso), uni- e un- (um só), vice- (em 
lugar de) etc.
SUFIXOS LATINOS
Alguns sufixos latinos: rapazi-ada, boi-ada, cacet-ada, goiab-ada
(latim: -ata-); professor-ado, cardinal-ato (-atu-); folh-agem, camarad-
agem, bob-agem (-aticu-); laranj-al, cafez-al, estadu-al (-ale-); mur-alha, 
gent-alha (-alia-); mud-ança, const-ancia (-antia-); oper-ario, secret-ario
(-ariu-); livr-aria, funil-aria, pastel-aria (lat. –aria + grego ia?); bon-
dade, bel-dade (-tate-); pedr-eiro, livr-eiro, tint-eiro (-ariu-); parana-ense, 
catarin-ense (-ense-); portugu-ês, franc-ês (-ense-); bel-eza, riqu-eza (-
itia); cidad-ela, client-ela (-ella-); grande-mente, boa-mente, antiga-
mente, (ablativo de mens, mentis, a mente, a intenção); etc.
SUFIXOS DE OUTRAS PROCEDÊNCIAS
arda, -ardo (do germânico): bombarda, Abelardo, Ricardo, moscardo, 
felizardo etc.; -engo (do germânico): judengo, solarengo, verdoengo, 
verdolengo etc.; -orro, -orra (do basco): cachorro, modorra, cabeçorra, 
canzarrão etc.; -lândia (do germânico): Zululândia, Cafelândia etc.
LEITURA COMPLEMENTAR
Para aprofundar seus conhecimentos sobre derivação, leia o texto 
adaptado de Duarte (1999), A formação de palavras em português com 
prefixos latinos e vernáculos. (Visite a aula online para realizar download 
deste arquivo.)
FÓRUM
Discuta a assertiva que se segue: A lista de afixos não pode ser 
fornecida sem considerar-se as condições discursivas e pragmáticas. 
Exemplifique com afixos gregos e latinos.
ATIVIDADE DE PORTFÓLIO
20
Os afixos latinos vieram de diversas modalidades de latim: clássico, 
eclesiástico, vulgar. Escreva um texto sobre este assunto, consultando 
Duarte (1999) e Maurer Jr (1961).
FONTES DAS IMAGENS
1. http://www.adobe.com/go/getflashplayer
Responsável: Prof. Dr. Paulo Mosânio Teixeira Duarte
Universidade Federal do Ceará - Instituto UFC Virtual
21
 
 
 
 
 
	LLPT Capa_Creditos_Sumario.pdf
	impresso_parcial.pdf
	01.pdf
	02.pdf
	01.pdf
	02.pdf
	01.pdf
	02.pdf
	01.pdf
	02.pdfLLPT Contracapa.pdf

Outros materiais