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DIREITO CIVIL IV (DIREITO DIREITO CIVIL IV (DIREITO DAS COISAS)DAS COISAS)DAS COISAS)DAS COISAS) Ana Carolina Barbosa Pereira Matos PossePosse • Quanto aos vícios objetivos da Posse: • O que irá determinar tal classificação é a forma pela qual a posse foi adquirida. o Posse Justa – é aquela cuja aquisição foi isenta de qualquer vício de origem, por não ter sido obtida pelas formas enunciadas no art. 1.200, do CC. o Posse Injusta – é aquela adquirida mediante violência, clandestinidade ou de forma precária. PossePosse �Posse Violenta: é aquela adquirida pelo uso da força ou pela ameaça. � Por se tratar de um vício objetivo, não importa se a violência foi cometida contra o real possuidor ou em face de servidor da posse, bem como os motivos que aface de servidor da posse, bem como os motivos que a inspiraram, sendo bastante a aquisição ilícita da coisa. � A injustiça da posse é excepcional. � Não se considera violenta a posse caso o uso da força seja para a remoção de obstáculos físicos para ingresso em bens abandonados. PossePosse � O abandono não gera uma “presunção de oposição” em favor do possuidor que se mostrou inerte no cuidado com aquilo que lhe pertencia. � O possuidor hostilizado pelo ato de violência pode� O possuidor hostilizado pelo ato de violência pode prontamente reagir com a adoção do desforço imediato (Art. 1.210, §1º, do CC). � Neste caso, só se poderá falar na aquisição da posse pelo agressor no instante em que cessar a reação de defesa (Art. 1.208, do CC). PossePosse � Enquanto há a reação do possuidor, o agressor é meramente um detentor. Só se pode falar em expressão posse violenta – e, portanto,� Só se pode falar em expressão posse violenta – e, portanto, posse injusta – quando o possuidor esbulhado não mais resistir à ocupação. PossePosse �Posse clandestina: é aquela que adquire-se às ocultas de quem exerce a posse atual, sem publicidade ou ostensividade, mesmo que a ocupação seja eventualmente constatada por outras pessoas. � Não é suficiente o mero desconhecimento por parte de� Não é suficiente o mero desconhecimento por parte de quem foi privado do bem para caracterizar a clandestinidade. � É necessário demonstrar que o esbulhador deseja esconder o ato de subtração daquele que é esbulhado, praticando condutas que evidenciam mantê-lo em situação de completa ignorância diante do fato. PossePosse � Enquanto o esbulho permanece na clandestinidade, o esbulhador tem apenas a detenção. � O fim da clandestinidade requer que o esbulhado, pelas� O fim da clandestinidade requer que o esbulhado, pelas circunstâncias objetivas, possa tomar conhecimento do esbulho. � Convertendo, assim, a detenção em posse (Art. 1.208, do CC). PossePosse � O abandono importa da perda da posse e, consequentemente da propriedade, por parte daquele que é desidioso no trato com a coisa (Art. 1.276, §2º). � Portanto, não implica qualificar como injusta a aquisiçãoPortanto, não implica qualificar como injusta a aquisição da posse pelo terceiro. • A posse propriamente dita só surge quando da cessação dos vícios da clandestinidade e da violência, pois enquanto os aludidos vícios perduram se estará diante de um caso de simples domínio físico da coisa Art. 1.208, do CC). PossePosse �Posse precária: é aquela resultado do abuso de confiança do possuidor que indevidamente retém a coisa além do prazo avençado para o término da relação jurídica de direito real ou obrigacional que originou a posse. � Inicialmente, o precarista era qualificado como titular de� Inicialmente, o precarista era qualificado como titular de uma posse direta e justa, obtida através de negócio jurídico celebrado com o proprietário ou possuidor, conduzindo-se licitamente perante a coisa. � Todavia, unilateralmente delibera por manter o bem em seu poder, além do prazo normal de devolução, praticando verdadeira apropriação indébita. PossePosse � A posse justa é convertida imediatamente em injusta pelo vício da precariedade. � Ocasionalmente, a posse precária será conseqüente a uma situação inicialmente concebida como de detençãouma situação inicialmente concebida como de detenção sobre a coisa (Art. 1.198, do CC). � Evidenciam-se na violência, clandestinidade e precariedade, respectivamente, os delitos tipificados nos artigos 157, 155 e 168 do Código Penal (roubo, furto e apropriação indébita). PossePosse � A violência e a clandestinidade são vícios originários, pois se manifestam quando da aquisição inicial da posse. � O vício da precaridade é, em geral, aperfeiçoado em momento posterior, no instante da indevida recusa de entrega da coisa no prazo inicialmente estabelecido.entrega da coisa no prazo inicialmente estabelecido. � Excepcionalmente, a posse será precária desde o início nas hipóteses em que inicialmente havia detenção subordinada em decorrência de permissão, tolerância ou relação de subordinação, e o detentor recuse-se a restituir o bem quando provocado. PossePosse � Convertendo-se, assim, a detenção em posse injusta pela precariedade. � Finda a violência e a clandestinidade e estabelecida a precariedade, a posse permanecerá marcada pelo vícioprecariedade, a posse permanecerá marcada pelo vício originário e permanecerá como injusta (Art. 1.203, do CC). � Os três vícios objetivos da posse qualificam-se como relativos, sendo oponíveis apenas por aquele que sofreu o esbulho em virtude da aquisição ilícita da posse. PossePosse � Não existe posse injusta em caráter erga omnes. � Só ocorrerá a alegação de vício possessório em favor daquele que sofreu a agressão, pois, no confronto com outras pessoas que pretendam obter a mesma posse a posteriori, o esbulhador poderá alegar posse justa e, assim, obter respaldo em juízo, em face de eventuais agressões. � É possível a posse considerada injusta ensejar usucapião, na hipótese de usucapião extraordinária (Art. 1.238, do CC). � O art. 1.200, do CC, é norma exaustiva. QuestõesQuestões 01) Assinale a alternativa: a) É justa a Posse apenas quando não for adquirida com violência e precariedade. b) Não autorizam a aquisição da posse os atos violentos ou clandestinos, senão depois de cessar a violência ou aclandestinos, senão depois de cessar a violência ou a clandestinidade. c) A posse turbada ou esbulhada pode ser autotutelada, sendo requisito indispensável de tal espécie de defesa apenas a imediatidade. d) A posse mantém o mesmo caráter com que foi adquirida, não admitindo-se prova em contrário. QuestõesQuestões GABARITO: 01) B