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Diversidade Linguística na Educação

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UNIVERSIDADE ANHANGUERRA-UNIDERP
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
CURSO LETRAS LICENCIATURA EM LINGUA PORTUGUESA E LINGUA INGLÊSA 
DISCIPLINAS: LINGUA INGLESA V
LINGUÍSTICA TEXTUAL 
PROJETO DE EXTENSÃO À COMUNIDADE
CAMILA FRANCO 
 RA 1270322546
UMA LÍNGUA LIVRE PARA TODOS OS PUBLICOS 
GRAZIELA ELIZA GALETTI
PALMAS / PR
UNIVERSIDADE ANHANGUERRA-UNIDERP
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
LETRAS LICENCIATURA EM LINGUA PORTUGUESA E LINGUA INGLÊSA LINGUA INGLESA V
LINGUÍSTICA TEXTUAL 
PROJETO DE EXTENSÃO À COMUNIDADE
CAMILA FRANCO 
 RA 1270322546
UMA LÍNGUA LIVRE PARA TODOS OS PUBLICOS 
Desafio Profissional apresentado como requisito parcial para obtenção de notas das disciplinas Língua Inglesa v, Métodos e Abordagens no Ensino de Língua Inglesa, Linguística Textual, Variação Linguística e Projeto de Extensão à Comunidade, curso de Letras, modalidade online da Universidade Anhanguera-Uniderp.
GRAZIELA ELIZA GALETTI
PALMAS / PR
 SUMÁRIO 
1- INTRODUÇÃO..........................................................................................4
2- REFLEXÃO SOBRE A POSTURA DO PROFESSOR FRENTE A 
DIVERSIDADE LINGUISTICA .......................................................................5
3- CONCLUSÃO...........................................................................................8
4 - REFERÊNCIAS........................................................................................9
5- ANEXO I 
PROJETO DE EXTENSÃO ELABORADO .....................................................10
ANEXO II
RESPOSTAS DAS QUESTÕES NORTEADORAS............. .............................22
1-INTRODUÇÃO 
Reconhecendo a importância a e relevância da diversidade lingüística, o presente texto acredita ser fundamental o reconhecimento da diversidades, onde a individualidade humana deve ser respeitada, reconhecida e aceita, uma vez que, comprovadamente somos diferentes uns dos outros, o que faz com que todos nós tenhamos capacidades e limitações para aprender. Neste contexto, cabe ao professor reconhecer seu papel de mediador de aprendizagens, para todos os alunos, devendo ser esta mediação desprovida de preconceito, estigma e exclusão.
Nesse sentido, Amaral (1998), ressalta que a educação precisa prestar um bom serviço à comunidade, buscando atender as especificidades dos alunos que chegam à escola, cabendo à educação adequar-se às necessidades dos alunos e não os alunos às necessidades e limitações escola. 
O tema do projeto revela, a importância em se trabalhar a diversidade lingüística como forma de valorização cultural no processo ensino aprendizagem, refletindo as formas de relação da linguagem no âmbito da sala de aula. 
Com os avanços dos estudos sobre a lingüística e a sociolingüística, que enfocam a importância de trabalhar a realidade lingüística dos alunos, houve a necessidade de transformações na instituição escolar. Entretanto, a escola ainda não está preparada para trabalhar a diversidade lingüística, há muito preconceito arraigado na concepção de ensino da instituição, ela repudia a linguagem coloquial em benefício da linguagem padrão. Ela precisa compreender que todas as variedades lingüísticas têm seu valor, são veículos perfeitos de comunicação dentro da comunidade lingüística que a utilizam. 
Nesta via o projeto pretende subsidiar propostas e material de apoio ao professor para que este tome uma postura democrática e esclarecedora frente a variação lingüística na realidade escolar.
2- REFLEXÃO SOBRE A POSTURA DO PROFESSOR FRENTE À DIVERSIDADE LINGUÍSTICA 
O tema do projeto revela a importância em se trabalhar a diversidade lingüística como forma de valorização cultural no processo ensino aprendizagem, refletindo as formas de relação da linguagem no âmbito da sala de aula, para isso deve-se considerar uma das questões cruciais que envolvem problemas de linguagem na escola que, está no fato de existir uma barreira entre aqueles que preconizam a gramática pedagógica e aqueles que ensinam a língua a partir do uso cotidiano. Em geral, a escola ainda tende a valorizar a gramática pedagógica, considerando-a lingüisticamente “correta” e “superior”, por ser usada pelas classes sociais de prestígio. 
Essa postura contribui para ocorrência de discriminações e fracasso daqueles alunos pertencentes às camadas populares, que não possuem essa forma de manifestação lingüística. O uso da língua na escola que evidencia mais claramente as diferenças entre grupos sociais e gera discriminações e fracasso: o uso, pelos alunos provenientes das camadas populares, de variantes lingüísticas social e escolarmente estigmatizadas provoca preconceitos lingüísticos e leva a dificuldades de aprendizagem, já que a escola usa e quer ver usada a variante-padrão socialmente prestigiada
Sendo a escola uma instituição que deveria ser responsável pela democratização, considera-se que ela não pode assumir uma postura de discriminações em relação ao dialeto popular, mas ao contrário, deve ter uma atitude respeitosa em relação à maneira de falar da comunidade na qual exerce seu trabalho. Bagno (1994) afirma que não existe nenhuma variedade nacional, regional ou local que seja intrinsecamente “melhor”, “mais pura”, “mais bonita”, “mais correta” que outra. Toda variedade lingüística atende às necessidades da comunidade de seres humanos que a empregam. Quando deixar de atender, ela inevitavelmente sofrerá transformações para se adequar às novas necessidades. 
As variações presentes na forma de falar e escrever das pessoas são determinadas por diversos fatores. Um deles é o regional, ou seja, pessoas de diferentes regiões podem apresentar diferenças de pronúncia ou de vocabulário e, às vezes, até mesmo articular as palavras de modo diferente (variação regional ou geográfica). Mas o modo de falar de pessoas residentes em uma mesma localidade também pode variar de acordo com sua escolaridade, sexo, idade, profissão, raça (variação social). Além disso, uma mesma pessoa também apresenta variações em seu modo de se expressar, dependendo do seu interlocutor, do assunto da conversa ou do lugar em que se encontra.
Desta forma é preciso mostrar para o educando que toda língua possui sua gramática, isto é, tem um sistema de regras de funcionamento, e que é importante aprender o dialeto padrão. Pois ele representa dentro da sociedade o instrumento de promoção social e intelectual, mas não é necessário abandonar seu dialeto para estudá-lo. 
Nessa perspectiva, o educador valorizará e respeitará o repertório lingüístico do educando e, ao mesmo tempo, permitirá o contato com outras formas lingüísticas, com o intuito de acrescentar novos conhecimentos. 
A escola tem o dever de ensinar o dialeto-padrão, não utilizando uma gramática normativa, mas sim descritiva, isto é, mostrar o funcionamento e usos de uma língua, nos seus mais diversos aspectos como fonético, fonológico, morfológico, semântico, pragmático, discursivo, sociolingüístico, psicolingüístico e outros (CAGLIARI, 2003).
Ao trabalhar a linguagem padrão, o professor precisa ter cautela ao atribuir erro de linguagem para não reforçar o preconceito lingüístico com atitudes de desvalorização da linguagem daqueles alunos que pertencem às camadas populares. Dizer a uma criança que sua fala é errada, ou sugerir que sua forma de se expressar verbalmente é inferior, será o mesmo que dizer que seus pais, seus irmãos, seus amigos, enfim, que seu grupo social também fala errado e também é inferior. É preciso entender que a linguagem é veículo de comunicação, e, mas do que isso, é por meio dela que os indivíduos se identificam no seu meio social. Negar sua linguagem é distanciá-los das suas origens. 
A escola precisa e deve proporcionar aos alunos pertencentes às camadas populares contato com outras formas lingüísticas, com intuito de ampliar seus conhecimentose desenvolver novas habilidades. A participação social por intermédio da linguagem deve ser uma oportunidade de efetivar a luta contra as desigualdades sociais e permitir a conquista digna de participação cultural, política e também de reivindicação social. A escola deve estar consciente de seu papel político e de sua função como instituição transformadora que não aceita a rejeição dos dialetos de seus alunos, mas ao contrário, deve dar condições propícias a eles para lutar contra as desigualdades inerentes a essa estrutura. 
Para desenvolver um bom trabalho, a escola precisa estar a par dos avanços da ciência da linguagem e da educação, selecionar seus conteúdos, escolher seus procedimentos de ensino e métodos e suas formas de avaliação de acordo com sua clientela, com o cuidado para não agir com discriminações quanto à forma de falar de seus alunos. O professor precisa se atualizar, procurar participar de cursos, congressos, projetos de pesquisa, ter contato com vários textos especializados, levantar dúvidas e inquietações em debates e outros. 
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3 – CONCLUSÂO
O ato de compreender o fracasso escolar dos alunos e a influência da linguagem no processo de construção do conhecimento é de fundamental importância. É necessário que se trabalhe as diversidades lingüísticas como forma de valorização da linguagem desses alunos, para evitar os preconceitos e fracassos; permitir maior sucesso e interação entre os envolvidos no processo ensino-aprendizagem.
Portanto, é essencial que os educadores repensem sua prática pedagógica e adotem uma postura que considere o repertório lingüístico dos seus educandos e os valorize. Para direcionar seu trabalho o professor deve considerar o dinamismo da língua e suas variações durante o processo histórico. 
É preciso entender que o aluno é um ser social, que precisa saber os usos da linguagem de acordo com sua aplicabilidade e aceitabilidade no contexto social. O professor, então, deve valorizar os conhecimentos lingüísticos prévios do aluno, mas não permanecer preso a tais conhecimentos. É necessário ampliar o repertório lingüístico dos alunos das camadas populares, oferecer a eles o conhecimento e a utilização da linguagem padrão. 
4- REFERÊNCIA BIBLIOGRAFIA 
Livros:
BAGNO, Marcos et. Alli. Língua materna: letramento, variação & ensino. São Paulo: Parábola, 2002.
BAGNO, Marcos. Preconceito Linguístico: o que é, como se faz. 2 ed. São Paulo: Edições Loyola, 1999. 
BAGNO, Marcos. A língua de Eulália: novela sociolingüística. 7 ed. São Paulo: Contexto, 2000.
BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Educação em língua materna: a Sociolinguística na sala de aula. São Paulo: Parábola Editorial, 2004.
BORTONI-RICARDO, Stella Maris. Nós cheguemu na escola, e agora? Sociolinguística e educação. São Paulo: Parábola Editorial, 2005.
BRASIL. Secretaria de educação fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: língua portuguesa – ensino de 1ª a 4ª série. Brasília: MEC / SEF, 1997. 
CAGLIARI, Luiz Carlos. A lingüística e o ensino de português. In: ________. Alfabetização e Lingüística. 10 ed. São Paulo: Scipione, 2003. 
GERALDI, João Wanderley (org.). O texto na sala de aula. 2 ed. Cascavel: Assoeste, 1984.
MARCUSCHI, Luiz Antônio. O papel da linguística no ensino de línguas. UFPE/ CNPq. Mimeógrafo.
 
5 – ANEXO I
	UNIVERSIDADE ANHANGUERRA-UNIDERP
CENTRO DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
CURSO LETRAS LICENCIATURA EM LINGUA PORTUGUESA E LINGUA INGLÊSA 
DISCIPLINAS LINGUA INGLESA V
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CAMILA FRANCO 
 RA 1270322546
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GRAZIELA ELIZA GALETTI
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PROJETO DE EXTENSÃO À COMUNIDADE
CAMILA FRANCO 
 RA 1270322546
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Desafio Profissional apresentado como requisito parcial para obtenção de notas das disciplinas Língua Inglesa v, Métodos e Abordagens no Ensino de Língua Inglesa, Linguística Textual, Variação Linguística e Projeto de Extensão à Comunidade, curso de Letras, modalidade online da Universidade Anhanguera-Uniderp.
GRAZIELA ELIZA GALETTI
PALMAS / PR
 SUMÁRIO 
1- INTRODUÇÃO................................................................................4
2- PÚBLICO-ALVO............................................................................ .6
3- JUSTIFICATIVA............................................................................. .6
4 - OBJETIVOS...................................................................................9
4.1 - Gerais
4.2 - Específicos
5- PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS.......................................... 10
6- CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO.................................................... 12
7- REFERÊNCIAS...............................................................................13
1-INTRODUÇÃO 
O projeto pretende revelar a importância de se trabalhar a diversidade lingüística como forma de valorização cultural no processo ensino aprendizagem, refletindo as formas de relação da linguagem no âmbito da sala de aula, onde a individualidade humana deve ser respeitada, reconhecida e aceita, uma vez que, comprovadamente somos diferentes uns dos outros, o que faz com que todos nós tenhamos capacidades e limitações para aprender.
 Neste contexto, na sala de aula cabe ao professor reconhecer seu papel de mediador de aprendizagens, para todos os alunos, devendo ser esta mediação desprovida de preconceito, estigma e exclusão. Nesse sentido, Amaral (1998), ressalta que a educação precisa prestar um bom serviço à comunidade, buscando atender as especificidades dos alunos que chegam à escola, cabendo à educação adequar-se às necessidades dos alunos e não os alunos às necessidades e limitações escola. 
Considerando as fragilidades no processo, no qual a escola ainda não está preparada para trabalhar a diversidade lingüística, há muito preconceito arraigado na concepção de ensino da instituição, ela repudia a linguagem coloquial em benefício da linguagem padrão. Logo, existe uma necessidade de transformações na instituição escolar, ela precisa compreender que todas as variedades lingüísticas têm seu valor e são veículos perfeitos de comunicação dentro da comunidade lingüística que a utilizam. 
Nesta via o projeto pretende subsidiar propostas ao professor para uma postura democrática e esclarecedora frente a variação lingüística na realidade escolar. Mostrando para o educando que toda língua possui sua gramática, isto é, tem um sistema de regras de funcionamento, e que é importante aprender o dialeto padrão. Pois ele representa dentro da sociedade o instrumento de promoção social e intelectual, mas não é necessário abandonar seu dialeto para estudá-lo. 
Nessa perspectiva existe a motivação para a pesquisa e desenvolvimento do projeto, onde o educador valoriza e respeita o repertório lingüístico do educando e, ao mesmo tempo, permite o contato com outras formas lingüísticas, com o intuito de acrescentar novos conhecimentos. O conhecimento prévio do aluno servira como ponto de partida, onde será analisada a região, grupos sociais, historia familiar para desenvolvimento das atividades. A participação social por intermédio da linguagem deve ser uma oportunidade de efetivar a luta contra as desigualdades sociais e permitir a conquista digna de participação cultural, política e também de reivindicação social.
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2 – PÚBLICO-ALVO
Alunos de uma escola pública da comunidade com faixa etária de 10 a 14 anos, oriundos de diferentes meios sociais.
3- JUSTIFICATIVA 
O tema do projeto pretende revelar a importância em se trabalhar a diversidade lingüísticacomo forma de valorização cultural no processo ensino aprendizagem, refletindo as formas de relação da linguagem no âmbito da sala de aula, para isso deve-se considerar uma das questões cruciais que envolvem problemas de linguagem na escola que, está no fato de existir uma barreira entre aqueles que preconizam a gramática pedagógica e aqueles que ensinam a língua a partir do uso cotidiano. Em geral, a escola ainda tende a valorizar a gramática pedagógica, considerando-a lingüisticamente “correta” e “superior”, por ser usada pelas classes sociais de prestígio. 
Essa postura contribui para ocorrência de discriminações e fracasso daqueles alunos pertencentes às camadas populares, que não possuem essa forma de manifestação lingüística. O uso da língua na escola que evidencia mais claramente as diferenças entre grupos sociais e gera discriminações e fracasso: o uso, pelos alunos provenientes das camadas populares, de variantes lingüísticas social e escolarmente estigmatizadas provoca preconceitos lingüísticos e leva a dificuldades de aprendizagem, já que a escola usa e quer ver usada a variante-padrão socialmente prestigiada
Sendo a escola uma instituição que deveria ser responsável pela democratização, considera-se que ela não pode assumir uma postura de discriminações em relação ao dialeto popular, mas ao contrário, deve ter uma atitude respeitosa em relação à maneira de falar da comunidade na qual exerce seu trabalho. Bagno (1994) afirma que não existe nenhuma variedade nacional, regional ou local que seja intrinsecamente “melhor”, “mais pura”, “mais bonita”, “mais correta” que outra. Toda variedade lingüística atende às necessidades da comunidade de seres humanos que a empregam. Quando deixar de atender, ela inevitavelmente sofrerá transformações para se adequar às novas necessidades. 
As variações presentes na forma de falar e escrever das pessoas são determinadas por diversos fatores. Um deles é o regional, ou seja, pessoas de diferentes regiões podem apresentar diferenças de pronúncia ou de vocabulário e, às vezes, até mesmo articular as palavras de modo diferente (variação regional ou geográfica). Mas o modo de falar de pessoas residentes em uma mesma localidade também pode variar de acordo com sua escolaridade, sexo, idade, profissão, raça (variação social). Além disso, uma mesma pessoa também apresenta variações em seu modo de se expressar, dependendo do seu interlocutor, do assunto da conversa ou do lugar em que se encontra.
Desta forma é preciso mostrar para o educando que toda língua possui sua gramática, isto é, tem um sistema de regras de funcionamento, e que é importante aprender o dialeto padrão. Pois ele representa dentro da sociedade o instrumento de promoção social e intelectual, mas não é necessário abandonar seu dialeto para estudá-lo. 
Nessa perspectiva, o educador valorizará e respeitará o repertório lingüístico do educando e, ao mesmo tempo, permitirá o contato com outras formas lingüísticas, com o intuito de acrescentar novos conhecimentos. 
A escola tem o dever de ensinar o dialeto-padrão, não utilizando uma gramática normativa, mas sim descritiva, isto é, mostrar o funcionamento e usos de uma língua, nos seus mais diversos aspectos como fonético, fonológico, morfológico, semântico, pragmático, discursivo, sociolingüístico, psicolingüístico e outros (CAGLIARI, 2003).
Ao trabalhar a linguagem padrão, o professor precisa ter cautela ao atribuir erro de linguagem para não reforçar o preconceito lingüístico com atitudes de desvalorização da linguagem daqueles alunos que pertencem às camadas populares. Dizer a uma criança que sua fala é errada, ou sugerir que sua forma de se expressar verbalmente é inferior, será o mesmo que dizer que seus pais, seus irmãos, seus amigos, enfim, que seu grupo social também fala errado e também é inferior. É preciso entender que a linguagem é veículo de comunicação, e, mas do que isso, é por meio dela que os indivíduos se identificam no seu meio social. Negar sua linguagem é distanciá-los das suas origens. 
A escola precisa e deve proporcionar aos alunos pertencentes às camadas populares contato com outras formas lingüísticas, com intuito de ampliar seus conhecimentos e desenvolver novas habilidades. A participação social por intermédio da linguagem deve ser uma oportunidade de efetivar a luta contra as desigualdades sociais e permitir a conquista digna de participação cultural, política e também de reivindicação social. A escola deve estar consciente de seu papel político e de sua função como instituição transformadora que não aceita a rejeição dos dialetos de seus alunos, mas ao contrário, deve dar condições propícias a eles para lutar contra as desigualdades inerentes a essa estrutura. 
Para desenvolver um bom trabalho, a escola precisa estar a par dos avanços da ciência da linguagem e da educação, selecionar seus conteúdos, escolher seus procedimentos de ensino e métodos e suas formas de avaliação de acordo com sua clientela, com o cuidado para não agir com discriminações quanto à forma de falar de seus alunos. O professor precisa se atualizar, procurar participar de cursos, congressos, projetos de pesquisa, ter contato com vários textos especializados, levantar dúvidas e inquietações em debates e outros. 
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4- OBJETIVOS 
O projeto busca revelar a importância em se trabalhar a diversidade lingüística como forma de valorização cultural, refletindo as formas de relação da linguagem no âmbito da sala de aula, analisando então a cultura dos alunos proveniente das relações sociais. Com a pesquisa procura-se conhecer a comunidade a qual a escola exerce seu trabalho, enaltecendo as característica deste povo, mostrando aos alunos uma parte de tantas variações lingüísticas encontradas nas regiões brasileiras. Analisando de qual maneira a escola se posiciona diante desta característica. Contudo fornecendo subsídios ao professor para que este consiga mediar o conhecimento de maneira democrática.
Logo, pretende-se pesquisar a diversidade lingüística existente na sala de aula e elaborar uma proposta de atuação docente que leve em conta as diferenças existentes na comunidade e no contexto escolar e compará-la com as outras regiões e estados brasileiros.
4.1 - Objetivos Gerais:
	Conhecer as diversidades lingüísticas existentes e valorizá-las enquanto marca identitária na sala de aula;
4.2 - Objetivos Específicos::
Conhecer as variedades lingüísticas existentes na região; 
Respeitar cada cultura por meio dessas variedades;
Demonstrar por meio dos trabalhos realizados a riqueza de nosso país.
Fornecer matérias para o professor trabalhar as variações lingüísticas.
Pesquisar as variações regionais para comparar com a realidade da escola e comunidade
 5 - PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS 
A metodologia utilizada para realização do projeto se dará por uma pesquisa envolvendo professores, funcionários e alunos da escola objetivando as variações lingüísticas presentes no âmbito escolar. Para tanto após uma conversa inicial com a comunidade escolar para situá-los e ressaltar a importância do estudo do conteúdo. Será mostrado ao educando, por meio de vídeo, as cinco regiões do país, enfocando os estados que compõem cada região, como também entrevistas às pessoas desses estados enfatizando o falar de cada um, no caso, dialetos e sotaques. Serão abordados também os diversos fatores causadores da variação da língua como: históricos, regionais, classe social etc 
Na seqüência será desenvolvido um roteiro para entrevistar a comunidade escolar família do aluno ou ciclo social, realizado pelo próprio alunos com auxilio do professor. Todo estudo será embasada por textos e artigos oriundos da Internet, na qual os alunos desenvolverão as atividades do projeto.
A pesquisa de campo realizada com a comunidade escolar, alunos, professores e funcionários deve buscar informações a respeito da origem, grau de formação e grupo social, hábitos freqüentes, a qual se permitida, registradaem vídeo, para caracterizar as variações na fala dos entrevistados. Será utilizada como instrumento para o inventário de dados o roteiro da entrevista, caracterizando-se por uma conversa informal para registrar as variantes da fala. A linguagem precisa ser considerada o meio pelo qual ocorre a integração social, é por meio dela que ocorrem as relações humanas, e nesse sentido necessita estar veiculada com as situações de uso em que o aluno está inserido. A escola deve mostrar a importância do fenômeno social na compreensão da linguagem, sem, contudo, deixar de reconhecer a necessidade das regulamentações normativas pretendidas pela gramática normativa que garantem a conservação da unidade lingüística. Portanto, deverá trabahar de forma contextualizada, associando a fala e a escrita no processo ensino-aprendizagem. Dentro dessa perspectiva estará contribuindo para a participação ativa dos alunos pertencentes às camadas populares no contexto escolar e social, pois estará oferecendo oportunidade deles conhecerem a linguagem padrão sem desprezarem seu dialeto. A prática interativa da enunciação constitui a base para haver a construção de conhecimento quando o professor abre espaço para o diálogo, para a troca de experiências, e a partir do conhecimento prévio de seus alunos contribui para uma aprendizagem significativa. Nesta linha os alunos serão divididos em grupos para composição das variações lingüísticas encontradas nas pesquisa, para isto os alunos deveram realizar pesquisa bibliográfica para caracterizar o tipo de variação, e desenvolver frases demonstrando diversas possibilidades para se referir a um mesmo termo.
Para a socialização do material produzido, será realizado na escola, com a participação das séries envolvidas no projeto, um momento cultural, no qual os alunos estarão apresentando aos demais um pouco da cultura de cada região, através da dança, música, teatro, poemas, comidas típicas baseada em no inventario produzido, e principalmente a valorização das variações lingüísticas encontradas na fala dos alunos, produção de vídeos de conscientização para erradicar o preconceito no âmbito escolar, desta forma evidenciando aos alunos as diferenças da linguagem oral e escrita. 
6 - CRONOGRAMA DE EXECUÇÃO 
Para a execução do projeto as atividades organizadas devem se dar conforme o seguinte cronograma.
	MES/ETAPAS
	 Março
	Abril
	Maio
	Junho
	Mês
	Mês 
	Mês 
	Mês 
	Mês 
	Mês
	Escolha do tema
	X
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Levantamento bibliográfico
	X
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Apresentação do projeto
	X
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	Coleta de dados
	
	X
	
	
	
	
	
	
	
	
	Análise dos dados
	
	X
	
	
	
	
	
	
	
	
	Organização do roteiro/partes
	
	
	X
	
	
	
	
	
	
	
	Redação do trabalho
	
	
	X
	
	
	
	
	
	
	
	Revisão e redação final
	
	
	
	X
	
	
	
	
	
	
	Entrega do trabalho
	
	
	
	X
	
	
	
	
	
	
7- REFERÊNCIA BIBLIOGRAFIA 
BRASIL, MEC/Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa/ Secretaria de Educação Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1998. 
CAGLIARI, Luiz Carlos. Alfabetização e linguística.5.ed. São Paulo: Scipione, 1992.
CAMACHO, Roberto G.A variação lingüística.In: Subsídios à proposta curricular de língua portuguesa para o 1º e 2° graus. São Paulo, SE/CENP. 1988, 3.v.
GERALDI, João Wanderley. concepções de linguagem e ensino de português.In: _______. o texto em sala de aula.
São Paulo: Ática, 1984
5 – ANEXO II
É inegável a existência de diferença de falares, por exemplo, é possível destacar que há formas diferentes no Sul do país em comparação ao Nordeste. Além da variação geográfica, cite outros três fatores que podem motivar a variação lingüística. 
A mesma língua sofre influência ao longo do tempo, fatores diversos modificam-na, para além de aspectos temporal e espacial, como Camacho (1988) aponta para aspectos sociais (idade, sexo, classe social, escolaridade etc.) e estilísticas (estilo formal, informal, coloquial, culto etc.) esses integram as quatro modalidades de variações linguísticas: histórica, geográfica, social e estilística. Deste modo ainda, devemos considerar que as variações lingüísticas se inter-relacionam, por isso é comum que um mesmo falante apresente mais de uma delas.
A variação linguística não se restringe ao cenário nacional, mas é presente em outros idiomas, como no inglês. Posto isso, cite dois exemplos de variação linguística observados no português e dois exemplos observados no inglês. 
Variações diatópicas ocorridas em razão das diferenças regionais, como, por exemplo, a palavra “mosquito”, que pode adquirir acepções semânticas (relacionadas ao significado) em algumas regiões que se divergem umas das outras, como é o caso de “muriçoca, pernilongo”, por exemplo. Outro caso pode ser observado na “mandioca” ,“aipim” ou ainda “ macaxeira”.
Estas variações podem ser observadas no inglês também como apontado na tabela abaixo:
	Reino Unido
	Biscuit
	Chips
	Dummy
	Traffic lights
	Estados Unidos 
	Cookie
	Fries
	Pacifier
	Stop lights
3. Frente às diferentes formas de falar, o professor deve interferir em eventuais manifestações de julgamentos ou preconceito? 
No meio escolar, na maioria das vezes, a diversidade da língua é ignorada, pois falta preparo teórico-metodológico para o professor lidar com um fenômeno comum, entretanto incompreendido pela sociedade. Dada tal situação, é crucial um posicionamento do professor quando ocorrem manifestações de julgamento ou preconceito, este deve estimular a percepção do potencial estilístico e retórico dos fenômenos da variação de forma consciente e inovadora, no sentido de romper com o preconceito linguístico e de conceber a linguagem como forma interação social.
4. Diante do cenário de diversidade linguística, o professor deve ocupar-se com a norma padrão da Língua Portuguesa? 
O professor deve ocupar-se com a norma padrão da Língua Portuguesa pois o aluno precisa conhecer se apoderar desta na forma escrita. Buscando uma melhor compreensão da língua portuguesa abrangendo as variadas normas presentes no país, ou seja, o trato da linguagem numa perspectiva sociolinguística. De forma consciente, no sentido de romper com o preconceito linguístico e de conceber a linguagem como forma interação social, abordando não só a norma padrão, mas também as variedades linguísticas.
5. Qual deve ser, portanto, a postura do professor frente à diversidade linguística? 
Devemos fazer considerações à produtividade de textos escritos em geral devem ser produzidos na norma-padrão, pois constituem gêneros que se caracterizam pela formalidade, como é o caso de requerimentos, procurações, ofícios, etc. Nesse sentido, é papel do professor de língua portuguesa, levar o aluno ao contato com diversos gêneros orais e escritos, propiciando a percepção da adequação da linguagem a cada evento de comunicação. Cabe ao professor observar as existentes na realidade escolar para que se busquem esforços no sentido de preenchê-las.
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