Buscar

6a. Aula -Filos.Comun.Etica- O mundo globalizado - Um novo Paradigma

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FILOSOFIA, COMUNICAÇÃO E ÉTICA
6ª. AULA
ARANHA, Maria Lúcia de Arruda & MARTINS, Maria Helena P. Temas de Filosofia. 3ª. Ed. São Paulo: Moderna, 2005 – Cap. 6 (1ª. Parte)
O MUNDO GLOBALIZADO
O que é Globalização
Se olharmos a história da humanidade, veremos que as sociedades tradicionais mudam muito lentamente, o que permite às novas gerações a adaptação segura à herança recebida.
Na sociedade contemporânea, ao contrário, as notícias não chegam como antigamente, podem se disseminar instantaneamente por todo o globo, pelas infovias. Do mesmo modo, as crenças solidificadas perdem a força que dava segurança às decisões importantes, enquanto a diversidade das culturas oferece a possibilidade de adesão a idéias mais dispares (diferentes, desiguais), colocando em xeque a visão de mundo com aspirações à “verdade absoluta”.
Vivemos o tempo da globalização, como se o mundo fosse uma grande aldeia.
Globalização: “A globalização pode ser definida como a intensificação das relações sociais em escala mundial, que ligam localidades distantes de tal maneira que acontecimentos locais são modelados por eventos ocorrendo a muitas milhas de distância e vice-versa.”(Anthony Giddens)
1.A sociedade em rede
Essa transformação radical ocorrida nas últimas décadas deve-se, principalmente, ao impacto das novas tecnologias eletroeletrônicas, que revolucionaram os meios de comunicação de massa, tais como rádio, televisão, vídeo, jornal, revistas de grande circulação, redes informatizadas como a Internet etc. Os novos meios são responsáveis pela rápida e ampla difusão da informação, ao mesmo tempo que trazem o risco de massificar e homogeneizar, podendo descaracterizar as culturas tradicionais e diluir as diferenças individuais.
Desde o final dos anos de 1960 e meados de 1970, teve início a revolução da tecnologia da informação, inaugurando o mundo novo da sociedade em rede. 
O sociólogo catalão Manuel Castells cita alguns exemplos de redes, com seus conjuntos de nós interconectados, em que cada nó depende do tipo de rede em que se encontram: rede de fluxos financeiros, rede global da nova mídia, rede política que governa a União Européia, rede de tráfico de drogas e assim por diante.
2. Uma nova sociedade
As grandes descobertas tecnológicas no campo da automação, da robótica e da microeletrônica transformaram radicalmente não só as fábricas, como o setor de serviços, a cidade e o campo, as residências, os transportes e a comunicação. A influência esmagadora da mídia e da informática no cotidiano das pessoas faz mudar a maneira de sentir e de pensar, devido ao predomínio da imagem e da informação abundante e fragmentada, fatores que provocam inclusive alterações na percepção de tempo e de espaço.
Política e globalização:
Em termos de política, ou seja, o jogo de poder diante do confronto de forças no espaço mundializado, lembra-nos a modernidade que, entre outras características, foi marcada pelo surgimento das monarquias nacionais, baseadas no conceito de Estado-nação, como espaço unificado e soberano que concentra o poder e detém “o monopólio de força legítima”.
Hoje, não se pode mais falar exclusivamente nesse tipo de centralidade. Ainda que as nações mantenham sua soberania e não desapareçam no mundo que se globaliza, cada vez mais existem instituições intergovernamentais interessadas em restabelecer o equilíbrio de forças, posto em perigo pelos países mais poderosos.
Esse fórum mundial não se restringe aos poderes governamentais constituídos, mas está aberto também aos representantes dos variados grupos representativos da sociedade civil, que lutam por bandeiras as mais diversas – ecologia, direitos humanos e emancipação dos excluídos do poder, como mulheres, negros e gays – e extravasam as fronteiras nacionais com reivindicações em termos mundiais.
3. A cultura diante dos processos de globalização
O processo de globalização cultural é fortemente marcado pela divulgação dos valores da indústria cultural ocidental, principalmente da norte-americana. Ou seja, tanto na economia como na política, os processos de globalização não são simétricos, não são abertos para todos, de modo igualitário. Pelo contrário, dão oportunidades para que o poder dos países centrais se exerça, alargando mercados, trazendo novos valores, modos de vida, sonhos de consumo.
Vamos examinar dois modos complementares pelos quais se produz a globalização:
1º - é o que o sociólogo Boaventura de Souza Santos chama de localismo globalizado , quando determinado fenômeno cultural é globalizado com sucesso. É o caso da expansão da língua inglesa como língua mundial, especialmente na Internet; da difusão do fast food como modo de alimentação; dos padrões do cinema comercial de Hollyood que também promove o “modo americano de viver”; dos padrões de música popular; dos parques temáticos etc.
O que se globaliza nesse caso, é a cultura dos vencedores, que valorizam as manifestações culturais dos países centrais em detrimento da cultura dos lugares periféricos.
2º - ainda de acordo com o mesmo autor, é a contrapartida e o complemento do anterior, agora visto a partir da ótica das culturas periféricas. É o impacto produzido pelas práticas e pelos imperativos transnacionais decorrentes dos localismos globalizados sobre as condições locais. As culturas locais são desintegradas porque a tradição é desestruturada e eventualmente reestruturada sob a forma de inclusão subalterna. Exemplo: o uso turístico de sítios históricos, cerimônias religiosas, do artesanato, da natureza e da vida selvagem que devem ser restaurados, equipados e estruturados segundo padrões e as expectativas dos turistas internacionais, para atender a indústria turística global.
Como consequência da globalização da cultura, temos as positivas e as negativas:
_ Do lado positivo – a facilidade de se conhecer outras culturas.
_ Do lado negativo – possibilidade de que a cultura mundial seja homogeneizada, ou seja, nivelamento das culturas
Segundo o sociólogo Renato Ortiz o processo de homogeneização também pode ser visto por duas óticas:
Visão otimista - o isolamento dos seres humanos de diversas partes do mundo seria rompido, levando ao reconhecimento mútuo e à comunhão.
Visão pessimista – traria a padronização da conduta e a sociedade apresentaria uma face unidimensional, consumindo os mesmos objetos simbólicos (moda, cinema, culinária etc.)
Para resolver o conflito, Ortiz propõe que a globalização seja vista como transversalidade: algo que atravessa a cultura local, regional e nacional.
UM NOVO PARADIGMA
Para o filósofo da ciência, Thomas Kuhn, um paradigma “é aquilo que os membros de uma comunidade partilham e, inversamente, uma comunidade científica consiste em indivíduos que partilham um paradigma”
1.O paradigma da modernidade
As civilizações já sofreram diversas “crises de paradigma”. Ex.: quando as tribos deixaram o nomadismo para se fixar em um lugar, iniciando a agricultura.
A partir dos séculos XVI e XVII a visão tradicional cristã – teocêntrica – herdada da Idade Média, começou a entrar em crise com o desenvolvimento do capitalismo, o processo de urbanização e a ascensão da burguesia. Inúmeros outros acontecimentos ajudaram a gestação do período conhecido como modernidade: tais como a descoberta e a colonização do Novo Mundo, o sistema heliocêntrico(heliocentrismo é a teoria que o Sol está estacionário no centro do universo. A palavra vem do grego. Historicamente, o heliocentrismo era oposto ao geocentrismo, que colocava a Terra no centro. Apesar das discussões da possibilidade do heliocentrismo datarem da antiguidade clássica, somente 1.800 anos mais tarde, no século XVI, que o matemático e astrônomo polonês Nicolau Copérnico apresentou um modelo matemático preditivo completo de um sistema heliocêntrico, que mais tarde foi elaborado e expandido por Johannes Kepler) de Copérnico, a revolução científica de Galileu e a filosofia racionalista de Descartesno século XVIII.
2.A crise do paradigma da modernidade
A partir do final do século XIX e começo do século XX, alguns pensadores criticavam a exaltação da razão decorrente da crença de que o ser humano era capaz de compreender o mundo pela ciência e de dominar a natureza pela tecnologia. Esses críticos queriam recuperar aspectos da vida que tinham sido desprezados, tais como as muito humanas incertezas, as emoções e os valores.
A constatação dessas perdas, aliada ao reconhecimento de que nem sempre o progresso melhorou a qualidade de vida humana, leva-nos a repensar sobre os valores da modernidade. Não no sentido de recusar os benefícios da ciência ou da tecnologia, mas para jamais esquecer que eles estão a serviço da humanidade e que, portanto, são meios e não fins.
3. Novos Caminhos
Cada vez menos podemos falar em “profissão” como atividade profissional desempenhada a vida toda. Hoje em dia, precisamos de uma educação que abra os horizontes humanos para uma visão mais abrangente, que permita o trânsito nos mais diversos campos da cultura, como história, geografia, política, filosofia, arte etc. Mesmo admitindo não ser possível permanecer na perspectiva geral, já que a tecnologia exige especialização, não há por que descuidar da interdisciplinaridade, que permite a visão do todo.
O profissional contemporâneo, preparado para a mudança, torna-se capaz de se adaptar a quaisquer situações e ser suficientemente criativo para se renovar sempre.

Outros materiais