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Flávia Lages de Castro
No período republicano há duas espécies de leis dependendo de onde se origina: a Lex Rogata e a Lex Data. A Lex Data era a lei proveniente do senado ou de algum magistrado.
As Leges Rogatae eram as leis votadas pelos cidadãos romanos (populus romanus) reunidos em Comícios e eram propostas pelos magistrados e somente entravam em vigor após a ratificação pelo Senado.
Caso esta aprovação fosse feita somente pelos Plebeus (parte da sociedade romana) nos Plebiscitos eram válidas, a princípio somente para os próprios plebeus, porém após a lei Hortênsia de 286 a.C. as decisões do Plebiscito tinham força de lei para a sociedade como um todo.
3.3.3. Edito dos Magistrados
Conforme visto no subcapítulo referente às Instituições Políticas, havia um cargo na República que era responsável diretamente pela Justiça: os Pretores. Estes, ao iniciar seu mandato, publicavam os Edicta para tornar pública a maneira pela qual administrariam a justiça durante seu ano.119
"Da etimologia da palavra (e - dicere) se deve deduzir que, em sua origem, tais comunicações eram orais: mas o edito era transcrito a tinta em tábuas pintadas de branco (donde o nome de album) com letras pretas e cabeçalhos vermelhos (rubricae) e afixado no forum, onde pudesse facilmente (de plano) ser lido."120
História do Direito Geral e Brasil
"O resultado dessas experiências foi um corpo estratificado de regras, aceitas e copiadas pelos pretores que se sucediam, e que, finalmente, por volta de 130 a.C., foram codificadas pelo Jurista Sálvio Juliano, por ordem do Imperador Adriano."121
Este direito pretoriano, chamado Ius Honorarium, nunca foi equiparado ao Ius Civile, mesmo porque a regra pela qual o pretor não podia criar direito, embora não usada na prática, sempre esteve em vigor (praetor ius facere non potest). Desta forma um interessante contra-senso esteve sempre presente no Direito Romano - principalmente no período Clássico: o Ius Honorarium sempre foi considerado diferente e, até mesmo, inferior ao lus Civile, mesmo quando, na prática, o substituiu.122
3.3.4. Jurisconsultos
No princípio da História romana, somente os sacerdotes conheciam as normas jurídicas e somente eles as interpretavam. A partir do fim do século IV a.C. esse monopólio sacerdotal passou a não mais existir e peritos leigos apareceram, eram os Jurisconsultos.
Os Jurisconsultos, principalmente no período Clássico do Direito Romano, foram personagens da mais profunda importância para o desenvolvimento do Direito. Sua principal característica e qualidade era o estudo profundo e sistemático e, conseqüentemente, o respeito advindo desta sabedoria.
1Com os Editos os Pretores acabavam criando novas normas e estas acabavam por estratificar-se, visto que os Pretores que entravam utilizavam-se largamente das experiências bem-sucedidas dos Editos dos Pretores anteriores. Estes Editos eram chamados Edictum Tralacium e eram diferenciados dos Editos que continham inovações propostas pelo Pretor, chamados Edictum Repentinum.
119 A Lex Cornelia de 67 a.C. estabeleceu que os Pretores não podiam afastar-se de seus editos durante o mandato.
120 CORREIA, A. SCIACIA, G. Manual de direito romano. Rio de Janeiro: Livros Cadernos, 119 - - I, p. 25.
	
"Eles eram considerados como pertencentes a uma aristocracia intelectual, distinção essa devida aos seus dotes de inteligência e aos seus conhecimentos técnicos."123
A atividade destes homens, também chamados Prudentes, consistia em indicar as formas dos atos processuais aos magistrados e às partes (eles não atuavam em juízo); esta indicação tinha o nome de
121 MARES", T. Op. cit., p. 7.
122 lus honoráriurn díctur, quod ab honoré praetoris vénerat. "Chama-se direito honorário
porque emana ele da magistratura (= honor) do pretor" (Pompônio, Dig. 1,2,2,10).
123 MARICY, T. Op. cit., p. 8.

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