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CARDIOLOGIA VETERINÁRIA FISIOLOGIA CARDÍACA *ICCE -> sobrecarga veia pulmonar -> congestão pulmonar -> edema pulmonar *ECCD -> sobrecarga átrio direito -> sobrecarga veia cava -> congestão sistêmica *Veias cavas -> átrio direito -> ventrículo direito através da valva tricúspide -> artéria pulmonar -> pulmão -> veias pulmonares -> átrio esquerdo -> ventrículo esquerdo através da valva mitral -> aorta *Aumento de átrio esquerdo -> sobrecarga de pressão hidrostática das veias pulmonares -> edema pulmonar *Aumento de átrio direito -> sobrecarga de pressão hidrostática das veias cavas -> congestão sistêmica -> ascite *Auscultação cardíaca: PAM -> valva pulmonar, valva aórtica e valva mitral lado esquerdo, valva tricúspide lado direito M: choque de ponta lado esquerdo, 4-5º EIC. Um pouco dorsal e mais para a esquerda está a valva aórtica, e um pouco ventral e mais à direita da aórtica está a valva pulmonar T: choque de ponta lado direito *Bulhas cardíacas: S1: início da sístole, fechamento das valvas atrioventriculares e abertura das semilunares. S2: final da sístole, fechamento das valvas semilunares e abertura das valvas atrioventriculares. S1 e S2: bulhas fisiológicas. Tum-tum S3: início da diástole, está associado com enchimento ventricular rápido. Patológica. Tum – tumtum S4: final da diástole, está associado com contração atrial (enchimento ventricular tardio). Patológica. Tumtum-tum *Classificação do sopro: turbilhonamento cardíaco, patológico ou fisiológico I -> discreto, focal, longa ausculta para perceber II -> discreto, focal, facilmente audível III -> moderadamente alto, escuta em só 1 foco IV -> alto, escuta em outros focos (irradia) V -> alto, palpável (frêmito) VI -> alto, palpável, escuta com o esteto afastado do tórax *Sopro crescente: geralmente de ejeção *Sopro pansistolico: sobrepõe o som das bulhas *Sopro em platô/holossistólico: ocupa toda a sístole *Sopro holodiastólico: ocupa toda a diástole *Sopro fisiológico: atleta, anemia (sangue não é tão viscoso), hipoproteinemia. Sopros fisiológicos geralmente não passam do grau 3 *Sopro inocente: filhotes com menos de 16 semanas a 6 meses (sangue não é tão viscoso). Também não passa de grau 3 *Descrição da ausculta cardíaca: Ritmo -> regular, irregular ou irregularmente regular Fonese -> normofonética, hipofonérica (efusão pleural ou pericárdica) ou hiperfonetica Presença ou não de sopro *Quando o sopro está presente, classificá-lo quanto: Tipo de sopro -> sistólico, diastólico, holossistólico, holodiastólico ou continuo (persistência de ducto arterioso) Foco (ponto) de maior intensidade Grau do sopro ECOCARDIOGRAMA *Indicações: visualização de estruturas cardíacas, avaliar tamanho cardíaco, visualizar defeitos, avaliar função cardíaca (sistólica e diastólica), auxiliar procedimentos (pericardiocentese, por exemplo) *Planos de imagem: cortes Longitudinal ou eixo longo -> exame qualitativo. Observa tamanho, contração, valvas, doppler para avaliar fluxo mitral. Lado direito do paciente analisa melhor a valva. Via de saída do VE. Transversal ou eixo curto -> visualização da aorta, fluxo da aorta, velocidade. Apical 5 câmaras. Corte cogumelo, 2 músculos papilares, avalia contração, septo interventricular, VD e VE. Também avalia relação átrio esquerdo/aorta, via de saída do VD (tronco pulmonar) MODO –B *O modo bidimensional fornece imagem em tempo real e plana do coração *VE, mitral e AE *Relação átrio esquerdo/aorta: relação entre o diâmetro do átrio esquerdo e o diâmetro da aorta. Baleia. MODO – M *Representação gráfica do movimento das estruturas em cada ciclo. *Parada: linha *Movimento: onda *O septo IV durante a sístole vai para baixo (contração) e a parede do ventrículo durante a sístole vai para cima (contração) *FS: fração de encurtamento -> percentual de contração. Normal 30 – 45% DOPPLER *Direção do sangue *Vermelho: se aproxima *Azul: se afasta *Endocardiose: o sangue sai do átrio para o ventrículo mas volta -> imagem azul *Forma mosaico: turbilhonamento em alta velocidade (cor mais clara) ELETROCARDIOGRAFIA *Alteração no sistema de condução do coração *Sugerido quando ausculta arritmia *Registro do potencial elétrico médio gerado no musculo cardíaco (sistema de condução), sendo registrado em voltagem e tempo, durante as diferentes fases do ciclo cardíaco, e mensurado na superfície corpóreas *Indicações: arritmias cardíacas -> avaliação de tratamento antiarrítmico, descartar as arritmias e/ou distúrbios de condução em pacientes com sincope e convulsão e intolerância ao exercício, monitoração da anestesia, medicina preventiva (ECG rotineiro) SISTEMAS DE CONDUÇÃO *Permite que a propagação elétrica seja transmitida por todo o coração. Assim, a estimulação ordenada do miocárdio permite a contração eficiente de todas as 4 câmaras do coração, permitindo a perfusão do sangue para os pulmões e circulação sistêmica *Nó sinusal -> despolariza AD E AE -> contração atrial -> nodo atrioventricular -> ventrículo pelo feixe de his no septo IV -> células de purkinge -> despolarização ventricular *Onda P: despolarização atrial *Onda Q: estimulo para no nodo atrioventricular, passa pelo feixe de his no septo IV *Onda QR: estimulo passa pelo ventrículo *Onda S: despolarização da base cardíaca *Onda T: repolarização ventricular *Alteração de onda P: alteração atrial *Alteração de onda QRS: alteração ventricular *Alteração de onda T: alteração da repolarização ventricular RITMOS CARDIACOS *Toda onda P tem um complexo QRS e todo complexo QRS tem uma onda P? *Os complexos QRS são iguais? *Ondas P e complexos QRS estão relacionados entre si? *O normal da arritmia é logico na maioria das vezes. Por exemplo> bradiarritmia sinusal -> baixa frequência cardíaca com origem no nodo sinusal. *Frequência cardíaca/ritmo cardíaco + local de origem do impulso *Ritmos normais cães: ritmo sinusal normal, arritmia sinusal, marca-passo migratório *Ritmos normais gatos: ritmo sinusal normal, taquicardia sinusal (estresse) *Ritmo sinusal: tem P, QRS e T, com origem no nodo sinusal e não há variação maior que 10% entre um complexo e outro. *Arritmia sinusal: tem P, QRS e T, origem no nodo sinusal porem há variação entre os batimentos -> distância. Variação maior que 10%. Não varia mais que o dobro entre um e outro. A diferença de tamanho da onda P quando a frequência cardíaca aumenta é chamada de marca-passo migratório e geralmente acompanha a arritmia sinusal. Normalmente associada com a respiração. *Taquicardia sinusal: frequência cardíaca aumentada, origem no nodo sinusal, tem P, QRS e T. Número de complexos x 20 -> resultado por minuto. *Bradicardia sinusal: frequência cardíaca baixa, origem no nodo sinusal, tem P, QRS e T. *Parada sinusal: pode ocorrer na bradicardia. Entre um complexo e outro, a distância é maior que o dobro. *Complexo supraventricular prematuro: tem origem no átrio ou próximo a junção atrioventricular. O batimento acontece antes do normal -> complexo prematuro. Os complexos são semelhantes aos anteriores. *Taquicardia supraventricular: vários complexos prematuros supraventriculares juntos. Onda P e T negativas. *Fibrilação atrial: 3 condições para ocorrer -> não tem onda P, a frequência cardíaca é alta e o ritmo é irregularmente irregular. *Bloqueio atrioventricular: retardo ou interrupção da condução de um impulso supraventricular no nodo atrioventricular. Tipos: 1º grau: prolongamento do PR -> a condução demora para sairdo novo AV 2º grau: alguns passam no novo AV e não vai para o ventrículo e outros conduzem 3º grau: nenhum estimulo vai para o ventrículo, BAV total. Ventrículo começa um estimulo sozinho -> escape ventricular *Complexo ventricular prematuro: característico das arritmias ventriculares, possuem o complexo bem diferente do normal, complexo bizarro que ocorre antes do tempo. Quando tem onda P negativa e onda T positiva, indica que é no VD *Taquicardia ventricular: mais que 3 complexos ventriculares prematuros juntos. *Taquicardia ventricular sustentada: VPC em todo o traçado CARDIOPATIAS INSUFICIENCIA CARDIACA CONGESTIVA *Síndrome clinica causada por uma doença cardíaca que resulta em debito cardíaco inadequado para perfusão e manutenção das demandas metabólicas, que implica em acumulo de sangue retrogrado do coração insuficiente, tanto dentro da circulação pulmonar como sistêmica *Debito cardíaco: quantidade de sangue que sai do coração em 1 minuto *Etiologia da ICC: Doenças congênitas, valvares, miocárdicas, pericárdicas ou hipertensão arterial *ICCE -> edema pulmonar *ICCD -> ascite, efusão, edema subcutâneo MECANISMOS COMPENSATORIOS DA ICC *Ativação do sistema nervoso simpático -> taquicardia, inotropismo positivo, vasoconstrição arterial, ativação SRAA, hipertrofia e dilatação cardíaca *Diminuição de debito cardíaco -> ativação sistema nervoso simpático -> taquicardia e inotropismo positivo, vasoconstrição (diminuição do fluxo renal -> ativa SRAA) -> aumento do débito cardíaco ENDOCARDIOSE/DEGENERAÇÃO MIXOMATOSA *Mais comum em cães, raças pequenas, idosos *60% mitral, 30% mitral e tricúspide, 10% tricúspide *Cavallier, pinscher, poodle, York, lhasa, shi tzu *Degeneração estrutural adquirida *Causa desconhecida -> acredita-se que fatores genéticos envolvendo degeneração de colágeno -> substituição por mucopolissacarídeos *Lesão progressiva e degenerativa que evolui com a idade, não há processo inflamatório ou infeccioso PATOFISIOLOGIA *Espessamento da valva com degeneração -> não fecha completamente durante a sístole -> regurgitação do ventrículo para o átrio *Folhetos nodulares, espessados, distorcidos, retraídos, prolapsados para o AE, cordas tendineas espessadas e fracas -> dilatação AE e VE -> lesões de jato no AE -> fibrose de endo e miocárdio -> ruptura da parede atrial é a progressão máxima *Com o tempo -> aumento atrial *Regurgitação valvar -> dilatação atrioventricular -> insuficiência do miocárdio -> ativação simpática e neuro-hormonal; regurgitação progressiva -> diminuição de DC e PAS -> ativação de mecanismos compensatórios *Estagio A: animal predisposto, saudável. Ex: raça predisposta *Estagio B: com a doença, mas nunca desenvolveu sinais clínicos de insuficiência cardíaca congestiva. B1: assintomático, sem remodelamento cardíaco B2: assintomático, com repercussão hemodinâmica e aumento cardíaco *Estagio C: tem a doença, remodelamento cardíaco e sinais clínicos de ICC *Estagio D: doença terminal, refratário à tratamento, hospitalizado HISTORICO E EXAME FISICO *Sem sinais (sopro cardíaco -> achado no exame físico) *Intolerância ao exercício, sincope (baixo DC) *Tosse (aumento atrial -> contato com brônquios/edema pulmonar -> acompanha dispneia) *Sinais de ICCE/ICCD *Sopro sistólico *Edema pulmonar -> crepitação *Efusão pleural (abafamento de bulhas) /ascite *PP, cianose *Hipertensão (PA e PVP) *Dispneia RX TÓRAX *Aumento atrial, aumento ventricular, congestão venosa (calibre aumentado da veia pulmonar), edema pulmonar, coração globoso ECG *Arritmias -> taquicardia sinusal, VPC e taquicardia atrial (sinais de aumento atrial), FA *Sobrecarga de câmaras -> achado inespecífico ECO *2B: espessamento das cúspides, prolapso da valva, dilatação atrial e ventricular (o ventrículo recebe muito volume porque na sístole regurgita para o átrio manda o dobro de sangue durante a diástole), ruptura da cordoalha tendínea *M: hipercinesia (aumento da contração) do VE *Doppler: disfunção diastólica, refluxo, regurgitação mitral *Aumento da relação átrio esquerdo/aorta INSUFICIÊNCIA VALVAR TRICUSPIDE *Mais comum associada à Endocardiose da valva mitral crônica *Secundária: Dirofilariose, tromboembolismo pulmonar *Lesão degenerativa -> espessamento de folhetos -> mesma progressão da Endocardiose *Importância: associada à Endocardiose de mitral -> hipertensão pulmonar -> cor pulmonale (insuficiência direita associada à doença pulmonar) *Sinais clínicos: sinais de congestão sistêmica -> hepato/esplenomegalia, efusão pulmonar, ascite, edema de membros, diarreia *Diagnóstico: RX (D invertido pelo aumento de câmaras), ECG e ECO idem Endocardiose de mitral *Tratamento: controle de arritmias, diuréticos, tratamento de base CARDIOMIOPATIA DILATADA *Doença do musculo cardíaco *Baixa contratilidade cardíaca, com ou sem arritmia *Disfunção sistólica do ventrículo *Raças grandes-gigantes, meia-idade – idosos, machos *Hereditária: Dobermann *CMD primaria: erro genético, predominância de alteração do musculo cardíaco não resultante de distúrbio congênito ou adquirido *CMD secundária: tóxica (doxorrubicina), neoplásica, miocardite (hemoparasitas ou outra infecção sistêmica), nutricional (deficiência de taurina, carnitina), metabólica (hipotireoidismo), doenças infecciosas (chagas, erliquiose, leishmaniose) FISIOPATOGENIA *VE não consegue bombear corretamente para o corpo -> fica uma alta quantidade pós sístole -> sobrecarga de volume -> dilatação *Diminuição da contratilidade (disfunção sistólica), baixo debito cardíaco e dilatação das 4 câmaras *Pode haver insuficiência valvar devido à dilatação -> estiramento/afastamento das cúspides *Diminuição da contratilidade cardíaca ventricular -> dilatação progressiva, disfunção dos músculos papilares, estiramento dos folhetos -> insuficiência valvar -> diminuição do debito cardíaco e da pressão arterial -. Mecanismos compensatórios -> lesão progressiva -> ICC *Mecanismos compensatórios -> taquicardia -> arritmias *Dilatação de câmaras cardíacas, principalmente VE e espessura da parede ventricular diminuída, músculos papilares achatados e atróficos, valvas AV degeneradas com estiramento de folhetos HISTORICO E EXAME FISICO *Diminuição de DC: fraqueza, letargia, pulso fraco, síncope, emagrecimento progressivo, aumento de tpc, taquicardia *Congestão: dispneia, distensão jugular, ascite, edema de membros, tosse *PP *Ausculta: arritmias (aumento cardíaco), crepitação pulmonar, sopro sistólico RX TÓRAX *Cardiomegalia, sinais de ICC esquerda e direita, edema pulmonar ECG *Arritmias atriais e ventriculares -> FA, VPC, TV, aumento de onda P, complexo QRS alto e largo. ECO *Dilatação atrial e ventricular, hipocinesia de VE, diminuição da função sistólica, regurgitação mitral e tricúspide, aumento da relação átrio esquerdo/aorta *Diagnóstico confirmatório CARDIOMIOPATIA HIPERTROFICA *Cardiomiopatia adquirida mais comum em gatos *Disfunção diastólica *Componente genético *Hipertrofia concêntrica VE sem dilatação *Alto índice de mortalidade *Insuficiência cardíaca -> tromboembolismo -> morte súbita ETIOLOGIA *Erro genético na proteína C (sarcomero, fibra muscular) -> afuncionais -> não faz contração -> hipertrofia compensatória *Fibrose e estrutura celular miocárdica desorganizada -> espessamento do miocárdio -> rigidez ventricular -> dificuldade de enchimento ventricular esquerdo -> aumenta pressão diastólica -> aumento de AE -> estase sanguínea ->tromboembolismo -> congestão e edema pulmonar PATOFISIOLOGIA *Hipertrofia do VE -> disfunção da diástole -> não consegue receber o sangue do átrio -> chega menos sangue e ejeta menos sangue *A cavidade ventricular diminui -> cabe menos sangue -> enchimento ventricular diminuído -> sangue do átrio não consegue entrar no ventrículo -> aumento atrial *Pode haver obstrução da via de saída para aorta -> cardiomiopatia hipertrófica obstrutiva -> diminuição do DC HISTORICO *Maioria dos gatos são diagnosticados por acaso e são assintomáticos, quando vem com sinais clínicos geralmente já está bem avançado -> ICC ou tromboembolismo *ICC: evento desencadeador identificável. Em gatos comum edema pulmonar e efusão pleural. Tosse é menos comum. *Claudicação, paresia e dor -> tromboembolismo -> aumento atrial esquerdo -> sangue parado -> trombo -> ventrículo -> aorta -> trifurcação da aorta para membros pélvicos EXAME FISCIO *Ausculta: sopro sistólico, taquicardia, ritmo de galope (enchimento ventricular anormal) *ICC: dispneia, taquipneia, ortopneia *Tromboembolismo: perda de pulso, temperatura baixa das extremidades, cianose nas unhas ECG *Exame normal não exclui cardiopatia *Bloqueio de ramo, arritmia (VPC) RX TORAX *Valentine shape, congestão de VP, edema pulmonar, efusão pleural ECO *Hipertrofia da parede/septo, diminuição da cavidade, hipercinesia, obstrução dinâmica na saída do VE, dilatação atrial, aumento da relação átrio esquerdo/aorta, smoke (sangue parado dentro do átrio começando a coagular) ENDOCARDITE BACTERIANA *Processo inflamatório do endocárdio, causado usualmente por bactérias que se aderem às válvulas e à parede do miocárdio *Lesões localizam-se em válvula, cordoalha tendínea e seios de valvas *As mais acometidas em cães e gatos são a mitral, seguidas pela aórtica, tricúspide e pulmonar *A deformação da valva geralmente resulta em uma insuficiência valvar e vegetações exuberantes ou cicatrização fibrótica que podem formar provocando uma estenose valvas *Trombos sépticos ou assépticos *As lesões das valvas são friáveis e tendem a liberar micro ou macro êmbolos bacterianos que entram na circulação arterial e localizam alguns órgãos como rins, baço, cérebro e coração podendo causar infartos tendo como consequências infarto miocárdico e miocardite, infarto renal, abcessos, pielonefrite e glomerulonefrite, derrame, meningite, encefalite, infartos ósseos, osteomielite, obstrução vascular incluindo oclusão aórtica ilíaca, infartos esplênicos e isquemia intestinal *Processos infecciosos originalmente localizados, como afecções cutâneas, orais, urinarias e prostáticas ou em outros órgãos podem resultar em bacteremia com a evolução e complicação do quadro clinico *Incomum em felinos *Sinais clínicos: febre, anorexia, letargia, claudicação *Na maioria das vezes é manifestada como um distúrbio multissistemico, resultando em lesões em diversos órgãos *Pode induzir a síndrome da resposta inflamatória sistêmica, incluindo a sepse, resultando do desencadeamento da falha hemodinâmica *Diagnóstico: desafio. Hemocultura (definitivo), exames laboratoriais, ECG e ECO (alterações valvulares) *Tratamento: deve ser imediato, agressivo e continuo utilizando antibióticos bactericidas de amplo espectro. Incialmente deve ser realizado IV 5 a 10 dias com doses altos a cada 6 horas CARDIOMIOPATIAS CONGENITAS *Pode ter um fundo genético ou não *Defeito morfológico do coração e/ou grandes vasos, presentes ao nascimento *Podem estar associados *Mais frequentes: estenose pulmonar, estenose subaortica, persistência do ducto arterioso e defeito do septo ventricular PERSISTENCIA DO DUCTO ARTERIOSO *Comunicação da circulação sistêmica e pulmonar *Assintomáticos no inicio *Evolução: ICC esquerda, intolerância ao exercício, tosse, dispneia, edema pulmonar *Sopro cardíaco continuo, presente desde o nascimento -> maquinaria *Circulação do feto: o ducto arterioso está presente na vida embrionária. O sangue chega e passa da artéria pulmonar para a aorta pelo ducto pois o sangue já chega oxigenado da mãe na vida embrionária. Se o ducto não se fecha -> PDA *A pressão da aorta é superior à do tronco pulmonar ao nascimento. Na presença do ducto, o sangue que passa pela aorta volta para o tronco pulmonar -> sobrecarga de volume no pulmão -> volta para o AE com alta pressão -> dilatação do coração esquerdo -> ICCE -> edema pulmonar *Tem resolução cirúrgica ESTENOSE PULMONAR *Cães de pequeno/médio porte *Obstrução na saída do VD -> problema na abertura da valva pulmonar -> VD tem que fazer muita força para bombear -> hipertrofia concêntrica do VD -> o sangue do AD não consegue entrar no VD -> aumento de AD *ECO: turbulência na via de saída do VD *Cirurgia: cateter com balão que corrige a estenose ESTENOSE SUBAORTICA *Cães de grande porte *Obstrução na saída do VE, hipertrofia concêntrica do VE, aumento de AE *Não é problema na valva, é problema abaixo dela *Geralmente um anel fibroso abaixo que estrangula a via de saída do VE -> faz muita força para bombear -> hipertrofia concêntrica do VE -> sangue do AE não consegue entrar -> aumento de AE *Pode ter arritmias e morte súbita pelo aumento cardíaco COMUNICAÇÃO INTRAVENTRICULAR *Comunicação VE com VD *Mais comum em gatos *Má formação do septo ou não fusão dos coxins endocárdicos com o septo interventricular *Gravidade depende do tamanho da abertura *ICC E -> edema pulmonar, tosse, sopro sistólico *Quanto menor a abertura da CIV (sangue passa com maior velocidade), mais alto será o sopro *Normalmente o sangue sai do VE com alta pressão para o VD *Sentido esquerdo – direito *Pode levar ao aumento da câmara direita e leva mais sangue para tronco pulmonar, chega mais sangue para o átrio esquerdo -> sobrecarga de volume do lado esquerdo também DONEÇAS ARRITMOGÊNICAS CAVD DO BOXER *Cardiomiopatia arritmogênica do ventrículo direito do Boxer *Erro genético, predisposição no boxer *Classificação: 1 – Assintomático: arritmia, sem sinais clínicos. Prognostico bom. 2 – Síncopes: morte súbita 3 – ICC: CMD associada, prognostico ruim. *Na CAVD há um erro genético que leva o acumulo de gordura no miocárdio ventricular -> estimulo para arritmia ventricular *Holter -> avalia a percentagem de arritmias, se é necessário ou não tratar ou não e avaliar a gravidade das arritmias -> prognostico e monitoramento. CARDIOMIOPATIA OCULTA DO BOXER *Silenciosa 1 – Estágio inicial: sem alterações morfológicas, sem instrumentos para diagnóstico 2 – Fase oculta: período de compensação, assintomático. ECO: disfunção sistólica, com ou sem dilatação do VE. ECG Holter: CVP, TV. Morte súbita 3 – Fase de descompensassão: sinais clínicos que surgem estão associados à diminuição do debito cardíaco por disfunção sistólica -> sinais de ICC, síncope DOENÇA DO NÓ SINUSAL *Distúrbios de formação e propagação de impulso cardíaco a partir do nó sinusal *Causa bradicardia *O nodo não forma e não propaga o impulso cardíaco *Schnauzer, femea, idosos *Intolerância ao exercício, fraqueza, pré sincope (pode ser assintomático) e sincope *Síndrome bradi-taquicardia (bradicardia e taquicardia compensatória) *Traçado sinusal, mas com baixa frequência cardíaca e algumas pausas TERAPIA CARDIACA *Terapia dos 5 D’s -> dilatador, diurético (ICC), digitálico (digoxina), dieta e descanso VASODILATADOES *IECA; inibe a enzima que converte angiotensina 1 em angiotensina 2 no SRAA. Benazepril e enalapril DIURETICO *Diuréticosde alça: mais potentes. Furosemida *Tiazidas: túbulo distal. Hidroclortiazida *Poupadores de potássio: antagonista da aldosterona (compete com a aldosterona -> não há retenção de sódio e agua) (túbulo distal e ducto coletor). Espinolactona. DIGOXINA *Inotrópico positivo *Doenças com aumento atrial *Indicações: taquicardia (fibrilação atrial), arritmias supraventriculares DIETA *Dieta hipossódica -> cardiac. Só recomenta quando sinais de ICC, doença avançada *Pacientes sem sinais de ICC -> rações seniores *O animal precisa se alimenta -> dieta com restrição de sódio é importante em pacientes com ICC, porém não pode ser mais importante que a ingestão de nutrientes *Ômega 3: auxilia na caquexia cardíaca. Doença grave -> libera fatores inflamatórios -> consomem musculo e gordura -> ômega 3 impede a liberação desses fatores. Também auxilia no controle de arritmias *Pimobendam: vasodilatador e inotrópico positivo. Utilizado em doenças com disfunção sistólica principalmente, mas pode ser usado em qualquer cardiopatia. Pacientes com ICC já é indicado. Aumento da sobrevida *Sildenafil -> inibidores da fosfodiesterase tipo V: vasodilatador de artéria pulmonar. Indicado quando hipertensão pulmonar *Beta bloqueadores: Atenolol, Sotalol. Antagonistas de receptores beta adrenérgicos -> coração, pulmão, vasos; inotrópico e cronotrópico negativo, reduz a demanda miocárdica de oxigênio. Cardiomiopatia hipertrófica, estenose ENDOCARDIOSE *Estagio B B1: sem remodelamento. Nenhum medicamento ou dieta é recomendado. Sugerida reavaliação (ECO) em 12 meses B2: com remodelamento. Inibidores da ECA, espironolactona (cardioprotetor), restrição leve de sódio (ração sênior), Pimobendam *Estagio C: sinais de ICC. Terapia aguda: emergencial, edema pulmonar. Oxigênio, sedação (butorfanol, acepromazina), toracocentese, furosemida, Pimobendam, nitroprussiato (venodilatador) Terapia crônica: em casa. Furosemida VO, IECA mantido ou iniciado, pimobendam, espironolactona, dieta cardiac *Estagio D: refratário Terapia aguda: além dos anteriores, aumentar a dose de furosemida e Dobutamina infusão continua -> inotrópico positivo Terapia crônica: aumentar dose de furosemida VO, monitorar função renal, antiarrítmico se necessário CMD *Sem icc: pimobendam, inotrópico positivo *Com ICC: todo tratamento emergencial FIBRILAÇÃO ATRIAL *Normal ter FA em doenças que tenham aumento atrial -> Endocardiose, CMD *Quando FA, é difícil retorno a frequência sinusal *Digoxina -> cronotrópico negativo *Se necessário associar Diltiazem ou Atenolol (cronotrópico negativo mais potentes) CAVD *Sotalol + mexiletina -> boa resposta, antiarrítmico importado ou Amiodarona (antiarrítmico) *Ômega 3 sempre TAQUICARDIA VENTTRICULAR *Arritmia emergencial -> lidocaína IV CMH *Se tiver apenas hipertrofia e aumento atrial sem ICC -> não tratar *CMG obstrutiva com SC -> tratar *Objetivos da terapia: diminuir obstrução do VE, controle da ICC, controle das arritmias, prevenir e reverter tromboembolismo, melhorar função diastólica *Beta bloqueadores: atenolol. Obstrução VE *Inibidores da ECA: aumento de átrio esquerdo moderado-grave *ICC: furosemida *Pimobendam *Tromboembolismo: Trombo até 8 horas -> internar, estreptoquinase -> ativadores de plasminogenio (tenta dissolver o trombo); analgésico, heparina Prevenção: antiplaquetários -> aspirina 48-72 horas (única vantagem), clopidogrel SID ¼ comprimido. Também ajuda na circulação colateral BIOMARCADORES *Substancias liberadas na corrente sanguínea quando há algum problema no sangue *Os biomarcadores cardíacos são mais recentes DIAGNOSTICO E PROGNOSTICO DAS CARDIOPATIAS *Devem ser usados em conjunto com a clínica, nunca isolados *Troponina cardíaca I, T e C (cTni, cTnT, cTnc) *Peptídeo natriurético tipo B (BNP) Fragmento terminal – C (C-BNP) Fragmento terminal – N (NT – proBNP) TROPONINA CARDIACA I, T e C (cTni e cTnT) *Marcadores específicos do musculo cardíaco para necrose ou alteração das células do miocárdio, principalmente infarto ou necrose -> quando há uma dessas lesões nas células miocárdicas, as troponinas são liberadas no sangue *São proteínas miocárdicas, fazem parte da estrutura da fibra miocárdica PEPTIDIO NATRIURÉTICO TIPO B (BNP) *Peptídeo natriurético atrial (ANP) (liberados pelos átrios) e peptídeo natriurético ventricular (BNP) (liberado pelo ventrículo) *Liberados quando há estiramento das câmaras *Concentração dos peptídeos natriuréticos aumentam conforme aumenta a severidade da doença -> aumenta o remodelamento *Estão sendo utilizados para diferencias doenças cardíacas (casos emergenciais) de pulmonares *Existem Snap tests para visualizar, no Brasil é caro *Estimulam hormônios quando caem na circulação *São liberados como um mecanismo compensatório para ajudar o coração *Também avalia a severidade da doença *Cães: Normal (baixa probabilidade de doença cardíaca) -> <800 pmol/L Elevado (alta probabilidade de doença cardíaca) -> 800-1800 pmol/L ICC -> >270 pmol/L *Gatos: Normal: <50pmol/L Doença cardíaca assintomática (alta probabilidade): 50-100 pmol/L Provável doença cardíaca: 101-270 pmol/L ICC: >270 pmol/L _____________”___________”_________”_________”____________”_________” Créditos: - Aula ministrada pela professora Amalia Turner Giannico, especialista em cardiologia veterinária, doutoranda na UFPR – Curitiba - Aula ministrada pela professora Drª. Mariana Pavelski, professora de clinica medica de pequenos animais da UFPR – Palotina - Resumo desenvolvido por Estela Dall’Agnol Gianezini, medica veterinária pela UFPR - Palotina
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