Aula 2 - Doenças Estafilococcias e Estreptococcias de Interesse Médico Veterinário

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Estafilococias e 
Estreptococias de Interesse 
Médico Veterinário
Prof. Andréa Maria Góes Negrão
SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DA AMAZÔNIA
INSTITUTO DE SAÚDE E PRODUÇÃO ANIMAL – ISPA
CURSO DE MEDICINA VETERINÁRIA
Estafilococias
São doenças infecciosas causadas por 
Staphylococcus sp em animais.
São bactérias piogênicas que causam lesões 
supurativas.
Várias espécies de animais são acometidos, 
porém os cães, gatos e equinos são os mais 
sensíveis
Doenças causadas por estafilococos e estreptococos de interesse veterinário 2
Estafilococcias dos animais
 Cocos Gram positivos, com diâmetro de 0,5 a 1 µm e formam 
agrupamentos em cachos de uva
 Maioria é anaeróbio facultativo e catalase-positivo
 São imóveis, oxidase-negativo e não formam esporos
 Mais de 30 espécies na natureza (41 espécies e 17 
subespécies)
 Comensais de membranas mucosas e da pele
 A produção de coagulase está relacionada à patogenicidade
 Os coagulase-negativos são pouco virulentos
3Doenças causadas por estafilococos e estreptococos de interesse veterinário
Características dos estafilococos
Doenças causadas por estafilococos e estreptococos de interesse veterinário 4
Características dos estafilococos
Estafilococcias dos animais
Doenças causadas por estafilococos e estreptococos de interesse veterinário 5
Habitat dos estafilococos
Estafilococcias dos animais
 Comensais na pele e mucosas de animais e 
humanos
 Encontrados normalmente nas membranas 
mucosas do trato respiratório superior e urogenital 
inferior e transitórios no trato digestivo
 São estáveis no meio ambiente
 Algumas linhagens de estafilococos tem afinidade 
seletiva por espécies de animais.
Estafilococcias dos animais
6Doenças causadas por estafilococos e estreptococos de interesse veterinário
Estafilococos coagulase-positivos de 
importância clínica veterinária
Staphylococcus aureus
 S. intermedius
S. hycus
Estafilococos coagulase-negativos de 
importância clínica veterinária
Staphylococcus epidermidis
S. saprophyticus
S. haemolyticus
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Doenças causadas por estafilococos e estreptococos de interesse veterinário 8
Estafilococos coagulase-positivos e sua 
importância clínica veterinária
Doenças causadas por estafilococos e estreptococos de interesse veterinário 9
Espécie Hospedeiros Condições Clínicas
S. aureus
Cães e Gatos
Lesões supurativas (= S. 
intermedius)
Bovinos Mastite, Impetigo
Ovinos e Caprinos Mastite, Dermatite
Equinos e Suínos Mastite, Botriomicose
Aves Artrite, Pododermatite
S. intermedius Cães e Gatos
Piodermite, Cistite, 
Endometrite, Otite externa e 
outras condições supurativas
S. hycus Suínos Epidermite Exsudativa
Estafilococos coagulase-negativos e sua 
importância clínica veterinária
Doenças causadas por estafilococos e estreptococos de interesse veterinário 10
Espécie Hospedeiros Condições Clínicas
S. epidermidis
Cães e Gatos Infecções em feridas
Bovinos Leite
Equinos Infecções em feridas
S. saprophyticus Gatos Infecções na pele
S. haemolyticus Bovinos Leite
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Fatores predisponentes à infecção 
estafilocócica
 Deficiência do sistema imune;
 Injúrias na pele (queimaduras, incisão
cirúrgica, irritação por produtos químicos, irradiação);
Administração de antimicrobianos;
 Dieta inadequada;
 Traumas;
 Infestação parasitária;
 Corpos estranhos (ex. próteses, fios de sutura);
 Outras infecções ou doenças crônicas.
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Estafilococcias dos animais
Vias de Transmissão
Contato Direto Contato Indireto
Fômites
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Doenças relacionadas à infecção 
estafilocócica
Estafilococcias dos animais
 Piodermatite (ou piodermite ou piodermia)
 Botriomicoses
 Epidermite exsudativa suína
Mastites
Piodermites
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Estas infecções são, na sua maioria, causadas pelo Staphylococcus
intermedius e algumas vezes pelo S. aureus.
Outros microorganismos
participantes incluem: 
Pseudomonas sp
Acinetobacter sp
Enterobacteriáceas como E. 
coli, Proteus sp., 
Enterobacter sp.
Piodermites
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Processos alérgicos e em 
desordens de queratinização
Outros distúrbios como os 
metabólicos, ectoparasitoses
e imunológicos.
As piodermites podem ocorrer como fenômeno 
secundário principalmente em:
Piodermites
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A piodermite é uma das causas mais comuns de doença cutânea 
em cães, não sendo assim em felinos ou equinos. 
Os motivos desta maior 
predisposição canina são 
ainda hoje objeto de estudo:
Estrato córneo mais 
delgado
Ausência da tampa folicular 
na entrada do folículo piloso 
canino
pH cutâneo mais elevado
Escassez de lipídios 
intercelulares
Piodermites
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Piodermite superficial Piodermite profunda
As piodermites podem ser superficiais ou profundas
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Piodermites
 Remover os restos celulares e reduzir população bacteriana 
superficial
 Antisseptico de ação lenta = iodo povidona (Betadine® ) ou igarsan
Os xampus antibacterianos são muito eficientes (os agentes mais 
comumente utilizados incluem clorexidina ou peróxido de benzoíla).
Tratamento tópico
A escolha do produto a ser utilizado depende das condições da pele 
do animal. O peróxido de benzoíla deve ser evitado em pele 
potencialmente irritada.
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Piodermites
A terapia sistêmica é necessária para o sucesso do tratamento da 
maior parte das piodermites e deve ser mantido por um período após 
ausência das lesões.
Em muitos estudos em diferentes regiões do mundo as culturas de S. 
intermedius, são praticamente uniformes, revelando praticamente a 
mesma sensibilidade (90% de eficácia) às várias fluorquinolonas e 
cefalosporinas, além de amoxacilina e ácido clavulônico e oxacilina.
Tratamento sistêmico
Cefalexina na dose de 30 mg/kg, têm se mostrado mais eficiente.
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Piodermites
 O tratamento deve ser efetuado até a cura clínica do animal e 
que posteriormente, seja prorrogado por mais 7 dias em casos de 
piodermites superficiais e por mais 14 dias em piodermites
profundas. 
 O tratamento pode ser realizado com a associação de terapia 
tópica e sistêmica, sendo que a tópica, principalmente aquela 
representada pelos banhos, irá auxiliar intensamente na 
recuperação do paciente, além de proporcionar a diminuição do 
período .
Estreptococias
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Doenças infecciosas causadas por Streptococcus sp.
 Causam abscessos, outras condições supurativas e 
septicemias. 
 Podem causar infecções primárias ou oportunistas.
Causam infecções supurativas como mastite, 
metrite, poliartrite e meningite.
Muitas espécies animais são acometidas.
Estreptococias
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 As espécies do gênero Streptococcus são catalase-
negativas, anaeróbias facultativas e imóveis.
 Tem distribuição mundial.
Muitas espécies vivem como comensaisna 
mucosa do trato respiratório superior e no trato 
urogenital inferior.
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Estreptococias
Streptococias
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Fatores de Virulência dos Estreptococos
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• Doença febril altamente contagiosa que ocorre entre 
os equinos
• É causada pelo Streptococcus equi (S. equi subsp.
equi)
• Envolve o trato respiratório superior com abscessos 
nos linfonodos regionais
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Garrotilho ou Adenite Equina
• Ocorrência maior em animais jovens – pode ocorrer 
em adultos (não imunes)
• Agrupamentos de animais aumentam os riscos –
exposições
• Transmissão por meio de exsudato purulento das 
narinas
• Eliminação do agente por até 4 semanas após o início 
dos sintomas
• Morbidade alta (100%) e mortalidade baixa (5%)
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Garrotilho ou Adenite Equina
Epidemiologia
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Cadeia Epidemiológica ou de 
Transmissão
Fonte de infecção Via de eliminação Via de Transmissão Porta de Entrada Suscetível
Equídeos 
suscetíveis
Animal 
infectado
Secreções 
nasais, 
exsudatos
purulentos 
ou 
descargas 
de 
abscessos
Mucosas 
nasal
oral
e ocularEquideos
domésticos 
e selvagens
Portadores 
sãos
Direta e Indireta
Animal -
animal
Fômites, 
água e 
alimentos 
contaminad
os com 
secreções
Entre 7 a 14 dias após, fistulam, sendo drenados, liberando o pus 
repleto de bactérias, contaminando o ambiente.
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Patogenia
Fixação nas células epiteliais da mucosa nasal e oralS. equi
Invasão das mucosas nasofaringes faringite aguda e rinite
Quando o organismo do hospedeiro não consegue impedir o processo 
inflamatório
Invasão da mucosa e o tecido linfático faríngeo
Abscessos nos linfonodos retrofaríngeos e submandibulares 
Obstrução local devido à compressão - asfixia
• PI: 3 a 6 dias
• Curso da doença sem complicações: 5 a 10 dias
• Febre, depressão, anorexia, seguida de descarga 
óculo-nasal que se torna purulenta
• Linfonodos da cabeça e pescoço tornam-se inchados e 
muito doloridos – retrofaríngeos e submandibulares
• Linfonodos submandibulares podem romper e 
descarregar material purulento muito infeccioso.
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Garrotilho ou Adenite Equina
Sinais Clínicos
• A respiração difícil e acelerada, mucosa avermelhada, 
aparecendo depois de 2-3 dias uma descarga 
mucopurulenta e depois purulenta, pelas narinas.
• Pode haver tosse, que perdure por várias semanas. 
• Os gânglios da face apresentam-se endurecidos, 
quentes e doloridos, transformando-se depois em 
abscessos que supuram e libertam pus amarelo e 
cremoso.
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Garrotilho ou Adenite Equina
Sinais Clínicos
 Garrotilho bastardo: caracteriza-se pela disseminação dessa bactéria 
para outros linfonodos do organismo, dando origem a abscessos em 
qualquer região do corpo, mais freqüentemente nos pulmões, no 
mesentério, no fígado, no baço, nos rins e no cérebro, sendo que se 
houver a ruptura, resulta em uma infecção generalizada e, 
conseqüentemente, leva a morte.
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Garrotilho ou Adenite Equina
complicações 
 Púrpura hemorrágica: caracteriza-se por uma vasculite aguda imuno-
mediada que ocorre em animais convalescentes devido à 
precipitação de imunocomplexos nos capilares, que são formados por 
anticorpos e frações da bactéria, resultando em severo edema nos 
membros, cabeça e em outras regiões do corpo - acúmulo de 
anticorpos ligados à proteína M.
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Garrotilho ou Adenite Equina
complicações 
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Garrotilho ou Adenite Equina
 Empiema das bolsas guturais: pode ocorrer durante o curso clínico 
da doença ou no período de convalescência da adenite equina. A 
persistente infecção dessas bolsas pode levar à aspiração de pus.
 Pneumonia aspirativa.
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Garrotilho ou Adenite Equina
complicações 
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Garrotilho ou Adenite Equina
Sinais Clínicos
• Sinais clínicos e histórico de exposições recentes
• Esfregaços e corados pelo Gram
• PCR: animais portadores assintomáticos
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Garrotilho ou Adenite Equina
Diagnóstico
• Animal com abscessos: aplicação de substâncias revulsivas para 
facilitar sua maduração para depois serem pronunciados: iodo.
• Antibioticoterapia: Penicilina – infectados e os que estiverem em 
contato – a cada 6 horas
• O S. equi é sensível à penicilina, cloranfenicol, eritromicina, 
tetraciclina e lincomicina.
• As narinas podem ser lavadas com anticépticos fracos e os 
abscessos maduros são incisos e drenados.
• Em casos de complicações, deve ser feito um tratamento suporte, 
como fluidoterapia, medicamentos expectorantes e 
antimicrobianos em dosagens superiores das recomendadas .
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Garrotilho ou Adenite Equina
Tratamento
Doenças causadas por estafilococos e estreptococos de interesse veterinário 39
• Isolar os suspeitos
• Quarentena de 10 dias ao ingressar ou egressar à 
propriedade rural
• Evitar superlotação e misturas de diferentes idades
• Desinfetar construções e equipamentos
• No Brasil não existe vacinas
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Garrotilho ou Adenite Equina
Controle
• Os animais que sofrem garrotilho geralmente 
mantêm-se imune por três ou quatro anos, 
em alguns casos, por toda a vida.
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Garrotilho ou Adenite Equina