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OFICINA DE CONFECÇÃO Unidade 2 TEG - Tecnologia de Eliminação de Gargalo 2.1 - Comprometimento das pessoas 2.2 - O gargalo como ponto X da produção. 2.2.1 - Acúmulo intermediário 2.2.2 - Metas 2.2.3 - Receita de Fabricação 2.2.4 - Tamanho de Lotes 2.2.5 - Transparência de Resultados 2.2.6 - Gerenciamento de relatórios 2.2.7- Layout GARGALOS Teoria das Restrições Muitas são as teorias que podem ser aplicadas para gerenciar a produção. A escolha da Teoria das Restrições traz uma metodologia para administrar os gargalos (restrições) nos setores ou nos processos produtivos. Até o século XIX o tema pouco estudado, explorado e aplicado, porque não havia produção em grande escala. Entretanto, aos poucos, a administração empírica foi sendo substituída por uma administração cientifica, para gerenciar a produção em grande quantidade com diminuição de custos. Logo, passou-se a utilizar ferramentas de gestão da produção mais eficazes a fim de utilizar melhor os recursos da empresa, para eliminar desperdícios, ociosidade de pessoal e atender às demandas das vendas dentro dos prazos combinados, dentro de um mercado cada vez mais exigentes. A Teoria das Restrições, também chamada de Theory of Constraints (ToC – um processo de melhoria continua), para gerenciar gargalos ou restrições nos setores produtivos, foi desenvolvida por Eliyahu M. Goldratt, em seu livro A Meta, de 1984. É uma teoria muito rica em termos de ações, que podem ser desenvolvidas nos princípios e técnicas atuais que sustentam os setores da produção e também são aplicáveis não somente para identificar gargalos na produção, e sim em qualquer setor da empresa. Para definir a Teoria das Restrições, é necessário primeiro definir o conceito de restrição. Restrição Uma restrição é qualquer coisa que possa impedir um sistema de atingir seu objetivo. As restrições podem se manifestar de várias formas, mas o princípio fundamental na ToC é de que não existem dezenas ou centenas de restrições. Existe pelo menos uma, ou no máximo somente algumas num dado sistema. Restrições podem ser internas ou externas ao sistema. Uma restrição interna se evidência quando o mercado exige mais do sistema do que ele pode oferecer. Se este for o caso, então, o foco da organização deve estar em descobrir essa restrição e seguindo as cinco etapas de foco para abri-la (e, potencialmente, removê-la). Existe uma restrição externa quando o sistema pode produzir mais do que o mercado irá suportar. Se este for o caso, então a organização deve se concentrar em mecanismos que criem mais demanda para seus produtos ou serviços. Quadro: Restrições, ajustes e ações do mercado dos fornecedores, fabricantes e clientes (NUNES et al., 2006 p. 195). De acordo com a ToC, toda organização tem - em um dado momento no tempo - pelo menos uma restrição que limita a performance do sistema (a organização em questão) em relação à sua meta. Ao longo do tempo a restrição pode mudar (porque a restrição anterior foi solucionada com sucesso ou por mudanças no ambiente de negócios) e a análise recomeça. Tipos de restrições (interna) •Equipamentos: A maneira que equipamentos são utilizados no momento limita a capacidade do sistema para produzir bens / serviços mais vendáveis. •Pessoas: a falta de pessoas qualificadas limita o sistema. Modelos mentais das pessoas pode causar um comportamento que se torna uma restrição. •Política: Uma política escrita ou não impede que o sistema faça mais. Em suma, a restrição é usada como um mecanismo de foco para a gestão do sistema. A ToC foi concebida para auxiliar organizações a alcançar seus objetivos continuamente. É fundamentada em um conjunto de princípios básicos: alguns processos simples (Perguntas Estratégicas, Etapas de Foco, Efeito-Causa-Efeito), ferramentas lógicas (o Processo de Raciocínio) e é aplicável através da dedução lógica a áreas específicas como finanças, logística, gerência de projetos, administração de pessoas, vendas, marketing e produção. Princípios básicos: • Simplicidade Inerente (Convergência) • Consistência • Respeito Os princípios são tratados como axiomas, ou seja, não possuem prova. Os dois primeiros derivam das palavras de Newton: Natura valde simplex est et sibi consona. (A natureza é excepcionalmente simples e é coerente consigo mesma), enquanto o terceiro fornece o embasamento para a arte de lidar com o comportamento e motivação humanos. 1.IDENTIFICAR a(s) restrição(ões) do sistema que pode(m) impedir que a organização obtenha mais de sua meta em uma unidade de tempo. 2.DECIDIR como EXPLORAR a(s) restrição(ões) do sistema para tirar o máximo proveito da restrição. 3.SUBORDINAR tudo mais à decisão acima através do alinhamento de todo sistema ou organização para suportar a decisão tomada acima. 4.ELEVAR a(s) restrição(ões) do sistema fazendo outras grandes mudanças para incrementar a capacidade da restrição. 5.Atenção! Se após os passos anteriores uma restrição for quebrada, VOLTAR na Etapa 1, mas não permita que a INÉRCIA crie uma restrição no sistema. Cinco Etapas de Foco que fundamentam um processo de melhoria contínua: Fonte: http://revistaadmmade.estacio.br/index.php/admmade/article/viewFile/64/113 “Uma vez que o gargalo é o componente mais lento do processo, ele fixa o ritmo do sistema, como uma batida de tambor fixa o ritmo da marcha para a banda”. (DAVIS, AQUILANO E CHASE, 2008 p. 550) O gargalo faz com que todo sistema trabalhe no seu ritmo. O setor que menos produz é que determina o resultado final ou total de toda a cadeia produtiva. GARGALO É qualquer recurso cuja capacidade é inferior a demanda, se ele não for solucionado, comprometerá os planos de produção da organização. Gargalos produtivos ocorrem quando em alguma etapa do processo produtivo existe uma obstrução do fluxo normal. No sistema produtivo de um determinado produto existem várias máquinas e etapas onde a primeira produz “X” peças por hora, enquanto a máquina da etapa seguinte consegue produzir “½ X” peças por hora. O resultado é que a segunda etapa é considerada gargalo, pois sua capacidade de produção é menor que a etapa anterior, é a fase do sistema produtivo que tem a menor velocidade. O gargalo produtivo pode ser considerado uma FALHA de PLANEJAMENTO produtivo que acarreta em redução da capacidade produtiva e, consequentemente, a perda de eficiência e recursos, sejam eles financeiros ou humanos. Como resultado da redução ou eliminação dos gargalos produtivos, a organização obtém melhoria na produtividade, reduz os desperdícios de recursos, simultaneamente, aumenta o resultado (maior lucratividade). BENEFÍCIOS DA ELIMINAÇÃO DOS GARGALOS · REDUÇÃO DO TEMPO DE FABRICAÇÃO · AUMENTO DE PRODUTIVIDADE · CUMPRIMENTO DOS PRAZOS DE ENTREGA · REDUÇÃO DE CUSTOS A maioria das indústrias possuem um custo operacional muito alto devido à má gestão da produção e a um precário controle. Em se tratando de uma indústria de confecção em que há uma grande dependência da mão de obra e diversidade de modelos, que por uma lado é um diferencial para a competividade e para alavancar as vendas, no entanto, são elementos que geram gargalos na produção. Onde está o Gargalo? Estudo de Caso Empresa de Uniformes 1000 cores A empresa estudada atua no mercado há 20 anos, no segmento de uniformes escolares e profissionais. Seu mercado abrange o estado do Mato Grosso. Conta com 150 colaboradores, sendo que 116 atuam na fábrica da empresa e 34, distribuídos entre as lojas: Alta Floresta, Sinop e Sorriso, que comercializam parte da produção da indústria. No início, a empresa confeccionava somente malhas no segmento de uniformes escolares. Com o decorrer dos anos, aderiu à fabricação de uniformes esportivose empresariais com tecidos planos, que atualmente é o diferencial da empresa. A TEORIA DAS RESTRIÇÕES NA IDENTIFICAÇÃO DE GARGALOS NO SETOR PRODUTIVO: A INDÚSTRIA UNIFORMES 1000 CORES http://faflor.com.br/revistas/refaf/index.php/refaf/article/viewFile/107/pdf Etapas do estudo: Na primeira fase deste trabalho foram realizadas reuniões com todos os setores que estão envolvidos na produção para explanar o objetivo geral deste estudo. Em seguida foi feita a coleta de dados da produção mensal de cada setor. Sendo assim, o gargalo acontece por falta de máquinas. Portanto, o gargalo também acontece por falta de mão de obra. A empresa não tem mão de obra sobrando em seu quadro. Portanto, para um reforço rápido no gargalo, sem exigir investimentos imediatos por parte da empresa, incentiva-se a recolocação de duas máquinas e dois funcionários, sendo uma máquina e um funcionário do processo G e outro do processo H. As máquinas destes processos são mais simples, de uma agulha somente. No entanto, esta medida sustenta-se até a empresa posicionar-se em uma ação definitiva. Referencias: NUNES, F.R.M.; ALEXANDRE, J.W.C.; NUNES FILHO, F.R.M.; NUNES, M.B.M.M. A gestão da cadeia de suprimento têxtil no Brasil analisada a partir das indústrias de confecções do estado do Ceará. In: NUNES, F.R.M.; ARRUDA, J.B.F. (orgs.) A logística a serviço da empresa e do desenvolvimento: a contribuição da pesquisa: melhores trabalhos do RIRL 2004. Fortaleza: Nutec, 2006. http://www.simpoi.fgvsp.br/arquivo/2010/artigos/E2010_T002 35_PCN27841.pdf http://faflor.com.br/revistas/refaf/index.php/refaf/article/viewFile /107/pdf
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