Prévia do material em texto
EPILEPSIA Profa. Dra Cladis L. K. Moraes Epilepsia Transtorno neurológico que atinge 3 a 5% (0,5 – 1%) da população. 30% dos pacientes são refratários ao Tratamento. A maior incidência é no 1º ano de vida e volta a aumentar após os 60 anos de idade. É uma condição em que as convulsões são recorrentes. Varia desde a perda da consciência por poucos segundos até crises generalizadas prolongadas. Dra Cladis L.K.Moraes Epilepsia 80% das crises são tratáveis farmacologicamente A convulsão é um episódio de ativação neuronal excessiva dos neurônios cerebrais. Pode resultar em atividades: sensoriais, motoras ou comportamentais e estar associada a alterações do nível de consciência Os sintomas dependem da localização da descarga do cérebro. Comporta o período real (ictal) seguido por uma fase pos ictal de letargia e desorientação Dra Cladis L.K.Moraes Epilepsia Causas prováveis: Idiopáticas (60%) infarto cerebral, álcool, privação do sono, anóxia infecção, doenças degenerativas, trauma , estresse emocional, distúrbios eletrolítico doença degenerativa causas lesionais: neoplasias, anomalias vasculares, malformações do desenvolvimento corticocerebral Na infância: convulsões febris, encefalopatia. Dra Cladis L.K.Moraes Dra Cladis L.K.Moraes Epilepsia PSEUDOCONVULSÃO Estado não epiléptico Envolvem atividade motora assimétrica Movimentos da cabeça de um lado para outro e atividade intencional, pode ser de inicio gradual. Os pacientes podem apresentar distúrbios emocionais ou psicológicos. Frequentemente observados em mulheres, adolescentes e adultos jovens Dra Cladis L.K.Moraes FISIOPATOLOGIA Fluxo iônico das células nervosas Déficit na quantidade de GABA (mediador químico inibitório) Excesso na quantidade de Glutamato (mediador químico excitatório) Alteração no balanço (GABA x Glutamato) Dra Cladis L.K.Moraes Despolarização neuronal Dra Cladis L.K.Moraes SITIOS DE ORIGEM CEREBRAL FRONTAL TEMPORAL HIPOCAMPAL Dra Cladis L.K.Moraes Classificação das crises epilépticas CRISES FOCAIS (PARCIAIS) - ATIVAÇÃO DE UMA PARTE DO CÉREBRO 1) Crises Focais simples (consciência não afetada) - Motora - com sinais motores (Jacksoniana) - Sensorial - com sintomas sensoriais ou somatossensitivos (visual, auditiva, olfatória) - com sintomas autonômicos (alterações respiratórias, rubor, taquicardia) - com sintomas psíquicos (medo, déjà vú). Liga Internacional contra Epilepsia (1981) Dra Cladis L.K.Moraes CRISES PARCIAIS SIMPLES Dra Cladis L.K.Moraes Classificação das crises epilépticas CRISES FOCAIS (PARCIAIS) 2) Crises focais complexas (com comprometimento da consciência, nível de consciência alterado, com ou sem automatismo: estalar os lábios, deglutição, verbalização): -início focal simples progredindo para comprometimento da consciência - com comprometimento da consciência desde o início Liga Internacional contra Epilepsia (1981) Dra Cladis L.K.Moraes CRISES PARCIAIS COMPLEXAS Dra Cladis L.K.Moraes Classificação das crises epilépticas CRISES FOCAIS (PARCIAIS) 3) Crises focais evoluindo para crises generalizadas secundariamente -crises focal simples evoluindo para crises generalizadas - crises focal complexas evoluindo para generalizadas - crises focal simples evoluindo para crises focais complexas e subseqüentemente, para crises generalizadas Liga Internacional contra Epilepsia (1981) Dra Cladis L.K.Moraes Classificação das crises epilépticas CRISES GENERALIZADAS (convulsivas ou não convulsivas – ativação de ambos hemisférios) Ausência (pequeno mal) – início breve, usualmente sem envolvimento motor. Crises Mioclônicas (contratura corporais breves e subitas) Crises Clônicas (contratura simétrica, bilateral e semi-ritmica) Crises Tônicas (tônus subitamente aumentado e expiração forçada) CrisesTônico-clônicas (grande mal: perda da consciência, expiração forçada (choro), contratura ritmica)) Crises Atônicas (crise de queda, perda súbita do tônus, quedas) Liga Internacional contra Epilepsia (1981) Dra Cladis L.K.Moraes Crises Generalizadas Não convulsivas AUSÊNCIA Convulsivas Dra Cladis L.K.Moraes Crises generalizadas Convulsivas Dra Cladis L.K.Moraes DIAGNÓSTICO CLINICO: Histórico detalhado, exame fisico geral (neurológico), Frequência das crises, Testemunhas que relatam, existência de aura, Condições que precipitam a crise, idade de início, Hábitos alimentares e de moradia, Existência de eventos peri e pré natais, crises no período neonatal, crises febris, história familiar. Traumas, infecção, intoxicação prévia devem ser investigados. Dra Cladis L.K.Moraes DIAGNÓSTICO EEG Confirma a epilepsia, localiza a área cerebral e confIrma a eficácia do tto. TC e RM para suspeita de lesões estruturais,vasculares ou esclerose hipocampal que normalmente esta presente em epilepsias focais. Dra Cladis L.K.Moraes EXAMES ESTUDO DA ATIVIDADE ELÉTRICA Eletroencefalograma ESTUDO DA IMAGEM ESTRUTURAL Tomografia Computadorizada de Craneo Ressonância Magnética Dra Cladis L.K.Moraes Eletrencefalograma Dra Cladis L.K.Moraes TRATAMENTO Dra Cladis L.K.Moraes Mecanismo de Ação das Drogas Antiepilépticas Aumento da excitação Gabaérgica (aumento da atividade sináptica inibitória) Bloqueio dos canais de sódios (diminuição da atividade sináptica excitatória). Bloqueio do canal de cálcio ou ligação a proteína SV2A da vesícula sináptica. Dra Cladis L.K.Moraes Diazepan – 10 mg IV em bolus– repetido 15´ após se persistir a crise (ou Lorazepan 4 mg IV) se persistir a convulsão…. Fenobarbital – 1m mg/Kg IV a 100mg/min (lentamente) ou Fenitoína- IV 15 mg/kg a 50 mg/min em 20 min (lentamente) se persistir após 30-60 min. ou seja estado refratário, o paciente está em Estado de Mal Convulsivo (EMC) e deverá receber outro tratamento e ser intubado. Epilepsia - tratamento Dra Cladis L.K.Moraes Estado de Mal Epiléptico Definição: crise prolongada ou repetitiva em curto espaço de tempo 1)Status convulsivo -20-30 min de crises convulsivas contínuas -Pelo menos três convulsões em uma hora -Crise convulsiva com mais de 5 min de duração Dra Cladis L.K.Moraes Estado de Mal Epiléptico Dra Cladis L.K.Moraes Estado de Mal Epiléptico (SE) Duração: 1 a 2 min Intervalo: quando de 30 min. apresentam maior mortalidade. - Alguns autores definem intervalos de 20 min. como SE Dano neuronal: crises maiores que 5 min. Estas devem ser tratadas como SE Fisiopatologia: Excesso de Excitação ou redução de inibição. Tratamento: Deve ser Imediato e eficaz. BDZ: Diazepan somente para interrromper o status, usar uma droga com efeito mais prolongado (fenobaribital, tiopental ou propofol). Dra Cladis L.K.Moraes Estado de Mal Epiléptico TRATAMENTO E CUIDADOS Fenitoína 15-20mg/Kg Velocidade 50mg/min Reduzir se hipotensão ou arritmia As crises ainda continuam após a dose adicional de fenitoína Fenobarbital/ Midazolan Dra Cladis L.K.Moraes Estado de Mal Epiléptico Statusconvulsivo refratário Iniciar droga anestésica, em dose ajustada até cessação da crise e obtenção de EEG em surto-supressão 1º Opção: Thiopental 2º Opção: Propofol Dra Cladis L.K.Moraes TRATAMENTO CIRÚRGICO • Os mais empregados são: Lobectomias temporais Lobectomias extratemporais Hemisferectomias Desconexão de um hemisfério Retirada do corpo caloso Dra Cladis L.K.Moraes - Dieta cetogênica (pobre em carboidratos, aumenta o número de corpos cetônicos para o cérebro – falso NT) Epilepsia – outros tratamentos Dra Cladis L.K.Moraes CUIDADO DE ENFERMAGEM Punção de acesso venoso Decúbito lateral durante a convulsão Liberação da via aérea Monitorar oxigenação/saturação: se inferior a 95% cateter O2 Monitorar SV (hipotensaõ) + ECG Estar atento ao comprometimento respiratório: sinais de descompensação Avaliar lesões de crises anteriores Fazer registro descritivo das convulsões, duração, características, intensidade. Rabdomiólise: clivagem muscular, principalmente com convulsões motoras, pode levar a mioglobinúria, insuficiência renal, e hipercalemia, corrigir os distúrbios eletrólíticos, monitorar o débito e coloração da urina. Dra Cladis L.K.Moraes Epilepsia – pontos a serem considerados - epilepsia e risco de morte - epilepsia e escola - epilepsia e esportes - epilepsia e adolescência - epilepsia e trânsito - epilepsia e trabalho Dra Cladis L.K.Moraes REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA Morton, Patricia Gonce, et al.Cuidados Críticos de Enfermagem. Distúrbios Neurológicos. 8ª Ed. Guanabara Koogan. 2007. Pág. 834-840. Obrigada!! Dra Cladis L.K.Moraes