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Semeio de cultura_pdf

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EXAMES BACTERIOLÓGICOS 
 Semeadura característica das colônias em diferentes meios de cultura – 
Coloração de Gram 
 
 Técnicas assépticas: inoculação de microorganismos em meios de cultura que 
possibilitem o seu rápido crescimento, livre de contaminações. 
 
 
 
 
 
 As alças podem ser em argola, em anel ou em agulha. 
 
 
 
 Há vários tipos de semeio 
1. Por esgotamento, “zigue-zague”: sem tirar da placa deve-se fazer um novo 
semeio e assim sucessivamente, sendo importante fazer colônias isoladas. A 
máquina identifica apenas as colônias puras, então essa preparação da 
amostra é manual e é preciso tomar muito cuidado. 
Deve-se semear atrás do bico de 
Bunsen e na zona de esterilidade (até 
15 cm do bico), atrás para não haver 
contaminação nem do meio e nem do 
manipulador. Tudo que for ser 
utilizado deve ser passado no bico de 
Bunsen antes e depois de ser usado. 
 
 
 
2. Semeio por “swab”: exige 3 giros de 60°. O semeio é feito até a metade da 
placa. 
 
 
 
3. O semeio também pode ser feito em tubo ágar inclinado em “zigue-zague” 
para manutenção ou identificação. Pode ser feito também em picada com alça 
em agulha: introduz e retira na mesma posição, sem inclinar. Serve para 
observar motilidade, para requerimento de oxigênio, etc. A quantidade de 
ágar é menor que no inclinado. 
 
Os principais microorganismos que serão estudados: Staphylococcus aureus, Streptococcus 
pyogenes (garganta - febre reumática), Enterococcus faecalis e E. faecium, Bacillus subtilis(vive 
no solo, mas pode causar infecção). 
 Gram-negativos: Scherichia coli, Klebsiella sp, Salmonella, Shigella... 
 
 Ágar manitol salgado: específico para Staphylococcus aureus. Há alta concentração de 
sal (7,5%) que inibe outras bactérias. Ocorre degradação do manitol, formando ácido; 
o vermelho de fenol funciona como indicador de pH, passando de vermelho para 
amarelo. 
 Ágar bile esculina: identifica Enterococcus que fazem parte do grupo sorológico D. Eles 
usam, na verdade, identificam o grupo D em si, onde os Enterococcus fazem parte. A 
bile hidrolisa a esculina, produzindo glicose e esculatina. Esta se liga ao ferro no meio, 
formando uma cor escura (um complexo negro) no local da inoculação. 
 EMB: meio seletivo inibidor de gram-positivos e diferencial, pois os fermentadores de 
lactose produzem colônias escuras, podendo apresentar brilho metálico característico 
e tom esverdeado. 
 É característica da Escherichia coli: colônias secas, com brilho metálico. São 
sugestivas de E. coli, mas é preciso fazer testes bioquímicos. 
 Os mais fracos apresentam uma cor que varia de creme a marrom, com centro 
escuro e bordas claras, como a Klebsiella sp. As colônias são mais mucoides. 
Nesse caso, ocasionalmente apresentam brilho metálico. 
 Os não fermentadores de lactose, como Salmonella, Shigella e Proteus, 
formam colônias incolores. 
Para ocorrer a diferenciação de cor, precisa-se de um açúcar (lactose e sacarose) para 
fermentar, um inibidor e um indicador de pH, que são os mesmos componentes 
(eosina e azul de metileno). 
[OBS.: o meio original é âmbar/marrom] 
 Ágar MacConkey: meio seletivo (inibe Gram+) e diferencial. Os fermentadores de 
lactose produzem cor que varia de rosa a vermelho. Os mais fortes produzem cor mais 
forte (ex.: Escherichia), enquanto os mais fracos (ex.: Klebsiella) são mais claros e 
mucóides. Os não fermentadores são incolores (ex.: Salmonella, Shigella e Proteus). 
Nesse meio há carboidratos (lactose), inibidores (sais biliares e cristal violeta) e 
indicador (vermelho neutro). 
 Ágar Sangue: meio extremamente nutritivo e de grande importância para as bactérias 
que fazem hemólise (grupo dos Streptococcus e alguns Enterococcus). O pH do meio 
(6,8) é especialmente favorável para conservar os eritrócitos. As enzimas da bactéria 
lisam e formam um halo de hemólise. Há 3 tipos de hemólise: 
 Hemólise δ: ausência de hemólise 
 Hemólise α: parcial (halo esverdeado) 
 Hemólise β: total (forma-se ao redor da colônia um halo transparente). 
 Ágar Nutritivo: meio base onde só crescem microorganismos que não são exigentes. 
Não é um meio seletivo nem diferencial. As bactérias que crescem em ágar sangue não 
crescem em ágar nutritivo. 
 SIM (Sulfeto Indol Motilidade): produção de indol de sulfetos (H2S) para motilidade. 
Contém tiossulfato de sódio, sulfato de ferro e amônio. O meio pode ter motilidade 
positiva ou negativa, vista pela turvação do meio; quanto mais turvo, maior foi sua 
motilidade. Os microorganismos que não possuem motilidade crescem apenas no local 
de inoculação. A produção de sulfeto escurece o meio. 
[OBS2: se a bactéria produz tiossulfato redutase, este será responsável por degradar 
tiossulfato de sódio, produzindo H2S, reagindo com o sulfato ferroso presente no meio, 
formando um preciptado preto de sulfeto ferroso.] 
 Indol: produzido a partir do triptofano do meio, pela triptofanase da bactéria que o 
degrada, produzindo o indol, o ácido pirúvico e a amônia. O indol é detectado pelo 
reativo de Kovacs (p-dimetilaminobenzaldeído), formando um anel rosa. 
 Motilidade: cocos geralmente não têm flagelos, consequentemente, não possuem 
motilidade. 
 Streptococcus pyogenes e Staphylococcus aureus: não apresentam motilidade. 
 Os Enterococcus: às vezes, têm pouca motilidade, pois apresentam um flagelo 
delicado. 
 Klebsiella e Shigella: não possuem motilidade. 
 E. coli: pode ou não apresentar motilidade. 
 Proteus e Salmonella: apresentam motilidade 
 Tioglicolato fluido: meio para verificar o requerimento de glicogênio. Ele possui alta 
viscosidade que impede a penetração rápida de O2. As substâncias redutoras são o 
tioglicolato e a cisteína. O indicador de oxigênio é a resazurina sódica. Os aeróbios 
restritos crescem apenas em cima; os anaeróbios, em baixo; os facultativos , em toda 
extensão. Os facultativos não móveis só crescem na picada e em cima. Os 
microaerófilos crescem um pouco abaixo da superfície. 
 Bacillus subtilis: pode crescer na superfície ou em toda extensão. 
 Pseudomonas aeruginosa: só cresce na superfície. 
 Clostridium: só cresce na base. 
 Os outros crescem em toda a extensão, incluindo o Bacillus subtilis. 
 
 Staphylococcus aureus 
 Apresenta; sítios de infecção em orofaringe, urina, sangue, feridas, ponta de 
cateter, dreno, abscessos, furúnculos, entre outros. 
 É altamente importante na UTI. 
 Características do microorganismo: cocos com cerca de 1 µM de diâmetro, 
anaeróbio facultativo, não fastidioso. 
 Coloração de gram: cocos gram positivos, arranjados em cacho. Colônias 
grandes e amareladas/douradas. 
 Apresenta β- hemólise. 
 Streptococcus pyogenes (Grupo A) 
 Apresenta sítios de infecção em orofaringe e pele. Duas sequelas: febre 
reumática e glomerulonefrite, ambas de natureza imunológica. 
 Características: cocos gram positivos com cerca de 0,5 µM. Apresenta cadeias 
longas, translúcidas e β- hemólise. 
 Enterococcus (Grupo D) 
 Gram positivos: cadeias curtas, translúcidas, β ou δ- hemólise. 
Cor: violeta 
Cocos com camada espessa de peptideoglicano 
 Gram negativos: bastonetes, anaeróbios facultativos. Salmonella sp, E. coli, 
Shigella. 
Cor: vermelho 
Bastonetes com camada delgada de fosfolipídeos 
 
PROTOCOLO 
 Fixação do esfregaço, coloração primária com cristal violeta (duração de até 1 minuto), 
mordente (colocar lugol durante 1 minuto – ele fixa o cristal violeta à célula), 
descoloração (com álcool etílico a 95% em tempo delicado), contraste (safranina ou 
fucsina de 30 segundos a 1 minuto), lavar em água corrente, secar e observar. 
 Todas as bactérias secoram com o cristal violeta. Com o lugol há formação do 
complexo iodo-pararosalina, fixando em todos os microorganismos. Algumas 
estruturas perdem rapidamente a cor com o álcool; outras não perdem ou demoram a 
perder. A safranina cora as estruturas descoradas. As bactérias com mureína retêm o 
corante durante o processo. As que têm principalmente lipopolissacarídeos e 
lipoproteínas perdem a cor e assumem a cor da safranina/fucsina. 
 O álcool dissolve a porção lipídica das membranas externas facilitando a descoloração 
das células. 
 Forma: cocos, geralmente gram positivos. Arranjo: em cachos (estafilococos), em 
cadeia (estreptococos e enterococos), aos pares (diplococos, pingo de vela – 
pneumococos ou S. pneumoniae)(Gonococos ou N. gonorrhoae, meningococos ou N. 
meningitide), em cubo (sarcina), em tétrade (micrococos). 
 Forma: bacilos ou bastonentes. Arranjo: espirilos (espiroquetas – hélice- T. pallidum ou 
vibrião – forma de vírgula – V. cholerae) e cocobacilos (bacilos curtos que lembram 
cocos). 
Exceções Gram e exigência de O2: 
 Bacilos Gram + Cocos Gram - 
Aeróbios ou anaeróbios 
facultativos 
Bacillus Acinetobacter 
Aeróbios ou anaeróbios 
facultativos 
Corynebacterium Branhamella 
Aeróbios ou anaeróbios 
facultativos 
Listeria Neisseria 
Aeróbios ou anaeróbios 
facultativos 
Lactobacillus 
Aeróbios ou anaeróbios 
facultativos 
Erysipeothrix 
Anaeróbios Clostridium Veillonella 
Anaeróbios Actinomyces 
Anaeróbios Eubacterium 
[OBS3: em negrito e sublinhado - os mais importantes na clínica] 
 Bacillus subtillis 
 Oportunistas: encontram-se no solo; ocasionalmente é o causador de 
infecções nosocomiais. 
 Corynebacterium diphteriae 
 Delgado, não forma esporos. 
 Apresenta arranjos em paliçadas e/ou letras chinesas. 
 Pode promover a difteria (febre alta, dificuldade para engolir). 
 Listeria 
 Bacilos pequenos e gram positivos. 
 Causa listerose (quadro grave). 
 Causa sepsis e meningite. 
 Lactobacillus acidophilus (bacilo de Doderhein): apresenta-se na microbiota normal da 
vagina. É responsável por manter o pH vaginal ácido, metabolizando glicogênio à ácido 
lático e impedindo a colonização de outras bactérias. 
 Erysipelothrix rhusropathiae: bacilos longos e delgados, encontrados em mamíferos, 
aves e peixes. A infecção humana mais comum é a erisipela. 
 Clostridium: gram positivo anaeróbico. Bacilos largos, formadores de endosporos. O C. 
tetani e o C. botullinum produzem as toxinas mais conhecidas. 
 Actinomyces: bacilos não formadores de esporos. São encontrados na microbiota 
normal da boca e do trato urogenital. A actinomicose é caracterizada pela presença de 
grânulos de enxofre no exsudato da inflamação como em DIU. 
 Acinetobacter: cocos ou cocobacilos. Comuns em ambientes hospitalares. Infecções 
pulmonares, feridas e trato urinário são comuns. A A. baumannii é a mais comum. 
 Branhamella: baixa virulência. Ocasionalmente pode causar meningite, bacteremia, 
pericardite e pneumonia, podendo ser confundido com Neisseria. 
 Neisseria: diplococos, aeróbios estritos, não formam esporos, são parasitas 
intracelulares. Os facultativos são: N. meningitidis e a N. gonorrhoeae. 
 Veillonella: parasitas da boca e dos tratos intestinal e respiratório do homem e de 
outros animais; raro causador de infecções em humanos.

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