Buscar

Função hepática- Discussão de casos clínicos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 7 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA 
CAMPUS DE ROLIM DE MOURA 
DEPARTAMENTO DE MEDICINA VETERINÁRIA 
 
 
PATOLOGIA CLÍNICA 
 
 
 
 
NAYCHE TORTATO VIEIRA 
 
 
 
 
DISCUSSÃO DE CASOS CLÍNICOS EM PATOLOGIA CLÍNICA 
VETERINÁRIA 
 
 
 
 
ADRIANA REIS CAETANO 
ALINI OSOWSKI 
ARTEMIZIA CARNEIRO MIRANDA 
ROSIVALDO DELFINO 
 
 
 
 
 
 
 
ROLIM DE MOURA, RO 
SETEMBRO, 2013 
Caso 1 
Paciente – cão, dobermann, fêmea castrada, 8 anos de idade. 
Sinais e queixas presentes – O animal tem apresentado uma afecção alérgica cutânea 
há dois anos. Foi tratado com corticosteróides continuamente o ultimo ano. Hoje, urina 
em grande quantidade frequentemente e bebe muita água. A pele não está coçando hoje, 
mas esta muito seca. O proprietário acha que o abdômen esta inchado. O paciente foi 
avaliado em outro hospital veterinário e foram constatados testes hepáticos anormais no 
perfil bioquímico, o paciente foi encaminhado a uma avaliação posterior quanto a uma 
hepatopatia ativa crônica, que ocorre na raça dobermann. 
Exame físico – Pele seca e fina; perda dos pelos no dorso; obesidade, aumento do 
volume do fígado à palpação. 
Listagem de problemas: 1. Poliúria/ polidipsia. 2. Alopecia bilateral. 3. 
Hepatomegalia. 
 Não houve alterações no eritrograma. No leucograma observou-se uma 
leucocitose por neutrolifia com linfopenia que pode ser em decorrência do uso de 
corticóides o que explicaria também a eosinopenia. O aumento na ALP também pode 
ocorrer pelo uso de corticosteróides. A ALT aumentada indica hepatopatias por 
esteróides, no caso da AST aumentada, pode indicar uma lesão hepática severa devido a 
sua localização ser mitocondrial, isso após a exclusão de lesões musculares e cardíacas. 
O colesterol aumentado pode ser em decorrência de uma obstrução hepática ou doenças 
hepatobialiares. Como está havendo uma lesão hepática os ácidos biliares apresentam-se 
elevados, o que é o principal indicativo de lesão hepatobiliar. A urina clara e amarelada 
com densidade baixa indica poliúria. Como a bilirrubina total esta aumentada e a 
vesícula biliar repleta pode ser um indicativo de obstrução extra-hepática. O aumento do 
volume abdominal é decorrente da hepatomegalia que esta associada à obstrução das 
vias biliares e aumento da gordura. 
Caso 2 
Paciente: cão, mestiço, fêmea castrada, 10 anos de idade 
Sinais e Queixas: inapetência intermitente no mês passado; fraqueza; parece estar 
bebendo muita água. 
Exame físico: perda de peso; descoloração amarelada da esclera; possível ascite. 
Listagem dos problemas- 1. Fraqueza generalizada. 2.Icterícia. 3. A radiografia 
abdominal revelou fluido. 
 Há uma provável lesão no fígado devido às altas concentrações de ALT, com 
lesão do fígado este não sintetizara mais albumina indicando nos parâmetros uma baixa, 
essa por sua vez é responsável pela regulação da pressão hidrostática e osmótica da 
corrente sanguínea resultando em uma ascite. Diminuição da pressão osmótica e 
aumento da pressão hidrostática vai fazer com que ative o ADH (hormônio anti-
diurético) levando a maior ingestão de água e retenção de líquido e soluto pelos rins. 
Essa lesão no hepatócito, impedirá a metabolização de carboidratos, lipídios e proteínas, 
que promove um emagrecimento constante no paciente. 
 Os níveis de glicose estão abaixo do normal, esses valores indicam uma perca 
considerável de parênquima hepático funcional, visto que para ser observado alterações 
em nível de produção de glicose é necessário perder cerca de 75% de massa hepática. A 
descoloração amarelada da esclera indica uma deficiência hepetica na conjugação e 
eliminação da bilirrubina em fisiologia normal, esse achado se confirma pelo 
hemograma que apresenta CHCM normais, não demonstrando hemólise, que seria um 
fator adicional ao fígado predisponente à icterícia. A densidade baixa apresentada na 
urinálise pode ser decorrente do cão estar bebendo muita água. 
 Os exames e história clínica sugerem então que o paciente tem um caso de 
hepatopatia em estagio terminal, devido a diminuição extensa da massa hepática 
funcional e consequentemente diminuição da gliconeogenese e da glicogenese. 
Caso 3 
Paciente – Equino, Paso Fino, fêmea, 6 anos de idade. 
Sinais e queixas presentes – Diarreia e perda de apetite. Duas semanas antes da 
consulta, a égua prenhe de 7 meses foi enviada a Republica Dominicana. Durante a 
quarentena, notou-se que estava anorética e dolorida em todos os quatro membros. A 
consulta ao veterinário diagnosticou uma laminite e tratou-se o animal com 
fenilbutazona. A égua desenvolveu diarreia e foi tratada com subsalicitato de bismuto, 
óleo mineral e antibióticos sem nenhuma melhora. 
Exame físico – Obesidade; hesitância em andar; presença de cristas nas paredes do 
casco das patas dianteiras; diarreia aquosa e profusa; desidratação de 10%. 
Listagem dos problemas – 1. Diarreia. 2. Excesso de peso. 3. Desidratação moderada. 
4. Dor nas patas. 5. Cristas proeminentes nas paredes do casco das patas dianteiras. 
Como o animal apresentou primariamente uma desordem gastrointestinal e 
subsequentemente constatou-se laminite, a causa desta pode estar associada à 
salmonelose o que causou a diarreia, a presença da bactéria explicaria a neutrofilia com 
desvio a esquerda regenerativo observada no leucograma ou até mesmo, por exemplo, 
devido à dor nos membros pode ter ocorrido uma liberação de corticóides endógenos. 
Não foi constato nenhuma alteração no eritrograma. O fibrinogênio apresentou-se 
elevado em decorrência da laminite (processo inflamatório). Na bioquímica sérica o 
aumento concomitante dos níveis ALP e GGT indica lesão hepática, o que seria 
confirmado também pelo aumento nos níveis da enzima AST, pois esta só se eleva em 
casos graves de lesão hepática, devido a sua localização ser na mitocôndria. Colesterol 
aumentado indica uma possível lesão hepatobiliar, ou até mesmo obstrução podendo 
ainda ser associado aos altos níveis de bilirrubina que indicaria uma obstrução extra-
hepática. O paciente apresenta ainda uma lesão renal devido ao aumento nos níveis 
séricos de creatinina e uréia. 
Caso 4 
Paciente: gato, pelo curto doméstico, macho 4 meses de idade 
Sinais e queixas: atacado pelo cão do vizinho há dois dias; desde então, tem estado 
rígido e dolorido. 
Exame físico: ferimentos no dorso; relutância em se mover; rigidez generalizada. 
Listagem dos problemas: 1. Dores musculares 2. Contusões 
 O Trauma contuso é a fonte mais comum de lesão hepática em gatos, nesses 
casos pode ocorrer também trauma penetrante e atingir o fígado e provocar danos 
consideráveis. A partir dos dados de função hepática, a bioquímica sérica demonstrou 
níveis de AST (aspartatoaminotransferase) elevado, esses indicadores estão presentes 
principalmente em casos de lesão hepática. Porém, os níveis de AST podem ser 
alterados em casos de lesões musculares e ao levar em consideração que a maior 
quantidade desta enzima encontra-se na mitocôndria celular de células musculares, esta 
observação é importante ressaltar, tendo em vista que seus valores voltam aos níveis 
basais rapidamente caso o quadro não perpetue, pois esta enzima possui baixa meia 
vida. 
 Os níveis de ALT em menor grau apresentaram alterados, geralmente essa 
enzima apresenta aumento superior ao de AST, porém em gatos não é regra. Deste 
modo os níveis de ALT são encontrados em lesões hepáticas e essa enzima é um 
marcador específico importante em que discretos aumentos apresentam significância 
clínica importante. 
 Os níveis de LDH (lactato desidrogenase) também é um marcador relevante, sua 
maior quantidade é encontrada nas hemáciascerca de cem vezes mais que no plasma, 
neste caso, como não se observa pelo hemograma um quadro hemolítico, pois o CHCM 
apresenta valores normais. Por descartar de um quadro hemolítico, os níveis de LDH 
podem ser alterados também em outras duas situações como as lesões hepáticas e 
cardíacas, descarta-se um possível infarto do miocárdio, pois, em pequenos animais essa 
patologia é incomum acontecer até mesmo pela idade do animal, mas caso ocorresse um 
infarto, concomitante ao LDH a Creatina Quinase poderia ter seus níveis elevados, e 
neste exame os níveis de CK apresentam-se normais, mesmo estando sujeito a 
alterações em casos de lesões musculares, esta enzima não demonstrou alterações. 
 Esse animal apresenta uma linfopenia evidente, esse fato pode estar relacionado 
ao quadro de estresse que acomete o animal em virtude dos desconfortos da contusão, 
dos ferimentos e dores musculares provocadas pelo ataque do cão. A relutância em se 
mover pode estar associada aos ferimentos e as dores musculares, principalmente a uma 
provável lesão hepática, que pode justificar a rigidez generalizada. 
Caso 5 
Paciente: cão, skye terrier, macho, 4 meses de idade. 
Sinais e queixas presentes: letargia desde que adquirido; diarreia; algumas vezes, 
fraqueza nas pernas traseiras e arriamento. 
Exame físico: magreza excessiva; pouca resposta a estímulos circunvizinhos; 
incoordenação durante a marcha. 
Listagem dos problemas: 1. Letargia. 2. Ataxia. 3. Magreza. 
 Através da USG foram encontrados cistos hepáticos e microhepatia. Deste modo 
é possível ter noção das causas que este animal apresenta. Alterações no parênquima 
hepático por qualquer tipo de anomalia celular dependendo das dimensões podem 
desencadear diversas alterações sistêmicas. 
 Os Achados bioquímicos, hematológicos, relacionados com a USG norteiam 
algumas hipóteses bastante interessantes para o caso. Alguns relatos de caso descrevem 
que a presença de cistos hepáticos pode alterar a irrigação porto sistêmica, dependendo 
do local, do volume e extensão dos cistos no parênquima hepático e que venha 
influenciar na produção de diversas proteínas, metabolização de excretas etc. 
 É possível correlacionar o estado físico do animal com os achados do 
hemograma, o VCM (volume corpuscular médio) encontra-se inferior aos parâmetros 
normais, esse dado evidencia um tamanho celular eritrocitário inferior ao tamanho 
normal para um animal saudável. Esse achado nos leva a crer em duas hipóteses: a 
primeira é a alimentação do animal que esta sendo insuficiente, pela própria patologia, e 
esse animal encontra-se em estado de anorexia ou num quadro de inapetência que 
contribui para o agravo do quadro. A segunda hipótese norteia uma produção 
insuficiente de elementos para constituição celular, que reflete em VCM inferior ao 
normal, ou ate mesmo pela alimentação deficiente associado a uma hapatopatia. 
 Com relação ao hemograma constatou alterações nas concentrações de proteínas 
plasmáticas, diversos motivos podem levar a um quadro de queda das proteínas, como 
hemorragias intensas, nefrose, parasitoses e disfunções hepáticas, gastrintestinais, etc. 
que devem ser levadas em consideração e examinadas mais a finco, pois, pode agravar o 
quadro clinico e levar a um diagnóstico equivocado. 
 A bioquímica sérica apresentou alterações de aumento de ALP, Proteína Total, 
Ácidos biliares em jejum, ácidos biliares após refeição, diminuição de Albumina, 
colesterol e Uréia. 
 Os níveis de ALP ou Fosfatase Alcalina (FA) apresentaram-se alterados. Os 
níveis séricos de FA são alterados principalmente em casos de lesão hepática, 
osteomalácias, hepatites virais, tumores ósseos, hiperadrenocorticismo e raquitismo, 
porém, nenhum dado adicional na ficha clinica traz dados de qualquer uma dessas 
patologias, sendo necessária uma melhor investigação do caso. 
 A interpretação poderia ser mais fácil se estivesse associado aumento da GGT 
concomitante a FA, sua alteração evidencia uma lesão hepatobiliar corrente, já que a FA 
é uma enzima encontrada em outros órgãos e pode ser influenciada por outras 
patologias que não lesões hepáticas. 
 Acredita-se que se trata de uma colestase como causa secundária, esse fato pode 
ter como causa primária a obstrução dos canalículos biliares e ocupação do parênquima 
funcional hepático pelos cistos verificados na USG. A colestase tem como sinais o 
aumento dos ácidos biliares na corrente sanguínea bem como o aumento de FA e/ou 
GGT ambas que são enzimas hepatobiliares e em decorrência da destruição dos 
hepatócitos ou canalículos biliares por obstrução, por exemplo, pode ter seus níveis 
séricos aumentados. 
 Os baixos níveis de ureia indica que o fígado encontra-se com problemas de 
metabolização da amônia, visto que este órgão é o principal responsável por metabolizar 
esse composto. Esse fato atribui ainda mais que o cisto hepático tem reduzido as 
unidades funcionais de metabolização, não só da amônia mais de outros compostos 
proteicos como a albumina, proteínas de manutenção basal e o colesterol. 
 A micro-hepatia pode ser decorrente da obstrução dos vasos sanguíneos pelos 
cistos hepáticos, esse fato provoca uma deficiência de nutrição dos hepatócitos e 
consequentemente no seu desenvolvimento. 
 Na urinálise encontrou-se um aumento nos cristais de biurato de amônio, essa 
substância em condições normais seria biotransformada pelo fígado. Alguns sinais 
gastrintestinais como diarreia, vômito e anorexia, disfagia, podem ser observados em 
decorrência da deficiência de metabolização desses compostos. 
 A letargia, Ataxia e Magreza são resultados da falta de metabolização de 
elementos essenciais para manutenção do organismo (proteínas, por exemplo), bem 
como a deficiência na eliminação dos metabolitos prejudiciais ao organismo.

Continue navegando