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Hepatoesplenomegalia

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Mód. XIV – Febre, Inflamação e Infecção 
1 Trio Help Med – Virgínia Pereira 
 
 
DEFINIÇÃO: 
o É um diagnóstico sindrômico; 
o Aumento do volume do fígado e baço; 
o Principal queixa vs achado ocasional; 
o Pode indicar uma hepatopatia grave; 
o No início pode ser assintomática; 
o Pode ser causado por várias doenças como calazar, 
anemia, linfoma, malária, lúpus sistêmico, leucemia, 
hepatopatias e infecções; 
o O aumento do volume é causado por causa das 
concentrações de glóbulos e plaquetas; 
o Pode-se suspeitar de hepatomegalia com base no 
exame físico ou imagens do fígado. 
 
FISIOPATOLOGIA: 
FÍGADO 
o Dimensões 
• Tamanho 
▪ Mulheres: 8 -10 cm 
▪ Homens: 10 -12 cm 
• Peso 
▪ Mulheres: 1,2 -1,4 Kg 
▪ Homens: 1,4 -1,6 Kg 
o Na hepatomegalia o comprimento é superior a 12 cm 
(ou 10 cm nas mulheres) na linha médio-clavicular 
direita; 
o Possui múltiplas funções, incluindo filtrar o sangue do 
trato gastrointestinal (TGI), secretar a bile no TGI, 
metabolizar drogas e sintetizar proteínas; 
o A vascularização, localização e funções do fígado o 
tornam suscetível a várias condições que resultam em 
hepatomegalia. 
FUNÇÃO VASCULAR 
o O fígado é tido como um grande reservatório de 
sangue devido ao seu duplo suprimento sanguíneo; 
o Por conta disso, é fácil entender que quaisquer 
desregulações de pressão sistêmica podem afetar 
diretamente o fígado e a sua complacência, ou seja, 
em casos de aumento de PA, o fígado pode distender 
pela hipervolemia e o oposto pode ocorrer em casos 
de hipovolemia; 
o Congestão hepática pode se desenvolver se o fluxo 
venoso do fígado está obstruído. Os distúrbios que 
levam à congestão hepática que resultam em 
hepatomegalia e uma borda firme e sensível do fígado 
incluem: Síndrome de Budd-Chiari, Insuficiência 
cardíaca direita, Síndrome de obstrução sinusoidal 
hepática (SOS) e Peliose hepática. 
FUNÇÃO DIGESTIVA 
o Está intimamente relacionada à produção e secreção 
de bile; 
FUNÇÃO METABÓLICA 
o Distúrbios do metabolismo lipídico; 
o Distúrbios do metabolismo do glicogênio; 
o Doença de Gaucher; 
o Deficiência de alfa-1 antitripsina (AAT); 
o Hemocromatose hereditária; 
o Doença de Wilson; 
o É um importante local de metabolização de 
carboidratos e outras substância, devido a sua alta 
capacidade de armazenamento de glicose em forma 
de glicogênio, substrato esse que vai acabar sendo 
Hepatoesplenomegalia 
 
 
Mód. XIV – Febre, Inflamação e Infecção 
2 Trio Help Med – Virgínia Pereira 
degradado com finalidade de poder ser fornecido a 
glicose para a periferia quando for necessário. 
o O hepatócito é um dos principais sítios de 
metabolização de lipídios por meio da oxidação de 
ácidos graxos; 
o A metabolização das proteínas é outro aspecto de 
metabolização bem importante, principalmente 
quando falamos sobre formação das proteínas 
plasmáticas e desaminação, fatos que acontecem 
principalmente no fígado. 
FUNÇÃO HEMATOPOIÉTICA 
o Dentro dessa função, evidencia-se a função 
hematopoiética durante a vida intrauterina, que 
acontece até o 2º-3º mês de vida, mas que pode ser 
reativada quando necessária, principalmente em 
situações que elevem os índices de hemólise. 
FUNÇÃO IMUNOLÓGICA 
o As células de Kupffer (que ficam no endotélio 
sinusoidal), fazem a fagocitose de células e 
substâncias que, potencialmente, podem ser 
agressores, como é o caso de agentes químicos, vírus, 
bactérias e protozoários. 
OUTRAS FUNÇÕES 
o O fígado ainda é responsável por grande parte do ciclo 
da uréia, já que ocorre nas células do fígado e começa 
com a condensação do dióxido de carbono (CO2) com 
a amônia dentro da mitocôndrias, onde, por meio de 
ações enzimáticas, é formado um aminoácido 
chamado de citrulina. 
BAÇO 
o Dimensões 
– Comprimento: 12-15 cm 
– Largura: 7-8 cm 
– Espessura: 2-3 cm 
– Peso: 100 a 150 g (variável com a idade e o sexo) 
o Na esplenomegalia: 
• Classificação de Adams (dependente do volume / 
tamanho) 
▪ Aumento discreto: 1 a 2 cm 
▪ Aumento moderado: 3 a 7 cm 
▪ Aumento importante: > 7 cm 
• Classificação segundo o peso 
▪ Esplenomegalia discreta: < 500 g 
▪ Esplenomegalia moderada: 500 a 1000 g 
▪ Esplenomgalia importante: > 1000 g 
o As funções do baço como parte do sistema 
imunológico referem-se ao seu funcionamento como 
um filtro e um reservatório de sangue, como 
monócitos e outras células sanguíneas; 
o O baço produz anticorpos contra vários tipos de 
células do sangue e micro-organismos infecciosos, por 
isso, algumas condições e infecções podem causar 
aumento de seu tamanho; 
o A polpa branca (compartimento linfoide) faz parte do 
sistema de defesa e se constitui de nódulos linfáticos. 
Entre esses nódulos, encontra-se a polpa vermelha, 
que é feita de tecido sanguíneo (glóbulos vermelhos e 
brancos); 
o A polpa branca integra o sistema de defesa (sistema 
imune) e a polpa vermelha retira os materiais inúteis 
do sangue. Há a maturação da série branca, 
principalmente os linfócitos. Aqui ocorre o 
aprisionamento de antígenos e interação com 
linfócitos maduros, produção de imunoglobulinas e a 
apresentação antigênica; 
o Alguns tipos de leucócitos, os linfócitos, produzem 
anticorpos protetores e desempenham papel 
importante no combate às infecções. Os linfócitos são 
produzidos e amadurecem na polpa branca; 
o A polpa vermelha agrega outros tipos de leucócitos 
(fagócitos) que ingerem o material indesejado (como 
as células velhas ou defeituosas) do sangue circulante. 
É por esse motivo que a polpa vermelha é comparada 
a um “cemitério” para essas células defeituosas. Ela 
também funciona como depósito de elementos do 
sangue, notadamente de leucócitos e plaquetas. É um 
compartimento de filtração, já que é nessa parte do 
baço em que ocorre a hemocaterese do organismo, 
depois da fagocitose dentro do parênquima; 
o O inchaço do baço diminui quantidades excessivas de 
células sanguíneas e plaquetas, que desempenham 
um papel essencial no processo de coagulação e, 
quando elas não estão disponíveis em quantidade 
suficiente, a coagulação cessa e o risco de perda 
significativa de sangue, através de hemorragias, se 
torna preocupante; 
o Além da baixa do número de plaquetas, o próprio 
inchaço do órgão com grandes quantidades de células 
sanguíneas pode resultar na sua ruptura; 
o A ruptura do baço causa dor abdominal; 
 
Mód. XIV – Febre, Inflamação e Infecção 
3 Trio Help Med – Virgínia Pereira 
o O sangue acumulado na cavidade abdominal irrita e 
piora o quadro, fazendo com que os músculos 
abdominais se retesem e contraiam de forma reflexa. 
Se o sangue for extravasado aos poucos, os sintomas 
somente se revelam quando a pressão arterial cai ou 
o oxigênio já não chega ao cérebro e ao coração; 
o É necessário ainda fazermos a diferenciação exata 
entre os termos de esplenomegalia e hiperesplenismo 
e seus conceitos correlacionados. A esplenomegalia, 
também denominada megalosplenia, consiste no 
aumento do volume do baço e pode ser causada por 
diversos motivos. Devido à sua característica 
esponjosa, o aumento na pressão da veia esplênica 
faz com que o baço “inche’’ e dessa forma, o baço 
“sequestra” e acaba destruindo em um ritmo 
acelerado todos os tipos de células sanguíneas, 
levando à condição denominada “hiperesplenismo”; 
o Isso acontece principalmente pelo aumento da 
resistência à passagem do sangue através do fígado 
(pela cirrose, esquistossomose e outras condições) 
que, então, aumenta a pressão sanguínea dentro do 
sistema porta hepático (hipertensão portal); 
o Vale a pena ainda destacar que no hiperesplenismo, a 
anemia (redução das células vermelhas - eritrócitos), a 
leucopenia (redução nos glóbulos brancos - 
leucócitos) e a plaquetopenia (redução nas plaquetas) 
podem estar todas presentes, ou não. Geralmente 
observa-se uma redução mais acentuada nas 
plaquetas do que nas demais, mas em parte a 
plaquetopeniatambém ocorre por outras condições 
associadas à hipertensão portal (coagulação 
intravascular disseminada), destruição por mecanismo 
imunológico (observada na hepatite C, por exemplo) e 
por deficiência de ácido fólico. 
 
ETIOLOGIA 
INFECCIOSA 
o A hepatite viral aguda é uma infecção sistêmica que 
afeta predominantemente o fígado; 
o Variam, por um lado, desde infecções assintomáticas 
até infecções agudas fulminantes e fatais comuns a 
todos os tipos, e, por outro lado, desde infecções 
subclínicas persistentes até doença hepática crônica 
rapidamente progressiva com cirrose e até mesmo 
carcinoma hepatocelular, comuns a todos os tipos 
hematogênicos (HBV, HCV e HDV); 
o Somado a esses tipos de vírus, infecções pelo vírus da 
Varicela, da Rubéola, do HIV, do Epstein Barr (EBV) e 
do Citomegalovírus (CMV) também podem se 
enquadrar dentro do conjunto de etiologias virais; 
o Além dessas etiologias virais, ainda podem ser causa 
de hepatoesplenomegalia infecções bacterianas por 
Treponema pallidum (Sífilis), Leptospira (Leptospirose) 
e Mycobacterium (ou micobactéria, que é um gênero 
de bactérias de actinobactérias causadora de lepra, 
tuberculose, linfadenite e outras doenças cutâneas); 
o Dentro da classe dos fungos, temos que nos atentar à 
candidemia sistêmica e infecções oportunistas pelo 
HIV, enquanto que por protozoários, devemos nos 
atentar a acometimentos pelo Toxoplasma gondii 
(Toxoplasmose) e pelos agentes da Malária, que são 
os P. vivax, P. falciparum e P. malariae; 
o Além desses, a hepatoesplenomegalia pode ser causa 
também dos mais diversos tipos de infecções 
helmínticas. 
NEOPLÁSICA 
o Dentro das neoplasias, diversas são aquelas que 
podem cursar com aumento de fígado e do baço, 
sobretudo àquelas que possuem tropismo à esses 
órgãos, independente se possui caráter benigno ou 
maligno; 
o O carcinoma hepatocelular (CHC) é o principal de 
acordo com as consequências e o mais comum. Além 
desses, os hemangiomas também possuem tropismo 
significativo ao fígado e normalmente possui caráter 
benigno. 
REACIONAL 
o Algumas situações podem por si só gerar a 
hepatoesplenomegalia como consequência do próprio 
processo, como acontece com a disfunção orgânica e 
o uso de alguns medicamentos ou drogas que são 
hepatotóxicas; 
o São exemplos dessas drogas: Amoxicilina-clavulanato, 
Flucloxacilina, Eritromicina, Diclofenaco, 
Cotrimoxazol, Isoniazida, Dissulfiram e Ibuprofeno. 
VASCULAR 
o Acerca dos acometimentos vasculares, a trombose de 
veia cava, como já explicado anteriormente, é uma 
das principais causas com esse efeito negativo e pode 
ser causada por compressão extrínseca do vaso, 
 
Mód. XIV – Febre, Inflamação e Infecção 
4 Trio Help Med – Virgínia Pereira 
invasão tumoral, trombose ou por dificuldade do 
retorno venoso ao coração secundária a doenças 
intra-atriais ou intraluminais; 
o Pacientes que possuem diagnóstico anterior de ICC 
podem evoluir com uma hepatomegalia congestiva, já 
que a insuficiência cardíaca direita moderada ou grave 
aumenta a pressão venosa central, que é transmitida 
ao fígado por veia cava inferior e veias hepáticas e 
essa congestão crônica provoca atrofia de 
hepatócitos, distensão sinusoidal e fibrose 
centrolobular, que, se intensa, pode produzir cirrose 
(cirrose cardíaca); 
o Aqueles que possuem também o diagnóstico de 
Síndrome de Budd-Chiari também pode cursar com 
hepatoesplenomegalia; 
o A síndrome de Budd-Chiari geralmente ocorre quando 
o coágulo estenosa ou obstrui as veias hepáticas, que 
transportam o sangue para fora do fígado. Como o 
fluxo sanguíneo para fora do fígado está impedido, o 
sangue se acumula no órgão, fazendo com que ele 
aumente de tamanho, e o baço também pode 
aumentar. Esse acúmulo de sangue (congestão) 
provoca aumento da pressão sanguínea na veia porta 
(que transporta o sangue do fígado para os 
intestinos). Essa pressão aumentada, denominada 
hipertensão portal, pode resultar em veias dilatadas e 
retorcidas (varicosas) no esôfago (varizes esofágicas). 
HEPATOPATIA 
o A hepatopatia crônica e a cirrose são os principais 
elementos do conjunto dessas doenças que 
representam a hepatomegalia; 
HEMATOLÓGICA 
o As leucemias e linfomas podem, de forma bem 
comum, virem cursando também com uma 
hepatomegalia, essa, associada ou não a uma 
esplenomegalia; 
o A principal dessas é a Leucemia Linfocítica Crônica 
(LLC). Frequentemente este tipo de leucemia é 
assintomático, sendo detectada em exames de sangue 
de rotina. Em alguns casos os pacientes podem 
apresentar anorexia, perda de peso, linfadenopatia, 
hepatomegalia e esplenomegalia. 
METABÓLICA 
o Acerca das doenças metabólicas, a 
mucopolissacaridose (MPS), a amiloidose, as 
colagenoses e as doenças infiltrativas são as que mais 
comumente cursam com hepatoesplenomegalia; 
o As colagenoses formam o grupo de doenças 
conhecidas como lúpus, poliarterite nodosa, 
esclerodermia sistêmica e dermatomiosite e que 
cursam com diversos sintomas, mas é fato que as 
lesões do coração, pulmões, rins e aparelho digestivo 
são muito frequentes; 
o No paciente com MPS, os lisossomos não conseguem 
cumprir corretamente sua função, que é digerir 
grandes moléculas para serem utilizadas ou 
reutilizadas; 
o No caso desta doença, tais moléculas mal digeridas 
são os glicosaminoglicanos (GAGs), responsáveis pela 
lubrificação e união entre os tecidos. Daí uma 
consistência mucoide, viscosa. A seguir, os principais 
comprometimentos da doença: ossos e articulações, 
vias respiratórias, sistema cardiovascular e das 
funções cognitivas. Pode haver ainda o 
engrossamento progressivo das feições, a 
opacificação das córneas, aumento de fígado e baço, 
acometimento das válvulas cardíacas, rigidez nas 
articulações e alteração no crescimento. 
DIAGNÓSTICO CLÍNICO 
INVESTIGAÇÃO SEMIOLÓGICA 
o No exame físico a palpação do fígado pode acontecer 
em decúbito dorsal e o paciente deve relaxar o tanto 
quanto possível a parede abdominal, principalmente 
pela maneira que o examinador inicia a palpação, ou 
seja, se a palpação for de maneira grosseira e 
intempestiva é provável que o paciente contraia os 
músculos para se proteger, enquanto que se for de 
maneira suave, a consequência será o relaxamento da 
parede abdominal; 
o O procedimento fundamental consiste em apalpar o 
hipocôndrio direito, flanco direito e o epigástrio, 
partindo do umbigo até o rebordo costal. Em seguida 
executa-se a palpação junto a reborda, coordenando-
a com os movimentos respiratórios: durante a 
inspiração, o examinador deve comprimir buscando 
detectar a borda do fígado. Além disso, deve-se 
colocar a mão esquerda abaixo no nível do rim direito 
forçando para cima visando aproximar o fígado da 
parede anterior do abdome; 
 
Mód. XIV – Febre, Inflamação e Infecção 
5 Trio Help Med – Virgínia Pereira 
o Associado a isso, devemos realizar a hepatimetria, que 
consiste na percussão da linha hemiclavicular a partir 
do 3º espaço intercostal, em sentido caudal, seguindo 
a linha. Em atimpania encontramos o pulmão, se 
maciço estamos sobre o fígado e em timpania 
estamos sobre alças intestinais; 
o Podem existir fatores dificultadores se o paciente 
possui uma ascite abdominal ou uma distensão 
abdominal importante. Além desses, existem também 
fatores confundidores, principalmente todos 
relacionados a hiperinsuflação pulmonar, já que essa 
condição pode ser a causa de uma projeção 
acentuada do fígado e do baço, e não representar 
uma verdadeira hepatoesplenomegalia; 
o No final da gravidez, o exame físico do fígado é difícil 
por causa do útero em expansão. O fígado é forçado 
mais para dentro do peito, e um fígado palpável é um 
achado anormal. Além disso, angiomas de aranha e 
eritema palmar, associados à doença hepática crônica, 
são comuns durante a gravidez e geralmente 
desaparecem após o parto; 
o Existe uma famosa anormalidadeanatômica do 
fígado, conhecido como Lobo de Riedel, que é o lobo 
hepático acessório e anômalo raro, em forma de 
lingueta, situado no lobo hepático direito. Essa 
anomalia, ao exame físico em palpação, pode simular 
uma hepatomegalia até mesmo em grandes volumes, 
por isso devemos ficar atentos também; 
o Existe outra técnica, a qual posicionamos o paciente 
em decúbito semilateral esquerdo e com as mãos em 
garra, daí devemos coordenar os movimentos com os 
movimentos respiratórios, ou seja, na inspiração, 
quando o fígado se movimenta para baixo, o 
examinador reconhece a borda; 
o Dentro dos critérios que possamos identificar, acerca 
das pequenas hepatomegalias até dois dedos 
transversos ultrapassam a reborda costal no final da 
inspiração. Médias quando quatro dedos transversos 
ultrapassam e grandes quando mais de quatro dedos 
ultrapassam e pode chegar até a cicatriz umbilical. 
Ainda dentro desses achados, precisamos analisar a 
superfície (lisa ou nodular – número, dura ou cística), 
espessura (fina ou romba), consistência (diminuída, 
normal ou aumentada) e a sensibilidade (indolor ou 
dolorosa); 
o Sobre a dor, esse é um sinal que pode quase sempre 
estar relacionado a condições patológicas que estiram 
a cápsula de Glisson, como o aumento do fígado por 
consequência de uma insuficiência cardíaca ou então 
por conta de uma metástase hepática, que são causas 
na qual a hepatomegalia acontece de forma mais 
rápida e aguda; 
o A palpação do baço procede da mesma forma que a 
palpação do fígado, mas a região a ser examinada é o 
quadrante superior esquerdo, propriamente dito, 
para avaliar se o espaço de Traube encontra-se livre 
(normal) ou ocupado (suspeita de hiperesplenismo); 
o Para se avaliar o sinal da percussão esplênica (sinal de 
Castell), na linha axilar anterior esquerda percute-se o 
espaço intercostal mais inferior (ponto de Castell) que 
normalmente é timpânico, e peça ao paciente para 
respirar profundamente, se permanecer o timpanismo 
na inspiração profunda é improvável a 
esplenomegalia; mas se houver mudança para 
macicez esplenomegalia mais provável; 
o Outra maneira de realizar a palpação é colocando o 
paciente na posição de Schuster: decúbito lateral 
direito, perna estendida e a coxa esquerda fletida 
sobre o abdome em um ângulo de 90º; 
o O baço normal geralmente não é palpável porque está 
localizado abaixo da caixa torácica no abdômen 
superior esquerdo. A textura esplênica é macia e não 
está firmemente presa a outras estruturas e, 
portanto, é facilmente empurrada pela palpação; 
o O baço pode ser palpável em crianças, adolescentes e 
alguns adultos magros; 
o Acerca dos índices a serem encontrados após o exame 
físico temos que a esplenomegalia pequena pode ser 
traduzida pela palpação do seu pólo inferior logo 
abaixo da reborda costal esquerda enquanto que as 
esplenomegalias grandes podem ultrapassam a 
cicatriz umbilical. 
INVESTIGAÇÃO CLÍNICA 
o A anamnese é um instrumento fundamental para 
identificação etiológica da hepatoesplenomegalia, 
abordando desde antecedentes familiares (pensando 
em buscar alguma doença metabólica e/ ou genéticas) 
e antecedentes pessoais (infecções congênitas e 
doenças neonatais) até fazer um levantamento 
epidemiológico (viagens, condições de vida e lazer). 
Dentro desses pontos, nós devemos ficar sempre 
alertas a histórico positivo de infecção congênitas por 
STORCH e para além dessas questões infecciosas, 
questionar hipoglicemias, tremores, convulsão, 
sempre pensando em algum distúrbio metabólico; 
 
Mód. XIV – Febre, Inflamação e Infecção 
6 Trio Help Med – Virgínia Pereira 
o Além disso, precisamos ficar alerta aos sinais e 
sintomas, principalmente quando estiverem sido 
relatados febre, anemia, icterícia, alterações 
vasculares, perda de peso, queixas respiratórias, 
queixas articulares, ascite, adenomegalias, prurido, 
antecedentes de hemorragias entre outros. Mas sabe-
se que dentro de situações comuns, podemos 
observar pacientes que cursam com febre, 
hepatoesplenomegalia mas com um bom estado 
geral, que podem significar infecções virais benignas e 
com bom prognóstico; 
o A presença de icterícia é um dos principais sinais de 
hepatopatia; 
o Quando o paciente tem, na verdade, algum tipo de 
doença metabólica, acaba que se constitui como um 
desafio diagnóstico e por isso o exame sempre tem 
que ser muito completo, principalmente se tratando 
de pediatria. Então, é necessário que sempre se peça 
exames anteriores e testes de triagem neonatal, 
principalmente os resultados do teste do pezinho. 
DIAGNÓSTICO 
LABORATORIAL 
o O primeiro passo dentro de uma investigação 
patológica é o hemograma, principalmente pelo fato 
de que pode ajudar muito na diferenciação etiológica 
quanto aos valores que são encontrados; 
o Associado ao hemograma, a eletroforese da 
hemoglobina pode ser pedida em casos de suspeita de 
anemias, principalmente anemias hemolíticas; 
o A pesquisa direta de parasitas é outro exame muito 
importante e deve ser feita para identificar o parasita 
e que se baseiam na demonstração do parasito em 
lâmina, que são procedimentos simples sendo 
necessário apenas como equipamento um 
microscópio. É importante voltar a ressaltar que os 
métodos parasitológicos diretos só apresentam alta 
sensibilidade na presença de parasitemia patente, 
sendo por isso o método de escolha na suspeita de 
casos agudos ou de reativação da infecção; 
o O mielograma é um exame muito utilizado para 
diagnóstico principalmente para leucemias e outras 
neoplasias, assim como para casos de suspeita de 
calazar também; 
o As provas bioquímicas, são, com certeza, os 
instrumentos mais utilizados para diagnóstico 
laboratorial, mas devem ser sempre solicitadas de 
acordo com as suspeitas. São exemplos desses 
elementos de busca: 
• Colesterol; 
• Glicemia; 
▪ Relacionado a atividade hepática de quebra do 
glicogênio e liberação da glicose e da absorção da 
glicose e armazenamento dele em forma de 
glicogênio. 
• Ureia e Creatinina; 
• Amônia; 
• Bilirrubina; 
• TGO, TGP; 
• Fosfatase alcalina (FA) e Gamaglutamiltransferase 
(GGT) 
• LDH; 
• Eletroforese de proteínas; 
• Dosagem de Cu2+ (soro e urina); 
• Fe2+ / Fe3+ e Ferritina 
o Devemos ainda realizar alguns exames de sorologias e 
culturas (hemocultura, coprocultura, urocultura) 
referentes às etiologias, principalmente quando estas 
tiverem uma natureza infecciosas. Ainda poderíamos 
pedir o teste tuberculínico de PPD ou até mesmo o 
teste imunocromatográfico Rk-39; 
o Acerca dos exames de imagens, os principais a serem 
utilizados são o Raio-X, o USG com doppler, 
Tomografia Computadorizada e Ressonância 
Magnética; 
o Em muitos casos, principalmente se tratando de casos 
mais crônicos e com suspeitas de neoplasias, um 
exame que temos que pedir é a biópsia, para que as 
configurações histopatológicas sejam bem definidas e 
ajudem no diagnóstico. 
TRATAMENTO 
o A etiologia que justifique a hepatoesplenomegalia é 
que guiará a conduta e o tratamento; 
o Esse tratamento, por sua vez, pode ser feito 
ambulatorialmente na maioria dos casos, mas é 
importante ficar atento em casos de insuficiência 
hepática, quadro esse, que, por sua vez, nos obriga a 
tomar condutas em ambientes hospitalares, ou seja, é 
indicado o internamento; 
o Basicamente esse manejo clínico perpassa pelo 
controle dos sintomas e aniquilação da causa, como 
por exemplo, se tratando de uma etiologia infecciosa. 
Em casos em que há falha desse tratamento clínico ou 
então a condição do paciente já é mais grave, ou sua 
 
Mód. XIV – Febre, Inflamação e Infecção 
7 Trio Help Med – Virgínia Pereira 
etiologia não possui espectro tratável 
clinicamente/ambulatorialmente, precisamos 
renunciar à abordagem cirúrgica; 
o As cirurgias que estão presentes dentro desses 
contextos são indicadas normalmente para pacientes 
que possuem algumaneoplasia já bem infiltrada e de 
extenso tamanho, ou quando há uma insuficiência 
hepática muito importante em casos de doenças 
crônicas e até mesmo o transplante de fígado acaba 
sendo a melhor ou a única opção terapêutica; 
o O mesmo acontece com o baço, ao tratarmos de 
esplenectomia. A razão mais comum para a 
esplenectomia é tratar uma ruptura do baço, quando 
ele é rompido em razão de uma lesão abdominal, 
geralmente traumática; 
o A esplenectomia pode ser usada também para tratar 
outras condições como a esplenomegalia (aumento 
de tamanho do baço), algumas doenças do sangue, 
certos tipos de câncer, infecções e cistos benignos ou 
tumores; 
o O aumento do baço, além de uma possível ruptura, 
pode levar a sintomas como dor e uma sensação de 
plenitude abdominal; 
o A esplenectomia só deve ser realizada em último caso, 
após outros tratamentos terem falhado. Alguns 
cânceres podem ser tratados com esplenectomia. 
Uma infecção grave ou um abscesso no baço pode 
exigir a remoção do órgão, se não responder a outros 
tratamentos. Também os cistos ou tumores benignos 
dentro do baço podem exigir esplenectomia se eles se 
tornarem grandes o suficiente para serem difíceis de 
remover. O médico também pode remover o baço 
para ajudar a diagnosticar uma doença que cause um 
grande aumento do baço e que ele não possa 
determinar o motivo. 
 
REFERÊNCIAS: 
CURRY, Michael P.; BONDER, Alan. 
Overwiew of the evaluation of 
hepatomegaly in adults. 2020.

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