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Mód. XIV – Febre, Inflamação e Infecção 1 Trio Help Med – Virgínia Pereira DEFINIÇÃO: o É um diagnóstico sindrômico; o Aumento do volume do fígado e baço; o Principal queixa vs achado ocasional; o Pode indicar uma hepatopatia grave; o No início pode ser assintomática; o Pode ser causado por várias doenças como calazar, anemia, linfoma, malária, lúpus sistêmico, leucemia, hepatopatias e infecções; o O aumento do volume é causado por causa das concentrações de glóbulos e plaquetas; o Pode-se suspeitar de hepatomegalia com base no exame físico ou imagens do fígado. FISIOPATOLOGIA: FÍGADO o Dimensões • Tamanho ▪ Mulheres: 8 -10 cm ▪ Homens: 10 -12 cm • Peso ▪ Mulheres: 1,2 -1,4 Kg ▪ Homens: 1,4 -1,6 Kg o Na hepatomegalia o comprimento é superior a 12 cm (ou 10 cm nas mulheres) na linha médio-clavicular direita; o Possui múltiplas funções, incluindo filtrar o sangue do trato gastrointestinal (TGI), secretar a bile no TGI, metabolizar drogas e sintetizar proteínas; o A vascularização, localização e funções do fígado o tornam suscetível a várias condições que resultam em hepatomegalia. FUNÇÃO VASCULAR o O fígado é tido como um grande reservatório de sangue devido ao seu duplo suprimento sanguíneo; o Por conta disso, é fácil entender que quaisquer desregulações de pressão sistêmica podem afetar diretamente o fígado e a sua complacência, ou seja, em casos de aumento de PA, o fígado pode distender pela hipervolemia e o oposto pode ocorrer em casos de hipovolemia; o Congestão hepática pode se desenvolver se o fluxo venoso do fígado está obstruído. Os distúrbios que levam à congestão hepática que resultam em hepatomegalia e uma borda firme e sensível do fígado incluem: Síndrome de Budd-Chiari, Insuficiência cardíaca direita, Síndrome de obstrução sinusoidal hepática (SOS) e Peliose hepática. FUNÇÃO DIGESTIVA o Está intimamente relacionada à produção e secreção de bile; FUNÇÃO METABÓLICA o Distúrbios do metabolismo lipídico; o Distúrbios do metabolismo do glicogênio; o Doença de Gaucher; o Deficiência de alfa-1 antitripsina (AAT); o Hemocromatose hereditária; o Doença de Wilson; o É um importante local de metabolização de carboidratos e outras substância, devido a sua alta capacidade de armazenamento de glicose em forma de glicogênio, substrato esse que vai acabar sendo Hepatoesplenomegalia Mód. XIV – Febre, Inflamação e Infecção 2 Trio Help Med – Virgínia Pereira degradado com finalidade de poder ser fornecido a glicose para a periferia quando for necessário. o O hepatócito é um dos principais sítios de metabolização de lipídios por meio da oxidação de ácidos graxos; o A metabolização das proteínas é outro aspecto de metabolização bem importante, principalmente quando falamos sobre formação das proteínas plasmáticas e desaminação, fatos que acontecem principalmente no fígado. FUNÇÃO HEMATOPOIÉTICA o Dentro dessa função, evidencia-se a função hematopoiética durante a vida intrauterina, que acontece até o 2º-3º mês de vida, mas que pode ser reativada quando necessária, principalmente em situações que elevem os índices de hemólise. FUNÇÃO IMUNOLÓGICA o As células de Kupffer (que ficam no endotélio sinusoidal), fazem a fagocitose de células e substâncias que, potencialmente, podem ser agressores, como é o caso de agentes químicos, vírus, bactérias e protozoários. OUTRAS FUNÇÕES o O fígado ainda é responsável por grande parte do ciclo da uréia, já que ocorre nas células do fígado e começa com a condensação do dióxido de carbono (CO2) com a amônia dentro da mitocôndrias, onde, por meio de ações enzimáticas, é formado um aminoácido chamado de citrulina. BAÇO o Dimensões – Comprimento: 12-15 cm – Largura: 7-8 cm – Espessura: 2-3 cm – Peso: 100 a 150 g (variável com a idade e o sexo) o Na esplenomegalia: • Classificação de Adams (dependente do volume / tamanho) ▪ Aumento discreto: 1 a 2 cm ▪ Aumento moderado: 3 a 7 cm ▪ Aumento importante: > 7 cm • Classificação segundo o peso ▪ Esplenomegalia discreta: < 500 g ▪ Esplenomegalia moderada: 500 a 1000 g ▪ Esplenomgalia importante: > 1000 g o As funções do baço como parte do sistema imunológico referem-se ao seu funcionamento como um filtro e um reservatório de sangue, como monócitos e outras células sanguíneas; o O baço produz anticorpos contra vários tipos de células do sangue e micro-organismos infecciosos, por isso, algumas condições e infecções podem causar aumento de seu tamanho; o A polpa branca (compartimento linfoide) faz parte do sistema de defesa e se constitui de nódulos linfáticos. Entre esses nódulos, encontra-se a polpa vermelha, que é feita de tecido sanguíneo (glóbulos vermelhos e brancos); o A polpa branca integra o sistema de defesa (sistema imune) e a polpa vermelha retira os materiais inúteis do sangue. Há a maturação da série branca, principalmente os linfócitos. Aqui ocorre o aprisionamento de antígenos e interação com linfócitos maduros, produção de imunoglobulinas e a apresentação antigênica; o Alguns tipos de leucócitos, os linfócitos, produzem anticorpos protetores e desempenham papel importante no combate às infecções. Os linfócitos são produzidos e amadurecem na polpa branca; o A polpa vermelha agrega outros tipos de leucócitos (fagócitos) que ingerem o material indesejado (como as células velhas ou defeituosas) do sangue circulante. É por esse motivo que a polpa vermelha é comparada a um “cemitério” para essas células defeituosas. Ela também funciona como depósito de elementos do sangue, notadamente de leucócitos e plaquetas. É um compartimento de filtração, já que é nessa parte do baço em que ocorre a hemocaterese do organismo, depois da fagocitose dentro do parênquima; o O inchaço do baço diminui quantidades excessivas de células sanguíneas e plaquetas, que desempenham um papel essencial no processo de coagulação e, quando elas não estão disponíveis em quantidade suficiente, a coagulação cessa e o risco de perda significativa de sangue, através de hemorragias, se torna preocupante; o Além da baixa do número de plaquetas, o próprio inchaço do órgão com grandes quantidades de células sanguíneas pode resultar na sua ruptura; o A ruptura do baço causa dor abdominal; Mód. XIV – Febre, Inflamação e Infecção 3 Trio Help Med – Virgínia Pereira o O sangue acumulado na cavidade abdominal irrita e piora o quadro, fazendo com que os músculos abdominais se retesem e contraiam de forma reflexa. Se o sangue for extravasado aos poucos, os sintomas somente se revelam quando a pressão arterial cai ou o oxigênio já não chega ao cérebro e ao coração; o É necessário ainda fazermos a diferenciação exata entre os termos de esplenomegalia e hiperesplenismo e seus conceitos correlacionados. A esplenomegalia, também denominada megalosplenia, consiste no aumento do volume do baço e pode ser causada por diversos motivos. Devido à sua característica esponjosa, o aumento na pressão da veia esplênica faz com que o baço “inche’’ e dessa forma, o baço “sequestra” e acaba destruindo em um ritmo acelerado todos os tipos de células sanguíneas, levando à condição denominada “hiperesplenismo”; o Isso acontece principalmente pelo aumento da resistência à passagem do sangue através do fígado (pela cirrose, esquistossomose e outras condições) que, então, aumenta a pressão sanguínea dentro do sistema porta hepático (hipertensão portal); o Vale a pena ainda destacar que no hiperesplenismo, a anemia (redução das células vermelhas - eritrócitos), a leucopenia (redução nos glóbulos brancos - leucócitos) e a plaquetopenia (redução nas plaquetas) podem estar todas presentes, ou não. Geralmente observa-se uma redução mais acentuada nas plaquetas do que nas demais, mas em parte a plaquetopeniatambém ocorre por outras condições associadas à hipertensão portal (coagulação intravascular disseminada), destruição por mecanismo imunológico (observada na hepatite C, por exemplo) e por deficiência de ácido fólico. ETIOLOGIA INFECCIOSA o A hepatite viral aguda é uma infecção sistêmica que afeta predominantemente o fígado; o Variam, por um lado, desde infecções assintomáticas até infecções agudas fulminantes e fatais comuns a todos os tipos, e, por outro lado, desde infecções subclínicas persistentes até doença hepática crônica rapidamente progressiva com cirrose e até mesmo carcinoma hepatocelular, comuns a todos os tipos hematogênicos (HBV, HCV e HDV); o Somado a esses tipos de vírus, infecções pelo vírus da Varicela, da Rubéola, do HIV, do Epstein Barr (EBV) e do Citomegalovírus (CMV) também podem se enquadrar dentro do conjunto de etiologias virais; o Além dessas etiologias virais, ainda podem ser causa de hepatoesplenomegalia infecções bacterianas por Treponema pallidum (Sífilis), Leptospira (Leptospirose) e Mycobacterium (ou micobactéria, que é um gênero de bactérias de actinobactérias causadora de lepra, tuberculose, linfadenite e outras doenças cutâneas); o Dentro da classe dos fungos, temos que nos atentar à candidemia sistêmica e infecções oportunistas pelo HIV, enquanto que por protozoários, devemos nos atentar a acometimentos pelo Toxoplasma gondii (Toxoplasmose) e pelos agentes da Malária, que são os P. vivax, P. falciparum e P. malariae; o Além desses, a hepatoesplenomegalia pode ser causa também dos mais diversos tipos de infecções helmínticas. NEOPLÁSICA o Dentro das neoplasias, diversas são aquelas que podem cursar com aumento de fígado e do baço, sobretudo àquelas que possuem tropismo à esses órgãos, independente se possui caráter benigno ou maligno; o O carcinoma hepatocelular (CHC) é o principal de acordo com as consequências e o mais comum. Além desses, os hemangiomas também possuem tropismo significativo ao fígado e normalmente possui caráter benigno. REACIONAL o Algumas situações podem por si só gerar a hepatoesplenomegalia como consequência do próprio processo, como acontece com a disfunção orgânica e o uso de alguns medicamentos ou drogas que são hepatotóxicas; o São exemplos dessas drogas: Amoxicilina-clavulanato, Flucloxacilina, Eritromicina, Diclofenaco, Cotrimoxazol, Isoniazida, Dissulfiram e Ibuprofeno. VASCULAR o Acerca dos acometimentos vasculares, a trombose de veia cava, como já explicado anteriormente, é uma das principais causas com esse efeito negativo e pode ser causada por compressão extrínseca do vaso, Mód. XIV – Febre, Inflamação e Infecção 4 Trio Help Med – Virgínia Pereira invasão tumoral, trombose ou por dificuldade do retorno venoso ao coração secundária a doenças intra-atriais ou intraluminais; o Pacientes que possuem diagnóstico anterior de ICC podem evoluir com uma hepatomegalia congestiva, já que a insuficiência cardíaca direita moderada ou grave aumenta a pressão venosa central, que é transmitida ao fígado por veia cava inferior e veias hepáticas e essa congestão crônica provoca atrofia de hepatócitos, distensão sinusoidal e fibrose centrolobular, que, se intensa, pode produzir cirrose (cirrose cardíaca); o Aqueles que possuem também o diagnóstico de Síndrome de Budd-Chiari também pode cursar com hepatoesplenomegalia; o A síndrome de Budd-Chiari geralmente ocorre quando o coágulo estenosa ou obstrui as veias hepáticas, que transportam o sangue para fora do fígado. Como o fluxo sanguíneo para fora do fígado está impedido, o sangue se acumula no órgão, fazendo com que ele aumente de tamanho, e o baço também pode aumentar. Esse acúmulo de sangue (congestão) provoca aumento da pressão sanguínea na veia porta (que transporta o sangue do fígado para os intestinos). Essa pressão aumentada, denominada hipertensão portal, pode resultar em veias dilatadas e retorcidas (varicosas) no esôfago (varizes esofágicas). HEPATOPATIA o A hepatopatia crônica e a cirrose são os principais elementos do conjunto dessas doenças que representam a hepatomegalia; HEMATOLÓGICA o As leucemias e linfomas podem, de forma bem comum, virem cursando também com uma hepatomegalia, essa, associada ou não a uma esplenomegalia; o A principal dessas é a Leucemia Linfocítica Crônica (LLC). Frequentemente este tipo de leucemia é assintomático, sendo detectada em exames de sangue de rotina. Em alguns casos os pacientes podem apresentar anorexia, perda de peso, linfadenopatia, hepatomegalia e esplenomegalia. METABÓLICA o Acerca das doenças metabólicas, a mucopolissacaridose (MPS), a amiloidose, as colagenoses e as doenças infiltrativas são as que mais comumente cursam com hepatoesplenomegalia; o As colagenoses formam o grupo de doenças conhecidas como lúpus, poliarterite nodosa, esclerodermia sistêmica e dermatomiosite e que cursam com diversos sintomas, mas é fato que as lesões do coração, pulmões, rins e aparelho digestivo são muito frequentes; o No paciente com MPS, os lisossomos não conseguem cumprir corretamente sua função, que é digerir grandes moléculas para serem utilizadas ou reutilizadas; o No caso desta doença, tais moléculas mal digeridas são os glicosaminoglicanos (GAGs), responsáveis pela lubrificação e união entre os tecidos. Daí uma consistência mucoide, viscosa. A seguir, os principais comprometimentos da doença: ossos e articulações, vias respiratórias, sistema cardiovascular e das funções cognitivas. Pode haver ainda o engrossamento progressivo das feições, a opacificação das córneas, aumento de fígado e baço, acometimento das válvulas cardíacas, rigidez nas articulações e alteração no crescimento. DIAGNÓSTICO CLÍNICO INVESTIGAÇÃO SEMIOLÓGICA o No exame físico a palpação do fígado pode acontecer em decúbito dorsal e o paciente deve relaxar o tanto quanto possível a parede abdominal, principalmente pela maneira que o examinador inicia a palpação, ou seja, se a palpação for de maneira grosseira e intempestiva é provável que o paciente contraia os músculos para se proteger, enquanto que se for de maneira suave, a consequência será o relaxamento da parede abdominal; o O procedimento fundamental consiste em apalpar o hipocôndrio direito, flanco direito e o epigástrio, partindo do umbigo até o rebordo costal. Em seguida executa-se a palpação junto a reborda, coordenando- a com os movimentos respiratórios: durante a inspiração, o examinador deve comprimir buscando detectar a borda do fígado. Além disso, deve-se colocar a mão esquerda abaixo no nível do rim direito forçando para cima visando aproximar o fígado da parede anterior do abdome; Mód. XIV – Febre, Inflamação e Infecção 5 Trio Help Med – Virgínia Pereira o Associado a isso, devemos realizar a hepatimetria, que consiste na percussão da linha hemiclavicular a partir do 3º espaço intercostal, em sentido caudal, seguindo a linha. Em atimpania encontramos o pulmão, se maciço estamos sobre o fígado e em timpania estamos sobre alças intestinais; o Podem existir fatores dificultadores se o paciente possui uma ascite abdominal ou uma distensão abdominal importante. Além desses, existem também fatores confundidores, principalmente todos relacionados a hiperinsuflação pulmonar, já que essa condição pode ser a causa de uma projeção acentuada do fígado e do baço, e não representar uma verdadeira hepatoesplenomegalia; o No final da gravidez, o exame físico do fígado é difícil por causa do útero em expansão. O fígado é forçado mais para dentro do peito, e um fígado palpável é um achado anormal. Além disso, angiomas de aranha e eritema palmar, associados à doença hepática crônica, são comuns durante a gravidez e geralmente desaparecem após o parto; o Existe uma famosa anormalidadeanatômica do fígado, conhecido como Lobo de Riedel, que é o lobo hepático acessório e anômalo raro, em forma de lingueta, situado no lobo hepático direito. Essa anomalia, ao exame físico em palpação, pode simular uma hepatomegalia até mesmo em grandes volumes, por isso devemos ficar atentos também; o Existe outra técnica, a qual posicionamos o paciente em decúbito semilateral esquerdo e com as mãos em garra, daí devemos coordenar os movimentos com os movimentos respiratórios, ou seja, na inspiração, quando o fígado se movimenta para baixo, o examinador reconhece a borda; o Dentro dos critérios que possamos identificar, acerca das pequenas hepatomegalias até dois dedos transversos ultrapassam a reborda costal no final da inspiração. Médias quando quatro dedos transversos ultrapassam e grandes quando mais de quatro dedos ultrapassam e pode chegar até a cicatriz umbilical. Ainda dentro desses achados, precisamos analisar a superfície (lisa ou nodular – número, dura ou cística), espessura (fina ou romba), consistência (diminuída, normal ou aumentada) e a sensibilidade (indolor ou dolorosa); o Sobre a dor, esse é um sinal que pode quase sempre estar relacionado a condições patológicas que estiram a cápsula de Glisson, como o aumento do fígado por consequência de uma insuficiência cardíaca ou então por conta de uma metástase hepática, que são causas na qual a hepatomegalia acontece de forma mais rápida e aguda; o A palpação do baço procede da mesma forma que a palpação do fígado, mas a região a ser examinada é o quadrante superior esquerdo, propriamente dito, para avaliar se o espaço de Traube encontra-se livre (normal) ou ocupado (suspeita de hiperesplenismo); o Para se avaliar o sinal da percussão esplênica (sinal de Castell), na linha axilar anterior esquerda percute-se o espaço intercostal mais inferior (ponto de Castell) que normalmente é timpânico, e peça ao paciente para respirar profundamente, se permanecer o timpanismo na inspiração profunda é improvável a esplenomegalia; mas se houver mudança para macicez esplenomegalia mais provável; o Outra maneira de realizar a palpação é colocando o paciente na posição de Schuster: decúbito lateral direito, perna estendida e a coxa esquerda fletida sobre o abdome em um ângulo de 90º; o O baço normal geralmente não é palpável porque está localizado abaixo da caixa torácica no abdômen superior esquerdo. A textura esplênica é macia e não está firmemente presa a outras estruturas e, portanto, é facilmente empurrada pela palpação; o O baço pode ser palpável em crianças, adolescentes e alguns adultos magros; o Acerca dos índices a serem encontrados após o exame físico temos que a esplenomegalia pequena pode ser traduzida pela palpação do seu pólo inferior logo abaixo da reborda costal esquerda enquanto que as esplenomegalias grandes podem ultrapassam a cicatriz umbilical. INVESTIGAÇÃO CLÍNICA o A anamnese é um instrumento fundamental para identificação etiológica da hepatoesplenomegalia, abordando desde antecedentes familiares (pensando em buscar alguma doença metabólica e/ ou genéticas) e antecedentes pessoais (infecções congênitas e doenças neonatais) até fazer um levantamento epidemiológico (viagens, condições de vida e lazer). Dentro desses pontos, nós devemos ficar sempre alertas a histórico positivo de infecção congênitas por STORCH e para além dessas questões infecciosas, questionar hipoglicemias, tremores, convulsão, sempre pensando em algum distúrbio metabólico; Mód. XIV – Febre, Inflamação e Infecção 6 Trio Help Med – Virgínia Pereira o Além disso, precisamos ficar alerta aos sinais e sintomas, principalmente quando estiverem sido relatados febre, anemia, icterícia, alterações vasculares, perda de peso, queixas respiratórias, queixas articulares, ascite, adenomegalias, prurido, antecedentes de hemorragias entre outros. Mas sabe- se que dentro de situações comuns, podemos observar pacientes que cursam com febre, hepatoesplenomegalia mas com um bom estado geral, que podem significar infecções virais benignas e com bom prognóstico; o A presença de icterícia é um dos principais sinais de hepatopatia; o Quando o paciente tem, na verdade, algum tipo de doença metabólica, acaba que se constitui como um desafio diagnóstico e por isso o exame sempre tem que ser muito completo, principalmente se tratando de pediatria. Então, é necessário que sempre se peça exames anteriores e testes de triagem neonatal, principalmente os resultados do teste do pezinho. DIAGNÓSTICO LABORATORIAL o O primeiro passo dentro de uma investigação patológica é o hemograma, principalmente pelo fato de que pode ajudar muito na diferenciação etiológica quanto aos valores que são encontrados; o Associado ao hemograma, a eletroforese da hemoglobina pode ser pedida em casos de suspeita de anemias, principalmente anemias hemolíticas; o A pesquisa direta de parasitas é outro exame muito importante e deve ser feita para identificar o parasita e que se baseiam na demonstração do parasito em lâmina, que são procedimentos simples sendo necessário apenas como equipamento um microscópio. É importante voltar a ressaltar que os métodos parasitológicos diretos só apresentam alta sensibilidade na presença de parasitemia patente, sendo por isso o método de escolha na suspeita de casos agudos ou de reativação da infecção; o O mielograma é um exame muito utilizado para diagnóstico principalmente para leucemias e outras neoplasias, assim como para casos de suspeita de calazar também; o As provas bioquímicas, são, com certeza, os instrumentos mais utilizados para diagnóstico laboratorial, mas devem ser sempre solicitadas de acordo com as suspeitas. São exemplos desses elementos de busca: • Colesterol; • Glicemia; ▪ Relacionado a atividade hepática de quebra do glicogênio e liberação da glicose e da absorção da glicose e armazenamento dele em forma de glicogênio. • Ureia e Creatinina; • Amônia; • Bilirrubina; • TGO, TGP; • Fosfatase alcalina (FA) e Gamaglutamiltransferase (GGT) • LDH; • Eletroforese de proteínas; • Dosagem de Cu2+ (soro e urina); • Fe2+ / Fe3+ e Ferritina o Devemos ainda realizar alguns exames de sorologias e culturas (hemocultura, coprocultura, urocultura) referentes às etiologias, principalmente quando estas tiverem uma natureza infecciosas. Ainda poderíamos pedir o teste tuberculínico de PPD ou até mesmo o teste imunocromatográfico Rk-39; o Acerca dos exames de imagens, os principais a serem utilizados são o Raio-X, o USG com doppler, Tomografia Computadorizada e Ressonância Magnética; o Em muitos casos, principalmente se tratando de casos mais crônicos e com suspeitas de neoplasias, um exame que temos que pedir é a biópsia, para que as configurações histopatológicas sejam bem definidas e ajudem no diagnóstico. TRATAMENTO o A etiologia que justifique a hepatoesplenomegalia é que guiará a conduta e o tratamento; o Esse tratamento, por sua vez, pode ser feito ambulatorialmente na maioria dos casos, mas é importante ficar atento em casos de insuficiência hepática, quadro esse, que, por sua vez, nos obriga a tomar condutas em ambientes hospitalares, ou seja, é indicado o internamento; o Basicamente esse manejo clínico perpassa pelo controle dos sintomas e aniquilação da causa, como por exemplo, se tratando de uma etiologia infecciosa. Em casos em que há falha desse tratamento clínico ou então a condição do paciente já é mais grave, ou sua Mód. XIV – Febre, Inflamação e Infecção 7 Trio Help Med – Virgínia Pereira etiologia não possui espectro tratável clinicamente/ambulatorialmente, precisamos renunciar à abordagem cirúrgica; o As cirurgias que estão presentes dentro desses contextos são indicadas normalmente para pacientes que possuem algumaneoplasia já bem infiltrada e de extenso tamanho, ou quando há uma insuficiência hepática muito importante em casos de doenças crônicas e até mesmo o transplante de fígado acaba sendo a melhor ou a única opção terapêutica; o O mesmo acontece com o baço, ao tratarmos de esplenectomia. A razão mais comum para a esplenectomia é tratar uma ruptura do baço, quando ele é rompido em razão de uma lesão abdominal, geralmente traumática; o A esplenectomia pode ser usada também para tratar outras condições como a esplenomegalia (aumento de tamanho do baço), algumas doenças do sangue, certos tipos de câncer, infecções e cistos benignos ou tumores; o O aumento do baço, além de uma possível ruptura, pode levar a sintomas como dor e uma sensação de plenitude abdominal; o A esplenectomia só deve ser realizada em último caso, após outros tratamentos terem falhado. Alguns cânceres podem ser tratados com esplenectomia. Uma infecção grave ou um abscesso no baço pode exigir a remoção do órgão, se não responder a outros tratamentos. Também os cistos ou tumores benignos dentro do baço podem exigir esplenectomia se eles se tornarem grandes o suficiente para serem difíceis de remover. O médico também pode remover o baço para ajudar a diagnosticar uma doença que cause um grande aumento do baço e que ele não possa determinar o motivo. REFERÊNCIAS: CURRY, Michael P.; BONDER, Alan. Overwiew of the evaluation of hepatomegaly in adults. 2020.
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